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Toxicologia clínica O que é toxicologia clínica? • Toxicologia Clínica é definica como a área da Toxicologia responsável pelo diagnóstico e tratamento das intoxicações. O que é toxicologia clínica? O Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas – SINITOX integra todas notificações, publicando dados epidemiológicos e perfil das intoxicações agudas no Brasil e classifica: No Brasil, diversos centros universitários vinculados à hospitais são responsáveis pelas notificações das ocorrências de intoxicações, como: CCI - Centro de Controle de Intoxicações CEATOX - Centro de Assistência Toxicológica CIAVE - Centro de Informações Antiveneno CIT - Centro de Informações Toxicológicas SINITOX - Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas O que é Intoxicação? Intoxicação Pode ser definida como a manifestação clínica do efeito tóxico no organismo resultante da exposição a uma substância química, ou um conjunto de sinais e sintomas que se manifestam quando uma substância tóxica é ingerida, inalada ou entra em contato com a pele, olhos ou mucosas. Essas ocorrências de intoxicação podem ser: Acidentais: acidentes domésticos, acidentes ocupacionais, acidentes com plantas tóxicas e até acidentes com animais peçonhentos. Intencionais: homicídios, suicídios ou abuso de drogas e overdoses. Dados epidemiológicos Intoxicação - Epidemiologia Diferenças geográficas, sociais, econômicas e culturais determinam perfis diferentes entre os países e regiões para os aspectos toxicológicos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,5 a 3% da população é intoxicada anualmente e que aproximadamente 70 % das intoxicações são agudas, 0,5% resultam em óbito e em cerca de 90% delas, a via oral é a principal via de exposição envolvida. No Brasil é possível admitir que a intoxicação aguda represente importante problema de saúde pública, particularmente em crianças. Fonte: MS / FIOCRUZ / SINITOX Intoxicação por praguicidas - São responsáveis por mais de 20.000 mortes acidentais por ano, sendo que a maioria ocorre em países em desenvolvimento, onde se estima que 25 milhões de trabalhadores agrícolas por ano sofram intoxicações agudas. - 70% dos praguicidas produzidos anualmente são consumidos em países desenvolvidos, mas a maior incidência de óbitos é observada nos países em desenvolvimento. -Estima-se, ainda, que cerca de 2% da população brasileira é contaminada anualmente por praguicidas. Para cada caso constatado, deve haver, aproximadamente, 250 vítimas não registradas, principalmente pela falta de conhecimentos técnicos e específicos dos profissionais de saúde Subnotificação Dados epidemiológicos Dados epidemiológicos Intoxicação por medicamentos Segundo dados do SINITOX, os medicamentos ocupam o primeiro lugar como agentes causadores de intoxicações entre os diversos casos provocados por acidentes com animais peçonhentos, plantas tóxicas, produtos domissanitários, produtos de uso agrícola e de uso industrial, além de abuso de drogas. A manutenção destes índices são devido: Frágil política nacional de medicamentos Resistência ao uso racional de medicamentos Fármacos de segurança e eficácia duvidosas Falta de profissionais de saúde capazes de orientar adequadamente sobre o uso correto de medicamentos Técnicas de marketing da indústria farmacêutica Erros de prescrição e automedicação Dados epidemiológicos Intoxicação - Perfil Segundo dados do SINITOX, o perfil das intoxicações são: Crianças: vulneráveis à intoxicações acidentais e erros de medicações; Jovens: overdose e intoxicação por drogas de abuso; Mulheres adultas: intoxicação ocupacional, suicídio com psicofármacos; Homens adultos: intoxicação ocupacional (principalmente por agrotóxicos) e abuso de álcool. Idosos: erros de medicação e raramente acidental. Toxicologia clínica: Análises toxicológicas Análises Toxicológicas Em Toxicologia Clínica, o papel do Laboratório de Análises Toxicológicas (LAT) é de fundamental importância, pois muitos toxicantes podem levar a quadros com sintomatologia semelhantes. Trabalho integrado entre o clínico e o toxicologista A identificação do agente tóxico e a avaliação exata do perigo envolvido são fundamentais para um tratamento eficaz. Análises Toxicológicas Funções do clínico: Reanimação e estabilização do paciente: avaliação e manutenção da respiração, circulação e perfusão tecidual. • Exame físico: avaliação do estado geral do paciente e sugestão de uma possível síndrome tóxica. Anamnese: investigação das causas e circunstâncias em que ocorreram as intoxicações. Funções do (analista) toxicologista: • Selecionar a amostra biológica. • Definir o melhor esquema de triagem analítica. Interpretar e confirmar os resultados. Clínico X Analista Análises Toxicológicas Finalidades das Análises Toxicológicas de Urgência: Identificar e quantificar o agente tóxico (=toxicologia clínica). Confirmar ou excluir a suspeita de intoxicação aguda. Definir a conduta terapêutica e o prognóstico do paciente. Para a realização das análises toxicológicas é de fundamental importância o conhecimento do: analito: próprio agente tóxico ou seu produto de biotransformação, sua natureza e propriedades físico químicas. toxicocinética: estabelece o produto a ser pesquisado (composto inalterado ou metabólito), quando pesquisar (tempo de detecção) e onde pesquisar (qual amostra biológica). toxicodinâmica: determina a manifestação clínica da toxicidade e o antídoto/antagonista a ser utilizado. Análises Toxicológicas – Métodos de Análise Confirmatórios: Técnicas quantitativas = mais específicas e sensíveis. 1. Espectrofotometria de Absorção Atômica 2. Cromatografia Gasosa 3. Cromatografia Líquida 4. Espectrometria de Massa Análises Toxicológicas – Amostras A coleta da amostra para este tipo de análise deve ocorrer o mais rápido possível, pois quanto maior o tempo decorrido entre a exposição ao agente tóxico e a análise, menor a chance de detecção. As amostras mais utilizadas em pronto-atendimentos emergenciais são sangue e urina. “tempo que passa e a verdade que some” Análises Toxicológicas – Amostras Sangue: Permite quantificações mais exatas. Os níveis sanguíneos geralmente se correlacionam melhor com os efeitos clínicos. Permite a determinação do agente tóxico no seu estado inalterado. Fornece uma determinação mais exata do tempo de exposição. Permite o acompanhamento da metabolização. Presença de muitos interferentes que dificultam a análise. Pequena janela de detecção. Análises Toxicológicas – Amostras Urina: Amostra de fácil coleta. Fornece um tempo maior de detecção do agente tóxico na forma de metabólitos. Possui menor número de interferentes endógenos. Apresenta menor correlação com efeito tóxico devido aos fatores fisiológicos que alteram taxa de excreção e volume urinário. Dificuldade em estimar o tempo decorrido e o grau de exposição ao agente tóxico. Pequena janela de detecção. Análises Toxicológicas – Amostras Como na investigação laboratorial das intoxicações agudas, o interesse é puramente clínico, o laboratório tem liberdade para selecionar a amostra mais apropriada, ao contrário das análises realizadas em Toxicologia Ocupacional e Forense, que devem obedecer a aspectos legais e questões jurídicas. Análises Toxicológicas – “Lei do caminhoneiro” Análises Toxicológicas – “Lei do caminhoneiro” Análises Toxicológicas – “Lei do caminhoneiro” Resolução 583 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) publicada em 24 de março de 2016 Regulamenta a Resolução 425/2012 do CONTRAN, e com base na Lei Federal 13.103 de 2 de março de 2015: a partir de 02 de março de 2016 todos os condutores habilitados nas categorias C, D e E (bem como os candidatos a obtenção dessas categorias), devem realizar exame toxicológico de larga janela de detecção para sua renovação ou alteração de categoria, obrigatoriamente em umlaboratório devidamente credenciado pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). O laudo contendo o resultado do exame deve ser apresentado para o médico credenciado pelo DETRAN no momento do exame de aptidão física e mental. Análises Toxicológicas – “Lei do caminhoneiro” Análise toxicológica de ampla janela = Análises Toxicológicas – “Lei do caminhoneiro” Análise toxicológica de ampla janela = Amostra: fio de cabelo ou unhas para detectar diversos tipos de drogas e seus derivados, como a cocaína (crack e merla), maconha e derivados, morfina, heroína, ecstasy, ópio, codeína, anfetamina e metanfetamina REBITES. O exame é capaz de detectar substâncias usadas em um período de tempo de três meses. Intoxicação – Sites de interesse www.fiocruz.br/sinitox www.ceatox.org.br www.sbtox.org.br http://www.fcm.unicamp.br/fcm/centro-de-controle-de-intoxicacoes-de-campinas-cci http://www.saude.ba.gov.br/ciave/ http://www.cit.rs.gov.br/ https://denatran.serpro.gov.br/ http://www.fiocruz.br/sinitox http://www.ceatox.org.br/ http://www.sbtox.org.br/ http://www.fcm.unicamp.br/fcm/centro-de-controle-de-intoxicacoes-de-campinas-cci http://www.saude.ba.gov.br/ciave/ http://www.cit.rs.gov.br/ https://denatran.serpro.gov.br/ Dúvidas? Obrigado! Prof. Me. Kalil Ribeiro kalil@uni9.pro.br