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DIREITO AMBIENTAL
ÍNDICE
Direito ambiental constitucional. Meio ambiente como direito fundamental. Princípios estruturantes do estado 
de direito ambiental. Competências ambientais legislativa e material. Deveres ambientais. Instrumentos juris-
dicionais. Ação civil pública, ação penal pública, mandado de segurança individual e coletivo, ação popular, 
mandado de injunção ambiental. Função ambiental pública e privada. Função social da propriedade. Art. 225 
da Constituição Federal de 1988............................................................................................................................................................ 01
Conceito de meio ambiente e seus aspectos. Meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho. Conceito 
de recursos naturais e meio ambiente como bens ambientais. Conceito de biodiversidade e desenvolvimento 
sustentável. Significado de direitos culturais..................................................................................................................................... 05
Princípios de direito ambiental. Prevenção, precaução, poluidor-pagador e usuáriopagador, cooperação, in-
formação, participação, equidade intergeracional. Princípios da tutela do patrimônio cultural. Cooperação, 
solidariedade, participação e informação, preservação do sítio e proteção do entorno, uso compatível com 
a natureza do bem, pró-monumento, valorização sustentável................................................................................................. 07
Política Nacional de Meio Ambiente. Objetivos. Instrumentos de proteção (técnicos e econômicos). SISNAMA. 
Estrutura e funcionamento. Lei nº 6.938/1981 e suas alterações. Decreto nº 99.274/1990 e suas alterações. 
Resolução do CONAMA nº 1/1986 e suas alterações (Relatório de Impacto Ambiental - EIA-RIMA). Resolução 
do CONAMA nº 237 (Licenciamento Ambiental). Resolução do CONAMA nº 378 (empreendimentos potencial-
mente causadores de impacto ambiental nacional ou regional)................................................................................................. 10
Recursos hídricos. Lei nº 9.433/1997 e suas alterações (instrumentos de gestão). Resolução do CNRH nº 
16/2001 e suas alterações. Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)........................... 19
Recursos florestais. Lei nº 12.651/2012 e suas alterações. Resoluções do CONAMA nº 302/2002 e 303/2002. Lei 
nº 11.284/2006 e suas alterações (Gestão de florestas públicas). Significado de gestão e de concessão florestal. 26
Espaços territoriais especialmente protegidos. Áreas de preservação permanente e reserva legal. Lei nº 
9.985/2000 e suas alterações (SNUC). Tipos de unidades, objetivos e categorias................................................................... 37
Política urbana. Diretrizes, instrumentos e competência. Arts. 182 e 183 da Constituição Federal. Lei nº 
10.257/2001 e suas alterações................................................................................................................................................................. 39
Responsabilidades. Efeito, impacto e dano ambiental. Poluição. Responsabilidade administrativa, civil e penal. 
Tutela processual. STF, STJ e Tribunais de Justiça Estaduais. Papel do Ministério Público na defesa do meio 
ambiente. Crimes ambientais. Espécies e sanções penais previstas. Lei nº 9.605/1998 e suas alterações. Decreto 
nº 6.514/2008 e suas alterações.............................................................................................................................................................. 41
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DIREITO AMBIENTAL 
CONSTITUCIONAL. MEIO AMBIENTE 
COMO DIREITO FUNDAMENTAL. 
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO ESTADO 
DE DIREITO AMBIENTAL. COMPETÊNCIAS 
AMBIENTAIS LEGISLATIVA E MATERIAL.
DEVERES AMBIENTAIS. INSTRUMENTOS 
JURISDICIONAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, 
AÇÃO PENAL PÚBLICA, MANDADO
DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E 
COLETIVO, AÇÃO POPULAR, MANDADO 
DE INJUNÇÃO AMBIENTAL. FUNÇÃO 
AMBIENTAL PÚBLICA E PRIVADA. FUNÇÃO 
SOCIAL DA PROPRIEDADE. ART. 225 DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A preocupação em conservar e proteger o meio am-
biente sustentável é uma característica bastante recente, 
não só do brasil mas dos demais países do ocidente. De-
vido as mudanças provocadas pelas ações do homem, 
bem como a forma que a natureza reage a essas mudan-
ças, o meio ambiente passou a ser um tema amplamente 
debatido do mundo, pois sua preservação traduz-se na 
preservação da própria vida.
Para evidenciar o caráter de direito fundamental da prote-
ção ao meio ambiente, é importante fazer um breve histórico 
sobre a evolução da legislação brasileira sobre a matéria. 
A legislação brasileira sobre o meio ambiente natu-
ral é bastante esparsa. No início, haviam apenas alguns 
dispositivos que apresentavam um conteúdo ambiental, 
como o art. 584 do Código Civil de 1916, que proibia as 
construções capazes de poluir, ou inutilizar para o uso 
ordinário, a água de poço ou fonte alheia, a elas preexis-
tente; ou o Regulamento da Saúde Pública (Decreto nº 
23.793/1934), que previu a possibilidade de impedir que 
as grandes indústrias prejudicassem a saúde dos mora-
dores de sua vizinhança, possibilitando o afastamento 
daquelas consideradas mais nocivas ou incômodas.
Mas é a partir da década de 30 que o Brasil passou 
a regulamentar a proteção ao meio ambiente de forma 
expressa. Há nesse período, a criação de diversas leis de 
proteção ambiental específicas, como o Código Florestal 
(antes era um decreto, mas atualmente vigora o Código 
Florestal disposto pela Lei nº. 4.771/1965), o Código das 
Águas (Dec. nº. 24.643/1934), assim como o Código de 
Caça e o de Mineração. A Lei de Proteção da Fauna (Dec. 
nº. 24.645/1934) estabelece medidas de proteção aos 
animais, e o Dec. nº 25/1937 organizou a proteção ao 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Há também um 
maior compromisso, por parte do Estado brasileiro como 
um todo (e não só o Legislativo) com questões ambien-
tais, com sua participação na Conferência das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo 
em 1972. No ano seguinte, temos a criação da Secretaria 
Especial do Meio Ambiente (SEMA). 
Na década de 1980, percebe-se um grande impul-
so da legislação ambiental, produto dessa mudança de 
conduta que o Estado brasileiro passa a apresentar. O 
ordenamento jurídico, até então, tinha o objetivo de pro-
teção econômica, e não ambiental. São quatro os mar-
cos legislativos mais importantes: a Lei nº. 6.938/1981, 
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, 
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação; a Lei 
nº. 7.347/1985, que disciplina a ação civil pública de res-
ponsabilidade por danos causados ao meio ambiente. A 
Constituição Federal de 1988, que abriu espaços à partici-
pação/atuação da população na preservação e na defesa 
ambiental, impondo a todos o dever de defender o meio 
ambiente (art. 225, caput) e colocando como direito funda-
mental de todos os cidadãos brasileiros a proteção ambien-
tal determinada no art. 5º, LXXIII (dispositivo que regula a 
Ação Popular). Finalmente, temos a Lei nº. 9.605/1998, que 
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Atendo-se ao conteúdo constitucional da referida 
matéria, o caput do art. 225 da CF/1988 deixa bastante 
claro o caráter de direito fundamental do meio am-
biente, ao dispor que “Todos têm direito ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
-se ao poder público e à coletividade o dever de defen-
dê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
Observe que o Texto Constitucional também faz menção 
ao conceito de sustentabilidade, isso é, o ato de preser-
var um meio para que as próximas gerações possam usu-
fruir dele da mesma maneira. 
A proteção ao meio ambiente é conside-
rado um direito difuso. Issosignifica que o 
direito ao meio ambiente é uma garantia 
atribuída a todas as pessoas, sejam elas 
brasileiras ou não, e as eventuais preten-
sões de tal garantia podem ser pleiteadas 
por ações coletivas (um grande número 
de pessoas indeterminadas). Os direitos 
difusos são característicos dos direitos 
humanos de Terceira Geração, pois são 
aqueles direitos que extrapolam os limites 
territoriais de cada Estado, e são conferidos 
amplamente, para toda a humanidade usu-
fruir. Outros exemplos de direitos difusos: 
direito a paz, direito ao desenvolvimento 
urbano, etc. 
#FicaDica
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO ESTADO DE DI-
REITO AMBIENTAL
A atual sociedade, marcada pela concomitância dos riscos 
concretos e dos abstratos, bem como pela crise ambiental, 
traz consigo a necessidade de pôr em perspectiva o desenvol-
vimento tecnológico e cientifico juntamente com o viés am-
biental. Sabe-se que a vida humana é profundamente depen-
dente e ligada aos ecossistemas, portanto, as consequências 
imprevistas das ações intencionais humanas causam efeitos 
impactantes na natureza. Por este motivo, defende-se a Eco-
logização do Estado e dos institutos imprescindíveis a efetiva 
proteção do bem ambiental, como o Direito.
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Conforme a problemática ambiental fica mais percep-
tível, evidenciando, assim, a obrigação de uma reformu-
lação dos alicerces do Estado e da adoção de um modelo 
de desenvolvimento que considere as gerações futuras 
e o estabelecimento de uma política com base no uso 
sustentável dos recursos naturais. Surge, então, a figura 
do Estado de direito ambiental.
O Poder Público deixa de ser mero ente passivo, e 
passar a ter uma conduta mais proativa por visar rever o 
que já está formulado e disposto, inovando, então, atra-
vés do pensamento reformador de melhores ajustes do 
que já está estabelecido.
O Estado de Direito Ambiental é o resultado de 
novas reivindicações fundamentais do ser humano e é 
caracterizado pelo destaque que confere à proteção do 
meio ambiente. É o emprego do princípio da solidarie-
dade econômica e social com o objetivo de atingir um 
desenvolvimento sustentável, orientado para buscar a 
igualdade substancial entre os cidadãos, através do con-
trole jurídico do uso racionais do patrimônio natural.
É importante ressaltar que esse conceito de estado 
de direito ambiental é puramente teórico, uma formula-
ção abstrata que se projeta no mundo real apenas como 
dever ser. Porém, ele apresenta relevância pois sugere 
maior percepção sobre a crise ambiental e as exigências 
da sociedade moderna. 
O modelo de estado de direito ambiental, ainda que 
tenha natureza teórica, ele compreende uma gama de 
princípios estruturantes, quais sejam os princípios da so-
lidariedade, da sustentabilidade, da precaução e da pre-
venção, que formam uma política ambiental. Objetiva-se, 
portanto, verificar como eles se mostram frente as neces-
sidades de novos modelos dos quais devem-se valer os 
Estados para superar a crise ambiental. Em linhas gerais, 
acredita-se que eles podem facilitar a interpretação de 
aspectos complexos do tema.
O princípio da solidariedade gera a obrigação de 
relacionamento entre diversas gerações e espécies de 
vida, de forma que a temática fica complexa. Diante disto, 
percebe-se que a sustentabilidade é um desdobramento 
do citado princípio, haja vista que é um valor captado 
de maneira indutiva da crise ambiental e da sociedade 
de risco. O modelo sustentável, marco constitucional que 
abrange diversas áreas do conhecimento, resta funda-
mentado no desenvolvimento econômico, na equidade 
social e no equilíbrio ambiental.
Com efeito, o conceito de sustentabilidade informa 
que este é um princípio constitucional que define, inde-
pendentemente de disposição legal, com eficácia direta 
e imediata, a responsabilidade do Estado e da sociedade 
pela efetivação solidária do desenvolvimento material 
e imaterial, socialmente inclusive, durável e equânime, 
ambientalmente limpo, inovador, ético e eficiente, com 
vistas à garantir, de forma preventiva, para o presente e 
futuro, a harmonia de todos e seu bem-estar.
O princípio da prevenção é aplicado nos casos em 
que a ameaça constatada é certa, ressaltando que de-
vem existir subsídios seguros para se concluir que de-
terminada obra ou atividade apresenta consequências 
prejudiciais. É possível, portanto, aduzir que a prevenção 
se volta para o momento anterior ao dano e elucida os 
objetivos do Direito Ambiental. 
Prevenir significa agir antecipadamente. Sem infor-
mação organizada e sem pesquisa não há prevenção. O 
autor prossegue e ensina que: a prevenção não é estatís-
tica; e, tem-se que atualizar e fazer reavaliações, para po-
der influenciar a formulação das novas políticas ambien-
tais, das ações dos empreendedores e das atividades da 
Administração Pública, dos legisladores e do Judiciário.
Já o princípio da precaução tem incidência quan-
do não se tem informação científica suficiente, de forma 
que reste caracterizada a possibilidade de danos sobre 
o meio ambiente, a saúde das pessoas, dos animais e 
ou das plantas, ainda é necessário que os efeitos sejam 
graves e incompatíveis com a proteção adotada. Dessa 
forma, esse princípio visa trazer procedimentos para ra-
cionalizar a decisão durante a etapa de incertezas. Seu 
escopo principal é, então, amenizar os custos da experi-
mentação, de forma que é comum sua aplicação quando 
se trata de aquecimento global, engenharia genética e 
organismos geneticamente modificados. 
COMPETÊNCIA MATERIAL E LEGISLATIVA DE DI-
REITO AMBIENTAL
É importante traçar quais são os entes competen-
tes para criar normas e políticas públicas de proteção 
ao meio ambiente. As primeiras são denominadas 
competências legislativas, e as últimas são denomina-
das competências materiais. 
Adentrando no ponto da competência constitucional 
especificamente sobre meio ambiente, em um primeiro 
momento dever-se-á fazer abordagem à competência 
administrativa (material) comum constante do artigo 23, 
incisos VI e VII, visto que por muitas vezes é confundida 
com a competência legislativa, até mesmo pela doutrina. 
Dispõe o referido artigo que:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição 
em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Competência comum, cumulativa ou paralela é aque-
la que é conferida simultaneamente às entidades políti-
co-administrativas. Significa que a união, os estados, o 
distrito federal e os municípios devem cooperar na exe-
cução de tarefas e objetivos que lhes são correlatos.
Portanto, a competência prevista no artigo 23, incisos 
VI e VII, da Carta Magna, trata da permissibilidade cons-
titucional para que todos os entes possam, cooperada-
mente, organizar-se administrativamente e reger o meio 
ambiente cujo interesse lhe alcança. O motivo ensejador 
da competência delineada no artigo 23 é a tentativa de 
desburocratizar, descentralizando os encargos relativos 
ao meio ambiente, objetivando o fim último de atuações 
efetivas conjuntas entre os entes públicos, com vista a 
resultados expressivos.
A inclusão dos municípios como competentes para 
defender o meio ambiente há de ser enfatizada, visto que 
lhes foi concedida autonomia para, junto aos demais en-
tes federados, instrumentalizar políticas públicas, coope-
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radamente, em contraponto ao individualismo político. A 
competência material para dispor sobre meio ambiente 
possibilita aos entes administrarem suas riquezas natu-
rais e defenderem seu ecossistema, com o apoio, mes-
mo que em tese, dos demais entes. Diz-se em tese, pois 
na prática a cooperação não é tão fácil de se concretizarcomo o poder constituinte originário previu. 
Os Municípios apresentam um rol de competências 
próprias, previstas no artigo 30 da CF. Apesar de ser um 
rol pequeno, quando comparado ao da União, devemos 
fazer uma análise em conjunta desse dispositivo com o 
das competências materiais comuns. 
O artigo 30, em seus incisos I e II, da nossa lei maior, 
guardou competência aos Municípios para, respecti-
vamente, “legislar sobre assuntos de interesse local” e 
“suplementar a legislação federal e a estadual no que 
couber”. Há uma discussão na doutrina sobre o signifi-
cado da expressão “interesse local”, e qual o motivo de 
ter substituído a expressão “peculiar interesse”. O mais 
importante é que o Município possui uma atuação pre-
dominantemente local, e busca atender as necessidades 
apenas daqueles que vivem concentrados em seu territó-
rio. Sua atuação é, portanto, muito mais concreta do que 
a dos demais entes federativos. 
Esclarecida, portanto, a possibilidade do Município 
legislar sobre meio ambiente, dentro de seu interesse 
local e sem contrapor normas e regulamentos federais e 
estaduais, guarda grande importância o estudo introdu-
tório da competência para dispor sobre direito minerário. 
Como constatado, considerando a competência co-
mum material do artigo 23, incisos VI e VII e a concorren-
te, prevista no artigo 30, incisos I e II, ambos da Constitui-
ção Federal, concluiu-se pela possibilidade do Município 
legislar sobre meio ambiente.
Todavia, o direito minerário, em que pese perfazer 
espécie pertencente ao direito ambiental, possui dispo-
sições específicas.
Com efeito, o art. 20, inciso IX, da Constituição Fede-
ral, traz à baila que entre os bens da União encontram-se 
“os recursos minerais, inclusive os do subsolo. Somado 
a isso, o art. 22, inciso XII, também da Carta Magna, ex-
põe que “compete privativamente à União legislar sobre 
jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia”. 
Ou seja, apesar da competência concorrente para legis-
lar sobre meio ambiente, especificamente sobre recursos 
minerais, a União conta com competência privativa.
A disposição expressa do Artigo 176, do mesmo re-
gramento, vem corroborar: “As jazidas, em lavra ou não, 
e demais recursos minerais e os potenciais de energia 
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de exploração ou aproveitamento, e perten-
cem à União, garantida ao concessionário a propriedade 
do produto da lavra”. Ainda neste artigo, o § 1º apresenta 
imprescindível redação ao prescrever que o exercício da 
atividade minerária exige autorização ou concessão da 
União, relativamente a cada caso.
Com isso, é interessante levantar um questionamento 
sobre a possibilidade do Município ter competência para 
legislar sobre o exercício da atividade minerária, ainda 
que em caráter suplementar. A resposta parece estar pre-
sente no Texto Constitucional, em seu artigo 224, § 4º: “A 
superveniência de lei federal sobre normas gerais sus-
pende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário”. 
Com isso, pode-se concluir que não existe uma hie-
rarquia entre a legislação federal em relação a estadual, 
ou municipal, ou distrital. De fato, havendo conflitos en-
tre leis federais com leis estaduais e municipais, não há 
que se falar em sobreposição de uma sobre a outra. Não 
se trata de caso de ilegalidade, mas de inconstitucionali-
dade. Por isso que o Texto Constitucional dispõe sobre a 
suspensão da eficácia da norma, ao invés de revogação 
da mesma. 
DEVERES AMBIENTAIS: OS INSTRUMENTOS JURIS-
DICIONAIS
De nada adiantaria se o Texto Constitucional procla-
mar direitos sem afiançá-los por meio de garantias, disso 
dependendo a própria força normativa da Constituição. 
Utiliza-se a expressão “remédio constitucional” para de-
signar uma espécie de ação judiciária que visa proteger 
uma categoria especial de direitos públicos subjetivos, as 
chamadas “liberdades públicas”, ou os direitos humanos 
fundamentais.
As garantias constitucionais, assim, são instrumentos 
que, embora se assemelham aos próprios direitos huma-
nos constitucionais, com eles não se confundem, pois 
são meios de concretização daqueles. Se a Constituição 
apresenta, por exemplo, o direito constitucional de livre 
locomoção (art. 5º, XV, CF/1988), ela também apresenta 
um instrumento hábil a concretizar tal direito, como é o 
caso do habeas corpus (art. 5º, LXVIII, idem). Esses “re-
médios” são meios de reclamar o restabelecimento de 
direitos fundamentais violados. 
A apresentação desses remédios constitucionais, em 
regra isento de custas, tem por fundamento o que deno-
mina-se direito de petição. Não se trata de uma ação 
judicial específica, mas consiste na garantia atribuída a 
todo e qualquer cidadão de apresentar petições junto ao 
Poder Público, o qual é obrigado a dar uma resposta ao 
seu pleito. O direito de petição é característico de um 
Estado de Direito. Passaremos a ver esses instrumentos 
jurídicos, sob o enfoque da matéria de direito ambiental.
Na Carta Magna podemos encontrar a previsão de di-
versos remédios constitucionais, que apresentam status 
de ações judiciais. Entre eles destaca-se:
A) Mandado de segurança individual: tem previsão 
no art. 5º, LXIX, da CF/1988, embora também seja 
regulamentado pela Lei nº 12.016/2009. O manda-
do de segurança é o remédio constitucional impe-
trado para proteger direito líquido e certo contra 
ato ilegal ou que seja clara manifestação de abuso 
do poder pela autoridade coatora, quando não for 
cabível o uso do habeas corpus ou habeas data 
(critério residual). Assim, não é cabível mandado 
de segurança para proteger o direito de locomo-
ção, e muito menos para tutelar direito de aces-
so à informação. Denomina-se “direito líquido e 
certo” aquele que não exige prova mediante pe-
rícia ou testemunha, apenas com a apresentação 
de um documento pode-se verificar sua existên-
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cia. O mandado de segurança deve ser impetrado 
até 120 dias do ato resultante de abuso de poder 
ou ilegalidade, não havendo esse prazo quando 
se tratar de mandado de segurança preventivo, o 
qual se entende por ser aquele impetrado quando 
há receio de abuso de poder ou ilegalidade por 
parte da vítima.
B) Mandado de segurança coletivo: apresenta as 
mesmas condições para sua impetração do man-
dado de segurança simples. A única diferença con-
siste no fato de que trata-se de uma medida que 
tutela direitos coletivos ou difusos. Nesse caso, os 
detentores do direito não é apenas uma pessoa in-
dividual, mas qualquer grupo de pessoas, todas na 
mesma condição de vítimas de abuso ou ilegalida-
de. Segundo o art. 5º, LXX, da CF/1988, o mandado 
coletivo pode ser impetrado por: a) Partido políti-
co, desde que possua pelo menos um represen-
tante no Congresso Nacional; ou b) Organização 
sindical, entidade de classe ou associação, na defe-
sa dos interesses de seus membros ou associados, 
sendo para isso exigido que a associação seja le-
galmente constituída e esteja em pleno funciona-
mento há pelo menos um ano. 
C) Mandado de injunção ambiental: o mandado de 
injunção, nos termos do art. 5º, LXXI, da CF/1988, 
será concedido sempre que a falta de norma regu-
lamentadora torne inviável o exercício dos direitos 
e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidada-
nia. A presença da omissão do Poder Legislativo, 
sobre a regulamentação de tal direito, é condição 
essencial para sua proposição, mas o objeto princi-
pal do referido mandado é a pretensão (pleito) do 
mandante. Qualquer pessoa nesta situação pode 
ajuizar o mandado de injunção. Não confundir 
com a ação declaratória de inconstitucionalidade 
por omissão (ADO), característico do exercício do 
controle de constitucionalidade concentrado, o 
qual não envolve a decisão sobre um caso concre-
to. 
D) Ação Civil Pública: A CF/1988,em seu artigo 129, 
inciso III preceitua que cabe ao Ministério Público 
promover o inquérito civil e a ação civil pública, 
para a proteção do patrimônio público e social, 
do meio ambiente e de outros interesses difusos 
e coletivos. Mesmo não estando elencada entre as 
garantias constitucionais do art. 5º da CF, a ação ci-
vil pública vem se transformando em um poderoso 
meio de combate às lesões dos interesses difusos 
e coletivos.
E) Ação Penal Pública: se estamos diante da ocor-
rência de um crime (a Lei nº 9.605/1988 trata so-
bre os crimes ambientais e será objeto de nosso 
estudo em momento posterior), o Ministério Pú-
blico também tem um dever de atuar (art. 129, I, 
CF/1988) para que os autores sejam devidamente 
responsabilizados. Os crimes ambientais, em regra, 
estão sujeitos a serem denunciados mediante in-
terposição de ação penal pública, independente de 
representação das vítimas do ocorrido. 
F) Ação popular: conforme dispõe o art. 5º, LXXIII, da 
CF/1988, qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultu-
ral. É um instrumento que também visa proteger 
direitos coletivos e difusos, tal qual a ação civil pú-
blica, cuja diferença é o rol de legitimados: a ação 
popular pode ser proposta por qualquer cidadão, 
enquanto a ação civil pública é competência ex-
clusiva do Ministério Público. Aquele que propõe 
ação popular é isento de custas judiciais e ônus de 
sucumbência, salvo comprovada má-fé. 
FUNÇÃO AMBIENTAL PÚBLICA E PRIVADA
“Função” é o dever de satisfazer necessidade no in-
teresse de outrem. O Poder Público, como um ente ga-
rantidor das liberdades e demais direitos humanos, deve 
buscar satisfazer essas necessidades da população, co-
locando-se em uma relação de superioridade em com-
paração com os entes da esfera privada. Dá-se a esse 
fenômeno o nome de “função pública”.
Dessa forma, a função pública ambiental traduz-se 
justamente nisso: é a atuação do Estado, de forma posi-
tiva, que tem por escopo satisfazer as necessidades am-
bientais de seus governados, pois tais necessidades são 
consideradas de interesse público. 
Sobre a matéria ambiental, dispõe o caput do artigo 
225 da Constituição que “Todos têm direito ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações”. 
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe 
ao Poder Público, na forma do § 1º do art. 225, almejar 
os seguintes objetivos: preservar e restaurar os proces-
sos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico 
das espécies e ecossistemas; preservar a diversidade e 
a integridade do patrimônio genético do País e fiscali-
zar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação 
de material genético; definir, em todas as unidades da 
Federação, espaços territoriais e seus componentes a 
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e 
a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justifiquem sua proteção; exigir, na forma 
da lei, para instalação de obra ou atividade potencial-
mente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se 
dará publicidade; controlar a produção, a comercializa-
ção e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o 
meio ambiente; promover a educação ambiental em to-
dos os níveis de ensino e a conscientização pública para 
a preservação do meio ambiente; e também proteger a 
fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a 
extinção de espécies ou submetam os animais a cruelda-
de. Esse grande rol de atribuições fazem parte da função 
ambiental pública, uma vez que são ações que tem por 
ponto de partida uma atividade estatal. 
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Considerando o grande grau de importância da ma-
téria, bem como os danos irreversíveis pela não preserva-
ção do meio ambiente sustentável, é evidente que o Es-
tado não tem condições de atuar, sozinho, para satisfazer 
as necessidades de todos. Por isso, confere-se liberdade 
para que a iniciativa privada (empresas) possa, também, 
atuar na gestão ambiental. 
O objetivo maior da gestão ambiental deve ser a busca 
permanente de melhoria da qualidade ambiental dos servi-
ços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organi-
zação pública ou privada. A busca permanente da qualida-
de ambiental é, portanto, um processo de aprimoramento 
constante do sistema de gestão ambiental global de acor-
do com a política ambiental estabelecida pela organização.
A gestão ambiental empresarial está na ordem do 
dia da sociedade mundial, principalmente nos países 
industrializados e também nos países considerados em 
desenvolvimento. A empresa é a única responsável pela 
adoção de um SGA e, por conseguinte, de uma política 
ambiental. Só após sua adoção, cumprimento e confor-
midade devem ser seguidos integralmente, como se ti-
vessem “força de lei”. 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Uma das grandes inovações trazidas pela Constitui-
ção de 1988 diz respeito à propriedade privada, ou mais 
especificamente, a adição de uma faceta social. A pro-
priedade não deixa de ter seu caráter privado, mas deve, 
também, cumprir sua função social. Esse é o comando 
previsto no art. 5º, XXIII, da Lei Maior.
O princípio da função social da propriedade impõe 
que, para o reconhecimento e proteção constitucional do 
direito do proprietário, sejam observados os interesses 
da coletividade e a proteção do meio ambiente, não sen-
do possível que a propriedade privada, sob o argumento 
de possuir a dupla natureza de direito fundamental e de 
elemento da ordem econômica, prepondere, de forma 
prejudicial, sob os interesses socioambientais. 
Um exemplo bastante corriqueiro de aplicação prá-
tica da função social e ambiental da propriedade diz 
respeito à manutenção das áreas de preservação per-
manente, cobertas ou não por vegetação nativa. Há uma 
obrigação legal imposta ao proprietário de preservar e/
ou recompor as áreas de preservação permanente, in-
dependentemente de ter sido ele o responsável ou não 
pelo desmatamento e mesmo que jamais tenha existido 
vegetação na área assim classificada.
A própria Constituição estabelece quando um bem 
imóvel cumpre a sua função social. O artigo 182, § 2º, 
dispõe que a propriedade urbana cumpre sua função 
social quando atende às exigências fundamentais de 
ordenação da cidade expressas no plano diretor. O não 
cumprimento da função social da propriedade urbana 
enseja na sua desapropriação com pagamento mediante 
títulos da dívida pública de emissão previamente aprova-
da pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez 
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegura-
dos o valor real da indenização e os juros legais (art. 184, 
§ 4º, III, CF/1988).
A desapropriação por descumprimento da função so-
cial é também aplicável aos imóveis rurais, com a úni-
ca diferença residindo no fato de que o pagamento de 
indenização será feito em títulos da dívida agrária, com 
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo 
de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, 
e cuja utilização será definida em lei (art. 185, CF).
A observância do princípio da função social e am-
biental da propriedade é obrigação propter rem que se 
prende ao titular do direito real do imóvel. Não importa, 
portanto, a alegação de queo atual proprietário do imó-
vel não é responsável pela ocorrência anterior do dano 
ambiental. O mesmo raciocínio aplicado à necessidade 
de respeitar as áreas de preservação permanente pode 
ser estendido, com as adaptações que se mostrarem ne-
cessárias, à imposição de averbação da reserva legal em 
áreas consideradas como rurais.
O princípio da função ambiental da propriedade é, 
assim, o fundamento constitucional para a imposição 
coativa ao proprietário de exercer seu direito de proprie-
dade em consonância com as diretrizes de proteção do 
meio ambiente. No atual estágio de evolução social, tor-
na necessária a consolidação de uma consciência univer-
sal no sentido de que a preservação do meio ambiente 
é condição crucial à sobrevivência da espécie humana, 
não se olvidando do fato de que, quando o proprietário 
promove o uso ordenado e ecológico de seus bens, não 
haverá apenas a preservação ambiental de uma área res-
trita, mas sim a preservação do meio ambiente em sua 
totalidade.
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE E SEUS 
ASPECTOS. MEIO AMBIENTE NATURAL, 
ARTIFICIAL, CULTURAL E DO TRABALHO. 
CONCEITO DE RECURSOS NATURAIS E 
MEIO AMBIENTE COMO BENS AMBIENTAIS. 
CONCEITO DE BIODIVERSIDADE E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 
SIGNIFICADO DE DIREITOS CULTURAIS.
MEIO AMBIENTE NATURAL, ARTIFICIAL CULTURAL 
E DO TRABALHO
A expressão “meio ambiente” (milieu ambiance) 
foi utilizada pela primeira vez pelo naturalista francês 
Geoffrey de Saint-Hilaire em sua obra “Études progres-
sives d´un naturaliste”, de 1835, onde “milieu” significa 
o lugar onde está ou se movimenta um ser vivo, e “am-
biance” designa o que rodeia esse ser. Apesar da ligeira 
redundância do termo, trata-se apenas de um aspecto 
de semântica. Mais do que trazer um significado, o ter-
mo meio ambiente representa justamente essa mudança 
de consciência do ser humano em relação ao espaço em 
que vive, sendo difundido entre as pessoas mais simples 
e sendo utilizado até mesmo em organismos nacionais e 
internacionais. 
Assim, podemos afirmar que, lato sensu, meio am-
biente é o conjunto de fatores exteriores que agem de 
forma permanente sobre os seres vivos, aos quais os 
organismos devem se adaptar e com os quais têm de 
interagir para sobreviver. Em sua acepção mais restrita, 
o meio ambiente apresenta-se como o conjunto de re-
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cursos e condições naturais e de influências que atuam 
sobre os organismos vivos e os seres humanos. Está mais 
associado a ideia de um “meio ambiente natural”. 
No direito brasileiro, temos um conceito legal de meio 
ambiente, disposto no art. 3º, I, da Lei nº. 6.938/1981, 
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. 
Tal dispositivo diz que meio ambiente é “o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas”. Percebe-se que a legislação 
aproxima-se mais da acepção de meio ambiente natural.
Dessa forma, o conceito de meio ambiente com-
preende quatro aspectos, quais sejam: 
A) Meio ambiente natural: também denominado 
meio ambiente físico, é constituído pelo solo, a 
água, o ar atmosférico, a flora; enfim, pela intera-
ção dos seres vivos e seu meio, onde se dá a cor-
relação recíproca entre as espécies e as relações 
destas com o ambiente físico que ocupam; 
B) Meio ambiente artificial: constituído pelo espaço 
urbano construído; meio ambiente cultural, inte-
grado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueo-
lógico, paisagístico, turístico, que, embora artificial, 
difere do anterior pelo sentido de valor especial 
que adquiriu ou de que se impregnou.
C) Meio ambiente cultural: constitui o patrimônio 
cultural brasileiro, que inclui o patrimônio artísti-
co, paisagístico, arqueológico, histórico e turístico. 
São bens produzidos pelo Homem, mas diferem 
dos bens que compõem o Meio Ambiente Artificial 
em razão do valor diferenciado que possuem para 
uma sociedade e seu povo. Encontra-se discipli-
nado no artigo 216 da CF: Constituem patrimônio 
cultural brasileiro os bens de natureza material e 
imaterial, tomados individualmente ou em conjun-
to, portadores de referência à identidade, à ação, 
à memória dos diferentes grupos formadores da 
sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as 
formas de expressão; II - os modos de criar, fazer 
e viver; III - as criações científicas, artísticas e tec-
nológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edi-
ficações e demais espaços destinados às manifes-
tações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos 
e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, ar-
queológico, paleontológico, ecológico e científico.
C) Meio ambiente do trabalho: previsto no art. 200, 
inciso VIII, da CF/1988, compreendido “o conjunto 
de fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que 
interligados, ou não, estão presentes e envolvem o 
local de trabalho da pessoa”. 
Nossa legislação apresenta uma acepção bastante am-
pla do referido termo, incumbindo ao intérprete fazer a de-
vida adequação desse conceito para atender seus objetivos. 
CONCEITO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AM-
BIENTE COMO BENS AMBIENTAIS
Recursos naturais são bens que estão à disposição 
do Homem e que são usados para a sua sobrevivência, 
bem-estar e conforto. São os bens extraídos da natureza 
de forma direta ou indireta, e transformados para a utili-
zação na vida do ser humano.
Os recursos naturais poderão ser, também, renová-
veis ou não renováveis. Recursos renováveis são recur-
sos que podem ser renovados, ou seja, não se esgotam. 
Como exemplo disso temos a energia eólica, obtida atra-
vés do vento. Também existe a energia solar, que pode 
ser acumulada com a utilização de equipamentos espe-
ciais, como painéis solares.
Por outro lado, existem os recursos naturais não re-
nováveis, cuja exploração e utilização um dia chegará ao 
fim, porque são recursos limitados. Exemplos desses re-
cursos são minerais como carvão, ferro, petróleo, xisto, 
gás natural, ouro, alumínio, etc. 
Há também os recursos considerados potencialmente 
renováveis, isso é, que em um primeiro momento, eles 
apresentam como infinitos, mas que dependem da atua-
ção do Homem para manterem tal qualidade. É o caso da 
água, do solo e das florestas. 
Todos os recursos são considerados bens ambientais, 
que integram o meio ambiente. Justamente pelo fato de 
que há diversos recursos não renováveis que o Estado 
deve ter cautela com a utilização dos mesmos, impedin-
do que tais recursos se esgotem do planeta. Quando dei-
xamos de preservar os recursos naturais, ou seja, quando 
de alguma forma, através da ação humana, portanto, de 
sua interferência danosa ao sistema ecológico, permiti-
mos que esses recursos se percam ou que sua capacida-
de produtiva se reduza, ocorre a degradação ambiental.
CONCEITO DE BIODIVERSIDADE E DESENVOLVI-
MENTO SUSTENTÁVEL
Biodiversidade é a grande variedade de formas de 
vida (animais e vegetais) que são encontradas nos mais 
diferentes ambientes. A biodiversidade é formada por 
espécies vivas que compreende plantas, animais e mi-
cro-organismos, que povoam desde as profundezas dos 
oceanos até as mais altas montanhas. É composta por 
uma enorme diversidade de espécies compreendidas 
como indivíduos semelhantes, com capacidade para se 
reproduzir entre si e naturalmente. 
Essa é a grande diferença entre biodiversidade e os 
recursos naturais: os primeiros corresponde aos elemen-
tos vivos do meio ambiente, enquanto que os recursos 
naturais são os elementos não-vivos do meio ambiente. 
A biodiversidade é responsável por garantir o equilí-
brio das espécies em todo o mundo, e a ligação estreita 
que existe entre os seres e o ambiente resulta em sis-
temas complexos, os ecossistemas, que reúnem fatores 
vivos (plantas animais – incluindo o ser humano e micro-
-organismos) e por fatores não vivos (luz,água, ar, Sol 
etc.). Esses fatores encontram-se em relação de equilí-
brio, realizando trocas de energia e de matéria. As flores-
tas, a caatinga, a tunda, os cerrados, os rios, os oceanos, 
os lagos são alguns exemplos de ecossistemas. A soma 
de todos os ecossistemas existentes na Terra forma a 
biosfera. 
CONCEITO DE DIREITOS CULTURAIS
Como já mencionamos, a cultura também é um ele-
mento essencial do meio ambiente, integrando o que 
denominamos de “meio ambiente cultural”. 
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Os Direitos Culturais estão previstos no artigo 215 e se-
guintes da Constituição brasileira. Segundo o referido disposi-
tivo, O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos 
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e in-
centivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Há uma busca, com essa proteção constitucional, de 
uma aproximação do indivíduo com a cultura, utilizando-
-se como defesa mecanismos gerados pelo Direito. Um 
exemplo de proteção ao patrimônio cultural está no ins-
tituto do tombamento, que é o processo de intervenção 
da propriedade do particular, com o escopo de preservar 
bem, vez que este apresenta valor histórico, cultural, ar-
queológico, artístico, turístico, paisagístico, entre outros.
Os Direitos Culturais, dessa forma, são aqueles afetos 
às artes, à memória coletiva e ao repasse de saberes, que 
asseguram a seus titulares o conhecimento e uso do pas-
sado, interferência ativa no presente e possibilidade de 
previsão e decisão de opções referentes ao futuro, visan-
do sempre à dignidade da pessoa humana. 
PRINCÍPIOS DE DIREITO 
AMBIENTAL. PREVENÇÃO, PRECAUÇÃO, 
POLUIDOR-PAGADOR E USUÁRIO 
PAGADOR, COOPERAÇÃO, INFORMAÇÃO, 
PARTICIPAÇÃO, EQUIDADE 
INTERGERACIONAL. PRINCÍPIOS DA 
TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL. 
COOPERAÇÃO, SOLIDARIEDADE, 
PARTICIPAÇÃO E INFORMAÇÃO, 
PRESERVAÇÃO DO SÍTIO E PROTEÇÃO 
DO ENTORNO, USO COMPATÍVEL COM A 
NATUREZA DO BEM, PRÓ-MONUMENTO, 
VALORIZAÇÃO SUSTENTÁVEL. 
Os princípios ambientais podem ser explícitos ou im-
plícitos, ou encontrar-se na Constituição Federal, ou no 
ordenamento legislativo. São eles:
a) Meio ambiente ecologicamente equilibrado como 
direito fundamental;
b) Solidariedade intergeracional;
c) Natureza pública da proteção ambiental;
d) Desenvolvimento sustentável;
e) Poluidor pagador;
f) Usuário pagador;
g) Prevenção e precaução;
h) Participação;
i) Ubiquidade ou transversalidade;
j) Cooperação internacional;
k) Função socioambiental da propriedade.
O Princípio do meio ambiente como direito funda-
mental, como já vimos, é decorrência do direito à vida, 
quer sob o enfoque da própria existência física e saúde 
dos seres humanos, quer quanto ao aspecto da digni-
dade dessa existência humana. Reconhecer o meio am-
biente como direito fundamental significa que ele deve 
ser resguardado (forma passiva, abstenção), bem como 
deverá ser implementado (forma ativa, atuação positiva) 
pelo Poder Público, para acobertar todas as pessoas. 
O Princípio da solidariedade intergeracional Busca as-
segurar a solidariedade da presente geração em relação às 
futuras, para que também estas possam usufruir, de forma 
saudável, dos recursos naturais. Este princípio está previsto 
no Princípio 2 da Declaração de Estocolmo e no Princípio 3 
da ECO-92. O Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) ex-
pressou este princípio no inciso II, do art. 1º-A.
O Princípio da natureza pública da proteção am-
biental mantém estreita correlação com o princípio ge-
ral, de direito público, da primazia do interesse público 
sobre o particular, e também, com o princípio do direito 
administrativo da indisponibilidade do interesse público. 
Decorre da previsão constitucional que consagra o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado como bem de uso 
comum do povo incumbindo ao Poder Público e à socie-
dade sua preservação e sua proteção (art. 225, CF).
O Princípio do desenvolvimento sustentável põe 
em evidência o fato de que Os recursos ambientais são 
finitos, tornando-se inadmissível que as atividades eco-
nômicas se desenvolvam alheias a essa realidade. O que 
se busca é a harmonização entre o postulado do desen-
volvimento econômico, algo pretendido por todos nós, e 
a preservação do meio ambiente. A própria Constituição 
em seu art. 170, VI, estabelece que a ordem econômica 
também tem como fundamento a defesa e preservação 
do meio ambiente.
O Princípio do poluidor pagador trata-se de impor-
tantíssimo princípio, pois reflete um dos fundamentos da 
responsabilidade civil em matéria ambiental. Muitas ve-
zes incompreendido, ele não demarca a tarefa de poluir 
mediante o pagamento de posterior indenização (como 
se fosse uma contraprestação). Ao contrário: reforça o 
comando normativo no sentido de que aquele que polui 
deve ser responsabilizado pelo seu ato. Assim sendo, esse 
princípio deve ser compreendido como um mandamento 
para que o potencial causador de danos ambientais pre-
ventivamente arque com os custos relativos à compra de 
equipamentos de alta tecnologia para prevenir a ocorrên-
cia de danos. Trata-se da internalização de custos.
Complementar ao princípio anterior, o Princípio do 
poluidor pagador busca evitar que o “custo zero” dos 
serviços e recursos naturais acabe por conduzir o siste-
ma de marcado a uma exploração desenfreada do meio 
ambiente.
O Princípio da prevenção é um dos mais importan-
tes do Direito Ambiental, sendo também considerado 
seu objetivo fundamental. Foi lançado à categoria de 
mega-princípio do direito ambiental, constando como 
princípio nº 15 da ECO-92. O princípio da prevenção re-
laciona-se com o perigo concreto de um dano, ou seja, 
sabe-se que não se deve esperar que ele aconteça, fa-
zendo-se necessário, portanto, a adoção de medidas ca-
pazes de evitá-lo.
Por outro lado, o princípio da precaução Trata-se do 
perigo abstrato, ou seja, há mero risco, não se saben-
do exatamente se o dano ocorrerá ou não. É a incerteza 
científica, a dúvida, se vai acontecer ou não. Foi proposto 
na conferência Rio 92 com a seguinte definição: “O Prin-
cípio da precaução é a garantia contra os riscos poten-
ciais que, de acordo com o estado atual do conhecimen-
to, não podem ser ainda identificados.”
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O Princípio da participação (informação e educa-
ção ambiental) está previsto no art. 225, § 1º, VI, da CF. 
O cidadão não depende apenas de seus representantes 
políticos para participar da gestão do meio ambiente. O 
cidadão tem atuação ativa no que toca a preservação 
do meio ambiente. Tem ele o direito de ser informado 
e educado (o que é dever do Poder Público) para que, 
assim, possa interferir ativamente na gestão ambiental, 
sendo que isso se concretiza por intermédio, por exem-
plo, nas audiências públicas. Quanto maior a participa-
ção dos cidadãos nas políticas de preservação ambiental, 
mais democráticas serão. 
O Princípio da ubiquidade ou transversalidade visa 
demonstrar qual é o objeto de proteção do meio am-
biente quando tratamos dos direitos humanos, pois toda 
atividade, legiferante ou política, sobre qualquer tema ou 
obra, deve levar em conta a preservação da vida e prin-
cipalmente, a sua qualidade. Esse princípio dispõe que 
o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no 
epicentro dos direito humanos, deve ser levado em con-
sideração toda vez que uma política, atuação, legislação 
sobre qualquer tema, atividade, obra, etc., tiver que ser 
criada. 
O Princípio da cooperação internacional configu-
ra-se no esforço conjunto empreendido pela “aldeia glo-
bal” na busca pela preservação do meio ambiente numa 
escala mundial. O inciso IV, do art. 1º-A, do Novo Código 
Florestal,em atenção a este princípio, consagra o com-
promisso do Brasil com o modelo de desenvolvimento 
ecologicamente sustentável, com vistas a conciliar o uso 
produtivo da terra e a contribuição de serviços coletivos 
das flores e demais formas de vegetação nativa provadas.
Por fim, o Princípio da função social da proprieda-
de está elencado no artigo 186, II, da CF. O uso da pro-
priedade será condicionado ao bem estar social. Ainda o 
legislador previu, como condição para o cumprimento da 
função social da propriedade rural, a utilização adequa-
da dos recursos naturais disponíveis e a preservação do 
meio ambiente.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA TUTELA DO MEIO 
AMBIENTE CULTURAL
Entendido como sinônimo de patrimônio cultural, o 
meio ambiente cultural pode ser definido como o con-
junto de bens, práticas sociais, criações, materiais ou 
imateriais de determinada nação e que, por sua peculiar 
condição de estabelecer diálogos temporais e espaciais 
relacionados àquela cultura, servindo de testemunho e 
de referência às gerações presentes e futuras, constitui 
valor de pertença pública, merecedor de proteção jurídi-
ca e fática por parte do Estado.
A doutrina costuma evidenciar alguns princípios es-
peciais, voltados para a tutela e proteção do meio am-
biente cultural. São eles:
1. Princípio da preservação no próprio sítio e pro-
teção ao entorno
O Princípio da preservação no próprio sítio e a pro-
teção ao entorno constitui um princípio jurídico aplicável 
à tutela do patrimônio cultural. Sua concepção mais co-
nhecida consta na denominada Carta de Veneza, docu-
mento produzido em 1964 por ocasião do II Congresso 
Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos 
Históricos, realizado pelo Conselho Internacional de Mo-
numentos e Sítios Históricos – ICOMOS. Segundo o arti-
go 1º do referido documento, “o conceito de monumen-
to histórico engloba, não só as criações arquitetônicas 
isoladamente, mas também os sítios, urbanos ou rurais, 
nos quais sejam patentes os testemunhos de uma civili-
zação particular, de uma fase significativa da evolução ou 
do progresso, ou algum acontecimento histórico”. Este 
conceito é aplicável, quer às grandes criações, quer às 
realizações mais modestas que tenham adquirido signifi-
cado cultural com o passar do tempo. 
O entorno de uma edificação, um sítio ou uma área 
de patrimônio cultural se define como o meio caracterís-
tico seja de natureza reduzida ou extensa, que forma par-
te de – ou contribui para – seu significado e caráter pe-
culiar. Mas, além dos aspectos físicos e visuais, o entorno 
supõe uma interação com o ambiente natural; práticas 
sociais ou espirituais passadas ou presentes, costumes, 
conhecimentos tradicionais, usos ou atividades, e outros 
aspectos do patrimônio cultural intangível que criaram e 
formaram o espaço, assim como o contexto atual e dinâ-
mico de natureza cultural, social e econômica.
2. Princípio do uso compatível com a natureza do 
bem
Esse princípio, aplicável preferencialmente aos bens 
tangíveis, pode ser desdobrado em duas vertentes. Em 
primeiro lugar, a de que a todo bem cultural há de ser 
dado um uso (nada melhor do que o não uso para pro-
vocar a deterioração de um bem cultural). Em segundo, 
a de que esse uso se harmonize com as características 
essenciais do bem.
No Brasil, essas ideias vêm sendo disseminadas na 
teoria e prática conservacionista, embora ainda com 
grande dificuldade de concretização quando a proprie-
dade de bem imóvel recai em particular. Nesses casos, 
tantas e tantas vezes o que se verifica é que o particular 
deixa de conferir um uso ao imóvel para justamente pro-
vocar sua deterioração. Não sem razão a Lei de Crimes 
Ambientais tipificou a conduta de quem deteriora bem 
especialmente protegido por lei, ato administrativo ou 
decisão judicial. 
Por óbvio que a utilização não é regra geral. Por 
exemplo, a preservação de um sítio arqueológico pres-
supõe sua intangibilidade, ao passo que sua descober-
ta implica na realização de escavações que acabam por 
revolver o solo em busca dos achados de interesse dos 
pesquisadores. 
3. Princípio pró-monumento
Esse princípio está expresso na Convenção da Unesco 
para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Na-
tural, assinada em Paris em 23-11-72, assinada em Paris 
em 23-11-72, aprovada pelo Decreto Legislativo 74, de 
30-06-1977 e incorporada ao direito pátrio por força do 
Decreto 80.978, de 12-12-1977. 
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Reza o art. 12 da Convenção: “O fato de que um bem 
do patrimônio cultural ou natural não haja sido incluído 
numa ou outra das duas listas mencionadas nos parágra-
fos 2 e 4 do art. 11 não significará, em absoluto, que ele 
não tenha valor universal excepcional para fins distintos 
dos que resultam da inclusão nessas listas”. 
No direito brasileiro, em que pese o abismo existente 
entre a legislação, que consagra a mais ampla tutela ao 
meio ambiente, nele inserida a dimensão cultural, e a ju-
risprudência, ainda em muito atada ao chamado “sistema 
proprietário”, já é possível identificar uma nova aragem 
em alguns julgados chancelando uma espécie de benefí-
cio da dúvida, ao possibilitar que se busque no Judiciário 
a tutela de bens ainda não reconhecidos como culturais 
pelo Poder Executivo ou Legislativo.
4. Princípio da valorização sustentável
Desenvolvimento sustentável é definido pela Comis-
são Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
no famoso “Relatório Brundtland”, como aquele que 
atende às necessidades do presente sem comprometer 
a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas 
próprias necessidades. Enquanto processo de transfor-
mação, “a exploração dos recursos, a direção dos inves-
timentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico 
e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o 
potencial presente e futuro, a fim de atender às necessi-
dades e aspirações humanas”.
O princípio do desenvolvimento sustentável parte do 
pressuposto de que a sociedade humana não se limita 
às nossas gerações, sendo que a exauribilidade é uma 
característica dos recursos naturais, ao passo que o pere-
cimento, a descaracterização, o esquecimento são males 
que assolam os recursos culturais. É por isso que se alia 
a essa ideia a de consumo sustentável. Sem uma alte-
ração nos padrões de consumo, inclusive do consumo 
cultural, a preservação dos recursos essenciais ao com-
pleto desenvolvimento humano será difícil, quando não 
impossível.
No plano legislativo, a primeira referência a esse prin-
cípio surgiu no Brasil com a Lei 6.803/80 que, no art. 1º, 
falava em compatibilização das atividades industriais 
com o meio ambiente. Também a Lei 6.938/81, ao insti-
tuir a Política Nacional do Meio Ambiente com a previsão 
da avaliação de impactos ambientais, o acolhe. Na legis-
lação que define a Política Nacional da Educação Am-
biental, o princípio aparece pelo menos três vezes: no art. 
1º, inserido no próprio conceito de educação ambiental; 
no art. 4º, inc. II, como princípio básico dessa política, e 
no art. 5º, inc. V, dentre os seus objetivos.
Assim como a produção há de ser sustentável, tam-
bém o consumo deve sê-lo. Sem uma alteração nos 
padrões de consumo, inclusive do consumo cultural, a 
preservação dos recursos essenciais ao completo desen-
volvimento humano será difícil, quando não impossível.
EXERCÍCIO COMENTADO
1 - (TRF2 – JUIZ FEDERAL – CESPE – 2013) Um pesca-
dor artesanal profissional ajuizou ação indenizatória por 
danos materiais e morais contra empresa exploradora de 
petróleo, alegando prejuízos decorrentes de vazamento 
de óleo combustível em águas marinhas onde pescava. 
Provou-se que o rompimento do oleoduto fora causado 
por deslizamentos de terra decorrentes de chuvas tor-
renciais. Essas mesmas chuvas causaram o rompimento 
das barreiras de contenção instaladas pela empresa ao 
tentar remediaro problema. O vazamento de óleo re-
sultou na mortandade da fauna aquática e na imediata 
proibição de pesca na região, imposta pelo IBAMA, com 
duração de seis meses. Na fase de provas, restou cabal-
mente comprovada a regularidade das instalações da 
empresa segundo as melhores tecnologias disponíveis e 
a idoneidade dos esforços para reparação do problema. 
Na situação hipotética descrita:
a) por ter natureza punitiva, a condenação por danos 
morais será inviável se, no caso, for reconhecida a au-
sência de dolo ou culpa do réu, ou seja, ausência de 
ilícito a ser punido.
b) a força maior implica necessariamente ausência de 
culpa e, por isso, se for reconhecida processualmente, 
afastará a obrigação de indenizar.
c) a pretensão indenizatória do pescador será imprescritível, 
porque está relacionada à ocorrência de dano ambiental.
d) o princípio do poluidor-pagador é, em tese, aplicável 
ao caso porque, embora não esteja positivado na le-
gislação brasileira, está previsto em documentos inter-
nacionais de que o Brasil é signatário.
e) não é cabível a inversão do ônus da prova quanto ao 
an debeatur e ao quantum debeatur do dano material, 
cabendo ao pescador provar também a ocorrência, 
mas não o quantum, do dano moral pretendido.
Resposta: Letra E. A letra A está errada, a condenação 
por danos morais não possui natureza punitiva, uma 
vez que sua finalidade primordial é a reparação (ou 
compensação, quando a primeira não for possível) do 
dano. Há autores que não admitem o caráter punitivo 
em razão da inexistência de norma que preveja esta 
espécie de sanção. A letra B está errada, a força maior 
tem por finalidade a exclusão do nexo causal entre a 
conduta e o resultado danoso. Ela não tem o condão, 
por si só, de afastar a obrigação de indenizar, tratan-
do-se de dano ambiental, hipótese em que temos a 
responsabilidade objetiva do infrator. A letra C está er-
rada, A pretensão do pescador tem caráter individual, 
uma vez que ele é o único interessado pela proteção 
das águas onde ocorreu derramamento de óleo. Des-
sa forma, incide sobre a pretensão do pescador o pra-
zo prescricional do CC. O que vigora no âmbito do STJ 
é que a reparação por danos ambientais, pelo fato do 
meio ambiente ser um direito difuso e coletivo, é im-
prescritível (AgRg no REsp nº 1150.479). A letra D está 
errada, O princípio do poluidor pagador encontra-se 
positivado no ordenamento, mais especificamente no 
art. 4º, VII, da Lei nº 6.938/1981.
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POLÍTICA NACIONAL 
DE MEIO AMBIENTE. OBJETIVOS. 
INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO
 (TÉCNICOS E ECONÔMICOS). SISNAMA. 
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO. LEI Nº 
6.938/1981 E SUAS ALTERAÇÕES. DECRETO 
Nº 99.274/1990 E SUAS ALTERAÇÕES. 
RESOLUÇÃO DO CONAMA Nº 1/1986 
E SUAS ALTERAÇÕES (RELATÓRIO 
DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA-
RIMA). RESOLUÇÃO DO CONAMA Nº 
237 (LICENCIAMENTO AMBIENTAL). 
RESOLUÇÃO DO CONAMA Nº 378 
(EMPREENDIMENTOS POTENCIALMENTE 
CAUSADORES DE IMPACTO AMBIENTAL 
NACIONAL OU REGIONAL).
LEI Nº 6.938/1981 E SUAS ALTERAÇÕES
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, é a lei que 
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus 
fins e mecanismos de formulação e aplicação.
Conforme dispõe o art. 2º, A Política Nacional do 
Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, vi-
sando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e 
à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os 
seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio 
ecológico, considerando o meio ambiente como um 
patrimônio público a ser necessariamente assegurado 
e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de 
áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias 
orientadas para o uso racional e a proteção dos recur-
sos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade am-
biental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, 
inclusive a educação da comunidade, objetivando ca-
pacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente.
O artigo 3º traz alguns conceitos importantes para 
compreender a PNMA. 
Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, in-
fluências e interações de ordem física, química e bioló-
gica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas.
Degradação da qualidade ambiental é a alteração ad-
versa das características do meio ambiente;
Poluição é a degradação da qualidade ambiental re-
sultante de atividades que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar 
da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do 
meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os 
padrões ambientais estabelecidos.
Poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito públi-
co ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividade causadora de degradação ambiental.
Recursos ambientais é a atmosfera, as águas interio-
res, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar ter-
ritorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a 
fauna e a flora.
1. Dos objetivos da política nacional do meio am-
biente
Os objetivos da PNMA estão dispostos no artigo 4º. A 
Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômi-
co-social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governa-
mental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, 
atendendo aos interesses da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qua-
lidade ambiental e de normas relativas ao uso e ma-
nejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias 
nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio am-
biente, à divulgação de dados e informações ambien-
tais e à formação de uma consciência pública sobre a 
necessidade de preservação da qualidade ambiental e 
do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambien-
tais com vistas à sua utilização racional e disponibi-
lidade permanente, concorrendo para a manutenção 
do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obri-
gação de recuperar e/ou indenizar os danos causados 
e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recur-
sos ambientais com fins econômicos.
As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambien-
te serão formuladas em normas e planos, destinados a 
orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que 
se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e 
manutenção do equilíbrio ecológico, observados os prin-
cípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.
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2. Do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SIS-
NAMA)
Dispõe o artigo 6º da referida Lei da PNMA que os 
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fun-
dações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteçãoe melhoria da qualidade ambiental, constituirão 
o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, pos-
suindo a seguinte estrutura:
I - Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a 
função de assessorar o Presidente da República na 
formulação da política nacional e nas diretrizes go-
vernamentais para o meio ambiente e os recursos am-
bientais; 
II - Órgão Consultivo e deliberativo: o Conselho Nacio-
nal do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade 
de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Gover-
no, diretrizes de políticas governamentais para o meio 
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito 
de sua competência, sobre normas e padrões compatí-
veis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado 
e essencial à sadia qualidade de vida; 
III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da 
Presidência da República, com a finalidade de plane-
jar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão 
federal, a política nacional e as diretrizes governa-
mentais fixadas para o meio ambiente; 
IV - Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBA-
MA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-
diversidade - Instituto Chico Mendes, com a finalidade 
de executar e fazer executar a política e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente, de 
acordo com as respectivas competências; 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estadu-
ais responsáveis pela execução de programas, projetos 
e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de 
provocar a degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, 
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas ativi-
dades, nas suas respectivas jurisdições; 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 
é o órgão encarregado de, nos termos do artigo 8º, es-
tabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e cri-
térios para o licenciamento de atividades efetiva ou po-
tencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados 
e supervisionado pelo IBAMA; determinar, quando julgar 
necessário, a realização de estudos das alternativas e das 
possíveis consequências ambientais de projetos públicos 
ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais 
e municipais, bem assim a entidades privadas, as infor-
mações indispensáveis para apreciação dos estudos de 
impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de 
obras ou atividades de significativa degradação ambien-
tal, especialmente nas áreas consideradas patrimônio na-
cional; determinar, mediante representação do IBAMA, a 
perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo 
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda 
ou suspensão de participação em linhas de financiamen-
to em estabelecimentos oficiais de crédito; estabelecer 
normas, critérios e padrões relativos ao controle e à ma-
nutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao 
uso racional dos recursos ambientais, principalmente os 
hídricos, entre outras atribuições.
3. Dos instrumentos da PNMA
O artigo 9º elenca os instrumentos utilizados para 
a promoção concreta da política nacional do meio am-
biente. São eles:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade am-
biental;
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva 
ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipa-
mentos e a criação ou absorção de tecnologia, volta-
dos para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmen-
te protegidos pelo Poder Público federal, estadual e 
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio 
ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Ins-
trumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao 
não cumprimento das medidas necessárias à preser-
vação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio 
Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Re-
nováveis - IBAMA; 
XI - a garantia da prestação de informações relativas 
ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a 
produzí-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades poten-
cialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos 
ambientais. 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão flo-
restal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
O artigo 9º-A e seguintes, introduzidos pela Lei nº 
12.651/2012, traz um instrumento novo, que diz respei-
to a limitação do uso da propriedade, no todo ou em 
parte, para preservar, conservar ou recuperar os recur-
sos ambientais existentes, instituindo assim a servidão 
ambiental. Devem ser objeto de averbação na matrícula 
do imóvel no registro de imóveis competente: I - o ins-
trumento ou termo de instituição da servidão ambiental; 
II - o contrato de alienação, cessão ou transferência da 
servidão ambiental (art. 9º-A, § 4º).
A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, 
temporária ou perpétua, com prazo mínimo de 15 (quin-
ze) anos. O detentor da servidão ambiental poderá alie-
ná-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por 
prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de 
outro proprietário ou de entidade pública ou privada que 
tenha a conservação ambiental como fim social. 
A construção, instalação, ampliação e funcionamento 
de estabelecimentos e atividades utilizadores de recur-
sos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou 
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capazes, sob qualquer forma, de causar degradação am-
biental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respec-
tiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem 
como em periódico regional ou local de grande circu-
lação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido 
pelo órgão ambiental competente (art. 10, caput e § 1º).
O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas 
ao meio ambiente, visando: 
I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e proces-
sos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da 
qualidade ambiental; 
II - à fabricação de equipamentos antipoluidores; 
III - a outras iniciativas que propiciem a racionaliza-
ção do uso de recursos ambientais (art. 13).
O artigo 14, por sua vez, trata das sanções aplicá-
veis pelo não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção dos inconvenientes e danos 
causados pela degradação da qualidade ambiental. Tais 
transgressões sujeitam os infratores: 
I - à multa simples ou diária, nos valores correspon-
dentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 
(mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - 
ORTNs, agravada em casos de reincidência específi-
ca, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua 
cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Es-
tado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios. 
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fis-
cais concedidos pelo Poder Público; 
III - à perda ou suspensão de participação em linhas 
de financiamento em estabelecimentos oficiais de cré-
dito; 
IV - à suspensão de sua atividade.
DECRETO Nº 99.274/1990
O Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, é o de-
creto que regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 
1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dis-
põem, respectivamente sobre a criação de Estações Eco-
lógicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política 
Nacional doMeio Ambiente, e dá outras providências.
Segundo o artigo 1º do Decreto, Na execução da Po-
lítica Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder Pú-
blico, nos seus diferentes níveis de governo: 
I - manter a fiscalização permanente dos recursos 
ambientais, visando à compatibilização do desenvol-
vimento econômico com a proteção do meio ambiente 
e do equilíbrio ecológico; 
II - proteger as áreas representativas de ecossistemas 
mediante a implantação de unidades de conservação 
e preservação ecológica; 
III - manter, através de órgãos especializados da Ad-
ministração Pública, o controle permanente das ativi-
dades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo 
a compatibilizá-las com os critérios vigentes de prote-
ção ambiental; 
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambien-
tais, utilizando nesse sentido os planos e programas 
regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e 
agrícola; 
V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sis-
tema permanente de acompanhamento dos índices 
locais de qualidade ambiental; 
VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do 
Sistema Nacional do Meio Ambiente, a existência de 
áreas degradadas ou ameaçadas de degradação, pro-
pondo medidas para sua recuperação; e 
VII - orientar a educação, em todos os níveis, para a 
participação ativa do cidadão e da comunidade na 
defesa do meio ambiente, cuidando para que os cur-
rículos escolares das diversas matérias obrigatórias 
contemplem o estudo da ecologia.
O CONAMA é estruturado da seguinte forma (art. 4º):
I - Plenário; 
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.806, de 2019)
III - Comitê de Integração de Políticas Ambientais;
IV - Câmaras Técnicas;
V - Grupos de Trabalho; e 
VI - Grupos Assessores. 
O Plenário do CONAMA reunir-se-á, em caráter ordi-
nário, a cada três meses, no Distrito Federal, e, extraordi-
nariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente, 
por iniciativa própria ou a requerimento de pelo menos 
dois terços de seus membros. A reunião será em sessão 
pública, com a presença de pelo menos a metade mais 
um dos seus membros e deliberará por maioria simples 
dos membros presentes no Plenário, cabendo ao Presi-
dente da sessão, além do voto pessoal, o de qualidade. 
O Conama poderá dividir-se em Câmaras Técnicas, 
para examinar e relatar ao Plenário assuntos de sua com-
petência. A competência, a composição e o prazo de fun-
cionamento de cada uma das Câmaras Técnicas constará 
do ato do Conama que a criar.
Para atender ao suporte técnico e administrativo do 
CONAMA, a Secretaria-Executiva do Ministério do Meio 
Ambiente deverá: 
I - solicitar colaboração, quando necessário, aos ór-
gãos específicos singulares, ao Gabinete e às entida-
des vinculadas ao Ministério do Meio Ambiente; 
II - coordenar, por meio do Sistema Nacional de In-
formações sobre o Meio Ambiente-SINIMA, o inter-
câmbio de informações entre os órgãos integrantes do 
SISNAMA; e 
III - promover a publicação e divulgação dos atos do 
CONAMA (art. 11).
A atuação do Sisnama efetivar-se-á mediante articu-
lação coordenada dos órgãos e entidades que o consti-
tuem, observado o seguinte: 
I - o acesso da opinião pública às informações relati-
vas às agressões ao meio ambiente e às ações de pro-
teção ambiental, na forma estabelecida pelo Conama; 
II - caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
nicípios a regionalização das medidas emanadas do 
Sisnama, elaborando normas e padrões supletivos e 
complementares (art. 14).
As licenças, de competência do Poder Executivo, es-
tão dispostas no artigo 19 do Decreto. São elas: 
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I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do plane-
jamento de atividade, contendo requisitos básicos a 
serem atendidos nas fases de localização, instalação e 
operação, observados os planos municipais, estaduais 
ou federais de uso do solo; 
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da 
implantação, de acordo com as especificações cons-
tantes do Projeto Executivo aprovado; e 
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as 
verificações necessárias, o início da atividade licencia-
da e o funcionamento de seus equipamentos de con-
trole de poluição, de acordo com o previsto nas Licen-
ças Prévia e de Instalação.
Os prazos para a concessão das licenças serão fixados 
pelo Conama, observada a natureza técnica da atividade. 
O artigo 20, por sua vez, prescreve sobre o recurso 
administrativo, sendo cabível: 
I - para o Secretário de Assuntos Estratégicos, das 
decisões da Comissão Nacional de Energia Nuclear 
(CNEN); e 
II - para o Secretário do Meio Ambiente, nos casos de 
licenciamento da competência privativa do Ibama, in-
clusive nos de denegação de certificado homologató-
rio.
RESOLUÇÕES DO CONAMA
A seguir, traremos o texto de algumas das principais 
resoluções do CONAMA. Seu conteúdo é bastante auto 
didático, e as questões de concurso público procuram 
exigir que o candidato tenha conhecimento literal de 
seus dispositivos. Por isso, não há a necessidade de traçar 
comentários sobre tais Resoluções.
1. Resolução CONAMA nº 1/1986 (Impactos Am-
bientais)
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - 
IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 
do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo 
exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas pelo 
artigo 18 do mesmo decreto, e 
Considerando a necessidade de se estabelecerem as 
definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as 
diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação 
de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Polí-
tica Nacional do Meio Ambiente,
 
RESOLVE:
 
Art. 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se 
impacto ambiental qualquer alteração das proprieda-
des físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, 
causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou in-
diretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio am-
biente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Art. 2º - Dependerá de elaboração de estudo de im-
pacto ambiental e respectivo relatório de impacto am-
biental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do 
órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter 
supletivo, o licenciamento de atividades modificado-
ras do meio ambiente, tais como
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de 
rolamento;
II - Ferrovias
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos 
químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, arti-
go 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos cole-
tores e emissários de esgotos sanitários; 
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima 
de 230KV; 
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos 
hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, 
acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, 
abertura de canais para navegação, drenagem e irri-
gação, retificação de cursos d’água, abertura de bar-
ras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, 
carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, defi-
nidas no Código de Mineração; 
X - Aterros sanitários, processamento e destino final 
de resíduos tóxicos ou perigosos;
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que 
seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-indus-
triais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, des-
tilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos 
hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente indus-
triais - ZEI;
XIV - Exploração econômicade madeira ou de lenha, 
em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando 
atingir áreas significativas em termos percentuais ou 
de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em 
áreas consideradas de relevante interesse ambiental a 
critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais 
competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, 
derivados ou produtos similares, em quantidade supe-
rior a dez toneladas por dia. 
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas 
acima de 1.000 ha. ou menores, neste caso, quando se 
tratar de áreas significativas em termos percentuais 
ou de importância do ponto de vista ambiental, inclu-
sive nas áreas de proteção ambiental. 
XVIII - nos casos de empreendimento potencialmente 
lesivos ao Patrimônio Espeleológico Nacional. 
 
Art. 3º - (REVOGADO) 
 
Art. 4º - Os órgãos ambientais competentes e os ór-
gãos setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os 
processos de licenciamento com as etapas de planeja-
mento e implantação das atividades modificadoras do 
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meio Ambiente, respeitados os critérios e diretrizes es-
tabelecidos por esta Resolução e tendo por base a na-
tureza o porte e as peculiaridades de cada atividade.
 
Art. 5º - O estudo de impacto ambiental, além de 
atender à legislação, em especial os princípios e ob-
jetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: 
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de 
localização de projeto, confrontando-as com a hipóte-
se de não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos 
ambientais gerados nas fases de implantação e ope-
ração da atividade; 
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta 
ou indiretamente afetada pelos impactos, denomina-
da área de influência do projeto, considerando, em to-
dos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
lV - Considerar os planos e programas governamen-
tais, propostos e em implantação na área de influên-
cia do projeto, e sua compatibilidade.
 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estu-
do de impacto ambiental o órgão estadual competen-
te, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município, fixará 
as diretrizes adicionais que, pelas peculiaridades do 
projeto e características ambientais da área, forem jul-
gadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão 
e análise dos estudos.
 
Art. 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, 
no mínimo, as seguintes atividades técnicas:
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do 
projeto completa descrição e análise dos recursos am-
bientais e suas interações, tal como existem, de modo 
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da 
implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, 
destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos 
e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidroló-
gico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fau-
na e a flora, destacando as espécies indicadoras da 
qualidade ambiental, de valor científico e econômico, 
raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preserva-
ção permanente; 
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, 
os usos da água e a sócio-economia, destacando os 
sítios e monumentos arqueológicos, históricos e cultu-
rais da comunidade, as relações de dependência entre 
a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial 
utilização futura desses recursos. 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de 
suas alternativas, através de identificação, previsão da 
magnitude e interpretação da importância dos prová-
veis impactos relevantes, discriminando: os impactos 
positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e 
indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, tempo-
rários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas 
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição 
dos ônus e benefícios sociais.
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos 
negativos, entre elas os equipamentos de controle e 
sistemas de tratamento de despejos, avaliando a efici-
ência de cada uma delas.
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e 
monitoramento (os impactos positivos e negativos, in-
dicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do es-
tudo de impacto Ambiental o órgão estadual com-
petente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município 
fornecerá as instruções adicionais que se fizerem ne-
cessárias, pelas peculiaridades do projeto e caracterís-
ticas ambientais da área.
 
Art. 7º - (REVOGADO)
 
Art. 8º - Correrão por conta do proponente do proje-
to todas as despesas e custos referentes à realização 
do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e 
aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspe-
ções de campo, análises de laboratório, estudos técni-
cos e científicos e acompanhamento e monitoramento 
dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de 
pelo menos 5 (cinco) cópias,
 
Art. 9º - O relatório de impacto ambiental - RIMA re-
fletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental 
e conterá, no mínimo: 
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação 
e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e 
programas governamentais;
II - A descrição do projeto e suas alternativas tecnoló-
gicas e locacionais, especificando para cada um deles, 
nas fases de construção e operação a área de influ-
ência, as matérias primas, e mão-de-obra, as fontes 
de energia, os processos e técnica operacionais, os 
prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os 
empregos diretos e indiretos a serem gerados;
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósti-
cos ambiental da área de influência do projeto;
IV - A descrição dos prováveis impactos ambientais da 
implantação e operação da atividade, considerando 
o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo 
de incidência dos impactos e indicando os métodos, 
técnicas e critérios adotados para sua identificação, 
quantificação e interpretação;
V - A caracterização da qualidade ambiental futura 
da área de influência, comparando as diferentes situ-
ações da adoção do projeto e suas alternativas, bem 
como com a hipótese de sua não realização;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas miti-
gadoras previstas em relação aos impactos negativos, 
mencionando aqueles que não puderam ser evitados, 
e o grau de alteração esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitora-
mento dos impactos;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favo-
rável (conclusões e comentários de ordem geral).
 
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de 
forma objetiva e adequada a sua compreensão. As in-
formações devem ser traduzidas em linguagem aces-
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sível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e 
demais técnicas de comunicação visual, de modo que 
se possam entender as vantagens e desvantagens do 
projeto, bem como todas as conseqüências ambientais 
de sua implementação.
 
Art. 10 - O órgão estadual competente, ou o IBAMA 
ou, quando couber, o Município terá um prazo para 
se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apre-
sentado.
 
Parágrafo único - O prazo a que se refere o caput deste 
artigo terá o seu termo inicial na data do recebimento 
pelo estadual competente ou pela SEMA do estudo do 
impacto ambiental e seu respectivo RIMA. 
Art. 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando 
e demonstrando pelo interessado o RIMA será acessí-
vel ao público. Suas cópias permanecerãoà disposição 
dos interessados, nos centros de documentação ou bi-
bliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental 
correspondente, inclusive o período de análise técnica
 
§ 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, 
ou tiverem relação direta com o projeto, receberão có-
pia do RIMA, para conhecimento e manifestação,
§ 2º - Ao determinar a execução do estudo de impacto 
ambiental e apresentação do RIMA, o estadual com-
petente ou o IBAMA ou, quando couber o Município, 
determinará o prazo para recebimento dos comentá-
rios a serem feitos pelos órgãos públicos e demais in-
teressados e, sempre que julgar necessário, promoverá 
a realização de audiência pública para informação so-
bre o projeto e seus impactos ambientais e discussão 
do RIMA,
 
Art. 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação.
2. Reoslução CONAMA nº 237/1997 (Licenciamen-
to Ambiental)
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CO-
NAMA, no uso das atribuições e competências que lhe são 
conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho 
de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento 
Interno, e
Considerando a necessidade de revisão dos procedi-
mentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, 
de forma a efetivar a utilização do sistema de licencia-
mento como instrumento de gestão ambiental, instituído 
pela Política Nacional do Meio Ambiente;
Considerando a necessidade de se incorporar ao siste-
ma de licenciamento ambiental os instrumentos de gestão 
ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a me-
lhoria contínua;
Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução 
CONAMA nº 011/94, que determina a necessidade de re-
visão no sistema de licenciamento ambiental;
Considerando a necessidade de regulamentação de 
aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Po-
lítica Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram 
definidos;
Considerando a necessidade de ser estabelecido crité-
rio para exercício da competência para o licenciamento a 
que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto 
de 1981;
Considerando a necessidade de se integrar a atuação 
dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional 
do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas 
competências, 
RESOLVER:
Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as 
seguintes definições:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento adminis-
trativo pelo qual o órgão ambiental competente li-
cencia a localização, instalação, ampliação e a opera-
ção de empreendimentos e atividades utilizadoras de 
recursos ambientais , consideradas efetiva ou poten-
cialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer 
forma, possam causar degradação ambiental, consi-
derando as disposições legais e regulamentares e as 
normas técnicas aplicáveis ao caso.
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente, estabelece as condições, 
restrições e medidas de controle ambiental que deve-
rão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física 
ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar 
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos re-
cursos ambientais consideradas efetiva ou potencial-
mente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estu-
dos relativos aos aspectos ambientais relacionados à 
localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, apresentado como 
subsídio para a análise da licença requerida, tais 
como: relatório ambiental, plano e projeto de controle 
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico 
ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de 
área degradada e análise preliminar de risco.
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer 
impacto ambiental que afete diretamente (área de 
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o 
território de dois ou mais Estados.
Art. 2º- A localização, construção, instalação, amplia-
ção, modificação e operação de empreendimentos e 
atividades utilizadoras de recursos ambientais consi-
deradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem 
como os empreendimentos capazes, sob qualquer for-
ma, de causar degradação ambiental, dependerão de 
prévio licenciamento do órgão ambiental competente, 
sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os 
empreendimentos e as atividades relacionadas no 
Anexo 1, parte integrante desta Resolução.
§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir 
os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a com-
plementação do Anexo 1, levando em consideração as 
especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras 
características do empreendimento ou atividade.
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Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos 
e atividades consideradas efetiva ou potencialmente 
causadoras de significativa degradação do meio de-
penderá de prévio estudo de impacto ambiental e res-
pectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente 
(EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a 
realização de audiências públicas, quando couber, de 
acordo com a regulamentação.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, ve-
rificando que a atividade ou empreendimento não é 
potencialmente causador de significativa degradação 
do meio ambiente, definirá os estudos ambientais per-
tinentes ao respectivo processo de licenciamento.
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Am-
biente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, 
órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambien-
tal, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 
de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades 
com significativo impacto ambiental de âmbito nacio-
nal ou regional, a saber:
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no 
Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plata-
forma continental; na zona econômica exclusiva; em 
terras indígenas ou em unidades de conservação do 
domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Es-
tados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os 
limites territoriais do País ou de um ou mais Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, 
transportar, armazenar e dispor material radioativo, 
em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear 
em qualquer de suas formas e aplicações, mediante 
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - 
CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando cou-
ber, observada a legislação específica.
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este 
artigo após considerar o exame técnico procedido pe-
los órgãos ambientais dos Estados e Municípios em 
que se localizar a atividade ou empreendimento, bem 
como, quando couber, o parecer dos demais órgãos 
competentes da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, envolvidos no procedimento de 
licenciamento.
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, 
poderá delegar aos Estados o licenciamento de ativida-
de com significativo impacto ambiental de âmbito re-
gional, uniformizando, quando possível, as exigências.
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do 
Distrito Federal o licenciamento ambiental dos em-
preendimentos e atividades:
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Mu-
nicípio ou em unidades de conservação de domínio 
estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais 
formas de vegetação natural de preservação perma-
nente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 
de setembro de 1965, e em todas as que assim forem 
consideradas por normas federais, estaduais ou mu-
nicipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os 
limites territoriais de um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aosEstados ou ao Distrito 
Federal, por instrumento legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do 
Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este 
artigo após considerar o exame técnico procedido pelos 
órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar 
a atividade ou empreendimento, bem como, quando 
couber, o parecer dos demais órgãos competentes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ou-
vidos os órgãos competentes da União, dos Estados 
e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento 
ambiental de empreendimentos e atividades de im-
pacto ambiental local e daquelas que lhe forem dele-
gadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licen-
ciados em um único nível de competência, conforme 
estabelecido nos artigos anteriores.
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua compe-
tência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar 
do planejamento do empreendimento ou atividade 
aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próxi-
mas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do 
empreendimento ou atividade de acordo com as espe-
cificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambien-
tal e demais condicionantes, da qual constituem mo-
tivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação 
da atividade ou empreendimento, após a verificação 
do efetivo cumprimento do que consta das licenças 
anteriores, com as medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser 
expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com 
a natureza, características e fase do empreendimento 
ou atividade.
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, li-
cenças ambientais específicas, observadas a natureza, 
características e peculiaridades da atividade ou em-
preendimento e, ainda, a compatibilização do proces-
so de licenciamento com as etapas de planejamento, 
implantação e operação.
Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental 
obedecerá às seguintes etapas:
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com 
a participação do empreendedor, dos documentos, 
projetos e estudos ambientais, necessários ao início do 
processo de licenciamento correspondente à licença a 
ser requerida;
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II - Requerimento da licença ambiental pelo empre-
endedor, acompanhado dos documentos, projetos e 
estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida 
publicidade;
III - Análise pelo órgão ambiental competente, inte-
grante do SISNAMA , dos documentos, projetos e estu-
dos ambientais apresentados e a realização de visto-
rias técnicas, quando necessárias;
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementa-
ções pelo órgão ambiental competente, integrante do 
SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise 
dos documentos, projetos e estudos ambientais apre-
sentados, quando couber, podendo haver a reiteração 
da mesma solicitação caso os esclarecimentos e com-
plementações não tenham sido satisfatórios;
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com 
a regulamentação pertinente;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementa-
ções pelo órgão ambiental competente, decorrentes de 
audiências públicas, quando couber, podendo haver 
reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e 
complementações não tenham sido satisfatórios;
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando 
couber, parecer jurídico;
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de li-
cença, dando-se a devida publicidade.
§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental 
deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Pre-
feitura Municipal, declarando que o local e o tipo de 
empreendimento ou atividade estão em conformidade 
com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo 
e, quando for o caso, a autorização para supressão de 
vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas 
pelos órgãos competentes.
§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujei-
tos ao estudo de impacto ambiental - EIA, se verificada 
a necessidade de nova complementação em decorrên-
cia de esclarecimentos já prestados, conforme incisos 
IV e VI, o órgão ambiental competente, mediante deci-
são motivada e com a participação do empreendedor, 
poderá formular novo pedido de complementação.
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licen-
ciamento deverão ser realizados por profissionais le-
galmente habilitados, às expensas do empreendedor.
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais 
que subscrevem os estudos previstos no caput deste 
artigo serão responsáveis pelas informações apresen-
tadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis 
e penais.
Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá, se 
necessário, procedimentos específicos para as licenças 
ambientais, observadas a natureza, características e pe-
culiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, 
a compatibilização do processo de licenciamento com 
as etapas de planejamento, implantação e operação.
§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos sim-
plificados para as atividades e empreendimentos de 
pequeno potencial de impacto ambiental, que deve-
rão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio 
Ambiente.
§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licen-
ciamento ambiental para pequenos empreendimen-
tos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles 
integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, 
previamente, pelo órgão governamental competente, 
desde que definida a responsabilidade legal pelo con-
junto de empreendimentos ou atividades.
§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agili-
zar e simplificar os procedimentos de licenciamento 
ambiental das atividades e empreendimentos que im-
plementem planos e programas voluntários de gestão 
ambiental, visando a melhoria contínua e o aprimora-
mento do desempenho ambiental.
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença 
ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo le-
gal, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das 
despesas realizadas pelo órgão ambiental competen-
te.
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor 
acesso à planilha de custos realizados pelo órgão am-
biental para a análise da licença.
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá es-
tabelecer prazos de análise diferenciados para cada 
modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das 
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem 
como para a formulação de exigências complementa-
res, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) 
meses a contar do ato de protocolar o requerimento 
até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os 
casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência públi-
ca, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste ar-
tigo será suspensa durante a elaboração dos estudos 
ambientais complementares ou preparação de escla-
recimentos pelo empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alte-
rados, desde que justificados e com a concordância do 
empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação 
de esclarecimentos e complementações, formuladas 
pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo 
máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento 
da respectiva notificação
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá 
ser prorrogado, desde que justificado e com a concor-
dância do empreendedor e do órgão ambiental com-
petente.
Art. 16 - Onão cumprimento dos prazos estipulados 
nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujeitará o licen-
ciamento à ação do órgão que detenha competência 
para atuar supletivamente e o empreendedor ao ar-
quivamento de seu pedido de licença.
Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamen-
to não impedirá a apresentação de novo requerimen-
to de licença, que deverá obedecer aos procedimentos 
estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento 
de custo de análise.
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Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá 
os prazos de validade de cada tipo de licença, especi-
ficando-os no respectivo documento, levando em con-
sideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deve-
rá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de 
elaboração dos planos, programas e projetos relativos 
ao empreendimento ou atividade, não podendo ser 
superior a 5 (cinco) anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) 
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronogra-
ma de instalação do empreendimento ou atividade, 
não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) 
deverá considerar os planos de controle ambiental e 
será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 
(dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação 
(LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, 
desde que não ultrapassem os prazos máximos esta-
belecidos nos incisos I e II
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá esta-
belecer prazos de validade específicos para a Licença 
de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades 
que, por sua natureza e peculiaridades, estejam su-
jeitos a encerramento ou modificação em prazos in-
feriores.
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de 
uma atividade ou empreendimento, o órgão ambien-
tal competente poderá, mediante decisão motivada, 
aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após 
avaliação do desempenho ambiental da atividade 
ou empreendimento no período de vigência anterior, 
respeitados os limites estabelecidos no inciso III.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de 
uma atividade ou empreendimento deverá ser reque-
rida com antecedência mínima de 120 (cento e vin-
te) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado 
na respectiva licença, ficando este automaticamente 
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão 
ambiental competente.
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante 
decisão motivada, poderá modificar os condicionantes 
e as medidas de controle e adequação, suspender ou 
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicio-
nantes ou normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações rele-
vantes que subsidiaram a expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de 
saúde.
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas 
competências licenciatórias, deverão ter implementa-
dos os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deli-
berativo e participação social e, ainda, possuir em seus 
quadros ou a sua disposição profissionais legalmente 
habilitados.
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação, aplicando seus efeitos aos processos de 
licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais 
competentes, revogadas as disposições em contrário, 
em especial os artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA 
nº 001, de 23 de janeiro de 1986
3. Resolução CONAMA nº 378/2006 (empreendi-
mentos potencialmente causadores de impacto am-
biental nacional ou regional)
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CO-
NAMA, no uso de suas competências previstas na Lei nº 
6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo De-
creto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista 
o disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 
168, de 10 de junho de 2005; e
Considerando a necessidade de se definir quais são os 
empreendimentos potencialmente causadores de impacto 
ambiental nacional ou regional para fins do disposto no 
inciso III, § 1º, do art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setem-
bro de 1965, alterado pelo art. 83 da Lei nº 11.284, de 2 
de março de 2006, que estabelece as competências dos 
entes federados para autorizar a exploração de florestas e 
formações sucessoras, 
RESOLVE:
Art. 1º Para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19 
da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com reda-
ção dada pelo art. 83 da Lei nº 11.284, de 2 de março 
de 2006, compete ao Instituto Brasileiro do Meio Am-
biente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA a 
aprovação dos seguintes empreendimentos:
I - exploração de florestas e formações sucessoras que 
envolvam manejo ou supressão de espécies enquadra-
das no Anexo II da Convenção sobre Comércio Inter-
nacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em 
Perigo de Extinção - CITES, promulgada pelo Decre-
to nº 76.623, de 17 de novembro de 1975, com texto 
aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 24 de ju-
nho de 1975;
II - exploração de florestas e formações sucessoras que 
envolvam manejo ou supressão de florestas e forma-
ções sucessoras em imóveis rurais que abranjam dois 
ou mais Estados;
III - supressão de florestas e outras formas de vegeta-
ção nativa em área maior que:
a) dois mil hectares em imóveis rurais localizados na 
Amazônia Legal;
b) mil hectares em imóveis rurais localizados nas de-
mais regiões do país;
IV - supressão de florestas e formações sucessoras em 
obras ou atividades potencialmente poluidoras licen-
ciadas pelo IBAMA;
V - manejo florestal em área superior a cinqüenta mil 
hectares.
Parágrafo único. A exploração de florestas e forma-
ções sucessoras deverá respeitar as regras e limites 
dispostos em normas específicas para o bioma.
Art. 2º Os entes federados poderão celebrar instru-
mentos de cooperação para exercerem as competên-
cias previstas no art. 19 da Lei nº 4.771, de 1965, com 
redação dada pelo art. 83 da Lei nº 11.284, de 2006.
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Art. 3º A autorização para manejo ou supressão de 
florestas e formações sucessoras em zona de amor-
tecimento de unidade de conservação e nas Áreas de 
Proteção Ambiental - APAs somente poderá ser con-
cedida pelo órgão competente mediante prévia mani-
festação do órgão responsável por sua administração.
Parágrafo único. (Revogado pela Resolução CONAMA 
nº 428, de 17.12.2010, DOU 20.12.2010)
Art. 4º A autorização para exploração de florestas e 
formações sucessoras que envolva manejo ou supres-
são de florestas e formações sucessoras em imóveis 
rurais numa faixa de dez quilômetros no entorno de 
terra indígena demarcada deverá ser precedida de in-
formação georreferenciada à Fundação Nacional do 
Índio - FUNAI, exceto no caso da pequena propriedade 
rural ou posse rural familiar, definidas no art. 1º, § 2º, 
inciso I da Lei nº 4.771, de 1965.
Art. 5º Aplicam-se a esta Resolução, no que couber, as 
disposições da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de 
dezembro de 1997.
Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1 - (PETROBRAS – ENGENHEIRO DE MEIO AMBIEN-
TE JUNIOR – CESGRANRIO – 2011) A Lei n° 6.938/81 
e suas alterações dispõem sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação 
e aplicação. Não consta(m) nessa Lei, como sendo um 
instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente:
a) a avaliação de impactos ambientais.
b) a conta de consumo de combustíveis fósseis (CCC).
c) o zoneamento ambiental, embora o recomende.
d) o sistema nacional de informações sobre o meio am-
biente.
e) os instrumentos econômicos, como concessão flores-
tal, servidão ambiental e seguroambiental.
Resposta: Letra B. A avaliação de impactos ambien-
tais é um instrumento da PNMA, presente no art. 9º, 
III. O zoneamento ambiental está previsto no art. 9º, 
II. O sistema nacional de informações sobre o meio 
ambiente está previsto no art. 9º, VII. Os instrumentos 
econômicos também estão previstos na lei de PNMA, 
mais precisamente no art. 9º, XIII. 
2 - (TRF3 – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF3 – 2018) 
De acordo com o artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, NÃO 
são instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
a) O estabelecimento de padrões de qualidade ambien-
tal, o zoneamento e a avaliação de impactos ambien-
tais.
b) Os órgãos e entidades que constituem o Sistema Na-
cional do Meio Ambiente – SISNAMA. 
c) Os incentivos à criação de tecnologia voltados para 
a melhoria da qualidade ambiental e os instrumentos 
econômicos, como concessão florestal, servidão am-
biental e seguro ambiental.
d) O sistema nacional de informações sobre o meio am-
biente e o Cadastro Técnico Federal de Atividades e 
Instrumentos de Defesa Ambiental.
Resposta: Letra B. Os órgãos e entidades que cons-
tituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SIS-
NAMA não são instrumentos da Política Nacional do 
Meio Ambiente, pois são entes despersonalizados que 
prestam serviços auxiliares e de apoio ao SISNAMA. 
Além disso, não estão previstos no rol do art. 9º da Lei 
nº 6.938/1981.
RECURSOS HÍDRICOS. LEI Nº 9.433/1997 E 
SUAS ALTERAÇÕES (INSTRUMENTOS DE 
GESTÃO). RESOLUÇÃO DO CNRH Nº 16/2001 
E SUAS ALTERAÇÕES. SISTEMA NACIONAL 
DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS 
HÍDRICOS (SINGREH).
LEI Nº 9.433/1997 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
A Lei nº 9.433/1997 é a legislação que Institui a Polí-
tica Nacional de Recursos Hídricos e também cria o Sis-
tema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
Trata-se de norma que procura regulamentar o artigo 21, 
XIX, da Constituição Federal, a qual prevê como com-
petência material da União instituir sistema nacional de 
gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de 
outorga de direitos de seu uso.
Logo no primeiro artigo da Lei nº 9.433/1997 apre-
senta os principais fundamentos e objetivos da Polícia 
Nacional de Recursos Hídricos: 
a) a água é um bem de domínio público; 
b) a água é um recurso natural limitado, dotado de 
valor econômico; 
c) em situações de escassez, o uso prioritário dos re-
cursos hídricos é o consumo humano e a desse-
dentação de animais; 
d) a gestão dos recursos hídricos deve sempre pro-
porcionar o uso múltiplo das águas; 
e) a bacia hidrográfica é a unidade territorial para 
implementação da Política Nacional de Recursos 
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos; 
f) a gestão dos recursos hídricos deve ser descentrali-
zada e contar com a participação do Poder Público, 
dos usuários e das comunidades. 
Pode-se observar que a utilização da Política Nacional 
de Recursos Hídricos deve ser gerida por todos os entes 
estatais, e atribuir aos usuários do referido serviço o di-
reito de participar dessa implementação. 
Em relação aos objetivos e as diretrizes gerais da Po-
lítica Nacional de Recursos Hídricos, dispõem os artigos 
2º e 3º que:
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Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos 
Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessá-
ria disponibilidade de água, em padrões de qualidade 
adequados aos respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídri-
cos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao 
desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos 
críticos de origem natural ou decorrentes do uso ina-
dequado dos recursos naturais.
IV - incentivar e promover a captação, a preservação e 
o aproveitamento de águas pluviais.
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para im-
plementação da Política Nacional de Recursos Hídri-
cos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dis-
sociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às di-
versidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, 
sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a 
gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídri-
cos com o dos setores usuários e com os planejamen-
tos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a 
do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas 
com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo 
em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de in-
teresse comum.
Pela leitura dos fundamentos e objetivos, pode-se 
concluir que a Lei nº 9.433/1997, de competência da 
União, é uma lei federal, e procura regulamentar o assun-
to dos Recursos Hídricos do País atendendo aos interes-
ses nacionais. A vigência dessa Lei Federal, todavia, não 
veda a criação de Leis Estaduais ou Municipais que regu-
lem interesses regionais e locais sobre a referida matéria. 
Isso faz parte do processo de repartição de competências 
dos entes federativos, adotado pela atual Constituição. 
Importante destacar quais são os instrumentos uti-
lizados na Política Nacional de Recursos Hídricos. Estão 
dispostos no art. 5º da referida Lei, e são eles: 
a) os Planos de Recursos Hídricos; 
b) o enquadramento dos corpos de água em classes, 
segundo os usos preponderantes da água; 
c) a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; 
d) a cobrança pelo uso de recursos hídricos; 
e) a compensação a Municípios, que foi vetado; e 
f) o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que 
visam a fundamentar e orientar a implementação da Po-
lítica Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento 
dos recursos hídricos. De modo geral, são implementa-
dos a longo prazo, com horizonte de planejamento com-
patível com o período de implantação de seus programas 
e projetos. O artigo 7º da Lei nº 9.433/1997 apresenta o 
conteúdo mínimo desses planos, devendo conter: 
a) diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; 
b) análise de alternativas de crescimento demográfi-
co, de evolução de atividades produtivas e de mo-
dificações dos padrões de ocupação do solo; 
c) balanço entre disponibilidades e demandas futuras 
dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, 
com identificação de conflitos potenciais; 
d) metas de racionalização de uso, aumento da quan-
tidade e melhoria da qualidade dos recursos hídri-
cos disponíveis; 
e) medidas a serem tomadas, programas a serem de-
senvolvidos e projetos a serem implantados, para 
o atendimento das metas previstas; 
f) prioridades para outorga de direitos de uso de re-
cursos hídricos; 
g) diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos 
recursos hídricos; 
h) propostas para a criação de áreas sujeitas a res-
trição de uso, com vistas à proteção dos recursos 
hídricos.
O enquadramento dos corpos de águas em classes, 
segundo os usos preponderantes da água, deve ter por 
escopo, na forma do artigo 9º, assegurar às águas qua-
lidade compatível com os usos mais exigentes a que fo-
rem destinadas; bem como diminuir os custos de com-
bate à poluição das águas, mediante ações preventivas 
permanentes.
O regime de outorga de direitos de uso de recursos 
hídricos tem como objetivos assegurar o controle quan-
titativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exer-
cício dos direitos de acesso à água. Interessante o texto 
do artigo 12 da referida Lei, que procura distinguir os 
direitos de uso de recursos hídricos os quais dependem 
de outorga do Poder Público, e quais não dependem de 
tal requisição.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os 
direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:
I - derivaçãoou captação de parcela da água existente 
em um corpo de água para consumo final, inclusive 
abastecimento público, ou insumo de processo produ-
tivo;
II - extração de água de aquífero subterrâneo para 
consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e de-
mais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, 
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição 
final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou 
a qualidade da água existente em um corpo de água.
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, con-
forme definido em regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das 
necessidades de pequenos núcleos populacionais, dis-
tribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considera-
dos insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas 
insignificantes.
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Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos 
far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, 
renovável. Poderá, também, ter a outorga suspensa, 
na forma do art. 15 da Lei nº 9.433/1997:
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hí-
dricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em 
definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes 
circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da 
outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a 
situações de calamidade, inclusive as decorrentes de 
condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave de-
gradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de 
interesse coletivo, para os quais não se disponha de 
fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características 
de navegabilidade do corpo de água.
O Sistema de Informações dos Recursos Hídricos é 
um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e re-
cuperação de informações sobre recursos hídricos e fa-
tores intervenientes em sua gestão. Os dados gerados 
pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao 
Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídri-
cos (art. 25, caput e parágrafo único, Lei nº 9.433/1997). 
Tem por objetivos, de modo geral, reunir, dar consistên-
cia e divulgar os dados e informações sobre a situação 
qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil, 
mas também atualizar permanentemente as informações 
sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos 
em todo o território nacional; e fornecer subsídios para a 
elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.
Sobre a implementação da Política Nacional de Re-
cursos Hídricos, o art. 29 expõe ser de competência do 
Poder Executivo Federal: 
a) tomar as providências necessárias à implementa-
ção e ao funcionamento do Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos; 
b) outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e 
regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de 
competência; 
c) implantar e gerir o Sistema de Informações sobre 
Recursos Hídricos, em âmbito nacional; e 
d) promover a integração da gestão de recursos hídri-
cos com a gestão ambiental.
A Lei de Políticas Nacionais de Recursos Hídricos 
também procura estabelecer o Sistema Nacional de Ge-
renciamento desses recursos, composto pelos seguin-
tes membros, na forma do art. 33: Conselho Nacional 
de Recursos Hídricos; a Agência Nacional de Águas; os 
Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito 
Federal; os Comitês de Bacia Hidrográfica; os órgãos dos 
poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e 
municipais cujas competências se relacionem com a ges-
tão de recursos hídricos; e as Agências de Águas. 
O artigo 35 trata das competências do Conselho Na-
cional de Recursos Hídricos, a saber:
Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos 
Hídricos:
I - promover a articulação do planejamento de recur-
sos hídricos com os planejamentos nacional, regional, 
estaduais e dos setores usuários;
I - arbitrar, em última instância administrativa, os 
conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Re-
cursos Hídricos;
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de 
recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âm-
bito dos Estados em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido 
encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos 
Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - analisar propostas de alteração da legislação per-
tinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Re-
cursos Hídricos;
VI - estabelecer diretrizes complementares para imple-
mentação da Política Nacional de Recursos Hídricos, 
aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de 
Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a 
elaboração de seus regimentos;
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacio-
nal de Recursos Hídricos e determinar as providências 
necessárias ao cumprimento de suas metas;
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de di-
reitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança 
por seu uso.
XI - zelar pela implementação da Política Nacional de 
Segurança de Barragens (PNSB);
XII - estabelecer diretrizes para implementação da 
PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do 
Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de 
Barragens (SNISB);
XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, 
fazendo, se necessário, recomendações para melhoria 
da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao 
Congresso Nacional.
Já os Comitês de Bacias Hidrográficas, compostos por 
representantes da União, Estados, Municípios, do Distrito 
Federal, dos usuários e das entidades civis de recursos 
hídricos com atuação comprovada na bacia, possuem 
competências dispostas no artigo 38, in verbis:
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, 
no âmbito de sua área de atuação:
I - promover o debate das questões relacionadas a 
recursos hídricos e articular a atuação das entidades 
intervenientes;
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os 
conflitos relacionados aos recursos hídricos;
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hí-
dricos da bacia e sugerir as providências necessárias 
ao cumprimento de suas metas;
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Es-
taduais de Recursos Hídricos as acumulações, deriva-
ções, captações e lançamentos de pouca expressão, 
para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga 
de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com 
os domínios destes;
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VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso 
de recursos hídricos e sugerir os valores a serem co-
brados;
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de cus-
to das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou 
coletivo. 
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia 
Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional 
ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de 
acordo com sua esfera de competência.
A criação de uma Agência de Águas, que exercem 
função de secretaria executiva do respectivo ou respec-
tivos Comitês de Bacia Hidrográfica, é condicionada ao 
atendimento de certos requisitos, que encontram-se dis-
postos no artigo 43: 
I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comi-
tês de Bacia Hidrográfica; e 
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança 
do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.
Por fim, a Lei nº 9.433/1997 também prevê algumas 
infrações e penalidades no seu Título III. 
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de 
recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer 
finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;
II - iniciar a implantaçãoou implantar empreendi-
mento relacionado com a derivação ou a utilização 
de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que 
implique alterações no regime, quantidade ou qua-
lidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou 
entidades competentes;
III - (VETADO)
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras 
ou serviços relacionados com os mesmos em desacor-
do com as condições estabelecidas na outorga;
V - perfurar poços para extração de água subterrânea 
ou operá-los sem a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utiliza-
dos ou declarar valores diferentes dos medidos;
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento 
desta Lei e nos regulamentos administrativos, com-
preendendo instruções e procedimentos fixados pelos 
órgãos ou entidades competentes;
VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das au-
toridades competentes no exercício de suas funções.
Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou 
regulamentar referentes à execução de obras e ser-
viços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos 
hídricos de domínio ou administração da União, ou 
pelo não atendimento das solicitações feitas, o infra-
tor, a critério da autoridade competente, ficará sujeito 
às seguintes penalidades, independentemente de sua 
ordem de enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos 
prazos para correção das irregularidades;
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade 
da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 
(dez mil reais);
III - embargo provisório, por prazo determinado, para 
execução de serviços e obras necessárias ao efetivo 
cumprimento das condições de outorga ou para o 
cumprimento de normas referentes ao uso, controle, 
conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se 
for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo esta-
do, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos 
dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os 
poços de extração de água subterrânea.
Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a 
serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde 
ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos 
de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada 
nunca será inferior à metade do valor máximo cominado 
em abstrato.
No caso dos incisos III e IV, independentemente da 
pena de multa, serão cobradas do infrator as despesas 
em que incorrer a Administração para tornar efetivas as 
medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 
36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de 
responder pela indenização dos danos a que der causa.
RESOLUÇÃO CNRH nº 16/2001
A Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos nº 16, de 8 de maio de 2001, dispõe sobre a outorga 
de direito de uso de recursos hídricos. Seu conteúdo é bas-
tante auto didático, e as questões de concurso público 
procuram exigir que o candidato tenha conhecimento li-
teral de seus dispositivos. Por isso, não há a necessidade 
de traçar comentários sobre tal Resolução.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no uso das 
competências que lhe são conferidas pelo art. 13 da Lei nº 
9.433, de 08 de janeiro de 1997 , pelo art. 1º do Decreto nº 
2.612, de 03 de junho de 1998 , e conforme o disposto em 
seu Regimento Interno, e:
Considerando a necessidade da atuação integrada dos 
órgãos componentes do SNGRH na execução da Política 
Nacional de Recursos Hídricos, em conformidade com as 
respectivas competências, resolve:
Art. 1º A outorga de direito de uso de recursos hídricos 
é o ato administrativo mediante o qual a autoridade 
outorgante faculta ao outorgado previamente ou me-
diante o direito de uso de recurso hídrico, por prazo 
determinado, nos termos e nas condições expressas no 
respectivo ato, consideradas as legislações específicas 
vigentes.
§ 1º A outorga não implica alienação total ou parcial 
das águas, que são inalienáveis, mas o simples direito 
de uso.
§ 2º A outorga confere o direito de uso de recursos 
hídricos condicionado à disponibilidade hídrica e ao 
regime de racionamento, sujeitando o outorgado à 
suspensão da outorga.
§ 3º O outorgado é obrigado a respeitar direitos de 
terceiros.
§ 4º A análise dos pleitos de outorga deverá considerar 
a interdependência das águas superficiais e subterrâ-
neas e as interações observadas no ciclo hidrológico 
visando a gestão integrada dos recursos hídricos.
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Art. 2º A transferência do ato de outorga a terceiros 
deverá conservar as mesmas características e condi-
ções da outorga original e poderá ser feita total ou 
parcialmente quando aprovada pela autoridade ou-
torgante e será objeto de novo ato administrativo in-
dicando o(s) titular(es).
Art. 3º O outorgado poderá disponibilizar ao outor-
gante, a critério deste, por prazo igual ou superior a 
um ano, vazão parcial ou total de seu direito de uso, 
devendo o outorgante emitir novo ato administrativo.
Art. 4º Estão sujeitos à outorga:
I - a derivação ou captação de parcela de água exis-
tente em um corpo de água, para consumo final, in-
clusive abastecimento público ou insumo de processo 
produtivo;
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para 
consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais 
resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o 
fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV - o uso para fins de aproveitamento de potenciais 
hidrelétricos; e
V - outros usos e/ou interferências, que alterem o re-
gime, a quantidade ou a qualidade da água existente 
em um corpo de água.
Parágrafo único. A outorga poderá abranger direito 
de uso múltiplo e/ou integrado de recursos hídricos, 
superficiais e subterrâneos, ficando o outorgado res-
ponsável pela observância concomitante de todos os 
usos a ele outorgados.
Art. 5º Independem de outorga:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das 
necessidades de pequenos núcleos populacionais dis-
tribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considera-
dos insignificantes, tanto do ponto de vista de volume 
quanto de carga poluente; e
III - as acumulações de volumes de água consideradas 
insignificantes.
Parágrafo único. Os critérios específicos de vazões ou 
acumulações de volumes de água consideradas insig-
nificantes serão estabelecidos nos planos de recursos 
hídricos, devidamente aprovados pelos corresponden-
tes comitês de bacia hidrográfica ou, na inexistência 
destes, pela autoridade outorgante.
Art. 6º A outorga de direito de uso de recursos hídri-
cos terá o prazo máximo de vigência de trinta e cinco 
anos, contados da data da publicação do respectivo 
ato administrativo, respeitados os seguintes limites de 
prazo:
I - até dois anos, para o início da implantação do em-
preendimento objeto da outorga;
II - até seis anos, para conclusão da implantação do 
empreendimento projetado.
§ 1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorro-
gado, pela respectiva autoridade outorgante, respei-
tando-se as prioridades estabelecidas nos Planos de 
Recursos Hídricos.
§ 2º Os prazos de vigência das outorgas de direito de 
uso e recursos hídricos serão fixados em função da 
natureza, finalidade e do porte do empreendimento, 
levando-se em consideração, quando for o caso, o pe-
ríodo de retorno do investimento.
§ 3º Os prazos a que se referem os incisos I e II des-
te artigo, poderão ser ampliados quando o porte e a 
importância social e econômica do empreendimento 
o justificar, ouvido o Conselho de Recursos Hídricos 
competente.
§ 4º A outorga de direito de uso de recursos hídricos 
para concessionárias e autorizadas de serviços públi-
cos e de geração de energia hidrelétrica, bem como 
suas prorrogações, vigorará por prazo coincidente 
com o do correspondente contrato de concessão ou 
ato administrativo de autorização.
Art. 7º A autoridade outorgante poderá emitir outor-
gas preventivas de uso de recursos hídricos, instituídas 
peloart. 6º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 , 
mediante requerimento, com a finalidade de declarar 
a disponibilidade de água para os usos requeridos, ob-
servado o disposto no art. 13 da Lei nº 9.433 de 08 de 
janeiro de 1997 .
§ 1º A outorga preventiva não confere direito de uso 
de recursos hídricos e se destina a reservar a vazão 
passível de outorga, possibilitando, aos investidores, 
o planejamento de empreendimentos que necessitem 
desses recursos.
§ 2º O prazo de validade da outorga preventiva será 
fixado levando-se em conta a complexidade do plane-
jamento do empreendimento, limitando-se ao máxi-
mo de três anos, findo o qual será considerado o dis-
posto nos incisos I e II do artigo anterior.
§ 3º A outorga de que trata este artigo deverá obser-
var as prioridades estabelecidas nos Planos de Recur-
sos Hídricos e os prazos requeridos no procedimento 
de licenciamento ambiental.
Art. 8º A autoridade outorgante deverá estabelecer 
prazos máximos de análise dos procedimentos de 
outorga preventiva e de outorga de direito de uso, 
considerando as peculiaridades da atividade ou em-
preendimento, a contar da data da protocolização do 
requerimento, ressalvada a necessidade da formula-
ção de exigências complementares.
Art. 9º As outorgas preventiva e de direito de uso dos 
recursos hídricos relativas a atividades setoriais, po-
derão ser objeto de resolução, em consonância com o 
disposto nesta Resolução.
Art. 10. A autoridade outorgante deverá assegurar ao 
público o acesso aos critérios que orientaram as toma-
das de decisão referentes a outorga.
Art. 11. Para licitar a concessão ou autorizar o uso de 
potencial de energia hidráulica, a Agência Nacional 
de Energia Elétrica - ANEEL deverá promover, junto à 
autoridade outorgante competente, a prévia obtenção 
de declaração de reserva de disponibilidade hídrica, 
observando o período de transição conforme estipula-
do na Lei nº 9.984, de 2000 .
§ 1º A declaração de reserva de disponibilidade hí-
drica será transformada, pela respectiva autoridade 
outorgante, em outorga de direito de uso de recursos 
hídricos à entidade que receber da ANEEL a conces-
são ou a autorização de uso do potencial de energia 
hidráulica.
§ 2º A declaração de reserva de disponibilidade hídri-
ca obedecerá ao disposto no art. 13 da Lei nº 9.433, 
de 1997 , e será fornecida em prazos a serem regula-
mentados.
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Art. 12. A outorga deverá observar os planos de recur-
sos hídricos e, em especial:
I - as prioridades de uso estabelecidas;
II - a classe em que o corpo de água estiver enquadra-
do, em consonância com a legislação ambiental;
III - a preservação dos usos múltiplos previstos; e
IV - a manutenção das condições adequadas ao trans-
porte aquaviário, quando couber.
§ 1º As vazões e os volumes outorgados poderão ficar 
indisponíveis, total ou parcialmente, para outros usos 
no corpo de água, considerando o balanço hídrico e a 
capacidade de autodepuração para o caso de diluição 
de efluentes.
§ 2º A vazão de diluição poderá ser destinada a outros 
usos no corpo de água, desde que não agregue carga 
poluente adicional.
Art. 13. A emissão da outorga obedecerá, no mínimo, 
às seguintes prioridades:
I - o interesse público;
II - a data da protocolização do requerimento, ressal-
vada a complexidade de análise do uso ou interferên-
cia pleiteados e a. necessidade de complementação de 
informações.
Art. 14. Os Planos de Recursos Hídricos de Bacias Hi-
drográficas deverão considerar as outorgas existentes 
em suas correspondentes áreas de abrangência e re-
comendar às autoridades outorgantes, quando for o 
caso, a realização de ajustes e adaptações nos respec-
tivos atos.
Art. 15. A outorga de direito de uso da água para o 
lançamento de efluentes será dada em quantidade 
de água necessária para a diluição da carga poluen-
te, que pode variar ao longo do prazo de validade da 
outorga, com base nos padrões de qualidade da água 
correspondentes à classe de enquadramento do res-
pectivo corpo receptor e/ou em critérios específicos 
definidos no correspondente plano de recursos hídri-
cos ou pelos órgãos competentes.
Art. 16. O requerimento de outorga, de uso de recur-
sos hídricos será formulado por escrito, à autoridade 
competente e instruído com, no mínimo, as seguintes 
informações:
I - em todos os casos:
a) identificação do requerente;
b) localização geográfica do(s) ponto(s) característico(s) 
objeto do pleito de outorga, incluindo nome do corpo 
de água e da bacia hidrográfica principal;
c) especificação da finalidade do uso da água;
II - quando se tratar de derivação ou captação de água 
oriunda de corpo de água superficial ou subterrâneo:
a) razão máxima instantânea e volume diário que se 
pretenda derivar;
b) regime de variação em termos de número de dias 
de captação, em cada mês, e de número de horas de 
captação, em cada dia;
III - quando se tratar de lançamento de esgotos e de-
mais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, 
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição 
final:
a) vazão máxima instantânea e volume diário a ser 
lançado no corpo de água receptor e regime de varia-
ção do lançamento;
b) concentrações e cargas de poluentes físicos, quími-
cos e biológicos.
Parágrafo único. Os estudos e projetos hidráulicos, 
geológicos, hidrológicos e hidrogeológicos, correspon-
dentes às atividades necessárias ao uso dos recursos 
hídricos, deverão ser executados sob a responsabili-
dade de profissional devidamente habilitado junto ao 
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia - CREA.
Art. 17. O requerimento de outorga e seus anexos 
deverão ser protocolizados junto à autoridade outor-
gante competente, de acordo com a jurisdição onde 
se localizarem os corpos de água objetos da outorga.
Art. 18. O processo objeto do requerimento de outor-
ga de direito de uso de recursos hídricos, poderá ser 
arquivado quando o requerente deixar de apresentar 
as informações ou documentos solicitados pela auto-
ridade outorgante, após três meses contados da data 
da solicitação.
Art. 19. Os pedidos de outorga poderão ser indeferi-
dos em função do não-cumprimento das exigências 
técnicas ou legais ou do interesse público, mediante 
decisão devidamente fundamentada, devendo ser pu-
blicada na forma de extrato no Diário Oficial.
Art. 20. Do ato administrativo da outorga, deverão 
constar, no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do outorgado;
II - localização geográfica e hidrográfica, quantidade, 
e finalidade a que se destinem as águas;
III - prazo de vigência;
IV - obrigação, nos termos da legislação, de recolher 
os valores da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, 
quando exigível, que será definida mediante regula-
mento específico;
V - condição em que a outorga poderá cessar seus 
efeitos legais, observada a legislação pertinente; e
VI - situações ou circunstâncias em que poderá ocorrer 
a suspensão da outorga em observância ao art. 15 da 
Lei nº 9.433, de 1997 e do art. 24 desta Resolução.
Art. 21. A autoridade outorgante manterá cadastro 
dos usuários de recursos hídricos contendo, para cada 
corpo de água, no mínimo:
I - registro das outorgas emitidas e dos usos que inde-
pendem de outorga;
II - vazão máxima instantânea e volume diário outor-
gado no corpo de água e em todos os corpos de água 
localizados a montante e a jusante;
III - vazão máxima instantânea e volume diário dis-
ponibilizados no corpo de água e nos corpos de água 
localizados a montante e a jusante, para atendimento 
aos usos que independem de outorga; e
IV - vazão mínima do corpo de água necessária à pre-
venção da degradação ambiental, à manutenção dos 
ecossistemas aquáticos e à manutenção de condições 
adequadas ao transporte aquaviário, quando couber, 
dentre outros usos.
§ 1º As informações sobre o cadastro e o registro das 
outorgas integrarão o Sistema Nacional de Informa-
ções sobre Recursos Hídricos.
§ 2º A cada emissão de nova outorga a autoridade 
outorgante fará o registro do aumento da vazão e do 
volumeoutorgados no respectivo corpo de água.
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§ 3º Será obrigatório o cadastro para qualquer tipo de 
uso de recurso hídrico e deverá ser efetuada a comu-
nicação à autoridade outorgante, da paralisação tem-
porária de uso por período superior a seis meses, bem 
como da desistência do(s) uso(s) outorgado(s).
Art. 22. O outorgado interessado em renovar a ou-
torga deverá apresentar requerimento à autoridade 
outorgante competente com antecedência mínima de 
noventa dias da data de término da outorga.
§ 1º O pedido de renovação somente será atendido 
se forem observadas as normas, critérios e prioridades 
vigentes na época da renovação.
§ 2º Cumpridos os termos do caput, se a autoridade 
outorgante não houver se manifestado expressamente 
a respeito do pedido de renovação até a data de tér-
mino da outorga, fica esta automaticamente prorro-
gada até que ocorra deferimento ou indeferimento do 
referido pedido.
Art. 23. As outorgas emitidas serão publicadas no Diá-
rio Oficial da União, do Estado ou do Distrito Federal, 
conforme o caso, na forma de extrato, no qual deverá 
constar, no mínimo, as informações constantes do art. 
20, desta Resolução.
§ 1º Fica facultada às autoridades outorgantes a 
adoção de sistema eletrônico para requerimento das 
outorgas, podendo dispensar a apresentação dos ori-
ginais da documentação exigível, desde que seja as-
segurada sua disponibilidade a qualquer tempo, para 
fins de verificação e fiscalização.
§ 2º Caso a autoridade outorgante verifique inexati-
dão quanto à documentação apresentada pelo reque-
rente, serão aplicadas as sanções cabíveis, previstas 
em lei.
Art. 24. A outorga de. uso de recursos hídricos poderá 
ser suspensa pela autoridade outorgante, parcial ou 
totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, 
sem qualquer direito de indenização ao usuário, nas 
seguintes circunstâncias:
I - não-cumprimento pelo outorgado dos termos da 
outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a 
situações de calamidade, inclusive as decorrentes de 
condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave de-
gradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários de 
interesse coletivo para os quais não se disponha de 
fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características 
de navegabilidade do corpo de água; e
VII - indeferimento ou cassação da licença ambiental.
§ 1º A suspensão da outorga só poderá ser efetivada se 
devidamente fundamentada em estudos técnicos que 
comprovem a necessidade do ato.
§ 2º A suspensão de outorga de uso de recursos hí-
dricos, prevista neste artigo, implica automaticamente 
no corte ou na redução dos usos outorgados.
Art. 25. A outorga de direito de uso de recursos hídri-
cos extingue-se, sem qualquer direito de indenização 
ao usuário, nas seguintes circunstâncias:
I - morte do usuário - pessoa física;
II - liquidação judicial ou extrajudicial do usuário - 
pessoa jurídica; e
III - término do prazo de validade de outorga sem que 
tenha havido tempestivo pedido de renovação.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, os 
herdeiros ou inventariantes do usuário outorgado, se 
interessados em prosseguir com a utilização da ou-
torga, deverão solicitar em até cento e oitenta dias da 
data do óbito, a retificação do ato administrativo da 
portaria, que manterá seu prazo e condições originais, 
quando da definição do(s) legítimo(s) herdeiro(s), sen-
do emitida nova portaria, em nome deste(s).
Art. 26. Quando da ocorrência de eventos críticos na 
bacia hidrográfica, a autoridade outorgante pode-
rá instituir regime de racionamento de água para os 
usuários, pelo período que se fizer necessário, ouvido 
o respectivo Comitê.
§ 1º Serão prioritariamente assegurados os volumes 
mínimos necessários para consumo humano e desse-
dentação de animais.
§ 2º Em caso onde haja o não-atendimento da vazão 
outorgada, poderá o usuário prejudicado solicitar pro-
vidências à autoridade outorgante, de modo a garan-
tir providências que assegure o seu direito de uso ou o 
tratamento eqüitativo.
§ 3º Poderão ser racionadas, indistintamente, as cap-
tações de água e/ou as diluições de efluentes, sendo 
que, neste último caso, o racionamento poderá impli-
car restrição ao lançamento de efluentes que compro-
metam a qualidade de água do corpo receptor.
Art. 27. As Unidades da Federação a quem compete 
a emissão das outorgas dos recursos hídricos subter-
râneos, deverão manter os serviços indispensáveis à 
avaliação destes recursos, ao comportamento hidroló-
gico dos aquíferos e ao controle da qualidade e quan-
tidade.
Art. 28. Em caso de conflito no uso das águas subter-
râneas de aquíferos que se estendam a mais de uma 
Unidade da Federação, caberá ao Conselho Nacional 
de Recursos Hídricos arbitrá-lo.
Art. 29. A autoridade outorgante poderá delegar às 
Agências de Água o exercício das seguintes atividades 
relacionadas à outorga de uso dos recursos hídricos 
situados em suas respectivas áreas de atuação:
I - recepção dos requerimentos de outorga;
II - análise técnica dos pedidos de outorga;
III - emissão de parecer sobre os pedidos de outorga.
Art. 30. O ato administrativo de outorga não exime o 
outorgado do cumprimento da legislação ambiental 
pertinente ou das exigências que venham a ser feitas 
por outros órgãos e entidades competentes.
Art. 31. O outorgado deverá implantar e manter o 
monitoramento da vazão captada e/ou lançada e da 
qualidade do efluente, encaminhando à autoridade 
outorgante os dados observados ou medidos na forma 
preconizada no ato da outorga.
Art. 32. O não-cumprimento ao disposto nesta Resolu-
ção acarretará aos infratores as sanções previstas na 
Lei nº 9.433, de 1997 , e na legislação correlata.
Art. 33. Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação.
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SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RE-
CURSOS HÍDRICOS (SINGREH)
Um sistema de gerenciamento das águas é o conjun-
to de organismos, agências e instalações governamen-
tais e privadas, estabelecidos com o objetivo de executar 
a Política das Águas, através de um modelo de gerencia-
mento das águas adotado, e com os instrumentos para o 
planejamento das águas. É o mecanismo que promove a 
dinâmica do arranjo institucional da gestão de recursos 
hídricos. 
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos – SINGREH tem como objetivo coordenar a ges-
tão integrada das águas, arbitrar administrativamente os 
conflitos relativos aos recursos hídricos, implementar a 
Política Nacional de Recursos Hídricos, planejar, regular 
e controlar o uso, preservação e a recuperação dos re-
cursos hídricos e promover a cobrança pelo uso da água.
O Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
conta com uma estrutura que compreende o Conselho 
Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, os conselhos de 
recursos hídricos dos Estados e do Distrito Federal, os 
comitês de bacias hidrográficas, as agências de água, a 
ANA (Agência Nacional de Águas) e os órgãos dos pode-
res públicos Federal, Estaduais, do Distrito Federal e Mu-
nicipais, cujas competências se relacionem com a gestão 
de recursos hídricos.
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é o ór-
gão deliberativo e normativo mais elevado na hierarquia 
do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, em termos 
administrativos, ao qual cabe decidir sobre as grandes 
questões do setor, além de dirimir as contendas de maior 
vulto.
Regulamentado por meio do Decreto Federal n° 
2.612, de 3 de junho de 1998, o Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos é o órgão máximo normativo e deli-
berativo.
A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos é exercida pela Secretaria de Recur-
sos Hídricos e Ambientes Urbanos do Ministério do Meio 
Ambiente, cuja competência é prestar apoio administra-
tivo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recur-
sos Hídricos e coordenar a elaboração do Plano Nacional 
de Recursos Hídricos eencaminhá-lo à aprovação do 
Conselho.
O CNRH possui, também, 10 Câmaras Técnicas te-
máticas para tratar de assuntos pertinentes às suas atri-
buições, com o objetivo de subsidiar as decisões dos 
conselheiros em plenário.
Para maiores detalhes sobre a estrutura e o funciona-
mento do SINGREH, recomendamos uma leitura na ínte-
gra da página da internet da Agência Nacional de Águas 
(ANA), o qual você pode acessar pelo seguinte endereço 
eletrônico: https://www.ana.gov.br/aguas-no-brasil/sis-
tema-de-gerenciamento-de-recursos-hidricos/o-que-e-
-o-singreh
RECURSOS FLORESTAIS. LEI 
Nº 12.651/2012 E SUAS ALTERAÇÕES. 
RESOLUÇÕES DO CONAMA Nº 302/2002 
E 303/2002. LEI Nº 11.284/2006 E SUAS 
ALTERAÇÕES (GESTÃO DE FLORESTAS 
PÚBLICAS). SIGNIFICADO DE GESTÃO E DE 
CONCESSÃO FLORESTAL.
LEI Nº 12.651/2012 E SUAS ALTERAÇÕES
A Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012, tam-
bém conhecido como o “Código Florestal Brasileiro”, es-
tabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, 
áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva 
Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-
-prima florestal, o controle da origem dos produtos flo-
restais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, 
e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o 
alcance de seus objetivos.
1. Disposições gerais
O parágrafo único do art. 1º-A dispõe dos princípios 
presentes no Código Florestal. Dentre esses princípios, 
temos:
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com 
a preservação das suas florestas e demais formas de 
vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do 
solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema 
climático, para o bem estar das gerações presentes e 
futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica 
da atividade agropecuária e do papel das florestas e 
demais formas de vegetação nativa na sustentabilida-
de, no crescimento econômico, na melhoria da qua-
lidade de vida da população brasileira e na presença 
do País nos mercados nacional e internacional de ali-
mentos e bioenergia;
III - ação governamental de proteção e uso sustentá-
vel de florestas, consagrando o compromisso do País 
com a compatibilização e harmonização entre o uso 
produtivo da terra e a preservação da água, do solo e 
da vegetação;.
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distri-
to Federal e Municípios, em colaboração com a socie-
dade civil, na criação de políticas para a preservação 
e restauração da vegetação nativa e de suas funções 
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;.
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na bus-
ca da inovação para o uso sustentável do solo e da 
água, a recuperação e a preservação das florestas e 
demais formas de vegetação nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos 
para fomentar a preservação e a recuperação da ve-
getação nativa e para promover o desenvolvimento de 
atividades produtivas sustentáveis.
O artigo 3º, por sua vez, traz alguns conceitos rele-
vantes para a matéria.
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Amazônia Legal é o complexo de Estados do Acre, 
Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato 
Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, 
dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridia-
no de 44º W, do Estado do Maranhão.
Área de Preservação Permanente – APP é a área pro-
tegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a fun-
ção ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisa-
gem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar 
o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegu-
rar o bem-estar das populações humanas.
Reserva Legal é a área localizada no interior de uma 
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do 
art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de 
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel ru-
ral, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos 
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, 
bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da 
flora nativa.
Área rural consolidada é área de imóvel rural com 
ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, 
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipas-
toris, admitida, neste último caso, a adoção do regime 
de pousio.
Pequena propriedade ou posse rural familiar é aque-
la explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor 
familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os as-
sentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda 
ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 
2006.
Utilidade pública é: 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sa-
nitária; 
b) as obras de infraestrutura destinadas às conces-
sões e aos serviços públicos de transporte, sistema 
viário, inclusive aquele necessário aos parcelamen-
tos de solo urbano aprovados pelos Municípios, 
saneamento, energia, telecomunicações, radiodi-
fusão, bem como mineração, exceto, neste último 
caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; 
c) atividades e obras de defesa civil; 
d) atividades que comprovadamente proporcionem 
melhorias na proteção das funções ambientais re-
feridas no inciso II deste artigo; 
e) outras atividades similares devidamente caracteri-
zadas e motivadas em procedimento administra-
tivo próprio, quando inexistir alternativa técnica e 
locacional ao empreendimento proposto, defini-
das em ato do Chefe do Poder Executivo federal.
Interesse social, por, sua vez: 
a) as atividades imprescindíveis à proteção da inte-
gridade da vegetação nativa, tais como prevenção, 
combate e controle do fogo, controle da erosão, 
erradicação de invasoras e proteção de plantios 
com espécies nativas; 
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na 
pequena propriedade ou posse rural familiar ou 
por povos e comunidades tradicionais, desde que 
não descaracterize a cobertura vegetal existente e 
não prejudique a função ambiental da área; 
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a 
esportes, lazer e atividades educacionais e culturais 
ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, 
observadas as condições estabelecidas nesta Lei; 
d) a regularização fundiária de assentamentos huma-
nos ocupados predominantemente por população 
de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, 
observadas as condições estabelecidas na Lei nº 
11.977, de 7 de julho de 2009; 
e) implantação de instalações necessárias à captação 
e condução de água e de efluentes tratados para 
projetos cujos recursos hídricos são partes inte-
grantes e essenciais da atividade; 
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argi-
la, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade 
competente; 
g) outras atividades similares devidamente caracteri-
zadas e motivadas em procedimento administra-
tivo próprio, quando inexistir alternativa técnica e 
locacional à atividade proposta, definidas em ato 
do Chefe do Poder Executivo federal.
2. Áreas de Proteção Permanente (APP)
Considera-se Área de Preservação Permanente, em 
zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei (art. 4º):
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natu-
ral perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a 
borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos 
de 10 (dez) metros de largura; 
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que 
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de lar-
gura; 
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que te-
nham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de 
largura; 
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que 
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros 
de largura; 
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que 
tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, 
em faixa com largura mínima de: 
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o 
corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, 
cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água ar-
tificiais, decorrentes de barramento ou represamento 
de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença 
ambiental do empreendimento.
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos 
d’água perenes, qualquer que seja sua situação topo-
gráfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade su-
perior a 45º , equivalente a 100% (cem por cento) na 
linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabili-
zadoras de mangues;
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VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha 
de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 
(cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, 
com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação 
média maior que 25º , as áreas delimitadas a partir 
da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da 
altura mínima da elevação sempre em relação à base, 
sendo esta definida pelo plano horizontal determina-
do por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos 
relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais 
próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oito-
centos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção ho-
rizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) me-
tros, a partir do espaço permanentemente brejoso e 
encharcado.
Nas acumulações naturais ou artificiais de água com 
superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a re-
serva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do 
caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação na-
tiva, salvo autorização do órgão ambiental competente 
do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama (art. 
4º, § 4º).
Consideram-se, ainda, de preservação permanente, 
quando declaradas de interesse social por ato do Chefe 
do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou 
outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais 
das seguintes finalidades: 
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchen-
tes e deslizamentos de terra e de rocha; 
II - proteger as restingas ou veredas; 
III - proteger várzeas; 
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaça-
dos de extinção; 
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor 
científico, cultural ou histórico; 
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e 
ferrovias; 
VII - assegurar condições de bem-estar público; 
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério 
das autoridades militares. IX - proteger áreas úmidas, 
especialmente as de importância internacional. 
Nos pantanais e planícies pantaneiras, é permitida 
a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se 
considerar as recomendações técnicas dos órgãos ofi-
ciais de pesquisa, ficando novas supressões de vegetação 
nativa para uso alternativo do solo condicionadas à auto-
rização do órgão estadual do meio ambiente, com base 
nas recomendações mencionadas neste artigo (art. 10).
3. Uso ecologicamente sustentável
A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos 
do § 4º do art. 225 da Constituição Federal, devendo sua 
ocupação e exploração dar-se de modo ecologicamente 
sustentável (art. 11-A).
Os apicuns e salgados podem ser utilizados em ativi-
dades de carcinicultura e salinas, desde que observados 
os seguintes requisitos: 
I - área total ocupada em cada Estado não superior 
a 10% (dez por cento) dessa modalidade de fitofisio-
nomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e cinco 
por cento) no restante do País, excluídas as ocupações 
consolidadas que atendam ao disposto no § 6º deste 
artigo; 
II - salvaguarda da absoluta integridade dos mangue-
zais arbustivos e dos processos ecológicos essenciais a 
eles associados, bem como da sua produtividade bio-
lógica e condição de berçário de recursos pesqueiros; 
III - licenciamento da atividade e das instalações pelo 
órgão ambiental estadual, cientificado o Instituto Bra-
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis - IBAMA e, no caso de uso de terrenos de 
marinha ou outros bens da União, realizada regulari-
zação prévia da titulação perante a União; 
IV - recolhimento, tratamento e disposição adequados 
dos efluentes e resíduos; 
V - garantia da manutenção da qualidade da água e 
do solo, respeitadas as Áreas de Preservação Perma-
nente; e 
VI - respeito às atividades tradicionais de sobrevivên-
cia das comunidades locais.
4. Área de reserva legal
Dispõe o artigo 12 da referida Lei que todo imóvel ru-
ral deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a 
título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das nor-
mas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observa-
dos os seguintes percentuais mínimos em relação à área do 
imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por 
cento), no imóvel situado em área de florestas; b) 35% 
(trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área 
de cerrado; c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado 
em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte 
por cento).
Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer 
título, inclusive para assentamentos pelo Programa de 
Reforma Agrária, será considerada, para fins do disposto 
do caput , a área do imóvel antes do fracionamento.
Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Eco-
nômico - ZEE estadual, realizado segundo metodologia 
unificada, o poder público federal poderá:
I - reduzir, exclusivamente para fins de regularização, 
mediante recomposição, regeneração ou compensa-
ção da Reserva Legal de imóveis com área rural con-
solidada, situados em área de floresta localizada na 
Amazônia Legal, para até 50% (cinquenta por cento) 
da propriedade, excluídas as áreas prioritárias para 
conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos 
e os corredores ecológicos; 
II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% 
(cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta 
Lei, para cumprimento de metas nacionais de prote-
ção à biodiversidade ou de redução de emissão de ga-
ses de efeito estufa (art. 13). 
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A localização da área de Reserva Legal no imóvel ru-
ral deverá levar em consideração os seguintes estudos e 
critérios: 
I - o plano de bacia hidrográfica; 
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico; 
III - a formação de corredores ecológicos com outra 
Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, 
com Unidade de Conservação ou com outra área le-
galmente protegida; 
IV - as áreas de maior importância para a conserva-
ção da biodiversidade; e 
V - as áreas de maior fragilidade ambiental (art. 14). 
O órgão estadual integrante do Sisnama ou institui-
ção por ele habilitada deverá aprovar a localização da Re-
serva Legal após a inclusão do imóvel no CAR, conforme 
o art. 29 desta Lei.
Protocolada a documentação exigida para a análise 
da localização da área de Reserva Legal, ao proprietário 
ou possuidor rural não poderá ser imputada sanção ad-
ministrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer 
órgão ambiental competente integrante do Sisnama, em 
razão da não formalização da área de Reserva Legal.
Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação 
Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal 
do imóvel, desde que (art. 15): 
I - o benefício previsto neste artigo não implique a 
conversão de novas áreas para o uso alternativo do 
solo; 
II - a área a ser computada esteja conservada ou em 
processo de recuperação, conforme comprovação do 
proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama; 
e 
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclu-
são do imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos 
termos desta Lei.
A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura 
de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, 
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa físicaou 
jurídica, de direito público ou privado (art. 17).
Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal 
mediante manejo sustentável, previamente aprovado 
pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as 
modalidades previstas no art. 20.
Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena 
propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integran-
tes do Sisnama deverão estabelecer procedimentos sim-
plificados de elaboração, análise e aprovação de tais pla-
nos de manejo.
A área de Reserva Legal deverá ser registrada no ór-
gão ambiental competente por meio de inscrição no CAR 
de que trata o art. 29, sendo vedada a alteração de sua 
destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, 
ou de desmembramento, com as exceções previstas nes-
ta Lei (art. 18).
É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, 
tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se 
observar (art. 21): 
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regula-
mentos específicos, quando houver; 
II - a época de maturação dos frutos e sementes; 
III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevi-
vência de indivíduos e da espécie coletada no caso de 
coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, 
bulbos, bambus e raízes.
O manejo florestal sustentável da vegetação da Re-
serva Legal com propósito comercial depende de autori-
zação do órgão competente e deverá atender as seguin-
tes diretrizes e orientações (art. 22):
I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não pre-
judicar a conservação da vegetação nativa da área;
II - assegurar a manutenção da diversidade das es-
pécies;
III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a 
adoção de medidas que favoreçam a regeneração de 
espécies nativas.
5. Da supressão de vegetação para uso alternativo 
do solo
A supressão de vegetação nativa para uso alternativo 
do solo, tanto de domínio público como de domínio pri-
vado, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, 
de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão 
estadual competente do Sisnama (art. 26).
O requerimento de autorização de supressão de que 
trata o caput conterá, no mínimo, as seguintes informações:
I - a localização do imóvel, das Áreas de Preservação 
Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso res-
trito, por coordenada geográfica, com pelo menos um 
ponto de amarração do perímetro do imóvel; 
II - a reposição ou compensação florestal, nos termos 
do § 4º do art. 33; 
III - a utilização efetiva e sustentável das áreas já con-
vertidas; 
IV - o uso alternativo da área a ser desmatada.
6. Da exploração de florestas
A exploração de florestas nativas e formações su-
cessoras, de domínio público ou privado, ressalvados os 
casos previstos nos arts. 21, 23 e 24, dependerá de licen-
ciamento pelo órgão competente do Sisnama, mediante 
aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Susten-
tável - PMFS que contemple técnicas de condução, ex-
ploração, reposição florestal e manejo compatíveis com 
os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme.
O PMFS atenderá os seguintes fundamentos técnicos 
e científicos: 
I - caracterização dos meios físico e biológico; 
II - determinação do estoque existente; 
III - intensidade de exploração compatível com a ca-
pacidade de suporte ambiental da floresta; 
IV - ciclo de corte compatível com o tempo de restabe-
lecimento do volume de produto extraído da floresta; 
V - promoção da regeneração natural da floresta; 
VI - adoção de sistema silvicultural adequado; 
VII - adoção de sistema de exploração adequado; 
VIII - monitoramento do desenvolvimento da floresta 
remanescente; 
IX - adoção de medidas mitigadoras dos impactos am-
bientais e sociais.
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O PMFS será submetido a vistorias técnicas para fis-
calizar as operações e atividades desenvolvidas na área 
de manejo. 
As pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matéria-
-prima florestal em suas atividades devem suprir-se de 
recursos oriundos de (art. 33): 
I - florestas plantadas; 
II - PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão com-
petente do Sisnama;
III - supressão de vegetação nativa autorizada pelo ór-
gão competente do Sisnama; 
IV - outras formas de biomassa florestal definidas pelo 
órgão competente do Sisnama.
É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas 
seguintes situações: 
I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifi-
quem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou 
florestais, mediante prévia aprovação do órgão esta-
dual ambiental competente do Sisnama, para cada 
imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabele-
cerá os critérios de monitoramento e controle; 
II - emprego da queima controlada em Unidades de 
Conservação, em conformidade com o respectivo pla-
no de manejo e mediante prévia aprovação do órgão 
gestor da Unidade de Conservação, visando ao ma-
nejo conservacionista da vegetação nativa, cujas ca-
racterísticas ecológicas estejam associadas evolutiva-
mente à ocorrência do fogo; 
III - atividades de pesquisa científica vinculada a pro-
jeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos 
competentes e realizada por instituição de pesquisa 
reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão 
ambiental competente do Sisnama (art. 38).
7. Do programa de apoio e incentivo à preserva-
ção e recuperação do meio ambiente
É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, 
sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, 
programa de apoio e incentivo à conservação do meio 
ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas 
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e 
florestal, com redução dos impactos ambientais, como 
forma de promoção do desenvolvimento ecologica-
mente sustentável, observados sempre os critérios de 
progressividade, abrangendo as seguintes categorias e 
linhas de ação:
I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais 
como retribuição, monetária ou não, às atividades de 
conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem 
serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulati-
vamente: 
a) o sequestro, a conservação, a manutenção e o au-
mento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono; 
b) a conservação da beleza cênica natural; 
c) a conservação da biodiversidade; 
d) a conservação das águas e dos serviços hídricos; e) 
a regulação do clima; 
f) a valorização cultural e do conhecimento tradicio-
nal ecossistêmico; 
g) a conservação e o melhoramento do solo; 
h) a manutenção de Áreas de Preservação Permanen-
te, de Reserva Legal e de uso restrito;
II - compensação pelas medidas de conservação am-
biental necessárias para o cumprimento dos objetivos 
desta Lei, utilizando-se dos seguintes instrumentos, 
dentre outros: 
a) obtenção de crédito agrícola, em todas as suas mo-
dalidades, com taxas de juros menores, bem como li-
mites e prazos maiores que os praticados no mercado; 
b) contratação do seguro agrícola em condições me-
lhores que as praticadas no mercado; 
c) dedução das Áreas de Preservação Permanente, de 
Reserva Legal e de uso restrito da base de cálculo do 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, 
gerando créditos tributários; 
d) destinação de parte dos recursos arrecadados com 
a cobrança pelo uso da água, na forma da Lei nº 
9.433, de 8 de janeiro de 1997, para a manutenção, 
recuperação ou recomposição das Áreas de Preserva-
ção Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito na 
bacia de geração da receita; 
e) linhas de financiamento para atender iniciativas de 
preservação voluntária de vegetação nativa, proteção 
de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, 
manejo florestal e agroflorestal sustentável realizados 
na propriedade ou posse rural, ou recuperação de áre-
as degradadas; 
f) isenção de impostos para os principais insumos e 
equipamentos, tais como: fios de arame, postes de 
madeira tratada, bombas d’água, trado de perfuração 
de solo, dentre outros utilizados para os processos de 
recuperação e manutenção das Áreas de Preservação 
Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito;
III - incentivos paracomercialização, inovação e ace-
leração das ações de recuperação, conservação e uso 
sustentável das florestas e demais formas de vegeta-
ção nativa, tais como: 
a) participação preferencial nos programas de apoio à 
comercialização da produção agrícola; 
b) destinação de recursos para a pesquisa científica e 
tecnológica e a extensão rural relacionadas à melho-
ria da qualidade ambiental.
É instituída a Cota de Reserva Ambiental - CRA, título 
nominativo representativo de área com vegetação nativa, 
existente ou em processo de recuperação: 
I - sob regime de servidão ambiental, instituída na for-
ma do art. 9º-A da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 
1981;
II - correspondente à área de Reserva Legal instituí-
da voluntariamente sobre a vegetação que exceder os 
percentuais exigidos no art. 12 desta Lei; 
III - protegida na forma de Reserva Particular do Pa-
trimônio Natural - RPPN, nos termos do art. 21 da Lei 
nº 9.985, de 18 de julho de 2000; 
IV - existente em propriedade rural localizada no in-
terior de Unidade de Conservação de domínio público 
que ainda não tenha sido desapropriada (art. 44).
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RESOLUÇÕES DO CONAMA
A seguir, traremos o texto de algumas das principais 
resoluções do CONAMA. Seu conteúdo é bastante auto 
didático, e as questões de concurso público procuram 
exigir que o candidato tenha conhecimento literal de 
seus dispositivos. Por isso, não há a necessidade de traçar 
comentários sobre tais Resoluções.
1. Resolução CONAMA nº 302/2002 (Áreas de Pre-
servação Permanente)
O Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, 
no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei 
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo 
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em 
vista o disposto nas Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 
1965, 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e no seu Regimento 
Interno, e
Considerando que a função sócio-ambiental da pro-
priedade prevista nos arts. 5º, inciso XXIII, 170, inciso VI, 
182, § 2º, 186, inciso II e 225 da Constituição, os princípios 
da prevenção, da precaução e do poluidor-pagador;
Considerando a necessidade de regulamentar o art. 2º 
da Lei nº 4.771, de 1965, no que concerne às áreas de 
preservação permanente no entorno dos reservatórios ar-
tificiais;
Considerando as responsabilidades assumidas pelo 
Brasil por força da Convenção da Biodiversidade, de 1992, 
da Convenção de Ramsar, de 1971 e da Convenção de 
Washington, de 1940, bem como os compromissos deriva-
dos da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992;
Considerando que as Áreas de Preservação Permanen-
te e outros espaços territoriais especialmente protegidos, 
como instrumento de relevante interesse ambiental, inte-
gram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presen-
tes e futuras gerações;
Considerando a função ambiental das Áreas de Preser-
vação Permanente de preservar os recursos hídricos, a pai-
sagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo 
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem 
estar das populações humanas, resolve:
Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o esta-
belecimento de parâmetros, definições e limites para 
as Áreas de Preservação Permanente de reservatório 
artificial e a instituição da elaboração obrigatória de 
plano ambiental de conservação e uso do seu entorno.
Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as 
seguintes definições:
I - Reservatório artificial: acumulação não natural de 
água destinada a quaisquer de seus múltiplos usos;
II - Área de Preservação Permanente: a área marginal 
ao redor do reservatório artificial e suas ilhas, com a 
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, 
o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e asse-
gurar o bem estar das populações humanas;
III - Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno 
de Reservatório Artificial: conjunto de diretrizes e pro-
posições com o objetivo de disciplinar a conservação, 
recuperação, o uso e ocupação do entorno do reser-
vatório artificial, respeitados os parâmetros estabele-
cidos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis;
IV - Nível Máximo Normal: é a cota máxima normal 
de operação do reservatório;
V - Área Urbana Consolidada: aquela que atende aos 
seguintes critérios:
a) definição legal pelo poder público;
b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes 
equipamentos de infra-estrutura urbana:
1. malha viária com canalização de águas pluviais;
2. rede de abastecimento de água;
3. rede de esgoto;
4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública;
5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos;
6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e
c) densidade demográfica superior a cinco mil habi-
tantes por km².
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a 
área com largura mínima, em projeção horizontal, no 
entorno dos reservatórios artificiais, medida a partir 
do nível máximo normal de:
I - trinta metros para os reservatórios artificiais situa-
dos em áreas urbanas consolidadas e cem metros para 
áreas rurais;
II - quinze metros, no mínimo, para os reservatórios 
artificiais de geração de energia elétrica com até dez 
hectares, sem prejuízo da compensação ambiental;
III - quinze metros, no mínimo, para reservatórios ar-
tificiais não utilizados em abastecimento público ou 
geração de energia elétrica, com até vinte hectares de 
superfície e localizados em área rural.
§ 1º Os limites da Área de Preservação Permanente, 
previstos no inciso I, poderão ser ampliados ou re-
duzidos, observando-se o patamar mínimo de trinta 
metros, conforme estabelecido no licenciamento am-
biental e no plano de recursos hídricos da bacia onde 
o reservatório se insere, se houver.
§ 2º Os limites da Área de Preservação Permanente, 
previstos no inciso II, somente poderão ser ampliados, 
conforme estabelecido no licenciamento ambiental, e, 
quando houver, de acordo com o plano de recursos 
hídricos da bacia onde o reservatório se insere.
§ 3º A redução do limite da Área de Preservação Per-
manente, prevista no § 1º deste artigo não se aplica 
às áreas de ocorrência original da floresta ombrófi-
la densa - porção amazônica, inclusive os cerradões 
e aos reservatórios artificiais utilizados para fins de 
abastecimento público.
§ 4º A ampliação ou redução do limite das Áreas de 
Preservação Permanente, a que se refere o § 1º, deve-
rá ser estabelecida considerando, no mínimo, os se-
guintes critérios:
I - características ambientais da bacia hidrográfica;
II - geologia, geomorfologia, hidrogeologia e fisiogra-
fia da bacia hidrográfica;
III - tipologia vegetal;
IV - representatividade ecológica da área no bioma 
presente dentro da bacia hidrográfica em que está in-
serido, notadamente a existência de espécie ameaça-
da de extinção e a importância da área como corredor 
de biodiversidade;
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V - finalidade do uso da água;
VI - uso e ocupação do solo no entorno;
VII - o impacto ambiental causado pela implantação 
do reservatório e no entorno da Área de Preservação 
Permanente até a faixa de cem metros.
§ 5º Na hipótese de redução, a ocupação urbana, 
mesmo com parcelamento do solo através de lotea-
mento ou subdivisão em partes ideais, dentre outros 
mecanismos, não poderá exceder a dez por cento des-
sa área, ressalvadas as benfeitorias existentes na área 
urbana consolidada, à época da solicitação da licença 
prévia ambiental.
§ 6º Não se aplicam as disposições deste artigo às 
acumulações artificiais de água, inferiores a cinco 
hectares de superfície, desde que não resultantes do 
barramento ou represamento de cursos d’água e não 
localizadas em Área de Preservação Permanente, à 
exceção daquelas destinadas ao abastecimento públi-
co.
Art. 4º O empreendedor, no âmbito do procedimen-
to de licenciamento ambiental, deve elaborar o plano 
ambiental de conservação e uso do entorno de reser-
vatório artificial em conformidade com o termo de re-
ferência expedido pelo órgão ambiental competente,para os reservatórios artificiais destinados à geração 
de energia e abastecimento público.
§ 1º Cabe ao órgão ambiental competente aprovar 
o plano ambiental de conservação e uso do entorno 
dos reservatórios artificiais, considerando o plano de 
recursos hídricos, quando houver, sem prejuízo do pro-
cedimento de licenciamento ambiental.
§ 2º A aprovação do plano ambiental de conservação 
e uso do entorno dos reservatórios artificiais deverá 
ser precedida da realização de consulta pública, sob 
pena de nulidade do ato administrativo, na forma da 
Resolução CONAMA nº 09, de 3 de dezembro de 1987, 
naquilo que for aplicável, informando-se ao Ministério 
Público com antecedência de trinta dias da respectiva 
data.
§ 3º Na análise do plano ambiental de conservação e 
uso de que trata este artigo, será ouvido o respectivo 
comitê de bacia hidrográfica, quando houver.
§ 4º O plano ambiental de conservação e uso pode-
rá indicar áreas para implantação de pólos turísticos 
e lazer no entorno do reservatório artificial, que não 
poderão exceder a dez por cento da área total do seu 
entorno.
§ 5º As áreas previstas no parágrafo anterior somente 
poderão ser ocupadas respeitadas a legislação mu-
nicipal, estadual e federal, e desde que a ocupação 
esteja devidamente licenciada pelo órgão ambiental 
competente.
Art. 5º Aos empreendimentos objeto de processo de 
privatização, até a data de publicação desta Resolu-
ção, aplicam-se às exigências ambientais vigentes à 
época da privatização, inclusive os cem metros míni-
mos de Área de Preservação Permanente.
Parágrafo único. Aos empreendimentos que dispõem 
de licença de operação aplicam-se as exigências nela 
contidas.
Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação, incidindo, inclusive, sobre os processos de 
licenciamento ambiental em andamento.
2. Resolução CONAMA nº 303/2002 (parâmetros 
das Áreas de Preservação Permanente)
O Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, no 
uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº 
6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo De-
creto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, e tendo em vista 
o disposto nas Leis nºs 4.771, de 15 de setembro e 1965, 
9.433, de 8 de janeiro de 1997, e o seu Regimento Interno, 
e
Considerando a função sócio-ambiental da proprieda-
de prevista nos arts. 5º, inciso XXIII, 170, inciso VI, 182, § 
2º, 186, inciso II e 225 da Constituição e os princípios da 
prevenção, da precaução e do poluidor-pagador;
Considerando a necessidade de regulamentar o art. 2º 
da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, no que con-
cerne às Áreas de Preservação Permanente;
Considerando as responsabilidades assumidas pelo 
Brasil por força da Convenção da Biodiversidade, de 
1992, da Convenção Ramsar, de 1971 e da Convenção de 
Washington, de 1940, bem como os compromissos deriva-
dos da Declaração do Rio de Janeiro, de 1992;
Considerando que as Áreas de Preservação Permanen-
te e outros espaços territoriais especialmente protegidos, 
como instrumentos de relevante interesse ambiental, inte-
gram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presen-
tes e futuras gerações;
Considerando a conveniência de regulamentar os arts. 
2º e 3º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, no que 
concerne às Áreas de Preservação Permanente; (Conside-
rando acrescentado pela Resolução CONAMA nº 341, de 
25.09.2003, DOU 03.11.2003)
Considerando ser dever do Poder Público e dos parti-
culares preservar a biodiversidade, notadamente a flora, a 
fauna, os recursos hídricos, as belezas naturais e o equi-
líbrio ecológico, evitando a poluição das águas, solo e ar, 
pressuposto intrínseco ao reconhecimento e exercício do 
direito de propriedade, nos termos dos arts. 5º, caput (di-
reito à vida) e inciso XXIII (função social da propriedade), 
170, VI, 186, II, e 225, todos da Constituição Federal, bem 
como do art. 1.299, do Código Civil, que obriga o proprie-
tário e posseiro a respeitarem os regulamentos adminis-
trativos; (Considerando acrescentado pela Resolução CO-
NAMA nº 341, de 25.09.2003, DOU 03.11.2003)
Considerando a função fundamental das dunas na 
dinâmica da zona costeira, no controle dos processos 
erosivos e na formação e recarga de aqüíferos; (Conside-
rando acrescentado pela Resolução CONAMA nº 341, de 
25.09.2003, DOU 03.11.2003)
Considerando a excepcional beleza cênica e paisagís-
tica das dunas, e a importância da manutenção dos seus 
atributos para o turismo sustentável; resolve: (Conside-
rando acrescentado pela Resolução CONAMA nº 341, de 
25.09.2003, DOU 03.11.2003)
Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o esta-
belecimento de parâmetros, definições e limites refe-
rentes às Áreas de Preservação Permanente.
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Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, são adotadas 
as seguintes definições:
I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da 
cheia sazonal do curso d’água perene ou intermitente;
II - nascente ou olho d’água: local onde aflora natu-
ralmente, mesmo que de forma intermitente, a água 
subterrânea;
III - vereda: espaço brejoso ou encharcado, que con-
tém nascentes ou cabeceiras de cursos d’água, onde há 
ocorrência de solos hidromórficos, caracterizado predo-
minantemente por renques de buritis do brejo (Mauritia 
flexuosa) e outras formas de vegetação típica;
IV - morro: elevação do terreno com cota do topo em 
relação a base entre cinqüenta e trezentos metros e 
encostas com declividade superior a trinta por cento 
(aproximadamente dezessete graus) na linha de maior 
declividade;
V - montanha: elevação do terreno com cota em rela-
ção a base superior a trezentos metros;
VI - base de morro ou montanha: plano horizontal 
definido por planície ou superfície de lençol d’água 
adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota da de-
pressão mais baixa ao seu redor;
VII - linha de cumeada: linha que une os pontos mais 
altos de uma seqüência de morros ou de montanhas, 
constituindo-se no divisor de águas;
VIII - restinga: depósito arenoso paralelo a linha da 
costa, de forma geralmente alongada, produzido por 
processos de sedimentação, onde se encontram di-
ferentes comunidades que recebem influência mari-
nha, também consideradas comunidades edáficas por 
dependerem mais da natureza do substrato do que 
do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorrem 
mosaico, e encontra-se em praias, cordões arenosos, 
dunas e depressões, apresentando, de acordo com o 
estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivos e ar-
bóreo, este último mais interiorizado;
IX - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em 
terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado 
por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se 
associa, predominantemente, a vegetação natural 
conhecida como mangue, com influência flúvio-ma-
rinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e 
com dispersão descontínua ao longo da costa brasilei-
ra, entre os estados do Amapá e Santa Catarina;
X - duna: unidade geomorfológica de constituição 
predominante arenosa, com aparência de cômoro ou 
colina, produzida pela ação dos ventos, situada no li-
toral ou no interior do continente, podendo estar reco-
berta, ou não, por vegetação;
XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de topografia 
plana, com declividade média inferior a dez por cento, 
aproximadamente seis graus e superfície superior a 
dez hectares, terminada de forma abrupta em escar-
pa, caracterizando-se a chapada por grandes superfí-
cies a mais de seiscentos metros de altitude;
XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação igual 
ou superior a quarenta e cinco graus, que delimitam 
relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, estando li-
mitada no topo pela ruptura positiva de declividade 
(linha de escarpa) e no sopé por ruptura negativa de 
declividade, englobando os depósitos de colúvio que 
localizam-se próximo ao sopé da escarpa;
XIII - área urbana consolidada: aquela que atende aos 
seguintes critérios:
a) definição legal pelo poder público;
b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes 
equipamentosde infra-estrutura urbana:
1. malha viária com canalização de águas pluviais;
2. rede de abastecimento de água;
3. rede de esgoto;
4. distribuição de energia elétrica e iluminação públi-
ca;
5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos;
6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e
c) densidade demográfica superior a cinco mil habi-
tantes por km2.
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a 
área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais 
alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d’água com menos de 
dez metros de largura;
b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a 
cinqüenta metros de largura;
c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a 
duzentos metros de largura;
d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos 
a seiscentos metros de largura;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais 
de seiscentos metros de largura;
II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que 
intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros 
de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidro-
gráfica contribuinte;
III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com 
metragem mínima de:
a) trinta metros, para os que estejam situados em áre-
as urbanas consolidadas;
b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, 
exceto os corpos d’água com até vinte hectares de su-
perfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros;
IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção ho-
rizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a 
partir do limite do espaço brejoso e encharcado;
V - no topo de morros e montanhas, em áreas deli-
mitadas a partir da curva de nível correspondente a 
dois terços da altura mínima da elevação em relação 
a base;
VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a 
partir da curva de nível correspondente a dois terços 
da altura, em relação à base, do pico mais baixo da 
cumeada, fixando-se a curva de nível para cada seg-
mento da linha de cumeada equivalente a mil metros;
VII - em encosta ou parte desta, com declividade su-
perior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na 
linha de maior declive;
VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e cha-
padas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca in-
ferior a cem metros em projeção horizontal no sentido 
do reverso da escarpa;
IX - nas restingas:
a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a 
partir da linha de preamar máxima;
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b) em qualquer localização ou extensão, quando reco-
berta por vegetação com função fixadora de dunas ou 
estabilizadora de mangues;
X - em manguezal, em toda a sua extensão;
XI - em duna;
XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, 
em Estados que não tenham tais elevações, à critério 
do órgão ambiental competente;
XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves mi-
gratórias;
XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exempla-
res da fauna ameaçadas de extinção que constem de 
lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual 
ou Municipal;
XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução 
da fauna silvestre.
Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais mor-
ros ou montanhas cujos cumes estejam separados 
entre si por distâncias inferiores a quinhentos metros, 
a Área de Preservação Permanente abrangerá o con-
junto de morros ou montanhas, delimitada a partir da 
curva de nível correspondente a dois terços da altura 
em relação à base do morro ou montanha de menor 
altura do conjunto, aplicando-se o que segue:
I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximi-
dade seja de até quinhentos metros entre seus topos;
II - identifica-se o menor morro ou montanha;
III - traça-se uma linha na curva de nível correspon-
dente a dois terços deste; e
IV - considera-se de preservação permanente toda a 
área acima deste nível.
Art. 4º O CONAMA estabelecerá, em Resolução específi-
ca, parâmetros das Áreas de Preservação Permanente de 
reservatórios artificiais e o regime de uso de seu entorno.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua 
publicação, revogando-se a Resolução CONAMA 004, 
de 18 de setembro de 1985.
LEI Nº 12.284/2006
A Lei nº 12.284, de 2 de março de 2006, Dispõe sobre 
a gestão de florestas públicas para a produção sustentá-
vel; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, 
o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional 
de Desenvolvimento Florestal – FNDF; bem como altera 
os dispositivos de outras leis. 
 
1. Princípios e definições
Nos termos do artigo 2º da referida Lei, Constituem 
princípios da gestão de florestas públicas:
I - a proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da 
biodiversidade e valores culturais associados, bem 
como do patrimônio público;
II - o estabelecimento de atividades que promovam o 
uso eficiente e racional das florestas e que contribuam 
para o cumprimento das metas do desenvolvimento 
sustentável local, regional e de todo o País;
III - o respeito ao direito da população, em especial das 
comunidades locais, de acesso às florestas públicas e 
aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação;
IV - a promoção do processamento local e o incentivo 
ao incremento da agregação de valor aos produtos e 
serviços da floresta, bem como à diversificação indus-
trial, ao desenvolvimento tecnológico, à utilização e à 
capacitação de empreendedores locais e da mão-de-
-obra regional;
V - o acesso livre de qualquer indivíduo às informa-
ções referentes à gestão de florestas públicas, nos ter-
mos da Lei nº 10.650, de 16 de abril de 2003;
VI - a promoção e difusão da pesquisa florestal, fau-
nística e edáfica, relacionada à conservação, à recupe-
ração e ao uso sustentável das florestas;
VII - o fomento ao conhecimento e a promoção da 
conscientização da população sobre a importância da 
conservação, da recuperação e do manejo sustentável 
dos recursos florestais;
VIII - a garantia de condições estáveis e seguras que 
estimulem investimentos de longo prazo no manejo, 
na conservação e na recuperação das florestas.
O artigo 3º traz algumas definições importantes para 
a presente matéria.
Florestas públicas são as florestas, naturais ou planta-
das, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens 
sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, 
do Distrito Federal ou das entidades da administração 
indireta.
Recursos florestais: elementos ou características de 
determinada floresta, potencial ou efetivamente gerado-
res de produtos ou serviços florestais.
Produtos florestais: produtos madeireiros e não ma-
deireiros gerados pelo manejo florestal sustentável. Ser-
viços florestais são o turismo e outras ações ou benefí-
cios decorrentes do manejo e conservação da floresta, 
não caracterizados como produtos florestais;
Ciclo é o período decorrido entre 2 (dois) momentos 
de colheita de produtos florestais numa mesma área.
Manejo florestal sustentável: administração da flores-
ta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e 
ambientais, respeitando-se os mecanismos de susten-
tação do ecossistema objeto do manejo e consideran-
do-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de 
múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e 
subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de 
outros bens e serviços de natureza florestal.
Concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo 
poder concedente, do direito de praticar manejo flores-
tal sustentável para exploração de produtos e serviços 
numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa 
jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências 
do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade 
para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado.
Unidade de manejo: perímetro definido a partir de 
critérios técnicos, socioculturais, econômicos e ambien-
tais, localizado em florestas públicas, objeto de um Plano 
de Manejo Florestal Sustentável - PMFS, podendo conter 
áreas degradadas para fins de recuperação por meio de 
plantios florestais.
Lote de concessão florestalé o conjunto de unidades 
de manejo a serem licitadas. 
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Comunidades locais são populações tradicionais e 
outros grupos humanos, organizados por gerações su-
cessivas, com estilo de vida relevante à conservação e à 
utilização sustentável da diversidade biológica.
Auditoria florestal é o ato de avaliação independente 
e qualificada de atividades florestais e obrigações eco-
nômicas, sociais e ambientais assumidas de acordo com 
o PMFS e o contrato de concessão florestal, executada 
por entidade reconhecida pelo órgão gestor, mediante 
procedimento administrativo específico.
Inventário amostral é o levantamento de informações 
qualitativas e quantitativas sobre determinada floresta, 
utilizando-se processo de amostragem.
2. Da gestão de florestas públicas para produção 
sustentável
Dispõe o artigo 4º que A gestão de florestas públicas 
para produção sustentável compreende:
I - a criação de florestas nacionais, estaduais e muni-
cipais, nos termos do art. 17 da Lei nº 9.985, de 18 de 
julho de 2000, e sua gestão direta; 
II - a destinação de florestas públicas às comunidades 
locais, nos termos do art. 6º desta Lei; 
III - a concessão florestal, incluindo florestas naturais 
ou plantadas e as unidades de manejo das áreas pro-
tegidas referidas no inciso I do caput deste artigo.
O Poder Público poderá exercer diretamente a gestão 
de florestas nacionais, estaduais e municipais criadas nos 
termos do art. 17 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, 
sendo-lhe facultado, para execução de atividades subsi-
diárias, firmar convênios, termos de parceria, contratos 
ou instrumentos similares com terceiros, observados os 
procedimentos licitatórios e demais exigências legais 
pertinentes.
Antes da realização das concessões florestais, as flo-
restas públicas ocupadas ou utilizadas por comunidades 
locais serão identificadas para a destinação, pelos órgãos 
competentes, por meio de: 
I - criação de reservas extrativistas e reservas de de-
senvolvimento sustentável, observados os requisitos 
previstos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; 
II - concessão de uso, por meio de projetos de assen-
tamento florestal, de desenvolvimento sustentável, 
agroextrativistas ou outros similares, nos termos do 
art. 189 da Constituição Federal e das diretrizes do 
Programa Nacional de Reforma Agrária; 
III - outras formas previstas em lei (art. 6º). A destina-
ção será feita de forma não onerosa para o beneficiá-
rio e efetuada em ato administrativo próprio, confor-
me previsto em legislação específica.
O artigo 7º dispõe sobre a concessão florestal, que 
será autorizada em ato do poder concedente e formali-
zada mediante contrato, que deverá observar os termos 
desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação. 
Os relatórios ambientais preliminares, licenças ambien-
tais, relatórios de impacto ambiental, contratos, relató-
rios de fiscalização e de auditorias e outros documentos 
relevantes do processo de concessão florestal serão dis-
ponibilizados por meio da Rede Mundial de Computado-
res, sem prejuízo do disposto no art. 25 desta Lei.
O Plano Anual de Outorga Florestal - PAOF, pro-
posto pelo órgão gestor e definido pelo poder conce-
dente, conterá a descrição de todas as florestas públicas 
a serem submetidas a processos de concessão no ano 
em que vigorar. O Paof será submetido pelo órgão ges-
tor à manifestação do órgão consultivo da respectiva es-
fera de governo.
A concessão florestal terá como objeto a exploração 
de produtos e serviços florestais, contratualmente espe-
cificados, em unidade de manejo de floresta pública, com 
perímetro georreferenciado, registrada no respectivo ca-
dastro de florestas públicas e incluída no lote de conces-
são florestal (art. 14). Fica instituído o Cadastro Nacional 
de Florestas Públicas, interligado ao Sistema Nacional de 
Cadastro Rural e integrado: 
I - pelo Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União; 
II - pelos cadastros de florestas públicas dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios (art. 14, par. úni-
co).
A concessão florestal confere ao concessionário so-
mente os direitos expressamente previstos no contrato 
de concessão, sendo vedada outorga de qualquer dos 
seguintes direitos no âmbito da concessão florestal: 
I - titularidade imobiliária ou preferência em sua 
aquisição; 
II - acesso ao patrimônio genético para fins de pesqui-
sa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição 
de coleções; 
III - uso dos recursos hídricos acima do especificado 
como insignificante, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 
de janeiro de 1997; 
IV - exploração dos recursos minerais; 
V - exploração de recursos pesqueiros ou da fauna sil-
vestre; 
VI - comercialização de créditos decorrentes da emis-
são evitada de carbono em florestas naturais (art. 16, 
§ 1º).
3. Do licenciamento ambiental
A licença prévia para uso sustentável da unidade de 
manejo será requerida pelo órgão gestor, mediante a 
apresentação de relatório ambiental preliminar ao órgão 
ambiental competente integrante do Sistema Nacional 
do Meio Ambiente – SISNAMA (art. 18).
Nos casos potencialmente causadores de significati-
va degradação do meio ambiente, assim considerados, 
entre outros aspectos, em função da escala e da intensi-
dade do manejo florestal e da peculiaridade dos recursos 
ambientais, será exigido estudo prévio de impacto am-
biental - EIA para a concessão da licença prévia. A licen-
ça prévia autoriza a elaboração do PMFS e, no caso de 
unidade de manejo inserida no Paof, a licitação para a 
concessão florestal (art. 18 e parágrafos).
Além de outros requisitos previstos na Lei nº 8.666, 
de 21 de junho de 1993, exige-se para habilitação nas 
licitações de concessão florestal a comprovação de au-
sência de: 
I - débitos inscritos na dívida ativa relativos a infra-
ção ambiental nos órgãos competentes integrantes do 
Sisnama;
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 II - decisões condenatórias, com trânsito em julga-
do, em ações penais relativas a crime contra o meio 
ambiente ou a ordem tributária ou a crime previden-
ciário, observada a reabilitação de que trata o art. 93 
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
- Código Penal (art. 19).
Para cada unidade de manejo licitada, será assinado 
um contrato de concessão exclusivo com um único con-
cessionário, que será responsável por todas as obriga-
ções nele previstas, além de responder pelos prejuízos 
causados ao poder concedente, ao meio ambiente ou a 
terceiros, sem que a fiscalização exercida pelos órgãos 
competentes exclua ou atenue essa responsabilidade 
(art. 27).
São cláusulas essenciais do contrato de concessão as 
relativas, segundo o artigo 30: 
I - ao objeto, com a descrição dos produtos e dos servi-
ços a serem explorados e da unidade de manejo; 
II - ao prazo da concessão; 
III - ao prazo máximo para o concessionário iniciar a 
execução do PMFS; 
IV - ao modo, à forma, às condições e aos prazos da 
realização das auditorias florestais; 
V - ao modo, à forma e às condições de exploração de 
serviços e prática do manejo florestal; 
VI - aos critérios, aos indicadores, às fórmulas e aos 
parâmetros definidores da qualidade do meio am-
biente; 
VII - aos critérios máximos e mínimos de aproveita-
mento dos recursos florestais; 
VIII - às ações de melhoria e recuperação ambiental 
na área da concessão e seu entorno assumidas pelo 
concessionário; 
IX - às ações voltadas ao benefício da comunidade lo-
cal assumidas pelo concessionário; 
X - aos preços e aos critérios e procedimentos para 
reajuste e revisão; 
XI - aos direitos e às obrigações do poder concedente 
e do concessionário, inclusive os relacionados a neces-
sidades de alterações futuras e modernização, aper-
feiçoamento e ampliação dos equipamentos, infra-
-estrutura e instalações; 
XII - às garantias oferecidas pelo concessionário; 
XIII - à forma de monitoramento e avaliação das ins-
talações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de 
execução do manejo florestal sustentável e exploraçãode serviços; 
XIV - às penalidades contratuais e administrativas a 
que se sujeita o concessionário e sua forma de apli-
cação; 
XV - aos casos de extinção do contrato de concessão; 
XVI - aos bens reversíveis; 
XVII - às condições para revisão e prorrogação; 
XVIII - à obrigatoriedade, à forma e à periodicidade 
da prestação de contas do concessionário ao poder 
concedente; 
XIX - aos critérios de bonificação para o concessioná-
rio que atingir melhores índices de desempenho so-
cioambiental que os previstos no contrato, conforme 
regulamento; 
XX - ao foro e ao modo amigável de solução das diver-
gências contratuais.
O artigo 41 disciplina o Fundo Nacional de Desen-
volvimento Florestal – FNDF, de natureza contábil, ge-
rido pelo órgão gestor federal, destinado a fomentar o 
desenvolvimento de atividades sustentáveis de base flo-
restal no Brasil e a promover a inovação tecnológica do 
setor.
Os recursos do FNDF serão aplicados prioritariamen-
te em projetos nas seguintes áreas: 
I - pesquisa e desenvolvimento tecnológico em manejo 
florestal; 
II - assistência técnica e extensão florestal; 
III - recuperação de áreas degradadas com espécies 
nativas; 
IV - aproveitamento econômico racional e sustentável 
dos recursos florestais; 
V - controle e monitoramento das atividades florestais 
e desmatamentos; 
VI - capacitação em manejo florestal e formação de 
agentes multiplicadores em atividades florestais; 
VII - educação ambiental; 
VIII - proteção ao meio ambiente e conservação dos 
recursos naturais (art. 41, § 1º).
Extingue-se a concessão florestal por qualquer das 
seguintes causas: 
I - esgotamento do prazo contratual; 
II - rescisão; 
III - anulação;
IV - falência ou extinção do concessionário e faleci-
mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa 
individual; 
V - desistência e devolução, por opção do concessio-
nário, do objeto da concessão (art. 44).
4. Dos órgãos responsáveis pela gestão e fiscali-
zação 
Dispõe o artigo 49 que abe ao poder concedente, 
no âmbito de sua competência, formular as estratégias, 
políticas, planos e programas para a gestão de florestas 
públicas e, especialmente: 
I - definir o Paof; 
II - ouvir o órgão consultivo sobre a adoção de ações 
de gestão de florestas públicas, bem como sobre o 
Paof; 
III - definir as áreas a serem submetidas à concessão 
florestal; 
IV - estabelecer os termos de licitação e os critérios de 
seleção; 
V - publicar editais, julgar licitações, promover os 
demais procedimentos licitatórios, definir os critérios 
para formalização dos contratos para o manejo flo-
restal sustentável e celebrar os contratos de concessão 
florestal; 
VI - planejar ações voltadas à disciplina do mercado 
no setor florestal, quando couber.
Caberá aos órgãos do Sisnama responsáveis pelo 
controle e fiscalização ambiental das atividades florestais 
em suas respectivas jurisdições: 
I - fiscalizar e garantir a proteção das florestas públi-
cas; 
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II - efetuar em qualquer momento, de ofício, por soli-
citação da parte ou por denúncia de terceiros, fiscali-
zação da unidade de manejo, independentemente de 
prévia notificação; 
III - aplicar as devidas sanções administrativas em 
caso de infração ambiental; 
IV - expedir a licença prévia para uso sustentável da 
unidade de manejo das respectivas florestas públicas 
e outras licenças de sua competência; 
V - aprovar e monitorar o PMFS da unidade de manejo 
das respectivas florestas públicas (art. 50).
Sem prejuízo das atribuições do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente - CONAMA, fica instituída a Comis-
são de Gestão de Florestas Públicas, no âmbito do Mi-
nistério do Meio Ambiente, de natureza consultiva, com 
as funções de exercer, na esfera federal, as atribuições de 
órgão consultivo previstas por esta Lei e, especialmente: 
I - assessorar, avaliar e propor diretrizes para gestão 
de florestas públicas da União; 
II - manifestar-se sobre o Paof da União; 
III - exercer as atribuições de órgão consultivo do SFB 
(art. 51).
O artigo 53, por sua vez, dispõe das atribuições dos 
órgãos gestores federais, estaduais e municipais, den-
tre elas destacamos: 
I - elaborar proposta de Paof, a ser submetida ao po-
der concedente; 
II - disciplinar a operacionalização da concessão flo-
restal; 
III - solicitar ao órgão ambiental competente a licença 
prévia prevista no art. 18 desta Lei; 
IV - elaborar inventário amostral, relatório ambiental 
preliminar e outros estudos; 
V - publicar editais, julgar licitações, promover os de-
mais procedimentos licitatórios, inclusive audiência e 
consulta pública, definir os critérios para formaliza-
ção dos contratos e celebrá-los com concessionários 
de manejo florestal sustentável, quando delegado pelo 
poder concedente (...)
XII - fixar e aplicar as penalidades administrativas e 
contratuais impostas aos concessionários, sem preju-
ízo das atribuições dos órgãos do Sisnama responsá-
veis pelo controle e fiscalização ambiental; 
XIII - indicar ao poder concedente a necessidade de 
extinção da concessão, nos casos previstos nesta Lei e 
no contrato; (...)
XX - conhecer e julgar recursos em procedimentos ad-
ministrativos; 
XXI - promover ações para a disciplina dos mercados 
de produtos florestais e seus derivados, em especial 
para controlar a competição de produtos florestais de 
origem não sustentável; 
XXII - reconhecer em ato administrativo as entidades 
que poderão realizar auditorias florestais.
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE 
PROTEGIDOS. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE E RESERVA LEGAL. LEI Nº 
9.985/2000 E SUAS ALTERAÇÕES (SNUC). 
TIPOS DE UNIDADES, OBJETIVOS E 
CATEGORIAS.
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E ÁREA 
DE RESERVA LEGAL
A Área de Preservação Permanente – APP é uma área 
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com 
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, 
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas.
As APPs podem ser classificadas em dois grandes 
grupos: APP hídrica, e APP de relevo. As áreas de preser-
vação hídricas podem ser: Entorno de nascentes e olhos 
d’água perenes; Margens de cursos d’água naturais pere-
nes e intermitentes; Margens de lagos e lagoas naturais; 
Margens de reservatórios d’água artificiais decorrentes 
de barramento ou represamento de cursos d’água natu-
rais; Manguezais; Restingas; Em veredas, a faixa marginal 
a partir do espaço permanentemente brejoso e enchar-
cado.
As áreas de preservação de relevo poderão ser: Topos 
de morro, montes, montanhas e serras; Encostas ou parte 
destas com declividade superior a 45°; Bordas de tabulei-
ros ou chapadas e as áreas em altitude superior a 1.800 
(mil e oitocentos) metros.
Área de Reserva Legal, por sua vez, é aquela área lo-
calizada no interior de uma propriedade ou posse rural 
– Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de 
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo 
da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação 
Permanente, observados os percentuais mínimos em re-
lação à área do imóvel –, com a função de assegurar ouso 
econômico de modo sustentável dos recursos naturais 
do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação 
dos processos ecológicos e promover a conservação da 
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fau-
na silvestre e da flora nativa.
A Reserva legal é, portanto, uma limitação adminis-
trativa ao exercício do direito de propriedade em todos 
aqueles terrenos situados em regiões especificamente 
protegidas, de sorte a restringir o uso de parte deste 
imóvel de modo definitivo e imutável.
Resumidamente, pode-se afirmar que a diferença en-
tre Área de Preservação Permanente e Reserva Legal con-
siste no fato de que as APPs são intocáveis, nas quais só 
é possível o manejo humano se tendente á preservação 
dos recursos naturais. Já a Reserva Legal é uma restrição 
ao limite de área construída, de forma a preservar a faunae a flora em um percentual mínimo.
Apesar de serem distintas, ambas as APPs e áreas de 
reserva legal têm um ponto em comum. Ambas caracte-
rizam-se como áreas cujas finalidades previstas em Lei 
são a preservação e a proteção, ou seja, estão amparadas 
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pela legislação pertinente como áreas de interesse am-
biental desde que devidamente regularizadas conforme 
procedimentos próprios, específicos.
As APPs e as áreas de reserva legal estão disciplina-
das pela Lei nº 12.651/2012, bem como as Resoluções do 
CONAMA nº 302 e 303, ambas de 2002. 
LEI Nº 9.985/2000 E SUAS ALTERAÇÕES (SNUC)
A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, institui o Sis-
tema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza 
– SNUC, regulamentando o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal. 
O artigo 2º apresenta alguns conceitos importantes 
para a referente matéria.
Unidade de conservação é o espaço territorial e seus 
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, 
com características naturais relevantes, legalmente insti-
tuído pelo Poder Público, com objetivos de conservação 
e limites definidos, sob regime especial de administração, 
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Conservação da natureza: o manejo do uso humano 
da natureza, compreendendo a preservação, a manuten-
ção, a utilização sustentável, a restauração e a recupe-
ração do ambiente natural, para que possa produzir o 
maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gera-
ções, mantendo seu potencial de satisfazer as necessi-
dades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a 
sobrevivência dos seres vivos em geral.
Diversidade biológica: a variabilidade de organismos 
vivos de todas as origens, compreendendo, dentre ou-
tros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecos-
sistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que 
fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro 
de espécies, entre espécies e de ecossistemas.
Recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, 
o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a 
flora.
Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e 
políticas que visem a proteção a longo prazo das espé-
cies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos 
processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos 
sistemas naturais.
Proteção integral: manutenção dos ecossistemas li-
vres de alterações causadas por interferência humana, 
admitido apenas o uso indireto dos seus atributos na-
turais;
Conservação in situ: conservação de ecossistemas e 
habitats naturais e a manutenção e recuperação de po-
pulações viáveis de espécies em seus meios naturais e, 
no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos 
meios onde tenham desenvolvido suas propriedades ca-
racterísticas.
Manejo: todo e qualquer procedimento que vise as-
segurar a conservação da diversidade biológica e dos 
ecossistemas.
Uso indireto: aquele que não envolve consumo, cole-
ta, dano ou destruição dos recursos naturais. Uso direto: 
aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos 
recursos naturais. Uso sustentável: exploração do am-
biente de maneira a garantir a perenidade dos recursos 
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, man-
tendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, 
de forma socialmente justa e economicamente viável.
Extrativismo: sistema de exploração baseado na cole-
ta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais 
renováveis.
Recuperação: restituição de um ecossistema ou de 
uma população silvestre degradada a uma condição não 
degradada, que pode ser diferente de sua condição ori-
ginal;
Restauração: restituição de um ecossistema ou de 
uma população silvestre degradada o mais próximo pos-
sível da sua condição original.
Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma 
unidade de conservação com objetivos de manejo e 
normas específicos, com o propósito de proporcionar 
os meios e as condições para que todos os objetivos da 
unidade possam ser alcançados de forma harmônica e 
eficaz.
Plano de manejo: documento técnico mediante o 
qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma uni-
dade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e 
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo 
dos recursos naturais, inclusive a implantação das estru-
turas físicas necessárias à gestão da unidade.
Zona de amortecimento: o entorno de uma unidade 
de conservação, onde as atividades humanas estão sujei-
tas a normas e restrições específicas, com o propósito de 
minimizar os impactos negativos sobre a unidade. 
Corredores ecológicos: porções de ecossistemas na-
turais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, 
que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movi-
mento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a 
recolonização de áreas degradadas, bem como a manu-
tenção de populações que demandam para sua sobre-
vivência áreas com extensão maior do que aquela das 
unidades individuais.
1. Do sistema nacional de unidades de conserva-
ção da natureza – SNUC
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das unida-
des de conservação federais, estaduais e municipais, de 
acordo com o disposto nesta Lei.
O artigo 4º dispõe sobre os objetivos do SNUC, den-
tre eles destacamos: 
I - contribuir para a manutenção da diversidade bio-
lógica e dos recursos genéticos no território nacional e 
nas águas jurisdicionais; 
II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no 
âmbito regional e nacional; 
III - contribuir para a preservação e a restauração da 
diversidade de ecossistemas naturais; 
IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir 
dos recursos naturais; 
V - promover a utilização dos princípios e práticas de 
conservação da natureza no processo de desenvolvi-
mento; 
VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de 
notável beleza cênica; 
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VII - proteger as características relevantes de natureza 
geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológi-
ca, paleontológica e cultural; 
VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; 
IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados, 
etc.
2. Unidades de proteção integral e de uso susten-
tável
Sobre os tipos de unidades presentes no SNUC, o 
artigo 7º prescreve que As unidades de conservação in-
tegrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com ca-
racterísticas específicas: 
I - Unidades de Proteção Integral; 
II - Unidades de Uso Sustentável.
O grupo das Unidades de Proteção Integral é com-
posto pelas seguintes categorias de unidade de conser-
vação: 
I - Estação Ecológica; 
II - Reserva Biológica; 
III - Parque Nacional;
IV - Monumento Natural; 
V - Refúgio de Vida Silvestre.
Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentá-
vel as seguintes categorias de unidade de conservação: 
I - Área de Proteção Ambiental; 
II - Área de Relevante Interesse Ecológico; 
III - Floresta Nacional; 
IV - Reserva Extrativista; 
V - Reserva de Fauna; 
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e 
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural (art. 
14).
 
A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral 
extensa, com um certo grau de ocupação humana, dota-
da de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais 
especialmente importantes para a qualidade de vida e o 
bem-estar das populações humanas, e tem como objeti-
vos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar 
o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade 
do uso dos recursos naturais
A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área 
em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhu-
ma ocupação humana, com características naturais ex-
traordinárias ou que abriga exemplares raros da biota 
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas 
naturais de importância regional ou local e regular o uso 
admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com 
os objetivos de conservação danatureza.
A Floresta Nacional é uma área com cobertura flores-
tal de espécies predominantemente nativas e tem como 
objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos 
florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos 
para exploração sustentável de florestas nativas.
A Reserva Extrativista é uma área utilizada por popu-
lações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-
-se no extrativismo e, complementarmente, na agricul-
tura de subsistência e na criação de animais de pequeno 
porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios 
de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso 
sustentável dos recursos naturais da unidade.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma 
área natural que abriga populações tradicionais, cuja 
existência baseia-se em sistemas sustentáveis de explo-
ração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de 
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e 
que desempenham um papel fundamental na proteção 
da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma 
área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo 
de conservar a diversidade biológica.
POLÍTICA URBANA. DIRETRIZES, 
INSTRUMENTOS E COMPETÊNCIA. ARTS. 
182 E 183 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI 
Nº 10.257/2001 E SUAS ALTERAÇÕES.
POLÍTICA URBANA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O Poder Constituinte demonstra preocupação com 
diversos temas e matérias, ainda que tais matérias não 
sejam essencialmente “constitucionais”. Por isso, nossa 
Constituição de 1988 apresenta diversas matérias além 
da estrutura e organização do Estado. 
Um desses temas é referente a política urbana. Dispõe 
o artigo 182 da CF/1988 que a política de desenvolvi-
mento urbano, executada pelo Poder Público municipal, 
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objeti-
vo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais 
da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
Essa lei que o dispositivo constitucional faz referência 
é o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), a qual vere-
mos mais adiante. 
A Constituição também apresenta uma forma de me-
lhor aproveitamento do solo urbano ao disciplinar sobre 
a função social da propriedade urbana. A propriedade 
urbana cumpre sua função social quando atende às exi-
gências fundamentais de ordenação da cidade expressas 
no plano diretor. 
O plano diretor é o instrumento básico da política 
de desenvolvimento e expansão urbana. Deve englobar 
todo o Município, e deve ser revisto, ao menos uma vez 
a cada dez anos.
O plano diretor é obrigatório para as cidades: 
I - com mais de vinte mil habitantes; 
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglome-
rações urbanas 
III - onde o Poder Público municipal pretenda utilizar 
os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Cons-
tituição Federal. O plano diretor é regulamentado pe-
los artigos 40 e seguintes do Estatuto da Cidade.
O artigo 183, por sua vez, instaura a possibilidade de 
usucapião de imóvel em área urbana. Dispõe o Texto 
Constitucional que, aquele que possuir como sua área 
urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, 
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, uti-
lizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-
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-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de ou-
tro imóvel urbano ou rural. Tal direito não será concedido 
se houver ocupação em imóveis públicos. 
ESTATUTO DA CIDADE – LEI Nº 10.257/2001 E SUAS 
ALTERAÇÕES
A lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, é também co-
nhecida como o Estatuto da Cidade, estabelece diretrizes 
gerais da política urbana, regulamentando os artigos 182 
e 193 da CF.
1. Diretrizes gerais da política urbana
A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da pro-
priedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais, 
previstas no artigo 2º:
I. garantia do direito a cidades sustentáveis.
II. gestão democrática por meio da participação da 
população e de associações representativas dos vários 
segmentos da comunidade.
III. cooperação entre os governos, a iniciativa privada e 
os demais setores da sociedade no processo de urbani-
zação, em atendimento ao interesse social. 
IV. planejamento do desenvolvimento das cidades, 
como forma de corrigir as distorções do crescimento 
desordenado dos centros urbanos. 
V. oferta de equipamentos urbanos e comunitários, 
transporte e serviços públicos adequados aos interes-
ses e necessidades da população e às características 
locais
VI. uso, ordenação e controle do solo, a fim de evitar: 
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; 
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconve-
nientes; 
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso ex-
cessivos ou inadequados em relação à infraestrutura 
urbana; 
d) a instalação de empreendimentos ou atividades 
que possam funcionar como pólos geradores de tráfe-
go, sem a devida infraestrutura 
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que re-
sulte na sua subutilização ou não utilização; 
f) a deterioração das áreas urbanizadas; 
g) a poluição e a degradação ambiental; 
h) a exposição da população a riscos de desastres.
VII. integração e complementaridade entre as ativida-
des urbanas e rurais - a intenção é não ter Municí-
pio que acabe extinguindo sua área rural em favor da 
área urbana. 
VIII. adoção de padrões de produção e consumo de 
bens e serviços e de expansão urbana compatíveis 
com os limites da sustentabilidade ambiental, social 
e econômica do Município e do território sob sua área 
de influência.
IX. justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes 
do processo de urbanização.
X. adequação dos instrumentos de política econômica, 
tributária e financeira e dos gastos públicos aos obje-
tivos do desenvolvimento urbano.
XI. recuperação dos investimentos do Poder Público de 
que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos.
XII. proteção, preservação e recuperação do meio am-
biente natural e construído, do patrimônio cultural, 
histórico, artístico, paisagístico e arqueológico.
XIII. audiência do Poder Público municipal e da po-
pulação interessada nos processos de implantação de 
empreendimentos ou atividades com efeitos poten-
cialmente negativos sobre o meio ambiente natural.
XIV. regularização fundiária e urbanização de áreas 
ocupadas por população de baixa renda mediante o 
estabelecimento de normas especiais de urbanização, 
uso e ocupação do solo e edificação. 
XV. simplificação da legislação de parcelamento, uso e 
ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a 
permitir a redução dos custos e o aumento da oferta 
dos lotes e unidades habitacionais
XVI. isonomia de condições para os agentes públicos 
e privados na promoção de empreendimentos e ativi-
dades relativos ao processo de urbanização, atendido 
o interesse social.
XVII. estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo 
e nas edificações urbanas, de sistemas operacionais, 
padrões construtivos e aportes tecnológicos que obje-
tivem a redução de impactos ambientais e a economia 
de recursos naturais.
Sobre o item XVII, este é a diretriz mais recente, sen-
do adicionado no ano de 2013. Observe que, pela leitu-
ra das diretrizes, o Poder Público deve agir com cautela 
para que possa garantir o desenvolvimento urbano das 
cidades, bem como se abster de praticar diversos atos 
que acabem por inibir o desenvolvimento sustentável 
desses espaços urbanos.
2. Instrumentos da política urbana
Além de institutos já consagrados no Direito Urbanís-
tico, como leis orçamentárias (com orçamento participa-
tivo), a desapropriação, a servidão administrativa, etc., o 
Estatuto da Cidade inovou ao desenvolver os seguintes 
instrumentos (art. 4º):
1. Usucapião especial coletiva de imóvel urbano
2. Outorga onerosa do direito de construir
3. Operação urbana consorciada
4. Estudo de impacto de vizinhança
O artigo 4º, na realidade, apresenta outros instru-
mentos além dos apontados. Contudo, estes são os ins-trumentos que têm maior chance de cair em uma ques-
tão de prova. 
Em seu art. 9º, o estatuto estabelece o usucapião pela 
posse ininterrupta e sem oposição de imóvel urbano de 
até 250m². 
Já o artigo 10 trata da usucapião coletiva especial. 
Dispõe o referido artigo que os núcleos urbanos infor-
mais existentes sem oposição há mais de cinco anos e 
cuja área total dividida pelo número de possuidores seja 
inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por 
possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletiva-
mente, desde que os possuidores não sejam proprietá-
rios de outro imóvel urbano ou rural. A usucapião espe-
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cial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, 
mediante sentença, a qual servirá de título para registro 
no cartório de registro de imóveis.
A outorga onerosa do direito de construir (art. 28), 
Permite que se exerça o direito de construir acima do 
coeficiente de aproveitamento básico adotado, desde 
que haja contrapartida a ser paga pelo beneficiário e que 
o plano diretor delimite a área objeto de construção aci-
ma do coeficiente adotado. 
Para isso, tal instrumento trabalha com o coeficiente 
de aproveitamento, que é a relação entre a área edificá-
vel e a área do terreno. O plano diretor poderá fixar áreas 
nas quais poderá ser permitida alteração de uso do solo, 
mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário 
(art. 29).
A operação urbana consorciada (art. 32), é um 
conjunto de intervenções e medidas com o objetivo de 
alcançar, em uma determinada área, transformações 
urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização 
ambiental. É um bom aproveitamento local do Direi-
to Urbanístico, e bastante utilizado em Municípios com 
grandes dimensões. Trata-se, então, de um plano diretor 
em menor escala (atinge apenas uma área local), atra-
vés do qual podem ser trabalhados elementos de difícil 
tratamento nos planos mais genéricos tais como altura 
das edificações, relações entre espaço público e privado, 
reordenamento da estrutura fundiária, etc.
O Estudo do Impacto de Vizinhança (EIV) está dis-
posto nos artigos 36 e seguintes. Alguns empreendimen-
tos ou atividades, do setor privado ou público, depen-
derão de elaboração de estudo prévio de impacto de 
vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de 
construção, ampliação ou funcionamento. Isso porque 
Toda grande construção (estádio de futebol, shopping 
center, etc.) gera algum tipo de consequência naquele 
território urbano. Por isso um estudo dos impactos desse 
empreendimento é tão importante.
Nos termos do artigo 37, O EIV será executado de for-
ma a contemplar os efeitos positivos e negativos do em-
preendimento ou atividade quanto à qualidade de vida 
da população residente na área e suas proximidades, 
incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões: 
I – adensamento populacional; 
II – equipamentos urbanos e comunitários; 
III – uso e ocupação do solo; 
IV – valorização imobiliária; 
V – geração de tráfego e demanda por transporte pú-
blico; 
VI – ventilação e iluminação; 
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a 
aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), 
São dois instrumentos que não se confundem.
RESPONSABILIDADES. EFEITO, 
IMPACTO E DANO AMBIENTAL.
 POLUIÇÃO. RESPONSABILIDADE 
ADMINISTRATIVA, CIVIL E PENAL. TUTELA 
PROCESSUAL. STF, STJ E TRIBUNAIS DE 
JUSTIÇA ESTADUAIS. PAPEL DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE. 
CRIMES AMBIENTAIS. ESPÉCIES E SANÇÕES 
PENAIS PREVISTAS. LEI Nº 9.605/1998 E 
SUAS ALTERAÇÕES. DECRETO 
Nº 6.514/2008 E SUAS ALTERAÇÕES
O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA DEFESA DO 
MEIO AMBIENTE
A Constituição de 1988 descreveu o Ministério Públi-
co como uma instituição permanente de funções essen-
ciais ao bom desenvolvimento da justiça, o qual deverá 
defender os interesses sociais indisponíveis, bem como 
manter a ordem jurídica e zelar pela ordem do regime 
democrático. A Lei Orgânica Nacional do Ministério Pú-
blico, nº 8.625 de 12 de fevereiro de 1993, também de-
finiu o Ministério Público como instituição permanente 
essencial a atividade jurisdicional, discorrendo acerca da 
sua organização interna, sua autonomia e seus princípios 
institucionais.
Os Princípios que regem o Ministério Público também 
estão dispostos no artigo 127 da Carta Magna, sendo 
eles a Unidade, a Indivisibilidade e a Independência Fun-
cional. Além disso, a Constituição Brasileira assegurou-
-lhe autonomia funcional e administrativa, delimitando o 
ingresso na carreira através de concurso público e dando 
aos Promotores de Justiça garantias equiparadas à Ma-
gistratura, quais sejam, a vitaliciedade, a inamovibilidade 
e a irredutibilidade de vencimentos.
As funções cometidas ao Ministério Público através 
da Constituição, seus princípios, suas garantias, seus di-
reitos e deveres, acabam projetando a Instituição, “no 
cenário nacional, como verdadeiro poder autônomo”, 
fazendo com que as funções realizadas pela instituição 
que eram chamadas atípicas desapareçam por completo, 
dando lugar àquelas decorrentes de sua missão constitu-
cional de “defesa da ordem jurídica, do regime democrá-
tico e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.
Percebe-se que a Constituição de 1988 veio trazer a 
liberdade e independência necessária para que os pro-
motores de justiça possam desenvolver seu papel de 
representantes do povo. Após ter recebido essa atribui-
ção, o Ministério Público especializou-se, com a criação 
de curadorias de proteção ao meio ambiente, ao consu-
midor, ao patrimônio histórico, sendo que atualmente já 
temos promotores e curadorias especializadas na defesa 
do meio ambiente.
As formas de tutela ambiental que são desenvolvi-
das pelo Ministério Público serão fruto de estudo deste 
trabalho, merecendo destaque especial e compondo os 
capítulos que seguem, quais sejam, o Ministério Público 
da tutela administrativa, civil e penal do meio ambiente.
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O instrumento utilizado pelo parquet para a tutela do 
meio ambiente é a ação civil pública. Conforme dispõe 
o artigo 3º da Lei nº 7.347/85, a Ação Civil Pública tem 
como objeto o cumprimento de uma obrigação de fazer, 
de uma obrigação de não fazer ou, ainda, a condenação 
em dinheiro, podendo o juiz, determinar o cumprimen-
to da obrigação, mediante a realização de uma atividade 
devida, bem como a cessação da atividade danosa e, se 
estas foram insuficientes, a cominação de multa diária 
(artigo 11, da Lei nº 7.347/85). Daí o caráter protetivo, 
preventivo e reparatório. É certo que o Ministério Público 
não poderá dispor do direito tutelado pois não é o titu-
lar do direito defendido, agindo apenas como substituto 
processual da coletividade. O Ministério Público deverá 
verificar, sempre que possível, se o ajuizamento da ação 
é oportuno e conveniente ao interesse social.
Outro instrumento a ser utilizado pelo Ministério 
Público na tutela civil ambiental é o Compromisso de 
Ajustamento de Conduta. Ele surgiu por força de uma 
modificação ao § 6º do artigo 5º, da Lei nº 7.347/85, tra-
zida pela Lei nº 8.078/90, ou seja, o Código de Defesa do 
Consumidor, artigo 113. Os órgãos públicos legitimados 
poderão tomar dos interessados compromisso de ajus-
tamento de sua conduta às exigências legais, mediante 
cominações, que terá eficácia de título executivo extra-
judicial.
A formalização do compromisso de ajustamento pelo 
Ministério Público faz com que o inquérito fique suspen-
so até a comprovação do efetivo cumprimento. Assim, 
a promotoria de justiça que firmou o compromisso de 
ajustamento de conduta tem a responsabilidade de fis-
calizar seu cumprimento, a fim de evitar que sua atuação 
caia em descrédito.
Por fim, o ministério público também poderá instau-
rar inquérito civil. Trata-se o Inquérito Civil de um ins-
trumento de investigação, concedido com exclusividade 
ao órgão do Ministério Público, destinado à colheitade 
elementos de convicção que auxiliem o Promotor a per-
ceber acerca da existência, ou não, de dano ambiental 
que justifique a propositura da ação civil pública.
Está previsto no artigo 129, inciso III, da Constituição 
Federal, regulado pela Lei Orgânica Nacional do Ministé-
rio Público, nº 8.625/93, bem como pela Lei que discipli-
na a Ação Civil Pública, Lei nº 7.347/85.
Dá-se início ao Inquérito Civil a partir do momento 
em que o Promotor de Justiça toma conhecimento da 
ocorrência de dano ambiental, a qual pode se dar atra-
vés de uma representação (verbal ou escrita) feita por 
qualquer pessoa do povo – cabendo, até mesmo, a ma-
nifestação anônima, consoante art. 2º do Provimento nº 
06/96 –, bem como por fato noticiado pela imprensa, por 
comunicação de funcionário público ou, ainda, por fato 
que o Promotor de Justiça tome conhecimento pessoal-
mente.
Tomando conhecimento da possível degradação am-
biental, poderá o Ministério Público, de imediato, ingres-
sar em juízo com a Ação Civil Pública ou instaurar o in-
quérito civil para a melhor elucidação dos fatos.
Portanto, o Inquérito Civil consiste num processo in-
vestigatório prévio, incumbido ao órgão do Ministério 
Público e destinado a colher elementos de convicção que 
demonstrem a ocorrência de dano ambiental, que justi-
ficará a propositura da Ação Civil Pública, a realização da 
recomendação ou do compromisso de ajustamento de 
conduta e, ainda, em não havendo elementos suficientes, 
o arquivamento das informações.
LEI Nº 9.605/1998 – CRIMES AMBIENTAIS
A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, é a lei que 
dispõe sobre as sanções penais e administrativas deriva-
das de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
1. Da responsabilidade por danos ambientais
Quem, de qualquer forma, concorre para a prática 
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o 
diretor, o administrador, o membro de conselho e de ór-
gão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou manda-
tário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta crimi-
nosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando 
podia agir para evitá-la (art. 2º).
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas adminis-
trativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, 
nos casos em que a infração seja cometida por decisão 
de seu representante legal ou contratual, ou de seu ór-
gão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade 
(art. 3º).
2. Da aplicação da pena
Para imposição e gradação da penalidade, a autorida-
de competente observará, na forma do artigo 6º: 
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da 
infração e suas consequências para a saúde pública e 
para o meio ambiente; 
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimen-
to da legislação de interesse ambiental; 
III - a situação econômica do infrator, no caso de mul-
ta.
As penas restritivas de direitos estão dispostas no 
artigo 8º: 
I - prestação de serviços à comunidade; 
II - interdição temporária de direitos; 
III - suspensão parcial ou total de atividades; 
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
A prestação de serviços à comunidade consiste na 
atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a par-
ques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no 
caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na 
restauração desta, se possível (art. 9º)
As penas de interdição temporária de direito são a 
proibição de o condenado contratar com o Poder Públi-
co, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros be-
nefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo 
de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, 
no de crimes culposos (art. 10).
A suspensão de atividades será aplicada quando estas 
não estiverem obedecendo às prescrições legais (art. 11).
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A prestação pecuniária consiste no pagamento em 
dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com 
fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a 
um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta 
salários mínimos. O valor pago será deduzido do mon-
tante de eventual reparação civil a que for condenado o 
infrator (art. 12).
O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina 
e senso de responsabilidade do condenado, que deve-
rá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer 
atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias 
e horários de folga em residência ou em qualquer local 
destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido 
na sentença condenatória (art. 13). 
As circunstâncias atenuantes da pena estão previs-
tas no artigo 14: 
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela es-
pontânea reparação do dano, ou limitação significati-
va da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo imi-
nente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vi-
gilância e do controle ambiental.
Por outro lado, temos também circunstâncias agra-
vantes, isso é, que aumentam a pena aplicável. Estão dis-
postas no artigo 15:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração: 
a) para obter vantagem pecuniária; 
b) coagindo outrem para a execução material da in-
fração; 
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a 
saúde pública ou o meio ambiente; 
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas 
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; 
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamen-
tos humanos; 
g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou 
feriados; 
i) à noite; 
j) em épocas de seca ou inundações; 
l) no interior do espaço territorial especialmente pro-
tegido; 
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou 
captura de animais; 
n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) median-
te abuso do direito de licença, permissão ou autoriza-
ção ambiental; 
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou 
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por 
incentivos fiscais; 
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relató-
rios oficiais das autoridades competentes; 
r) facilitada por funcionário público no exercício de 
suas funções.
A multa será calculada segundo os critérios do Código 
Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor 
máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em 
vista o valor da vantagem econômica auferida (art. 18).
3. Da apreensão do produto e do instrumento de 
infração administrativa ou de crime
O artigo 25 da referida Lei prevê que, verificada a 
infração, serão apreendidos seus produtos e instrumen-
tos, lavrando-se os respectivos autos. Os animais serão 
prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo 
tal medida inviável ou não recomendável por questões 
sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou 
entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a 
responsabilidade de técnicos habilitados.
Até que os animais sejam entregues às instituições 
mencionadas no § 1o, o órgão autuante zelará para que 
eles sejam mantidos em condições adequadas de acon-
dicionamento e transporte que garantam o seu bem-es-
tar físico. Os instrumentos utilizados na prática da infra-
ção serão vendidos, garantida a sua descaracterização 
por meio da reciclagem (art. 25, parágrafos).
4. Da ação e do processo penal
Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal 
é pública incondicionada. São as ações de competência 
exclusiva do Ministério Público, o qual pode apresentar, 
mesmo não havendo representação da vítima. 
Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, 
a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de 
direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 
26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada 
desde que tenha havido a prévia composição do dano 
ambiental, de que trata o art. 74 da mesmalei, salvo em 
caso de comprovada impossibilidade (art. 27).
As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor po-
tencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes 
modificações: 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que 
trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de 
laudo de constatação de reparação do dano ambien-
tal, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do 
§ 1° do mesmo artigo; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar 
não ter sido completa a reparação, o prazo de suspen-
são do processo será prorrogado, até o período máxi-
mo previsto no artigo referido no caput, acrescido de 
mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; 
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as 
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo men-
cionado no caput; 
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à la-
vratura de novo laudo de constatação de reparação do 
dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser 
novamente prorrogado o período de suspensão, até o 
máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o 
disposto no inciso III; 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a decla-
ração de extinção de punibilidade dependerá de laudo 
de constatação que comprove ter o acusado tomado 
as providências necessárias à reparação integral do 
dano (art. 28).
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5. Dos crimes contra o meio ambiente
Há uma enorme gama de crimes previstos pela Lei nº 
9.605/98. Esta divide os crimes em algumas categorias: 
a) dos crimes contra a fauna, 
b) dos crimes contra a flora, 
c) dos crimes relacionados a poluição, 
d) Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Pa-
trimônio Cultural; e 
e) dos crimes contra a administração ambiental.
5.1 Dos crimes contra a fauna
A) Crime de caça não autorizada (art. 29):
- conduta do tipo penal: Matar, perseguir, caçar, apa-
nhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos 
ou em rota migratória, sem a devida permissão, li-
cença ou autorização da autoridade competente, 
ou em desacordo com a obtida:
- Pena: detenção de seis meses a um ano, e multa.
- Incorre nas mesmas penas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, 
autorização ou em desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo 
ou criadouro natural;
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, 
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou 
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna sil-
vestre, nativa ou em rota migratória, bem como pro-
dutos e objetos dela oriundos, provenientes de cria-
douros não autorizados ou sem a devida permissão, 
licença ou autorização da autoridade competente.
- A pena é aumentada de metade, se o crime é pra-
ticado: 
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de 
extinção, ainda que somente no local da infração; 
II - em período proibido à caça; 
III - durante a noite; 
IV - com abuso de licença;
V - em unidade de conservação; 
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capa-
zes de provocar destruição em massa.
B) Crime de exportação de peles e couros de ani-
mais (art. 30):
- conduta tipificada: exportar para o exterior peles e 
couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a auto-
rização da autoridade ambiental competente.
- Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
C) Crime de maus-tratos com animais (art. 32):
- conduta tipificada: Praticar ato de abuso, maus-tra-
tos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos 
ou domesticados, nativos ou exóticos:
- Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.
- A pena é aumentada de um sexto a um terço, se 
ocorre morte do animal.
D) Crime de pesca não autorizada (art. 34):
- conduta tipificada: Pescar em período no qual a 
pesca seja proibida ou em lugares interditados por 
órgão competente.
- Pena: detenção de um ano a três anos ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente.
- Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou es-
pécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou 
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, téc-
nicas e métodos não permitidos; 
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa 
espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca 
proibidas.
5.2 Dos crimes contra a flora:
A) Crime de destruição de floresta preservada (art. 
38):
- conduta tipificada: Destruir ou danificar floresta 
considerada de preservação permanente, mesmo 
que em formação, ou utilizá-la com infringência 
das normas de proteção:
- Pena: detenção, de um a três anos, ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente.
- A pena é reduzida pela metade, se praticado na mo-
dalidade culposa.
- A pena será de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, 
ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, se 
o crime for praticado no Bioma Mata Atlântica.
B) Crime de destruição de árvore em floresta de 
preservação permanente (art. 39)
- conduta tipificada: Cortar árvores em floresta con-
siderada de preservação permanente, sem permis-
são da autoridade competente:
- Pena: detenção, de um a três anos, ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente.
C) Crime contra Unidades de Conservação (art. 
40):
- Conduta tipificada: Causar dano direto ou indireto 
às Unidades de Conservação e às áreas de que tra-
ta o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 
1990, independentemente de sua localização:
- Pena: reclusão, de um a cinco anos.
- Entende-se por Unidades de Conservação de Pro-
teção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas 
Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos 
Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.
D) Crime de incêndio em florestas (art. 41):
- Conduta tipificada: Provocar incêndio em mata ou 
floresta:
- Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
- Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis 
meses a um ano, e multa.
E) Crime relacionado a balões (art. 42):
- Conduta tipificada: Fabricar, vender, transportar ou 
soltar balões que possam provocar incêndios nas 
florestas e demais formas de vegetação, em áreas 
urbanas ou qualquer tipo de assentamento huma-
no:
- Pena: detenção de um a três anos ou multa, ou am-
bas as penas cumulativamente.
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5.3. Da Poluição e outros crimes ambientais
Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais 
que resultem ou possam resultar em danos à saúde hu-
mana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a 
destruição significativa da flora, é crime o qual sujeita o 
infrator a pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa 
(art. 54).
Se o crime é culposo, a pena será de detenção, de seis 
meses a um ano, e multa.
Se o crime: 
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a 
ocupação humana; 
II - causar poluição atmosférica que provoque a re-
tirada, ainda que momentânea, dos habitantes das 
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde 
da população; 
III - causar poluição hídrica que torne necessária a in-
terrupção do abastecimento público de água de uma 
comunidade; 
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líqui-
dos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleo-
sas, em desacordo com as exigências estabelecidas em 
leis ou regulamentos, a Pena será de reclusão, de um 
a cinco anos.
 
5.4 Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o 
Patrimônio Cultural
A) Crime de destruição de patrimônio:
- Conduta: Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato adminis-
trativo ou decisão judicial; 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, 
instalação científica ou similar protegido por lei, 
ato administrativo ou decisãojudicial.
- Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
- Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um 
ano de detenção, sem prejuízo da multa.
B) Crime construção em solo não edificável:
- Conduta: Promover construção em solo não edifi-
cável, ou no seu entorno, assim considerado em 
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, 
turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, 
etnográfico ou monumental, sem autorização da 
autoridade competente ou em desacordo com a 
concedida:
- Pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa.
C) Crime de pichação:
- Conduta: Pichar ou por outro meio conspurcar edi-
ficação ou monumento urbano: 
- Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e 
multa. 
- Se o ato for realizado em monumento ou coisa tom-
bada em virtude do seu valor artístico, arqueológi-
co ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) 
ano de detenção e multa.
- Não constitui crime a prática de grafite realizada 
com o objetivo de valorizar o patrimônio público 
ou privado mediante manifestação artística, desde 
que consentida pelo proprietário e, quando cou-
ber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado 
e, no caso de bem público, com a autorização do 
órgão competente e a observância das posturas 
municipais e das normas editadas pelos órgãos 
governamentais responsáveis pela preservação 
e conservação do patrimônio histórico e artístico 
nacional.
5.5 Dos crimes contra a administração ambiental
A) Fazer o funcionário público afirmação falsa ou en-
ganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou 
dados técnico-científicos em procedimentos de 
autorização ou de licenciamento ambiental. Pena 
- reclusão, de um a três anos, e multa.
B) Conceder o funcionário público licença, autoriza-
ção ou permissão em desacordo com as normas 
ambientais, para as atividades, obras ou serviços 
cuja realização depende de ato autorizativo do Po-
der Público. Pena - detenção, de um a três anos, e 
multa.
C) Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder 
Público no trato de questões ambientais. Pena - 
detenção, de um a três anos, e multa.
D) Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contra-
tual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante 
interesse ambiental. Pena - detenção, de um a três 
anos, e multa.
 
6. Das infrações administrativas
Considera-se infração administrativa ambiental, 
nos termos do artigo 70, toda ação ou omissão que viole 
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e 
recuperação do meio ambiente. 
Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, 
poderá dirigir representação às autoridades relacionadas 
no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu po-
der de polícia. A autoridade ambiental que tiver conhe-
cimento de infração ambiental é obrigada a promover a 
sua apuração imediata, mediante processo administrati-
vo próprio, sob pena de corresponsabilidade.
O processo de apuração das infrações administrativas 
deve observar os prazos máximos previstos nos incisos 
do artigo 71, sendo: 
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impug-
nação contra o auto de infração, contados da data da 
ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o 
auto de infração, contados da data da sua lavratura, 
apresentada ou não a defesa ou impugnação; 
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão con-
denatória à instância superior do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos 
e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o 
tipo de autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados 
da data do recebimento da notificação.
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As infrações administrativas são punidas com as se-
guintes sanções (art. 72):
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos 
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamen-
tos ou veículos de qualquer natureza utilizados na in-
fração
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
A advertência será aplicada pela inobservância das 
disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de pre-
ceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções 
(art. 72, § 2º)
A multa simples será aplicada sempre que o agente, 
por negligência ou dolo: 
I - advertido por irregularidades que tenham sido pra-
ticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por 
órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos 
Portos, do Ministério da Marinha; 
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SIS-
NAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da 
Marinha.
A multa simples pode ser convertida em serviços de 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do 
meio ambiente. A multa diária será aplicada sempre que 
o cometimento da infração se prolongar no tempo.
As sanções restritivas de direito são: 
I - suspensão de registro, licença ou autorização; 
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; 
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fis-
cais; 
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédi-
to; 
V - proibição de contratar com a Administração Públi-
ca, pelo período de até três anos (art. 72, § 8º).
7. Da cooperação internacional para a preservação 
do meio ambiente
Segundo o caput do artigo 77, resguardados a so-
berania nacional, a ordem pública e os bons costumes, 
o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio 
ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem 
qualquer ônus, quando solicitado para: 
I - produção de prova; 
II - exame de objetos e lugares;
III - informações sobre pessoas e coisas; 
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas de-
clarações tenham relevância para a decisão de uma 
causa; 
V - outras formas de assistência permitidas pela legis-
lação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja 
parte.
A solicitação será dirigida ao Ministério da Justiça, 
que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário 
competente para decidir a seu respeito, ou a encaminha-
rá à autoridade capaz de atendê-la, devendo conter: 
I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; 
II - o objeto e o motivo de sua formulação;
III - a descrição sumária do procedimento em curso no 
país solicitante; 
IV - a especificação da assistência solicitada; 
V - a documentação indispensável ao seu esclareci-
mento, quando for o caso.
Para a consecução dos fins visados nesta Lei e espe-
cialmente para a reciprocidade da cooperação interna-
cional, deve ser mantido sistema de comunicações apto 
a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações 
com órgãos de outros países (art. 78).
DECRETO Nº 6.514/2008 – CONDUTAS INFRACIO-
NAIS AO MEIO AMBIENTE
O Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, dispõe 
sobre as infrações e sanções administrativas ao meio am-
biente, estabelece o processo administrativo federal para 
apuração destas infrações.
1. Das infrações e sanções administrativas ao meio 
ambiente
O art. 2º define infração administrativa ambiental 
toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de 
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente, conforme o disposto na Seção III deste Capí-
tulo. As sanções previstas neste Decreto não exclui a pre-
visão de outras infrações previstas na legislação.
As infrações administrativas são punidas com as se-
guintes sanções, nos termos do art. 3º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos 
da fauna e flora e demais produtos e subprodutos 
objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipa-
mentos ouveículos de qualquer natureza utilizados na 
infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas 
áreas;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
X - restritiva de direitos. 
A sanção de advertência poderá ser aplicada, me-
diante a lavratura de auto de infração, para as infrações 
administrativas de menor lesividade ao meio ambiente, 
garantidos a ampla defesa e o contraditório (art. 5º). 
Consideram-se infrações administrativas de menor le-
sividade ao meio ambiente aquelas em que a multa má-
xima cominada não ultrapasse o valor de R$ 1.000,00 (mil 
reais), ou que, no caso de multa por unidade de medida, 
a multa aplicável não exceda o valor referido. Sanadas as 
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irregularidades no prazo concedido, o agente autuante 
certificará o ocorrido nos autos e dará seguimento ao 
processo estabelecido no Capítulo II (art. 5º, §§ 1º e 3º). 
A multa terá por base a unidade, hectare, metro cú-
bico, quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, metro 
quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra me-
dida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado 
(art. 8º). O órgão ou entidade ambiental poderá especifi-
car a unidade de medida aplicável para cada espécie de 
recurso ambiental objeto da infração. 
A multa diária será aplicada sempre que o cometi-
mento da infração se prolongar no tempo, e seu valor 
deverá ser fixado de acordo com os critérios estabeleci-
dos neste Decreto, não podendo ser inferior ao mínimo 
estabelecido no art. 9o nem superior a dez por cento do 
valor da multa simples máxima cominada para a infração.
A sanção de apreensão de animais, produtos e sub-
produtos da fauna e flora, produtos e subprodutos ob-
jeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos 
ou veículos e embarcações de qualquer natureza utiliza-
dos na infração reger-se-á pelo disposto nas Seções II, IV 
e VI do Capítulo II deste Decreto (art. 14).
As sanções indicadas nos incisos V a IX do art. 3o se-
rão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o 
estabelecimento não estiverem obedecendo às determi-
nações legais ou regulamentares (art. 15).
O embargo de área irregularmente explorada e obje-
to do Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS não 
exonera seu detentor da execução de atividades de ma-
nutenção ou recuperação da floresta, na forma e prazos 
fixados no PMFS e no termo de responsabilidade de ma-
nutenção da floresta (art. 17).
A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada 
pela autoridade ambiental, após o contraditório e ampla 
defesa, quando: 
I - verificada a construção de obra em área ambien-
talmente protegida em desacordo com a legislação 
ambiental; ou 
II - quando a obra ou construção realizada não atenda 
às condicionantes da legislação ambiental e não seja 
passível de regularização (art. 18).
As sanções restritivas de direito aplicáveis às pessoas 
físicas e/ou jurídicas são: 
I - suspensão de registro, licença ou autorização; 
II - cancelamento de registro, licença ou autorização; 
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fis-
cais; 
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédi-
to; e 
V - proibição de contratar com a administração pú-
blica (art. 20).
Sobre os prazos prescricionais, o artigo 21 dispõe 
que prescreve em cinco anos a ação da administração 
objetivando apurar a prática de infrações contra o meio 
ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no caso 
de infração permanente ou continuada, do dia em que 
esta tiver cessado. Considera-se iniciada a ação de apu-
ração de infração ambiental pela administração com a 
lavratura do auto de infração.
Interrompe-se a prescrição (art. 22): 
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cien-
tificação do infrator por qualquer outro meio, inclusive 
por edital; 
II - por qualquer ato inequívoco da administração que 
importe apuração do fato; e 
III - pela decisão condenatória recorrível.
2. Das Infrações Administrativas Cometidas Con-
tra o Meio Ambiente
2.1 Infrações contra a fauna
 A) Artigo 24:
- Conduta: Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, 
utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em 
rota migratória, sem a devida permissão, licença ou 
autorização da autoridade competente, ou em desa-
cordo com a obtida:
- Pena: Multa de 
I - R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de espé-
cie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça 
de extinção; 
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de es-
pécie constante de listas oficiais de fauna brasileira 
ameaçada de extinção, inclusive da Convenção de 
Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna 
Selvagens em Perigo de Extinção - CITES.
- Incorre nas mesmas multas: 
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, 
autorização ou em desacordo com a obtida; 
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo 
ou criadouro natural; ou 
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, 
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou trans-
porta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, 
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e 
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não 
autorizados, sem a devida permissão, licença ou auto-
rização da autoridade ambiental competente ou em 
desacordo com a obtida.
B) Artigo 25:
- Conduta: Introduzir espécime animal silvestre, nativo 
ou exótico, no País ou fora de sua área de distribuição 
natural, sem parecer técnico oficial favorável e licen-
ça expedida pela autoridade ambiental competente, 
quando exigível
- Pena: Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com 
acréscimo por exemplar excedente de: 
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie 
não constante em listas oficiais de espécies em risco 
ou ameaçadas de extinção; 
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de es-
pécie constante de listas oficiais de fauna brasileira 
ameaçada de extinção, inclusive da CITES. 
C) Artigo 26:
- Conduta: Exportar peles e couros de anfíbios e répteis 
em bruto, sem autorização da autoridade competente.
- Pena: Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com 
acréscimo de: 
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I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade não cons-
tante em listas oficiais de espécies em risco ou amea-
çadas de extinção; ou 
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade constan-
te de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de 
extinção, inclusive da CITES. 
D) Artigo 29:
- Conduta: Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou 
mutilar animais silvestres, domésticos ou domestica-
dos, nativos ou exóticos:
- Pena: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 
3.000,00 (três mil reais) por indivíduo.
E) Artigo 30:
- Conduta: Molestar de forma intencional qualquer 
espécie de cetáceo, pinípede ou sirênio em águas ju-
risdicionais brasileiras:
- Pena: Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).
F) Artigo 35:
- Conduta: Pescar em período ou local no qual a pesca 
seja proibida:
- Pena: Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$ 
100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 
20,00 (vinte reais), por quilo ou fração do produto da 
pescaria, ou por espécime quando se tratar de produto 
de pesca para uso ornamental.
- Incorre nas mesmas multas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espé-
cimes com tamanhos inferiores aos permitidos; 
II - pesca quantidades superiores às permitidas ou me-
diante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e 
métodos não permitidos; 
III - transporta,comercializa, beneficia ou industriali-
za espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca 
proibida;
 IV - transporta, conserva, beneficia, descaracteriza, 
industrializa ou comercializa pescados ou produtos 
originados da pesca, sem comprovante de origem ou 
autorização do órgão competente; 
V - captura, extrai, coleta, transporta, comercializa ou 
exporta espécimes de espécies ornamentais oriundos 
da pesca, sem autorização do órgão competente ou 
em desacordo com a obtida; e 
VI - deixa de apresentar declaração de estoque. 
2.1 Infrações contra a flora
A) Artigo 43
- Conduta: Destruir ou danificar florestas ou demais 
formas de vegetação natural ou utilizá-las com infrin-
gência das normas de proteção em área considera-
da de preservação permanente, sem autorização do 
órgão competente, quando exigível, ou em desacordo 
com a obtida: 
- Pena: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 
50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare ou fração.
B) Artigo 44
- Conduta: Cortar árvores em área considerada de 
preservação permanente ou cuja espécie seja espe-
cialmente protegida, sem permissão da autoridade 
competente:
- Pena: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 
20.000,00 (vinte mil reais) por hectare ou fração, ou 
R$ 500,00 (quinhentos reais) por árvore, metro cúbico 
ou fração.
C) Artigo 45
- Conduta: Extrair de florestas de domínio público ou 
áreas de preservação permanente, sem prévia auto-
rização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mi-
nerais:
- Pena: Multa simples de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) 
a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) por hectare ou 
fração.
D) Artigo 46
- Conduta: Transformar madeira oriunda de floresta 
ou demais formas de vegetação nativa em carvão, 
para fins industriais, energéticos ou para qualquer ou-
tra exploração, econômica ou não, sem licença ou em 
desacordo com as determinações legais:
- Pena: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por 
metro cúbico de carvão-mdc.
E) Artigo 51
- Conduta: Destruir, desmatar, danificar ou explorar 
floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de 
espécies nativas plantadas, em área de reserva legal 
ou servidão florestal, de domínio público ou privado, 
sem autorização prévia do órgão ambiental compe-
tente ou em desacordo com a concedida:
- Pena: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hec-
tare ou fração. 
2.3 Infrações relativas a poluição e outras infra-
ções ambientais
A) Artigo 61
- Conduta: Causar poluição de qualquer natureza em 
níveis tais que resultem ou possam resultar em danos 
à saúde humana, ou que provoquem a mortandade 
de animais ou a destruição significativa da biodiver-
sidade:
- Pena: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 
50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).
B) Artigo 63
- Conduta: Executar pesquisa, lavra ou extração de 
minerais sem a competente autorização, permissão, 
concessão ou licença da autoridade ambiental com-
petente ou em desacordo com a obtida:
- Pena: Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) 
a R$ 3.000,00 (três mil reais), por hectare ou fração.
C) Artigo 64
- Conduta: Produzir, processar, embalar, importar, ex-
portar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, 
guardar, ter em depósito ou usar produto ou substân-
cia tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao 
meio ambiente, em desacordo com as exigências esta-
belecidas em leis ou em seus regulamentos:
- Pena: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 
2.000.000,00 (dois milhões de reais).
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- Incorre nas mesmas penas quem abandona os pro-
dutos ou substâncias referidas no caput, descarta de 
forma irregular ou os utiliza em desacordo com as 
normas de segurança.
D) Artigo 66
- Conduta: Construir, reformar, ampliar, instalar ou 
fazer funcionar estabelecimentos, atividades, obras 
ou serviços utilizadores de recursos ambientais, con-
siderados efetiva ou potencialmente poluidores, sem 
licença ou autorização dos órgãos ambientais compe-
tentes, em desacordo com a licença obtida ou contra-
riando as normas legais e regulamentos pertinentes: 
- Pena: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 
10.000.000,00 (dez milhões de reais).
- Incorre nas mesmas multas quem: 
I - constrói, reforma, amplia, instala ou faz funcionar 
estabelecimento, obra ou serviço sujeito a licencia-
mento ambiental localizado em unidade de conserva-
ção ou em sua zona de amortecimento, ou em áreas 
de proteção de mananciais legalmente estabelecidas, 
sem anuência do respectivo órgão gestor; e 
II - deixa de atender a condicionantes estabelecidas na 
licença ambiental. 
2.4 Infrações contra o ordenamento urbano e pa-
trimônio cultural
A) Artigo 72
- Conduta: Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato adminis-
trativo ou decisão judicial; ou 
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, 
instalação científica ou similar protegido por lei, ato 
administrativo ou decisão judicial.
- Pena: Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 
500.000,00 (quinhentos mil reais).
B) Artigo 73
- Conduta: Alterar o aspecto ou estrutura de edifica-
ção ou local especialmente protegido por lei, ato ad-
ministrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor 
paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, 
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou mo-
numental, sem autorização da autoridade competente 
ou em desacordo com a concedida.
- Pena: Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais).
C) Artigo 74
- Conduta: Promover construção em solo não edificá-
vel, ou no seu entorno, assim considerado em razão 
de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, 
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico 
ou monumental, sem autorização da autoridade com-
petente ou em desacordo com a concedida:
- Pena: Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 
100.000,00 (cem mil reais).
D) Artigo 75:
- Conduta: Pichar, grafitar ou por outro meio conspur-
car edificação alheia ou monumento urbano:
- Pena: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais).
3. Do processo administrativo para apuração de 
infrações ambientais 
A imposição de infrações administrativas depende de 
uma sequência ordenada de atos, isso é, depende de um 
processo administrativo, com princípios e garantias atri-
buídos ao infrator. 
Dispõe o artigo 95 que o processo será orientado 
pelos princípios da legalidade, finalidade, motivação, ra-
zoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de-
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência, bem como pelos critérios mencionados no 
parágrafo único do art. 2o da Lei no 9.784, de 29 de ja-
neiro de 1999.
A conciliação deve ser estimulada pela administração 
pública federal ambiental, de acordo com o rito estabe-
lecido neste Decreto, com vistas a encerrar os processos 
administrativos federais relativos à apuração de infrações 
administrativas por condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente (art. 95-A).
Constatada a ocorrência de infração administrativa 
ambiental, será lavrado auto de infração, do qual deverá 
ser dado ciência ao autuado, assegurando-se o contradi-
tório e a ampla defesa (art. 96). O autuado será intimado 
da lavratura do auto de infração pelas seguintes formas: 
I - pessoalmente; 
II - por seu representante legal;
III - por carta registrada com aviso de recebimento; 
IV - por edital, se estiver o infrator autuado em lugar 
incerto, não sabido ou se não for localizado no ende-
reço (art. 96, §1º).
O auto de infração deverá ser lavrado em impresso 
próprio, com a identificação do autuado, a descrição cla-
ra e objetiva das infrações administrativas constatadas e 
a indicação dos respectivos dispositivos legais e regula-
mentares infringidos, não devendo conter emendas ou 
rasuras que comprometamsua validade (art. 97).
O auto de infração, os eventuais termos de aplicação 
de medidas administrativas, o relatório de fiscalização e a 
notificação de que trata o art. 97-A serão encaminhados 
ao Núcleo de Conciliação Ambiental. O relatório de fis-
calização será elaborado pelo agente autuante e conterá: 
I - a descrição das circunstâncias que levaram à cons-
tatação da infração ambiental e à identificação da 
autoria; 
II - o registro da situação por fotografias, vídeos, ma-
pas, termos de declaração ou outros meios de prova; 
III - os critérios utilizados para fixação da multa acima 
do limite mínimo, quando for o caso; e 
IV - quaisquer outras informações consideradas rele-
vantes (art. 98, caput e parágrafo único).
Constatada a infração ambiental, o agente autuante, 
no uso do seu poder de polícia, poderá adotar as seguin-
tes medidas administrativas: 
I - apreensão; 
II - embargo de obra ou atividade e suas respectivas 
áreas; 
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III - suspensão de venda ou fabricação de produto; 
IV - suspensão parcial ou total de atividades;
 V - destruição ou inutilização dos produtos, subpro-
dutos e instrumentos da infração; e 
VI – demolição (art. 101).
O autuado poderá, no prazo de vinte dias, contado 
da data da ciência da autuação, apresentar defesa con-
tra o auto de infração, cuja fluência fica sobrestada até a 
data de realização da audiência de conciliação ambien-
tal. Na hipótese de insucesso da audiência de conciliação 
ambiental, por não comparecimento do autuado ou por 
ausência de interesse em conciliar, inicia-se a fluência do 
prazo para apresentação de defesa (art. 113, § 1º).
A defesa poderá ser protocolizada em qualquer uni-
dade administrativa do órgão ambiental que promoveu a 
autuação, que o encaminhará imediatamente à unidade 
responsável, devendo ser formulada por escrito e deve 
conter os fatos e fundamentos jurídicos que contrariem 
o disposto no auto de infração e termos que o acompa-
nham, bem como a especificação das provas que o au-
tuado pretende produzir a seu favor, devidamente justi-
ficadas (arts. 114 e 115).
 A defesa não será conhecida quando apresentada 
(art. 117): 
I - fora do prazo; 
II - por quem não seja legitimado; ou III - perante ór-
gão ou entidade ambiental incompetente. 
Ao autuado caberá a prova dos fatos que tenha alega-
do, sem prejuízo do dever atribuído à autoridade julga-
dora para instrução do processo. A autoridade julgadora 
poderá requisitar a produção de provas necessárias à sua 
convicção, bem como parecer técnico ou contradita do 
agente autuante, especificando o objeto a ser esclarecido 
(arts. 118 e 119). 
As provas propostas pelo autuado, quando imperti-
nentes, desnecessárias ou protelatórias, poderão ser re-
cusadas, mediante decisão fundamentada da autoridade 
julgadora competente (art. 120).
Encerrada a instrução, o autuado terá o direito de ma-
nifestar-se em alegações finais, no prazo máximo de dez 
dias (art. 122).
Oferecida ou não a defesa, a autoridade julgadora, no 
prazo de trinta dias, julgará o auto de infração, decidindo 
sobre a aplicação das penalidades. Nos termos do que 
dispõe o art. 101, as medidas administrativas que forem 
aplicadas no momento da autuação deverão ser aprecia-
das no ato decisório, sob pena de ineficácia. A inobser-
vância do prazo para julgamento não torna nula a deci-
são da autoridade julgadora e o processo. O órgão ou 
entidade ambiental competente indicará, em ato próprio, 
a autoridade administrativa responsável pelo julgamento 
da defesa, observando-se o disposto no art. 17 da Lei no 
9.784, de 1999 (art. 124, caput e parágrafos).
Da decisão proferida pela autoridade julgadora cabe-
rá recurso no prazo de vinte dias. O recurso hierárquico 
de que trata este artigo será dirigido à autoridade ad-
ministrativa julgadora que proferiu a decisão na defesa, 
a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o 
encaminhará à autoridade superior (art. 127, § 1º).
O recurso interposto na forma prevista no art. 127 
não terá efeito suspensivo, exceto na hipótese de justo 
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação. O efeito 
suspensivo será concedido de ofício ou a pedido do re-
corrente (art. 128, caput e parágrafos).
Da decisão proferida pela autoridade superior caberá 
recurso ao CONAMA, no prazo de vinte dias, e será di-
rigido à autoridade superior que proferiu a decisão no 
recurso, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco 
dias, e após exame prévio de admissibilidade, o encami-
nhará ao Presidente do CONAMA.
A autoridade julgadora junto ao CONAMA não po-
derá modificar a penalidade aplicada para agravar a si-
tuação do recorrente, em atendimento ao princípio da 
vedação a reformatio in pejus (art. 130, § 2º).
O recurso não será conhecido quando interposto: 
I - fora do prazo; 
II - perante órgão ambiental incompetente; ou 
III - por quem não seja legitimado (art. 131).
POSIÇÃO DO STF, STJ E TRIBUNAIS DE JUSTIÇA ES-
TADUAIS
Muito comum aparecer em questões de prova, as po-
sições da jurisprudência sobre direito ambiental também 
devem ser cuidadosamente analisadas. Trazemos a se-
guir algumas ementas de julgados que pacificam o en-
tendimento sobre algumas questões ambientais. 
DIREITO AMBIENTAL. AGRAVO INTERNO EM RECUR-
SO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. AÇÃO CIVIL PÚBLI-
CA. PROTEÇÃO AMBIENTAL. DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 
EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. AUSÊNCIA DE 
QUESTAO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. 1. A re-
solução da controvérsia demanda a análise da legislação 
infraconstitucional aplicada ao caso, bem como o reexame 
de fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado 
em recurso extraordinário. Incidência da Súmula 279/STF. 
Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11 , do CPC/2015 
, uma vez que não é cabível condenação em honorários 
advocatícios (arts. 17 e 18, Lei nº 7.347 /1985). 3. Agravo 
interno a que se nega provimento, com aplicação da multa 
prevista no art. 1.021, § 4º , do CPC/2015 .
(STF - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM 
AGRAVO AgR ARE 1139337 SP SÃO PAULO 0165172-
53.2007.8.26.0000)
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE. INDEFERIMENTO. ANTECIPAÇÃO. EFEITOS. 
TUTELA. INTERPOSIÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
CONVERSÃO. AGRAVO RETIDO. PEDIDO DE RECONSIDE-
RAÇÃO. INAPTIDÃO. INTERRUPÇÃO. PRAZO DECADEN-
CIAL. INEXISTÊNCIA. EFEITO SUSPENSIVO. 1. A decisão 
que, a teor do art. 527 , inciso II , do CPC , converte em 
retido o agravo de instrumento, é passível de impugna-
ção pela via do mandado de segurança, cujo prazo deca-
dencial de cento e vinte dias (art. 23 da Lei 12.016 /2009) 
conta-se da ciência dessa decisão e não daquela que exa-
mina eventual pedido de reconsideração. 2. O pedido de 
reconsideração não tem efeito suspensivo nem serve para 
impedir o início do curso do prazo decadencial. 3. Agravo 
regimental não provido.
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(STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM 
MANDADO DE SEGURANÇA AgRg no RMS 47307 SP 
2015/0000256-5 (STJ)
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA 
PROVA. POSSIBILIDADE. Ainda que o ajuizamento da ação 
civil pública não acarrete, de forma automática, a inver-
são do ônus da prova, na hipótese dos autos, em atenção 
ao princípio da precaução, deve ser atribuído à parte ré o 
ônus de comprovar que a atividade de mineração realiza-
da observou os ditames legais. AGRAVO DE INSTRUMEN-
TO PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº 70082080417, 
Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Newton Luís Medeiros Fabrício, Julgado em: 23-10-2019)
TJ-RS - “Agravo de Instrumento” AI 70082080417 RS 
(TJ-RS)
Evidente que tais julgados são apenas exemplos. É re-
comendado que o candidato se mantenha atualizado e 
procure conhecer outras ementas.EXERCÍCIO COMENTADO
1. (PREFEITURA DE VÁRZEA PAULISTA-SP – PROCU-
RADOR JURÍDICO – VUNESP – 2016) O art. 37 da Lei 
n° 9.605/98 estabelece que, independentemente de au-
torização ou prévia manifestação da autoridade compe-
tente, é conduta autorizada legalmente (não há crime) o 
abate de animal quando realizado
a) por ser nocivo [o animal].
b) para fins científicos e didáticos.
c) para controlar reprodução excessiva da espécie.
d) em estado de necessidade, para saciar a fome do 
agente ou de sua família.
e) para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação 
predatória ou destruidora de animais.
Resposta: Letra D. A questão é bem direta ao ponto, 
e exige que o candidato conheça as condutas que não 
são consideradas crimes de abate animal, previstas no 
artigo 37. São elas: I - em estado de necessidade, para 
saciar a fome do agente ou de sua família; II - para 
proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação pre-
datória ou destruidora de animais, desde que legal e 
expressamente autorizado pela autoridade competen-
te; III - (VETADO) IV - por ser nocivo o animal, desde 
que assim caracterizado pelo órgão competente.
HORA DE PRATICAR!
1. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Com refe-
rência à responsabilidade penal por infrações ambientais, 
ao mandado de segurança em matéria ambiental e à fun-
ção social da propriedade, julgue os itens subsequentes.
Na medida em que o conceito de poluidor, em matéria 
ambiental, abrange toda pessoa responsável por ativida-
de causadora de degradação ambiental, o mandado de 
segurança na tutela do meio ambiente pode ser impe-
trado não apenas contra autoridade pública ou agente 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder 
público, mas também contra qualquer pessoa, física ou 
jurídica, de direito público ou privado, que cause dano 
ambiental.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Com refe-
rência à responsabilidade penal por infrações ambientais, 
ao mandado de segurança em matéria ambiental e à fun-
ção social da propriedade, julgue os itens subsequentes.
A responsabilização das pessoas jurídicas por crimes am-
bientais, nos casos em que a infração seja cometida por 
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de 
seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade, exclui a responsabilidade das pessoas físicas 
partícipes do mesmo fato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Com refe-
rência à responsabilidade penal por infrações ambientais, 
ao mandado de segurança em matéria ambiental e à fun-
ção social da propriedade, julgue os itens subsequentes.
Considera-se que a propriedade urbana cumpre plena-
mente sua função social quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação do espaço territorial previs-
tas no plano diretor da cidade; no que tange à proprieda-
de rural, isso ocorre quando ela é regularmente registra-
da na Divisão de Cadastro Rural do INCRA e no IBAMA.
( ) CERTO ( ) ERRADO
4. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Acerca do 
patrimônio cultural e da proteção ambiental das terras 
indígenas, julgue os itens que seguem.
A promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro 
é responsabilidade do poder público, com a colaboração 
da comunidade, por meio de inventários, registros, vigi-
lância, tombamento e desapropriação, e de outras for-
mas de acautelamento e preservação.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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5. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Acerca do 
patrimônio cultural e da proteção ambiental das terras 
indígenas, julgue os itens que seguem.
A proteção ambiental das terras indígenas compete à 
União, sendo atribuição privativa do presidente da Repú-
blica autorizar a pesquisa e a lavra das riquezas minerais 
nessas áreas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
6. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Acerca do 
patrimônio cultural e da proteção ambiental das terras 
indígenas, julgue os itens que seguem.
Em rol taxativo, a CF elenca os bens que constituem o pa-
trimônio cultural brasileiro, como os conjuntos urbanos e 
sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueoló-
gico, paleontológico, ecológico e científico.
( ) CERTO ( ) ERRADO
7. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Relativa-
mente à PNRH, julgue os itens seguintes.
Cabe aos Poderes Executivos estaduais e do DF, obede-
cidas suas respectivas competências, outorgar os direi-
tos de uso de recursos hídricos, sendo responsáveis por 
regulá-los e fiscalizá-los.
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Relativa-
mente à PNRH, julgue os itens seguintes.
O Poder Executivo do DF tem a responsabilidade de pro-
mover a integração das políticas locais de saneamento 
básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de 
meio ambiente com a PNRH.
( ) CERTO ( ) ERRADO
9. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Acerca dos 
princípios constantes do Código Florestal e da área de 
reserva legal, julgue o item abaixo.
Como regra, em todo imóvel rural deve ser mantida área 
com cobertura de vegetação nativa, cujas funções são 
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos 
recursos naturais do imóvel, auxiliar a conservação e a 
reabilitação dos processos ecológicos e promover a con-
servação da biodiversidade, bem como o abrigo e a pro-
teção de fauna silvestre e da flora nativa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
10. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Tendo em 
vista as categorias de unidades de conservação que com-
põem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza, julgue os itens a seguir.
As unidades de conservação somente podem ser criadas 
por lei, que deverá definir seu regime especial de admi-
nistração e as garantias adequadas de proteção.
( ) CERTO ( ) ERRADO
11. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Tendo em 
vista as categorias de unidades de conservação que com-
põem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza, julgue os itens a seguir.
Nas unidades de proteção integral, não se admite o uso 
direto ou indireto dos recursos naturais, mas apenas a 
exploração capaz de garantir a perenidade dos processos 
ecológicos, mantendo-se a biodiversidade e os demais 
atributos ecológicos, de forma socialmente justa e eco-
nomicamente viável.
( ) CERTO ( ) ERRADO
12. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Conside-
rando as disposições da LODF a respeito do meio am-
biente e a competência em matéria ambiental, julgue os 
itens a seguir.
Após a realização de EIA e de audiência pública, os pro-
jetos que tenham significativo potencial poluidor devem 
ser submetidos à apreciação do Conselho de Meio Am-
biente do DF, órgão de composição paritária do qual 
participam representantes do poder público, de enti-
dades não governamentais relacionadas com a questão 
ambiental e do Corpo de Bombeiros Militar do DF.
( ) CERTO ( ) ERRADO
13. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Conside-
rando as disposições da LODF a respeito do meio am-
biente e a competência em matéria ambiental, julgue os 
itens a seguir.
É competência do DF, concorrentemente com a União, 
legislar sobre cerrado, conservação da natureza, defesa 
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio am-
biente e controle da poluição, entre outras matérias.
( ) CERTO ( ) ERRADO
14. (PG-DF – PROCURADOR – CESPE – 2013) Julgue os 
próximos itens, relativos à proteção do patrimônio cultu-
ral e às áreas de preservação permanente.
As áreas de preservação permanente localizadas dentro 
de áreas urbanas consolidadas devem ser desapropria-
das e sua vegetação recuperada, em razão da função am-
biental que exercem na proteção dos recursos naturais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
15. (PG-DF – ANALISTA JURÍDICO DIREITO E LEGIS-
LAÇÃO – IADES – 2011) A Administração Pública exige, 
na forma da lei, para instalação de obra ou atividade po-
tencialmente causadora de significativa degradação do 
meio ambiente,estudo prévio de impacto ambiental, a 
que se dará publicidade. De acordo com o art. 1º da Re-
solução nº 1/86 do CONAMA, assinale a alternativa que 
conceitua corretamente impacto ambiental.
a) Qualquer alteração física, química e biológica ao ser 
humano, causadas por qualquer forma de bactéria 
resultante das atividades automatizadas, que direta-
mente afetem a saúde e o bem-estar da população e 
a qualidade dos recursos ambientais.
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Realce
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b) Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas 
e biológicas do meio ambiente, causadas por qual-
quer forma de matéria ou energia resultante das ativi-
dades humanas, que direta ou indiretamente afetem: 
a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as 
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade 
dos recursos ambientais.
c) Resulta em qualquer das condições estéticas e sanitá-
rias do meio ambiente.
d) Resultam na saúde, na segurança e no bem-estar da 
população.
e) Variação da qualidade dos recursos ambientais, medi-
da de acordo com os sistemas internacionais de aferi-
ção do bem-estar da população e desenvolvimento da 
interação da sociedade com o meio ambiente.
GABARITO
1 ERRADO
2 ERRADO
3 ERRADO
4 CERTO
5 ERRADO
6 ERRADO
7 CERTO
8 CERTO
9 CERTO
10 ERRADO
11 ERRADO
12 CERTO
13 CERTO
14 ERRADO
15 B
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ANOTAÇÕES
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