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ESTADO DE SANTA CATARINA 
PODER JUDICIÁRIO 
Comarca da Capital 
3ª Vara Criminal
Endereço: Rua Gustavo Richard, 434, Fórum, Centro - CEP 88010-290, Fone: (48), Florianópolis-SC - E-mail: 
capital.criminal3@tjsc.jus.br
Autos n° 0004733-33.2019.8.24.0023 
Ação: Ação Penal - Procedimento Ordinário/PROC 
Autor: Ministério Público do Estado de Santa Catarina 
Réu: André de Camargo Aranha 
Vistos para sentença.
I Relatório.
O representante do Ministério Público em exercício nesta 
Unidade ofereceu denúncia contra André de Camargo Aranha, já qualificado nos 
autos, dando-o como incurso nas sanções do artigo 217-A, §1º, segunda parte, do 
Código Penal, tendo em vista os atos delituosos assim narrados na peça acusatória 
(fls. 1328-1330):
"No dia 15 de dezembro de 2018, entre as 22h25min e 22h31min, no 
estabelecimento comercial Café de La Musique, situado na Avenida dos 
Merlins, Posto 1B, Jurerê Internacional, nesta Cidade e Comarca, o 
denunciado André de Camargo Aranha manteve conjunção carnal com a 
vítima Mariana Borges Ferreira, que não possuía condições de oferecer 
resistência ao ato.
Emerge do caderno investigativo que a esta serve de base que, na data 
assinalada, num dos bangalôs do estabelecimento Café de La Musique, 
durante o evento Music Sunset, o denunciado conheceu a ofendida, a qual 
prestava serviço de embaixadora para a referida casa de festas3.
Assim foi que, às 22h25min, ciente de que Mariana era incapaz de oferecer 
resistência, haja vista que, por volta das 20h, em circunstâncias que serão 
esclarecidas no decorrer da instrução criminal, foi-lhe ministrada substância 
que alterou seu discernimento, o denunciado André, com o objetivo de 
satisfazer sua concupiscência, conduziu a vítima ao camarote número 403, 
situado no segundo piso do estabelecimento, cujo acesso era restrito ao 
público comum, local em que manteve com a ofendida relação sexual não 
consensual, da qual resultou em ruptura Himenal4.
Diante de seu acentuado estado de incapacidade, Mariana sequer 
compreendeu o ato ao qual foi submetida, de modo que, por volta das 
22h31min, deixou o camarote e desceu as escadas, retornando à festa em 
busca das pessoas que a acompanhavam, as quais, contudo, já não 
estavam mais no recinto.
O denunciado desceu logo atrás da vítima, também regressando ao evento, 
onde encontrou seus amigos e, com eles, deslocou-se ao restaurante 
Shack, localizado no mesmo Bairro.
Sem memória do ocorrido em virtude da substância involuntariamente 
ingerida, a qual viabilizou a ocorrência do crime, a vítima apenas se 
conscientizou dos fatos em sua residência, onde constatou a presença de 
sangue e sêmen em sua roupa íntima."
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fls. 3602
ESTADO DE SANTA CATARINA 
PODER JUDICIÁRIO 
Comarca da Capital 
3ª Vara Criminal
Endereço: Rua Gustavo Richard, 434, Fórum, Centro - CEP 88010-290, Fone: (48), Florianópolis-SC - E-mail: 
capital.criminal3@tjsc.jus.br
O Inquérito Policial (finalizado) aportou às fls. 757-1208, e com 
ele:
a) Boletim de Ocorrência (fls. 759);
b) Termo de declaração da vítima (fls. 760/761, 884) e termo 
de representação criminal (fl. 762);
c) Termo de Exibição e Apreensão (fl. 982);
d) Termos de Depoimentos de: Jéssica Weiss Raulino Ramos 
(fls. 772-774), Enya Cota Silva Sanchez (fls. 776-777, 949), Gian Pierre Ribeiro (fls. 
778-779), Sabrina Camargo Leite (fls. 780-781, 1034), Luciane Aparecida Borges 
(fls. 793-794, 865), Waltton Souza Rabbib (fl. 797), Franciely Amaral (fl. 799, 948), 
Sidiney Macedo Júnior (fls. 800-801), Alizandra Camargo Gonçalves (fl. 814), 
Fernanda Gonçalves de Souza (fls. 863-864), Vanessa Caparica de Souto (fl. 878), 
Daiane Bonini dos Santos (fl. 989), Natalia Veríssimo Braga (fl. 990), Vitoria 
Faustino (fl. 991), Ana Bruna Avila Ferraz de Andrade (fl. 992), Roger Rodrigues da 
Silva (fl. 1005), Gabriel Ohana Marques Azzini (fl. 1011), Valeria Rodrigues 
Landerdahl (fl. 1022), Thayse Patrícia Kraus (fl. 1023), André Moretzsohn Portella 
da Costa (fl. 1024), Nicole Feuser (fl. 1028);
e) Termo de Interrogatório de André de Camargo Aranha (fl. 
980);
f) Auto de Entrega (fl. 1126-1127);
g) Relatório Circunstanciado (fls. 1014-1021, 1142-1145);
h) Documentos que incluem fotos, mensagens, dentre outros 
(fls. 301-350, 474-528, 1217-1221, 1273-1305, 1342-1364);
i) Relatório do Inquérito (fls. 1178-1208).
Ainda, os Laudos Periciais:
a) Laudo Pericial de Lesões n. 9400.2018.6665 (fls. 764-765);
b) Laudo Pericial de Pesquisa de Esperma n. 9200.18.12406 
(fls. 816-818);
c) Laudo Pericial de Dosagem Alcoólica e Exame Toxicológico 
n. 9200.18.12289 (fls. 880-882) e esclarecimentos complementares (fls. 832);
d) Laudo Pericial em DNA n. 9200.19.04884 (fls. 1114-1115);
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e) Laudo Papiloscópico n. 9100.19.01932 (fl. 1117-1125);
f) Laudo Pericial em Aparelho Celular n. 9100.19.2011 (fls. 
1151-1157);
g) Laudo Pericial em Computador n. 9100.19.2018 (fls. 
1158-1160).
Certificados os antecedentes criminais do acusado André de 
Camargo Aranha (fls. 1876, 1901-1914 e 1949-1951).
O acusado constituiu Defesa (Procuração à fl. 292 e 
substabelecimento à fl. 447)
A Autoridade Policial representou pela apreensão do 
passaporte e busca e apreensão em desfavor do acusado André de Camargo 
Aranha (fls. 192-197). Instado, o Ministério Público manifestou-se favorável à 
representação (fls. 213-215).
Às fls. 216-218 este Juízo acolheu a representação da 
Autoridade Policial e, para tanto, determinou: a) A proibição do ora investigado 
André de Camargo Aranha ausentar-se do país; b) A expedição de mandado de 
busca e apreensão na bagagem pessoal do investigado André de Camargo Aranha, 
bem como busca/revista pessoal, para a apreensão de objetos pessoais, para a 
coleta de material biológico (fls. 216-218). À fl. 407 foi entregue em Juízo o 
passaporte do acusado.
Às fls. 227/228, através de procurador, o estabelecimento 
comercial T&T Gastronomia LTDA (Café De La Musique), pugnou pela habilitação 
nos autos, na condição de terceiro interessado. Às fls. 285/286 foi indeferido o 
pleito. 
Em seguida, a vítima Mariana Borges Ferreira, por meio de 
seu defensor, requereu diligências: a) a habilitação como assistente de acusação; 
b) a realização de perícia nas imagens fornecidas pelo estabelecimento "Café de La 
Musique", a fim de constatar possível manipulação das imagens; c) a reinquirição 
das testemunhas e do perito em Juízo; d) a requisição ao estabelecimento Shack 
das imagens do investigado André de Camargo Aranha, além de Roger Rodrigues 
da Silva e Roberto Marinho Neto, na noite dos fatos; e e) a manutenção do 
armazenamento das roupas da vítima no Instituto Geral de Perícias (fls. 296-300 e 
400-401).
A Defesa do acusado André de Camargo Aranha, por meio 
de defensor constituído, requereu,em suma: a) a reconsideração da de decisão de 
fls. 216-218; b) pela requisição à Promotoria das mídias entregues em Gabinete no 
dia 05/06/2019; c) pela análise da tipicidade da conduta ora apurada (fls. 351-397).
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capital.criminal3@tjsc.jus.br
Às fls. 409/415 a Autoridade Policial representou pela busca e 
apreensão em desfavor do acusado, a ser cumprido em sua residência. Intimado, o 
Ministério Público manifestou-se favorável à representação. Às fls. 432/434 e 460 
este Juízo acolheu a representação e deferiu a busca e apreensão na residência do 
acusado, para fins de apreensão de objetos necessários à prova das infrações 
penais e demais elementos de convicção, bem como apreensão de objetos 
pessoais que permitam a colheita de material biológico para comparação.
Em seguida, o Ministério Público manifestou-se acerca das 
petições de fls. 296-300, 400-401 (vítima), 351-397 e 448-454 (acusado). Na 
oportunidade, pugnou: a) pelo indeferimento, por ora, do pleito de habilitar a vítima 
como assistente de acusação; b) pelo indeferimento do pleito de perícia nas 
imagens fornecidas pelo estabelecimento Café de La Musique; c) pelo 
indeferimento do pleito de inquirição das testemunhas e do perito Gabriel Ohana 
Marques Azzini em Juízo; d) que não se opõe ao pedido de fornecimento de 
imagens ao restaurante Shack. De igual forma, quanto aos pedidos do acusado, 
manifestou-se: a) pelo deferimento do pedido de reconsideração da decisão de fls. 
216-218; b) quanto ao pedido de análise da tipicidade, asseverou que não é o 
momento para deliberação; c) comunicou que juntou um pen-drive com as mídias 
mencionadas na petição sob análise. Por fim, requereu a realização, por parte do 
Instituto Geral de Perícias, de laudo de levantamento detalhado do estabelecimento 
Café de La Musique, em especial na área restrita em que os fatos supostamente 
ocorreram. Por fim, o Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do pedido 
de revogação da medida cautelar fixada às fls. 216-218 (fls. 439-442 e 568).
Às fls. 593-595, este Juízo: a) indeferiu, por ora, o pleito de 
habilitação de assistente de acusação formulado pela Defesa da vítima; b) em 
relação às demais diligências formuladas pela vítima, em específico perícia nas 
imagens fornecidas pelo estabelecimento Café de La Musique e inquirição das 
testemunhas e do perito Gabriel Ohana Marques Azzini em Juízo, indeferiu os 
pleitos; c) deferiu o pleito de fls. 400/401 e, para tanto, mandou oficiar ao 
Restaurante Shark para que forneça as imagens referentes ao dia dos fatos; c) 
determinou a preservação de todo o material coletado para realização dos laudos; 
d) indeferiu os pedidos formulados pelo investigado André de Camargo Aranha (fls. 
351/373 e 425/431);
Às fls. 531-565, Autoridade Policial pugnou, em suma: a) pela 
prisão temporária do acusado; b) quebra do sigilo e interceptação telefônica; c) 
quebra de sigilo de dados telemáticos. Instado, o Ministério Público manifestou-se 
favorável à representação (fls. 569-578). 
À vista disso, este Juízo: a) decretou a prisão temporária do 
ora representado André de Camargo Aranha; b) deferiu o pedido da autoridade 
policial e determinou que a empresa VIVO S.A. forneça os dados relativos às 
chamadas, mensagens recebidas/enviadas e localizações da estação rádio base 
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em tempo real do ramal do acusado; c) determinou a quebra dos dados cadastrais 
e telemáticos das contas de e-mail do acusado (fls. 586-592).
O acusado André de Camargo Aranha, por meio de defensor, 
requereu a revogação da prisão temporária (fls. 612-615).
O Ministério Público manifestou-se pelo indeferimento do 
pedido de revogação da prisão temporária (fls. 626-629).
Às fls. 640-642, este Juízo indeferiu os pedidos formulados 
pelo acusado e, em consequência, manteve a prisão temporária.
Os pedidos de busca e apreensão foram cumpridos às fls. 
644-666.
O acusado impetrou ordem de Habeas Corpus, com pedido 
liminar (fls. 676-691), o qual foi indeferido em decisão monocrática (fls. 692-697). 
Conquanto, o eg. Tribunal de Justiça de Santa Catarina, posteriormente, deferiu a 
ordem (fl. 750), para fim de revogar a prisão temporária do acusado. Por tal, foi 
expedido contramandado de prisão em 18 de julho de 2019 (fl. 754).
Às fls. 708-721, a Autoridade Policial pugnou pela quebra se 
sigilo de dados telemáticos do acusado. Instado, o Ministério Público manifestou-se 
pelo deferimento da representação (fls. 725-728). Concluso os autos, este Juízo 
deferiu a quebra de sigilo telemático (fls. 733-736).
Informações acerca da quebra às fls. 741-745 e 1242-1245.
O Inquérito Policial foi concluído e apresentado às fls. 
758-1208. Em seu relatório, a Autoridade Policial representou pela prisão preventiva 
do acusado (fls. 1178-1208).
A vítima, por meio de defensor constituído, requereu: a) o 
oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público; b) a citação do acusado; 
c) a produção das provas admitidas; d) a prisão preventiva de André, Roberto e 
Roger; e) a condenação do acusado; f) a fixação de valor de indenização (fls. 
1248-1272).
O Ministério Público ofereceu denúncia às fls. 1328-1330, na 
data de 25 de julho de 2019. Na oportunidade, pugnou: a) ampliação do número de 
testemunhas para além daquele previsto em lei; b) levantamento do sigilo das 
peças protocoladas em forma sigilosa no curso do inquérito policial; c) expedição de 
ofício à Autoridade Policial para que encaminhe a resposta da quebra de sigilo dos 
dados armazenados do denunciado; d) requerimento judicial ao estabelecimento 
Shack, a fim de que ofereça as imagens solicitadas; e) a fixação de medidas 
cautelares diversas da prisão, com o consequente indeferimento do pedido policial 
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de prisão preventiva do acusado; f) a certificação dos antecedentes criminais do 
acusado(fls. 1313-1321).
A denúncia foi recebida em 31 de julho de 2019. Na mesma 
oportunidade, este Juízo: a) indeferiu o pleito do Parquet de ampliação do número 
de testemunhas; b) indeferiu o pedido de prisão preventiva do acusado e, em 
consequência, fixou medidas cautelares alternativas; c) determinou que se oficie ao 
estabelecimento Shack, para que ofereça as imagens referentes ao dia dos fatos; d) 
determinou o o levantamento do sigilo das peças protocoladas em forma sigilosa 
(fls. 1365-1369).
A defesa do acusado pugnou pela reabertura do prazo para 
oferecimento da Resposta à Acusação (fls. 1888-1889).
Às fls. 1890-1892, o Ministério Público retificou o rol de 
testemunhas apresentado. Ainda, manifestou-se pelo indeferimento do pleito de 
defesa de reabertura do prazo para apresentação da Resposta à Acusação.
Ademais, irresignado com a decisão de fls. 1365-1369, o 
parquet interpôs Recurso em Sentido Estrito, requerendo: que seja reformada a 
decisão que fixou medidas cautelares diversas da prisão ao acusado, a fim de que, 
além daquelas estabelecidas, seja fixado o comparecimento quinzenal em Juízo 
para justificar suas atividades, bem como determinada a proibição de o acusado 
frequentar bares e festas e o seu recolhimento domiciliar no período noturno (fls. 
1893-1900). O Recurso foi recebido à fl. 1915 e seu julgamento corre em apenso 
sob o n. 0010705-81.2019.8.24.0023.
Em seguida, este Juízo, em suma: a) indeferiu o pedido 
formulado pelo estabelecimento Café de La Musique de fls. 1336-1338, a fim que 
tenha acesso aos autos; b) indeferiu o pleito de defesa acerca do restabelecimento 
do prazo da Resposta à Acusação (fls. 1915-1916).
À fl. 1934 a vítima, através de advogado constituído (fl. 283), 
pugnou pela habilitação de como assistente de acusação. Instado, o Ministério 
Público manifestou-se favorável (fl. 1940). À fl. 1942, este Juízo deferiu o pleito de 
habilitação da vítima como assistente de acusação (fl. 1942).
Citado (fl. 2267), o acusado, por meio de seu defensor (fl. 
447), apresentou resposta à acusação, requerendo: a) o reconhecimento da inépcia 
denúncia, por violação ao art. 41 do CPP, rejeitando-se a vestibular acusatória, com 
fundamento no art. 395, I, do mesmo Diploma Legal; b) o reconhecimento da 
ausência de justa causa para o exercício da ação penal; c) no mérito, a absolvição 
do acusado (fls. 1954-1980). Juntou documentos (fls. 1981-2028).
Instado, o Ministério Público manifestou às fls. 2032-2036.
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fls. 3607
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Recebida a Resposta à Acusação e, não sendo o caso de 
absolvição sumária, foi designada audiência de instrução e julgamento para o dia 
31.10.2019, às 14horas (fls. 1365-1369).
A assistente de acusação apresentou impugnação no tocante 
à peça de resposta à acusação (fls. 2101-2109), pugnando pela prisão preventiva 
do acusado. Juntou documentos (fls. 2110-2177). Instado, o Ministério Público 
manifestou-se contrário ao pleito (fls. 2190-2192). O pleito foi indeferido por este 
Juízo (fls. 2220-2222).
Às fls. 2465-2466 foi deferido pleito de restituição dos bens 
apreendidos do acusado e indeferido o pleito e quebra do sigilo dos dados 
telefônico da vítima.
Às fls. 2497-2501 foi apresentado resposta aos quesitos 
complementares formulado pelas partes, referente ao Laudo Pericial n.º 
9400.2019.5424.
Seguiu-se a instrução criminal com a produção de prova oral, 
oportunidade que foi colhido o depoimento de 8 testemunhas (Fabio, Waltton, 
Sidiney, Franciely, Sabrina, Gian, Roger e Roberto), a vítima e 1 informante 
(genitora da vítima) arroladas pela acusação, além de 4 testemunhas (Jéssica, 
Enya, Karen e Mirella) arroladas pela defesa. Ato contínuo foi realizado o 
interrogatório do acusado, sendo os depoimentos gravados em meio audiovisual 
(fls. 2356-2357, fls. 2643-2644, fls. 2666-2667, fl. 3233, fl. 3239, fl.3339-3340, fl. 
3343, fl. 3344). As partes declinaram de produções de diligências do art. 402 do 
CPP.
Encerrada a instrução as partes apresentaram alegações finais 
por memoriais.
O Ministério Público, em alegações finais, pugnou pela 
improcedência dos pleitos formulados na denúncia, para fim de absolver o réu 
André de Camargo Aranha, no tocante ao delito de estupro de vulnerável (art. 217-
A, § 1º, do Código Penal), com fulcro no art. 386, III, do Código de Processo Penal 
(fls. 3399/3489).
A defesa, por fim, em alegações finais pugnou pela absolvição 
do acusado com fundamento no art. 386, inc. III, do CPP (fls. 3501/3580).
Após regularização da representação processual (fls. 
3498/3499), o assistente de acusação apresentou alegações finais às fls. 
3585/3596, pugnando pela condenação do réu por estupro de vulnerável, haja vista 
que devidamente comprovado nos autos a materialidade e autoria do crime 
imputado na peça acusatória.
Intimada a Defesa do acusado, ratificou as alegações finais 
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apresentadas às fls. 3501/3580, pugnando pela absolvição do acusado, nos termos 
do art. 386, III, do CPP (fls. 3599/3600).
É o relatório. Fundamento e decido.
II Fundamentação.
Trata-se de ação penal pública incondicionada proposta pelo 
Ministério Público em face de André de Camargo Aranha, por meio da qual lhe é 
imputado o crime de estupro de vulnerável, tipificado no art. 217-A, § 1º, do Código 
Penal.
Nada obstante, em sede de alegações finais (fls. 3399/3489), o 
Ministério Público pleiteou a improcedência total da denúncia, com a absolvição do 
acusado pela prática do crime imputado na inicial acusatória, ao argumento de que 
não há provas suficientes da materialidade do delito.
De fato, após detida análise do caderno probatório, verifico que 
não há elementos suficientes ao amparo de um decreto condenatório. 
Inicialmente, importante destacar que a Constituição da 
República, ao organizar a estrutura do Poder Judiciário e acometer ao Ministério 
Público o lugar de acusador no processo penal, com a defesa no oposto, com a 
finalidade de garantir o contraditório, deixou o juiz no lugar de espectador, ou seja, 
sem qualquer pretensão probatória na gestão da prova (MIRANDA COUTINHO, 
Jacinto Nelson de. Crítica à teoria geral do Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2001).
Outrossim, a realização do Processo Penal acusatório é 
acolhida como tarefa democrática inafastável, não se confundindo com as meras 
formas processuais, mas sim como procedimento em contraditório (Cordero e 
Fazzalari), produzindo significativas alterações no modelo utilizado no Brasil 
(MORAIS DA ROSA, Alexandre. Decisão Penal: a bricolage de significantes. Rio de 
Janeiro:Lumen Juris, 2005.)
Nesse pensar, o papel desempenhado pelo juiz e pelas partes 
deve ser acompanhado de "garantias orgânicas" e "procedimentais", consistindo na 
diferenciação marcante entre os modelos, consoante acentua Ferrajoli:
Pode-se chamar acusatório todo sistema processual que tem o 
juiz como um sujeito passivo rigidamente separado das partes 
e o julgamento como um debate paritário, iniciado pela 
acusação, à qual compete o ônus da prova, desenvolvida com 
a defesa mediante um contraditório público e oral e 
solucionado pelo juiz, com base em sua livre convicção. 
Inversamente, chamarei inquisitório todo sistema processual 
em que o juiz procede de ofício à procura, à colheita e à 
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avaliação das provas, produzindo um julgamento após uma 
instrução escrita e secreta, na qual são excluídos ou limitados 
o contraditório e os direitos da defesa (FERRAJOLI, Luigi. 
Direito e Razão. São Paulo: RT, 2001, p. 452).
A separação das funções do juiz em relação às partes se mostra 
como exigida pelo 'princípio da acusação', não podendo se confundir as figuras, sob 
pena de violação da garantia da igualdade de partes e armas. Deve haver paridade 
entre defesa e acusação, violentada flagrantemente pela aceitação dessa confusão 
entre acusação e órgão jurisdicional. 
Entendida nesse sentido, a garantia da separação representa, de 
um lado, uma condição essencial do distanciamento do juiz em relação às partes 
em causa, que é a primeira das garantias orgânicas que definem a figura do juiz, e, 
de outro, um pressuposto do ônus da contestação e da prova atribuídos à 
acusação, que são as primeiras garantias procedimentais da jurisdição, conforme 
Ferrajoli. 
Acrescente-se que a acusação precisa ser "obrigatória" no sentido 
de evitar ponderações discricionárias condições subjetivas de proceder do 
órgão acusador, tutelando o 'princípio da igualdade de tratamento' estatal e, ainda, 
que esse órgão deve ser público e dotado das mesmas garantias orgânicas do 
julgador. A assunção do modelo eminentemente acusatório, segundo Binder, não 
depende do texto constitucional que o acolhe, em tese, no caso brasileiro, apesar 
de a prática o negar , mas sim de uma "auténtica motivación" e um "compromiso 
interno y personal" em (re)construir a estrutura processual sobre alicerces 
democráticos, nos quais o juiz rejeita a iniciativa probatória e promove o processo 
entre partes (acusação e defesa) (BINDER, Alberto M. Iniciación al Proceso 
Penal Acusatorio. Campomanes: Buenos Aires, 2000, p. 7). 
Com isso bem posto, não há qualquer possibilidade de o juiz 
condenar quando o representante do Ministério Público requer a absolvição. 
Proceder dessa forma seria uma fraude ao sistema acusatório, inclusive, frente à 
positivação recente de tal sistema em nosso ordenamento jurídico (art. 3º-A, do 
CPP). 
De qualquer sorte, indiferente do posicionamento que se siga, fato é 
que razão assiste ao órgão do Ministério Público, porquanto as provas que 
instruem os autos são demasiadamente frágeis para embasar o decreto 
condenatório.
Para tanto, explico.
Ao acusado é imputado o crime de estupro de vulnerável tipificado 
no art. 217-A, § 1º, do Código Penal, o qual dispõe:
"Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
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libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei 
nº 12.015, de 2009).
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela 
Lei nº 12.015, de 2009).
§ 1 o Incorre na mesma pena quem pratica as ações 
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode 
oferecer resistência.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009 – 
grifou-se)"
Sobre o tipo penal, leciona Rogério Greco, "O dolo é o elemento 
subjetivo necessário ao reconhecimento do delito de estupro de vulnerável, 
devendo abranger as características exigidas pelo tipo do art. 217-A do Código 
Penal, vale dizer, deverá o agente ter conhecimento de que a vítima é menor de 
14 (catorze) anos, ou que esteja acometida de enfermidade ou deficiência 
mental, fazendo com que não tenha o discernimento necessário para a prática 
do ato, ou que, por outra causa, não possa oferecer resistência. Se, na 
hipótese concreta, o agente desconhecia qualquer uma dessas características 
constantes da infração penal em estudo, poderá ser alegado o erro de tipo, 
afastando-se o dolo e, consequentemente, a tipicidade do fato". (Greco, Rogério. 
Curso de Direito Penal: parte especial, volume III. 14ª ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017 
– pag. 153).
Sobre a vulnerabilidade, por sua vez, adverte Masson:
"A vulnerabilidade tem natureza objetiva. A pessoa é ou 
não vulnerável, conforme reúna ou não as peculiaridades 
indicadas pelo caput ou pelo § 1.º do art. 217-A do Código 
Penal. Com a entrada em vigor da Lei 12.015/2009 não há 
mais espaço para a presunção de violência, absoluta ou 
relativa, na seara dos crimes sexuais.
No entanto, nada impede a incidência do instituto do erro 
do tipo, delineado no art. 20, caput, do Código Penal, no 
tocante ao estupro de vulnerável, e também aos demais 
crimes sexuais contra vulneráveis. Com efeito, o erro 
sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime não se 
confunde com a existência ou não da vulnerabilidade da 
vítima.
[...] Como não foi prevista a modalidade culposa do 
estupro de vulnerável, o fato é atípico. Esta conclusão é 
inevitável, inclusive na hipótese de inescusabilidade do erro, 
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em face da regra contida no art. 20, caput, do Código Penal". 
(MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado, vol. 3: parte 
especial, arts. 213 ao 359-H. 7. ed. rev., atual. e ampl. São 
Paulo: Método, 2017, p. 72-73). 
Portanto, para a configuração do tipopenal do art. 217-A, §1º, 
segunda parte, do Código Penal é necessário que a vítima, por qualquer motivo, 
não tenha condições físicas ou psicológicas de oferecer resistência à investida do 
agente criminoso, bem como haja dolo na conduta do agressor e ciência da 
vulnerabilidade que acomete a vítima.
Frente a tais lições, é indubitável que André de Camargo Aranha 
somente poderia ser condenado pela prática do crime em análise se restasse 
comprovado que naquela ocasião Mariana Borges Ferreira não tinha o necessário 
discernimento para a prática do ato sexual, em razão da vulnerabilidade decorrente 
da ingestão de substância ilícita/desconhecida ou mesmo de embriaguez.
No ponto, é de extrema importância destacar que Mariana Borges 
Ferreira contava com 21 (vinte e um) anos na data dos fatos (fl. 02). Logo, sendo a 
ofendida maior de 14 (quatorze) anos, além de não apresentar enfermidade ou 
deficiência mental, a vulnerabilidade a ser reconhecida deixa de ser pelo critério 
biológico, mas pelo estado anímico em que a vítima se encontrava na data do fato, 
a ponto de ser tolhida de sua capacidade de resistência.
Como se vê a controvérsia reside no consentimento ou na ausência 
dele, eis que a ofendida, em tese, não teria discernimento para tanto. Todavia, a 
ausência de consentimento por parte da vítima, decorrente da impossibilidade de 
oferecer resistência (pela ingestão de substância ou embriaguez) não ficou 
demonstrada.
Isto posto, de forma resumida, consta da denúncia que no dia 15 
de dezembro de 2018, entre as 22h25min e 22h31min, no estabelecimento 
comercial Café de La Musique, situado na Avenida dos Merlins, Posto 1B, Jurerê 
Internacional, nesta Cidade e Comarca, o denunciado André de Camargo Aranha 
manteve conjunção carnal com a vítima Mariana Borges Ferreira, que não possuía 
condições de oferecer resistência ao ato, haja vista que teria ingerido substância 
involuntariamente, a qual viabilizou a ocorrência do crime, a vítima apenas se 
conscientizou dos fatos em sua residência, onde constatou a presença de sangue e 
sêmen em sua roupa íntima.
In casu, não se desconhece que há provas da materialidade e da 
autoria, pois o laudo pericial confirmou a prática de conjunção carnal e ruptura 
himenal recente (fls. 764/765), também não se ignora que a ofendida havia ingerido 
álcool. Contudo, pela prova pericial e oral produzida considero que não ficou 
suficientemente comprovado que Mariana Borges Ferreira estivesse alcoolizada – 
ou sob efeito de substância ilícita – , a ponto de ser considerada vulnerável, de 
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modo que não pudesse se opor a ação de André de Camargo Aranha ou oferecer 
resistência.
Para tanto, o exames de alcoolemia e toxicológico (fls. 880/882) 
apresentaram resultado negativo:
Inclusive, sobre o resultado do laudo pericial, os Peritos Jair 
Silveira Filho e Bruna de Souza Boff, esclareceram que (Ofício n.º 87/2019 – fl. 
892):
 
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Ademais, além do resultado negativo dos laudos periciais, tirando o 
relato da mãe da vítima, o relato das demais testemunhas vão de encontro aos 
fatos articulados na peça acusatória e, principalmente, frente à versão apresentada 
pela vítima, Maria Borges Ferreira, que assim relatou os fatos (Termo audiovisual 
de fls. 3233, 3239 (mídia), 3339/3340 e 3343 (mídia):
"Que foi contratada para trabalhar no estabelecimento Café como 
divulgadora do local, era influenciadora e modelo; Que já tinha feito dois eventos 
antes dos fatos; Que como divulgadora somente foi duas vezes, mas já foi em outras 
oportunidades; Que já fez outros eventos, pelo grupo Uol; Que foi ao local menos que 
5 vezes; Que nas demais foi apenas para almoço; Que no dia dos fatos bebeu uma 
doce de Gin, consta da sua comanda; Que não se encontrou com rapaz, chegou 
com a Vanessa, ela lhe buscou em casa, tem provas; Que chegaram, logo em 
seguida chegou Sidnei, seu amigo, homossexual; Que “era” amigo, infelizmente não 
tinha amigos ali; Que chegou Sidnei, Sabrina, Fernanda e Elizandra, estes que 
estavam na mesa; Que na oportunidade bebeu água com limão, tem provas 
disso, comanda e filmagem; Que era umas 17 horas, foram fotografar no deque, 
depois retornaram para dentro; [pausa]; Que havia a comanda do almoço e o 
cartão de consumo, sua bebida foi pega com o cartão de consumo, entregou 
para o delegado; Que na hora do almoço, todos consumiram, nem assinou a 
comanda, foi Jessica que assinou, o que acha estranho ela ter assinado uma 
coisa por si; Que de bebida alcoólica, somente tomou um Gin; Que o Gin tomou 
por volta das 19horas; Que anteriormente, tomou água; Que só tem uma 
comanda, a outra foi a Jessica que assinou, não há nada de bebida alcoólica 
nesta; [pausa] Que, antes dos fatos, estava dopada, teve um lapso temporal de 
memória, não sabe de nada depois da Sabrina lhe puxar para tirar uma foto no 
bangalô; Que só lembra de chamar Fernanda pelo Whatsapp; Que os fatos foram 
antes das 22:25horas, acredita que era perto das 19:30 horas, estava claro, não tinha 
escorrecido; Que tem a prova do Whatsapp, da conversa com Fernanda; Que só 
recorda dos fatos ate as 19:30horas, depois disso não recorda, teve um lapso 
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de memória; Que, depois, só lembra que estava descendo uma escada escura, 
parecia que estava voando, só queria sair dali; Que tinha um segurança na porta; 
Que, apenas queria saber porque estava sozinha, porque seus amigos tinha lhe 
abandonado, não tinha noção do lugar que estava; Que o local, aparentemente 
parece ser um camarim, segundo as fotos e filmagem; Que, as 19horas, não estava 
com ele, não conhece o acusado, que ele não se aproximou de si quando estava 
normal; Que não estava com ele antes das 19:30horas; Que não estava com a 
testemunha Roger, nem conhecia; Que quem falou de Roger, foi a Bruna, que 
falou sobreele; Que não conhecia Roberto Marinho, foi Bruna que comentou sobre 
ele; Que so conhece por imagem; Que antes das 19:30horas, não estava com 
homem nenhum, só Sidnei, que homossexual; Que há câmeras por todo os 
estabelecimento, foram obstruídas; Que almoçou com Vanessa, Sidnei, Elizandra, 
Sabrina e Fernanda; Que hoje, percebe que já estava alterada mais cedo, estava 
com uma sensação estranha no horário do almoço; Que antes das 19:30horas, 
lembra que chegou com Vanessa por volta da 15:30horas, depois chegou Sidnei, 
Sabrina, Elizandra e Fernanda, sentaram na mesa, pediram almoço, demorou um 
pouco; Que tinha um mágico; Que o mágico fez algumas mágicas, tocava na mão 
pedia para fechar os olhos, tem vídeos, hoje está desconfiada do mágico deveria ter 
ido depor na delegacia, como outros; Que tem vídeo gravados; Que depois do 
almoço, foi até o deque para fotografar, eles também, sempre ao seu redor, 
também estavam fotografando; Que depois todos desapareceram; Que depois 
disso, voltaram para dentro, pediu um sorvete e um Gin; Que, depois de tomar o 
sorvete, pegou o Gin e foi para a piscina, que na piscina estava Jéssica, atrás 
de si, Sabrina também com uma bolsa; Que, nesta hora, estranhamente o Duda 
Tedesco começa a grava e parou a gravação em si; Que depois dos fatos começaram 
a investigar e reconheceram as pessoas, sua mãe investigou; Que as filmagens 
pararam em si, bem estranho; Que depois, a Sabrina lhe puxa pelo braço para 
tirar uma foto no bangalô 403, não tinha ninguém, mas era o bangalô exclusivo 
dos sócios; Que depois mandou mensagem para Fernanda e não recorda de 
mais nada; Que, de bangalô só tem esse, outros são camarotes; Que esse 
bangalô 403 é exclusivo dos sócios; Que não tem certeza dos horários, tem que 
ver pelo registro do Whatsapp; Que depois das 19:30horas só lembra de estar 
descendo as escadas; Que, não estava raciocinando, foi uma sensação que 
perdurou até o outro dia, somente a noite, do outro dia, que voltou, demorou a 
cair a ficha, até hoje tenta pensar, de tudo que passou, violência e pessoas que 
não lhe prestou auxílio, etc; Que durante esse momento, não recorda de nada, 
não consegue recorda nada sobre algo sexual; Que, no momento que descia as 
escadas, parecia um robô, não raciocinava, não estava entendendo nada, estava 
com sensação que estava voando, estava tremendo, não tinha coordenação 
motora, não conseguia mandar mensagem, áudio, depois que escutou, até ficou 
assustada pela forma que mandava mensagem e áudio, até o Uber disse que 
estava sob efeito de substância entorpecente; Que mandou mensagem para 
Sidnei, Sabrina e Fernanda, não recorda a ordem, tentou ligar, eles não 
atendiam, mandou mensagens pedindo socorro; Que não tinha noção da 
violência que tinha sofrido, não sabia que estava dopada, até porque, se 
soubesse teria ligado para sua mãe; Que, de forma inconsciente, dentro do Uber, já 
sabia; Que sua mãe e sua irmã gravaram as conversas que mandou do Uber, porque 
estava drogada, bêbada, elas repudiam isso; Que no Estabelecimento, geralmente 
bebe água com limão, ou Gin, não é de beber muito; Que na data dos fatos tinha 
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21 anos; Que não recorda quando começou a beber, mas sempre 
moderadamente; Que nunca ficou embriagada; Que é alérgica, evita, gosta de 
coisas mais natural; Que infelizmente vive em uma sociedade preconceituosa, evita 
falar, era repreendida por ser virgem, nunca tinha namorado, sentia preconceito, 
evitava, até negava, para evitar, porque as pessoas não entendem, não é porque não 
bebe e é virgem que é uma freira, nenhuma mulher merece ser estuprada; Que 
nunca afirmou que iria beber; Que não lembra da mensagem “não quero esse 
boy”; Que não lembra de ter mandado ela, não viu homem algum; Que era 
virgem, não tinha experiência sexual, nem próxima; Que desceu as escadas 
escura, tinha um segurança na porta, tinha sensação que estava voando, 
inconsciente, não raciocinava o que era certo ou errado; Que queria saber onde 
estava seus amigos; Que tinha uns flash colorido; Que era uma sensação 
horrível, muito medo; Que mandou mensagem para eles; Que eles lhe induziram 
a ir no 300; Que foi até o 300 de apê, sozinha, de salto, totalmente escuro; Que 
as imagens demonstram que estava claro, mas para si era escuro, que acha que 
era efeito da droga; Que parecia um robô, dopada, essa é a diferença de estar 
bêbada; Que no 300, eles não estavam lá; Que agradece por isso, poderiam ter 
sumido com as provas; Que eles tentaram, mas não conseguiram; Que viu que eles 
não iria lhe ajudar, pediu um Uber, quando entrou no Uber já ligou para sua mãe, esta 
gravado a conversa; Que é isso que recorda; Que os amigos induziram a ir no 300, 
mas não estavam; Que o único motivo de ir ao 300, era para ver os amigos; Que 
sempre acaba o trabalho mais cedo, nunca fica mais do horário, tem que cumprir 
horário de evento de divulgação, cerca de 5 a 6 horas, que é o horário do almoço e o 
início da festa, quando divulgam o Dj, depois vai embora; Que não iria para outro 
lugar, sozinha, de salto, a noite; Que já foi no 300, já fez evento de almoço no 300, 
era embaixadora; Que depois do estupro, sentiu a sensação que estava sedada, 
nunca sentiu isso, nunca tomou remédio, nunca tomou isso; Que sempre 
gostou de coisas naturais, era uma sensação de estar sedada; Que depois do 
ato, estava sem consciência, não tinha noção nenhuma; Que teve noção do 
estupro foi na hora que estava na delegacia, quando relatou para o delegado; 
Que relatou para o delegado Pericles e Mauricio; Que foi sua mãe que descobriu 
que tinha sofrido violência, quando tirou sua roupa, que neste momento não 
recorda de nada; Que sua mãe tentou pedir socorro para o SAMU; Que eles não 
atenderam, disseram que não era grave; Que somente do dia 16 foram até a 
delegacia para fazer o procedimento, que o IGP levou 4 meses para fazer o exame; 
Que o vídeo das câmeras foram adulterados, não se pode afirmar que levou o tempo 
registrado; Que estava com uma calcinha, um body, tecido grosso, de perna, entra 
pelas pernas, é tipo um short com blusa, fechado, sem botão; Que por cima um 
vestido de renda; Que o body era de um material grosso; Que não recorda se estava 
de sutiã, acredita que não, porque o body já tem um bojo; Que era possível manter 
relação com o body; Que, quando chegou em casa, o vestido estava sujo na 
pontinha, que ficou sujo o body e a calcinha; Que estavam sujo de sangue e 
esperma; Que a festa não estava muito cheia as 19horas, tem gravação; Que teve 
pessoas que lhe mandaram vídeo da festa; Que recorda até o horário do bangalô, 
antes não tinha fila no banheiro, depois não sabe; Que não tinha conhecimento 
deste camarim; Que o Sidnei se aproveitou da sua boa-fe, achou que ele não tinha 
dinheiro para comer, ele era embaixador também, já frequentava o local, conhecia a 
Jessica, que ele pediu comida para o garçom, que falou para ele que poderia comer 
da sua comida, mas sabia que não podia, que depois que Jessica falou que não 
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podia, disse que pagaria, que ele pagou; Que hoje vê que foi uma manipulação, 
porque ela pediu para ficar de pe, de costa para a comida; Que neste momento, pode 
ter sido neste momento que colocaram alguma coisa; Que Sidnei falou com sua mãe, 
disse que daria um jeito, iria descobrir tudo; Que ele disse que ficava com um dos 
sócios do Café; Que hoje acredita que foi uma manipulação, com segunda intenção, 
para criar uma situação, até para colocar algo na sua comida ou bebida; Que as 
imagens das câmeras do horário do almoço poderiam comprovar; Que, depois desse 
fato, Jessica disse para levantar, pediu desculpa, que não sabia que ele não podia 
pagar, que ela foi grossa, que ele pagou a comida depois; Que não teve briga, foi algo 
desagradável, somente isso; Que foi uma situação que se sentiram mal, não queriam 
fazer nada de mal, apenas achou que ele não tinha dinheiro, se soubesse que ele 
ficava com um dos sócios teria mandado ele pedir para o Dono; Que não tinha noção 
da crueldade das pessoas; Que, na hora do almoço, acha estranha Sabrina pedir para 
tirar foto na mesa, ela mandou essa foto no Whatsapp, ela mandou no grupo; Que a 
Sabrina e Elizandra foram apresentadas pelo Sidnei, no final de semana anterior aos 
fatos; Que Sidnei disse que elas eram pessoas boas, confiáveis; Que sempre preferiu 
ter amigas e amigos homossexual; Que confiou nela, mas não demais, para não ser 
ingênua; Que não era melhores amigas, diferente de Fernanda, que lhe conhece a 
mais tempo, o combinado com Fernanda eram ir juntas e voltarem juntas; Que foi 
com Vanessa, mas voltaria com Fernanda; Que ela conhece sua mãe; Que Fernanda 
falou que lhe deixou no bangalô com dois homens mais velhos, mas não soube 
descrever; Que elas falaram que estava claramente bêbada, depois disseram que 
estava normal; Que elas relataram que teve um momento de euforia e tiveram que lhe 
dar água, mas não recorda disso; Que não teve homem nenhum se aproximando; 
Que Fernanda não sabe descrever, mas é a única que falou que lhe deixou com dois 
homens no bangalô; Que sua mãe indagou elas sobre os fatos, mas elas não falaram 
nada, apenas disseram que iriam ajudar; Que iriam colaborar; [...] Que, como não 
ficava até o final, não sabe até que horas durava a balada; Que era verão, anoitecia 
mais tarde; Que não conhecia o camarim, nunca tinha visto, nem mencionado 
anteriormente; Que hoje, pelos fatos e relatos, teve conhecimento; Que tem um 
segurança na porta que da acesso ao camarim; Que começou a cair a ficha quando 
estava numa sala sendo examinada por um legista homem, fotografada, afirmando 
que tinha sido rompido o hímen; Que o legista, inclusive, afirmou que ainda estava 
sob o efeito de drogas; Que, neste momento, durante o exame, sentiu que 
estava passando os efeitos da droga, porque começou a sentir dores; Que tinha 
confusão mental, não raciocinava; Que não tinha coordenação motora; Que não 
tinha sensação nenhuma no corpo, sedada, no corpo; Que não estava tonta; 
Que não sabe se tinha visão dupla, mas via tudo muito escuro; Que teve 
náuseas, no dia seguinte, mas já tinha tomado remédios; Que o body era de 
tecido grosso, para não ficar transparente; Que era um tecido mole; Que se 
alguém quisesse puxar para o lado, era possível; Que não faz ideia quanto 
tempo permaneceu no local, mas deve ter ficado mais de 6 minutos, porque o 
vídeo foi manipulado; Que, a última recordação clara, é a Sabrina puxando pelo 
braço para tirar uma foto no bangalô; Que depois manda um Whatsapp para 
Fernanda e não recorda de mais nada; Que foi por volta das 19horas, era dia ainda; 
Que os horários estão no telefone; Que se da bem com seu pai, nunca lhe processou, 
a não ser pensão alimentícia; Que seu pai mora em outro Estado; Que nunca morou 
com seu pai; Que as conversa dos autos do seu pai são falsas; Que menina virgem 
não tem namorados; Que as mensagens que estão nos autos são montagens; Que 
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não sabe da condição financeira de Sidnei, apenas ficou com o coração apertado, e 
iria pagar; Que não sabe o que ele pediu, mas não comeu, ele apenas experimentou 
do prato da Elizandra; Que mandou a mensagem para Sidnei, ele abusou da sua boa-
fé, apenas disse que ele poderia experimentar da comida da amiga; Que o post que 
falou que foi dopada e estuprada é um relato que expõe tudo que esta acontecendo, 
não tinha noção de outros casos iguais na Casa noturna; Que não sabe quem lhe 
dopou; Que o último momento de consciência foi com Sabrina, para tirar a foto 
no bangalô; Que acredita que ficou 3 horas inconsciente; Que, Sidnei e Sabrina 
disseram para ir ate o 300, para encontrar com eles; Que não recorda o horário que 
mandou mensagem para o Sidnei, esta registrado no celular; Que foi examinada pelo 
médico Dr Gabriel, ele disse que os sintomas era sinal que estava dopada; Que a 
assistente Valeria, acompanhou o Dr. Gabriel; Que a Dra. Taise não estava; Que não 
conta os seguidores que tem nas mídias sociais; Que sua família lhe sustenta; Que 
depois dos fatos não pode mais exercer suas atividades; Que nenhum homem se 
aproximou quando estava consciente; Que foi apresentado tudo na Delegacia; Que 
seu celular foi apresentado para a Delegada, foi fornecido na hora; Que seu celular 
não foi aprendido, na hora foi retirada as informações; Que não viu a Enia; Que não 
conversou com ela; Que a Enia falou que entregou a comanda, mas a comanda foi 
entregue na Delegacia; Que foram pedido os vídeos do Café, de todo o caminho que 
percorreu; Que o caminho até o 300 é um chão irregular; Que foi sozinha; Que 
estava de salto, não tirou; Que ninguém estava consigo, não corrigiu os erros 
de português; Que pode acontecer de ter corrigido alguns diálogos; Que não 
vazou nenhuma prova dos autos; Que não foi intimada de nenhum boletim de 
ocorrência, inclusive referente a Franciele; [...] Que, sobre o relato de Franciele, 
referente enrolar o garçom, é mentira; Que era revistada, achava que o local era 
seguro; Que nunca viu Polícia no local; Que ficou sabendo, através de uma ex 
funcionária, que há policiais dentro do Café; Que estava dopada, na lembra; Que, 
sobre o porteiro, estava dopada, não sabe, e não subiu, foi “levada” ao local, nunca 
teve conhecimento do local; Que hoje é ameaçada; Que confirma a foto sobre as 
roupas que usava no dia dos fatos; Que durante o tempo que trabalhou no local, 
nunca viu ninguém drogado; Que, sobre o almoço, quando Jessica disse para 
levantar, pediu perdão e disse que pagaria, mas Sidnei pagou; Que eles armaram 
tudo; Que nada justifica uma pessoa ser estuprada; Que recorda da mensagem que 
mandou para o Sidnei, que disse que ele não poderia ter pedido, mas poderia ter 
pegado da sua comida; Que não viu Jessica no 300, não recorda; Que não sabe 
quanto tempo permaneceu dentro do 300; Que não ameaçou Jessica; Que foi vítimade estupro de vulnerável; Que é inverídico que fez sexo anal, que era virgem de 
frente e de trás; Que nunca recebeu intimação de boletim de ocorrência contra si; 
Que todos estão mentindo; Que Gui Araujo é um influenciador; Que apenas 
compartilho outros relatos de vítima em seu instagram; Que sabe de outros casos de 
estupro no estabelecimento; Que apagou as fotos do instagram porque depois de 5 
meses mudou o foco, agora não é mais influenciadora e modelo, foco é o crime; Que 
brigou com Ana Bruna porque não conversa com quem frequenta o Café; Que ela 
falou que era o Roberto Marinho o responsável; Que Sabrina estava contigo no dia; 
Que não recorda de ter compartilhado copo de bebida; Que não recorda de 
terem comprado bebida para si; Que não sabe das suas condições quando saiu 
do Café; [continuação, mídia fl. 3343, Tempo: 00min00seg a 45min18seg] “Que 
não tem nada contra o promotor e o juiz; [...]Que a foto de fl. 3332, não disse que era 
manipulada, apenas que foi deduzidas coisas; [...] Que não sabem quem lhe dopou, 
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se tivesse as 37 imagens das câmeras saberia; Que pode ter sido as amigas, 
mágico, batizado do bar, como informado por outras vítimas, tem inúmeras 
outras opções, houve obstrução de provas; Que nunca mudou seu depoimento; 
Que as amigas pactuaram com o crime, não lhe prestaram socorro e lhe 
abandonaram; Que as pessoas são capazes de fazer coisas; Que se pergunta todos 
os dias sobre a atitude das amigas; Que tem várias opções de quem pode ter lhe 
drogado, as 37 câmeras poderiam comprovar; Que as pessoas falam que estava 
bêbada, no primeiro momento, depois foram auxiliadas; Que é uma organização 
criminosa, todos os envolvidos são criminosos; Que exige respeito, está sendo 
destratada, nem criminoso é tratado assim; [pausa] Que, ao chamar o Uber, apenas 
colocou “casa”, tem salvo endereço no aplicativo, é tudo automático; Que não 
sabe como identificou o Uber; Que o sorvete, consta na comanda, é um nome 
esquecido, não está escrito; Que não sabe onde poderia ter sido colocado 
drogas, pode ter sido na hora do almoço, bebida, batizado no bar, as amigas; 
Que o vídeo das escadas, é claro que está sendo levada; Que no vídeo, parece que 
está se escorando na parede; Que está processando o Café, quer seus direitos, não 
tem mais vida, trabalho e casa; Que está com síndrome de pânico; Que as amigas 
pactuaram e negaram socorro; Que o estuprador faz parte da máfia que vende a 
virgindade de meninas; Que o Café respondeu pelos processos da Moeda Verde e a 
operação chapu; Que quando foi para a piscina era dia; Que não tomou nem deu 
seu copo para alguém; Que quando fica dopada, fica como robô; Que acredita 
que algum dos amigos pode ter batizado, ou ter sido o mágico, bem como ter 
saído do bar; Que sobre sair do café até o 300, já estava dopada, que foi 
induzida por amigos, não é anormal sair de um bar e ir para outro, ir sozinha é; 
Que várias pessoas saem de salto, mas estava drogada; Que os exames ficaram 
4 meses no IGP, deveriam ter feito em 24 horas; Que o IGP fez um pronunciamento 
no processo; Que envia as provas pro email, mas não são protocolados; Que o 
vestido foi para o exterior, tem as mesmas provas que tem na calcinha e no body; 
Que o vestido não foi submetido a perícia, foram aconselhados a mandar para fora do 
pais; Que não tem certeza quando foi dopada, só do último momento que 
lembra, quando a Sabrina lhe puxou pelo braço; Que, depois, só cobrou a 
consciência quando estava descendo as escadas, alguns flashes; Que teve um 
lapso temporal, só lembrava dos amigos consigo; Que se tivesse noção do 
crime, teria chamado sua mãe, a polícia; Que nenhuma mulher de 21 anos iria 
perder a virgindade por um desconhecido neste lugar; Que não é freira; [...] Que 
gostaria de pedir a quebra do sigilo processual, tem que ter transparência, as pessoas 
tem que ter ciência do que está no processo; Que quer as imagens do réu, entrando e 
saindo dos estabelecimento; Que queria a perícia no Café, naquele momento; Que 
tem informações de uma ex-funcionária, que um policial civil trabalha dentro do café; 
Que enviou informações para o Defensor e para o Ministério Público; 
Embora consabido que a palavra da vítima reveste-se de 
substancial importância em crime dessa natureza, a valoração do relato há de se 
partir do cotejo de outros elementos constantes nos autos e hábeis a fundamentar 
uma condenação criminal.
Em suma, tem-se afirmado que "nos crimes contra os costumes, 
geralmente cometidos na clandestinidade, as declarações da vítima, quando claras, 
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coerentes e harmônicas com os demais elementos probatórios, são suficientes para 
embasar o decreto condenatório" (Apelação Criminal. n. 2008.007169-4, de 
Capinzal, rel. Des. Moacyr de Moraes Lima Filho, Terceira Câmara Criminal, j. em 
13.3.2008).
Dessa forma, impende cotejar o acervo probatório para que o 
julgador extraia, com a sensibilidade exigida para casos como o dos autos, a 
certeza ou não, quanto à conduta delitiva narrada na peça acusatória.
Imperioso destacar, portanto, os depoimentos que contribuem para 
o deslinde da questão, à luz da tese acusatória de que o acusado teria praticado a 
conduta tipificada no art. 217-A, §1º, do Código Penal.
Neste passo, a Sra. Luciane Aparecida Borges, genitora da vítima, 
relatou em Juízo (Termo de fls. 3339/3340 e mídia audiovisual de fl. 3343. Tempo: 
45min20seg a 1h36min26seg):
"Que sempre conversa com sua filha, desde a entrada no uber até a 
chegada, inclusive quando está nos lugares trabalhando; Que neste dia, depois das 
19horas não conseguiu mais contato, como Jessica disse que ela iria gravar a 
propaganda do Verão, acredita que era isso; Que, depois, ela tentou contato lá 
pelas 22horas; Que era noite; Que, como aparecia “meu vivo”, não sabia que era ela, 
não atendeu; Que, não atendeu porque estava numa outra ligação, com uma amiga; 
Que se sente culpada; Que, depois, atendeu, era ela desesperada, chorando, 
pedindo para pedir um Uber, pagar; Que, no primeiro momento, pensou que sua 
filha tinha bebido como nunca tinha visto; Que ela pegou o Uber; Que sua outra 
filha gravou para mostrar no outro dia, acharam que ela tinha bebido; Que, 
quando o Uber chegou, desceu com o cartão para pagar, que o Uber disse que não 
teria como; Que Mariana subiu com sua outra filha; Que o rosto da Mariana estava 
todo sujo, desconfigurado, nisto deu a confusão, como o segurança não viu o 
rosto dela; Que, na sua cabeça, não sabia de nada, o rosto dela estava todo 
borocado; Que ela choravamuito no Uber; Que nas filmagens, da para ver que 
não estava desconfigurado; Que ela chorava muito, pedia para chamar o pai; 
Que pagou o Uber, R$47,00; Que Geovana entregou o dinheiro para o Uber; Que 
colocou Mariana no chuveiro, tirou a roupa, colocou debaixo do chuveiro, 
sentiu um cheiro ruim, que a roupa tinha sangue, puxou ela na hora; Que tremia 
muito, nem sabia o que fazer; Que no momento, só pensou em pegar um saco 
que estava perto, e colocou a roupa dentro; Que ela já foi para a cama; Que ela 
era pesada, não conseguia, a Geovana ajudou; Que ligou para o 180, Samu, Polícia 
pedindo ajuda, para os amigos também, ninguém ajudou; Que viu pelas imagens do 
celular que ela tomou Gin, que o Samu disse que não atenderia, tinha 
emergências mais urgentes; Que no outro dia ela estava ainda estranha, foram até 
o IGP; Que foram na Delegacia de Canasvieiras; Que um senhor chamado Péricles 
atendeu, falaram muito, ele colocou 3 linhas, nada do que tinha falado; Que tinha uma 
gravação no celular da Sabrina, num grupo, que teria “alguém da globo”, que iria 
jantar com elas; Que achou que tudo aquilo era um chamariz; Que disse para o 
Delegado quebrar o sigilo de todos; Que quebraram o sigilo só da filha, de mais 
ninguém; Que nada justifica isso; Que Mariana nunca foi menina de se embebedar, 
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nunca chegou em casa embriagada; Que ela parecia bêbada no telefone, nunca 
tinha visto ela daquela forma, não imaginava que tinha sido dopada, drogada; 
Que só foi sentir dores no dia seguinte, ela relatou para o médico; Que ela 
chorava muito, mandava chamar o pai e dizia que não tinha amigos; Que ela nunca 
tinha pedido do pai; Que, quando mais nova, era apegada ao pai; Que ela não tinha 
cheiro de álcool, nem o Uber disse que tinha; Que na roupa não tinha cheiro de 
álcool, só cheiro de sangue e esperma; Que ela estava estática; Que ela nunca 
daria a senha do celular para a irmã, e ela deu, nunca faria isso; Que apareceu uma 3 
filmagem de alguém que fez dentro do bangalô; Que Mariana não tinha namorado, 
mas com 16 anos teve um namorinho, nem chegou ser um namoro, porque o pai dela 
não quis; Que Mariana não falou nada, nem viu, quem viu foi eu, ela disse que 
sentiu dores no outro dia na vagina; Que ela reclamou por vários dias de dores 
para urinar, nas pernas e na barriga; Que ela relatou tudo para o médico, no IGP; 
Que quem atendeu foi um homem, foi constrangedor, que depois chegou uma mulher 
para acompanhar; Que ela não recorda, até pede para ela recordar, mas Deus sabe; 
Que ela nunca lembrou, mas, dias após, acorda e grita, “olhos claros e 
esbugalhados”; Que Mariana usava um body, macaquinho, de elastano, tipo uma 
meia calça grossa, marfin, branco, uma calcinha e um vestido de manga até o 
cotovelo, de renda; Que tinha sangue no macaquinho, bem sujo, molhado, bem 
nojento, a calcinha também, o vestido, na parte da frente, tinha uma mancha 
vermelha, bem claro, como se estivesse encostado; Que, quando puxou a 
roupa, foi enrolando tudo, da mesma forma que pegou, colocou no saco; Que 
estava todo encharcado; Que suspeita de Roberto, porque a Bruna disse a Ana Bruta 
que era ele; Que Bruna trabalha no Café; Que Ana Bruna lhe mandou foto, disse que 
era ele; Que Ana Bruna disse que Franciele sabe quem era; Que Franciele estava no 
bangalô; Que os depoimentos de todas as testemunhas são incongruentes; Que Ana 
Bruna, Ana Fidalgo e Jessica; Que fecharam o Café por uma semana; Que não sabia 
quem era Roberto Marinho; Que não se confundiu; Que a investigação apontava que 
haveria mais pessoas, esperma de mais pessoas; Que não sabe bem as palavras 
usadas pela investigação; Que as suspeitas partiram após as investigações, das 
alegações de Bruna, Ana Bruna; Que as imagens mostram o Roberto Marinho 
Neto e André Camargo; Que eles estavam lá; Que cabe eles provarem; Que eles 
tem que provar o álibi; Que Marina hoje faz tratamento, o Café paga o tratamento 
psicológico, que ela foi duas vezes em psiquiatra, que o tratamento com 
psicólogo tem ajudado; Que ela não fica sem ninguém, só confia em si e na irmã; 
Que referente as noites seguintes aos fatos, Mariana tinha medo, até pouco tempo 
sempre teve pesadelos, medo, não sabe falar o que está acontecendo; Que a pouco, 
a 2 meses, ela dormindo gritava, que o quarteirão inteiro escutou, mas ela não sabia 
explicar o que era; Que Mariana só falou “olhos claros esbugalhados”, não explicou 
mais nada; Que ficam tentando achar resposta, vendo filmagens, fotos, imagens, para 
tentar descobrir, o mágico, reações, flashes; Que Mariana não voltou a trabalhar, ela 
não sai do quarto, salvo para ir na cozinha, faz alguma receita, brinca com a gata, 
mas coisa assim; Que Mariana começou a tomar medicações alopáticas, mas ficou 
mal; Que achou estranho, porque o normal, uma pessoa que conhecia Mariana de 
outras datas, a bastante tempo, saíram juntas, ela sabia que Mariana voltaria com 
Fernanda, que Mariana chegou com Vanessa e voltaria com Fernanda, que 
Fernanda, estranhamente, deixou Mariana com 2 senhores mais velhos; Que 
Fernanda disse que Mariana bebeu, deixou ela com 2 homens estranhos, não 
sabe quem são, que deixou ela depois das 22horas; Que os demais amigos 
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falaram que estavam neste horário no café; Que não sabe porque não tem a imagens 
desses momentos; Que ninguém investigou os fatos, que não foram atrás; Que tem 
pessoas denegrindo a imagem de Mariana, e ninguém faz nada; Que Mariana é 
extremamente tímida, vergonhosa, mas adora parecer com a roupa, mostrar cabelo, 
etc; Que ela é tímida para conversar, mas não para tirar fotos; Que ela não pagou as 
fotos do instagram, porque hoje o instagram é um grito de justiça para ela; Que na 
época ela tinha 150 seguidores, hoje não sabe; Que confirma a foto das roupa da 
sua filha; Que no outro dia, na Delegacia, no Instituto, ela não teria aceito um 
homem fazer os exames, ela ainda estava estranha; Que ela estava toda 
dolorida, tinha roxos bem pequenos, falou para o Dr Gabriel, mas ele disse que 
não tinha relevância; Que os roxos era na cocha; Que na parte intima, estava 
bem vermelho, gritava para fazer xixi; Que o laudo contradiz o médico, caso não 
conste lesões, até porque o próprio laudo mostra nas fotos; Que no dia, na 
Delegacia, eles pegaram do celular da sua filha tudo que tinha interesse, relevância; 
Que, quando ligou para os amigos naquela noite, Sidnei disse que estava comento, 
estava num lugar, que teve uma discussão, que todos, Sidnei, Sabrina, Fernanda, 
porque estava com as pessoas envolvidas com osacusados; Que, lá atrás, quando 
estava em busca de socorro, falou com juízes amigos, que mandou áudios 
particulares, mas como coisas particulares; Que teve conversa com Enia, perguntou a 
ela se tinha ido, que ela disse sim, mas nunca ameaçou ela; Que todos estão 
envolvidos com o crime; Que Enia tem que provar que entregou o cartão; Que tem 
provas que nunca ameaçou; Que Enia não lhe passou nada; Que ela falava mal da 
sua filha; Que não teve briga com Jessica, que ela demitiu sua filha no outro dia; Que 
deu tudo errado, que ela se preocupou em demitir a filha no outro dia, não se 
preocupou com o fato dela ter sido estuprada; Que Sidnei era namorado de um sócio 
do Café; Que Franciele é mentirosa; Que o perito Gabriel é mentiroso, o Delegado 
André Portela também, não colocaram a cara no vídeo; Que são todos mentirosos, 
acusa eles, tem provas; Que a prova maior e quando pediu para todos os advogados 
colocarem tudo, que a própria investigação não caracterizou que é uma máfia, mas é 
uma máfia, dopam e vende mulheres; Que uma mulher que trabalha la dentro do Café 
disse que tem Policiais lá dentro, que trabalha lá dentro; Que todos fazem parte da 
mesma quadrilha; Que a Jessica disse que a vida voltaria ao normal, porque não é da 
mesma laia deles; Que Mariana se dá bem com seu pai, mas é normal, ama, briga, 
relação de pais e filhos, etc; Que o pai dela jamais falaria tais coisas da filha, que as 
conversas dos autos, é falsa, foi uma mulher que escreveu, não foi o pai; Que falou 
com delegado, corregedoria, tudo registrado; 
Ou seja, sobre os fatos, a mãe da vítima pouco esclarece. Apenas 
afirma que esta chegou em sua residência totalmente irreconhecível, que após lhe 
encaminhar para o banho, constatou que sua filha tinha sido violentada, porquanto 
as suas roupas estavam manchadas de sangue e com forte odor de esperma. No 
dia seguinte, após contato com sua filha e, tomada as medidas necessárias, 
confirmaram que se tratava de um possível caso de estupro.
Em que pesem tais relatos, fato é que as testemunhas que estavam 
na companhia da vítima afirmaram que esta estava consciente durante o período 
que tiveram contato com a mesma, um "pouco alegre", mas nada demais, nada que 
demonstrasse estado de inconsciência ou incapacidade, nem mesmo foram 
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alertados pela ofendida de que havia sido violentada. 
Neste sentido, destaco o depoimento da testemunha Jéssica 
Weiss Raulino Ramos, arrolada pela defesa, ouvida em Juízo (audiovisual de fls. 
2.666-2.667):
"Que trabalha com eventos no Café de La Musique, na Porsche e no 
Grupo UOL. No Café de La Musique coordena a parte de promoção, sendo 
responsável por coordenar, aproximadamente, 21 (vinte e uma) pessoas. Conhece a 
Mariana há, aproximadamente, 4 (quatro) anos. Não são amigas. A função da 
Mariana e das demais embaixadoras era de divulgação de material promocional. 
As embaixadoras também fazem lista masculina e feminina. Podem fazer venda, mas 
não são obrigadas. No caso, é mais a divulgação e movimentar o pessoal para ir no 
café. Normalmente, chegava na casa entre 15 e 16 horas. Como coordena a 
promoção, tem que chegar cedo. Quando chegou, no dia dos fatos, a Mariana não 
estava no local. A Mariana chegou no local acompanhada por 3 (três) ou 4 
(quatro) meninas e pelo Sidiney. Conversou com a Mariana quando ela chegou 
na casa. Relatou que pagam almoço para as embaixadoras e elas possuem o 
direito de levar uma acompanhante, do sexo feminino. Quando a Mariana 
chegou com um homem, abordou ela e disse que a casa forneceria o almoço 
das mulheres, mas o menino teria que pagar. Ela falou que “ok, sem problemas”. A 
Mariana estava em uma mesa em frente à sua. Estava em uma mesa atrás, com mais 
embaixadoras. Próximo às 18 horas, o garçom lhe comunicou que a Mariana 
estava brigando com ele [garçom], pois não pagaria a conta do menino, posto 
que ele supostamente tinha apenas provado uma comida. Como estava na 
frente, viu que todo mundo tinha comido. Levantou da mesa e foi falar com a 
Mariana, solicitando informações. A Mariana disse que não pagaria, pois ele só 
tinha provado a comida. A Mariana se desculpou, disse que pagaria o almoço. 
Afirmou que na segunda-feira conversaria com a Mariana melhor, pois ali não 
era o momento. Depois, recebeu prints do Sidiney informando que a Mariana 
mandou uma mensagem no seguinte sentido: “A Jéssica descobriu que eu pedi um 
almoço para você, mas vamos enrolar ela até a hora dela entrar na festa. A gente 
assina a comanda e não precisa pagar”. Após os fatos, a Mariana ficou um pouco 
consigo, na primeira piscina. Achou o fato estranho, pois não era costume 
ficarem juntas. As meninas falaram que talvez ela tivesse com medo de ser 
mandada embora. Na segunda-feira pretendia demiti-la. A Mariana ficou um 
pouco nesse local e, posteriormente, saiu. Não mandou mensagem perguntando 
aonde ela estava, pois ela nunca ficava com eles. Próximo às 21 horas, foi para um 
local mais próximo ao DJ. Como a festa não estava tão cheia, conseguiu ver a 
Mariana em um outro bangalô. Nesse bangalô ela estava acompanhada da Fran 
Amaral, uma menina que trabalhava consigo na época. A Mariana, como 
embaixadora, tinha o benefício do almoço. Fora isso, ninguém tinha benefício a 
mais. Não viu se a Mariana subiu as escadas do camarim. Entretanto, pelas 
filmagens, acredita que sim. No camarim, tem 2 (dois) ou 3 (três) banheiros, um 
sofá, uma mesa e uma televisão. Normalmente, quando vem algum DJ 
internacional, eles sempre oferecem comida, deixam lanche no local. Só subiu no 
camarim por uma oportunidade, para ir ao banheiro. Aquele banheiro é o banheiro 
mais próximo, com ar condicionado. Aquele era um banheiro de fácil acesso. 
Não é qualquer pessoa que pode entrar no local. Saiu do café, no dia dos fatos, 
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passado das 21 (vinte e uma) horas e foi para o 300 (trezentos) jantar, com uns 
amigos de Balneário. Viu a Mariana no 300 (trezentos), pois estava vazio ainda. 
Estava em uma mesa no fim do 300 (trezentos). Viu ela vindo, mexendo no 
celular, perfeitamente normal. O vestido branco continuava branco, não estava 
rasgado, ensanguentado. Ela estava mexendo no celular, caminhava bem. Foi 
embora do 300 (trezentos) por volta das 00h30-01h00min. Como não eram muito 
amigas, não se recorda se viu ela saindo. Entretanto, sabe que ela ficou no 
estabelecimento por pouco tempo. Depois, foi lá fora, com alguns amigos que 
estavam fumando e foi embora. Durante sua volta para casa, a Mariana ligou várias 
vezes. Como estavaem outra festa, imaginou que ela fosse pedir lista para alguma 
coisa. Ela ligou umas 4 (quatro) vezes, razão pela qual resolveu atender, por 
pensar que era coisa grave. Quando atendeu, já era a mãe da vítima, bem 
nervosa. Berrando no telefone, falando que a filha dela tinha sido abusada e que 
tinham dado “boa noite cinderela” para ela. Relatou que queria as filmagens, 
queria o nome de todos que estavam no bangalô. A mãe da vítima disse que a 
Mariana chegou em casa em um estado deplorável. Relatou que tinha visto ela no 
300 (trezentos). A mãe da vítima disse a Mariana era digital influencer e jamais iria 
para outro lugar naquele estado. Disse, por diversas vezes, que a Mariana estava 
naquele lugar. A mãe dela só falava que ela tinha sido abusada, que era “boa noite 
cinderela”. Uma hora a mãe da vítima disse que, provavelmente, ela não teria família, 
razão pela qual passou a se desentender com ela. No fim, disse que no dia seguinte 
falaria com os responsáveis e veria o que poderia fazer. No dia seguinte, mandou 
uma mensagem. Na segunda-feira, mandaria a Mariana embora, porque ela mentiu e 
não era a primeira vez que tinha feito isso. Mandou uma mensagem para Mariana, 
falando de tudo que tinha acontecido, do problema do almoço. No dia 25 de 
dezembro, começariam uma maratona de 10 (dez) dias de festa. Precisava de uma 
equipe estável e não poderia ter problemas com almoço, que é algo simples. Por esse 
motivo, desligaria ela do Café. Relatou para Mariana que a sua mãe teria ligado, disse 
que viu ela no 300 (trezentos) e informou que não sabia o que tinha acontecido. Falou 
que, caso precisasse de algo, poderia chamar. A Mariana não respondeu e foi 
responder apenas na segunda. Estava no meio de uma consulta pré-cirúrgica, quando 
ela começou a mandar um monte de coisas. A mãe da vítima falou que achava um 
absurdo que a filha tinha sido revistada, indagou os motivos pelo qual ocorreu esse 
fato. Disse que isso era regra de qualquer casa. Há revista na bolsa, em homens. A 
revista serve para ver se não tem drogas, armas. A mãe da vítima dizia a todo 
tempo que queria as filmagens. A reação da mãe da Mariana [Luciane] só disse que a 
Mariana foi abusada, foi drogada, que as embaixadoras eram meretrizes. Afirma que, 
se contratasse as meninas para dormir com clientes, a Mariana saberia disso. A 
função das embaixadoras não era essa. A Mariana xingou todo mundo que não tinha 
sua opinião. Fez 2 (dois) boletins de ocorrência, porque foi ameaçada de morte. A 
irmã da depoente foi xingada, ela tinha medo de ir para faculdade. Sua irmã é uma 
pirralha. Tudo que a vítima faz é xingar os outros, falar mal de todo mundo, criticar 
todo mundo, é só isso que ela faz. No dia seguinte aos fatos, ninguém relatou 
nada sobre a festa. Foi atrás e conversou com seu chefe. Seu chefe orientou 
que falasse com a equipe de segurança. Falou com ele, explicou a situação e 
deixou o pessoal a par do que estava acontecendo. Salvo engano, os Policiais 
foram na terça-feira atrás de imagens. Relatou que a menina teria ido ao 300 
(trezentos), pedindo para verem se tinham imagens do trajeto também. Pediu 
para verem se a rua era filmada ou não. Após os fatos, conversou com suas 
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amigas mais próximas, mas só isso. Relatou que a mãe da Mariana ligou e disse 
que ela tinha sido abusada no café, mas que tinha visto ela bem no 300 (trezentos). 
Foi nesse momento que começaram a juntar as versões e as meninas também 
falaram que viram ela bem, saindo do 300 (trezentos). Em nenhum momento ela 
aparentava ter sido abusada. Pelo que ela mostra nas fotos é um vestido 
branco, todo ensanguentado. Nos depoimentos, ela diz que o vestido estava 
rasgado. Quando comentam que o vestido estava sem tais características, ela 
sempre muda de depoimento. Não sabe o que a Mariana consumiu no café. O 
almoço e as bebidas não alcoólicas, assina para as meninas. O que for alcoólico, as 
meninas pedem nos cartões dela. A Mariana, se fosse convidada de alguém, poderia 
beber de graça, como as demais pessoas que frequentam o local. A Mariana não 
tinha privilégio de desconto ou bebida de graça. A embaixadora tem um consumo 
de R$ 200,00 (duzentos reais). Esse consumo pode ser utilizado para comprar 
bebida alcoólica. No dia dos fatos, que ela estava na piscina, a Mariana estava 
com um copo na mão. Acredita que era gin tônica, mas pode ser vodka. Era um 
copo transparente. No dia seguinte, não perguntou para alguém se ela tinha bebido. 
Não viu ela se relacionar com homens no local, pois não fica junto dela. Há uma 
parte da equipe de promoção que trabalha no Café e no 300 (trezentos), sendo que 
tinham o costuma de ficarem juntas. Considerando que a Mariana não trabalhava no 
300 (trezentos), não ficavam juntas. Nunca saiu do Café junto com ela. Já soube dela 
chegar com caras, mas não sabe se estava ficando ou não. Uma vez, ela fez um 
trabalho em um barco e chegou com o Gui Araújo. Ela queria que liberassem o 
acesso de homens após às 18 horas, mas isso não pode. Só liberam masculino após 
às 18 horas. A Mariana fez escandalo dizendo que era o Gui Araújo. Disse para ela 
que sabia quem era, mas tinham regras e homem só poderia entrar até às 18 horas. 
Após esse horário pode entrar em lista consumada. Se ele pagar, pode entrar. Não 
sabe dizer se ela se relacionava com outros homens. Como ela trabalhava há 
pouco tempo no café, seus amigos não eram comuns. Desse modo, não sabe 
dizer. Não conhecia o acusado anteriormente. A primeira vez que viu o André foi 
a primeira vez que o viu. Subia no Camarim porque os seguranças lhe 
conheciam. Só poderia subir no local quem tivesse autorização para levar ela. O 
Aranha, sozinho, acredito que não teria esse poder. A Mariana também não 
poderia. Ela trabalhou 4 (quatro) ou 5 (cinco) vezes, assim o pessoal não 
conhecia ela. Pelo que soube, foi o Roger [sócio do Café] quem liberou a 
entrada deles no local. Não sabe dizer se a entrada foi liberada em função da 
pessoa do acusado ou por ele conhecer a vítima, pois não estava no local. Ainda 
trabalha no Café. Trabalha há 5 (cinco) anos no local. Trabalha no Grupo Uol [no 
escritório, parte de eventos], bem como na Porsche. Já subiu no Camarim para ir 
ao banheiro. No dia em que subiu, a festa estava cheia. No dia dos fatos, a festa 
estava vazia a ponto de conseguir enxergar todos. Viu que ela estava no 
bangalô. No dia dos fatos, usou o banheiro normal. Não tinha necessidade de 
subir. Aquele local possui uma escada ingrime. Quem usa salto alto possui 
dificuldade de descer. No dia dos fatos, saiu do Café por volta das 21h30min. 
Não possui formação acadêmica para análise de vítimas de violência sexual. 
Entretanto, não conseguiu constatar aquilo que a vítima falava/mostrava no dia que a 
viu no 300 (trezentos). Não é formada em psicologia da saúde, mas consegue 
enxergar e ver que o vestido branco continua branco. Se o vestido estivesse 
vermelho, teria visto.
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No mesmo sentido, é o relato em Juízo da testemunha Enya Cota 
Silva Sanches (fls. 2.666-2.667):
"Que conhece a Mariana pela internet, no Instagram. No Café ela foi 
apresentada em 2018, não muito tempo antes dos fatos. Confirma o depoimento 
prestado na Delegacia. Após seu depoimento, a mãe da Mariana ligou ameaçando. A 
mãe da vítima começou a falar que a depoente estava mentindo e que falso 
testemunho era crime. Disse que não mudaria seu depoimento, porque relatou o que 
tinha acontecido e o que viu. Conversaram por, aproximadamente, uns 20 (vinte) 
minutos. Ela ficou pedindo para mandar fotos e vídeos do dia, se tivesse. Tentou 
acalmar a mãe da vítima. A mãe da Mariana não entrou em contato posteriormente. 
Estava no Café, no dia. Sabe o que todo mundo falou, que ela subiu a escada 
com alguém. Relata que, no dia dos fatos, estava saindo do Café, por volta das 
21h30-22h00min. Foi entregar a comanda de consumo e encontrou a vítima, no 
balcão da porta do Café. Conversaram rapidamente, ela estava bem, normal. 
Aparentava estar bêbada, mas nada fora do normal. Logo em seguida, foi 
embora. No dia dos fatos, aduz que chegou por volta das 16 horas, foi almoçar com 
alguns amigos. Durante o tempo que esteve no local não ficou junto com a Mariana. 
Não viu se a Mariana bebeu algo. A Mariana não fez reclamação, no final da 
festa, só disse que tinha bebido. A vítima estava com uma roupa branca. Não 
viu se a roupa estava suja. A Mariana parecia normal, cabelo penteado. Após 
entregar a comanda, foi para o 300 (trezentos). Ficou nesse estabelecimento por, 
aproximadamente, 2 (duas) horas. No 300 (trezentos), não viu a Mariana. Já teve 
acesso às escadas que vão ao Camarim, para ir ao banheiro. Não viu a Mariana 
chegar no Café, apenas almoçando. No dia, a Mariana estava almoçando com o 
Sidiney e mais umas 3 (três) amigas. A Mariana trabalhava no Café há cerca de 1 
(um) mês. No dia dos fatos estava sentada na mesa da Jéssica. Pelo que entendeu, 
houve uma discussão entre ambas em razão de que podem levar convidados para 
almoçar. Entretanto, o Sidiney não poderia ser beneficiado e teria que pagar, usar o 
cartão de consumo. Viu a Jéssica chamando a atenção da Mariana, porque ele tinha 
almoçado. A discussão ocorreu por volta das 17 horas. Não sabe porque a Mariana 
foi mandada embora do Café, mas acredita que tenha relação com essa discussão. 
Elas discutiram na hora do almoço. Não sabe se a Mariana recebeu o valor integral do 
pagamento. Trabalha como embaixadora desde a metade de 2018. Não conhece o 
Roberto Marinho Neto. Sabe que eles estava no local, no dia da festa, por 
comentários. Conheceu o André no dia em que veio depor. Durante o tempo que 
frequentava o Café, não soube de meninas que foram drogadas para, 
posteriormente, serem prostituídas. Se acontecesse isso, não trabalharia no local. 
A Mariana comentou que bebeu um pouco, mas nada fora do normal. Não viu se 
ela consumiu bebida, pois não viu a vítima durante a festa. Não conhecia o 
acusado anteriormente. Viu a Mariana ficando com uma pessoa em data anterior. No 
dia dos fatos, não sabe como a vítima conseguiu acesso à parte superior, do bangalô. 
Ainda é embaixadora do Café de La Musique. Saiu do Café por volta das 
21h30min-22h00min. Confirma que viu a discussão entre a Mariana e a Jéssica. Viu a 
briga ocorrer, estava na mesa. Já subiu no camarim para ir ao banheiro em data 
anterior. Esclarecendo o depoimento extrajudicial, afirma que já foi impedida de subir 
sozinha no local, mas já utilizou o banheiro da parte superior. No dia dos fatos, não 
usou o sanitário naquele local. Ficou no Café das 16h até o horário que saiu.
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Aliás, segundo a ordem cronológica dos fatos, a testemunha Enya 
Costa Silva Sanches teria sido a primeira pessoa a ter contato com Mariana após 
esta ter descido do camarim. Segundo relatou, encontrou Mariana quando estava 
deixando o estabelecimento, entregaram a comanda de consumo e se despediram. 
Afirmou ainda que "conversaram rapidamente, ela estava bem, normal. 
Aparentava estar bêbada, mas nada fora do normal. Logo em seguida, foi 
embora". Alegou ademais que "Mariana não fez reclamação, no final da festa, 
só disse que tinha bebido. A vítima estava com uma roupa branca. Não viu se 
a roupa estava suja. A Mariana parecia normal, cabelo penteado. Após 
entregar a comanda, foi para o 300 (trezentos)."
Ou seja, neste momento a vítima aparentava estar consciente, 
comunicou-se com a testemunha, deixou o estabelecimento e não fez qualquer 
menção de que havia sofrido alguma agressão.
No ponto, inclusive, o segurança do estabelecimento, Sr. Gian 
Pierre Ribeiro, que na oportunidade fazia a vigilância do acesso ao camarote vip, 
destacou que Mariana e André subiram no camarote juntos e, após alguns minutos, 
desceram, primeiro ela, momentos depois, o réu. Aduziu que Mariana desceu em 
estado normal, nada lhe chamou atenção e sequer lhe foi comunicada alguma 
agressão sofrida. Para tanto, disse em Juízo (gravação audiovisual de fls. 
2.643-2.644) que:
"Que exerce a função de segurança. Ainda trabalha no Café de La 
Musique. A temporada de 2018 é a terceira temporada. Há 3 (três) anos, trabalha no 
estabelecimento, para complementar a renda. Prestou depoimento na repartição 
policial sobre os fatos. Relatou que, na ocasião, estava trabalhando. Na noite, 
estava na portaria do camarote vip. Às vezes trabalha na portaria e às vezes na 
porta do camarote, do mezanino. Em relação aos dias do fato, recorda-se do Sr. 
André e da moça indo ao local. Após alguns minutos, desceu primeiro ela e, 
após, desceu o Sr. André. Eles subiram juntos no local, mas não desceram 
juntos. A Mariana desceu primeiro e, logo em seguida, ele desceu. Ela desceu, 
passou pelo depoente, e saiu caminhando para o lado esquerdo, em direção ao 
bar. Naquela noite, a Mariana não tinha subido ao local antes. Não se recorda da 
fisionomia do acusado André. Outras pessoas tiveram acesso a esse camarote. 
Quem autorizava o acesso, era a gerência, o maître, sócios. As pessoas autorizadas 
são os sócios [Leo Ribeiro, o carioca, o Anderson, o Roger e o Pedro Dantas]. 
Naquele dia, não sabe se todos os sócios estavam na casa. O Roger que autorizou 
a subida da Mariana com o André naquele local. O Roger não tinha subido um 
pouco antes daquele momento. Aquele local era utilizado para acesso do uso do 
banheiro. O pessoal comparecia ao local para ver os DJs que estavam tocando, era 
um acesso VIP e para um pessoal das bandas, DJ. Naquela noite, teve 
movimentação de acesso àquele camarote. Muitas mulheres subiam para 
utilizar o banheiro, visando não permanecerem na fila. Naquela noite, não houve 
nada que chamasse sua atenção em relação à Mariana. A Mariana desceu 
normal. Do jeito que ela subiu, ela desceu. Não sabe se existe câmera na parte de 
cima, pois nunca subiu naquele local. Sabe que há banheiro nolocal, mas nunca 
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subiu para ver como é. A Mariana e o André pareciam estar normais. Não lembra 
se eles estavam juntos, de mão dadas. O Roger autorizou a subida, um pouco 
antes. Recebeu várias fotografias por causa das redes sociais, pois aparece sua 
imagem, vinculada com a situação. Recebeu várias fotografias da Mariana, para 
saber se lembrava dela. Para subir no mezanino, às vezes tinha pulseira. Autorizava 
subir pessoas autorizadas, pessoas que frequentavam sempre. São várias 
embaixadoras da casa, não se recorda dela. Nunca recebeu informações de 
pessoas utilizando droga no estabelecimento. Se recorda de apreensão de 
drogas na portaria. Não tem acesso à informação de que drogas teriam sido 
apreendidas nestas oportunidades. É feita revista na entrada. Já trabalhou na 
portaria. As pessoas que entram na casa, acompanhadas dos sócios, também 
são revistadas. Não sabe se o mezanino tem um terceiro acesso. O 
estabelecimento possui câmeras. Confirma que recebeu uma mensagem de Aires 
(fl. 21), afirmando que seria chamado para prestar depoimento na Delegacia e que 
também recebeu uma fotografia de Mariana. No ato de comunicação, o Aires apenas 
perguntou se tinha visto ela naquela noite. Se recordava dos fatos. Não trabalha 
durante o dia. Trabalha a partir das 16 horas. A movimentação naquele local, é 
quando começa a festa. Após começar a festa, não se recorda de o André subir 
naquele local. O mezanino é utilizado para usar o banheiro, DJs, bandas, entre 
outras coisas. Não fica olhando para o rosto das pessoas que sobem por 
questões de ética. Não é legal olhar para o rosto de femininas que sobem 
naquele local acompanhadas, mesmo quando só vão ao banheiro. Chegou no 
estabelecimento por volta das 15h45min-16h00min. Sai do local próximo das 
23h30min. Não conhece o Robertinho Marinho. Durante o tempo que ficou no Café, 
não viu nada diferente. A revista é pessoal, com tato. A casa é criteriosa em relação 
à revista. Há seguranças na casa, durante toda a festa. Como segurança, caso 
avistasse alguém consumindo drogas, o procedimento é abordar e retirar da 
casa. Eventualmente, há viaturas na frente do Café. No dia dos fatos, não se recorda 
se havia viaturas. Fica em uma área que não dá visão da rua. No dia, caso a vítima 
quisesse fazer uma denúncia, poderia ter falado com o depoente. A Mariana, 
após descer, passou pelo depoente. Não tem conhecimento do envolvimento da 
casa em outras denúncias de estupro.
Seguindo os depoimentos colhidos em Juízo (fls. 2.666-2.667), a 
informante Karen Helena Marins Arantes [depôs nesta condição em razão de 
existir uma ação penal contra si movida pela vítima e sua genitora], relatou:
"Que não conhecia o André. Conhecia apenas a Mariana. Afirma que é 
Promoter e tem uma empresa, com sede em Jurerê. Trabalha no Café de La Musique 
e no 300 (trezentos). Trabalhava como chefe de porta, nas duas casas. No dia dos 
fatos, estava na casa, chegou ao local às 12h00min. Fazia toda a parte de 
entrega de ingresso, liberação do pessoal da casa. Foi embora às 21h00min. 
Saia do local e ia trabalhar no 300 (trezentos). Acabava seu trabalho às 
03h00min-04h00min. Como era chefe de porta, transitava dentro da casa. Levava os 
clientes nas mesas, na hora do almoço. Depois, ficava mais na porta para liberação 
do pessoal para festa. Não se recorda da figura da Mariana. Sabe que ela passou por 
si, fatalmente, pois deu os ingressos para que entrasse no estabelecimento. Tinha 
que anotar os nomes e dar os ingressos, junto com os convidados dela. Já conhecia a 
Mariana, do Café de La Musique. Foi chefe de porta de algumas outras festas. Não 
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fls. 3628
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era uma pessoa próxima, amiga, mas via ela nas festas. O seu primeiro contato com 
a Mariana foi através do Whatsapp. Cuidava da promoção, recebia as listas de 
convidados. Seu relacionamento com a maioria da produção [embaixadoras e 
funcionários da casa] era bem profissional. Estavam implantando um sistema novo, 
de lista de reserva. Ela não era reservada, sempre se envolvia com as pessoas. Era 
uma pessoa solícita, não introspectiva. Era uma menina normal, que vai para festa e 
já era conhecida de festa. No dia ela chegou acompanhada com a Sabrina, com o Sid 
e com a Ale. Teve toda aquela cena do almoço. Da porta, não tinha visão completa 
de dentro da casa. Tinha visão de dentro da casa, mas não nítido de quem 
estava sentado aonde. Não viu a Mariana na mesa do almoço e tampouco ela 
bebendo algo. Sabe os motivos da discussão entre a Jéssica e a Mariana. A Mariana 
levou o Sid, sendo que ele não poderia comer sem pagar. A Mariana falou, na frente 
dos demais garçons, que o garçom que os serviu tinha mentido. A Jéssica disse que 
mandaria ela embora, em razão da confusão. Como trabalham juntas no local, o 
mínimo que tem que ter um com o outro é verdade. A Jéssica estava sentada atrás 
dela. É complicado falar que o garçom tinha mentido. A Jéssica foi quem contratou a 
Mariana. Conheceu o Roberto Marinho apenas no dia dos fatos, porque tinha 
que fazer a liberação dele. Foi a responsável por recepcioná-los. Quem o 
apresentou foi o Roger. Estava o Roberto Marinho Neto, o Roger, a Fran Amaral 
e o noivo dela [Duda]. Como, na época, não conhecia ele, era uma pessoa que 
lhe apresentaram. Durante o tempo que ficou na frente do café e entrava para 
recepcionar as pessoas, não viu nada de diferente. O Café estava em um dia mais 
tranquilo, normal. Quando soube dos fatos, se surpreendeu. Não se recorda de ter 
visto a Mariana. Quando a Delegada fez algumas perguntas, disse que não lembra de 
ter visto a Mariana. A Delegada perguntou de uma menina que abraçava a vítima, 
mas não se recorda quem era. Se a Mariana tivesse chorando, ensanguentada, 
rasgada, tal fato não passaria desapercebido aos seus olhos. A distância entre 
o Café e o 300 (trezentos) é de uns 50 (cinquenta) a 100 (cem) metros. Uma 
pessoa que se diz topada não conseguiria chegar no 300 (trezentos), ainda mais 
com o salto que ela estava. O chão é de paralelepípedos, irregular. A vítima se 
“estabacaria” (sic) no chão, fatalmente. Não bebe e, de salto, já sente 
dificuldade de andar até o local. O chão é de ladrilho, branquinho. No estado em 
que a vítima dizia estar é humanamente impossível de conseguir chegar, 
andando equilibrada. Entrou no caso porque já foi vítima de estupro. Foi abusada 
sexualmente dos 4 (quatro) aos 6 (seis) anos. Quando acusaram uma pessoa que já 
conhece há muito tempo, disse que não estava certo isso. Questionou a vítima na 
internet e ela postou a pergunta,pedindo para as pessoas denunciarem. Entrou no 
caso porque começou a receber mensagens do tipo “tomara que você seja dopada e 
estuprada”, “tomara que você tenha uma filha e ela seja estuprada”. Já foi vítima de 
estupro e sabe o que é. Quando aconteceu consigo, era criança. Ninguém sabia, seu 
esposo não sabia. Após essas circunstâncias, começou a ter crises de pânico, pois 
tais fatos começaram a mexer em seu psicológico. Após a Mariana postar e começar 
a receber mensagens, começou a se envolver no caso. Já passou por isso e não 
acha justo. A Mariana conversou com o Jonny Wolf, gerente do 300 (trezentos). Ele 
conversou com ela. Perguntou se ele não iria na Delegacia. Quando conversou com a 
Delegada, ela perguntou o nome do segurança que estava na porta, o nome da 
menina que estava na porta. Disse que a menina era Vanessa Pires. A Mariana era 
embaixadora do 300 (trezentos). As embaixadoras precisam assinar uma folha. A 
pergunta que fez para Mariana foi assim: “Mariana, e os vídeos do 300 (trezentos)?”. 
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O vazamento não foi por parte do Aranha e nem por parte do Café, foi por parte dela. 
Sabia que no 300 (trezentos) tinha câmera. Ela postou, fez todo o “auê”. A Mariana, 
em um depoimento, fala que não lembrava de nada, sequer o possível estuprador. 
Quando falou dos vídeos do 300 (trezentos), passaram a questioná-la. Nesse 
momento, a Mariana veio com um outro depoimento, dizendo que lembrou e foi até 
simpática com as moças do caixa. Quando se entra no 300 (trezentos), tem que 
assinar uma folha com o nome. Tem que colocar horário, abrir uma pulseira de 
consumo e entrar. É surreal a vítima afirmar que colocam droga nas bebidas. Viu 
garçons chorando porque não tinham dinheiro para dar leite para os filhos. Não tem 
como os garçons colocar drogas nas bebidas das mulheres. A Mariana não tem 
noção do quanto os funcionários trabalham para ganhar uma mixaria. Já viu garçons 
ajudando meninas que se passaram nas bebidas. Viu eles levando para a área de 
segurança, levando água para meninas. Acredita que a casa não entrou com ação até 
o momento contra a vítima. A Casa sofreu com deficit, perdeu patrocinadores. A 
Fernanda Motta, esposa do Roger, perdeu todo o patrocínio da Starbucks. A marca 
não quer se vincular com o caso. Sofreram famílias dos garçons, as embaixadoras, 
todo mundo. Não é só o deficit material. Perdeu dinheiro, mas a maior perda foi o 
mental. Parou sua vida por um mês, pois achava o cúmulo. Durante o tempo em que 
trabalha como embaixadora não recebeu convite para aliciar mulheres. É casada e 
seu marido faz toda a parte de segurança, no Café de La Musique. Além da empresa, 
ele faz a segurança do pessoal que vai para lá. A vítima postou que venderam a 
virgindade dela, mas pensa que isso seja surreal. Não consegue digerir os fatos. 
Quando as pessoas entram na casa, sofrem revista pessoal. A casa é criteriosa. 
Quando alguém é pego droga com alguma pessoa, essa pessoa é retirada. Eles 
entregam as drogas para os Policiais (P2). O tempo todo tem viatura na porta do 
café. Se a Mariana quisesse fazer uma denúncia por estupro, facilmente poderia 
se socorrer. Se fosse vítima, buscaria ajuda de qualquer pessoa. O André 
estava descendo atrás dela. Se fosse algo agressivo, não pensaria 2 (duas) 
vezes em denunciar e tampouco iria para outra casa noturna. O Café não esteve 
envolvido em outras denúncias de estupro. Relata que há postagem em redes sociais 
de que, supostamente, a Jéssica seria uma das chefes da prostituição e que 
realmente acontecia abusos no local. Afirmou que há postagens da Mariana e de 
terceiros no sentido de que a Jéssica aliciava as meninas. Pegaram o post do 
Instagram e jogaram para ver quem era. O responsável pela postagem era um fake. 
Descobriram quem era o fake que estava passando essas informações para a 
Mariana. O indivíduo era rival do Café. Ele tem um beachclub, no Centro. A Mariana 
não foi ver a veracidade das acusações. Ela postou o nome de um monte de 
embaixadores, indevidamente. A Mariana não vê a veracidade dos fatos e as pessoas 
vão abraçando. Com isso, relata que estão sofrendo ameaças e xingamento o tempo 
todo. A mãe da Mariana não lhe procurou. Mandou mensagens para a mãe da vítima, 
buscando esclarecimentos. Acredita que a Mariana é mais vítima da mãe do que 
qualquer coisa. Sinceramente, a mãe dela é totalmente desequilibrada. Hoje, ela 
postou que a Mariana está de cama. Passa as audiências e a Mariana vai postar na 
internet. Ela joga na mídia que falam determinada coisa, que são compradas. Chega 
próximo à audiência e ela some. É sempre assim. A Mariana lhe processou por 7 
(sete) crimes. Sofreu várias ameaças após os fatos. A pedido da Polícia, ficou um 
mês dentro de sua casa, sem sair. Como estava batendo muito de frente, pediram 
para que evitasse de sair. Foi fazer um Boletim de Ocorrência. As pessoas são 
doidas. A vítima mandou fazer manifestação na porta do fórum, na última audiência. 
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Antes da audiência, tinha uma menina que não parou de tirar foto de si e da Enya, 
enquanto esperavam. Algumas menina que conhecem a Mariana frequentam o café. 
Disse que são muito caras de pau. Essas meninas, ainda, frequentam a Piscina 32, 
onde, supostamente, as pessoas seriam são drogadas e os garçons colocariam 
drogas nas bebidas. Essas meninas adoram ficar neste local, chega a ser engraçado. 
A Ana Bruna foi chamada na Delegacia e é amiga da Mariana. Ela foi no Café há uns 
2 (dois) meses. A Ana, anteriormente, disse que eram putas de luxo. Quando viram a 
Ana Bruna na casa, ficaram muito brabas. Foram conversar com a Ana Bruna. 
Gestionaram sobre as razões pela qual ela apoiava a menina, tinha dito tudo aquilo e 
ainda frequentava o local. Afirma que, por essa atitude, ela estaria sendo conivente 
com a situação. Conversou com a Ana Bruna e ela relatou que a Mariana virou a cara 
para si. A Ana Bruna afirmou que a Mariana virou a cara para si, quando não 
reconheceu o Robertinho Marinho no vídeo, porque ela falava que a Ana Bruna era a 
única pessoa que poderia reconhecê-lo. A Luciane ligou para a Ana Bruna, falando 
que ela era uma comprada, “fez um rolo” na vida da menina. Não tinha como ela 
mentir, falar que era o cara. Teve o seu instagram derrubado na época dos fatos. 
Disse que não conhecia o André. Entrou de gaiato por uma coisa sua e teve a conta 
cassada. Já foi atingida por um copo, dentro da balada, por conta dos fatos. Essas 
pessoas que lhe atacam possuem medo, porque é meio ogra. Em razão disso, essas 
pessoas fogem, mas nãopodem te ver a depoente quieta, senão é copo na cabeça. 
Não pode “vacilar”. Anda com seu marido que é segurança particular. A Mariana 
bebia álcool. Ela tinha acesso à bebidas gratuitamente. Não viu ela se relacionar 
com alguém dentro da casa. Não viu ela ficar com alguém, pois não ficava 
dentro da festa. Para ela ter acesso à parte de cima, foi feita uma liberação. Ela 
estava com o André, mas quem libera é o Roger. Ali é um camarim, que tinha 
um banheiro. Ainda é funcionária do Café. No episódio da discussão do almoço, 
ouviu porque o garçom estava com eles. A discussão foi próxima ao balcão. Saiu do 
Café por volta das 21h00min. Existe ação penal promovida pela vítima e pela genitora 
contra si. Por fim, afirma que a vítima não conseguiria andar entre as duas casas, se 
estivesse sob efeito de drogas, com base em suas convicções pessoais e com base 
em informações de terceiros.
Outrossim, a testemunha Sidiney Macedo Júnior, ouvida em Juízo 
(gravação audiovisual de fls. 2.356-2.357), declarou:
"Que conhece a Mariana há alguns anos. Se conheceram há 4 (quatro) 
anos pela internet. Saíram algumas vezes para festa, shows. Só que pararam de se 
falar por uns 2 (dois) anos e voltaram a se falar posteriormente, no ano de 2018. Se 
viram umas 2 (duas) vezes antes do dia 15 de dezembro. Após os fatos, 
conversou com a mãe dela. Não teve mais contato com a Mariana. Conheceu o 
acusado André apenas no dia 15 de dezembro. Nesse dia, estava no Café de La 
Musique. Se encontrou com a Mariana já no estabelecimento. Acredita que 
chegou por volta das 15 horas no Café de La Musique. Almoçaram juntos. A 
Mariana exercia a função de embaixadora no estabelecimento. É a mesma coisa 
que Promoter. A função é divulgar a festa e fazer lista. Naquele dia, tinha uma festa 
no Café. Não se recorda qual era a festa. Se encontraram no café. Após o almoço, 
se dirigiram para a área da festa. Ficaram pouco tempo juntos, pois ela foi para 
a área da piscina. A piscina é um camarote, onde ficam as demais 
embaixadoras. Homem não pode entrar. Em razão disso, foi para um bangalô de 
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um amigo seu. Voltaram a se falar apenas à noite. No período da noite, ela não 
reclamou de nada. Entretanto, viu ela bebendo. Não se recorda o que ela bebeu. 
Almoçou com a Mariana, na mesma mesa. Houve um atrito naquela oportunidade, 
porque a Mariana disse que poderia levá-lo para almoçar junto com ela. Entretanto, 
na verdade, apenas poderia levar amigas, mulheres. Não sabia dessa história. 
Chamou o garçom, pediu seu prato. A moça que contratou a Mariana [Jéssica] viu o 
depoente pedindo seu prato. A função da Jéssica era de coordenadora das 
embaixadoras. A Jéssica viu o depoente pedindo comida para o garçom, na comanda 
da Mariana, e foi falar com ela. Alertou que não poderia fazer isso. Tem foto no 
celular sobre o pedido, mas não lembra o que pediu para comer. Se recorda que a 
Mariana estava bebendo, mas não sabe especificar se era bebida alcoólica. 
Conhecia a Mariana a certo tempo, mas era mais pela internet. Se saíram 5 (cinco) 
vezes foi muito. Nunca presenciou a Mariana embriagada. Como embaixadora ela 
divulgava a festa e fazia a lista. A embaixadora deve trabalhar um determinado 
horário para ganhar cachê. Afirmou que pagou sua conta, após a confusão. 
Encontrou a Mariana, posteriormente, à noite. Não se recorda quanto tempo 
ficaram juntos. Permaneceram em um bangalô, bebendo, dançando. Acredita 
que a Mariana ingeriu bebida, pois estava com um copo na mão. A Mariana 
estava mais alegre, não estava como no almoço. Ela aparentava estar um pouco 
embriagada. Ficaram juntos por, aproximadamente, 1 (uma) hora. O local em que 
se encontraram era, olhando para o DJ, um bangalô atrás, do lado esquerdo. Ficou 
durante a festa toda no bangalô 401. Quando encontrou a Mariana, foi no bangalô 
403. Ficou um pouco com ela neste local. Não se recorda se o André estava 
neste local, mas tinha pouca gente. Tinha mais mulher. De homem, era mais o 
garçom. Conhece o Roger [cubano]. Ele estava no Café, mas não se recorda se 
estava no bangalô. Não conheceu o Roberto Marinho Neto. Permaneceu por uma 
hora, com a Mariana. Alega que foi chamado com outras pessoas para irem jantar no 
Shark e decidiu ir ao local. Recorda-se da Mariana ter ficado no Café, com algumas 
amigas. O sócio do Shark convidou o marido da Franciely Amaral [Duda]. A Mariana 
não foi junto. Não sabe se ela foi convidada. Combinou de se encontrar com a 
Mariana no 300 (trezentos), após a festa. Sairiam do Café e iriam para o 300 
(trezentos). Na hora que saiu do Café, a Mariana não estava consigo. No bangalô 
ficaram as amigas dela. A Mariana comentou que eram amigas de longa data, de 
infância. Se recorda que elas [Mariana e amigas] ficaram no bangalô e foi 
embora. Deixou o Café com a Sabrina, com a Lizandra, com a Franciely. Foram no 
mesmo carro. O André estava no Shark. Quando chegaram no local, sentaram 
em uma mesa e, posteriormente, sentaram em uma mesa maior. No local, havia 
bastante gente [entre 10 e 15 pessoas]. Apenas cumprimentou o André no 
Shark, não conversou diretamente. No Café de La Musique, não visualizou ele. 
Na verdade, não conhecia ele. Conheceu ele no final do Café ou no Shark. Não 
se recorda se o André ingeriu bebida alcoólica. Enquanto estava no Shark, estava 
sem internet. Até o momento encontra-se sem internet [3G], pois seu celular 
apresenta problemas no chip. No Shark caiu a luz, ficou sem wi-fi por um bom tempo. 
Após voltar a energia, viu as mensagens da Mariana. Era mais mensagens 
escritas, mas tinha áudio também. Possui a conversa salva. Não chegou a ligar para 
ela. No áudio, ela estava bem alterada. Inclusive, escrevia tudo errado. Ela 
perguntou aonde o depoente estava. Na escrita, não entendeu direito, mas ela 
trocava bastante as palavras. Frequentou com ela outras festas. 
Aproximadamente, 5 (cinco) festas. Nas outras festas, ela se comportava de 
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forma normal, sem palavras trocadas. Confirma que as mensagens juntadas nos 
autos foram as que trocou com ela. Depois que saiu do Café, estava sem wi-fi, não 
recebeu mais as mensagens. Apenas visualizou as mensagens, quando conseguiu wi-
fi do Shark. A luz tinha caído. Quando retornou a energia, pediu a senha da internet e, 
posteriormente, falou com ela. Conversou com a Mariana até próximo das 
23h30min. Não se recorda se ela pediu para ir até o local ou se estavam 
resolvendo para ela ir até lá. Perguntaram para os responsáveis se ela poderia ir 
até o local. Disseram que já estavam indo para o 300(trezentos) e não precisava 
ela ir até aquele local. Como percebeu a Mariana muito desesperada, foi falar 
com a Franciely se ela poderia ir. A Franciely liberou a ida da Mariana ao local. 
Após mandar o endereço, a Mariana parou de responder. Posteriormente, ouviu 
que a Mariana seria demitida do Café. Essa conversa não foi no Shark, foi em outra 
oportunidade. Tomou conhecimento de que ela foi estuprada no Café pelas redes 
sociais. Não teve nenhum contato com a Mariana, apenas com sua mãe. Sabia 
da existência do mezanino, mas nunca teve acesso. No local, tinha segurança 
na entrada. Era tipo um camarim. Os DJs, artistas é que ficavam no local. As 
meninas da casa poderiam subir, quando o café estava muito lotado, para usar 
o banheiro. A fila no Café, geralmente, é gigante para ir ao banheiro. Antes da 
escada, sempre tem segurança. Nunca esteve nesse local. Frequenta o Café de La 
Musique, mas não vai sempre. No camarim o acesso é restrito, só para artistas, 
DJs ou embaixadoras. Os camarotes são para quem paga o valor e usa. O 
bangalô é o mesmo esquema do camarote. Acredita que o valor do bangalô seja 
mais baixo do que o do camarote. No dia dos fatos, ficou no bangalô do Mário 
Quintanilha [Marinho]. No local, tinha muita gente, não sabe quem são as pessoas. 
No bangalô em que encontrou a Mariana tinha poucas pessoas, eram mais 
meninas e o garçom. Não se recorda, mas pensa que tinha um homem, mas não 
conhece. Todos tem acesso ao camarote ou bangalô, mediante autorização de quem 
pagou pelo espaço. Não é necessária nenhuma identificação especial para entrar no 
camarote ou bangalô. Não presenciou a Mariana ficando com alguém. O último 
horário que viu a Mariana era, aproximadamente, 21h30-22h00min. Nesse último 
momento, a Mariana estava alegre. Não estava normal, sóbria. A Mariana tentou 
contato por mensagens. No momento em que recebeu as mensagens, não pensou 
que tivesse algo de errado. Imaginou que a Mariana estivesse apenas 
embriagada. Pensou que ela precisasse de ajuda, por estar sozinha. Ela ficou com 
amigas no Café, mas teve o período que foi para o 300 (trezentos) à pé. Não pensou 
em nenhum crime na hora que recebeu as mensagens. Pensou que ela estivesse 
embriagada, sozinha. Foram convidados para ir no Shark. Para a Mariana ir ao local, 
pediram [o depoente e a Lizandra] autorização para ela ir ao local também. No local, 
aconteceu a conversa já comentada de que ela não precisaria ir e que era para ir 
diretamente ao 300 (trezentos). Soube dos fatos pela rede social. A mãe da 
Mariana entrou em contato dizendo que alguém tinha dado alguma coisa para 
ela, mas não violentada, como exposto em redes sociais. Nunca acessou o 
camarim do Café de La Musique. Conheceu o acusado em 15 de dezembro, no 
Shark. Acredita que ele não estava na primeira mesa. Pelo que se recorda, ele 
sentou apenas na segunda mesa. Os amigos em comum era o Duda [namorado 
da Franciely], o Peter [um dos sócios]. Não recorda de ter visto ele no Café. Não 
mandaram a Mariana embora no dia, mandariam depois. Houve uma confusão com a 
Jéssica. A Jéssica era superior da Mariana. Brigaram porque a Jéssica viu o depoente 
pedindo a comida na comanda da Mariana, sendo que não podia. A Mariana poderia 
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apenas dar almoço para amigas, mulheres. Não viu a Jéssica falando que desligaria a 
Mariana. A Mariana estava alegre, mas tinha consciência do que estava fazendo, 
quando viu ela no final da festa. Ela estava alegre, embriagada. Caminhava 
normalmente, falava normalmente. Não se recorda se estava descabelada ou 
com maquiagem borrada. A Mariana estava reclamando do depoente e do pessoal 
que almoçou com ela. Ela estava sozinha e encontrou todos no 300 (trezentos). Ela 
ficou com raiva naquele dia.
Por sua vez, a testemunha Franciely Amaral, ouvida em Juízo 
(termo audiovisual de fls. 2.356-2.357), relatou:
"Que conheceu a Mariana no dia dos fatos. Conhece o acusado 
André há quase 2 (dois) anos. Seu namorado é o Duda. Ele não tem sociedade no 
Café. O namorado da depoente é sócio de uma piscina com onda, que abrirá em 
Garopaba. Conhece o Roger há mais de 4 (quatro) anos. Trabalha no local a 
aproximadamente esse tempo. É promoter, embaixadora. Eles contratam pessoas 
que tem mídia social grande para divulgar os eventos do Café. Tem obrigação de 
postar, ir ao local e tem sua lista de convidados. Não há permanência mínima na 
festa. Conhece o Roberto Marinho Neto. Conheceu o André e o Roberto por 
intermédio do seu namorado Duda. Já se encontraram em vários lugares 
diferentes, os citados não estavam sempre juntos. Já se encontraram em Santa 
Catarina, no Rio de Janeiro. Já encontrou o André no Rio de Janeiro. Já foram para 
vários locais juntos. Não se recorda de frequentar outra festa com o André. A 
primeira vez que teve contato com a vítima foi quando estava almoçando no 
café com o Roger, André, Roberto, seu namorado, mais algumas amigas. A 
Mariana começou a trabalhar no Café a pouco tempo. Naquele dia, o primeiro contato 
que teve com ela foi quando ela estava na mesa com a Sabrina, o Sidiney, a Ale. Deu 
oi para Sabrina e para o Sidiney, que conhecia. Após, presenciou uma briga da 
Mariana com a Jéssica. Quando vão almoçar no Café, possuem direito de levar mais 
uma pessoa, mais uma amiga. A Mariana tentou enrolar o garçom. A Mariana queria 
que colocassem que apenas as meninas comeram, foi por esse motivo a briga. Não 
se recorda se a Mariana bebeu bebida alcoólica. Após o almoço, foi para o 
camarote na parte de trás, que era um bangalô. Chamou a Sabrina na piscina, a 
Mariana estava junto com ela e vieram ao bangalô. Ficou pouco tempo no 
bangalô, pois estava com sua irmã e uma amiga dela. Quando suas primas 
chegaram, ficou na parte de fora do bangalô. No dia, estava muito bêbada. Acabou a 
noite no hospital. No bangalô havia a Mariana, a Sabrina, o Sidiney, o André, o 
Roberto, uma menina que estava com o Roberto, A Nat, a Vi. Não viu se o André 
ficou no lugar o tempo todo. Como não ficou lá dentro e estava bêbada, não sabe 
informar. Após a festa, foi para o Shark em seu carro, com seu namorado. As 
meninas estavam. Chegando no Shark, ficaram todos juntos novamente. O 
André foi junto com o Roger. No Shark havia umas 10 (dez) pessoas. Continuou 
bebendo no Shark. No dia, bebeu tequila de café, energético, vodka, musclurule, 
entre outras bebidas. No almoço, quando conversou com a Jéssica, recebeu a 
informação de que a Mariana não trabalharia mais no Café, em razão da situação. 
Não comentou o assunto com ninguém. Frequenta muito o Café, mas não sabe 
dizer se tem câmeras. Conhece o mezanino do Café. É o local onde ficam os 
DJs. Quando os DJs são seus amigos, frequenta o local. No dia dos fatos, não 
se recorda se subiu nesse local. No mezanino, há banheiros. A pessoa sobe a 
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escada, na direita tem o sofá onde os DJs ficam e também há o banheiro. A 
fotografia representa os sofás em que os artistas ficam. Aquele local é como se 
fosse um camarim do café. Há saída pelo lado que dá na parte de trás do palco. 
A escada é estreita, sobe de um em um. Não viu a Mariana com ninguém 
naquela festa. Não se recorda se a Mariana estava bebendo. Não se recorda da 
Mariana falando com o André ou com o Roger. O André não estava 
acompanhado de nenhuma mulher, estava solteiro. O Roger estava sozinho 
também. O Roberto estava acompanhado com uma menina. Ele chegou com ela no 
Café, não era uma pessoa que conhecesse. A Sabrina foi até o Shark. Acredita que a 
Sabrina estava em seu carro, mas não se recorda, pois estava discutindo com seu 
namorado. Se recorda de ter ido prestar depoimento. Não se recorda o que o 
Delegado perguntou no momento. Não se recorda se o Delegado, no primeiro 
depoimento, perguntou sobre fotos ou vídeos. Não se recorda se relatou que o André 
ou o Roberto Marinho estava no local. Perguntaram sobre a Mariana e respondeu 
sobre a Mariana. No seu depoimento, quando falou do Shark, o escrivão falou que 
não precisava citar todo mundo. Foi o escrivão que perguntou, não foi um Delegado. 
Reconhece sua assinatura do primeiro depoimento. Só se recorda do escrivão, não se 
recorda do Delegado. Prestou outro depoimento. No segundo depoimento, estava 
presente apenas a Delegada. Na oportunidade, a Delegada perguntou se conhecia o 
Aranha, perguntou de todo mundo. Na ocasião, tinha um book de fotos suas e do seu 
namorado. Perguntou se tinha visto alguma coisa. Perguntou se a Mariana tinha 
ingerido bebida. Perguntou se o André comentou algo aquele dia, no Shark. 
Respondeu que o André comentou que tinha uma menina muito bêbada, doida e 
que tinha fugido dela. Deduziu que era a Mariana, porque tinha acabado de ver o 
vídeo dele descendo do local. Não chegou a comentar que era a Mariana, pois não 
conhecia ela. O André estava bebendo, mas não se recorda se estava 
embriagado. Ele comentou sobre o ocorrido, pelo que se recorda. O André não 
comentou o nome da Mariana. Falou que, provavelmente, era a Mariana, com 
base no que contaram. Reconhece a assinatura do depoimento de fl. 948. Afirma 
que fez um Boletim de Ocorrência contra a Mariana, quando prestou o segundo 
depoimento. O Aranha e o Roberto são bem próximos, amigos pessoais. Tem dias 
que estão juntos, tem dia que está só com um, tem dia que está com outro. 
Reconhece a pessoa da foto de fl. 1.017. É o André Aranha. Perante a Autoridade 
Policial, no segundo depoimento, falou que era ele. Nega que tenha relatado sobre 
uma conversa do Aranha com a Mariana, pois não viu eles juntos. O Aranha 
comentou que viu uma menina muito bêbada e fugiu dela. Deduziu que era a 
Mariana. Na Delegacia, se sentiu desnorteada, pois havia um book de fotos do 
seu namorado, pensou que indiciariam ele. Falou, provavelmente, que era a 
Mariana para a Delegada em razão de dedução. Bebeu tequila de café, gin, vodka, 
musclerule, entre outras bebidas. Pode ter bebido muito mais coisas, mas isso é o 
que geralmente bebe. O Roberto estava acompanhado, não conversou com a 
Mariana. O Aranha não comentou mais nada sobre essa menina. Estava muito 
embriagada, não lembra das coisas. O Aranha não comentou se ficou com a 
menina naquele dia. Não viu o acusado com a Mariana, naquele dia. Não 
permaneceu com a Mariana, porque não era sua amiga. Apenas chamou a 
Sabrina e a Mariana veio junto. Viu a Mariana em 3 (três) pontos da festa: no 
almoço, na piscina e no bangalô. Ainda é embaixadora do Café de La Musique. O 
bangalô é um camarote. O Camarim é onde fica o DJ. Quem tem acesso ao camarim 
são os sócios, o DJ e às vezes algum funcionário que quer usar o banheiro. Quando 
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os sócios liberam, seus amigos podem ter acesso. Para entrar no camarote não é 
necessário ter pulseira. Entra quem é amigo. Quem não é amigo, não vai entrar. 
Dentro dos camarotes não há segurança. Há segurança em diversos pontos da 
balada. Na porta do camarim, há seguranças. Não sabe se dentro do camarim há 
outros seguranças. Não sabe precisar quantos banheiros há dentro do camarim, 
mas há uma fileira de banheiros. Acredita que os banheiros não são separados 
[masculino e feminino]. Subiu a última vez no Camarim há cerca de 3 (três) anos. 
Foi jantar no Shark com o seu namorado, o Aranha, o Roger, o Sidiney, as 
meninas e não se recorda quem mais estava. Tinha umas 10 (dez) pessoas. A 
Mariana não estava no restaurante. Não sofreu ameaças, nem tentaram interferir em 
seu depoimento. A mãe da vítima, via internet, disse que estavam passando pano 
para estuprador, que falso testemunho era crime, induzindo que deram falso 
testemunha. Entretanto, fora isso, não foi coagida. Naquele dia, a Mariana foi 
demitida, porque levou homem para almoçar, sendo que ela sabia que não podia. 
Naquele dia ela demonstrou raiva, sentimento de vingança em relação ao Café. A 
Mariana demonstrou isso na internet, para todo mundo. Todo mundo recebeu muita 
ameaça, via internet, em decorrência do que a Mariana postou na internet. As 
pessoas vinham no direct com muito protesto de ódio, coisa ruim, xingando de tudo. 
Diziam que deveriam ser estupradas no lugar dela, entre outras coisas. A Mariana se 
apresenta como digital influencer. Não sabe se já era antes dos fatos, pois não seguia 
ela. Digital influencer são as meninas que vivem do instagram, ganhando coisa. Tem 
gente que é famosa e ganha dinheiro. A maioria das pessoas faz permutas. A 
acusação não é compatível com a personalidade, conduta, postura do André. O 
André é uma pessoa que sempre lhe passou muita confiança. Ele chega no 
lugar e alegra todo mundo. Todos queriam estar próximo a ele. Pelo que 
conheceu dele, foi muito difícil pensar que uma pessoa próxima a si estava 
fazendo alguma coisa desse sentido. Não havia um book na Delegacia. Dentro do 
processo, tinha muita foto da depoente com seu namorado. Quando ela abriu na parte 
errada, viu a foto do seu namorado. Não sabe quem deu as fotos para a Delegada. 
Havia foto de todo mundo. No dia dos fatos, ficou pouco tempo da Mariana. O clube é 
bem frequentado. Para entrar na casa, há revista. Nunca ouviu falar sobre 
drogarem terceiros no Café. No último verão, havia uma revista bem forte e 
muita gente foi pega com droga. Inclusive, há policiais à paisana, dentro da 
casa. As vezes há viatura em frente ao Café. O Café se preocupa em combater o 
tráfico na região. A escada do camarim é ingrime. Se a pessoa estiver área, ela 
cai. É uma escada complicada de descer. As várias vezes que foi na Delegacia foi 
por causa desse processo e mais vezes em razão de que pessoas vieram lhe 
intimidar, dizendo que estaria dando falso testemunho. A Mariana é quem está 
atiçando essas pessoas contra a depoente.
A testemunha Sabrina Camargo Leite, ouvida em Juízo (gravação 
audiovisual de fls. 2.356-2.357), aduziu:
"Que conheceu a Mariana uma ou duas semanas antes do 
acontecido. Conheceu elano Café, em outra festa. Criaram um grupo seu, do 
Sidiney, da Mariana e da Ale. O grupo era destinado a marcar festas. A Mariana 
convidou-os para ir à festa. Foi apresentada para o André Aranha naquele dia, no 
Café. Não exerceu a função de embaixadora. Apenas frequentava o local para 
festar. Naquele dia, para se deslocarem até o estabelecimento, dividiu o Uber com o 
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Sidiney e com a Ale. Não se recorda o horário, mas foi no meio da tarde. A Mariana 
pediu para chegarem cedo. Encontraram a Mariana no local. Almoçaram no Café 
de La Musique. Na hora do almoço, tudo ocorreu de forma tranquila. 
Posteriormente, chegaram 2 (duas) amigas da Mariana, que não conhecia. Após 
o almoço, a Mariana brigou com uma menina que era promotora, tendo em vista 
que não poderiam levar homens e o Sidiney estava junto. Teve essa briga entre 
elas. Acredita que, no almoço, ninguém estava bebendo. Após o almoço, a 
Mariana ficou chateada com a situação. Ela comentou “hoje eu vou beber”. 
Ficaram um pouco sentadas e começou a festa na parte de fora. O começo da 
festa ainda era dia. Ficaram na piscina das meninas que eram promoters. Nesse 
local, pode levar quem quiser e as meninas ganhavam bebidas. Viu que a Mariana 
estava com copo na mão e estava bebendo, mas não sabe a quantidade. Não 
sabe o que a Mariana estava bebendo. A depoente relata que bebeu Gin. Após, ficou 
um pouco com o Sidiney. À noite, encontrou ela novamente e foi convidada para 
ir buscar bebida, porque tinha a Mariana tinha um cartão. A Mariana comprou 
um gin com redbull para a depoente e também comprou um gin para si. Nessa 
hora, ela aparentava estar embriagada. Ajudou ela com o braço para andar. 
Após, ela pegou mais uma bebida e relatou que sentia muita sede, que 
precisava de uma água. Ela não pegou a água. Voltaram ao bangalô. No 
bangalô, pediu uma água para os garçons. Pegou a garrafa de água, abriu e 
colocou na mão da Mariana. Não se recorda se ela bebeu o Gin. Não se recorda 
se bebeu a água fornecida. Estava bebendo álcool na oportunidade. Mais tarde, 
foi para o Shark. Foi tudo muito rápido. Estavam no Café, lembra do episódio da 
água. Ficaram pouco tempo [menos de 1 uma hora], após essa situação no Café. 
O Sidiney lhe convidou para ir ao Shark. No início da festa, tinham combinado de ir 
para o 300 (trezentos) após o Café. Se recorda que teve uma briga de casal no meio 
do caminho e acabaram terminando no Shark. Saiu com o Sidiney e foram para o 
Shark. A Mariana estava com mais 2 (duas) meninas. Estavam no bangalô. Saiu 
com as pessoas com quem tinha chegado. Nessa hora, não se recorda o que 
tinha acontecido com o Gin. A Mariana parecia estar embriagada, bêbada. Ela 
não estava trocando as palavras. Estava trançando as pernas, andando 
desequilibrada. Parecia uma pessoa que tinha bebido álcool. O André estava no 
bangalô em alguns momentos. O Roger estava no local. Não se recorda de ter visto 
o Roberto Marinho Neto. Não se recorda nem da fisionomia dele. A Franciely estava 
no local. O Duda, namorado da Franciely, também. Naquele dia, frequentou o 
mezanino. O Roger acompanhou a depoente no local. Não se recorda a ordem 
cronológica da situação. Se recorda da escada, porque subiu. No momento, 
subiu a depoente, a Ale e o Roger. Tinha um banheiro e uma parte grande. Era 
uma parte grande, ficou esperando. Ficou no local por, aproximadamente, 5 
(cinco) minutos. O local era restrito, tinha segurança na porta. Acredita que não 
é qualquer pessoa que pode subir no local. Estava acompanhada de pessoa que 
trabalha no local. Não sabia que existia esse espaço, nunca tinha ido naquele 
mezanino. Nunca reparou sobre a existência de câmeras. Foram para o Shark 
após terem ido ao banheiro. Não viu a Mariana subir com ninguém no local. 
Para o Shark foi de carona com o Sidi, a Fran, a Ale e o Duda. Estava de carona com 
eles. Não se recorda quem estava dirigindo. O casal estava na frente. Houve uma 
briga, porque a Fran queria ir para o 300 (trezentos) e o Duda queria ir no Shark. Eles 
acabaram brigando no meio do caminho. Nesse período, estava conversando com 
a Mariana e ela perguntou para onde iriam. Após, ela começou a mandar uma 
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série de mensagens, pedindo ajuda. Ofereceu de chamar um Uber para ela. Não 
se recorda exatamente a ordem. Após visualizar a fl. 24, reconheceu sua 
assinatura. A Mariana mandou uma mensagem “amiga, não quero esse boy”. Já 
tinha saído, não estava mais no Café. Lembra que deu risada, porque estava 
bêbada. Não se recorda da resposta que forneceu. Não lembra a situação em 
que a Mariana estava, na hora que saiu. Acredita que ela ficou no bangalô. O 
Sidiney puxou a depoente e foram no embalo para o outro local. Posteriormente, a 
Mariana mandou mensagem e disse que estaria no 300 (trezentos). Como a Mariana 
não foi ao Shark e estava mandando mensagem, imaginou que queria que fossem 
logo ao 300 (trezentos). Não imaginava que ela pudesse estar passando por alguma 
situação. Após o Shark, foi para o 300 (trezentos). Avisou e perguntou onde ela 
estava. A Mariana não estava no local. No 300 (trezentos), encontrou 2 (duas) 
meninas para racharem o Uber. Quando estava voltando para casa, a mãe da 
Mariana ligou. A mãe da vítima perguntava o que tinham feito com a filha dela. 
No Uber, estava com duas meninas, conhecidas de balada. Após os fatos, 
nunca mais falou com a Mariana, foi sempre com a mãe dela. Era a voz da mãe 
dela, perguntando o que tinham feito com a filha. Não entendeu o que estava 
acontecendo, pois estava bêbada. A voz, no áudio encaminhado pela depoente, 
estava toda embargada de bêbada. No outro dia, quando acordou, foi ouvir e buscar 
compreender o que aconteceu. Ainda não entendia o que houve. Mandou mensagem 
para mãe da Mariana novamente. A mãe da vítima falou que tinham feito algo com a 
filha, perguntou o que houve. A Mariana, quando saiu o caso, envolveu seu nome em 
diversas coisas. Bloqueou a Mariana e quem lhe atacava. Várias amigas mandavam 
prints contendo ataques. A vítima afirmou que estavam leiloando a virgindade dela 
para homem rico. Uma coisa é querer justiça, é o direito dela. Não é justo mexer com 
quem não tem nada a ver. Conheceu a Mariana pouco tempo antes dos fatos, uma ou 
duas festas antes. Frequentava o Café de La Musique há anos. O bangalô são as 
“casinhas” que ficam no Café e os camarotes são a área de piscinas. Não sabe o 
preço da locação dos locais, mas acredita que a piscina do meio seja a mais cara. 
Nunca foi embaixadora na casa, não trabalha com festas. Na data dos fatos,foi 
convidada para ir com a Fran. Como estavam envolvidos no grupo e tinha conhecido 
a Mariana, que parecia ser uma pessoa legal, combinaram de ir para o Café e se 
encontrarem no local. Tinha recebido convite de outras pessoas. Sai a bastante 
tempo, vai para toda festa, é algo normal. A Mariana não comentou quanto receberia, 
mas ela disse que era embaixadora. Acredita que as embaixadoras fazem lista. 
Esteve com a Mariana na hora do almoço, por volta das 16h00min-17h00min; na 
hora que ela brigou com a promoter da casa; na hora da piscina e na parte da 
noite. Nesses momentos, a Mariana estava com copo na mão, mas não sabe o 
que tinha dentro. Foram ao bar e a Mariana, com o cartão de promoter, pegou 
uma bebida para depoente. Após, pegou uma bebida para si. A mãe da vítima 
relatou que a Mariana tinha alergia a energético. Achou estranho que na bebida 
tivesse energético. Bebeu pouco da bebida que ela pegou no bar. Não se recorda de 
nada estranho. Não presenciou a Mariana beijando ninguém. Não se recorda se a 
Mariana conversou com algum homem. A pessoa mais próxima da Mariana 
eram as 2 (duas) meninas, das quais não recordam o nome. A Mariana era uma 
conhecida, não sua amiga. Chegaram no Café e viu que tinha 2 (duas) meninas que 
conheciam a Mariana a mais tempo. Talvez essas meninas fossem as mais próximas. 
Não sabe a quem ela se referia à mensagem dizendo que não queria um rapaz. 
Não viu ela flertando com ninguém. A Mariana não especificou quem era o 
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“boy”. Respondeu uma mensagem com risada, porque achou engraçado. Não 
passou na sua cabeça que ela precisasse de ajuda. Se ela fosse sua amiga, 
saberia se ela estava passando uma situação séria ou se apenas estava dizendo que 
não queria o rapaz que estava “lhe alugando”. No momento, pareceu que o rapaz 
estava apenas dando em cima, pareceu isso. Informou que iria para o 300 (trezentos) 
e foi para o Shark, sem contar para a Mariana, porque não deve satisfação à ela, 
estava de carona e, no meio do caminho, mudaram de planos. Foi algo normal. A 
Fran comentou, via Whatsapp, que alguém novo estaria na casa. Era o Roberto 
Marinho Neto, ele estava acompanhado de uma moça morena. No local tinha o 
André, o Roger, entre outras pessoas. Essa apresentação [ao Roberto Marinho Neto] 
foi no Café. Não sabe todo mundo que estava no Shark, era uma mesa grande. 
Se recorda do André no local, bem como do Roberto Marinho Neto, com a 
menina. Em relação ao momento em que esteve com a Mariana, relata que pediu 
uma água para o garçom e entregou para a Mariana, mas não recorda nem se 
ela ingeriu a bebida. O último momento que viu a Mariana foi no bangalô, após a 
cena da água. Logo saiu daquele local. A última imagem que tem dela, foi daquele 
momento. Não sabe dizer o exato momento, com precisão. Estava bem embriagada. 
Se recorda que pegou o drink, voltaram para o bangalô, pediram uma água. Não 
ouviu comentários de a Mariana ficar com alguém naquele dia. No dia, não ficou 
perturbada, fora do normal, apenas estava bêbada. A Mariana estava alegrinha. 
Ao seu ver, parecia alguém que tinha bebido. Não estavam conversando. Foi algo 
rápido. Ela pegou a bebida e disse que precisava de água. Parecia uma pessoa que 
estava alegrinha, com os passos embriagados. Era algo normal. Ela não estava 
com raiva do Café de La Musique. A Mariana não tinha perdido o emprego, só teve 
um desentendimento entre ela e a outra promotora. 
A testemunha Roberto Marinho Neto, ouvida em Juízo (audiovisual 
de fl. 3.344), depôs:
"Que conhece o acusado há 15 (quinze) anos. Não conhece a vítima. 
No dia dos fatos estava no Café de La Musique. Foi no estabelecimento por 2 
(duas) oportunidades naquele dia. Em uma primeira oportunidade para o almoço e, 
posteriormente, para a festa mencionada. Foi com outros amigos e uma amiga. Para 
o almoço, não foram juntos, se encontraram apenas no local. Para a festa, foram 
juntos ou chegaram quase juntos. Não teve acesso ao camarote restrito. Durante a 
festa, não viu o momento em que o acusado abordou a Mariana. Era um evento 
festivo, tinham muitas pessoas. Havia conhecidos e desconhecidos. Após os 
fatos, teve contato com o acusado. Entretanto, ele não contou como havia 
conhecido a vítima. Apenas ficou sabendo da existência desse processo em 
andamento. Após os fatos, o acusado André relatou que estava sendo acusado 
por algo que não era verdadeiro e que estava realmente muito triste com a 
situação, mas não entraram em detalhes. Se encontraram apenas com várias 
outras pessoas juntas, não entraram em mais detalhes. No dia do ocorrido, não se 
recorda de ter visto o acusado com a moça. Era um evento com bastante pessoas, 
tanto que conhecia quanto que não conhecia. Não tinha visto a Mariana 
anteriormente. Não sabe de nada que desabone a conduta do André ou fato que lhe 
desabonasse. No dia dos fatos, disse que não pode se recordar diretamente da 
vítima, pois tinham muitas pessoas no local. No dia dos fatos, era um evento festivo, 
envolvia álcool, mas nada que chamasse a atenção de uma conduta diferenciada. 
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Posteriormente, com o tempo, soube sobre todo o ocorrido. A noite foi comum, 
como qualquer outra. Se encontraram depois, jantaram, não houve nada que 
chamasse a atenção. Ficou sabendo que a vítima foi em outro estabelecimento. 
Não estava no local e não viu. O que sabe é o que está publicado em internet, 
redes sociais. Ficou sabendo que a vítima foi demitida e despejada, pela 
internet. Em um primeiro momento, tinham muitas histórias sendo ditas na internet, 
redes sociais. Seu nome estava envolvido, pois estava no evento festivo. Achou 
estranho que a mãe da vítima lhe imputou o crime, mas não quer emitir juízo de 
valor. Estranhou o fato, mas nega que tivesse qualquer espécie de contato com 
a vítima. Nega que tenha sofrido pressão ou sido ameaçado. Nega que tenha 
sofrido represálias ou ataques pessoais, a não ser as coisas que são faladas na 
internet e que, muitas vezes, não são verdadeiras. Frequentou o Café de La 
Musique quando era jovem, ficou uns 3 (três) ou 4 (quatro) anos sem ir. Quem 
frequenta são pessoas normais, nada que envolva prostituição ou tráfico veio 
ao seu conhecimento. Acredita que há revista na porta de entrada. O acusado 
não disse se teve relacionamento ou não, apenas que estava sendo acusado e 
estava sendo afetado por isso. Esse fato causou transtornos. Ele não comentou 
se teve contato com a menina, no dia da festa. Ele apenas disse o quanto estava 
abalado pela acusação. Na própria noite, não se recorda sesaíram juntos do 
Café ou não, pois estava com outra pessoa. Naquela noite jantaram juntos, com 
aproximadamente outras 20 (vinte) pessoas. Havia pessoas conhecidas e 
desconhecidas, não era todo mundo que era amigo seu e do André.
Isto posto, em específico as testemunhas Sabrina Camargo Leite, 
Franciely Amaral e Sidiney Macedo Júnior, estas afirmaram que após o almoço 
tiveram pouco contato com a vítima, tão somente em curtos períodos durante a 
festa, momento que Mariana estava bebendo e, aparentemente, estava um pouco 
"alegrinha". Que depois da festa foram jantar e não tiveram mais contato com 
Mariana. 
Todos foram categóricos em afirmar que a vítima, aparentemente, 
estava consciente e em estado normal no período que permaneceu dentro do Café 
de la Musique e que, inclusive, ao chegar no estabelecimento 300, igualmente 
aparentava consciência plena e capacidade motora normal, nenhum sinal de 
alteração que pudesse levantar qualquer suspeita.
Por derradeiro, após deixar o estabelecimento 300, Mariana 
chamou um Uber e ligou para sua genitora, retornando para sua residência. Neste 
período permaneceu por aproximadamente 30 minutos dentro do veículo. Colhido o 
depoimento do motorista do aplicativo, Sr. Walton Souza Rabbib (gravação 
audiovisual de fls. 2.356-2.357), este relatou:
"Que ainda é motorista de Uber. Que buscou a vítima em um 
estabelecimento, em Jurerê. O estabelecimento era o Café de La Musique. 
Recebeu um chamado normal, pelo aplicativo. Chegando no local, se deparou 
com uma moça. A primeira impressão que teve é de que a moça tinha ido ao 
local, não conseguiu entrar e estava voltando embora. Aparentemente, ela 
estava impecável: a roupa, a maquiagem. A passageira usava uma roupa 
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branca. O estabelecimento era o Café de La Musique. Ela ingressou no veículo. 
Conduziu ela até a Cachoeira do Bom Jesus, em sua residência. Não houve nenhuma 
conversa. A passageira entrou no carro. Perguntou a ela se estava tudo bem, 
como foi no local e porque já iria embora. Perguntou se não estava bom lá 
dentro. Ela disse que não estava. Antes dela ligar para alguém, percebeu que 
ela começou a chorar. A passageira entrou normal no veículo. Após 1km, ela 
começou a chorar e ligou para alguém. Ouvindo a conversa, percebeu que a 
passageira falava com sua mãe. Ela chorou durante a conversa, foi chorando a 
viagem toda. Chorando bastante. Ela só repetia as mesmas coisas: “ninguém 
tem amigo, não pode confiar ninguém.. cadê meu pai? Quero meu pai”. Ela 
sempre repetia as mesmas coisas. A impressão que se tinha é de que, alguma 
forma, ela estava alterada. Ela não aparentava estar embriagada. Estava vestida, 
toda alinhada, bem maquiada. Durante a viagem, ela começou a chorar, demonstrar 
uma certa alteração que não era normal. O pagamento foi em dinheiro. Quando foi 
buscar a passageira no estabelecimento, ela achou que tinha colocado no cartão, 
mas escolheu dinheiro. Quando chegaram no destino, ela não tinha dinheiro, teve que 
chamar a mãe. A mãe que foi até o carro para pagar. Ela saiu do carro e entrou no 
apartamento. Quando ela chegou no destino, ela já estava se acalmando, mais 
equilibrada. A mãe da passageira não perguntou nada. Reconhece sua assinatura no 
depoimento extrajudicial. Conhece o 300 (trezentos). O 300 (trezentos) e o Café de 
La Musique estão, praticamente, um do lado do outro. Deve dar uns 300 metros. Se 
recorda que buscou a passageira no Café de La Musique. Os estabelecimentos são 
próximos. Pelo que se recorda, buscou a passageira no Café de La Musique. A 
passageira estava, aparentemente, alterada por efeito de alguma substância, 
pois normal ela não estava. Não sabe dizer qual a substância, mas algo que tira 
a pessoa de sua normalidade. Bebida não era, porque não havia cheiro de 
álcool. Ela começou a se descontrolar, dizer frases repetidas. A impressão é 
que ela estava alterada por alguma substância, dizia frases repetidas. A 
passageira disse a viagem inteira as mesmas frases. A viagem demorou uns 30 
(trinta) minutos, era algo repetitivo, cansativo. Ela sempre dizia a mesma coisa, não 
mudava o discurso. Quando ela entrou no Uber, estava sozinha. No local, ela estava 
sozinha, parada, esperando. Não recebeu ameaças ou xingamentos por parte dela e 
nem por parte de ninguém. Não conversou com ela, apenas no início. Perguntou 
se estava tudo bem, como estava. Ela pegou o celular, ligou para mãe e 
permaneceu durante a viagem no celular. A passageira começou a chorar logo 
em seguida a entrar no carro. Após ela começar a chorar, pegou o celular e foi 
conversando com a mãe. Ela não citou o nome de amigos. Só dizia para não 
confiar em ninguém e que não era para confiar nos amigos. Parece que 
deixaram ela sozinha e foram para outro lugar. Em nenhum momento ela disse 
que foi estuprada, atacada, agredida. Foi a mãe dela que pagou. Teve 
contratempo, porque a mãe não tinha dinheiro, pegou emprestado de alguém. A mãe 
dela não fez nenhum comentário. Ela saiu do carro normal, a mãe dela já veio. A mãe 
dela estava meio braba com ela, com a situação. A passageira pegou, entrou. A mãe 
dela estava braba porque tinha dito para não ir.
Ou seja, a testemunha destacou que Mariana, num primeiro 
momento estava "impecável, roupa e maquiagem", que tentou conversar com ela, 
que perguntou se estava tudo bem, que a mesma afirmou que não, mas não 
conversou mais. Logo em seguida ligou para a mãe e começou a chorar muito, 
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aparentando estar alterada, sob efeito de "algo", mas não estava bêbada, pois não 
tinha odor de álcool.
Prosseguindo, foi colhido o depoimento do proprietário do 
estabelecimento Café de La Musique, Sr. Roger Rodrigues da Silva (Termo de fls. 
3339/3340 e mídia audiovisual de fl. 3343. Tempo:1h36min30seg a 2h06min15seg), 
que relatou:
"Que o Café de La Musique funciona da seguinte maneira, tem a parte 
construída, onde fica o restaurante, face sul, de como está falando, tem o deque, que 
vai até o passeio de namorados e a praia, no deque, fica as mesas e os camarotes, 
parte externa; Que do deque, tem o acesso à área construída, banheiros, que atende 
a grande maioria das pessoas, e o acesso ao camarim; Que o camarim, fica para a 
direita, olhando para o mar, a direita, acima da parte construída, do restaurante e 
banheiros; Que os bangalôs são os camarotes, espaço específico, mais reservado; 
Que o camarim, onde a gente recebe os artista, com todo o staff, da mesma forma, 
ficam os maiores clientes, que usufruem dele, tem mais conforto, recebem vários 
casais e personalidadeda cidade, os maiores clientes; Que o Café, pode estar mais 
cheio, tem um conforto a mais, inclusive para amigos que tem uma idade mais 
avançada, para clientes com habitualidade, personalidades, etc; Que, referente ao 
dia, era uma festa normal, que era início da alta temporada, normal, como 
qualquer outra; Que não viu nada de estranho, nenhum momento, foi uma festa 
como qualquer outra, são 14 anos de casa; Que, na hora, quando mandaram 
todas as imagens para a polícia, o café tentou auxiliar ao máximo para resolver 
esse problema; Que no dia do fato, pelo que lembra, não sabe se autorizou ou 
não eles subirem; Que tem uma imagem que mostra que está indo, falando para 
eles que iria jantar em outro lugar, tinham combinado, inclusive que André 
também foi jantar; Que não recorda se falou que estava indo jantar, na lembra 
exatamente; Que foi algo simples, não recorda de algo estranho, não lembra de 
nada que trata de algo estranho, normal, ele tinha pulseira, como vários outros 
clientes tem e podem subir; Que ela, também, como trabalhava lá, já conhecia o 
lugar, foi com ele normalmente, não cabe a si julgar, aconteceu isso; Que os 
sócios, quando compram esse espaço, porque é mais caro, como se fosse um 
conforto a mais, tanto ele como qualquer outra pessoa que comprou esse espaço; 
Que normalmente os clientes tem uma pulseira, que dá acesso ao local, quando está 
muito cheio na parte debaixo; Que não tem conhecimento do local ser para 
manter relação sexual, até porque tem meninas que limpam, segurança, sempre 
tem alguém encarregado para limpeza, não tem essa possibilidade; Que o 
segurança fica na porta de acesso, outra pessoa fica nos banheiros, cuidando 
do espaço, geralmente uma senhora, mulher; Que, o que veio a descobrir depois, 
teve um problema dela com a equipe dela, que ela fez algo de errado, referente ao 
comprometimento dela com a equipe de promoção; Que ela foi demitida, ficou 
sabendo depois dos fatos; Que chegou a ver ela de longe, viu eles conversando, 
falando, com naturalidade, nada de estranho; Que era umas 22horas e pouco, 
quando estava quase acabando, a imagem mostra o momento que falou, é o 
momento que disse que iria jantar; Que tem como imagem, algo em torno das 
22:30horas; Que estava saindo, estava indo jantar; Que o acusado foi no jantar, 
momento depois; Que ele não comentou nada; Que ele não aparentava estar 
embriagado ou drogado; Que desconhece uso ou oferecimento de drogas por 
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parte do acusado; Que não necessariamente precisa da autorização do sócio para 
ter acesso ao local, tem uma equipe, que se você for um cliente especial, tem essa 
pulseira, não são todos, por exemplo, se chegar com 20 pessoas, não são todos que 
poderão subir, mas vc poderá subir, poderá falar com a produção; Que o adquirente, 
ou o relacionamento com fidelidade tem esse acesso; Que, neste acesso superior, 
tem câmeras que foi mostrada no processo; Que, no local do camarim, não tem 
câmeras, atualmente, está fechado, em face deste transtorno que causou a 
casa; Que cederam as imagens para a Polícia, de todos os locais; Que, acredita, 
que deveriam ter feito copias da imagens, porque iria resolver muitas coisas, depois 
de 60 dias as imagens foram perdidas; Que para a Casa seria interessante ter uma 
cópia, inclusive para a justiça; Que, antes das 22horas, durante a tarde, todos 
estavam no mesmo grupo; Que, antes desse “bum”, conversou com o acusado, 
ele disse que não tinha feito nada, foi isso que passou para a Polícia, que não 
teve muita conversa, porque depois os advogados falaram para não ter mais 
contato; Que para o jantar foi com alguns amigos, Duda e namorada, duas amigas 
da namorada do Duda, André, Roberto e namorada; Que no trajeto para o jantar 
não recorda quem estava consigo; Que Andre chegou sozinho no jantar; Que 
não presenciou o atrito de Mariana com a equipe dela; Que Robeto Marinho não teve 
contato com Marina; Que o Café nunca respondeu por processo, nunca teve 
problemas iguais, que hoje tem processo contra Marina e o Café; Que Marina está 
pedindo indenização, acredita que seja maior de R$1.000.000,00; Que o trajeto até o 
300 não é possível uma pessoa drogada ir digitando de salto alto; Que o caso foi 
muito ruim para a Empresa, que falaram coisa erradas, falando que os garçons 
colocam drogas na bebida, que tem rede de prostituição na casa, que tem a empresa 
a 14 anos, paga imposto, tem funcionários de 14 anos trabalhando, que se sentiram 
mais prejudicados, que por pouco não quebraram, ficaram fechados, que falaram que 
ficaram escondendo, sendo que desde o primeiro dia entregaram imagens a polícia, 
sempre foram prestativos; Que para sua imagem também foi ruim, que a mídia 
também falou, que falavam que um sócio estavam acobertando os fatos, que como 
tem uma mulher famosa, usaram isso, falando que era o marido da top model; Que 
isso causou problema, mandaram fotos da sua filha, falando “como deixam sua filha 
com um estuprador”, que falaram que era um dos estupradores, durante 1 semana; 
Que nunca tocou nesta menina, nem conhece; Que o único ressentimento que tem 
era que, pela mídia social dela, ela podia ter dito que não era; Que ela deixou o 
negócio tomar uma proporção maior; Que sua mulher ficou doente, teve câncer, e 
ainda tinha esse problema; Que essa situação lhe trouxe muitos problemas; Que, se 
teve algum tipo de abuso, a primeira coisa que ela deveria ter dito era avisar o 
segurança que tinha um monstro que fez isso; Que as pessoas são revistadas 
quando entraram; Que na frente da casa tem polícia, na frente do 300 também; Que a 
escada do camarim tem uma declividade maior que a normal, é mais íngreme que a 
tradicional; Que não sabe exatamente do segurança do camarim, mas de toda a 
equipe;“
Destarte, este confirma que autorizou a ofendida e o acusado a 
utilizarem os banheiros localizados no camarim, no andar superior, que em seguida, 
foi jantar com os amigos, inclusive, com o réu. 
Também foi colhido o depoimento do Policial Civil Fábio Silveira 
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Volpato (gravação audiovisual de fls. 2.356-2.357), um dos responsáveis pelas 
investigações do caso, o qual relatou:
"Que participou das investigações envolvendo os fatos. A 
investigação estava, inicialmente, com alguns colegas. Quando a Delegada assumiu a 
condução das investigações, começou a participar. Reviu toda a investigação, 
desde o início. Análise de câmeras, imagens. Desse determinado momento em 
diante, passou a investigar juntamente com a Delegada de Polícia. Nesse 
momento, a AutoridadePolicial já tinha acesso às imagens. As imagens consistiam 
na subida, um movimento no Café de La Musique. O ingresso deles no camarim 
e, depois, a descida do camarim. Não foi o responsável por pegar o DVR, mas 
ele foi inteiro à Delegacia. Eram 3 (três) DVRs. Um deles foi buscado dentro do 
Café e foi para a Delegacia. Não participou da diligência. Os responsáveis pela 
realização da diligência foram os Policiais Ian e Diogo. Considerando a grande 
quantidade, as imagens, geralmente, são selecionadas. Como o Café é noturno, 
quando pegaram as câmeras principais, não dava para ver muita coisa. Fica 
tudo preto. As câmeras não possuem uma qualidade boa. Além das imagens, 
ouviram algumas testemunhas, o depoimento da vítima, a análise das imagens. Há o 
deslocamento da vítima de uma casa noturna para a outra. Há a saída da vítima do 
Café. Esteve no Café de La Musique. Após visualizar o relatório de investigação, 
confirma que confeccionou o relatório. As imagens constantes no relatório, referente à 
frente do estabelecimento, foram cedidas pela Polícia Militar. Remeteram um Ofício e 
as imagens foram cedidas. Não se recorda se o Ofício foi emitido quando já estava 
envolvido nas investigações, mas sabe que as imagens chegaram em sua mão. As 
imagens da frente do estabelecimento e do deslocamento foram cedidas pela 
Polícia Militar. Em relação às filmagens das fls. 1.017-1.018, afirma que foram 
recebidas pelo Café de La Musique. Esteve no local, fez diligência in loco. Esse 
camarim possuía uma entrada, com duas portas de abrir. Após entrar, à direita, 
tem um banheiro grande. Depois você passa, tem uma área livre, uma porta de 
acesso à cozinha. Há uma área de distribuição do estabelecimento, acima da 
cozinha, dizem que fica trancado. No Café, há sistema de câmeras. Na parte de 
cima, há apenas as câmeras fornecidas. Nas poltronas, não existe câmera. Na fl. 
1.020, confirma que houve a juntada de uma planta [de engenharia]. No local, 
visualizou que existem câmeras em determinada lateral, mas não foi possível 
verificar nada, pois estava muito escuro. Não dá para visualizar nada nas 
câmeras. Verificou as câmeras e constatou que as imagens no período noturno 
ficam prejudicadas, posto que não possuem qualidade boa. O fato aconteceu em 
Dezembro, horário de verão. Não visualizou as imagens durante o dia. Pegou as 
imagens próximo a data do relatório, que foi quando iniciou as investigações. Não 
teve contato com a vítima. No relatório de fl. 1.021, concluiu que a vítima possuía 
orientação espacial e uma boa capacidade motora em deslocamento, 
considerando as imagens que visualizou. As imagens tem 10 (dez) minutos. Há 
imagens da saída dela do Café de La Musique e sua chegada no 300 (trezentos). 
O percurso à pé é de 12 (doze) a 15 (quinze) minutos. A Mariana, de salto alto, 
utiliza 1 (um) ou 2 (dois) minutos a mais para realizar o percurso. Não foi o 
responsável por receber as imagens do estabelecimento. Não sabe a data em que o 
estabelecimento encaminhou à Polícia as imagens. Há muitos casos na Delegacia, há 
muitos crimes para serem investigados. Quando acontecem crimes mais graves, já 
fazem o pedido das imagens, a coleta e a armazenagem. Não sabe dizer se o DVR foi 
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devolvido ou não. A praxe é extrair as imagens no pen drive e, posteriormente, 
realizar o relatório. O acusado André já estava identificado, mas não sabe dizer de 
que forma. O próprio setor de investigação foi quem informou. Havia outro Relatório 
que apontava isso. Não conhecia o acusado André anteriormente. Em relação a 
escada, relatou que, provavelmente, não cabe 2 (duas) pessoas, uma ao lado da 
outra. Deve ter uns 80 (oitenta) centímetros. A escada é normal, não muito alta. 
É uma escada regular, não notou nada de diferente. Realizou a diligência em maio 
porque, a princípio, teria que refazer tudo e verificar se existiriam outras imagens. 
Pediram que dessem uma aprimorada na investigação. Possuem uma demanda muito 
grande e, a princípio, seus colegas já haviam buscado outras imagens. Quando 
questionaram sobre outras imagens, receberam como resposta que não havia mais 
nada nos arquivos. Não teve contato com a Mariana em nenhum momento. Conhece 
o Delegado André e a Delegada Caroline. Não sabe de nada que desabone a conduta 
deles. Não ouviu comentário de que a Delegada se relacionasse com o suspeito ou 
assediasse o suspeito. Não trabalha junto com o Delegado André. Possuem 
treinamento para não agir dessa forma. Entretanto, não sabe se ele fez isso ou não. 
Não sabe informar algo com base na conduta dele. A partir do momento em que 
recebeu a ordem de serviço, o Café de La Musique sempre colaborou.
Para finalizar, foi colhido o depoimento da testemunha Mirella 
Frascino Musumeci (audiovisual de fl. 3.043), indicada pela defesa, na condição 
de perita, a qual relatou:
"Que não soube dos fatos antes do ocorrido. Soube dos fatos por contato 
do advogado. Foi procurada em razão de que é perita judicial, tem experiência e veio 
para fazer esclarecimentos técnicos. Realizou a apresentação de Laudo Técnico. A 
sua especialização é de perita judicial do TRT e da Vara da Família. Pretende 
esclarecer quanto ao uso de drogas, que causam perda da consciência. Afirma que, 
com base no relatado, não tem como a pessoa só ter esses sintomas. Com base nas 
imagens que foram apresentadas, dá para ver claramente que a vítima possui 
controle motor, não apresenta distúrbio de marcha. Desce as escadas com sapato 
alto, no momento do fato. Teve planejamento e lembrança, recordou os amigos que 
estavam com ela, logo que desceu as escadas após os fatos. Recorda-se da 
situação, dá baixa na comanda, troca de casa noturna à pé, sozinha, uma distância 
de, aproximadamente, 500 (quinhentos) metros. Ainda, desvia de pessoas, tem a 
marcha super preservada. Ela conversa com uma colega, normalmente, enquanto dá 
baixa na comanda. Após, se dirige a outra casa noturna, sozinha, para buscar seus 
amigos. Assim, a vítima possui memória preservada, planejamento. Ainda, não possui 
nenhum distúrbio de marcha. Recobrou muito rapidamente a memória. Não há 
nenhuma droga que age dessa maneira. O Laudo Técnico do IML corrobora com a 
conclusão, pois mostrou que não houve a ingestão de nenhum tipo de droga. A coleta 
de material ocorreu em 24 (vinte e quatro) horas dos fatos, é um prazo curto, bom 
para fazer a pesquisa de drogas. O exame deu negativo para etanol e para todas as 
drogas pesquisadas. Tudo isso corrobora todo o quadro clínico. Inclusive, o 
depoimento do médico que atendeu ela na manhã seguinte. O médico relata que a 
vítima estava bem, sem distúrbio de marcha, que tinha condições de explicar o que 
aconteceu. Os depoimentos, as imagens e o exame estão associados. Atua no TRT e 
na Vara de Família, é médica, formada como ortopedista. Atualmente, trabalha há 
muitos anos como perita. Recebeu cópia integral dos autos e, com base na 
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documentação, fez o Laudo Técnico. O Laudo que recebeu é do Instituto de Análise 
Forense de Santa Catarina. Recebeu áudios, imagens e depoimentos. Os áudios são 
de depoimentos e as imagens de câmeras do local. Não tem mais nada a acrescentar 
e continua à disposição para eventuais esclarecimentos. A substância “boa noite 
cinderela” é um [ininteligível], ansiolítico e não possui ação tão rápida. É uma droga 
que causa relaxamento muscular, o que não foi observado. Após ser utilizada a “boa 
noite cinderela”, a pessoa perde a recordação por aproximadamente 2 (duas) horas. 
Após esse período, recobra a consciência. Entretanto, a recuperação motora pode 
demorar até 12 (doze) horas. A vítima subiu 22h25min e desceu 22h31min, ficou no 
local por 6 (seis) minutos. A vítima, se tivesse utilizado a substância, não conseguiria 
subir uma escada íngreme, com salto alto".
Finalizado os depoimentos das testemunhas, foi interrogado o réu 
André de Camargo Aranha, o qual negou a prática criminosa (Termo de fls. 
3339/3340 e mídia audiovisual de fl. 3343. tempo: 2h06min18seg a 2h57min21seg), 
alegando, em sua defesa que:
"Que a acusação é totalmente falsa, nunca deu droga para ela e nem 
para quem quer que seja; Que, na verdade, a motivação é financeira; Que ela quer 
dinheiro, virou celebridade, o golpe não é contra si, é contra o Roberto Marinho 
Neto; Que, estavam almoçando com amigos no Café, fazia 10 anos que não 
frequentava Jurerê Internacional; Que almoçou com amigos, depois do almoço foram 
até o bangalô e ficaram até o final da festa; Que tinha muita gente, ficaram até o final 
da festa, tinha mais de 20, nem todos eram seus amigos; Que ficaram até as 22horas 
e pouco; Que, depois, quando foi pagar a conta, essa menina se aproximou, 
nunca vai esquecer, fez um carinho em seu cabelo, flertou consigo; Que pagou 
a conta inteira, geralmente dividem, mas pagou inteira, seu amigo estava sem 
carteira; Que, não sabe o porquê, ela pediu para ir no banheiro; Que subiram 
uma escada, nunca tinha ido naquele lugar; Que foi muito rápido, tudo muito 
rápido, começaram a se beijar e se acariciar, que ela começou a fazer sexo oral, 
que ela se levantou, tinha um aparador, começaram a se beijar, se esfregaram, 
ela esfregou seu pênis nela, na calcinha, no bumbum, igual duas pessoas se 
beijando, normal; Que foi fazer sexo oral nela, sentiu um cheiro muito forte, já 
estava na mão, desconversou para sair daquela situação; Que falou para saírem 
jantar, para se encontrar lá embaixo, só iria fazer um xixi; Que ela desceu, nisso 
foi lavar a mão, estava com um cheiro muito forte; Que lavou, desceu pouco 
tempo depois dela, e não viu mais ela, que nisso foi jantar com todos que 
estavam no camarote; Que foi isso; Que foi tudo muito rápido, não sabe se 
ficou 5, 4 ou 6 minutos; Que ela estava completamente normal, lucida, sóbria; 
Que chegou na Casa por volta da 13 a 14 horas, que ficou até as 22horas; Que 
percebeu ela, quando estava pagando a conta; Que, antes disso, cumprimentou 
todos que estavam no bangalô; Que antes disso, do flerte, não conversou com 
ela; Que lembra dela no final, mas chama atenção, no momento que ela estava 
descendo, lhe chamou de “Robertinho”; Que isso veio um filme na sua cabeça; 
Que almoçaram, foram ao bangalô, que ficaram no bangalô toda a noite, que só 
foi perceber ela, notou ela, quando estava preste a pagar a conta, do restou não 
lembra de detalhes, era um grupo grande; [...] Que, nunca vai esquecer, que 
quando disse que iria fazer xixi, ela disse “tchau Robertinho” e desceu a escada, que 
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parecia algo normal, mas já viu isso acontecer, trabalha com futebol a 15 anos, que já 
viu isso muito, não uma, mas, pensou, a menina está muito louca, esqueceu seu 
nome, falou bobagem; Que, depois, quando foi embora para São Paulo, escutou uma 
história estranha, esquisita, de um caso que aconteceu no Café, que disse para seu 
Advogado ir para Florianópolis para ver isso, para esclarecer isso; Que seu Advogado 
veio para Florianópolis 3 dias depois dos fatos, deixou o telefone para um Delegado, 
na recorda do nome, isso em 18 de dezembro; Que passou dezembro, janeiro, 
fevereiro, março, abril, maio, quando estava na Europa, trabalhando, o advogado 
ligou e disse que aquele caso de Florianópolis uma menina estava dizendo que tinha 
sido estuprada pelo Dono da Globo, que era uma máfia; Que não acreditou; Que o 
advogado disse que era para voltar, que a Delegada tinha dado uma pressão, 
ameaçou que iria colocar a foto de todos os envolvidos na mídia; Que era para voltar 
depor, quem não deve não teme; Que voltou; Que foi depor na delegacia para 3 
Delegados; Que respondeu tudo, foi instruído; Que bebeu num copo, que desse copo 
tiraram o seu DNA; Que não falou nada na delegacia porque o advogado lhe instruiu; 
Que subiu as escadas, começaram a se beijar, ela já se amparou num aparador, no 
começou do camarote, fez sexo oral, levantou, continuaram a se acariciar, ela 
esfregou o seu pênis nela, na calcinha dela, no bumbum dela; Que ela pediu para 
fazer sexo oral nela; Que já tinha passado a mão nos órgãos genitais dela, subiu um 
cheiro forte, não conseguiu, ficou sem graça, arrumou uma maneira de passar aquela 
situação, sair daquela situação, coisa normal, qualquer homem já passou, disse que 
era para desce para irem jantar todos juntos, que iria fazer xixi; Que ela desceu, foi 
lavar a mão, passou uns 10 a 15 segundos, desceu, não viu ela mais, foi jantar com 
todos que estavam no camarote; Que não houve penetração; Que nunca vai 
esquecer duas coisas, passou a mão no cabelo e quando foi desce lhe chamou de 
Robertinho; Que não teve penetração, esfregou encima da roupa dela, não chegou a 
ejacular, é impossível, muito difícil; Que não ejaculou, mas se saiu algum pingo do 
liquido não lembra; Que, na delegacia, foi instruído pelo advogado, que ele imaginou 
que não sairia dela la; Que a verdade iria aparecer, que iria sair da delegacia; Que 
depois que viu o processo, em 12 minutos, 1 delegada interrogando e outros 2 
delegados no celular, em 12 minutos tinha um mandado de busca e apreensão 
contra sua bagagem no aeroporto; Que se falasse a verdade, teria uma prisão contra 
si, injusta; Que ela falou que estava drogada, se dissesse que teve relação, seria 
preso; Que não teve penetração, não teve relação sexual; Que foi uma relação meio 
de lado, intima; Que foi atrás de tudo, sua vida acabou, conversou com diversos 
especialista, disseram que essa ruptura do hímen, pode ter sido 24, 48 e até 15 dias, 
não sabe quem foi, mas não foi; Que tudo foi por cima da calcinha; Que não 
introduziu o dedo, não lembra, mas acha que não introduziu; Que bebeu no dia, 
bebeu vodca com sprit; Que não recorda quantas doces, não é de ficar bêbado; Que 
pagou a comanda da mesa; Que o Roger autorizou a subir, não sabia da existência, 
ela sabia, inclusive ela que sabia, disse que estavavazio, ela pediu autorização do 
Roger e ele liberou; Que depois do fato foi no Sharq, restaurante; Que jantaram, 
demorou para chegar a comida, acabou a luz por um tempo, no mínimo ficaram 1 
hora; Que desceu depois dela, porque foi lavar a mão, disse para ela que iria fazer 
xixi; Que não combinou nada com ela, apenas disse para ela descer para irem jantar 
juntos depois; Que passou uns 20 segundos, desceu; Que não viu sangue, não teve 
acesso direto, apenas se esfregaram, sentiu o cheiro; Que la tem escada, tem um 
sofá, tem aparador, uma mesinha meia altura, não passaram dali; Que ela sentou na 
mesinha; Que se beijaram, estava de bermuda, seu pênis já estava fora, ela já fez 
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Comarca da Capital 
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sexo oral; Que foi tudo muito rápido, ela subiu, não foi beijar de novo, foi passar a 
mão na por cima da calcinha, ela esfregou o pênis na calcinha; Que era um momento 
muito íntimo; Que acha muito difícil em 5 minutos fazer tudo isso que ela está falando, 
é uma invenção maluca; Que estava passando a mão na virilha, já sentiu um cheiro 
muito ruim na sua mão; Que não tinha porta, que inclusive e tudo aberto, para quem 
ta passando na rua; Que subiram as escadas e já começaram a se beijar, foi tudo 
muito fácil, rápido, ela que começou; Que até o Shaq foi com uma turma, não recorda 
o nome das pessoas, mas lembra do Tulio, amigo seu, saiu do café consigo, não 
lembra se Roberto estava juntou, foram de carro; Que não lembra de detalhes da 
conversa do jantar, mas não lembra de comentar com ninguém, somente depois que 
aconteceu tudo; Que no bangalô, estavam consigo, o Tulio, Roger, Roberto, Duda, 
Fran, até então eram as pessoas que conhecia, depois conheceu o nome das demais; 
Que se chamam por nome e apelido, o Roberto chama de Roberto, alguns 
Robertinho; Que não notou a presença de Mariana no Bangalô; Que a última vez que 
foi no Café foi em 2012, não frequenta muito, que não sabia da existência desse 
espaço, não recorda, possivelmente foi a primeira vez que foi neste local; Que não 
usa drogas; Que, quando tinha uma vida normal, tinha mais de 20 grupos, que tem 
mais de 60gb de espaço, que num tinha um cardápio de um evento na Nova Zelândia 
dizendo sobre drogas, que tinha áudios de conhecidos, quem nem falava diariamente, 
falando besteiras; Que o promotor passado, pegou esse cardápio; Que havia uma 
decisão para entregar o passaporte; Que no passaporte consta mais de 10 viagens 
por ano para a Europa; Que hoje mora em São Paulo por conta dos seus pais; Que 
sua vida é na Europa, seu trabalho; Que teve acesso as fotos de Mariana porque as 
pessoas lhe encaminhavam; Que passava para o advogado para se defender; Que 
ela está a 6 a 7 meses fugindo para ser citada; Que na internet já foi condenado, que 
já foi ameaçado, que ameaçaram estuprar sua mãe, matar, seu pai foi para o hospital, 
sua conta de agua e gás já foram cortados, acredita que foi ela; Que recebeu 
ameaças, extorsão, de todos os gêneros; Que as esposas dos clientes disseram que 
só voltaria agenciar os jogadores após o fim do processo; Que parece que para ela é 
melhor coisa não acabar, porque ela ganha toda semana 100 mil seguidores; Que 
sempre cooperou com a justiça; Que sua vida se resume a se defender dessa 
loucura; Que ela acusa o seu amigo mais rico de algo que não se faz; Que nunca 
esperou tanto para falar perante um promotor e um juiz; Que sempre tentou depor, 
nunca quiserem escutar; Que está pagando um advogado em Minas Gerais para citar 
ela; Que ela muda de endereço, que já tentaram citar ela 8 vezes; Que seus pais 
estão pagando por uma história maluca; Que é inocente, não teve transito em julgado, 
é inocente; Que não sai de casa, com medo; Que não consegue seguir sua vida 
normal; Que o mais duro é ver os pais com 75 anos não ter vida, por causa dessa 
história maluca; Que trabalha, paga imposto; Que ela foge, não conseguem citar ela; 
Que a inquisição da internet já lhe condenou; Que as advogadas antigas falavam 
coisas que não aconteceram, iam para a mídia destorcer as informações do processo; 
Que ela marca pessoas famosas no instagram;[...] Que pessoas famosas, com 
milhões de seguidores lhe condenaram, após as manifestações dela na mídia; [...] 
Que poderia ficar o dia todo falando, é a verdade; [...] Que após ser avisado, quando 
estava no Vaticano, veio direto para Florianópolis, que tudo já estava armado; Que a 
Delegada não juntou 3 Boletim de Ocorrência, que a Delegada não juntou as imagens 
da Mariana indo para o 300; Que a Delegada fez pouco caso das imagens da PM; 
Que o percurso até o 300 é muito difícil; Que a Delegada disse que iria colocar as 
fotos suas na mídias, caso não viesse para Florianópolis; Que ficou com medo da sua 
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imagem ser exposta pela Delegada; Que o advogado antigo, disse que a Delegada 
avisou que iria expor sua imagem, porque a pressão social era grande; Que o 
promotor não queria lhe escutar, a Delegada também não; [...] 
Como se vê, no caso em tela, os indícios antes referidos não são 
suficientemente seguros para autorizar a condenação.
Ademais, as imagens fornecidas pela Policia Militar à fl. 3246, 
demonstram o momento em que a ofendida sai do estabelecimento Café de La 
Musique e se dirige ao Beach Club 300 Cosmo Beach. Da análise das imagens, é 
possível perceber que a ofendida durante todo o percurso mantém uma postura 
firme, marcha normal, com excelente resposta psicomotora, cabelos e roupas 
alinhadas e, inclusive, mesmo calçando salto alto, consegue utilizar o aparelho 
telefônico durante o percurso.
Com base nas imagens percebe-se claramente que a ofendida 
possui controle motor, não apresenta distúrbio de marcha, característico de pessoas 
com a capacidade motora alterada pela ingestão de bebida alcoólica ou de 
substâncias químicas.
Sendo assim, a meu sentir, o relato da vítima não se reveste de 
suficiente segurança ou verossimilhança para autorizar a condenação do acusado. 
Em que pese seja de sabença que a jurisprudência pátria é dominante no sentido 
de validar os relatos da vítima, como prova preponderante para embasar a 
condenação em delitos contra a dignidade sexual, nos quais a prova oral deve 
receber validade maior, constata-se também que dito testemunho precisa ser 
corroborado por outros elementos de prova, o que não se constata nos autos em 
tela, pois a versão da vítima deixa dúvidas que não lograram ser dirimidas.
Dessa forma, diante das versões controvertidas, vislumbra-se não 
ser possível auferir quem faltou com a verdade, sendo notório que o relato da vítima 
é prova isoladanos autos, corroborada tão somente por sua genitora. A versão não 
está em harmonia com os demais elementos probandi colhidos durante a instrução 
criminal, gerando dúvidas em relação à prática delitiva em comento. 
Diante disso, não há como condenar o acusado por crime de 
estupro, quando os depoimentos de todas as testemunhas e demais provas 
(periciais) contradizem a versão acusatória.
Assim, com o intuito de resolver celeumas como esta, convém 
mencionar que o Código de Processo Penal adotou o princípio do livre 
convencimento motivado ou persuasão racional (art. 155, CPP), consoante o qual o 
juiz forma seu convencimento pela livre apreciação das provas contidas no caderno 
processual, in verbis:
"O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
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contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas". 
Ainda, é por demais sabido que a condenação deve estar 
embasada em prova segura e inconteste, não podendo ser duvidosa, impor juízo de 
reprovação tranquilo e seguro de que houve ação típica e ilícita por parte do agente.
Assim já decidiu:
"Princípio da livre apreciação da prova - Exegese do artigo 157, do 
CPP. O artigo 157, do CPP, encerra o princípio da livre apreciação da 
prova, onde o magistrado, após cuidadosa análise do contexto 
probatório, sopesará as informações contidas no processado e decidirá 
conforme sua convicção.
Se do exame dos autos resultar a dúvida, a absolvição será a 
consequência lógica, mas, se da apreciação da prova conflitante o 
Magistrado extrair uma versão que lhe pareça mais verossímil e forte, é 
com base nela que deverá lançar seu decisum".(in JC 64/310 - Apel. 
Crim. n. 24.349, de Itajaí, rel. Des. Ernani Palma Ribeiro).
Ainda, traz-se à colação o seguinte julgado:
"A condenação exige certeza. Por isso, se do exame da prova não 
decorre esse estado subjetivo, criando, ao contrário, a dúvida, a solução 
com base no art. 386, VI, do Código de Processo Penal, há de ser 
absolutória". (in JC 56/359- do corpo do v. acórdão).
Diante disso, não há provas contundentes nos autos a corroborar a 
versão acusatória, a não ser a palavra da vítima, sendo que a dissonância entre os 
depoimentos colhidos na fase judicial conduzem à dúvida quanto à autoria dos fatos 
narrados na exordial acusatória, não podendo por isso, ser proferido decreto 
condenatório, devendo a dúvida ser dirimida em favor do acusado, com amparo no 
princípio in dubio pro reo.
Portanto, como as provas acerca da autoria delitiva são conflitantes 
em si, não há como impor ao acusado a responsabilidade penal, pois, repetindo um 
antigo dito liberal, "melhor absolver cem culpados do que condenar um inocente". A 
absolvição, portanto, é a decisão mais acertada no caso em análise, em respeito ao 
princípio na dúvida, em favor do réu (in dubio pro reo), com base no art. 386, VII, do 
Código de Processo Penal.
A respeito, leciona Guilherme de Souza Nucci:
"Prova insuficiente para a condenação: é outra consagração do 
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princípio da prevalência do interesse do réu in dubio pro reo. Se o juiz 
não possui provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem 
poder indicá-las na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é 
a absolvição". (Nucci, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal 
Comentado. 11 ed. Rev. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, 
p. 738).
Nesse sentido, já se manifestou o Tribunal de Justiça de Santa 
Catarina:
"APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL EM RAZÃO 
DA EMBRIAGUEZ (ART. 217-A, §1.º CP). SENTENÇA 
CONDENATÓRIA. RECURSO DEFENSIVO. PRETENDIDA 
ABSOLVIÇÃO. POSSIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE OFERECER 
RESISTÊNCIA E VULNERABILIDADE POR PARTE DA OFENDIDA 
QUE NÃO FICARAM SUFICIENTEMENTE COMPROVADAS. RELATOS 
DA VÍTIMA E DOS INFORMANTES CONTRADITÓRIOS. APLICAÇÃO 
DO IN DUBIO PRO REO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO". 
(TJSC, Apelação Criminal n. 0000284-24.2018.8.24.0037, de Joaçaba, 
rel. Alexandre d'Ivanenko, Quarta Câmara Criminal, j. 31-10-2019 - grifou-
se).
E:
"APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
PRETENDIDA A CONDENAÇÃO NOS MOLDES DA DENÚNCIA OU A 
DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA O DELITO DO ART. 215 DO 
CP. AUSÊNCIA DE PROVAS ACERCA DA CONJUNÇÃO CARNAL OU 
DE QUALQUER OUTRO ATO LIBIDINOSO PERPETRADO PELO 
APELADO CONTRA A VÍTIMA. IMPOSSIBILIDADE DE A OFENDIDA 
MANIFESTAR SUA VONTADE OU OFERECER RESISTÊNCIA EM 
RAZÃO DE SEU ESTADO DE EMBRIAGUEZ NÃO COMPROVADA. 
ABSOLVIÇÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO". (TJSC, Apelação 
Criminal n. 2013.027576-2, de Modelo, rel. Torres Marques, Terceira 
Câmara Criminal, j. 04-06-2013 grifou-se).
Por fim:
[...] APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ART. 
217-A, § 1º, DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. 
RECURSO DA ACUSAÇÃO. PRETENSA CONDENAÇÃO. 
IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE 
VERIFICADAS, CONTUDO, PROVAS QUE DEIXAM DÚVIDAS 
QUANTO À CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE DA 
VÍTIMA (DISCERNIMENTO MENTAL). RELATOS DAS TESTEMUNHAS 
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QUE APONTAM A CONIVÊNCIA DO OFENDIDO COM OS ATOS 
SEXUAIS E A EMBRIAGUEZ DE AMBOS ENVOLVIDOS. CONDUTA 
ATÍPICA. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO 
PROVIDO [...] (TJSC, Apelação Criminal n. 0000802-72.2015.8.24.0084, 
de Descanso, rel. Des. Luiz Neri Oliveira de Souza, Quinta Câmara 
Criminal, j. 24-05-2018 grifou-se).
Assim, diante da ausência de elementos probatórios capazes de 
estabelecer o juízo de certeza, mormente no tocante à ausência de discernimento 
para a prática do ato ou da impossibilidade de oferecer resistência, indispensáveis 
para sustentar uma condenação, decido a favor do acusado André de Camargo 
Aranha, com fundamento no princípio do in dúbio pro reo.
III – DISPOSITIVO:
Ante o exposto, com fundamento no artigo 386, VII, do Código de 
Processo Penal, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados na denúncia de 
fls. 1328-1330, para o fim de ABSOLVER o acusado André de Camargo Aranha, 
quanto à imputação acusatória referente à prática do delito descrito no artigo 217-A, 
§1º, segunda parte, do Código Penal.
Sem custas processuais.
Publique-se. Registre-se. 
Intimem-se as partes e procuradores, inclusive a vítima, por seu 
procurador, nos termos do art. 201, §2º, do Código de Processo Penal.
Transitado em julgado, certifique-se e arquive-se, dando-se baixa 
no sistema.
Florianópolis (SC), 09 de setembro de 2020.
Rudson Marcos 
Juiz de Direito
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE
Lei n. 11.419/2006, art. 1º, § 2º, III, "a”
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