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DESAFIOS DO ENSINO REMOTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

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DESAFIOS DO ENSINO REMOTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Em meio a uma crise de proporção mundial sem precedentes, alunos e professores foram prejudicados pelo encerramento das atividades das escolas e todos, tanto a comunidade escolar quanto as famílias tiveram que aprender a lidar com essa imprevisível nova realidade. Pela necessidade do afastamento social, toda a população teve de se adaptar à nova realidade, seja na área da educação com o ensino, no trabalho ou no modo como interagimos com as pessoas. 
As escolas, após algum tempo fechadas, tiveram que pensar maneiras de não deixar o sistema educacional parar. Com esforço, alguma dose de improviso e sempre correndo contra o relógio, passaram a transmitir aulas em diferentes plataformas. A pandemia forçou as instituições educacionais em todo o mundo a utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis para criar conteúdo e experiências de aprendizado remoto para estudantes. 
Educadores de todas as áreas tiveram que reaprender novos meios de ensinar e lidar com processo de aprendizagem e experimentar novas possibilidades tecnológicas. A tecnologia voltada para o ensino já existia, mas caminhava a passos lentos, ainda mais em um dos setores mais resistentes a mudanças e a adoção de novas tecnologias que é a escola pública.
A verdade é que todos foram surpreendidos e a sociedade teve que se adaptar. O professor precisou rever e pensar novos jeitos de se reinventar em um espaço de tempo muito curto. Muitos tiveram que aprender a lidar com as novas plataformas de ensino e se conectarem para manter a relação professor/aluno. Até os mais relutantes com a utilização da tecnologia em sala de aula precisaram rever e inovar o jeito de ensinar, não mais da mesma forma que faziam há 20 ou 30 anos.
Perante este novo panorama, logo surgiram os inúmeros desafios do ensino remoto, e seus efeitos na desigualdade social. Uma questão que exemplifica bem essa situação é a enorme diferença entre os sistemas de ensino público e concomitantemente, a desproporção social dos estudantes da educação básica., nestes dois setores da educação. 
No mesmo tempo em que alunos de escolas particulares já utilizavam diversos recursos tecnológicos e estratégias modernas de aprendizagem, muitos alunos da rede pública de ensino nem ao menos têm acesso à internet em suas casas. 
Outro fato que dificulta a adesão de alunos às aulas on-line são os softwares utilizados para a transmissão das atividades, que, em sua maioria, são produzidos para serem executados em computadores e muitas crianças e suas famílias só têm acesso a um celular, o que dificulta a aquisição do conhecimento.
Outra questão que vem à tona é a do analfabetismo funcional. Esse não é um problema novo, antes da crise essa realidade já era uma situação grave na sociedade e agora está influenciando a aprendizagem dos alunos, principalmente os da escola pública, pois dependem dos pais para auxiliar a realização das tarefas remotas. A realidade é que muitos dos estudantes de escolas de periferia e que estão à margem da sociedade, excluída social e digitalmente e que vivem em áreas de vulnerabilidade social, econômica e cultural, sequer têm em casa uma família estruturada para auxiliar com o processo que estamos passando.
Além do mais, muitos professores não estão preparados para a adequação de suas aulas em aulas virtuais, o que pode aumentar a angústia dos docentes que tiveram suas realidades transformadas da noite para o dia.
Outra dificuldade do trabalho docente será o acompanhamento e a continuidade do processo de aprendizagem quando as escolas reabrirem e iniciarem um processo de volta ao novo normal. Já existia uma burocracia imensa envolvida no trabalho docente que só aumentará com todas essas novas tarefas e responsabilidades advindas com a crise. É preciso buscar calma e objetividade para que todos estes encargos não se transformem em frustrações e esgotamentos trazendo como consequência uma onda de professores emocionalmente doentes e com sentimentos de fracasso diante da nova realidade.
O ensino nunca mais voltará a ser como era antes. Na melhor das hipóteses, haverá liberdade das paredes da sala de aula e o descobrimento de um mundo de oportunidades nas mãos dos educadores e dos jovens. Os professores vivenciarão novas formas de ensinar, novas ferramentas de avaliação, e os estudantes entenderão que precisam de organização, dedicação e planejamento para aprender no mundo digital. Essa concretização já era proposta numa perspectiva de realidade tecnológica para pensar a educação no século XXI, que vinha sendo implantada a passos muito lentos, porém, a crise global provocou um choque temporal e de um dia para o outro, a realidade teve de ser adaptada.
No retorno também será essencial pensar no reforço escolar para equalizar a aprendizagem e garantir oportunidades iguais com qualidade e equidade aos estudantes e um replanejamento para retomadas das aulas, permitindo o sequenciamento de propostas realizadas no isolamento social. 
A crise deve ser encarada como um momento de reflexão e uma oportunidade de assimilar algo novo e a única certeza que podemos afirmar diante dos fatos é que o mundo nunca mais será o mesmo depois da pandemia. Devemos ter esperança de que depois que tudo isso passar, a educação será mais forte e favoravelmente melhor, e que todas as coisas boas que aprendemos com a crise sejam irreversíveis.
Sabemos que o impacto da pandemia será abrangente, e para que possamos dar novos ares à educação, será necessário um acolhimento de uma nova realidade de ensino, não esquecendo de que as pessoas sempre continuarão sendo o centro e objetivo principal da aprendizagem. A lição que levaremos de toda essa vivência será o aprendizado sobre a forma como nos preparamos para aprender novas habilidades, não só para a profissão, mas para a vida.

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