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NEUROANATOMOFISIOLOGIA ROTEIRO DE ESTUDOS 2 UNIDADE 2 Anatomia do sistema nervoso Seção 1- TECIDO NERVOSO Você sabia que as células do Sistema Nervoso (SN) envolvem interação química e elétrica? A sensação de dor, realizar um movimento, memória das experiências, são exemplos dessa interação. O nosso SN é muito complexo, muito mais do que um smartphone, a vasta rede de células nervosas é capaz de modificar e formar novas interações conforme estímulos recebidos. O SN possui duas classes distintas de células: glia com função de sustentação e neurônios, células nervosas que transmitem informações pelo axônio por sinais eletroquímicos chamados de potencial de ação. A células glia formam uma rede que sustenta os neurônios e transmitem informações. Elas podem ser classificadas em micróglia e macróglia. As micróglias funcionam como fagócitos, ativados após lesão, infecção ou doença, atuando como sistema imunológico do encéfalo. Os macróglios são os astrócitos, oligodendrócitos e células de Schwann. Os astrócitos se encontram em todo SN central com função de sinalização neuronal normal (função nutritiva) ou diante de alterações mecânicas. Já os oligodendrócitos e células de Schwann formam a Bainha De Mielina (BM) do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP), respectivamente. A mielina é um isolante para os neurônios protegendo-os do ambiente externo, importante para condução de informações. Você conhece a Síndrome de Este roteiro orientará a sua aprendizagem por meio da leitura de livros e artigos que cabem na sua rotina de estudos. Experimente esse recurso e aumente a sua habilidade de relacionar a teoria à prática profissional. No seu caminho de aprendizagem, você encontrará os seguintes tópicos: Texto de apresentação de cada leitura indicada; Links para acesso às referências bibliográficas. É importante ressaltar: o seu esforço individual é fundamental para a sua aprendizagem, mas você não estará sozinho nessa! 3 Guillain Barré? Esclerose Múltipla? São doenças que afetam a BM gerando a lentificação ou ausência da condução nervosa, trazendo sinais e sintomas, como deficiência motora e/sensorial. Os neurônios têm função de recepção, integração, transmissão e transferência de informação, sendo classificados do ponto de vista morfológico em bipolares e multipolares, e funcional: aferentes (trazem informação para o SNC), eferentes (retransmitem informação do SNC para músculos) e interneurônios (processam ou transmitem informações localmente), como no reflexo de retirada. De acordo com estrutura típica os neurônios possuem: soma (corpo celular), dendritos, axônio e terminal pré-sináptico. A partir da soma os dendritos recebem informação de outras células e o axônio é unidade transmissora, que se ramificam ao final da projeção terminando nos terminais pré-sinápticos. Os neurônios transmitem informações através de neurotransmissores liberados pelos terminais pré-sinápticos para a fenda sináptica que se difunde e se liga a receptores no neurônio pós-sináptico, seja músculo ou glândula. Referências e Link do material na Biblioteca Virtual e artigo BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 09 mai. 2019. LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: fundamentos para reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013. MARTINEZ, A. M. B.; ALLODI, S.; UZIEL, D. Neuroanatomia essencial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2396- 1/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 09 mai. 2019. KIM, Y. S.; JUNG, H. M.; YOON, B-E. Exploring glia to better understand Alzheimer’s disease. Animal Cells And Systems, v. 22, n. 4, 213–218, 2018. Disponível em: < https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/19768354.2018.1508498>. Acesso em: 15 mai. 2019. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00 4 Seção 2- SINAPSES Você se lembre da última vez que alguém te contou algo, essa informação foi passada a você da forma correta? Com os neurônios ocorre algo similar, eles fazem conexões específicas em sinapses, pontos especializados de comunicação entre neurônio e outro, uma célula muscular ou uma glândula, onde a informação é recebida e enviada corretamente. Para melhor entendimento vamos listar a ordem que ocorre os eventos de uma sinapse química ativada: 1. Potencial de ação (PA) chega ao terminal pré-sináptico; 2. Membrana do terminal pré-sináptica se despolariza, gerando abertura de canais de Ca++; 3. Influxo de Ca++ ao terminal neuronal, combinado à liberação de Ca++ por reservas intracelulares, desencadeia movimento de vesículas sinápticas para um local de liberação na membrana; 4. Vesículas sinápticas se fixam à membrana e depois se rompem, liberando neurotransmissores, que se difundem na fenda e assim, entram em contato com receptores na membrana pós-sináptica para se unirem aos receptores; 5. A forma dos receptores de membrana se altera: Abertura de um canal iônico ou ativação de mensageiros intracelulares associados ao receptor da membrana, sendo que estas alterações são ativadas pelas proteínas G que, por sua vez, foram ativadas por neuromoduladores. Qual a quantidade liberada de neurotransmissores? A quantidade está diretamente proporcional ao número de PA, mesmo sendo do tipo “tudo ou nada”. E, não se pode distinguir totalmente neuromoduladores de neurotransmissores, pois a acetilcolina (AC) e aminoácidos agem comumente como neurotransmissores, mas AC, glutamato e GABA podem funcionar também como neuromoduladores. As aminas, peptídeos, óxido nitroso são neuromuduladores, mas há evidências de agirem como neurotransmissores. Como no caso da substância P, responsável pela transmissão de dor, também pode ser responsável pela modulação nas síndromes dolorosas. Algumas drogas fazem papel de inibir (antagonista) ou liberar (agonista) neurotransmissores/neuromoduladores ou agir junto ao receptor. Você conhece a droga toxina botulínica (botox)? Ela é um antagonista neurotransmissor, impede que o estímulo chegue ao músculo hiperativo levando a paralisia local, com melhora dos movimentos funcionais. 5 Referências e Link do material na Biblioteca Virtual e artigo BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 09 mai. 2019. KIM, S. E. et al. Alpha1-adrenergic receptor antagonist tamsulosin ameliorates aging-induced memory impairment by enhancing neurogenesis and suppressing apoptosis in the hippocampus of old-aged rats. Animal Cells and Systems, v. 21, n. 6, 404–411, 2017. Disponível em: <https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/19768354.2017.1404492>. Acesso em: 15 mai. 2019. LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: fundamentos para reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013. MARTINEZ, A. M. B.; ALLODI, S.; UZIEL, D. Neuroanatomia essencial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2396- 1/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 09 mai. 2019. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00 6 Seção 3- ANATOMIA E DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO Caro aluno, o encéfalo é formado pelo cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O cérebro é composto pelo diencéfalo e Hemisférios Cerebrais (HC). Estessão marcados por sulcos e giros, sendo subdividido em seis lobos: frontal, parietal, temporal, occipital, límbico e insular. Toda superfície dos HC é formada por substância cinzenta (córtex cerebral), logo abaixo encontra-se a substância branca, axônios que ligam córtex a outras áreas do Sistema Nervoso Central (SNC), como as comissuras, onde ligam os córtex dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo, como o corpo caloso, e cápsula interna ligam áreas corticais as estruturas subcorticais e vice-versa. O Tronco Encefálico (TE) possui várias funções, algumas descritas na unidade 1, possui uma estrutura importante chamada de Formação Reticular (FR), rede neural complexa que inclui núcleos reticulares que regulam a atividade neural em todo SNC, e cada um produz um neuromodulador. Os principais núcleos são: área tegmentar ventral (dopamina), núcleo pedunculopontino (acelticolina), núcleos da rafe (serotonina), locus ceruleus (norepinefrina). As atividades desses neurônios influenciam atividades não só do TE e no cérebro e cerebelo, mas também na Medula Espinhal (ME). A ME é contínua com a medula oblonga e se estende até espaço intervertebral L1-L2. Como a ME não está presente abaixo desse nível raízes longas são necessárias para os axônios do fim da medula saírem da coluna lombossacra, formando a cauda equina. As raízes ventrais (motora) saem da ME ântero-lateral e enviam informações à periferia, já as dorsais (sensorial) penetram na ME póstero-lateral e trazem informações para a ME. Cada raiz dorsal possui um gânglio que está fora da ME. Internamente a ME consiste em substância branca dividida em coluna dorsal, lateral e anterior, e substância cinzenta ao centro, em formato de H, dividida em regiões: corno dorsal, lateral e ventral. A partir do nervo espinhal, localizado na ME, inicia o sistema nervoso periférico, os nervos periféricos suprem órgãos ou estruturas somáticas, estes na maioria consistem em axônios sensoriais, motores e autônomos. Axônios periféricos são classificados de acordo com velocidade de condução e diâmetro, por letras (A, B, C) que se aplica a axônios aferentes e eferentes, e por numerais romanos para axônios aferentes, por exemplo, um axônio aferente Ia inerva fuso e Ib o Órgão Tendinoso de Golgi (OTG), já o axônio aferente C leva informação de dor lenta. 7 Referências e Link do material na Biblioteca Virtual e artigo BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 09 mai. 2019. HO, D. H. el al. G2019s LRRK2 promotes mitochondrialfission and increases TNFα-mediated neuroinflammation responses. Animal Cells and Systems, v. 23, n. 2, 106–111, 2019. Disponível em: <https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/19768354.2019.1585948>. Acesso em: 14 mai. 2019. LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: fundamentos para reabilitação. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2013. MARTINEZ, A. M. B.; ALLODI, S.; UZIEL, D. Neuroanatomia essencial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Link do material na BV: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2396- 1/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em: 09 mai. 2019. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714331/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2396-1/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2396-1/cfi/6/2!/4/2/2@0:0