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Embriologia Aula 4 – 15/04/2019 Desenvolvimento das Orelhas ANATOMIA DA ORELHA: DESENVOLVIMENTO DA ORELHA INTERNA: Anatomia da orelha interna: A orelha interna é composta pelo labirinto ósseo (vestíbulo, cóclea e canais semicirculares) e pelo labirinto membranoso (sáculo, utrículo, ducto coclear e ductos semicirculares; esse último fica dentro do labirinto ósseo). Ao longo do labirinto membranáceo, tem regiões sensoriais como as máculas, as cristas ampulares e o órgão de corti. Desenvolvimento da orelha interna: a partir da 4ª semana de gestação. Inicia-se com um espessamento do ectoderma superficial em ambos os lados do mielencéfalo chamado de placóide ótico; O tubo neural ainda não se encontra totalmente fechado. O placóide ótico vai se invaginar para dentro do mesênquima formando a fosseta ótica. As bordas da fosseta ótica aproximam-se e fundem-se formando a vesícula ótica, que é um primórdio do labirinto membranoso; A vesícula continua o seu desenvolvimento e perde a conexão com o ectoderma da superfície, ficando solta no mesênquima; O placóide ótico, a fosseta ótica e a vesícula ótica são estruturas originadas do ectoderma superficial. A vesícula ótica se divide, inicialmente, em duas partes: porção utricular e porção sacular: -Porção utricular: utrículo e os ductos semicirculares; -Porção sacular: sáculo e ducto coclear. A partir da vesícula ótica cresce um divertículo que se alonga formando o ducto e o saco endolinfático. Na 6ª semana, surgem discos (evaginações) achatadas da porção utricular da vesícula ótica, que cresce dorsalmente e ventralmente; Essas evaginações / discos se expandem e as porções centrais das suas paredes desaparecem, originando os ductos semicirculares (abertura nos discos); Formam-se dilatações nas extremidades de cada ducto semicircular que são chamadas de ampolas; Na 6ª semana, o sáculo forma uma evaginação tubular em seu polo inferior originando o ducto coclear; O ducto coclear cresce e se espiraliza até o final da 8ª semana, quando completa 2,5 voltas em torno de si mesmo; A conexão do ducto coclear com a porção remanescente do sáculo é chamada de ducto reuniens. O mesênquima que circunda o ducto coclear se diferencia formando a cápsula ótica cartilaginosa; A cápsula ótica cartilaginosa cresce ao redor do ducto coclear e sofre vacuolização (surgem espaços) e forma 2 espaços perilinfáticos (preenchidos por perilinfa) que são a escala vestibular (porção superior) e a escala timpânica (porção inferior). O ducto coclear é separado da escala vestibular pela membrana vestibular e da escala timpânica pela membrana basilar (a partir dela é formado o órgão de corti, região sensorial do ducto coclear); O vértice, que é o eixo da cóclea é chamado de modíolo. Concluindo, o labirinto membranáceo formou-se a partir do mesênquima. Na 9ª semana, o mesênquima que circunda o labirinto membranáceo é substituído por tecido cartilaginoso formando a cápsula ótica cartilaginosa em toda a extensão do labirinto membranáceo; Do 3º ao 5º mês, a cápsula ótica cartilaginosa sofre vacuolização formando o espaço perilinfático; O espaço perilinfático é preenchido por perilinfa, que se comunica com o líquido cérebro-espinal através do ducto perilinfático; Entre a 16ª e a 23ª semana ocorre ossificação do que restou da cápsula ótica cartilaginosa formando as paredes do labirinto ósseo (se forma ao redor de todo o labirinto membranáceo. Ao mesmo tempo da formação da vesícula ótica, as células ganglionares do nervo vestíbulococlear (NC VIII) formam o gânglio estatoacústico / vestíbulococlear na região ventral da vesícula ótica; O gânglio vestíbulococlear se divide em 2 ramos: coclear (ou espiral; inerva o ducto coclear) e vestibular (inerva as cristas e as máculas). As células ciliadas da orelha interna (mecanotransdutores especializadas) surgem de 6 regiões pró-sensoriais (são inervadas pelo gânglio vestíbulococlear) da vesícula ótica: -Ducto coclear: órgão de Corti (1 região); -Sáculo e utrículo: Máculas (2 regiões); -Ductos semicirculares: cristas ampulares (3 regiões). DESENVOLVIMENTO DA ORELHA MÉDIA: Anatomia da orelha média: Desenvolvimento da orelha média: A partir do 1º arco faríngeo surge a primeira bolsa faríngea que origina o recesso tubotimpânico. O recesso tubotimpânico tem 2 partes: -Parte distal: que forma a cavidade timpânica; -Parte proximal: forma a tuba farigotimpânica, que no final origina a tuba auditiva. Os ossículos auditivos estão relacionados com as cartilagens dos arcos faríngeos; A cartilagem do primeiro arco faríngeo (chamada de cartilagem de Meckel) forma o martelo e a bigorna; A cartilagem do segundo arco faríngeo (chamada de cartilagem de Reichert) forma o estribo. Os ossículos permanecem envolvidos no mesênquima até o 8º mês de gestação; No 9º mês de gestação, a cavidade timpânica se expande e envolve os ossículos; O endoderma da cavidade timpânica forma o epitélio dos ossículos. O músculo tensor do tímpano se insere no martelo e foi formado a partir do mesênquima do 1º arco faríngeo e é inervado pelo nervo trigêmeo (NC V); O músculo tensor do estribo (estapédio) se insere no estribo e foi formado a partir do mesênquima do segundo arco faríngeo e é inervado pelo nervo facial (NC VII). DESENVOLVIMENTO DA ORELHA EXTERNA: Anatomia da orelha externa: Desenvolvimento da orelha externa: O meato acústico externo se desenvolve a partir da extremidade dorsal do primeiro sulco faríngeo, que se alonga originando um tubo em forma de funil; As células ectodérmicas do fundo do tubo proliferam-se formando um tampão do meato. No final do período fetal, as células centrais desse tampão se degeneram formando o meato acústico externo propriamente dito; O meato acústico externo é curto ao nascimento e atinge seu comprimento final por volta dos 9 ou 10 anos. A primeira membrana faríngea (encontro do sulco com a bolsa do primeiro arco faríngeo) é o primórdio da membrana timpânica; O mesênquima cresce entre as duas partes da membrana faríngea (entre a parede do sulco e a parede da bolsa) e dá origem às fibras colágenas da membrana timpânica. A membrana timpânica definitiva é formada durante a recanalização do meato acústico externo; A membrana timpânica é formada pelo: -Ectoderma do primeiro sulco faríngeo; -Mesoderma do primeiro e do sendo arcos faríngeos; -Endoderma do recesso timpânico. O pavilhão auricular forma-se a partir de 6 saliências auriculares que surgem do lado externo no primeiro e segundo arcos faríngeos; As saliências auriculares envolvem o primeiro sulco faríngeo; As saliências auriculares aumentam de tamanho, se diferenciam e fundem-se formando o pavilhão auricular; Com o desenvolvimento da face, o pavilhão auricular é gradualmente deslocado da região mais baixa do pescoço para uma posição lateral e cranial.