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8 35 GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO E CULTURA CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL SENADOR JESSÉ PINTO FREIRE JOEL DO NASCIMENTO CARLOS LORENA PONTES ROCHA MARIA HELEN FAUSTINO DANTAS NOEMIA ARAUJO XAVIER GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM ESTUDO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE NATAL/RN NATAL/RN 2019 JOEL DO NASCIMENTO CARLOS LORENA PONTES ROCHA MARIA HELEN FAUSTINO DANTAS NOEMIA ARAUJO XAVIER GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM ESTUDO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE NATAL/RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em Administração, em cumprimento as exigências legais como requisito parcial e obtenção do título de técnico em Administração. Orientador: Prof. Juarez Azevedo Paiva, Dr NATAL/RN 2019 TERMO DE APROVAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso elaborado por Joel do Nascimento Carlos, Lorena Pontes Rocha, Maria Helen Faustino Dantas, Noemia Araujo Xavier. Apresentado para obtenção do título de TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO pelo Centro Estadual de Educação Profissional Senador Jessé Pinto Freire – CENEP foi aprovado em ___/ ____/2019. _________________________________________________ Direção _________________________________________________ Juarez Azevedo Paiva, M. Sc. Orientador _________________________________________________ Núcleo Pedagógico Dedicamos este trabalho ао Sr. Gilberto Júnior da Rocha, pai incrível e amigo da nossa querida aluna Lorena Pontes. Você sempre será exemplo de determinação e coragem. AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaríamos de agradecer a Deus, por todo o seu amor e auxílio durante os momentos bons e ruins na jornada do presente trabalho. Somos gratos pela sua grandiosidade e bondade e pelo seu cuidado e carinho que são eternos. Agradecemos ao nosso orientador Dr. Professor Juarez por aceitar a condução desse trabalho de pesquisa. Agradecemos toda a atenção que nos foi dada – até mesmo em dias não convencionais – colaborando para uma grande formação acadêmica e aprendizados imprescindíveis. Não nos esqueceremos de nenhum conselho e/ou advertência, tampouco da sua maneira única de lecionar e orientar. A todos os professores do curso de Administração – incluindo exclusivamente Úrsula Cristina e Henrique Vitorino – do Centro Estadual de Educação Profissional (CENEP), pela excelência da qualidade técnica de cada um. Através de vocês, desenvolvemos uma análise minuciosa sobre a gestão das mais diversas organizações e instituições na sociedade atual. Aos pais e familiares que sempre estiveram ao nosso lado, apoiando ao longo de toda a trajetória. Após um longo ano de aprendizado e muitas conquistas, alegrias e tristezas, enfim reconhecemos que sem a base familiar, não conseguiríamos alcançar objetivos tão inestimáveis. Aos nossos amigos, pela compreensão e paciência demonstrada durante o período do projeto. Sabemos que os sentimentos estavam à flor da pele no decorrer do ano e se não fosse todo o apoio de vocês, talvez o resultado não fosse tão gratificante. Destarte, no que se refere aos agradecimentos específicos, o aluno Joel Carlos agradece aos grupos de crescimento “Tô de Boa” e “Representantes” e às suas amigas Bia Linhares e Nayara; a aluna Noemia Araújo agradece ao imenso carisma do gestor da UBS de Cidade da esperança; a aluna Lorena Pontes agradece ao seu pai, que mesmo não estando presente fisicamente, permanece em seu coração e, por fim, a aluna Maria Helen agradece aos seus parentes e amigos que estiveram presentes nos momentos mais difíceis. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo discutir aspectos relacionados à Gestão do Sistema Único de Saúde, tomando como espaço de investigação, Unidades Básicas de Saúde - UBS em Natal/RN. O referencial teórico utilizado no presente estudo está na conceitualização do Sistema Único de Saúde, suas unidades e as atividades desempenhadas pelos seus respectivos gestores. A pesquisa caracteriza-se como de natureza descritiva exploratória. Para coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado com perguntas abertas. Os resultados indicaram que há uma divergência na perspectiva sobre a UBS, devido à falta de recursos investidos e a sua má distribuição. O estudo concluiu que se faz necessário reavaliar a alocação desses recursos em cada Unidade Básica de Saúde, bem como, padronizar o controle de qualidade com o intuito de aprimorar a prestação de serviços e a aplicabilidade de sua gestão. Palavras-chave: Gestão do Sistema Único de Saúde. Unidades Básicas de Saúde. Gestores. Saúde. Administração. ABSTRACT The present study aims to debate the aspects related to the Unified Health System, taking as research environment the Basic Health Units in Natal/RN. The theorical framework used on it is ruled on the conceptualization of the Unified Health System, its units and the activities performed by its respective managers. The research is characterized as exploratory descriptive. To collect the data, it used a semi structured interview script containing subjective questions. The results indicated that there’s a divergence on the perspective on the Basic Health Units, because of the lack of invested resources and its poor distribution. The research concluded that it’s necessary to reassess the resources allocation in each Basic Health Unit and standardize the quality control to improve the service and the application of its management, as well. Keywords: Unified Health System Management. Basic Health Unit. Managers. Healthcare. Management. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 8 1.1 CONTEXTO E PROBLEMA 8 1.2 OBJETIVOS 9 1.2.1 Geral 9 1.2.2 Específicos 9 1.3 JUSTIFICATIVA 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO 11 2.1 REFLEXÕES ACERCA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 11 2.2 ORIGEM E ESTRUTURA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 12 2.3 O PAPEL SOCIAL DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 14 2.4 A GESTÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE 16 3 METODOLOGIA 21 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 21 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA 21 3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 22 3.4 MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS 22 4 RESULTADOS 23 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 28 REFERÊNCIAS 29 APÊNDICES 33 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTEXTO E PROBLEMÁTICA Em princípio, foi realizada uma pesquisa bibliográfica no Google Acadêmico em artigos, dissertações e teses, buscando identificar trabalhos e pesquisas que discutissem a perspectiva da gestão do Sistema Único de Saúde em unidades básicas de saúde. É pertinente enfatizar que os trabalhos nesta área ainda são restritos, se levarmos em consideração o tempo de institucionalização do SUS no governo brasileiro. A pesquisa evidenciou que artigos analisam a gestão do SUS tomando como eixo estruturante resultados positivos e negativos em sua política e nas inovações institucionais. Nessa perspectiva, abrange o processo de sua implantação, os avanços efetivos em relação ao acesso, à integração e à gestão e os desafios decorrentes de fatores exteriores ao SUS. No que tange aos desafios, estudos enfatizam sua gestão do SUS e suas limitações, abordando os aspectos culturais da organização do Estado Brasileiro patrimonialista, autoritário e colonizado por interesses privados. Aborda também a deficiência existente no quadro profissional estabelecido para suprir as demandas. Os estudos tangenciam seus argumentos do âmbito estratégico para melhoria e fortalecimento na inovação de profissionais na gestão. Esses estudos identificaram a participação política de profissionais que atuam no SUS em nível municipal, visando essa mesma participação, além de suas contribuições para a gestão desse sistema. Entretanto, também é possível identificar que alguns empregados da área da saúde têm pouco conhecimento no papel político no que tange à gestão. No que concerne à descentralização e alocação de recursos do SUS, pode-se inferir que o SUSpassou por desafios recorrentes da falta de financiamento do Estado para suprir as necessidades básicas, como de recursos materiais. A descentralização na área da saúde fez com que o município assumisse o papel importante de prestar atendimento à saúde da população, contando com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado. Os investimentos foram divididos em 4 fluxos visando uma melhor distribuição dos recursos financeiros, sendo eles destinados à internação hospitalar, assistência ambulatorial, investimentos em equipamentos e ampliação das unidades assistenciais e o fator de estímulo à municipalização. Sendo assim, questiona-se: como os gestores e os usuários das Unidades Básicas de Saúde de Natal/RN avaliam a gestão do Sistema Único de Saúde? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Geral Comparar as percepções dos gestores e usuários sobre a gestão dos serviços de saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Natal/RN. 1.2.2 Específicos a) Discorrer sobre as capacidades de gestão das Unidades Básicas de Saúde de Natal – especificamente nos bairros de Rocas e Cidade da Esperança – aqui estudadas; b) Examinar, a partir do ponto de vista da gestão e dos usuários, a qualidade dos serviços prestados à população no âmbito do sistema único de saúde aplicado às unidades básicas de saúde; c) Examinar possíveis falhas existentes na administração das unidades básicas de saúde, especificamente, no que tange à comunicação entre os setores administrativos e os usuários das Unidades básicas de Saúde aqui estudadas. 1.3. JUSTIFICATIVA O interesse pelo estudo surgiu mediante a participação de uma das integrantes do grupo, como estagiária na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no município de Natal, exercendo funções administrativas, cuja linha de pesquisa versa sobre a gestão do Sistema Único de Saúde, aplicada as Unidades Básicas de Saúde. A gestão do SUS devidamente estruturada traz inúmeros benefícios aos usuários, melhorando a qualidade no atendimento, seja ele de urgência ou por meio de consultas agendadas, agilizando os processos pertinentes à área administrativa de postos de saúde e hospitais, além de proporcionar um ambiente mais agradável e favorável aos seus colaboradores. Por estes motivos citados, o estudo visa ao esclarecimento sobre esse tema e o incentivo a adoção dessas medidas no que tange a eficácia, para que as Unidades Básicas de Saúde ofereçam serviços de qualidade a sociedade, trazendo benefícios para os usuários e colaboradores e contribuindo para o sucesso da aplicação do SUS no município de Natal. Além disso, esses serviços mantêm relações diretas com a população, portanto, exercem um papel fundamental na conduta do SUS. Diante do exposto, o objetivo central desse trabalho é comparar as percepções dos gestores e usuários sobre a gestão dos serviços de saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Natal/RN, bem como sua atuação na prestação de serviços à população, precisamente, a partir do ponto de vista da gestão e dos usuários. Nesse sentido, espera-se por meio deste trabalho que no âmbito social, os profissionais da área de saúde, os usuários do SUS e bem como a sociedade em geral, possam ressignificar seus conceitos acerca do Sistema Único de Saúde e, com isso, compreender melhor os seus regulamentos, entraves e benefícios. É de grande importância que o senso crítico seja desenvolvido acerca dos serviços de saúde prestados à população, como forma de conscientizá-la sobre os déficits enfrentados e as possíveis soluções para esses problemas. Já no âmbito acadêmico espera-se que esse trabalho sirva de base para novas pesquisas acadêmicas no que tange aos novos estudos voltados à área da gestão pública e estratégica, agregando ideias e contribuindo na elaboração de futuros trabalhos. Além disso, espera-se também que esse trabalho seja fonte de pesquisa na área da saúde, tendo como objetivo principal a compreensão sobre os setores administrativos de uma Unidade Básica de Saúde e sua desenvoltura no SUS. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. REFLEXÕES ACERCA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Segundo Santos & Silveira (2001), "a gestão da atenção básica aplicadas nas cidades, consiste em analisar tanto o espaço urbano utilizado como o processo a ser aplicado." A administração pública é conceituada em conhecimentos e práticas em organizações de interesse em políticas públicas, que envolvem as esferas municipal, estadual e federal abrangendo áreas como Recursos Humanos, Finanças Públicas e Políticas Públicas. Além disso, é ampla e consiste em polos administrativos composto para melhor administração e controle da base. Segundo Paim (2002), a implantação de programas de extensão de cobertura de serviços de saúde não supriria as necessidades da atenção à saúde no Brasil, concomitantemente iniciaram movimentos sociais em prol da criação de um Sistema Único de Saúde (SUS) e o desencadeamento da Reforma Sanitária. Foi criado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) como estratégia de implantação do SUS e o Sistema de Assistência Médica Supletiva (SAMS), sendo responsável pelo atendimento particular, visto a ineficiência do sistema público de saúde. De acordo com Mendes (1993), a SAMS apresentava-se como uma alternativa eficiente para os impasses existentes no SUS, prestou atendimento a 31 milhões de brasileiros no ano de 1989. O SUS foi implantado a fim de oferecer o acesso universal ao sistema público de saúde, cujo princípios são: equidade, universalidade, integralidade e descentralização. Segundo Ugá (1997) esse sistema perdeu a tendência “estadualista” e passou por um processo de “municipalização”, tornando-se responsável pelos serviços e atendimento à saúde da população, necessitando de cooperação financeira da União e do Estado. Afirma Porto (2002) que é de insigne importância a redistribuição dos recursos financeiros destinados às regiões Nordeste e Norte do Brasil. É notório que não ocorre uma distribuição dos recursos do SUS de modo igualitário, entretanto, são adotadas medidas como a alocação para uma "municipalização solidária" (LIMA et al., 2002), visando reduzir a iniquidade na alocação. Segundo Travassos (2000), há uma certa desigualdade no âmbito da prestação do atendimento de atenção à saúde. A parte da população de classe média alta obtém o atendimento com qualidade, podendo recorrer a rede privada, enquanto a parcela pobre tem que se contentar com o SUS, visto as limitações existentes. No Brasil, essa desigualdade é persistente e no âmbito de atenção à saúde não é diferente, no que tange à distribuição de seus serviços, as diferentes regiões assistidas pelo SUS são determinadas por distritos, a partir das zonas de cada município, facilitando o controle na administração central. Ainda de acordo com Travassos (2000), estas desigualdades de recurso estão ligadas à distribuição e consumo inerentes ao usuário, através dos serviços de saúde. Além do consumo, por necessidade da população, os serviços são disponibilizados através de financiamento. Dessa maneira, faz-se necessária a resolução das problemáticas em questão, tanto no sentido de separar este problema de outros objetos pré-construídos – disparidade, iniquidade, diferença, distinção etc. – quanto na perspectiva de sua decomposição em outros mais precisos para fins de investigação e intervenção concretas (VIEIRA DA SILVA, 2003). Quanto à descentralização de recursos da saúde, a gestão desses, voltou-se a nível local para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de pronto atendimento, Policlínicas e Hospitais, sendo esta rede hierarquizada e regionalizada de assistência, atendendo os usuários do Sistema Único de Saúde fornecendo um serviço mais próximo. Tais mudanças incluem, também, alterações no serviço prestado pelos colaboradores, que passou a ter um caráter interdisciplinar, focado em equipes e na proatividade da população no planejamento e controle acionista, utilizando a epidemiologia como ferramenta essencial de trabalho. De acordo com Vidal (2002), essas mudanças exigem novas abordagens gerenciais que, além de conhecimentostécnico-administrativos, implicam em novas habilidades e atitudes dos gestores. Nessa perspectiva, o gestor passou a exercer tempo integral nas UBS do município, investindo em programas de capacitação gerencial para serviços locais de saúde. Além disso, o profissional médico, tradicional gestor dos serviços da saúde em todos os níveis de complexidade, reduziu sua participação na gerência das UBS, o que permitiu a ascensão de outros profissionais à gerência, como Enfermeiros, Odontólogos, Farmacêuticos, Assistentes Sociais, entre outros (ALVES, 2002; BRITO, 2002; PENNA, 2002). 2.2. ORIGEM E ESTRUTURA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Com a proclamação da República em 1889 surgiu a necessidade de modernizar o Brasil, a medicina foi de suma importância a esse processo, sendo responsável por assuntos sanitários, em função de garantir a melhoria na saúde individual e coletiva (BERTOLLI FILHO,2004). O contexto social do país era composto por uma população predominantemente rural e com contingente de 70% de analfabetos, segundo o censo de 1920. As políticas de saúde emergiram em fins da década de 1910, juntamente com os movimentos sanitarista, associadas aos altos índices de doenças transmissíveis, visto que o quadro sanitário brasileiro era crítico (LIMA, 2005). A falta de um modelo sanitário no Brasil acometeu o surgimento de doenças graves à população, como a varíola, a malária e a febre amarela, sendo um fator preponderante às consequências negativas no setor comercial, já que os navios estrangeiros interromperam as paradas que faziam nos portos do Rio de Janeiro em razão da calamidade existente. Diante desse pressuposto, foram criadas duas instituições: a Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) e o instituto Butantan (São Paulo), sendo responsáveis pelas pesquisas científicas e propostas de tratamentos para as doenças transmissíveis (LIMA,2005). Em 1920 criou-se o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), estabelecendo diretrizes com o intuito de criar um Sistema Nacional de Saúde. Concomitantemente, foram implantadas Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) que logo depois viria a ser respectivamente substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), atual INSS, com a proposta de garantir a seguridade social e assistência médica aos trabalhadores que fossem submetidos à doenças e acidentes (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005). As características do Sistema Nacional de Saúde durante o período do governo militar no Brasil foram definidas pelo financiamento direto das instituições previdenciárias que compunham, e pela burocracia técnica, em virtude da política concentradora de renda, uma parcela da população era vítima de péssimas condições de vida, acarretando no aumento dos índices de mortalidade. Com isso, houve um investimento financiado pela Previdência Social na construção de clínicas e hospitais privados por todo o país (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER,2005). Entretanto, em 1975, o modelo econômico vigente entrou em crise, tornando perceptíveis os impasses no modelo de saúde previdenciário, ocasionando na incapacidade de solucionar os problemas de saúde coletiva, não atendendo à parcela da população desfavorecida. Dessa maneira, houveram desvios de verbas para despesas em outros setores, como o não-repasse pela União de recursos do tesouro nacional, entre outras dificuldades. Segundo Escorel (1998), eclodiu-se um movimento sanitário, que em tese contrapunha a "concepção positivista de uma ciência universal, empírica, atemporal e isenta de valores", e o estudo do processo saúde-doença começou a avaliar a coletividade, não apenas o indivíduo por si só. Portanto, o movimento sanitário se contrapôs ao movimento preventivista liberal antes vigente. No governo do general Geisel (1974-1979), possibilitou a universalização dos serviços de atendimento à saúde, baseando-se em medicina assistencialista e individual, tornando disponível as populações carentes, ocasionando em uma busca nos setores privados por medidas que objetivam o superfaturamento (CORDEIRO, 2004). Foram incrementados projetos como o Projeto Montes Claros (MOC), que serviu futuramente para nortear as propostas do SUS e o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), em que propôs a "interiorização das ações de saúde". Portanto, foi criado o Pró- Saúde que mais tarde foi renomeado para Prev-Saúde, esse baseava-se em programas de atenção primária. Entretanto, não foi implantado, mas serviu de inspiração na criação de programas especiais do Ministério da Saúde e nas tentativas de descentralização do SUS. Logo após surgiram as ações Integradas de Saúde (AIS), que trouxeram avanços significativos na articulação dos serviços públicos municipais, e no papel da rede privada, assim como no fortalecimento da rede ambulatorial (ESCOREL,1998). Com o fim do regime militar, ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, considerado o evento primordial ao processo de construção do “movimento pela democratização da saúde em toda sua história”, na qual aprovou a criação do Sistema Único de Saúde, desvinculado a Previdência Social (ESCOREL; NASCIMENTO; EDLER, 2005). De acordo com Cordeiro (2004), o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) foi criado com o intuito de reorientação das políticas de saúde e para reorganização dos serviços. Em 1988 foi aprovada a criação do SUS pautado no reconhecimento da saúde como um direito de responsabilidade estatal, entretanto, vale ressaltar que anteriormente o Ministério da Saúde desenvolvia as ações de promoção a saúde (CONASS, 2003). No que tange a estrutura do SUS, essa é de responsabilidade das três esferas de governo no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde, com o intuito de formular e implementar políticas de atenção à saúde; ou seja, aos Estados, Distrito Federal e municípios pela Secretaria de Saúde e órgãos equivalentes, na qual o Estado presta apoio técnico e financeiro aos municípios, que por sua vez executam a prestação de serviços à sociedade brasileira. Segundo Lecovitz; Lima e Machado (2001), o processo de descentralização em saúde no Brasil envolve não apenas a transferência de serviços, mas também de responsabilidades, poder e recursos da esfera federal para a estadual e a municipal. Diante desse pressuposto, taç processo do SUS intervêm no serviço prestado, na área de atenção à saúde, com implementação de medidas em prol de melhorias e na alocação dos recursos financeiros. Segundo Porto e Ugá (1992), eram disponibilizados maiores valores per capita da Unidade de Cobertura Ambulatorial (UCA) aos estados com melhores condições socioeconômicas e sanitárias, acarretando na desigualdade na alocação dos recursos, visto que se deve levar em consideração alguns critérios, como as diferenças regionais e utilização dos serviços. 2.3. O PAPEL SOCIAL DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE O SUS está regulamentado na lei nº 8.080/90 baseado em um conjunto de ações administrativas prestadas pelas esferas públicas federais, estaduais e municipais que são mantidas pelo poder público. Essa política pública tem um papel fundamental na vida da população, de forma direta, naquela grande parte que não possui condições financeiras para ir em busca de recursos privados, mas sim garantir o retorno de impostos pagos e os direitos aos serviços estabelecidos por lei. De acordo com Valla (1998, p.9) “As múltiplas ações que diferentes forças sociais desenvolvem para influenciar a formulação, execução, fiscalização e avaliação das políticas públicas e/ou serviços básicos na área social”. Essas ações têm se desenvolvido no decorrer dos anos até os dias atuais, no município de Natal têm 70 (setenta) salas de vacinas disponíveis ao público em geral, distribuídas para os 5 (cinco) Distritos sanitários denominados como: Norte I, Norte II, Sul, Leste e Oeste. São promovidas campanhas pelo Ministério da Saúde de Imunização, cuja utilização e distribuição de vacinas são feitas de acordo com o público alvo: através de vacinação por gota para as criançase injetáveis para adolescentes e adultos. Segundo Florianópolis (2017), a política pública está relacionada à prática de produção e distribuição de serviços à sociedade, de maneira eficiente para atingir o ambiente até a saúde humana, por meio de programas e serviços prestados a população com o intuito de englobar os diversos interesses estruturais econômicos, sociais, políticos e governamentais. Esse processo possui um acompanhamento contínuo, com o objetivo de combater epidemias previstas ou presente na sociedade, tendo como exemplo as vacinas: H1N1, tríplice viral, rota vírus, Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP) injetável, Vacina Oral contra Poliomielite (VOP) - ambas são infantis - e a Bacilo Calmette-Guérin (BCG) combatente a tuberculose utilizada na vacinação obrigatória de crianças após seu nascimento. Outro processo existente é a multivacinação, cujo objetivo visa o preenchimento das carteiras de vacinação, mantendo-as atualizadas. Além disso, são promovidas visitas nas residências em combate às endemias, com intuito de detectar focos de mosquitos tomando as devidas providências contra a procriação, estabelecendo medidas de eliminação desses focos, orientando a população para que haja um ambiente fora de risco. Além dessas campanhas há distribuição gratuita de anticoncepcionais - injetáveis e orais - e de preservativos sexuais. A descentralização da gestão política do SUS envolve alguns entes governamentais, como a União, os estados e os municípios, onde cada esfera possui sua responsabilidade distribuídas em três níveis de governo, sendo assim, cada esfera de governo é independente em suas ações, de acordo com princípios estabelecidos em lei à prestação de serviços voltados para a sociedade. A primeira responsabilidade é exercida pela própria União e pelo ministério da saúde; nos estados, suas atividades são exercidas pelos secretários estaduais de saúde e nos municípios pelos secretários municipais de saúde. Retomando o que anteriormente foi dito, o município de Natal encontra-se dividido em quatro zonas (Norte, Sul, Leste e Oeste). Assim, o mapeamento de controle administrativo está dividido respectivamente em cada zona com o objetivo de atender as necessidades de ambos com a participação das esferas envolvidas. Com base nesse exemplo, Fleury (2014), citou que com a descentralização após Constituição de 1988, houve um empoderamento nas secretarias municipais de saúde, representando um contingente na democracia local, de modo que as atitudes decisórias se tornaram transparentes à sociedade, redistribuindo capacitações, recursos tributários e gestão voltada as políticas sociais. Contudo, para que a descentralização fosse fiel em sua promessa de democracia, participação social e modernidade na gestão pública, ela condicionou o desenvolvimento de boas estruturas administrativas, com compromisso institucional e administrativo-financeira. Com a eficiência nos serviços de saúde nas esferas subnacionais, esses foram conduzidos pela União através do uso de normas operacionais, garantindo assim a capacidade de gestão e a provisão de serviços. O ato de descentralizar recursos afeta direta e/ou indiretamente a situação da demanda de médicos no país, por exemplo, e nos municípios não é diferente. Segundo Fleury (2014), definir a razão exemplar de médicos mediante a sociedade estabelecida em um país é um tema um tanto polêmico e complexo. Isso exige a compreensão de diversos fatores, entre eles: as características do profissional (idade e gênero), processo de desenvolvimento no trabalho, produtividade, carga horária, além dos princípios de saúde implantados em cada país e suas condições atuais. 2.4. A GESTÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE As Unidades Básicas de Saúde (UBS) surgiram por volta da década de 1980 no que se tratava da contextualização de serviços, como forma de trazer melhor eficiência e eficácia de tratamento. As UBS são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), cujos objetivos são atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para serviços especializados e realizar internações daqueles casos mais graves, (BOTAZZO, 1999). Esse serviço serve para solucionar casos menos complexos de doenças, evitando a aglomeração de pessoas em hospitais. A UBS concentra-se em determinadas zonas pertencentes a um município com o objetivo de prestar atendimento aos usuários do SUS, dispostos por todo o país. A função de uma UBS, é desenvolver ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde, atuando direta e indiretamente no processo de saúde/doença da população, respeitando os princípios de integralidade, equidade e universalidade pessoal, ampliando sobremaneira a participação e o controle social com vistas à vigilância de Saúde na defesa da qualidade de vida das pessoas, dentro de seu raio de atuação. Essas UBS são locais onde o município receberá os principais serviços básicos como consulta médica, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica, (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2014). As UBS, tem como o papel principal promover a prevenção e recuperação da sociedade, conhecendo sua realidade e obtendo resultados através de exames. Apesar de se mostrar um recurso público de qualidade, a UBS também apresenta alguns déficits. Um deles é o aumento na demanda de atendimento nos casos envolvendo problemas de urgência e emergência. Isso ocorre, principalmente, devido ao crescimento populacional com um elevado número de doenças, até busca de atendimento para problemas simples que poderiam ser resolvidos na atenção primária (SOUZA, 2009). Ocasionando, assim, numa superlotação nos hospitais e, consequentemente, gerando uma dificuldade no que tange ao atendimento voltado aos pacientes. A Unidade Básica de Saúde já não é o lugar do simples ou do menos complexo, posto que às suas atribuições, então, estariam acrescidas agora um conjunto de outras: assim, além de dar conta das suas próprias, teria de fazê-lo obrigatoriamente na direção que apontasse para o alívio da rede hospitalar, e esses conjuntos de trabalho não são nada “primários”, é necessário que o admitamos. (BOTAZZO,1999, p.20) Segundo o que foi aplicado por Botazzo (1999), é perceptível e necessário reconhecer que a saúde pública do nosso país está cada vez mais escassa em recursos, tendo em vista a demanda de seus usuários nos hospitais públicos brasileiros. Nesse âmbito, faz-se necessário também, adaptar as UBS, com o intuito de que possam oferecer assistência aos casos mais graves, visando solucionar o congestionamento de pessoas em hospitais, e assim contribuir com um melhor serviço prestado nestes locais de emergência. A partir dessa visão da logística voltada às UBS bem como à aplicação do Sistema Único de Saúde em si, torna-se necessário sua abordagem de gestão. Segundo Castanheiras (1996), os termos gerência, administração e gestão, apesar de origens históricas distintas, têm sido usado de forma indiscriminada e são equivalentes. Portanto, no que tange a gestão das UBS, avaliaremos o ponto de vista por parte dos gestores e usuários dos serviços prestados e examinaremos as possíveis falhas existentes. A crescente pressão externa dada pela agilidade e flexibilidade e, ao mesmo tempo, por resultados da organização como um todo, além da crescente necessidade interna por controle e previsibilidade e cautela, coloca o gestor no centro da problemática e como mediador entre as necessidades da gestão voltadas ao âmbito municipal, seus trabalhadores e os demais usuários. Sendo assim, torna-se extremamente necessário profissionalizar e formar este gestor. Afinal, é ele quem irá transformar os planos e imprevisibilidades em resultados, (FRANCO; SANTOS; SALGADO, 2011). Sem a formação necessária, o gestor enfrentará muitos problemas envolvendo a gestão pública, ocasionando em uma execução ineficiente desse sistema. Além do déficit no que diz respeito aobom funcionamento de uma UBS, prejudicando os demais profissionais e os usuários que dependem de um bom atendimento no âmbito da saúde pública. Para desempenhar a função de gestor de unidade básica é necessário conhecer planejamento, estratégias para sua implementação, programação, entender sobre as formas de contrato, gestão de pessoas e dos processos voltados ao trabalho e conhecimento, organização da rede de saúde, além das questões relacionadas à infraestrutura predial e sua manutenção, (FRANCO; SANTOS; SALGADO, 2011). A primeira tarefa exercida pelo gestor a ser destacada é o planejamento, que se trata de um plano cujo papel é definir alguns processos que serão conduzidos ao longo de suas atividades, com base na política de saúde. Dessa maneira, o plano local pode ser visto como: O principal instrumento orientador da gerência dos serviços, além de servir como uma planilha por meio da qual seriam periodicamente avaliadas e supervisionadas as equipes e serviços de saúde. Os indicadores e parâmetros utilizados deveriam abranger um conjunto de variáveis que representassem o modelo e as prioridades definidas, incluindo, portanto, vários aspectos da atenção: produtividade, cobertura populacional, indicadores que apontassem para o sentido de integralidade e da qualidade da atenção, das possibilidades de acesso e da humanização dos serviços, (CAMPOS, 1992, p.156). A segunda tarefa exercida pelo gestor consiste em sua organização que, segundo Mishima (1995), compreende um conjunto de "ações" desenvolvidas que tem como objetivo principal permitir a estruturação física e o desenvolvimento dos trabalhadores, através de uma alocação adequada dos recursos necessários para a prestação da assistência de saúde voltada a comunidade em geral. Segundo Danlas (2000), para coordenar e/ou organizar os serviços é também necessária a existência de um sistema de informações que forneça os dados de forma sistematizada e confiável com o intuito de sustentar o processo no que tange a tomada de decisões e o estabelecimento de propostas de intervenção. Este sistema poderá oferecer o retorno das informações às equipes que tem a função de prestar o atendimento e colaborar para o aumento do compromisso de seus trabalhadores com a qualidade do trabalho. A administração de recursos humanos é a terceira atividade desenvolvida pelo gestor e tem como papel fundamental compreender as atividades de dimensionamento de pessoal, elaboração de escalas, supervisão, avaliação de desempenho e educação continuada (KURCGANT.1991). Sugere-se que o gestor estabeleça um meio de planejamento e organização que permita quantificar e analisar o quadro de pessoal da UBS em relação aos objetivos e metas assistenciais; recepcione os novos servidores; elabore a escala de trabalho e de férias dos trabalhadores e realize a redistribuição de pessoal, quando necessário. O gestor deve também: promover programas permanentes de capacitação de recursos humanos. Para Mêlo, (1999, p.126) "as reais necessidades de aprendizagem dos profissionais de saúde, as necessidades de saúde da clientela e os problemas dos serviços de saúde". O gestor tem como atividade principal, a supervisão. Essa pode ser abordada a partir de variados pontos de vista. Servo (1999) apresenta o conceito de "supervisão social" como espaço estratégico onde os atores, trabalhadores e demais usuários, podem reinterpretar e transformar o pensar, o sentir e o agir individual/coletivo na construção de vínculos sociais significativos. Em outro ângulo, Silva (1997, p.55) compreende que a supervisão no que tange ao desenvolvimento de suas ações de ensino, controle e articulação política, "pode ser o espaço de reflexão e compreensão acerca dos determinantes e condicionantes das práticas sanitárias". Considerando estes pontos de vista, nota-se que a supervisão precisa ser vinculada à análise do processo de trabalho na UBS, identificação de problemas e busca de soluções, visando a reorganização de práticas de forma a alcançar os diversos objetivos. Existem outras atividades que podem ser exercidas pelo gestor, dentre as quais pode-se citar: avaliação, administração de recursos materiais, gestão orçamentária e financeira dos recursos de saúde e a articulação. Tais atividades serão abordadas de maneira ampla durante a metodologia desse projeto, a partir de pesquisas e questionários desenvolvidos. Sendo assim, Castanheiras (2000) enfatiza ainda que a gestão das UBS é estratégica para transformar as práticas em saúde, em função de sua posição entre as estruturas centrais, com poder de definição técnica e política e a prestação direta dos serviços, próximo da produção da atenção, de profissionais e usuários do sistema, caracterizando-se como polo privilegiado de tradução das políticas de saúde em formas concretas de organização dos serviços. 3. METODOLOGIA 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA O objetivo desse trabalho foi comparar as percepções dos gestores e usuários sobre a gestão dos serviços de saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Natal/RN, sendo assim, de acordo com Richardson (1985) a pesquisa qualitativa tem por objetivo a compreensão da natureza que envolve um fenômeno social. Geralmente, os estudos que envolvem a abordagem qualitativa podem compreender e definir processos dinâmicos vivenciados por determinados grupos sociais. Flick (2004) afirma que a abordagem qualitativa estabelece uma relação comunicativa entre o pesquisador, o campo de pesquisa e os seus membros, como base para produzir conhecimento. Sendo assim, as reflexões e intuições por parte dos pesquisadores e seus estudos sobre o campo pesquisado, os levarão a construir parte da interpretação e análise de resultados. Esta pesquisa se caracterizou por ser de natureza descritiva exploratória. A atividade exploratória visou à identificação, registro e análise. É responsável por novas descobertas científicas que garantem o desenvolvimento de ideais inovadores, possibilitando a criação de novos produtos. No que tange as características desses trabalhos foram desenvolvidas pesquisas bibliográficas, entrevistas com os atores sociais que tinham alguma experiência com a problemática assim estudada. Possuía ainda como finalidade a obtenção de novos conceitos e ideias para compor abordagens posteriores. Em grande parte, as pesquisas exploratórias geralmente utilizam informações qualitativas, entretanto dados como Censo e fontes secundárias podem vir a ser integradas (Malhotra & Peterson, 2001; Vieira & Tibola, 2005). Em suma, trata-se de uma análise do fato estudado, em que o pesquisador não deve interferir, e sim apenas observar as variáveis. De acordo com Gil (1999, p. 43) o objetivo é obter a visão geral de determinada circunstância, proporcionando um maior conhecimento ao pesquisador acerca da temática, com a finalidade que o mesmo adquira resultados que possam servir como colaboração a estudos posteriores. 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA De acordo com Kotler (1999 p.529), o Público-alvo que também pode ser denominado como audiência-alvo corresponde ao fator preponderante nas escolhas sobre como, o que, quando e onde o pesquisador irá desenvolver suas comunicações. O público alvo do estudo foram um gestor da UBS da Cidade da Esperança e outro gestor da UBS de Brasília Teimosa, localizadas nas zonas Oeste e Leste do município de Natal. Bem como, dois usuários atendidos pelas respectivas UBS, tornando a pesquisa enxuta e objetiva. A aplicação dessa mesma pesquisa carregou o intuito de fazer o comparativo da visão do gestor mediante o usuário do serviço e as diferenças de acordo com a zona em que se encontram. 3.3. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Neste trabalho, como instrumento de coleta de dados foram utilizadas entrevistas, voltadas aos gestores e aos usuários de UBS com quatro perguntas abertas, em prol de uma melhor expressividade por parte de cada entrevistado durante a realização da pesquisa. Segundo Oppenheim (1992), o uso de entrevistadores é necessário quando há no questionário perguntas abertas como intuito de melhor compreender o ponto de vista do entrevistado, portanto, é fundamental escrever as respostas de acordo com suas palavras. 3.4. MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados é primordial para o trabalho, logo mostra com clareza como ocorreu o desenvolvimento e tratamento dos dados. Após aplicar os questionários coletamos os dados e concluímos os resultados que foram obtidos. De acordo com Bardin (1977), muitos autores se apropriam de técnicas propostas, entretanto não seguem corretamente as etapas necessárias para a análise dos dados. Segundo Demo (1985), o método faz com que o pesquisador alcance seus objetivos. Sendo assim, trata-se do caminho a ser trilhado iniciando na formulação de um problema, até a comprovação de uma hipótese ao final da pesquisa. No presente trabalho, utilizou-se o método indutivo que, ao chegar a uma conclusão, utiliza um tipo de raciocínio partindo de uma análise específica para uma abordagem gera. Ou seja, a partir de uma premissa particular há uma generalização até chegar ao universal. O levantamento desses dados utilizados no método ocorreu por meio de uma análise qualitativa, tendo como base o caráter subjetivo, usando narrativas escritas e possibilitando o descobrimento de ideias e opiniões. 4. ANÁLISES DOS RESULTADOS Neste capítulo, são apresentados os resultados da pesquisa obtida junto aos gestores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Brasília Teimosa e Cidade da Esperança, aqui representados pelos caracteres G1 para o gestor da UBS de Brasília Teimosa e G2 para o gestor da UBS de Cidade da Esperança. Com relação à primeira pergunta, foi questionado junto aos gestores das UBS - Apêndice A do roteiro de entrevista - qual o seu papel e como ele atua nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). G1 respondeu que o gestor é um representante legal, tanto da parte burocrática quanto na parte administrativa da UBS. Enquanto G2 respondeu que a função é desenvolver e coordenar a ações voltadas aos objetivos e princípios propostos pelo SUS. Segundo ele, o gestor deve planejar, monitorar e avaliar todas as atividades que os profissionais desenvolvem nas UBS, com o foco primeiramente em prestar um bom atendimento às pessoas e em segundo plano na realização dos processos necessários, convencendo os servidores a prestar o atendimento ao usuário e possuindo autoridade em cobrar, reconhecendo o valor de cada servidor, visto que para um bom funcionamento é necessário o médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e todos os demais funcionários. Consoante o pensamento de Franco, Santos e Salgado (2011), o papel do gestor é de planejar e implementar estratégias em prol de garantir o funcionamento e trazer melhorias a UBS, através do conhecimento sobre os aspectos de gestão de pessoas e processos, assim como questões relacionadas à infraestrutura predial e sua manutenção. Portanto, nota-se que as respostas de ambos foram semelhantes, na qual a função do gestor é de administrar por meio do planejamento, monitoração e avaliação de todas as atividades que necessitam ser desempenhadas, na garantia de oferecer um serviço que atenda às necessidades de todos os usuários diante das suas particularidades. Com relação à segunda pergunta, foram questionados junto aos gestores das UBS, quais os impasses enfrentados pelo gestor para desenvolver sua função. G1 respondeu que para solucionar os desafios relacionados à interação entre equipes de trabalho, pessoas com temperamentos e comportamento diferentes, é preciso saber se colocar diante das situações recorrentes que envolvem servidores e usuários que não compreendem muitas vezes como é realizado a prestação de serviços, sem perder o respeito. Enquanto que G2 relatou que considera como problemas agravantes, a estrutura precária, falta de material, poucos funcionários e uma grande demanda de pessoas que usufruem do serviço oferecido pela UBS. Assim como, o estresse que o gestor sofre diariamente, devido à solução dos problemas entre funcionários e usuários. Por exemplo, a falta do funcionário, garantindo o funcionamento da UBS. Nesse caso, o gestor tem que buscar uma solução a fim de atender a necessidade de ambas as partes. Os usuários, muitas vezes, não compreendem que apesar de ajudar, o gestor não consegue resolver todas as problemáticas do meio, visto que depende de financiamento do Estado para melhorar a unidade. Sendo assim, para o gestor conseguir lidar com essas situações ele deve estar equilibrado e manter a imparcialidade, pois não condiz com os seus valores entrar em conflito com os usuários. De acordo com Franco, Santos e Salgado (2011), o estresse que o gestor enfrenta diariamente causado pelas dificuldades nos relacionamentos, como foi relatado por G1 e G2, ocorre porque o gestor é o mediador entre as necessidades da gestão voltadas ao âmbito municipal, seus trabalhadores e os demais usuários. Desse modo, os usuários recorrem ao gestor na busca de resultados positivos, pois a sua função consiste em transformar os planos e imprevisibilidades em resultados. Como consequência, são suscetíveis ao estresse diante dos entraves existentes na prática da gestão das UBS. Compreende-se, então, que G2 respondeu que existem problemas de falta de materiais para os procedimentos clínicos e falta de uma boa estrutura. Nota-se um ponto em comum com relação às respostas de G1 e G2 no que tange ao estresse ocasionado pela dificuldade de relacionamento para com os usuários e entre as equipes de trabalho. Na terceira pergunta, foi levantado o questionamento de como funciona a estrutura de uma UBS e quais medidas precisam ser tomadas para que haja melhorias em sua execução. Nesse âmbito, G1 respondeu com objetividade "A UBS de Brasília Teimosa teve a manutenção estrutural física bem 2017, já nos setores que fazem parte de todo o departamento com o RH o quadro de profissionais ativos está quase completo, quatro equipes de todas as categorias, preenchidas pela chamada do concurso de edital 001/2018 realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em Natal, as campanhas de prevenção estão funcionando adequadamente, assim também, o setor de farmácia, que está sempre sendo reposto de medicamentos para melhor suprir a necessidade dos usuários". Já G2 relatou "temos a marcação de consultas e exames na segunda, terça e quarta (médico e odontólogos). No dia de atendimento, o indivíduo passa na sala de vacinas e após isso, pode ser atendido pelo médico. As quartas foram voltadas aos idosos, visto que a maior parte da população do bairro da Cidade da Esperança é composta por idosos". Ainda como complemento da resposta, acrescentou com as seguintes palavras "Deveria haver uma mudança no modelo de saúde, voltado para a promoção e prevenção. Se cada indivíduo possuísse uma qualidade de vida boa, necessitaria menos dos serviços do SUS e consequentemente o Estado economizaria, ocasionando numa melhor distribuição financeira por meio do governo federal, estadual e municipal, para melhorar a qualidade de serviços oferecidos". Com relação à terceira pergunta, observou-se que os dois gestores relataram bem a divisão estrutural das UBS em partes semelhantes, possuindo o mesmo objetivo final que é suprir a necessidade dos usuários. G1 em suas respostas relatou a estrutura interna (departamento e setores) excelente, o ambiente interno e externo com restauração recente, não enfatizou problemas estruturais, assim como, não expressou quais seriam as melhores tarefas a serem executadas através da prestação de serviços. Enquanto G2 enfatizou bem as dificuldades encontradas através da prestação de serviços, pelos servidores iniciantes. Isso afeta diretamente os usuários que, ao se depararem com a realidade, sugerem como melhoria uma redistribuição financeira à população, com o intuito de diminuir os recursos financeiros presos no Estado. Seguindo para a quarta pergunta, foi questionado acerca do fluxo de comunicação entre o gestor e os demais setores administrativos da UBS e com o SUS como um todo. G1 citou que, em sua unidade há "uma boa comunicação com os colaboradoresindependente de categoria ou nível. Uma relação de afetividade e tratamento igualitário entre todos, até mesmo para passar isso através do serviço prestado pelo SUS aos usuários. Enquanto G2 citou: "Conto com a ajuda da chefe de núcleo do distrito, mantendo contato com todos os demais setores analisando o que devo resolver. E quanto ao SUS como um todo, existe a SMS como órgão de maior importância. Também tem o Departamento de Atenção Básica que coordena todas as ações da UBS no município e os 5 distritos." Segundo Franco, Santos e Salgado (2011), para desempenhar a função de gestor de unidade básica é necessário conhecer planejamento, estratégias para sua implementação, programação, entender sobre as formas de contrato, gestão de pessoas e dos processos voltados ao trabalho e conhecimento, organização da rede de saúde, além das questões relacionadas à infraestrutura predial e sua manutenção. Sendo assim, compreendemos ser uma responsabilidade do gestor, garantir a tramitação de informações mediante o fluxo de informações gerado nas relações interpessoais dentro de uma unidade básica de saúde. Em nossa pesquisa, percebemos uma comunicação desdobrada entre os diversos setores que compõe a UBS, tal qualidade demonstra transparência e confiabilidade na tomada de decisões da unidade. O segundo momento das entrevistas, Apêndice B, abordou a opinião dos usuários das Unidades Básicas de Saúde, aqui representados pelos caracteres US1 e US2 para os usuários de Brasília Teimosa e US3 e US4 para os usuários da UBS de Cidade da Esperança. Com relação à primeira pergunta, foi questionado aos usuários das UBS como avaliam a qualidade do serviço oferecido. Em relação às respostas dos usuários da Cidade da Esperança, US3 respondeu que avalia a qualidade do serviço oferecido ruim, enquanto US4 considera o serviço oferecido bom. Do mesmo modo ocorreu na UBS de Brasília Teimosa, US1 considera precário e US2 avalia como bom. Segundo o que foi aplicado por Botazzo (1999), é perceptível e necessário reconhecer que a saúde pública do nosso país está cada vez mais escassa em recursos, tendo em vista a demanda de seus usuários nos hospitais públicos brasileiros. Nesse âmbito, faz-se necessário também, adaptar as UBS, com o intuito de que possam oferecer assistência aos casos mais graves, visando solucionar o congestionamento de pessoas em hospitais, e assim contribuir com um melhor serviço prestado nestes locais de emergência. É notório, que as respostas dos dois usuários de cada UBS, no que tange a qualidade do serviço oferecido foram divergentes entre si, contendo uma opinião positiva e uma negativa. Com relação à segunda pergunta, foi indagado junto aos usuários quais os principais problemas existentes na UBS. Nesta questão, US1 respondeu que demora no atendimento, falta medicamento e falha em alguns serviços como os de odontologia. Já US2 respondeu que era a falta de infraestrutura, US3 falou que era a dificuldade na marcação de consulta e US4 respondeu que era a estrutura física precária. Segundo Santos (2009), as UBS apresentam déficits, como o aumento da demanda de atendimento nos casos envolvendo problemas de urgência e emergência, causados pelo elevado número de doenças, diante da insuficiência de materiais, funcionários e estrutura física para atender com qualidade esses usuários, intensifica-se os entraves. A partir da análise, obteve-se um ponto em comum nas respostas dos usuários das UBS de Brasília teimosa e cidade da esperança, que segundo US4 da UBS da cidade da esperança e US2 da UBS de Brasília Teimosa, o principal problema é a infraestrutura precária. Houve também respostas divergentes, US1 da UBS de Brasília Teimosa avalia como entrave a falta de medicamentos, atendimento lento, e pouca quantidade de médicos, enquanto que US3 da UBS da Cidade da esperança relatou apenas a dificuldade na marcação de consultas. Na terceira pergunta voltada aos usuários, foram questionadas sobre quais mudanças são necessárias para melhorar a qualidade no serviço oferecido na UBS. Dos representantes da UBS de Brasília teimosa, US1 se expressou da seguinte maneira "as entidades precisam investir na área da saúde pública porque só investem no que acham necessário" assim também relatou US2 "colocar mais funcionários, médicos, atendentes." Já os entrevistados da UBS de Cidade da esperança responderam como formas de melhoria, segundo US3 "contratação de funcionários " e US4 "investir na estrutura, distribuição dos recursos". Na UBS de Brasília Teimosa, os usuários questionam a má distribuição de recursos na área da saúde e enfatizam a necessidade da contratação de mais funcionários para a unidade. Já na esfera da Cidade da Esperança, é possível identificar a necessidade de uma melhora na infraestrutura da unidade - déficit muito observado entre os usuários do local - além de uma ampliação no quadro de funcionários. Por fim, foi perguntado sobre a importância do gestor das unidades. US1 respondeu "ele é importante porque coordena a saúde nessa unidade no setor administrativo, financeiro e social". US2 também afirma "O gestor é responsável pelo planejamento das atividades da UBS." US3, relata que o gestor tem "fundamental importância, sem gestor não há bom funcionamento na UBS". US4, por sua vez, afirma que "não possui conhecimento sobre a importância do gestor". Segundo Franco, Santos e Salgado (2011), o gestor tem grande importância no âmbito administrativo de uma Unidade Básica de Saúde. Afinal, é ele quem irá transformar os planos e imprevisibilidades em resultados. Percebe-se então, que entre os usuários entrevistados, grande parte reconhece a função do gestor em sua unidade e a importância que lhe é concebida. No entanto, US4 afirma não possuir conhecimento sobre as funções e estas importâncias do gestor. Essa é uma realidade não muito distante de muitas outras pessoas que não possuem instrução e/ou não receberam informações claras e completas acerca da unidade que utilizam. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho tem como objetivo, comparar as percepções dos gestores e usuários sobre a gestão dos serviços de saúde nas Unidades Básicas de Saúde de Natal/RN. Para o alcance do referido objetivo, foi utilizado um roteiro de entrevistas semiestruturado, aplicado junto a gestores de duas unidades básicas de saúde – UBS e usuários. É importante ressaltar, alguns entraves enfrentados ao longo da realização desta pesquisa, os quais se referem à dificuldade do gestor de Brasília Teimosa em responder a terceira pergunta, além da burocracia no que tange a assinatura e liberação dos ofícios que não cumpriram o prazo esperado, ocasionando na realização informal desta entrevista. As limitações encontradas durante a realização do trabalho foram o pouco tempo estimado para sua execução, dificultando que um estudo mais aprofundado fosse realizado, além da dificuldade em não abranger um número maior de unidades, com o intuito de compará-las de maneira detalhada. Neste sentido, sugere-se que outros estudos possam dar maior abrangência e profundidade ao tema, pesquisando informações em um número maior de unidades e elaborando questões que possam incorporar elementos mais objetivos inerentes aos sujeitos entrevistados. Conclui-se que, na esfera dos gestores, há uma divergência clara na perspectiva sobre a UBS devido à falta de recursos investidos e a dificuldade enfrentada com sua distribuição. Na perspectiva do Gestor da Unidade de Brasília Teimosa, alguns aspectos quanto à infraestrutura são levados em conta, porém o quadro de profissionais encontra-se completo. Contudo, na perspectiva do Gestor da Unidade de Cidade da Esperança e de seus usuários a realidade é diferente, pois faltam muitos recursos em sua execução. Enquanto alguns enfatizam uma melhora significativa na Unidade de Brasília Teimosa, outros reconhecem a precariedade vivida na Unidade de Cidade da Esperança. REFERÊNCIAS ALVES M, PENNA CMP, BRITO MJM. Gestão das Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte: uma análise descritiva do perfil e característicasdos gerentes. Relatório de Pesquisa, Escola de Enfermagem. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2002. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. 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Como ele atua? 2) Quais os entraves e desafios enfrentados pelo gestor para desenvolver a sua função? 3) Como funciona a estrutura de uma Unidade Básica de Saúde e quais medidas precisam ser tomadas para que haja melhorias na gestão e execução das atividades? 4) Como se dá o fluxo de comunicação entre o gestor e os demais setores administrativos da unidade básica de saúde e com Sistema Único de Saúde como um todo? APÊNDICE B – Roteiro de entrevista para o usuário da UBS GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO SUBCOORDENADORIA DE ENSINO PROFISSIONAL CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL SENADOR JESSÉ PINTO FREIRE ROTEIRO DE ENTREVISTA 1) Como você avalia a qualidade do serviço oferecido na UBS? 2) Quais os principais problemas existentes que você observa aqui na UBS? 3) Quais mudanças seriam necessárias para melhorar a qualidade no serviço oferecido na UBS? 4) Em sua opinião, qual a importância do gestor no funcionamento da UBS?