Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

Aula 06
Direito Empresarial p/ PC-MA (Delegado) Pós-edital
Professor: Paulo Guimarães
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
AULA 06 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL DE EMPRESAS. 
Sumário 
Sumário ................................................................................................. 1!
1 – Considerações Iniciais ......................................................................... 2!
2 – Recuperação Judicial .......................................................................... 2!
2.1. Introdução .................................................................................... 2!
2.2. O pedido de recuperação judicial ...................................................... 2!
2.3. O plano de recuperação judicial ........................................................ 9!
2.4. Efeitos da concessão da recuperação judicial ..................................... 15!
2.5. Encerramento da recuperação judicial .............................................. 17!
2.6. Convolação da recuperação judicial em falência ................................. 18!
2.7. Recuperação judicial de microempresas e empresas de pequeno porte . 20!
3 – Recuperação Extrajudicial .................................................................. 22!
3.1. Legitimidade ................................................................................. 22!
3.2. O plano de recuperação extrajudicial ................................................ 23!
3.3. Homologação do plano ................................................................... 24!
3.4. Efeitos da homologação do plano ..................................................... 26!
4 – Questões ......................................................................................... 26!
4.1. Questões sem Comentários ............................................................ 26!
4.2. Gabarito ...................................................................................... 36!
4.3. Questões comentadas .................................................................... 37!
5 – Resumo da Aula ................................................................................ 57!
6 – Jurisprudência Aplicável ..................................................................... 59!
7 – Considerações Finais ......................................................................... 60!
 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
AULA 06 – RECUPERAÇÃO JUDICIAL E 
EXTRAJUDICIAL DE EMPRESAS. 
1 – Considerações Iniciais 
Olá, futuro Delegado de Polícia! 
Hoje concluiremos nosso estudo do regime jurídico aplicável às empresas em 
crise. Na aula anterior estudamos sobre a falência, e hoje estudaremos a 
recuperação judicial e a extrajudicial, também disciplinadas pela Lei n. 
11.101/2005. 
Pronto!? Bons estudos! 
 
2 – Recuperação Judicial 
2.1. Introdução 
Como parte da incorporação de novos princípios ao Direito Falimentar (que 
mencionamos na aula passada), temos no novo regime recuperacional a 
substituição do instituto da concordata (que não deixa saudades!) pela moderna 
recuperação judicial. 
A recuperação judicial foi criada pela Lei n. 11.101/2005 para viabilizar uma 
maior participação dos credores na tentativa de superação da crise econômico-
financeira em que se encontra o devedor, preservando assim a fonte produtora, 
os empregos dos trabalhadores e os interesses dos próprios credores. 
 
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a 
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
 
O objetivo aqui, portanto, é permitir a recuperação do empresário em crise, 
reconhecendo a função social da empresa e respeitando o princípio da 
preservação da empresa. Diante desses princípios, somos forçados também a 
concluir que as medidas próprias da recuperação somente devem ser concedidas 
ao devedor que demonstre condições de superar a crise. Se a crise não for mais 
superável, o único caminho é a falência. 
 
2.2. O pedido de recuperação judicial 
Em princípio, a recuperação judicial deve ser requerida pelo devedor antes que 
sua crise se torne irreversível. É possível, porém, que o pedido de recuperação 
judicial seja feito após um credor pedir a falência do devedor. Este pedido deve 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
ser feito durante o prazo de contestação ao requerimento da falência, conforme 
previsto no art. 95 da Lei de Recuperação de Empresas. Vamos relembrar!? 
 
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação 
judicial. 
 
Após a decretação da falência, o devedor será considerado falido, e esse status 
não mais permite que seja requerida a recuperação judicial. No regime anterior 
existia a figura da concordata suspensiva, que podia ser requerida mesmo depois 
da decretação da falência. 
A recuperação judicial pode ser requerida pelo próprio devedor em crise, sendo 
essa possibilidade extensível a basicamente qualquer empresário. Tal regra, 
porém, conta com suas exceções, que são as mesmas aplicáveis à falência. Em 
outras palavras, o regime de recuperação judicial não se aplica a empresas 
públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras, seguradoras, 
planos de saúde, etc. 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com 
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
 
O devedor que pretender requerer recuperação judicial precisa estar exercendo 
a atividade empresarial regularmente há mais de 2 anos. O empresário ou 
sociedade empresária irregular, portanto, não pode ser beneficiado pela 
recuperação judicial. Normalmente esse requisito é preenchido pela apresentação 
de certidão da Junta Comercial, mas o §2o da Lei de Recuperação de Empresas 
admite a comprovação do prazo, para a pessoa jurídica que explore atividade 
rural, por meio de Declaração de Informações Econômico-fiscais da pessoa 
Jurídica (DIPJ) que tenha sido entregue tempestivamente. 
Além disso, o empresário (ou sociedade empresária) não pode ser falido, ou, 
tendo sido, deve ter suas obrigações declaradas extintas por sentença transitada 
em julgado. 
O devedor também não pode ter sido beneficiado com recuperação judicial nos 
últimos 5 anos e, no caso do plano especial aplicável às microempresas e 
empresas de pequeno porte, não pode ter obtido recuperação judicial nos últimos 
8 anos. Por fim, o devedor não pode ter sido condenado por crime falimentar, 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
tipificado pela Lei n. 11.101/2005. Este último requisito é aplicável apenas ao 
empresário individual e aos sócios controladores ou administradores. 
A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, 
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. 
Esse pedido pode ser feito a qualquermomento, uma vez constatada a crise 
econômico-financeira, ou, ainda, no prazo de contestação ao pedido de 
decretação de falência, conforme regra do art. 95. 
 
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, 
ainda que não vencidos. 
 
Todos os créditos que existam na data do pedido devem ser submetidos à 
recuperação judicial, mesmo que a obrigação ainda não seja exigível por não 
estar vencida. A submissão do crédito à recuperação judicial, porém, não altera 
os direitos e privilégios do credor em relação a coobrigados e fiadores. 
Esta regra, porém, não alcança os créditos de natureza tributária, que, como 
você já sabe, são executados com base em rito próprio, estabelecido pela Lei de 
Execuções Fiscais. 
Também não se submetem à recuperação judicial os credores que sejam 
proprietários dos bens, como ocorre no caso do proprietário fiduciário de bem 
móvel ou imóvel, arrendador mercantil, proprietário ou promitente vendedor de 
imóvel, e proprietário em contrato de compra e venda com reserva de domínio. 
Por outro lado, a própria lei também determina que os bens necessários ao 
desenvolvimento da atividade empresarial do devedor não podem ser retirados 
do estabelecimento ou vendidos durante o prazo de suspensão de 180 dias a 
contar do deferimento do processo de recuperação judicial. O devedor, portanto, 
terá pelo menos esse prazo para reestruturar sua atividade ainda contando com 
os bens considerados imprescindíveis. 
Não se submetem à recuperação judicial também os contratos de locação, 
arrendamento mercantil ou qualquer outa modalidade de arrendamento 
de aeronaves ou de suas partes, por expressa disposição legal. 
Diferentemente dos demais bens considerados essenciais, aqui não temos a 
ressalva ao período de 180 dias. 
Por fim, há mais uma previsão específica de crédito que não se submete à 
recuperação judicial: a importância entregue ao devedor, em moeda corrente 
nacional, decorrente de adiantamento de câmbio para exportação. A ideia 
aqui é dar mais segurança ao crédito bancário no Brasil. 
Devemos mencionar ainda que, nos termos do art. 49, §1o, os credores do 
devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os 
coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. Em outras palavras, a concessão 
de recuperação ao devedor não exime um fiador ou avalista, por exemplo, quanto 
à garantia por eles prestada. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
 
 
Se estivermos falando de um crédito ilíquido cuja apuração dependa do 
desenrolar de processo próprio, este deve seguir até a apuração do respectivo 
valor. 
 
Assim como a falência, a recuperação judicial deverá ser requerida no juízo da 
localidade do principal estabelecimento do devedor ou, no caso do 
CRÉDITOS QUE NÃO SE 
SUBMETEM À 
RECUPERÇÃO JUDICIAL
Obrigações a título gratuito e despesas que o 
credor fizer para tomar parte na recuperação 
judicial, exceto custas judiciais decorrentes de 
litígio com o devedor.
Créditos de natureza tributária.
Credores proprietários de bens: proprietário 
fiduciário, arrendador mercantil, proprietário 
ou promitente vendedor de imóvel, 
proprietário em contrato de venda com 
reserva de domínio.
Créditos decorrentes de contratos de locação, 
arrendamento mercantil ou outra modalidade 
de arrendamento de aeronaves ou de suas 
partes.
Importância entregue ao devedor, em moeda 
corrente nacional, decorrente de 
adiantamento a contrato de câmbio par 
exportação.
Os credores do devedor em recuperação 
judicial conservam seus direitos e privilégios 
contra os coobrigados, fiadores e obrigados 
de regresso. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
empresário com sede fora do Brasil, no foro do estabelecimento da filial. Vale 
lembrar ainda que o principal estabelecimento não significa necessariamente a 
sede da empresa, mas sim a localidade em que há o maior volume de negócios. 
 
Assim como a falência, a recuperação judicial deverá ser requerida no 
juízo da localidade do principal estabelecimento do devedor ou, no 
caso do empresário com sede fora do Brasil, no foro do estabelecimento 
da filial. 
 
Ainda sobre o juízo competente para a recuperação, devemos mencionar o 
enunciado 480 da súmula de jurisprudência dominante do STJ. 
 
Súmula 480 do STJ 
Competência. Conflito de competência. Juízo universal. Juízo da recuperação 
judicial. Penhora. Bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. Lei 
11.101/2005, arts. 6º, 47 e 76. CPC, art. 655. 
O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
 
No pedido deve ser demonstrada a causa concreta da situação patrimonial do 
devedor e as razões da crise econômico-financeira. Para demonstrar a crise e a 
possibilidade de sua reversão, o pedido deve ser instruído com alguns 
documentos, cuja previsão se encontra no art. 51 da Lei n. 11.101/2005. 
 
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: 
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da 
crise econômico-financeira; 
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da 
legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou 
de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor 
atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a 
indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; 
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, 
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de 
competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo 
atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do 
devedor; 
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais 
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em 
bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; 
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do 
devedor e naquelas onde possui filial; 
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como 
parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores 
demandados. 
 
No inciso II temos a obrigação imposta ao devedor de apresentar as 
demonstrações contábeis relativas aos 3 últimos exercícios sociais. O 
ideal aqui é que o juiz tenha o auxílio de técnicos especializados para a análise 
desses documentos. 
O inciso III determina que o devedor deverá apresentar a relação dos credores, 
contendo também informações sobre os valores a eles devidos. Caso a 
recuperação seja concedida, essas informações serão utilizadas na publicação do 
edital. 
No inciso IV temos a relação dos empregados e das parcelas às quais têm 
direito. Essa é uma das principais informações que serão utilizadas pelo juiz e 
pelos credores para avaliar a viabilidadeda continuidade da empresa. 
O inciso V menciona a necessidade de apresentação dos atos constitutivos da 
empresa. Esses documentos serão utilizados pelo juiz também para verificar se 
o requisito de pelo menos 2 anos de funcionamento está sendo devidamente 
atendido. 
No inciso VI temos a relação dos bens dos sócios e administradores. Essas 
informações são importantes para o caso de, futuramente, ser necessário 
promover a responsabilização dos controladores ou administradores da 
sociedade. 
No inciso VII encontramos os extratos das contas bancárias e das aplicações 
financeiras do devedor. O devedor demonstra dessa forma o patrimônio que 
tem à sua disposição em valores monetários, o que certamente influenciará a 
decisão do pedido de recuperação. 
O inciso VIII exige a apresentação das certidões de cartórios de protesto 
onde a empresa opere. Atenção aqui, pois a existência de títulos protestados, 
por mais que deva ser conhecida pelo juiz e pelos demais credores, não impede 
a concessão da recuperação judicial. 
Por fim temos o inciso IX, que menciona a relação de todas as ações judiciais 
em que o devedor seja parte, inclusive as trabalhistas, com estimativa 
dos valores demandados. Esse é um fator de risco que também merece 
atenção do juiz e dos credores. 
A propositura da ação obviamente não significa que o pedido de recuperação será 
deferido. Por outro lado, o simples ajuizamento da ação já gera alguns efeitos 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
para o devedor, impedindo-o de alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo 
permanente. Esses atos só serão permitidos com autorização do juiz, depois de 
ouvido o comitê, demonstrada a sua utilidade para a recuperação. 
 
O ajuizamento da ação de recuperação judicial já gera alguns 
efeitos para o devedor, impedindo-o de alienar ou onerar 
bens ou direitos de seu ativo permanente, a não ser com 
autorização do juiz, ouvido o comitê. 
 
A lei anterior determinava que, se a petição inicial da recuperação judicial 
estivesse em desacordo com o art. 51, deveria ser indeferida de plano, e o juiz 
deveria decretar a falência do devedor. Obviamente isso não é desejável, pois o 
juiz pode muito bem determinar a emenda da inicial e dar seguimento ao feito. 
 
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o 
processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: 
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; 
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor 
exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento 
de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; 
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do 
art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, 
ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a 
créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; 
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto 
perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; 
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas 
Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. 
 
Se a documentação apresentada estiver em ordem, o pedido de recuperação será 
processado, mas isso ainda não significa que a recuperação será concedida. A 
decisão que defere o processamento deve: 
a)!Nomear o administrador judicial. Ao contrário da falência, aqui o 
devedor não é afastado do exercício da empresa. O papel do administrador 
judicial, portanto, não é administrar o negócio em si, mas sim fiscalizar as 
atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação, 
requerendo falência no caso de descumprimento de obrigação assumida; 
b)!Dispensar a apresentação de certidões negativas para que o 
devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o 
poder público ou para recebimento de benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios. As exceções aqui buscam principalmente garantir 
o fisco e o poder público; 
c)!Determinar a suspensão de todas as ações e execuções contra o 
devedor. Essa suspensão durará 180 dias, improrrogáveis, contados a 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
partir do deferimento do processamento da recuperação. Lembre-se de que 
essa suspensão não alcança as ações que demandem quantia ilíquida, bem 
como as execuções fiscais e as ações de credores que não se submetem à 
falência. Durante os 180 dias também se suspende o curso do prazo 
prescricional; 
d)!Determinar que o devedor apresente contas demonstrativas 
mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de 
destituição de seus administradores; 
e)!Ordenar a intimação do Ministério Público e a comunicação por 
carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e 
Municípios em que o devedor tenha estabelecimento. 
Será publicado edital no órgão oficial contendo o resumo do pedido do devedor, 
a decisão pelo processamento da recuperação e a relação nominal de credores, 
com o respectivo valor do crédito e sua classificação. O prazo para habilitação de 
créditos não incluídos na relação será de 15 dias, no qual também poderão os 
credores apresentar objeções ao plano de recuperação apresentado pelo devedor. 
Interessante notar também que, uma vez deferido o processamento da 
recuperação, o devedor não pode mais desistir sem aprovação da Assembleia 
Geral de Credores. 
 
Após o processamento da recuperação, passaremos à verificação de créditos, que 
seguirá o mesmo procedimento da falência. Com a publicação do edital, os 
credores terão o prazo de 15 dias para apresentar sua habilitação ou suas 
divergências quanto aos créditos relacionados. 
O administrador judicial então terá o prazo de 45 dias para a verificação dos 
créditos, ao final dos quais promoverá a publicação do edital que contenha a 
relação dos credores e o local, horário e prazo em que os credores, o comitê, 
qualquer devedor ou sócio poderá ter acesso aos documentos que 
fundamentaram a elaboração dessa relação. 
Com essa publicação inicia-se a fase de verificação judicial. Os credores, o comitê 
e o devedor terão então o prazo de 10 dias para impugnar, perante o juiz, a 
decisão do administrador judicial referente à relação de credores. 
Diante da apreciação das habilitações e impugnações, o administrador judicial 
elaborará o quadro geral de credores, que será homologado pelo Juiz e publicado 
em até 5 dias da sentença que houver julgado as impugnações. A partir daí o 
quadro ainda pode ser modificado, mas o credor que pretender sua habilitação 
ou a alteração de seu crédito deverá promover ação de retificação do quadro 
geral de credores. 
 
2.3. O plano de recuperação judicial 
A partir da decisão que deferiu o processamento da recuperação, o devedor terá 
o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. Esse prazo 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
é improrrogável e, se não for cumprido, a recuperação será convolada em 
falência. Isso mesmo, a partir do momento em que o devedor decide requerer a 
concessão de recuperação judicial, ou conseguirá o que deseja, ou terá declarada 
sua falência. Não há terceira opção. 
O plano de recuperação conterá discriminação pormenorizada dos meios de 
recuperação a serem empregados, demonstração de sua viabilidade econômica e 
laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, assinado 
por profissional legalmente habilitado ou empresaespecializada. Esses meios 
estão previstos no art. 50, mas não compõem um rol exaustivo, podendo ser 
propostos outros meios mais adequados às peculiaridades da situação do 
devedor. 
 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a 
cada caso, dentre outros: 
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária 
integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da 
legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus 
órgãos administrativos; 
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de 
poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; 
VI – aumento de capital social; 
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída 
pelos próprios empregados; 
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo 
ou convenção coletiva; 
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de 
garantia própria ou de terceiro; 
X – constituição de sociedade de credores; 
XI – venda parcial dos bens; 
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo 
como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se 
inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; 
XIII – usufruto da empresa; 
XIV – administração compartilhada; 
XV – emissão de valores mobiliários; 
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos 
créditos, os ativos do devedor. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
O plano de recuperação é a mais importante das informações que devem ser 
trazidas pelo devedor ao juiz e aos credores. É preciso demonstrar a solidez e 
viabilidade do plano para que a recuperação seja concedida. 
Apesar de o devedor poder propor meios alternativos de recuperação, essa 
possibilidade encontra algumas limitações. A primeira delas está relacionada aos 
credores com garantias reais, que precisam aprovar quaisquer medidas 
relacionadas à supressão da garantia ou sua substituição. 
Além disso, nos contratos em moeda estrangeira, restringe-se a possibilidade 
de alteração das condições contratadas sem expressa anuência do credor. Nesse 
tipo de contrato a variação cambial é o parâmetro de indexação, só podendo ser 
afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente essa 
previsão no plano de recuperação judicial. 
A terceira limitação está relacionada aos créditos de natureza trabalhista ou 
decorrentes de acidentes de trabalho. Embora se submetam ao plano, esses 
créditos devem ser satisfeitos com prioridade, e por isso não pode ser previsto 
prazo superior a 1 ano para o pagamento dos créditos vencidos. Além disso, será 
necessário prever em até 30 dias a satisfação dos créditos salariais vencidos nos 
3 meses anteriores ao pedido de recuperação, até o limite de 5 salários mínimos 
por trabalhador. 
Aqui é importante mencionar também o entendimento do STJ segundo o qual o 
crédito trabalhista ainda não consolidado (que ainda está em discussão na Justiça 
do Trabalho) deve ser incluído na recuperação judicial, pois o crédito se constitui 
no momento em que há a prestação laboral, sendo a sentença que o reconhece 
meramente declaratória. 
 
HABILITAÇÃO DE CRÉDITO TRABALHISTA. MOMENTO DA CONSTITUIÇÃO. 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. CRÉDITO ORIUNDO DE TRABALHO REALIZADO EM 
MOMENTO ANTERIOR AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
A consolidação do crédito trabalhista (ainda que inexigível e ilíquido) não depende de 
provimento judicial que o declare — e muito menos do transcurso de seu trânsito em julgado 
—, para efeito de sua sujeição aos efeitos da recuperação judicial. 
REsp 1.634.046-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, 
por maioria, julgado em 25/4/2017, DJe 18/5/2017. 
 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
 
Uma vez apresentado o plano em juízo, será publicado edital de aviso aos 
credores. Esse edital, porém, não conterá o plano em si, mas apenas comunicará 
que este foi apresentado e que poderão ser apresentadas objeções no prazo de 
30 dias. Esse prazo normalmente é contado da apresentação da relação 
preliminar de credores elaborada pelo administrador judicial, mas pode acontecer 
de, a essa altura, ainda não ter sido apresentado o plano de recuperação. Isso 
ocorrerá se a verificação e habilitação de créditos for muito rápida, já que o 
devedor tem o prazo de 60 dias para apresentar o plano. Num caso como este, 
o prazo de 30 dias deverá ser contado da apresentação do plano. 
Nessas objeções o credor pode alegar falta de requisitos legais para a concessão 
do benefício ou aspectos de mérito do plano, como a inviabilidade da recuperação 
da atividade, ônus excessivo imposto aos credores, dentre outros. 
É importante salientar aqui que o próximo passo é a convocação dos credores 
para deliberar sobre o mérito do plano. Diferentemente do que ocorria no regime 
da concordata, aqui o juiz não decide se a recuperação será concedida ou não. 
Os credores decidem se aceitam ou não o plano de recuperação apresentado, e 
cabe ao juiz “homologar” essa decisão, caso o plano seja aceito, ou decretar a 
falência do devedor, no caso de rejeição do plano. 
Se nenhum credor apresentar objeções, entende-se que houve aprovação tácita, 
e nem é necessário convocar a assembleia. Por outro lado, o STJ já decidiu que 
o credor pode desistir da objeção apresentada, desde que o faça antes da 
convocação da assembleia. 
 
RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. IMPUGNAÇÃO DE 
CREDOR. DESISTÊNCIA ANTES DE CONVOCADA A ASSEMBLÉIA-GERAL DE 
CREDORES. POSSIBILIDADE. 
Limitações ao 
plano de 
recuperação
credores com 
garantias reais
precisam aprovar quaisquer medidas 
relacionadas à supressão da garantia ou sua 
substituição.
contratos em moeda 
estrangeira
não pode haver alteração das condições 
contratadas sem expressa anuência do credor.
créditos de natureza 
trabalhista ou 
decorrentes de 
acidentes de trabalho
não pode ser previsto prazo superior a 1 ano 
para o pagamento dos créditos vencidos.
os créditos salarias vencidos nos 3 meses 
anteriores ao pedido de recuperação devem 
ser pagos em até 30 dias, até o limite de 5 
salários mínimos por trabalhador.
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
1. O credor pode desistir da objeção ao plano de recuperação judicial se o pedido de 
desistência tiver sido apresentado antes de convocada a assembleia-geral de credores. 
2. Recurso especial provido. 
REsp 1.014.153/RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 4a Turma, j. 04.08.2011, 
DJe 05.09.2011. 
 
Apresentada alguma objeção, não caberá ao juiz analisa-la e julgá-la, mas sim 
convocar a assembleia geral de credores para deliberar sobre o plano de 
recuperação. 
A data designada para realização da assembleia não poderá exceder 150 dias 
do deferimento do processamento da recuperação. Isso é importante porque a 
deliberação deve ocorrer antes de esgotado o limite de 180 dias de suspensão 
da exigibilidade das obrigações do devedor. Durante esse período o plano deve 
ser analisado e aprovado, evitando-se que os bens sejam arrematados em razão 
de execuções individuais. 
A apresentação do plano é faculdade exclusiva do devedor, e por isso a 
assembleia não pode alterar a proposta ou votar um plano diferente do 
apresentado.Isso não significa que não possa haver propostas, mas estas 
dependerão da aprovação do devedor. 
Por ocasião da assembleia, os credores dividem-se em três classes: 
a)!Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho; 
b)!Titulares de créditos com garantia real, até o valor do bem dado em 
garantia; 
c)! Titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio 
geral e subordinados. 
As três classes de credores devem aprovar o plano de recuperação. 
Nas classes de credores com garantia real e de créditos quirografários, com 
privilégio especial, com privilégio geral e subordinados, a votação dependerá de 
uma dupla aprovação: ao mesmo tempo deve haver o voto favorável de mais da 
metade dos créditos representados e também da maioria simples dos credores 
presentes na assembleia. 
A classe dos titulares de créditos trabalhistas e decorrentes de acidente de 
trabalho, basta o voto da maioria simples dos credores presentes, 
independentemente do valor do seu crédito. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
 
Havendo consentimento dos credores, caberá ao juiz apenas homologar o plano, 
após comprovada a regularidade fiscal do devedor por meio da juntada aos autos 
das certidões negativas de débitos tributários. Entretanto, ainda que o quórum 
não seja atingido, é possível a aprovação do plano por decisão do juiz, nos termos 
do art. 58, §1o. 
 
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do 
devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou 
tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. 
§ 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve 
aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, 
de forma cumulativa: 
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os 
créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, 
caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 
(uma) delas; 
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos 
credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. 
 
A regra é complexa, mas basicamente podemos dizer que a aprovação do plano 
por força de decisão judicial poderá ocorrer quando houver quórum de votação 
expressivo no sentido da sua aprovação. A lei então relativiza os requisitos, mas 
ainda assim o juiz não poderá conceder a recuperação judicial se o plano não 
implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver 
rejeitado. 
Se não for obtido o quórum mínimo e não for possível a aprovação do plano, o 
juiz decretará a falência do devedor. Se a recuperação for concedida, o devedor 
CLASSES DE CREDORES 
NA ASSEMBLEIA GERAL
Titulares de créditos derivados 
da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de 
trabalho
Aprovação do plano pela 
maioria simples dos credores 
presentes.
Titulares de créditos com 
garantia real, até o valor do 
bem dado em garantia
Aprovação do plano pela 
maioria relativa do valor do 
crédito quanto pela maioria 
simples dos credores 
presentes
Titulares de créditos 
quirografários, com privilégio 
especial, com privilégio geral
e subordinados
Aprovação do plano pela 
maioria relativa do valor do 
crédito quanto pela maioria 
simples dos credores 
presentes
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
deverá demonstrar o pagamento dos tributos devidos ou o parcelamento dos 
débitos tributários. Apesar dessa exigência legal, em alguns casos a 
jurisprudência tem afastado sua incidência, considerando-a desproporcional e 
contrária aos interesses da empresa. 
 
2.4. Efeitos da concessão da recuperação judicial 
A decisão que concede a recuperação constitui título executivo. Isso significa que 
as obrigações que constam no plano de recuperação poderão ser executadas, 
caso o devedor se torne inadimplente. Lembre-se ainda de que o plano vincula 
todos os credores por ele alcançados, mesmo que tenham votado em sentido 
contrário na assembleia ou sequer tenham comparecido. 
 
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, 
e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado 
o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei. 
 
O plano opera verdadeira novação dos créditos a ele anteriores. Essas relações, 
portanto, são extintas, passando a ser reguladas da forma prevista no plano de 
recuperação. Essa situação persiste enquanto o plano estiver sendo cumprido. A 
convolação da recuperação judicial em falência, porém, provoca a reconstituição 
dos direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os 
valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no 
âmbito da recuperação judicial. 
A partir daí os negócios relacionados à atividade empresarial continuam 
sendo normalmente conduzidos pelo devedor, sob a fiscalização do 
comitê (quando houver) e do administrador judicial. Essa é a regra, mas é 
possível ainda o afastamento do devedor, nos casos especificados pelo art. 64 da 
Lei n. 11.101/2005. 
 
Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus 
administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do 
Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se qualquer deles: 
I – houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido 
em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia 
popular ou a ordem econômica previstos na legislação vigente; 
II – houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei; 
III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores; 
IV – houver praticado qualquer das seguintes condutas: 
a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua situação 
patrimonial; 
b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao capital ou 
gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras circunstâncias análogas; 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações prejudiciais ao seu 
funcionamento regular; 
d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso III do caput do 
art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial; 
V – negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais 
membros do Comitê; 
VI – tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial. 
Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste artigo, o juiz destituirá 
o administrador, que será substituído na forma prevista nos atos constitutivos do devedor 
ou do plano de recuperação judicial. 
 
Diante de um desses atos, o juiz destituirá o administrador, que será substituído 
na forma prevista nos atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação 
judicial. Cuidado para não fazer confusão, pois aqui estamos falando do 
administrador da empresa devedora, e não do administrador judicial. 
Se a prática do ato ilícito se der pelo próprio devedor, o juiz convocará a 
assembleia geral de credores para deliberar sobre o nome do gestor judicial 
que assumirá a administração das atividades do devedor. Enquanto o gestor não 
for nomeado, as atividades serão desempenhadas pelo administrador judicial. 
 
Art.69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao 
procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a 
expressão "em Recuperação Judicial". 
Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da 
recuperação judicial no registro correspondente. 
 
A partir do momento da concessão da recuperação, o devedor passará a ser 
identificado, após seu nome empresarial, pela expressão “em recuperação 
judicial”, devendo o Juiz determinar imediatamente, em razão da recuperação, 
que seja feita a anotação junto aos atos constitutivos do devedor no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Diferentemente do que ocorre na falência, na 
recuperação judicial os negócios relacionados à atividade 
empresarial continuam sendo normalmente conduzidos 
pelo devedor, sob a fiscalização do comitê (quando houver) e do administrador 
judicial. 
 
Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar 
ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida 
pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados no 
plano de recuperação judicial. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Apesar de o devedor, em regra, continuar conduzindo os negócios da empresa, 
há outros interesses em jogo. Se os credores consentiram na recuperação 
judicial, seus interesses devem ser observados, e para isso existe o comitê de 
credores. Nada mais natural, portanto, do que a proibição imposta ao devedor de 
alienar ou onerar bens do seu ativo permanente sem autorização. 
 
2.5. Encerramento da recuperação judicial 
Não há um limite legal de prazo para que as disposições do plano de recuperação 
judicial sejam cumpridas, devendo o devedor propor e os credores aceitarem ou 
não as condições que lhes pareçam possíveis e desejáveis. 
A recuperação judicial, porém, apenas perdura até que se cumpram 
todas as obrigações previstas no plano e que se vencerem até 2 anos 
depois da concessão da recuperação. Apenas durante esse período os atos 
do devedor serão acompanhados pelo administrador judicial, pelo comitê e pelo 
juiz. 
 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em 
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se 
vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. 
[...] 
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de 
qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá 
requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei. 
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, 
o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará: 
I – o pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo efetuar 
a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30 (trinta) dias, e 
aprovação do relatório previsto no inciso III do caput deste artigo; 
II – a apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; 
III – a apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no prazo 
máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de recuperação pelo 
devedor; 
IV – a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial; 
V – a comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis. 
 
Após o cumprimento das obrigações vencidas nesse período, o juiz decretará, por 
sentença, o encerramento da recuperação judicial. Obrigações descumpridas 
nesse período de 2 anos provocam a convolação da recuperação em falência. Por 
outro lado, o descumprimento de obrigações além desse período poderá provocar 
a execução específica a requerimento do respectivo credor, com base na decisão 
judicial que concedeu a recuperação. Nesse caso, porém, não haverá convolação 
automática da recuperação em falência. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Frise-se que sempre é possível que o credor promova individualmente o pedido 
de falência do devedor, com base na impontualidade injustificada. 
Desde que tenha sido apresentada a prestação de contas e o relatório do 
administrador judicial, deve o juiz, na sentença que decretar o fim da recuperação 
judicial, determinar o pagamento do saldo de honorários ao administrador no 
prazo de 30 dias. 
Além disso, deve também o juiz determinar a apuração do saldo das custas 
judiciais a serem recolhidas, a dissolução do comitê de credores, a exoneração 
do administrador judicial e a comunicação ao Registro Público de Empresas. 
 
Não há um limite legal de prazo para que as 
disposições do plano de recuperação judicial sejam 
cumpridas, devendo o devedor propor e os credores 
aceitarem ou não as condições que lhes pareçam possíveis e desejáveis. A 
recuperação judicial, porém, apenas perdura até que se cumpram todas 
as obrigações previstas no plano e que se vencerem até 2 anos depois da 
concessão da recuperação. Apenas durante esse período os atos do devedor 
serão acompanhados pelo administrador judicial, pelo comitê e pelo juiz. 
 
2.6. Convolação da recuperação judicial em falência 
 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em 
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se 
vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. 
§ 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer 
obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos 
do art. 73 desta Lei. 
 
Se o devedor conseguir cumprir com suas obrigações pelo período mínimo de 2 
anos, a recuperação judicial será encerrada por sentença. Entretanto, se isso não 
ocorrer, a medida adotada será a convolação da recuperação judicial em falência. 
Isso ocorrerá quando a crise pela qual passa o devedor for considerada 
irreversível, ou quando não houver acordo dos credores em relação à 
possibilidade de reerguimento da empresa. Isso ocorrerá nas seguintes hipótese 
previstas no art. 73. 
 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; 
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 
desta Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 
desta Lei; 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na 
forma do § 1o do art. 61 desta Lei. 
[...] 
Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, 
endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação judicial presumem-
se válidos, desde que realizados na forma desta Lei. 
 
Ocorrendo uma das hipóteses do art. 73, será decretada a falência, e os credores 
terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente 
contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos 
validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. 
Perceba que os atos regularmente praticados durante a recuperação judicial, 
ainda que de oneração e endividamento do devedor, são considerados válidos, 
conforme previsão expressa do art. 74. Além disso, os créditos decorrentes 
dessas operações são considerados extraconcursais, nos termos do art. 67. 
 
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a 
recuperaçãojudicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou 
serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação 
de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a 
fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido 
de recuperação judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de 
falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da 
recuperação. 
 
A lei protege, portanto, as relações jurídicas estabelecidas durante a execução 
regular do plano de recuperação judicial. Os créditos que normalmente seriam 
considerados quirografário na falência, quando decorrentes de relações travadas 
durante a recuperação, serão considerados créditos com privilégio geral. 
 
Por fim, devemos ainda mencionar o parágrafo único do art. 73, que estabelece 
a possibilidade de a falência ser decretada sem que decorra das situações 
descritas no caput do dispositivo. 
 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; 
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 
desta Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 
desta Lei; 
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na 
forma do § 1o do art. 61 desta Lei. 
d
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por 
inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I 
ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do 
art. 94 desta Lei. 
 
Este é o caso de decretação de falência motivada por requerimento de credor não 
sujeito aos efeitos da recuperação. Assim, os titulares de crédito decorrente de 
adiantamento a contrato de câmbio (art. 86, II), de alienação fiduciária, de 
arrendamento mercantil (leasing), de compra e venda de imóvel com cláusula de 
irrevogabilidade ou irretratabilidade e de compra e venda com reserva de domínio 
(art. 49, §3o), que não se submetem aos efeitos da recuperação, podem requerer 
a falência do devedor por qualquer dos fundamentos previstos no art. 94, I, II e 
III. 
Na realidade, neste caso não estamos falando de convolação da recuperação 
judicial em falência, mas sim na simples decretação de falência pelos 
fundamentos gerais previstos na Lei de Recuperação de Empresas. 
 
2.7. Recuperação judicial de microempresas e 
empresas de pequeno porte 
Como o processo de recuperação judicial é complexo e custoso, a Lei n. 
11.101/2005 procurou simplifica-lo para as microempresas e empresas de 
pequeno porte, dando a esses empresários a opção de optar por um regime 
especial. Esse procedimento é mais simples, mas, por outro lado, é mais restrito 
em relação à amplitude dos créditos atingidos e aos meios de recuperação 
adotados. 
Em primeiro lugar você deve saber o que são microempresas e empresas de 
pequeno porte. Essa conceituação consta na Lei Complementar n. 123/2006, em 
seu art. 3º. 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou 
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei 
n
o
 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de 
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II – no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 
[...] 
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei 
Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para 
nenhum efeito legal, a pessoa jurídica: 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
b
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede 
no exterior; 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia 
de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei 
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II 
do caput deste artigo; 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra 
empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global 
ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins 
lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do 
caput deste artigo; 
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, 
de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito 
imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de 
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de 
previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de 
pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações. 
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, 
relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. 
 
Os credores que se submetem ao plano de recuperação judicial especial da 
microempresa e da empresa de pequeno porte são limitados. Apenas os 
créditos quirografários podem ser incluídos no plano de recuperação 
judicial, e ainda assim não são todos, ficando excluídos os créditos decorrentes 
de repasse de recursos oficiais e os créditos em virtude de importância entregue 
ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento de 
contrato de câmbio. 
Além disso, ficam excluídos também os créditos titularizados pelos credores 
proprietários dos bens: credor fiduciário, arrendador mercantil, proprietário ou 
promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula 
de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, 
bem como o proprietário em contrato de compra e venda com reserva de domínio. 
O processamento da recuperação judicial acarreta a suspensão do curso da 
prescrição e das ações e execuções dos créditos abrangidos pelo plano, mas não 
dos que ficam de fora. Sobre esse tema devemos conhecer a Súmula 581 do STJ. 
 
Súmula 581 do STJ 
A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e 
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por 
garantia cambial, real ou fidejussória. 
6
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
Quanto aos meios de recuperação, o plano especial pode prever o parcelamento 
em até 36 parcelas mensais, iguaise sucessivas, corrigidas monetariamente e 
acrescidas de juros de 12% ao ano. O pagamento da primeira parcela deverá 
estar previsto para o prazo máximo de 180 dias contados da distribuição do 
pedido de recuperação judicial. A partir daí o devedor precisará de autorização 
judicial para aumentar despesas ou contratar empregados. 
O plano especial de recuperação judicial não precisa ser aprovado pela 
assembleia geral de credores. Se atendidos os pressupostos legais, o plano 
poderá ser aprovado pelo juiz. 
 
3 – Recuperação Extrajudicial 
Diferentemente da norma anterior, a Lei n. 11.101/2005 não considera os atos 
diretos de negociação entre o devedor e seus credores como atos de falência. 
Nesse sentido, a nova lei regulamenta a recuperação extrajudicial, que poderá 
ser homologada judicialmente para garantir sua eficácia inclusive quanto aos 
credores não signatários, desde que sejam preenchidos certos requisitos. Além 
disso, a recuperação extrajudicial também não impede que sejam realizados 
outros acordos privados entre o devedor e seus credores. 
 
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e 
negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. 
 
Apesar de apresentar uma solução bastante interessante, a recuperação 
extrajudicial é pouquíssimo utilizada, em parte em razão da timidez do legislador 
em regulamentar o tema. 
 
3.1. Legitimidade 
Os requisitos que devem ser preenchidos pelo devedor para a recuperação 
extrajudicial são os mesmos da recuperação judicial, e constam no art. 48 da Lei 
de Recuperação de Empresas. 
 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com 
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
9
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
 
Além deste dispositivo, você deve conhecer também a regra do §3º do art. 161, 
segundo o qual não poderá requerer homologação de plano de recuperação 
extrajudicial o empresário que tenha requerido recuperação judicial ainda 
pendente ou que tenha obtido recuperação judicial ou homologação de outro 
plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 anos. 
Todos os créditos que se submetem à recuperação judicial também se submetem 
à recuperação extrajudicial. Há uma peculiaridade, porém, relacionada aos 
créditos trabalhistas, que não podem ser incluídos no plano de recuperação 
extrajudicial sem a anuência dos credores. 
Um fator interessante, que devemos mencionar, é que o devedor somente precisa 
preencher os rigorosos requisitos do art. 48 se realmente pretender que seu plano 
de recuperação seja homologado pelo Poder Judiciário. Nada impede que o 
devedor simplesmente se reúna com seus credores para negociar uma saída para 
sua crise, sem nenhuma intermediação do Judiciário. 
Por isso mesmo há a regra do art. 167, segundo a qual as regras sobre a 
recuperação extrajudicial não implicam a impossibilidade de realização de outras 
modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores. 
 
As disposições sobre a recuperação extrajudicial 
não implicam a impossibilidade de realização de 
outras modalidades de acordo privado entre o 
devedor e seus credores. 
3.2. O plano de recuperação extrajudicial 
O plano de recuperação extrajudicial do devedor em crime, a ser submetido 
posteriormente à homologação do Judiciário, se diferencia em alguns pontos do 
plano de recuperação judicial. 
 
Art. 161, § 2o O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem 
tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos. 
 
A regra é decorrente do princípio da par condicio creditorum. Se o devedor está 
em crise, não faria sentido algum oferecer como alternativa o pagamento 
antecipado de dívidas, não é mesmo? Além disso, não se poderia admitir que os 
credores no submetidos ao plano fossem prejudicados. Em qualquer dessas 
situações haveria tratamento privilegiado dispensado a alguns credores, o que 
feriria o princípio da par condicio creditorum. 
Além disso, o plano de recuperação extrajudicial só poderá abranger os créditos 
constituídos até a data do pedido de homologação em juízo (art. 163, §1o). 
7
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
Art. 161, § 1o Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza 
tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim 
como àqueles previstos nos arts. 49, § 3o, e 86, inciso II do caput, desta Lei. 
 
Além dos credores não sujeitos à recuperação judicial, não se submetem à 
recuperação extrajudicial os titulares de crédito de natureza tributária, trabalhista 
ou acidentária. As classes de credores alcançadas pelo plano, portanto, são as 
seguintes: 
a)!Credores com garantia real; 
b)!Credores com privilégio especial; 
c)! Credores com privilégio real; 
d)!Credores quirografários; e 
e)!Credores subordinados. 
 
Art. 161, § 4o O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não 
acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de 
decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. 
 
As relações do devedor com os credores que não estão sujeitos ao plano de 
recuperação extrajudicial se desenvolvem normalmente, inclusive com a 
possibilidade de ajuizamento de ações e execuções, incluindo o pedido de 
decretação de falência. 
 
3.3. Homologação do plano 
 
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação 
extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e 
condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
 
Em regra, a homologação do plano será requerida ao juiz por meio de petição, 
na qual deverá ser comprovado o cumprimento dos requisitos que estamos 
estudando, em especial a assinatura dos credores que decidiram aderir. 
Quando o devedor obtiver a anuência de todos os credores para a repactuação 
das suas obrigações, a homologação do plano de recuperação extrajudicial é 
facultativa, pois o próprio consentimentos dos credores já é suficiente para gerar 
obrigação. A única vantagem da homologação é a constituição de título 
executivo judicial, que facilitaria a execução direta da obrigação. 
Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão mais 
desistir da adesão ao plano, a não ser que haja anuência expressa dos demais 
signatários. Nesse sentido a homologação pode ser muito útil para impedir que 
os credores desistam no plano. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de recuperação 
extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde que assinado por 
credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os créditos de cada espécie 
por ele abrangidos. 
[...] 
§ 6o Para a homologação do plano de que trata este artigo, além dos documentos previstos 
no caput do art. 162 desta Lei, o devedor deverá juntar: 
I – exposição da situação patrimonial do devedor; 
II – as demonstrações contábeis relativas ao último exercíciosocial e as levantadas 
especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do caput do art. 51 desta Lei; e 
III – os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para novar ou transigir, 
relação nominal completa dos credores, com a indicação do endereço de cada um, a 
natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime 
dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação 
pendente. 
 
Por outro lado, quando houver credores que não anuíram, a homologação 
judicial será obrigatória para que eles também sejam vinculados. Se o 
plano for aprovado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de 
todos os créditos de cada espécie, o juiz poderá homologá-lo, estendendo as 
condições previstas também aos devedores discordantes. É importante salientar 
ainda que o plano não precisa abranger todas as classes, podendo alcançar 
apenas uma ou duas delas. 
 
Apresentado o pedido de homologação, o procedimento será o mesmo, tanto no 
caso de haver anuência de todos os credores, quanto no caso de haver a 
concordância de apenas parte deles. 
Ajuizado o pedido, caberá ao juiz então determinar a publicação de edital 
convocando todos os credores para apresentar, no prazo de 30 dias, suas 
impugnações ao plano apresentado. Durante esse prazo o devedor deverá ainda 
demonstrar que enviou cartas a todos os credores sujeitos ao plano informando 
a distribuição do pedido, as condições do plano e o prazo para impugnação. 
A impugnação restringe-se à alegação de que não foi atingido o quórum para 
homologação do plano, que o devedor praticou atos de falência ou atos com a 
intenção de prejudicar credores ou, ainda, que houve o descumprimento de 
exigência legal. Os devedores, portanto, não podem simplesmente opor-se ao 
plano de recuperação ou alegar, em objeções, outras questões além dessas. 
Se for oferecida alguma impugnação, o devedor terá o prazo de 5 dias para 
manifestar-se. Após esse prazo, os autos serão conclusos ao juiz, que decidirá 
em 5 dias. 
O julgamento do pedido de homologação se dará por meio de sentença, que 
homologará ou indeferirá o pedido. O indeferimento não significa que a falência 
será imediatamente decretada, permitindo-se que o devedor recorra ou 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
apresente novo pedido de homologação após cumprir as formalidades que 
faltaram. 
 
Diferentemente do que ocorre na recuperação judicial, o 
indeferimento do pedido de homologação de plano de 
recuperação extrajudicial não importa necessariamente na 
decretação de falência do devedor. 
 
3.4. Efeitos da homologação do plano 
 
Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação 
judicial. 
§ 1o É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à 
homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de 
pagamento dos credores signatários. 
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, caso o plano seja posteriormente rejeitado pelo juiz, 
devolve-se aos credores signatários o direito de exigir seus créditos nas condições originais, 
deduzidos os valores efetivamente pagos. 
 
Em regra, o plano de recuperação extrajudicial não pode gerar efeitos retroativos, 
mas o próprio plano pode prever a possibilidade de regras sobrea modificação do 
valor ou da forma de pagamento dos credores signatários serem aplicadas antes 
mesmo da homologação judicial. 
Caso isso se verifique e o plano venha a ser indeferido, porém, o direito de exigir 
seus créditos nas condições originais logicamente deve ser devolvido aos 
credores. 
 
4 – Questões 
4.1. Questões sem Comentários 
1. Prefeitura de Campinas-SP – Procurador do Município – 
2016 – FCC. 
Empresa X firmou contrato de adiantamento de crédito com o Banco Y e 
emitiu, em garantia, títulos de crédito avalizados por seus sócios. 
Posteriormente, firmou com o Banco Y contrato de financiamento que foi 
afiançado por seus sócios, os quais se obrigaram solidariamente pelo 
pagamento do empréstimo, renunciando ao benefício de ordem. 
Inadimplidos ambos os negócios, o Banco Y ajuizou duas ações de execução 
contra os sócios da Empresa X, uma tendo como objeto o aval dos títulos de 
crédito, outra tendo como objeto a fiança prestada ao contrato de 
financiamento. Posteriormente, foi deferida a recuperação judicial da 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Empresa X. De acordo com jurisprudência consolidada do Superior Tribunal 
de Justiça, a recuperação judicial do devedor principal 
a) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas apenas contra os 
devedores solidários coobrigados por garantia fidejussória, as quais são 
extintas, em razão de novação, quando da aprovação do plano de 
recuperação judicial. 
b) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas apenas contra os 
devedores solidários coobrigados por garantia cambial, as quais são extintas, 
em razão de novação, quando da aprovação do plano de recuperação 
judicial. 
c) não impede o prosseguimento nem induz a extinção das execuções 
ajuizadas contra os devedores solidários coobrigados por garantia cambial 
ou fidejussória. 
d) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas contra os devedores 
solidários coobrigados por garantia cambial ou fidejussória, as quais são 
extintas, em razão de novação, quando da aprovação do plano de 
recuperação judicial. 
e) não impede, quando de seu deferimento, o prosseguimento das 
execuções ajuizadas contra os devedores solidários coobrigados por garantia 
cambial ou fidejussória, mas leva à extinção de tais ações, em razão de 
novação, quando da aprovação do plano de recuperação judicial. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
2. TRT 1ª Região (RJ) – Juiz do Trabalho – 2016 – FCC. 
Segundo a Lei n° 11.101/2005, constituem meios de recuperação judicial, 
observada a legislação pertinente a cada caso, as seguintes hipóteses, 
EXCETO: 
a) usufruto da empresa. 
b) emissão de valores imobiliários. 
c) trespasse de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos 
próprios empregados. 
d) alienação do controle societário. 
e) constituição de sociedade de credores. 
3. TJ-AM – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Considerando que determinado juiz tenha concedido a recuperação judicial 
a um devedor, após a aprovação do plano de recuperação em assembleia 
geral de credores, assinale a opção correta. 
a) O juiz é competente para decidir sobre a constrição de bens do devedor, 
mesmo que não tenham sido abrangidos pelo plano de recuperação da 
empresa. 
b) As execuções individuais ajuizadas contra o próprio devedor devem ser 
extintas, diante da novação resultante da concessão da recuperação judicial. 
c) Um dos efeitos da referida decisão judicial é interromper a prescrição de 
todas as ações e execuções em face do devedor. 
d) Se, decorridos mais de dois anos da referida decisão judicial, o devedor 
inadimplir obrigação prevista no plano, o juiz deverá convolar a recuperação 
em falência. 
e) É correto afirmar que o devedor beneficiado pela decisão nunca faliu 
antes. 
4. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Acerca da recuperação judicial, assinale a opção correta. 
a) O juiz, mesmo tendo ultrapassado o prazo de dois anos da homologação 
do plano de recuperação judicial, deve, de ofício, decretar a falência do 
devedor, caso ele não o cumpra. 
b) A ação de despejo proposta contra empresário que tem deferido o 
processamento da recuperação judicial deve ser suspensa pelo prazo de 
cento e oitenta dias. 
c) A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não 
se suspende, mas serão da competência do juízo da recuperaçãoos atos de 
alienação do patrimônio da sociedade. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
d) O MP assumirá a legitimidade para impugnar o plano de recuperação 
judicial, caso nenhum credor o faça. 
e) Se a assembleia geral de credores rejeitar o plano de recuperação judicial, 
o juiz devera determinar o arquivamento do processo, ficando vedado ao 
devedor fazer novo requerimento pelo prazo de dois anos. 
5. TJ-SE – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
A empresa Logística XPTO Ltda. ajuizou pedido de recuperação judicial. Na 
mesma decisão em que foi deferido o processamento do pedido, o juiz 
mandou publicar edital contendo a relação nominal dos credores, com a 
discriminação do valor atualizado e da classificação dos créditos, conforme 
relação apresentada pelo próprio devedor com a petição inicial. Publicado e 
sse edital, previsto no art. 52, § 1º, da Lei nº 11.101/2005, os credores 
terão o prazo de: 
a) 45 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. 
b) 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. 
c) 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao juiz. 
d) 45 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao juiz. 
e) 30 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao comitê de credores, se 
houver, ou, na sua falta, ao administrador judicial 
6. TJ-SE – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
Determinada empresa formulou pedido de recuperação judicial, cujo 
processamento foi deferido pelo juiz. A Assembleia-Geral de Credores, 
porém, rejeitou o plano de recuperação apresentado pelo devedor, dado que 
reprovado por todas as classes de credores. Nos termos da Lei nº 
11.101/2005, nesse caso, o juiz deverá: 
a) conceder ao devedor prazo de 30 dias para formular plano alternativo, a 
fim de que seja submetido à Assembleia-Geral de Credores. 
b) determinar ao administrador judicial a formulação de plano alternativo no 
prazo de 30 dias, a fim de que seja submetido à Assembleia-Geral de 
Credores. 
c) decretar a falência do devedor, contra o que caberá a interposição de 
apelação. 
d) decretar a falência do devedor, contra o que caberá a interposição de 
agravo de instrumento. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
e) conceder a recuperação judicial ao devedor, se convencido de que o plano 
rejeitado pela Assembleia-Geral de Credores atende aos interesses dos 
trabalhadores, haja vista a vulnerabilidade deles. 
7. AGU – Advogado da União – 2015 – Cespe. 
Julgue o item a seguir com base no entendimento atual do STJ acerca de 
direito empresarial. 
A novação decorrente da concessão da recuperação judicial após aprovado 
o plano em assembleia enseja a suspensão das execuções individuais 
ajuizadas contra a própria devedora. 
8. TCU – Procurador – 2015 – Cespe. 
Considerando que uma sociedade empresária tenha protocolado pedido de 
recuperação judicial que esteja pendente de apreciação, assinale a opção 
correta. 
a) A requerente poderá ser uma administradora de consórcio e, nesse caso, 
se o pedido for deferido, os consorciados integrarão a assembleia geral de 
credores como titulares de créditos quirografários com privilégio especial. 
b) A viabilidade do pedido independe da análise do tempo de atividade do 
devedor. 
c) O foro competente para o referido pedido é o foro da sede administrativa 
da empresa. 
d) O devedor, caso logre êxito na negociação com seus credores, poderá 
requerer homologação do plano extrajudicial enquanto estiver pendente a 
apreciação do pedido de recuperação judicial. 
e) Na situação considerada, o prazo para apresentar o plano de recuperação 
judicial ainda não está em curso 
9. TJ-SP – Juiz de Direito – 2015 – VUNESP. 
No período de seis meses, a contar do deferimento da recuperação judicial, 
a) não são suspensas as execuções fiscais em face da recuperanda. 
b) é permitido retirar do estabelecimento do devedor bens móveis sobre os 
quais o credor tenha propriedade fiduciária, mesmo que sejam eles 
essenciais à atividade empresarial do recuperando. 
c) não tramitam as ações propostas contra a recuperanda que demandem 
quantias ilíquidas. 
d) o juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a 
constrição de todos os bens da recuperanda, mesmo que não abrangidos 
pelo plano de recuperação da empresa. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
10. TRT 23ª Região (MT) – Juiz do Trabalho – 2015 – FCC. 
Acionada em diversas reclamações trabalhistas, determinada empresa 
formulou pedido de recuperação judicial alegando dificuldades de fluxo de 
caixa. Nos termos da Lei nº 11.101/2005, deferido o processamento da 
recuperação judicial, 
a) não se suspende o curso das reclamações trabalhistas em fase de 
execução, vedando-se apenas os atos que importem levantamento de 
dinheiro. 
b) não se suspende o curso de nenhuma reclamação trabalhista, 
independentemente da fase do processo. 
c) suspende-se o curso de todas as reclamações trabalhistas, por prazo 
indeterminado, até que seja decidido o pedido de recuperação judicial. 
d) suspende-se apenas o curso das reclamações trabalhistas em fase de 
execução, pelo prazo de 1 (um) ano. 
e) suspende-se o curso das reclamações trabalhistas em fase de execução, 
pelo prazo de 180 (cento e oitenta dias). 
11. TJ-SC – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
A empresa “PESCADO PURO LTDA.” formulou pedido de recuperação judicial, 
apresentando plano que previa o pagamento de todas as suas dívidas em 60 
(sessenta) parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira no dia da 
concessão da recuperação e as demais no mesmo dia dos meses 
subsequentes. Regularmente aprovado o plano pela assembleia-geral de 
credores, a recuperação foi concedida pelo juiz. Porém, depois de 
pontualmente adimplidas as trinta primeiras parcelas, a devedora não 
conseguiu honrar com as demais, por dificuldades de fluxo de caixa. Nesse 
caso, o descumprimento das obrigações assumidas no plano 
a) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas pode 
justificar novo pedido de falência. 
b) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, que pode ser 
decretada de ofício. 
c) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que 
requerida por qualquer credor. 
d) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que 
requerida pelo administrador judicial. 
e) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas 
apenas a execução individual pelos credores. Parte inferior do formulário 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
12. TCM-RJ – Procurador – 2015 – FCC. 
Acerca da recuperação extrajudicial de empresas, é correto afirmar que: 
a) é possível a homologação do plano de recuperação extrajudicial ainda que 
pendente pedido de recuperação judicial anterior. 
b) só é admitida nos casos em que não for cabível a recuperação judicial. 
c) a homologação do plano de recuperação extrajudicial depende da adesão 
unânime de todos os credores que a ele estejam sujeitos. 
d) não se aplica a titulares de créditos derivados da legislação do trabalho. 
e) os credores não poderão, após a distribuição do pedido de homologação 
do plano de recuperação extrajudicial, em nenhuma hipótese, desistir da sua 
adesão a ele. 
13. TJDFT – Juiz de Direito– 2014 – Cespe. 
Acerca da recuperação judicial e da falência, assinale a opção correta. 
a) Deferido o processamento da recuperação judicial, ocorre o cancelamento 
das negativações do devedor nos órgãos de proteção ao crédito, como 
corolário do princípio da preservação da empresa. 
b) Os créditos de honorários advocatícios decorrentes de trabalhos prestados 
à massa falida, depois do decreto de falência, têm natureza alimentar e 
equiparam-se aos trabalhistas para efeitos de habilitação. 
c) Cumpridas as exigências da lei, o juiz concederá a recuperação judicial do 
devedor cujo plano tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores, 
desde que esteja convencido de sua viabilidade econômica. 
d) Com o deferimento do plano de recuperação judicial, os créditos 
anteriores ao pedido são objeto de novação civil, com a consequente 
extinção das garantias anteriores. 
e) Os deveres impostos pela Lei de Recuperação e Falência à sociedade 
limitada falida recaem sobre os administradores, não cabendo nenhuma 
restrição à pessoa dos sócios não administradores. 
14. TRT 24ª Região (MS) – Juiz do Trabalho – 2014 – FCC. 
Sobre a recuperação judicial, considere: 
I. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data 
do pedido, desde que vencidos. 
II. Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos 
e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
III. O plano de recuperação judicial será apresentado pelo devedor em juízo 
no prazo improrrogável de 45 (quarenta e cinco) dias da publicação da 
decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de 
convolação em falência. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
IV. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a um 
ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de 
recuperação judicial. 
V. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 30 
(trinta) dias para o pagamento, até o limite de cinco salários mínimos por 
trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três 
meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, IV e V. 
b) III, IV e V. 
c) I, II, III e V. 
d) I, III e IV. 
e) II, III, IV e V. 
15. TRT 1ª Região (RJ) – Juiz do Trabalho – 2014 – FCC. 
A empresa de cosméticos A Bela e a Fera - ME, cujo sócio majoritário é 
Parmênides, pede recuperação judicial, em razão de suas dificuldades 
financeiras. Parmênides requer em razão disso a suspensão das execuções 
contra a empresa e também aquelas propostas contra si, na qualidade de 
avalista, alegando sua condição de sócio da pessoa jurídica, a atingir a 
universalidade das demandas que tenham por objeto os débitos da empresa. 
Deverá o Juiz suspender 
a) as ações contra a empresa mas, no tocante ao avalista, fazê-lo apenas 
pelo prazo de cento e oitenta dias, findo os quais a execução poderá 
prosseguir somente contra o avalista, se até lá não for deferido o plano de 
recuperação judicial. 
b) as ações contra a empresa e extinguir as ações contra o avalista, tendo 
em vista a perda de seu objeto, uma vez que a garantia tornou-se ineficaz 
com o deferimento do pedido de recuperação judicial, sujeito a normas de 
regência próprias. 
c) as ações contra a empresa, mas não as execuções em curso relativamente 
ao avalista, haja vista a autonomia do aval e a norma legal de que os 
credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e 
privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
d) as ações contra a empresa e também contra o avalista, pela 
universalidade dos débitos, que devem ser habilitados e julgados somente 
pelo juízo falimentar. 
e) somente as ações relativas a débitos vencidos por ocasião do pedido de 
recuperação judicial, tanto contra a empresa como contra o avalista, 
excluindo os débitos posteriores, em relação aos quais poderá haver o 
ajuizamento das execuções. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
16. TJ-SP – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Tendo em vista a Lei n.º 11.101/2005, assinale a opção incorreta. 
a) Depois de homologado ou aprovado o plano de recuperação pelo juiz, 
sendo este cumprido pelo beneficiado, não têm mais os credores 
competência para, em Assembleia, votar a convolação em falência. 
b) A lei estabelece que o requerente do benefício deve submeter ao juiz o 
plano de recuperação no prazo de 60 dias, contados do despacho que 
determina o processamento da ação, sendo vedada sua prorrogação, seja 
qual for a justificativa que o devedor apresente. 
c) O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial se 
não tiverem sido apresentadas, no prazo legal (art. 185 do CPC), as certidões 
tributárias negativas (LF, art. 57; CTN, art. 191-A), em se verificando 
omissão do devedor. 
d) No direito brasileiro, abstraída a hipótese de desistência, quem requer o 
benefício da recuperação judicial, ou o obtém e cumpre ou terá sua falência 
decretada. 
17. TJ –SE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2014 
– Cespe. 
Assinale a opção correta com relação à recuperação de empresas e à 
falência. 
a) A ação revocatória por ineficácia deve ser proposta pelo administrador 
judicial, por qualquer credor ou pelo MP em até três anos contados da 
decretação da falência. 
b) Ocorrendo o leilão por lances orais, a alienação do ativo deve ocorrer pelo 
maior valor oferecido, desde que igual ou superior ao valor de avaliação. 
c) Para qualquer modalidade de realização do ativo, é desnecessária a 
apresentação de certidões negativas pela massa falida. 
d) O juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a 
constrição de todos os bens da empresa, inclusive aqueles que não estejam 
abrangidos pelo plano de recuperação. 
e) Após a decretação da falência, o exercício do direito de retenção sobre os 
bens sujeitos a arrecadação dependerá de autorização do administrador 
judicial. 
18. TJ-PA – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Quanto à Recuperação Judicial, assinale a alternativa correta. 
a) Recebendo a petição inicial devidamente instruída, conforme dispõe a Lei 
n.º 11.101/2005, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, 
no mesmo ato, determinará a dispensa da apresentação de certidões 
negativas para que o devedor exerça suas atividades e receba benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
b) Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, 
no prazo máximo de 90 (noventa dias), requerer a convocação de 
assembleia geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição 
de seus membros. 
c) Ao deferir o processamento da recuperação judicial, o juiz nomeará o 
administrador judicial, que será profissional idôneo, preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa 
jurídica especializada, e que poderá ser substituído sem autorização do juiz, 
desde que aprovado por maioria absoluta dos votos em assembleia geral de 
credores. 
d) O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o 
deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da 
desistência na assembleia geral de credores. 
e) A petição inicial de recuperação judicial será instruída com as 
demonstrações contábeis relativas aos 2 (dois) últimos exercícios sociais e 
as levantadas especialmente para instruir o pedido, juntamente com um 
plano de negócios trienal. 
19. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Assinale a alternativa que está em consonância com a leique rege a 
recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário ou sociedade 
empresária. 
a) Estão sujeitos à recuperação extrajudicial todos os créditos existentes na 
data do pedido, salvo os de natureza tributária, com preferência no 
pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes 
de acidente do trabalho. 
b) É vedado ao devedor, regularmente citado no processo de falência, 
pleitear sua recuperação judicial dentro do prazo da contestação. 
c) Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios 
ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às 
quantias pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo legal. 
d) A ação revocatória, objetivando a revogação de atos praticados com a 
intenção de prejudicar credores, deverá ser proposta pelo administrador 
judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público, no prazo de 3 anos, 
contados do pedido de falência. 
20. TJDFT – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2014 
– Cespe. 
A respeito do direito falimentar, assinale a opção correta. 
a) Os registros de direitos reais por título oneroso ou gratuito realizados após 
a decretação da falência são ineficazes em relação à massa falida, 
independentemente do momento da prenotação 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
b) Por constituir matéria de interesse privado, a ineficácia dos atos do falido 
em relação à massa não pode ser declarada de ofício pelo juiz. 
c) O crédito da instituição financeira decorrente do adiantamento a contrato 
de câmbio para exportação é extraconcursal, devendo, portanto, ser pago 
com precedência sobre os demais créditos contra a massa falida da empresa 
exportadora. 
d) Por nortear o regime falimentar em vigor, o princípio da preservação da 
empresa torna obrigatório a todos os credores do devedor o plano de 
recuperação extrajudicial assinado por credores que representem mais de 
três quintos de todos os créditos por ele abrangidos 
e) Não estão sujeitas à recuperação judicial nem à recuperação extrajudicial 
as sociedades empresárias constituídas sob a forma de sociedade de 
economia mista ou de empresas públicas. 
 
4.2. Gabarito 
 
1. C 11. A 
2. B 12. D 
3. B 13. E 
4. C 14. A 
5. B 15. C 
6. D 16. C 
7. ERRADA 17. C 
8. E 18. D 
9. A 19. C 
10. E 20. E 
 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
4.3. Questões comentadas 
1. Prefeitura de Campinas-SP – Procurador do Município – 
2016 – FCC. 
Empresa X firmou contrato de adiantamento de crédito com o Banco Y e 
emitiu, em garantia, títulos de crédito avalizados por seus sócios. 
Posteriormente, firmou com o Banco Y contrato de financiamento que foi 
afiançado por seus sócios, os quais se obrigaram solidariamente pelo 
pagamento do empréstimo, renunciando ao benefício de ordem. 
Inadimplidos ambos os negócios, o Banco Y ajuizou duas ações de execução 
contra os sócios da Empresa X, uma tendo como objeto o aval dos títulos de 
crédito, outra tendo como objeto a fiança prestada ao contrato de 
financiamento. Posteriormente, foi deferida a recuperação judicial da 
Empresa X. De acordo com jurisprudência consolidada do Superior Tribunal 
de Justiça, a recuperação judicial do devedor principal 
a) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas apenas contra os 
devedores solidários coobrigados por garantia fidejussória, as quais são 
extintas, em razão de novação, quando da aprovação do plano de 
recuperação judicial. 
b) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas apenas contra os 
devedores solidários coobrigados por garantia cambial, as quais são extintas, 
em razão de novação, quando da aprovação do plano de recuperação 
judicial. 
c) não impede o prosseguimento nem induz a extinção das execuções 
ajuizadas contra os devedores solidários coobrigados por garantia cambial 
ou fidejussória. 
d) impede o prosseguimento das execuções ajuizadas contra os devedores 
solidários coobrigados por garantia cambial ou fidejussória, as quais são 
extintas, em razão de novação, quando da aprovação do plano de 
recuperação judicial. 
e) não impede, quando de seu deferimento, o prosseguimento das 
execuções ajuizadas contra os devedores solidários coobrigados por garantia 
cambial ou fidejussória, mas leva à extinção de tais ações, em razão de 
novação, quando da aprovação do plano de recuperação judicial. 
Comentários: 
A resposta para nossa questão nos é dada pela Súmula 581 do STJ, segundo a 
qual a recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento 
das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou 
coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. 
GABARITO: C 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
2. TRT 1ª Região (RJ) – Juiz do Trabalho – 2016 – FCC. 
Segundo a Lei n° 11.101/2005, constituem meios de recuperação judicial, 
observada a legislação pertinente a cada caso, as seguintes hipóteses, 
EXCETO: 
a) usufruto da empresa. 
b) emissão de valores imobiliários. 
c) trespasse de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos 
próprios empregados. 
d) alienação do controle societário. 
e) constituição de sociedade de credores. 
Comentários: 
A resposta para nossa questão está no art. 50 da Lei de Recuperação de 
Empresas, que traz os meios de recuperação judicial à disposição do devedor 
para a elaboração do plano de recuperação. 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a 
cada caso, dentre outros: 
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária 
integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da 
legislação vigente; 
III – alteração do controle societário; 
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus 
órgãos administrativos; 
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de 
poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; 
VI – aumento de capital social; 
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída 
pelos próprios empregados; 
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo 
ou convenção coletiva; 
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de 
garantia própria ou de terceiro; 
X – constituição de sociedade de credores; 
XI – venda parcial dos bens; 
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo 
como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se 
inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; 
XIII – usufruto da empresa; 
XIV – administração compartilhada; 
XV – emissão de valores mobiliários; 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos 
créditos, os ativos do devedor. 
Você conseguiu perceber o erro da alternativa B? É meio bobo, mas em provas 
de Direito Empresarial é relativamente comum que o examinador troque “valores 
mobiliários” por “valores imobiliários” na tentativa de pegar o candidato 
desatento. 
GABARITO: B 
3. TJ-AM – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Considerando que determinado juiz tenha concedido a recuperação judicial 
a um devedor, após a aprovação do plano de recuperação em assembleia 
geral de credores, assinale a opçãocorreta. 
a) O juiz é competente para decidir sobre a constrição de bens do devedor, 
mesmo que não tenham sido abrangidos pelo plano de recuperação da 
empresa. 
b) As execuções individuais ajuizadas contra o próprio devedor devem ser 
extintas, diante da novação resultante da concessão da recuperação judicial. 
c) Um dos efeitos da referida decisão judicial é interromper a prescrição de 
todas as ações e execuções em face do devedor. 
d) Se, decorridos mais de dois anos da referida decisão judicial, o devedor 
inadimplir obrigação prevista no plano, o juiz deverá convolar a recuperação 
em falência. 
e) É correto afirmar que o devedor beneficiado pela decisão nunca faliu 
antes. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. De acordo com a Súmula 480 do STJ, o juízo da 
recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
A alternativa B está correta. A decisão que concede a recuperação constitui título 
executivo. Isso significa que as obrigações que constam no plano de recuperação 
poderão ser executadas, caso o devedor se torne inadimplente. Lembre-se ainda 
de que o plano vincula todos os credores por ele alcançados, mesmo que 
tenham votado em sentido contrário na assembleia ou sequer tenham 
comparecido. 
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, 
e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado 
o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei. 
O plano opera verdadeira novação dos créditos a ele anteriores. Essas relações, 
portanto, são extintas, passando a ser reguladas da forma prevista no plano de 
recuperação. Essa situação persiste enquanto o plano estiver sendo cumprido. A 
convolação da recuperação judicial em falência, porém, provoca a reconstituição 
dos direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no 
âmbito da recuperação judicial. 
A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 6o da Lei de Recuperação de 
Empresas, a decretação da falência ou o deferimento do processamento da 
recuperação judicial suspende (e não interrompe) o curso da prescrição e de 
todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores 
particulares do sócio solidário. 
A alternativa D está incorreta. Concedida a recuperação judicial, deverá o 
devedor permanecer em recuperação até que se cumpram todas as obrigações 
previstas no plano que se vencerem até 2 anos depois da concessão da 
recuperação judicial. Durante esse período de 2 anos, o descumprimento de 
qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em 
falência. 
A alternativa E está incorreta. O art. 48 da Lei de Recuperação de Empresas trata 
da possibilidade de o devedor requerer recuperação judicial. 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do 
pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos e que atenda aos seguintes 
requisitos, cumulativamente: 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes; 
II – não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial 
III - não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no 
plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
GABARITO: B 
4. TJDFT – Juiz de Direito – 2016 – Cespe. 
Acerca da recuperação judicial, assinale a opção correta. 
a) O juiz, mesmo tendo ultrapassado o prazo de dois anos da homologação 
do plano de recuperação judicial, deve, de ofício, decretar a falência do 
devedor, caso ele não o cumpra. 
b) A ação de despejo proposta contra empresário que tem deferido o 
processamento da recuperação judicial deve ser suspensa pelo prazo de 
cento e oitenta dias. 
c) A execução fiscal, deferido o processamento da recuperação judicial, não 
se suspende, mas serão da competência do juízo da recuperação os atos de 
alienação do patrimônio da sociedade. 
d) O MP assumirá a legitimidade para impugnar o plano de recuperação 
judicial, caso nenhum credor o faça. 
e) Se a assembleia geral de credores rejeitar o plano de recuperação judicial, 
o juiz devera determinar o arquivamento do processo, ficando vedado ao 
devedor fazer novo requerimento pelo prazo de dois anos. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Não há um limite legal de prazo para que as 
disposições do plano de recuperação judicial sejam cumpridas, devendo o 
devedor propor e os credores aceitarem ou não as condições que lhes pareçam 
possíveis e desejáveis. 
A recuperação judicial, porém, apenas perdura até que se cumpram todas as 
obrigações previstas no plano e que se vencerem até 2 anos depois da concessão 
da recuperação. Apenas durante esse período os atos do devedor serão 
acompanhados pelo administrador judicial, pelo comitê e pelo juiz. 
Ultrapassado o prazo de 2 anos da homologação do plano de recuperação, caso 
haja o descumprimento do plano, deve o credor requerer a execução específica 
ou pedir falência, com base no art. 94, I, da Lei de Recuperação de Empresas. A 
convolação em falência somente ocorre se o cumprimento foi dentro do prazo de 
2 anos. 
A alternativa B está incorreta. A ação de despejo não se submete ao juízo 
universal da falência, podendo continuar a tramitar normalmente, inclusive com 
a retomada do bem pelo locador. Esse foi o posicionamento adotado pelo STJ no 
julgamento do CC 123.116-SP, j. 14.08.2014 (Informativo 551). 
A alternativa C está correta. De fato, a execução fiscal não é suspensa diante da 
decisão pelo processamento da recuperação judicial, mas lembre-se de que serão 
da competência do juízo da recuperação os atos de alienação do patrimônio da 
sociedade 
A alternativa D está incorreta. A Lei de Recuperação de Empresas não prevê a 
possibilidade de impugnação do plano de recuperação por parte do Ministério 
Público. Se nenhum credor impugná-lo, o plano será considerado aprovado. 
A alternativa E está incorreta. Se a assembleia rejeitar o plano, o juiz deve 
decretar a falência, nos termos do art. 56, §4o. 
Art. 56, § 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores, o juiz 
decretará a falência do devedor. 
GABARITO: C 
5. TJ-SE – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
A empresa Logística XPTO Ltda. ajuizou pedido de recuperação judicial. Na 
mesma decisão em que foi deferido o processamento do pedido, o juiz 
mandou publicar edital contendo a relação nominal dos credores, com a 
discriminação do valor atualizado e da classificação dos créditos, conforme 
relação apresentada pelo próprio devedor com a petição inicial. Publicado e 
sse edital, previsto no art. 52, § 1º, da Lei nº 11.101/2005, os credores 
terão o prazo de: 
a) 45 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. 
b) 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao administrador judicial. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
c) 15 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao juiz. 
d) 45 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendofazê-lo ao juiz. 
e) 30 dias para apresentar suas habilitações ou suas divergências quanto 
aos créditos nele relacionados, devendo fazê-lo ao comitê de credores, se 
houver, ou, na sua falta, ao administrador judicial 
Comentários: 
Após o processamento da recuperação, passaremos à verificação de créditos, que 
seguirá o mesmo procedimento da falência. Com a publicação do edital, os 
credores terão o prazo de 15 dias para apresentar sua habilitação ou suas 
divergências quanto aos créditos relacionados. 
O administrador judicial então terá o prazo de 45 dias para a verificação dos 
créditos, ao final dos quais promoverá a publicação do edital que contenha a 
relação dos credores e o local, horário e prazo em que os credores, o comitê, 
qualquer devedor ou sócio poderá ter acesso aos documentos que 
fundamentaram a elaboração dessa relação. 
Com essa publicação inicia-se a fase de verificação judicial. Os credores, o comitê 
e o devedor terão então o prazo de 10 dias para impugnar, perante o juiz, a 
decisão do administrador judicial referente à relação de credores. 
Diante da apreciação das habilitações e impugnações, o administrador judicial 
elaborará o quadro geral de credores, que será homologado pelo Juiz e publicado 
em até 5 dias da sentença que houver julgado as impugnações. A partir daí o 
quadro ainda pode ser modificado, mas o credor que pretender sua habilitação 
ou a alteração de seu crédito deverá promover ação de retificação do quadro 
geral de credores. 
GABARITO: B 
6. TJ-SE – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
Determinada empresa formulou pedido de recuperação judicial, cujo 
processamento foi deferido pelo juiz. A Assembleia-Geral de Credores, 
porém, rejeitou o plano de recuperação apresentado pelo devedor, dado que 
reprovado por todas as classes de credores. Nos termos da Lei nº 
11.101/2005, nesse caso, o juiz deverá: 
a) conceder ao devedor prazo de 30 dias para formular plano alternativo, a 
fim de que seja submetido à Assembleia-Geral de Credores. 
b) determinar ao administrador judicial a formulação de plano alternativo no 
prazo de 30 dias, a fim de que seja submetido à Assembleia-Geral de 
Credores. 
c) decretar a falência do devedor, contra o que caberá a interposição de 
apelação. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
d) decretar a falência do devedor, contra o que caberá a interposição de 
agravo de instrumento. 
e) conceder a recuperação judicial ao devedor, se convencido de que o plano 
rejeitado pela Assembleia-Geral de Credores atende aos interesses dos 
trabalhadores, haja vista a vulnerabilidade deles. 
Comentários: 
Vamos relembrar como se dá a apreciação do plano de recuperação judicial 
apresentado pelo devedor. 
Primeiro lembraremos a regra do art. 56, que determina a convocação da 
assembleia-geral de credores quando houver objeção de algum credor ao plano. 
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz 
convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. 
[...] 
§ 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores, o juiz decretará 
a falência do devedor. 
Vemos, portanto, que, se o plano for rejeitado pela assembleia-geral de credores, 
não restará alternativa a não ser a decretação da falência, entendimento 
corroborado ainda pela regra do art. 73, III da Lei de Recuperação de Empresas. 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
[...] 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 
desta Lei; 
Por fim, devemos relembrar também o art. 100, segundo o qual, da decisão que 
decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do 
pedido cabe apelação. 
GABARITO: D 
7. AGU – Advogado da União – 2015 – Cespe. 
Julgue o item a seguir com base no entendimento atual do STJ acerca de 
direito empresarial. 
A novação decorrente da concessão da recuperação judicial após aprovado 
o plano em assembleia enseja a suspensão das execuções individuais 
ajuizadas contra a própria devedora. 
Comentários: 
Para responder corretamente à questão, devemos relembrar a regra do art. 50 
da Lei de Recuperação de Empresas. 
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, 
e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado 
o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Pois bem, a novação e a suspensão são institutos diferentes. A suspensão das 
ações e execuções se dá com o deferimento do processamento da recuperação 
judicial ou com a decretação da falência. A novação, por outro lado, se dá com a 
concessão da recuperação, e importa na extinção das obrigações anteriores, que 
passarão a ser reguladas de acordo com a previsão do plano de recuperação 
judicial. 
GABARITO: ERRADA 
8. TCU – Procurador – 2015 – Cespe. 
Considerando que uma sociedade empresária tenha protocolado pedido de 
recuperação judicial que esteja pendente de apreciação, assinale a opção 
correta. 
a) A requerente poderá ser uma administradora de consórcio e, nesse caso, 
se o pedido for deferido, os consorciados integrarão a assembleia geral de 
credores como titulares de créditos quirografários com privilégio especial. 
b) A viabilidade do pedido independe da análise do tempo de atividade do 
devedor. 
c) O foro competente para o referido pedido é o foro da sede administrativa 
da empresa. 
d) O devedor, caso logre êxito na negociação com seus credores, poderá 
requerer homologação do plano extrajudicial enquanto estiver pendente a 
apreciação do pedido de recuperação judicial. 
e) Na situação considerada, o prazo para apresentar o plano de recuperação 
judicial ainda não está em curso 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. A própria Lei de Recuperação de Empresas, em 
seu art. 2o, declara sua inaplicabilidade a instituição financeira pública ou privada, 
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, 
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, 
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às 
anteriores. Essas instituições estão sujeitas a regras específicas relacionadas à 
recuperação e liquidação, em geral contando com a participação das entidades 
reguladoras. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 48 da Lei 11.101/2005, 
poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do 
pedido exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos e que atenda aos 
demais requisitos previstos no dispositivo. 
A alternativa C está incorreta. Você já esta cansado de saber que o foro 
competente para apreciar pedido de recuperação judicial ou de decretação de 
falência é o do principal estabelecimento do devedor (art. 3o da Lei de 
Recuperação de Empresas). 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
A alternativa D está incorreta. O devedor não poderá requerer a homologação de 
plano extrajudicial se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se 
houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de 
recuperação extrajudicial há menos de 2 anos (art. 161, §3o). 
A alternativa E está correta. Nos termos do art. 53 da Lei de Recuperação de 
Empresas, O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no 
prazo improrrogável de 60 dias da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência. 
GABARITO: E 
9. TJ-SP – Juiz de Direito – 2015 – VUNESP. 
No período de seis meses, a contar do deferimento da recuperação judicial, 
a) não são suspensas as execuções fiscaisem face da recuperanda. 
b) é permitido retirar do estabelecimento do devedor bens móveis sobre os 
quais o credor tenha propriedade fiduciária, mesmo que sejam eles 
essenciais à atividade empresarial do recuperando. 
c) não tramitam as ações propostas contra a recuperanda que demandem 
quantias ilíquidas. 
d) o juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a 
constrição de todos os bens da recuperanda, mesmo que não abrangidos 
pelo plano de recuperação da empresa. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. De acordo com o §7o do art. 5o da Lei de Recuperação 
de Empresas, as execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo 
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento 
nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. 
A alternativa B está incorreta. O credor proprietário fiduciário não se submete 
aos efeitos da recuperação judicial, prevalecendo seus direitos de propriedade 
sobre a coisa e as condições contratuais. Por outro lado, a própria Lei de 
Recuperação de Empresas proíbe, durante o prazo de suspensão, a venda ou a 
retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua 
atividade empresarial (art. 49, §3o). 
A alternativa C está incorreta. As ações que demandam quantia ilíquida 
continuam tramitando no juízo de origem (art. 6o, §1o). 
A alternativa D está incorreta. A jurisprudência do STJ é justamente no sentido 
oposto. 
 
 
 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Súmula 480 do STJ 
Competência. Conflito de competência. Juízo universal. Juízo da recuperação 
judicial. Penhora. Bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. Lei 
11.101/2005, arts. 6º, 47 e 76. CPC, art. 655. 
O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
GABARITO: A 
10. TRT 23ª Região (MT) – Juiz do Trabalho – 2015 – FCC. 
Acionada em diversas reclamações trabalhistas, determinada empresa 
formulou pedido de recuperação judicial alegando dificuldades de fluxo de 
caixa. Nos termos da Lei nº 11.101/2005, deferido o processamento da 
recuperação judicial, 
a) não se suspende o curso das reclamações trabalhistas em fase de 
execução, vedando-se apenas os atos que importem levantamento de 
dinheiro. 
b) não se suspende o curso de nenhuma reclamação trabalhista, 
independentemente da fase do processo. 
c) suspende-se o curso de todas as reclamações trabalhistas, por prazo 
indeterminado, até que seja decidido o pedido de recuperação judicial. 
d) suspende-se apenas o curso das reclamações trabalhistas em fase de 
execução, pelo prazo de 1 (um) ano. 
e) suspende-se o curso das reclamações trabalhistas em fase de execução, 
pelo prazo de 180 (cento e oitenta dias). 
Comentários: 
Mais uma vez devemos aqui relembrar a regra do art. 6o da Lei de Recuperação 
de Empresas, segundo o qual a decretação da falência ou o deferimento do 
processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas 
as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores 
particulares do sócio solidário. 
Lembre-se ainda de que há uma limitação do plano de recuperação judicial em 
relação aos créditos de natureza trabalhista ou decorrentes de acidentes de 
trabalho. Embora se submetam ao plano, esses créditos devem ser satisfeitos 
com prioridade, e por isso não pode ser previsto prazo superior a 1 ano para o 
pagamento dos créditos vencidos. Além disso, será necessário prever em até 30 
dias a satisfação dos créditos salariais vencidos nos 3 meses anteriores ao pedido 
de recuperação, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador. 
GABARITO: E 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
11. TJ-SC – Juiz de Direito – 2015 – FCC. 
A empresa “PESCADO PURO LTDA.” formulou pedido de recuperação judicial, 
apresentando plano que previa o pagamento de todas as suas dívidas em 60 
(sessenta) parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira no dia da 
concessão da recuperação e as demais no mesmo dia dos meses 
subsequentes. Regularmente aprovado o plano pela assembleia-geral de 
credores, a recuperação foi concedida pelo juiz. Porém, depois de 
pontualmente adimplidas as trinta primeiras parcelas, a devedora não 
conseguiu honrar com as demais, por dificuldades de fluxo de caixa. Nesse 
caso, o descumprimento das obrigações assumidas no plano 
a) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas pode 
justificar novo pedido de falência. 
b) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, que pode ser 
decretada de ofício. 
c) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que 
requerida por qualquer credor. 
d) autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, desde que 
requerida pelo administrador judicial. 
e) não autoriza a convolação da recuperação judicial em falência, mas 
apenas a execução individual pelos credores. Parte inferior do formulário 
Comentários: 
Este é um tema bastante interessante, que, como você pode ver, aparece 
bastante em provas de concursos públicos. 
Não há um limite legal de prazo para que as disposições do plano de recuperação 
judicial sejam cumpridas, devendo o devedor propor e os credores aceitarem ou 
não as condições que lhes pareçam possíveis e desejáveis. 
A recuperação judicial, porém, apenas perdura até que se cumpram 
todas as obrigações previstas no plano e que se vencerem até 2 anos 
depois da concessão da recuperação. Apenas durante esse período os atos 
do devedor serão acompanhados pelo administrador judicial, pelo comitê e pelo 
juiz. 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em 
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se 
vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. 
[...] 
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de 
qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá 
requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei. 
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, 
o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará: 
==db697==
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
I – o pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo efetuar 
a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30 (trinta) dias, e 
aprovação do relatório previsto no inciso III do caput deste artigo; 
II – a apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; 
III – a apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no prazo 
máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de recuperação pelo 
devedor; 
IV – a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial; 
V – a comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis. 
Após o cumprimento das obrigações vencidas nesse período, o juiz decretará, por 
sentença, o encerramento da recuperação judicial. Obrigações descumpridas 
nesse período de 2 anos provocam a convolação da recuperação em falência. Por 
outro lado, o descumprimento de obrigações além desse período poderá provocar 
a execução específica a requerimento do respectivo credor, com base na decisão 
judicial que concedeu a recuperação. Nesse caso, porém, não haverá convolação 
automática da recuperação em falência. 
Frise-se que sempre é possível que o credor promova individualmente o pedido 
de falência do devedor, com base na impontualidade injustificada.GABARITO: A 
12. TCM-RJ – Procurador – 2015 – FCC. 
Acerca da recuperação extrajudicial de empresas, é correto afirmar que: 
a) é possível a homologação do plano de recuperação extrajudicial ainda que 
pendente pedido de recuperação judicial anterior. 
b) só é admitida nos casos em que não for cabível a recuperação judicial. 
c) a homologação do plano de recuperação extrajudicial depende da adesão 
unânime de todos os credores que a ele estejam sujeitos. 
d) não se aplica a titulares de créditos derivados da legislação do trabalho. 
e) os credores não poderão, após a distribuição do pedido de homologação 
do plano de recuperação extrajudicial, em nenhuma hipótese, desistir da sua 
adesão a ele. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 161, §3o da LRE, o devedor 
não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente 
pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou 
homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 anos. 
A alternativa B está incorreta. Não há qualquer restrição prevista em lei à 
concessão da recuperação extrajudicial e nem casos específicos em que caiba 
apenas a recuperação judicial. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 163 da Lei de Recuperação 
de Empresas, o devedor poderá também requerer a homologação de plano de 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, 
desde que assinado por credores que representem mais de três quintos de todos 
os créditos de cada espécie por ele abrangidos. 
A alternativa D está correta. De fato, a regra do art. 161, § 1º da Lei de 
Recuperação de Empresas exclui os créditos derivados das relações de trabalho 
e de acidentes de trabalho. 
A alternativa E está incorreta. Após a distribuição do pedido de homologação, os 
credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa 
dos demais signatários (art. 161, §5o). A regra, portanto, tem exceções. 
GABARITO: D 
13. TJDFT – Juiz de Direito – 2014 – Cespe. 
Acerca da recuperação judicial e da falência, assinale a opção correta. 
a) Deferido o processamento da recuperação judicial, ocorre o cancelamento 
das negativações do devedor nos órgãos de proteção ao crédito, como 
corolário do princípio da preservação da empresa. 
b) Os créditos de honorários advocatícios decorrentes de trabalhos prestados 
à massa falida, depois do decreto de falência, têm natureza alimentar e 
equiparam-se aos trabalhistas para efeitos de habilitação. 
c) Cumpridas as exigências da lei, o juiz concederá a recuperação judicial do 
devedor cujo plano tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores, 
desde que esteja convencido de sua viabilidade econômica. 
d) Com o deferimento do plano de recuperação judicial, os créditos 
anteriores ao pedido são objeto de novação civil, com a consequente 
extinção das garantias anteriores. 
e) Os deveres impostos pela Lei de Recuperação e Falência à sociedade 
limitada falida recaem sobre os administradores, não cabendo nenhuma 
restrição à pessoa dos sócios não administradores. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O deferimento do processamento da recuperação 
judicial apenas suspende o curso das ações e execuções contra o devedor. A 
extinção das obrigações anteriores se dá apenas com a novação, que decorre da 
concessão da recuperação judicial, o que somente ocorre após a aprovação do 
plano e a homologação pelo juiz. 
A alternativa B está incorreta. Se os honorários decorrem de serviços prestados 
depois da decretação da falência, estaremos diante de créditos extraconcursais. 
A regra da alternativa B aplica-se aos honorários advocatícios devidos em razão 
de serviços prestados antes da decretação da falência. 
A alternativa C está incorreta. Não cabe ao magistrado fazer análise da 
viabilidade econômica do plano de recuperação judicial, já que o plano foi 
aprovado pelos credores. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
A alternativa D está incorreta. A concessão da recuperação judicial opera 
novação, extinguindo as obrigações, sem prejuízo das garantias. 
A alternativa E está correta. Neste caso realmente os sócios não administradores 
ficam preservados, recaindo as obrigações sobre os sócios controladores e 
administradores. 
GABARITO: E 
14. TRT 24ª Região (MS) – Juiz do Trabalho – 2014 – FCC. 
Sobre a recuperação judicial, considere: 
I. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data 
do pedido, desde que vencidos. 
II. Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos 
e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
III. O plano de recuperação judicial será apresentado pelo devedor em juízo 
no prazo improrrogável de 45 (quarenta e cinco) dias da publicação da 
decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de 
convolação em falência. 
IV. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a um 
ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de 
recuperação judicial. 
V. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 30 
(trinta) dias para o pagamento, até o limite de cinco salários mínimos por 
trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três 
meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, IV e V. 
b) III, IV e V. 
c) I, II, III e V. 
d) I, III e IV. 
e) II, III, IV e V. 
Comentários: 
O item I está incorreto. De acordo com o art. 49 da Lei de Recuperação de 
Empresas, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na 
data do pedido, ainda que não vencidos. 
O item II está correto. Os credores do devedor em recuperação judicial 
conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados 
de regresso, nos termos do art. 49, §1º da Lei de Recuperação de Empresas. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
O item III está incorreto. Nos termos do art. 53, o prazo para apresentação do 
plano é de 60 dias. 
O item IV está correto. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo 
superior a um ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do 
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido 
de recuperação judicial. Além disso, será necessário prever em até 30 dias a 
satisfação dos créditos salariais vencidos nos 3 meses anteriores ao pedido de 
recuperação, até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador. Isso torna o item 
V correto. 
GABARITO: A 
15. TRT 1ª Região (RJ) – Juiz do Trabalho – 2014 – FCC. 
A empresa de cosméticos A Bela e a Fera - ME, cujo sócio majoritário é 
Parmênides, pede recuperação judicial, em razão de suas dificuldades 
financeiras. Parmênides requer em razão disso a suspensão das execuções 
contra a empresa e também aquelas propostas contra si, na qualidade de 
avalista, alegando sua condição de sócio da pessoa jurídica, a atingir a 
universalidade das demandas que tenham por objeto os débitos da empresa. 
Deverá o Juiz suspender 
a) as ações contra a empresa mas, no tocante ao avalista, fazê-lo apenas 
pelo prazo de cento e oitenta dias, findo os quais a execução poderá 
prosseguir somente contra o avalista, se até lá não for deferido o plano de 
recuperação judicial. 
b) as ações contra a empresa e extinguir as ações contra o avalista, tendo 
em vista a perda de seu objeto, uma vez que a garantia tornou-se ineficaz 
com o deferimento do pedido de recuperação judicial, sujeito a normasde 
regência próprias. 
c) as ações contra a empresa, mas não as execuções em curso relativamente 
ao avalista, haja vista a autonomia do aval e a norma legal de que os 
credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e 
privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
d) as ações contra a empresa e também contra o avalista, pela 
universalidade dos débitos, que devem ser habilitados e julgados somente 
pelo juízo falimentar. 
e) somente as ações relativas a débitos vencidos por ocasião do pedido de 
recuperação judicial, tanto contra a empresa como contra o avalista, 
excluindo os débitos posteriores, em relação aos quais poderá haver o 
ajuizamento das execuções. 
Comentários: 
A decisão que defere o processamento da recuperação judicial tem o condão de 
suspender as ações e execuções contra o devedor por 180 dias, mas a própria 
Lei de Recuperação de Empresas, em seu art. 49, §1o, estatui que os credores 
do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. O avalista, portanto, não 
poderá ser beneficiado pela suspensão. 
GABARITO: C 
16. TJ-SP – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Tendo em vista a Lei n.º 11.101/2005, assinale a opção incorreta. 
a) Depois de homologado ou aprovado o plano de recuperação pelo juiz, 
sendo este cumprido pelo beneficiado, não têm mais os credores 
competência para, em Assembleia, votar a convolação em falência. 
b) A lei estabelece que o requerente do benefício deve submeter ao juiz o 
plano de recuperação no prazo de 60 dias, contados do despacho que 
determina o processamento da ação, sendo vedada sua prorrogação, seja 
qual for a justificativa que o devedor apresente. 
c) O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial se 
não tiverem sido apresentadas, no prazo legal (art. 185 do CPC), as certidões 
tributárias negativas (LF, art. 57; CTN, art. 191-A), em se verificando 
omissão do devedor. 
d) No direito brasileiro, abstraída a hipótese de desistência, quem requer o 
benefício da recuperação judicial, ou o obtém e cumpre ou terá sua falência 
decretada. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. Uma vez aprovado o plano e homologado pelo juiz, 
este passará a regulamentar as relações entre o devedor e os credores. Se o 
plano for cumprido, não há que se falar em convolação da recuperação judicial 
em falência, ainda que por decisão da assembleia geral de credores. 
A alternativa B está correta. A partir da decisão que deferiu o processamento da 
recuperação, o devedor terá o prazo de 60 dias para apresentar o plano de 
recuperação judicial. Esse prazo é improrrogável e, se não for cumprido, a 
recuperação será convolada em falência. 
A alternativa C está incorreta. Não há, no art. 57 ou em qualquer outro dispositivo 
da Lei de Recuperação de Empresas, previsão expressa de sanção, como a 
decretação de falência, no caso de não apresentação das certidões negativas de 
débitos tributários, ainda que haja essa exigência para homologação do plano de 
recuperação. 
A alternativa D está correta. A partir da decisão que deferiu o processamento da 
recuperação, o devedor terá o prazo de 60 dias para apresentar o plano de 
recuperação judicial. Esse prazo é improrrogável e, se não for cumprido, a 
recuperação será convolada em falência. Isso mesmo, a partir do momento em 
que o devedor decide requerer a concessão de recuperação judicial, ou 
conseguirá o que deseja, ou terá declarada sua falência. Não há terceira opção. 
GABARITO: C 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
17. TJ –SE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2014 
– Cespe. 
Assinale a opção correta com relação à recuperação de empresas e à 
falência. 
a) A ação revocatória por ineficácia deve ser proposta pelo administrador 
judicial, por qualquer credor ou pelo MP em até três anos contados da 
decretação da falência. 
b) Ocorrendo o leilão por lances orais, a alienação do ativo deve ocorrer pelo 
maior valor oferecido, desde que igual ou superior ao valor de avaliação. 
c) Para qualquer modalidade de realização do ativo, é desnecessária a 
apresentação de certidões negativas pela massa falida. 
d) O juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a 
constrição de todos os bens da empresa, inclusive aqueles que não estejam 
abrangidos pelo plano de recuperação. 
e) Após a decretação da falência, o exercício do direito de retenção sobre os 
bens sujeitos a arrecadação dependerá de autorização do administrador 
judicial. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. O problema da alternativa é que não cabe ação 
revocatória por ineficácia. A banca tenta enganar você porque o art. 129 prevê 
atos considerados ineficazes, enquanto o art. 130 prevê a possibilidade de 
ajuizamento de ação revocatória, cabível em relação a atos praticados com a 
intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o 
devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa 
falida. 
A alternativa B está incorreta. No art. 142, §3o a Lei de Recuperação de Empresas 
se resume a dizer que o leilão por lances orais deve seguir o rito estabelecido 
pelo Código de Processo Civil. 
A alternativa C está correta. A regra do art. 146 é no sentido de que, em qualquer 
modalidade de realização do ativo adotada, fica a massa falida dispensada da 
apresentação de certidões negativas. 
A alternativa D está incorreta. Aqui precisamos relembrar mais uma vez o teor 
da Súmula 480 do STJ 
Súmula 480 do STJ 
Competência. Conflito de competência. Juízo universal. Juízo da recuperação 
judicial. Penhora. Bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. Lei 
11.101/2005, arts. 6º, 47 e 76. CPC, art. 655. 
O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
A alternativa E está incorreta. A decretação da falência suspende o exercício do 
direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
entregues ao administrador judicial, que poderá remi-los, em benefício da massa 
e mediante autorização judicial. 
GABARITO: C 
18. TJ-PA – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Quanto à Recuperação Judicial, assinale a alternativa correta. 
a) Recebendo a petição inicial devidamente instruída, conforme dispõe a Lei 
n.º 11.101/2005, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, 
no mesmo ato, determinará a dispensa da apresentação de certidões 
negativas para que o devedor exerça suas atividades e receba benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios. 
b) Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, 
no prazo máximo de 90 (noventa dias), requerer a convocação de 
assembleia geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição 
de seus membros. 
c) Ao deferir o processamento da recuperação judicial, o juiz nomeará o 
administrador judicial, que será profissional idôneo, preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa 
jurídica especializada, e que poderá ser substituído sem autorização do juiz, 
desde que aprovado por maioria absoluta dos votos em assembleia geral de 
credores. 
d) O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o 
deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da 
desistência na assembleia geral de credores. 
e) A petição inicial de recuperação judicial será instruída com as 
demonstrações contábeis relativas aos 2 (dois) últimos exercícios sociais e 
as levantadas especialmentepara instruir o pedido, juntamente com um 
plano de negócios trienal. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Estando em termos a documentação exigida, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato determinará 
a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça 
suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para 
recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (art. 52, II 
da Lei de Recuperação de Empresas). 
A alternativa B está incorreta. Deferido o processamento da recuperação judicial, 
os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembleia-
geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros 
(art. 52, §2o). 
A alternativa C está incorreta. Estando em termos a documentação exigida, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato nomeará o 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
administrador judicial (art. 52, I). Os detalhes sobre a escolha do administrador 
judicial constam no art. 21. 
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, 
economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. 
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, 
no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução 
do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem 
autorização do juiz. 
A alternativa D está correta. De acordo com o §4o do art. 52, o devedor não 
poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu 
processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembleia-geral 
de credores 
A alternativa E está incorreta. As demonstrações contábeis que devem instruir a 
petição inicial referem-se aos 3 últimos exercícios (art. 51, II). 
GABARITO: D 
19. TJ-RJ – Juiz de Direito – 2014 – VUNESP. 
Assinale a alternativa que está em consonância com a lei que rege a 
recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário ou sociedade 
empresária. 
a) Estão sujeitos à recuperação extrajudicial todos os créditos existentes na 
data do pedido, salvo os de natureza tributária, com preferência no 
pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes 
de acidente do trabalho. 
b) É vedado ao devedor, regularmente citado no processo de falência, 
pleitear sua recuperação judicial dentro do prazo da contestação. 
c) Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios 
ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às 
quantias pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo legal. 
d) A ação revocatória, objetivando a revogação de atos praticados com a 
intenção de prejudicar credores, deverá ser proposta pelo administrador 
judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público, no prazo de 3 anos, 
contados do pedido de falência. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. A recuperação extrajudicial não se aplica a titulares 
de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidente de trabalho, bem como aos credores não sujeitos à 
recuperação judicial. 
A alternativa B está incorreta. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá 
pleitear sua recuperação judicial, nos termos do art. 95 da Lei de Recuperação 
de Empresas. 
A alternativa C está correta, reproduzindo a exata redação do art. 128 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Art. 128. Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios ilimitadamente 
responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às quantias pagas ou devidas, se o 
credor não se habilitar no prazo legal. 
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 132, o prazo para proposição 
da ação revocatória é de 3 anos contados da decretação da falência. 
GABARITO: C 
20. TJDFT – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2014 
– Cespe. 
A respeito do direito falimentar, assinale a opção correta. 
a) Os registros de direitos reais por título oneroso ou gratuito realizados após 
a decretação da falência são ineficazes em relação à massa falida, 
independentemente do momento da prenotação 
b) Por constituir matéria de interesse privado, a ineficácia dos atos do falido 
em relação à massa não pode ser declarada de ofício pelo juiz. 
c) O crédito da instituição financeira decorrente do adiantamento a contrato 
de câmbio para exportação é extraconcursal, devendo, portanto, ser pago 
com precedência sobre os demais créditos contra a massa falida da empresa 
exportadora. 
d) Por nortear o regime falimentar em vigor, o princípio da preservação da 
empresa torna obrigatório a todos os credores do devedor o plano de 
recuperação extrajudicial assinado por credores que representem mais de 
três quintos de todos os créditos por ele abrangidos 
e) Não estão sujeitas à recuperação judicial nem à recuperação extrajudicial 
as sociedades empresárias constituídas sob a forma de sociedade de 
economia mista ou de empresas públicas. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. São ineficazes em relação à massa falida os 
registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título 
oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a 
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
A alternativa B está incorreta. A ineficácia é prevista diretamente em lei (art. 129 
da Lei de Recuperação de Empresas), e por isso pode ser declarada de ofício pelo 
juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente 
no curso do processo. 
A alternativa C está incorreta. Os valores decorrentes de adiantamento a contrato 
de câmbio para exportação são sujeitos a restituição, nos termos do art. 86 da 
Lei de Recuperação de Empresas. 
A alternativa D está incorreta. Quando houver credores que não anuíram, a 
homologação judicial será obrigatória para que eles também sejam vinculados. 
Se o plano for aprovado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) 
de todos os créditos de cada espécie, o juiz poderá homologá-lo, estendendo 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
as condições previstas também aos devedores discordantes. É importante 
salientar ainda que o plano não precisa abranger todas as classes, podendo 
alcançar apenas uma ou duas delas. 
A alternativa E está correta. De acordo com o art. 2o da Lei de Recuperação de 
Empresas, a lei não se aplica a empresa pública e sociedade de economia mista. 
Essas instituições, portanto, não se submetem ao regime de falência e nem de 
recuperação judicial ou extrajudicial. 
GABARITO: E 
 
5 – Resumo da Aula 
 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugestão é a 
de que esse resumo seja utilizado nos dias que antecederem a prova 
para “refrescar” os principais pontos do conteúdo teórico. 
 
 
CRÉDITOS QUE 
NÃO SE SUBMETEM 
À RECUPERÇÃO 
JUDICIAL
Obrigações a título gratuito e despesas que o credor 
fizer para tomar parte na recuperação judicial, 
exceto custas judiciais decorrentes de litígio com o 
devedor.
Créditos de natureza tributária.
Credores proprietários de bens: proprietário 
fiduciário, arrendador mercantil, proprietário ou 
promitente vendedor de imóvel, proprietário em 
contrato de venda com reserva de domínio.
Créditos decorrentes de contratos de locação, 
arrendamento mercantil ou outra modalidade de 
arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
Importância entregue ao devedor, em moeda 
corrente nacional, decorrente de adiantamentoa 
contrato de câmbio par exportação.
Os credores do devedor em recuperação judicial 
conservam seus direitos e privilégios contra os 
coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Assim como a falência, a recuperação judicial deverá ser requerida no juízo da 
localidade do principal estabelecimento do devedor ou, no caso do 
empresário com sede fora do Brasil, no foro do estabelecimento da filial. 
 
O ajuizamento da ação de recuperação judicial já gera alguns efeitos para o 
devedor, impedindo-o de alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo 
permanente, a não ser com autorização do juiz, ouvido o comitê. 
 
 
 
 
Limitações ao 
plano de 
recuperação
credores com 
garantias reais
precisam aprovar quaisquer medidas 
relacionadas à supressão da garantia ou sua 
substituição.
contratos em moeda 
estrangeira
não pode haver alteração das condições 
contratadas sem expressa anuência do credor.
créditos de natureza 
trabalhista ou 
decorrentes de 
acidentes de trabalho
não pode ser previsto prazo superior a 1 ano 
para o pagamento dos créditos vencidos.
os créditos salarias vencidos nos 3 meses 
anteriores ao pedido de recuperação devem 
ser pagos em até 30 dias, até o limite de 5 
salários mínimos por trabalhador.
CLASSES DE 
CREDORES NA 
ASSEMBLEIA GERAL
Titulares de créditos 
derivados da legislação do 
trabalho ou decorrentes de 
acidentes de trabalho
Aprovação do plano pela 
maioria simples dos 
credores presentes.
Titulares de créditos com 
garantia real, até o valor 
do bem dado em garantia
Aprovação do plano pela 
maioria relativa do valor 
do crédito quanto pela 
maioria simples dos 
credores presentes
Titulares de créditos 
quirografários, com 
privilégio especial, com 
privilégio geral e 
subordinados
Aprovação do plano pela 
maioria relativa do valor 
do crédito quanto pela 
maioria simples dos 
credores presentes
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
Diferentemente do que ocorre na falência, na recuperação judicial os negócios 
relacionados à atividade empresarial continuam sendo normalmente conduzidos 
pelo devedor, sob a fiscalização do comitê (quando houver) e do administrador 
judicial. 
 
Não há um limite legal de prazo para que as disposições do plano de recuperação 
judicial sejam cumpridas, devendo o devedor propor e os credores aceitarem ou 
não as condições que lhes pareçam possíveis e desejáveis. A recuperação 
judicial, porém, apenas perdura até que se cumpram todas as obrigações 
previstas no plano e que se vencerem até 2 anos depois da concessão da 
recuperação. Apenas durante esse período os atos do devedor serão 
acompanhados pelo administrador judicial, pelo comitê e pelo juiz. 
 
As disposições sobre a recuperação extrajudicial não implicam a 
impossibilidade de realização de outras modalidades de acordo privado entre o 
devedor e seus credores. 
 
Diferentemente do que ocorre na recuperação judicial, o indeferimento do pedido 
de homologação de plano de recuperação extrajudicial não importa 
necessariamente na decretação de falência do devedor. 
 
6 – Jurisprudência Aplicável 
 
Súmula 480 do STJ 
Competência. Conflito de competência. Juízo universal. Juízo da recuperação 
judicial. Penhora. Bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. Lei 
11.101/2005, arts. 6º, 47 e 76. CPC, art. 655. 
O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens 
não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
 
HABILITAÇÃO DE CRÉDITO TRABALHISTA. MOMENTO DA CONSTITUIÇÃO. 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. CRÉDITO ORIUNDO DE TRABALHO REALIZADO EM 
MOMENTO ANTERIOR AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
A consolidação do crédito trabalhista (ainda que inexigível e ilíquido) não depende de 
provimento judicial que o declare — e muito menos do transcurso de seu trânsito em julgado 
—, para efeito de sua sujeição aos efeitos da recuperação judicial. 
REsp 1.634.046-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, 
por maioria, julgado em 25/4/2017, DJe 18/5/2017. 
 
http://www.iceni.com/infix.htm
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães 
 
 
RECURSO ESPECIAL. PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. IMPUGNAÇÃO DE 
CREDOR. DESISTÊNCIA ANTES DE CONVOCADA A ASSEMBLÉIA-GERAL DE 
CREDORES. POSSIBILIDADE. 
1. O credor pode desistir da objeção ao plano de recuperação judicial se o pedido de 
desistência tiver sido apresentado antes de convocada a assembleia-geral de credores. 
2. Recurso especial provido. 
REsp 1.014.153/RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, 4a Turma, j. 04.08.2011, 
DJe 05.09.2011. 
 
Súmula 581 do STJ 
A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e 
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por 
garantia cambial, real ou fidejussória. 
 
 
7 – Considerações Finais 
Chegamos ao final da nossa aula de hoje! Espero que você esteja gostando do 
nosso curso. Se ficar alguma dúvida não deixe de me procurar, ok!? J 
 
Grande abraço! 
Paulo Guimarães 
professorpauloguimaraes@gmail.com 
Não deixe de me seguir nas redes sociais! 
www.facebook.com/profpauloguimaraes 
 @profpauloguimaraes 
(61) 99607-4477 
 
http://www.iceni.com/infix.htm

Mais conteúdos dessa disciplina