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Jaciara Assunção 
Jaqueline Sarttoreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2018 
 
 
 
 
 
Jaciara Assunção 
Jaqueline Sarttoreto 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM - PA 
2018 
Trabalho de Práticas Educativas em Saúde, 
solicitado pela Enfª. Profª. Lidiane Xavier, 
para o curso de Enfermagem do 7º 
semestre, como requisito avaliativo para o 
1º NPC. 
RESENHA CRÍTICA 
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. 49º Ed. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. 
O livro Pedagogia da autonomia de Paulo Freire traz como conteúdo o olhar 
crítico sobre questões voltadas ao ensinar e aprender, perpassando pela natureza 
das práticas progressistas e conservadoras, instigando os processos e metodologias 
da educação fundamental à pós-graduação, tendo em vista uma pedagogia fundada 
na ética, no respeito e à própria autonomia do educando. 
A obra é dividida em três capítulos, sendo a primeira, “prática docente: 
primeira reflexão”, este capítulo em especial, abrange a importância e a reflexão de 
uma formação educativo-crítica, pois quando o educador adota uma posição de 
apenas transferidor de conhecimento, o educando torna-se um “depósito” de 
armazenamento de conteúdo, limitando o processo de aprendizagem, ao formar 
indivíduos usando esse processo, possibilita no futuro o déficit no ensino dos novos 
educadores para com seus educandos, o autor reforça na escolha da formação 
educativo-crítica quando diz: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar 
possibilidades para a sua produção ou a sua construção”, logo, é através do 
desenvolvimento de novas maneiras do ensinar que será possível alcançar o 
aprendizado na sua essência. 
O segundo capítulo, “ensinar não é transferir conhecimento”, aprofunda sobre 
o papel essencial do educador quanto ao estar aberto às indagações, à curiosidade, 
às perguntas dos alunos, aos seus medos, um ser crítico e investigador. O professor 
precisa ser insistente em manter a ideia de que ensinar não é transferir 
conhecimento e assim envolver os alunos na construção do saber, alcançando o 
“pensar certo” que é uma postura exigente, difícil, às vezes sofrida, que precisa-se 
assumir diante dos outros e com os outros. 
O terceiro e último capítulo, “ensinar é uma especificidade humana”, retrata a 
missão da necessidade do docente em se analisar e refletir quanto a aplicação da 
sua autoridade democrática em sala de aula, logo, a busca de segurança e firmeza 
nas suas práticas educativas vem do preparo desse docente para que o mesmo 
consiga guiar o aluno a superar suas dificuldades. 
1- Prática Docente: primeira reflexão. 
1.1 Ensinar exige rigorosidade metódica. 
O Educador precisa fortalecer, despertar e criar condições para que o aluno 
consiga desenvolver seu pensamento pautado na crítica, na curiosidade intigando-o 
a pesquisa e a busca incessante pelo conhecimento, desprendendo-se do método 
mecanicista de ensinar de apenas transferir o conhecimento. O educador que se 
restringe a transferir aquilo que lhe foi ensinado torna-se apenas repetidor, aquele 
que não busca trazer a realidade local o que ocorre ao seu redor e ao redor dos 
alunos a trazer para sua realidade docente, este apenas acaba sendo um educador 
mecanicista e transferidor de conhecimento, logo este será incapaz de despertar nos 
alunos a curiosidade. A rigorosidade metódica é a capacidade do docente de criar 
meios e métodos para a curiosidade crítica dos educandos na busca da construção 
do conhecimento. 
1.2 Ensinar exige pesquisa. 
Para ensinar é preciso pesquisar, sendo esses fazeres inerentes a existência 
um do outro, o educador questionador, instigador que dúvida do que lhe é imposto 
na literatura, a curiosidade faz parte da existência humana, o auto questionamento 
do pensar e pensar certo como diz Freire. 
1.3 Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. 
“Por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares 
fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? ” 
(FREIRE, 2014, p. 32). Ninguém chega à escola ou na faculdade ou a qualquer 
outro curso com a mente vazia, todos os indivíduos tem alguma experiência já 
vivida, a escola não deve esquecer disso, a escola deve associar junto ao ensino as 
vivências e experiências dos educandos, problematizar suas experiências, dar 
liberdade, respeitando seus saberes, isso os faz indivíduos pensadores e 
questionadores, isso é respeitar o saber do educando é formar indivíduos capazes 
de resolver problemas e não apenas meros coadjuvantes de seu aprendizado. 
1.4 Ensinar exige criticidade. 
A experiência do indivíduo adquirida no decorrer de sua vida não se separa 
dos conhecimentos científicos adquiridos, ocorre um fortalecimento desses saberes 
através da educação. A curiosidade ingênua que nos move desde os primeiros 
passos de nossas vidas passa a se tornar uma curiosidade embasada em métodos 
científicos, a curiosidade epistemológica. Essa curiosidade é a chave para a busca 
incessante do conhecimento, a curiosidade crítica é estar sempre em busca do 
conhecimento, sempre tendo algo para acrescentar em cima do que nos propormos 
a fazer e assim se segue a construção, não negando a ciência já existente, mas a 
questionando, duvidando, interrogando-a para concordar ou provar o contrário. 
1.5 Ensinar exige estética e ética. 
“A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve 
ser feita à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. 
Decência e boniteza de mãos dadas” (FREIRE, 2014, p. 34). Ensinar e formar 
indivíduos críticos e éticos, sem esquecer a estética e a ética que para Paulo Freire 
é a decência e a pureza do ensino, a pureza não de forma puritana, o puritanismo 
que julga e aponta erros, mas sim a pureza da verdade da sinceridade, sujeitos 
formados com bases em princípios éticos, fazer o bem mesmo quando se pode fazer 
o mal, não fazer o bem apenas com medo da punição. O homem possui livre arbítrio 
para decidir e escolher e discernir o certo do errado, a humanidade não é receita de 
bolo, ela estar em continuo aprendizado, à formação ética e moral dos alunos não 
deve estar dissociado do ensino dos conteúdos, o educador precisa usar de 
recursos e métodos que despertem no aluno sua criatividade. A sua postura diante 
dos alunos explicita sua forma de agir e pensar sobre a educação, um educador não 
pode agir de forma grotesca com os alunos e ao mesmo tempo falar de bons modos, 
de humanização, por exemplo, a boniteza está na forma de agir, de pensar e pensar 
certo de forma ética e estética. 
1.6 Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo. 
O educador precisa assumir uma postura exemplar, para transmitir 
credibilidade e confiança aos seus educandos; não existe educação sem exemplos, 
o educador que hora defende, hora desfaz o que “ensinou”, isso o torna o educador 
distante de seus alunos, ensinar através da imposição cria uma barreira no 
aprendizado. Pensar certo, segundo Freire, é ter argumentos e não raiva de quem 
discorda, educadores impõe seu conhecimento através do autoritarismo desmedido, 
a discordância deve ser defendida através do conhecimento do professor deve este 
parar e pensar diferentes pontos de vista e não impor a sua opinião. 
1.7 Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma 
de discriminação. 
O educador precisa ser flexível e ter um forte poder de adaptação, assumir 
riscos, não rejeitar o novo e não substituir o antigo pelo novo e sim saber ponderar e 
extrair aquilo que contribua de fato ao ensino. A discriminação contra a diversidade o 
preconceito que da origem a discriminação, impede o aprendizado, o preconceituoso 
se fecha e não busca aprender algo novo, não muda seu ponto de vista, e se põe 
em um pedestal, o dono do sabere da verdade. A insensatez de indivíduos 
preconceituosos os faz incapazes de enxergar além, de pensar e pensar certo de 
forma desumana, a não humanização do aprendizado impõe um ensinar tecnicista 
privando os indivíduos de sua autonomia, Freire diz que o sujeito deve fazer parte da 
construção do seu conhecimento e não se desenvolver preso a uma bolha (escola 
apenas), tanto para pensar quanto para praticar. 
1.8 Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática. 
“É Pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode 
melhorar a próxima prática” (FREIRE, 2014, p. 40). A reflexão crítica não é apenas a 
curiosidade ingênua de que trata Paulo Freire, as experiências no decorrer da vida 
de um professor não são suficientes para a produção do ensino a rigorosidade 
metódica deve somar as suas experiências, exercer sempre a autocrítica deixando 
para trás a arrogância que lhe venda os olhos, não se pôr como o dono da verdade, 
autossuficiente, reproduzindo o erro sempre, a educação continua dos professores 
faz os pensar sobre a pratica, refletir sua própria atuação o torna capaz de refletir 
sobre sua própria mudança enquanto docente. 
1.9 Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. 
Criar condições aos educandos para que se desenvolvam como sujeitos 
pensantes, críticos, habilidosos capazes de se tornarem sujeitos do seu 
aprendizado, aprender a respeitar a si e aos outros. O educador e a escola devem 
respeitar a individualidade de cada um, propiciar um ambiente capaz de promover o 
exercício da autonomia. Os conflitos existentes nas mais diferentes esferas da 
sociedade, inclusive na escola deve ser trabalhado no âmbito da escola e não 
ignorado, não criar obstáculos, devem refletir e discutir, o aluno não de desenvolve 
quando seu aprendizado é passivo, suas experiências devem ser levadas em conta, 
não apenas a didática dos materiais, o modo como o educador se porta influencia 
diretamente na aceitação ou não do aluno tanto para motivar ou desmotivar. 
 
 
O capítulo II inicia com o subitem “Ensinar exige consciência do inacabado”, aqui o 
autor é bem claro em suas palavras quando expressa a visão que o ser humano não 
é um ser perfeito ou definitivo e reforça dizendo “onde há vida, há inacabamento” 
(FREIRE, 2014, p. 50), diante disso, compreende-se que os conhecimentos 
produzidos são processos imperfeitos, limitados e ainda estão em desenvolvimento, 
pois, existe transformação/mudança em tudo que é possível conhecer e a beleza 
disto se dá quando o individuo toma consciência de se envolver e superar o saber já 
existente, gerando a busca da renovação constante do conhecimento. 
O subitem “Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado”, complementa o 
pensamento acima, o autor revela que de fato, o indivíduo é um ser inacabado e isso 
fundamenta a educação como processo permanente e contínuo, não se pode viver 
no mundo isolado e gerando barreiras de se inserir como ser pensante no mundo. 
Hoje fica mais perceptível a importância da consciência que o ser humano é 
“programado” para aprender e assim superar suas dificuldades 
O educador precisa ter humidade para com seu educando, partindo do entendimento 
que o individuo é um ser inacabado. O subitem “Ensinar exige respeito à autonomia 
do ser do educando”, Freire diz que ensinar exige respeito à curiosidade e ao gosto 
estético do educando, à sua inquietude, linguagem, às suas diferenças, ao seu 
direito de ser, todavia, o educador tem o papel de instigar o educando a promoção 
da curiosidade, fazendo-o buscar a verdade e moldando o ser ingênuo de forma 
singela. Na época atual, percebe-se a sutileza do educador, em muitos casos, de 
sensibilizar-se com o tempo que cada educando tem para desenvolver sua 
autonomia no processo do aprendizado e isso é um grande avanço dentro da 
comunidade educadora. 
Quanto mais metodicamente organiza-se a prática de indagar, aferir e duvidar, mais 
crítico se torna o bom-senso, assunto que encontra-se em “Ensinar exige bom-
senso”, Freire traz como reflexão que o senso e ética se juntam na investigação da 
realidade, passando do estado intuitivo para o da decisão pensada e o exercício do 
bom-senso ajuda a avaliar as ações executadas. O que determina hoje, dentro de 
sala de aula é o bom-senso, ele adverte o educador do exercício da sua autoridade 
em sala de aula, como na tomada de decisões, no direcionamento de trabalho, na 
cobrança de prazos, entretanto, essa autoridade não deve ser confundida com 
autoritarismo, pois existem professores que abusam do poder e mesmo tendo a 
noção disto, executam ações antipedagógicas, por outro lado há aqueles que abrem 
mão de corrigir e de orientar seus alunos. 
2.1 Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos 
dos educadores. 
 A luta pela dignidade da profissão é tão importante à prática pedagógica, 
quanto ao respeito que deve ser assumido pela identidade dos alunos, Paulo Freire 
argumenta que uma das piores consequências do descaso do poder público pela 
educação, é a disseminação de um estado de espirito muito negativo entre os 
professores que faz com que se cansem da profissão, sejam indiferentes com os 
alunos e faz com que muitos se conformem com a situação crítica de trabalho. 
Porém, não significa, que mesmo com as adversidades de condições de trabalho 
que os professores enfrentam, eles devam transferir o desprezo e o descaso com a 
educação para com seus alunos, descontar suas frustrações e desesperança. Deve-
se manter o compromisso com a educação, honrando os alunos e a si próprio. 
2.2 Ensinar exige apreensão da realidade. 
 É importante para o educando, sobretudo, além de ter a consciência do 
inacabado, desenvolver habilidades como o da curiosidade, da indagação, que são 
essenciais para a construção do conhecimento cabal, assim explorando as várias 
dimensões da prática educativa, conscientizando-se de sua capacidade de 
aprender, inerente ao homem, que usa o conhecimento não apenas para se adaptar, 
mas para transformar a realidade. 
2.3 Ensinar exige alegria e esperança. 
 A esperança faz parte da natureza humana, Freire faz uma relação entre 
aluno e professor relatando que a esperança é motivo de alegria quando os 
mesmos, juntos, podem aprender, ensinar, produzir e resistir aos obstáculos 
encontrados em sala de aula, no entanto, reforça que não se pode ser uma 
esperança ingênua e sim crítica. 
2.4 Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. 
 É ter consciência do papel de intervir na realidade como sujeito e não apenas 
testemunhar a realidade. É ter a consciência que devemos programar a nossa ação 
político-pedagógica, que deve resultar de processos dialógicos com a realidade e 
com seus sujeitos, de modo que todos possam perceber as injustiças e como elas 
são historicamente geradas e, portanto, passíveis de mudanças. Então, o sujeito é 
sim capaz de intervir na realidade, à vista disto, faz-se necessário gerar novos 
conhecimentos, não se pode viver na neutralidade, mesmo com os desafios das 
diretrizes político-pedagógicas, as mudanças são difíceis, mas não impossíveis. 
2.5 Ensinar exige curiosidade. 
 Uma das práticas definidoras da uma pedagogia da autonomia é aquela de 
favorece e estimula a curiosidade do estudante e, por consequência, a do professor. 
Professores que insistem em uma relação autoritária com os alunos impõem 
obstáculos sérios ao exercício da curiosidade, tanto dos alunos como a sua própria, 
“nenhuma curiosidade se sustenta eticamente no exercício da negação da outra 
curiosidade” (FREIRE, 2014, p. 82), Freire deixa claro, que silenciar a curiosidade 
alheia é uma atitude antipedagógica, a exemplo, quando o professor tem nenhuma 
curiosidade sobre os gostos, os interesses e os saberes dos seus alunos, como se 
eles já soubessem o que é necessário saber, como se os alunos não fossem 
capazes de trazer conteúdos novos e surpreendentes.O conhecimento escolar não 
dever ser visto como um limite, ao contrário, conhecimento é uma busca, um 
horizonte. 
2- Ensinar é uma especificidade humana. 
3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade. 
A segurança, segundo Freire, é fundamentada na competência do 
profissional, portanto a incompetência profissional desqualifica a autoridade do 
professor, a autoridade deve fazer-se generosa e não arrogante, deve reconhecer a 
ética. “O educando que exercita sua liberdade ficará tão mais livre, quanto mais 
eticamente vá assumindo a responsabilidade de suas ações” (FREIRE, 2014, p. 91), 
ou seja, o fundamental é a construção, por parte do educando, da responsabilidade 
que ele assume, é o aprendizado da autonomia. Por isso a importância do aspecto 
de quando o professor age tendo consciência de que ensinar exige a segurança, a 
competência profissional e também a generosidade, pois tendo estes atributos é 
possível promover o exercício da autonomia do aprendizado deste. 
3.2 Ensinar exige comprometimento. 
A maneira como os alunos percebem o profissional, tem grande importância 
para o desempenho enquanto docente, não há como ser professor e não revelar a 
maneira de ser, de pensar politicamente e diante disto o professor precisa estar 
preocupado em aproximar-se cada vez mais do que ele fala com o que ele faz, tanto 
o discurso quanto a prática precisa ser demonstrada com coerência para os alunos, 
deve haver este comprometimento. Freire diz que o professor deve deixar claro o 
seu posicionamento, sem ser neutro, pois não existe espaço pedagógico neutro e se 
houvesse iriam preparar os alunos para práticas apolíticas. 
3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de 
intervenção no mundo. 
Essa consciência “implica tanto o esforço de reprodução da ideologia 
dominante quanto o seu desmascaramento” (FREIRE, 2014, p. 96), portanto o 
ensino não pode ser só de conteúdos programáticos. A prática docente deve ser 
uma prática mobilizadora em defesa da transformação, pois o empresariado 
moderno, no entanto, estimula e patrocina a formação técnica, subentendendo a 
recusa da formação humana social crítica, pois visam seres que trabalhem e 
forneçam mão de obra, diminuindo o perigo de serem pensante que lutam por seus 
direitos. 
3.4 Ensinar exige liberdade e autoridade. 
O equilíbrio entre liberdade e autoridade é complexa, mas é indispensável 
para que professores e alunos conquistem a disciplina necessária para a 
aprendizagem, o ponto em questão é a construção de uma relação em que todos os 
sujeitos (professores e alunos) se respeitem mutuamente a partir do 
estabelecimento dos limites que não devem ser transgredidos. O educador pode sim 
dar certa liberdade ao aluno em sala de aula, porém mostrar e deixar claro para ele 
que o professor é a autoridade, ou seja, aquele que decide e atua na organização do 
aprendizado, faz-se necessário exercer esta autoridade, que necessariamente não 
deve ser demonstrada através de berros, gritos, imposição, etc. 
3.5 Ensinar exige tomada consciente de decisão. 
“Quando falo em educação como intervenção me refiro tanto a que aspira a 
mudanças radicais na sociedade, no campo da economia, das relações humanas da 
propriedade, do direito ao trabalho, á terra, á educação, a saúde, quanto à que, pelo 
contrário, reacionariamente pretende imobilizar a história e manter a ordem injusta” 
(FREIRE, 2014, p. 106). 
A Educação tem o poder de mudar o mundo, intervindo nas condições de vida 
das pessoas, ou estagná-las no tempo, o professor no seu ato de ensinar, precisar 
ser coerente, cauteloso, democrático, refletir permanentemente a sua prática. Muitas 
vezes o educador que se diz democrata e progressista, se contradiz nas suas ações, 
quando age de forma preconceituosa e autoritária, isso impossibilita a expressão do 
aluno, o aluno deixa de exercer ou nem chega a descobrir sua criticidade, tornando-
se um ser passivo do seu aprendizado, as pluralidades a liberdade acabam sendo 
sufocadas, o aluno acaba cumprindo apenas um roteiro que lhe levará ou não a sua 
aprovação no fim do ano letivo. O educador autoritário o que se julga o detentor do 
saber, não permiti a expressão desse aluno, tornando-o passivo de seu aprendizado 
e apenas transferindo seu conhecimento. O objetivo da educação é transformar a 
realidade a partir dos conhecimentos adquiridos seja qual for a esfera da sociedade. 
“É na diretividade da educação, esta vocação que ela tem, como ação 
especificamente humana, de “endereçar-se” até sonhos, ideais, utopias e objetivos, 
que se acha o que venho chamando de politicidade da educação” (FREIRE, 2014, p. 
107). A dimensão política da educação se dá a maneira como o educador direciona 
esse aluno durante sua formação, ou o excluí ou lhe dar autonomia na construção 
de seu aprendizado. 
“A raiz mais profunda da politicidade da educação se acha na educabilidade 
mesma do ser humano, que se funda na sua natureza inacabada e da qual se tronou 
consciente” (FREIRE, 2014, p. 108). O ser humano não é um ser inacabado, é 
quando ele se dar conta disso que se torna capaz de exercer a sua ética. 
“Para que a educação fosse neutra era preciso que não houvesse discordância 
nenhuma entre as pessoas com relação aos modos de vida individual e social, com 
relação aos modos de vida individual e social, com relação ao estilo político a ser 
posto em prática, aos valores a ser encarnados” (FREIRE, 2014, p. 108). 
A Inquietude que existe nas pessoas quanto aos assuntos abordados devem 
ser trazidos para a educação, ela não pode ser neutra e inerente aos 
acontecimentos, seria como se fossemos passivos aos problemas que emergem 
cotidianamente nas mais diferentes esferas da sociedade. A educação deve ser 
atuante e não neutra aos acontecimentos possibilitando assim a pedagogia da 
autonomia e não da perca de autonomia. 
3.6 Ensinar exige saber escutar. 
“Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos 
outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade 
a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que 
aprendemos a falar com eles.” (FREIRE, 2014, p. 111). 
Saber escutar é primordial para qualquer relação, seja ela entre um aluno e 
um professor ou qual quer diálogo entre pessoas. Muitos educadores quando na 
posse do conhecimento e quando agem de forma autoritária perante seus alunos 
acabam não escutando, colocando-se em pedestal verticalizando a educação, 
tratando o aluno como o objeto do seu discurso e não o sujeito. O educador que 
escuta aprende a transformar-se e aprende junto com o aluno. 
A Padronização do aprendizado, a receita pronta o ato de decorar o que se 
ouviu acaba domesticando o aluno, alienando-o de seu aprendizado, no pensamento 
de Paulo Freire é a burocratização da aprendizagem e da mente, tornando os 
acomodados e conformados com o que lhe é imposto. É assim porque sempre foi 
assim tem que ser assim e ponto final, esse acaba sendo o pensamento de alunos 
que tiveram professores que apenas sabiam falar e não ouvir. Produziram alunos 
conformados com as circunstâncias e as fatalidades. 
“Sempre recusei os fatalismos. Prefiro a rebeldia que me confirma como 
gente e que jamais deixou de provar que o ser humano é maior do que os 
mecanismos que o minimizam” (FREIRE, 2014, p. 112). O educador precisa possuir 
uma visão crítica a respeito da liberdade, não se faz educação diminuindo e 
asfixiando o aluno olhando de cima para baixo dessa forma, apenas adaptam esse 
aluno a métodos mecanicistas, os tornando indivíduos imóveis perante a construção 
do conhecimento. Freire crítica os métodos avaliativos que punem e criam alunos 
decorebas, que logo após a avaliação acabam deletando o que decoraram, Freire 
não critica a avaliação, mas sim a maneira como ela é feita. 
“É preciso que quem tem o que dizer saiba, sem dúvidanenhuma, que, sem 
escutar o que quem escuta tem igualmente a dizer, termina por esgotar a sua 
capacidade de dizer por muito ter dito sem nada ou quase nada ter escutado” 
(FREIRE, 2014, p. 114). “O primeiro sinal de que o sujeito que fala sabe escutar é a 
demonstração de sua capacidade de controlar não só a necessidade de dizer sua 
palavra, que é um direito, mas também o gosto pessoal, profundamente respeitável, 
de expressa-la” (FREIRE, 2014, p. 114). “Por isso é que acrescento, quem tem o 
que dizer deve assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, no sentido de 
que, quem escuta diga, fale, responda. ” (FREIRE, 2014, p. 114). Aquele que o 
escuta sempre vai ter algo a dizer e aquele que tem o que dizer tem por missão 
estimular o que escuta a participar a pensar e refletir, como sujeito ativo e não como 
objeto. O professor aprende a falar escutando seu aluno sobre suas dúvidas seus 
medos, a opinião a curiosidade do aluno deve ser estimulada, devendo haver um 
diálogo. O homem não é um ser acabado e dotado de total inteligência, os novos 
conhecimentos devem ser construídos, a Inteligência humana foi construída a partir 
de experiências humanas, que foram sendo reconstruídas ao longo dos tempos, a 
educação tem como missão estimular o aluno a compreender o mundo, a produzir 
inteligência, O professor deve ser claro, deve estimular o aluno a aprender e não a 
apenas receber conteúdo. Estimulando sempre a aprender, por isso é preciso ouvir 
sempre, para aprender falar com os alunos e não para os alunos. 
“Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. 
Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte 
do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às 
diferenças do outro”. (FREIRE, 2014, p. 117) 
O ser que escuta não necessariamente deve anular-se, ou diminuir-se ao 
escutar o outro, o ato de escutar não lhe tira o direito de discordar de ou opinar, pelo 
contrário é escutando que podemos ter mais argumentos e ideias para defender 
determinado ponto de vista para melhor compreensão. O respeito a diferença a 
humildade, devem ser fundamentais no ato de escutar, a discriminação, o 
preconceito existente os torna incapaz de saber escutar. 
3.7 Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica. 
“Ideologia é a ciência da formação das ideias, conjunto de ideias, convicções e 
princípios filosóficos, sociais, políticos, que caracterizam o pensamento de um 
indivíduo, grupo, movimento, época, sociedade” (FERREIRA, Aurélio. 5º ed.). 
“O poder da ideologia me faz pensar nessas manhãs orvalhadas de nevoeiro em que 
mal vemos o perfil dos ciprestes como sombras que parecem muito mais manchas 
das sombras mesmas. Sabemos que há algo metido na penumbra, mas não o 
divisamos bem.” (FREIRE, 2014, p. 123). 
Analisando o conceito de ideologia observa-se que a ideologia é a convicção 
das ideias, a firmeza dos pensamentos. Freire nos diz que a ideologia não está 
sendo vista de forma nítida, clara, precisa, ela existe, mais permanece oculta, e 
deturpada, escondida em meio aos pensamentos e ações ideológicas que dizem 
beneficiar a todos. A ideologia separa-se da realidade, é como algo inerente as 
condições as quais vivem a população, tornando os indivíduos como seres 
alienados, passivos. Esse tipo de pensamento ideológico acaba culpando e 
desviando o foco e a verdadeira responsabilidade de quem de fato deve intervir nas 
condições em que vivemos. Esse tipo de pensamento é perfeito para que o Estado 
mantenha sobre a população, o domínio do pensamento da massa, o 
convencimento de que tudo o que acontece é natural, o desemprego a fome, a 
violência, a pobreza é natural e que faz parte da sociedade e que devemos aceita-la, 
a escola deve intervir nesse tipo de pensamento, formar indivíduos críticos, éticos, 
pensadores, incomodados não sujeitos passivos e mecanizados aos mandos e 
desmandos do sistema, o sistema que oprime e que beneficie poucos, Freire nos diz 
que devemos pensar na massa, no bem comum a todos e pensar certo é formar 
indivíduos pensadores, questionadores capazes de provocar mudanças na 
sociedade, esse de fato é um dos papeis da escola. 
3.8 Ensinar exige disponibilidade para o diálogo. 
“O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação 
dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em 
permanente movimento na história” (FREIRE, 2014, p. 133). O diálogo se constrói 
através do respeito, do respeito a si e ao outro, é respeitando os pensamentos e as 
diferenças que o diálogo se desenvolve. A maneira como o professor se porta ao 
discutir determinado assunto diante da turma, a disponibilidade para estar aberto a 
críticas, a humildade para reconhecer que não é o único dono do saber e a sua 
segurança, essas são qualidades indispensáveis para um bom diálogo entre docente 
e discente, toda sua experiência na prática educacional deve ser voltada para 
estimular o pensamento crítico, tornar indivíduos capazes de discernir, por exemplo, 
diante de notícias midiáticas, o que é certo ou errado o que os manipula ou o que os 
constrói. Dialogar é encurtar as distâncias os abismos entre o saber o ensinar e o 
aprender. 
3.9 Ensinar exige querer bem os educandos. 
“Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor 
professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas 
minhas relações com os alunos no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar” 
(FREIRE, 2014, p. 138). A rigorosidade metódica, a seriedade e a afetividade 
precisam esta articulada e em sintonia na prática docente. A afetividade o bem 
querer, nada tem haver com a severidade autoritária predominante em perfis de 
docentes transferidores de conhecimento. A rigorosidade metódica abordada por 
Freire retrata o profissionalismo, a ética na prática docente. O ato de querer bem 
está relacionado com a vocação pela educação, aos docentes e discentes capazes 
de ouvir, discernir, aceitar críticas, criticar sem oprimir, formar suas opiniões, ser 
autor de sua própria história, responsáveis por suas ações, por seu futuro seres 
capazes de intervir no roteiro de suas vidas. A chave para formar gente é se gente. 
Saber que a educação é um movimento ideológico facilita o compromisso 
com ela. Devem-se olhar as subjetividades de cada indivíduo e cumprir o processo 
ético como ponto principal do saber, essa deve ser a missão do educador e, 
igualmente, daqueles que seguem pelas diferentes vias do conhecimento como um 
todo. O livro de Paulo Freire proporciona o poder da reflexão e desenvolve junto com 
os leitores meios adequados e sensatos de como agir em prol da educação, a fim de 
quebrar e superar paradigmas ultrapassados que assolam o processo de 
aprendizagem. 
 
REFERÊNCIAS 
FERREIRA, Aurélio, Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. 5ºed.

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