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1 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles 1 Custos Industriais Custeio de Ordens e de Encomendas Prof. M.Sc. Gustavo Meireles ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Produção por ordem e produção contínua Produção contínua: a empresa trabalha produzindo produtos iguais de forma contínua para estoque; • Pode ser pura ou discreta. Produção por ordem: a empresa produz atendendo a encomendas de clientes ou para estoque mas de acordo com determinações especiais internas. • Pode ser repetitiva ou não repetitiva 2 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Produção por ordem e produção contínua Exemplos: • Produção contínua: indústrias de cimento, química, petroquímica, petróleo, álcool, açúcar, produtos alimentícios; serviços de água e esgoto, telefonia, energia elétrica. • Produção por ordem: indústrias de móveis, construção civil, confecção de moda por estação, indústrias pesadas; serviços de auditoria, consultoria, engenharia, escritórios de planejamento. 3 2 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Produção por ordem e produção contínua Diferenças no tratamento contábil: • Produção por ordem: Os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem ou encomenda; Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. • Produção contínua: Os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas de produção; Essas contas são encerradas sempre no fim de cada período (mês, semana etc.) 4 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Danificações na produção por ordem Quando há danificações de matéria prima ou outros materiais diretos ou indiretos, dois procedimentos podem ser adotados: • Apropriação à ordem que está sendo elaborada; • Concentração dentro dos custos indiretos para rateio à produção toda do período Quando há danificações de ordens inteiras, deve-se fazer a baixa direta para perdas do período. 5 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Encomendas de longo prazo de execução A regra geral é a de acumulação dos custos para sua transferência ao resultado apenas por ocasião da entrega, quando há o reconhecimento também da receita. Quando a empresa trabalha com pouquíssimas ordens por vez e são de longa duração, pode ser necessária uma alteração; Nesse caso, deve-se fazer a apropriação do resultado de forma parcelada, durante a produção: • Reconhece-se uma parte da receita em cada período e apropriam-se os custos transformados em despesas. 6 3 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Encomendas de longo prazo de execução Quando a empresa que executa a ordem não tem fixados os preços por etapa, dois critérios podem ser utilizados: • Critério da proporcionalidade do custo total; • Critério da proporcionalidade do custo de conversão. 7 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total A empresa verifica quanto foi incorrido em cada período como parte do custo total previsto para o contrato, apropriando também a mesma porcentagem da receita total; Exemplo: uma empresa tem uma estimativa de custo total de R$10.000.000,00 para uma encomenda, e vende por R$15.000.000,00; no primeiro ano, incorre num custo total de R$4.000.000,00, o que a faz apropriar R$6.000.000,00 de receita; no período seguinte segue a mesma lógica, apropriando sempre 50% a mais de receita do que tiver sido o custo incorrido. 8 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total Na prática ocorrem divergências entre o custo real e o previsto. Seja o seguinte exemplo: 9 Custo total previsto originariamente R$10.000.000,00 Receita total contratada R$15.000.000,00 (150% do custo) Recebimentos contratados R$ 4.000.000,00 (na assinatura) R$ 5.000.000,00 (no ano seguinte) R$ 6.000.000,00 (na entrega) 4 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total No primeiro período ocorre: 10 Custo reais incorridos R$ 4.000.000,00 Mudança na previsão dos custos totais Nenhuma ainda Apuração de resultado: Apropriação de receita Apropriação de despesa Resultado de R$ 6.000.000,00 (150% do custo) R$ 4.000.000,00 R$ 2.000.000,00 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total No segundo período ocorre: 11 Custo reais incorridos R$ 3.600.000,00 Novo custo total previsto R$10.700.000,00 Receita sem alteração Igual agora a 140% do novo custo Receita que deveria ser apropriada a base do novo custo R$ 3.600.000,00 x 1,40 = R$ 5.040.000,00 Ajuste a ser feito pois, a 140%, no 1º ano deveria ter sido de R$ 4.000.000,00 x 1,40 = R$ 5.600.000,00 R$6.000.000,00 (1º ano) – R$5.600.000,00 (ajuste) = R$400.000,00 R$5.040.000,00 – R$ 400.000 = R$4.640.000,00 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total No segundo período ocorre: No terceiro período ocorre: 12 Apuração de resultado: Receitas Despesas Resultado: R$ 4.640.000,00 R$ 3.600.000,00 R$ 1.040.000,00 Custo reais incorridos R$ 3.400.000,00 Novo custo total realizado R$11.000.000,00 A apropriação da receita será feita por diferença Total contratado – já apropriado Receitas Despesas Resultados R$ 4.360.000,00 R$ 3.400.000,00 R$ 960.000,00 5 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total Se na mesma situação houvesse inflação que provocasse 5% sobre o segundo ano e 8% sobre o terceiro (sobre as parcelas não recebidas), teríamos: No primeiro período: 13 Custo reais incorridos R$ 4.000.000,00 Mudança na previsão dos custos totais Nenhuma ainda Apuração de resultado: Apropriação de receita Apropriação de despesa Resultado de R$ 6.000.000,00 (150% do custo) R$ 4.000.000,00 R$ 2.000.000,00 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total No segundo período: 14 Nova receita total: R$ 15.000.000,00 + 5% sobre (R$5.000.000,00 + R$6.000.000,00) = R$ 15.550.000,00 Novo custo total previsto R$ 10.700.000,00 Nova porcentagem da receita sobre o custo 145,3% Receita inicial do período 145,3% x R$ 3.600.000,00 = R$ 5.230.800,00 Ajuste do primeiro ano em função da mudança do percentual do custo total (150% - 145,3%) x R$4.000.000,00 = R$ 188.000,00 R$5.230.800,00 - R$ 188.000,00 = R$ 5.042.800,00 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total No segundo período: No terceiro período: 15 Apuração de resultados: Receitas Despesas Resultado R$ 5.042.800,00 R$ 3.600.000,00 R$ 1.442.800,00 Nova receita total R$ 15.550.000,00 + 8% x R$ 6.000.000,00 = R$ 16.030.000,00 Custo reais incorridos R$ 3.400.000,00 A apropriação da receita será feita por diferença Total contratado – já apropriado Receitas Despesas Resultados R$ 4.987.200,00 (R$16.030.000 – as já apropriadas) R$ 3.400.000,00 R 1.587.200,00 6 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo total 16 Resumo: Sem inflação 1º ano 2º ano 3º ano Total Receitas 6.000.000 4.640.000 4.360.000 15.000.000 Despesas 4.000.000 3.600.000 3.400.000 11.000.000 Resultados 2.000.000 1.040.000 960.000 4.000.000 Com inflação Receitas 6.000.000 5.042.800 4.987.200 16.030.000 Despesas 4.000.000 3.600.000 3.400.000 11.000.000 Resultados 2.000.000 1.442.800 1.587.200 5.030.000 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidadedo custo de conversão Utilizado quando parte do custo do produto é constituído de itens comprados de terceiros que não representam esforço de transformação. Exemplo: uma empresa tem uma previsão de custo total de R$ 50.000.000,00 para uma encomenda com receita total de R$60.000.000,00. Dentro do custo estão R$30.000.000,00 a serem adquiridos de terceiros. Ao invés de trabalhar na proporção da receita de cada período igual a 120%, calcula- se 17 ® 2012 Gustavo S. C. Meireles Critério da proporcionalidade do custo de conversão 18 Custo total previsto R$ 50.000.000,00 Matéria prima e componentes R$ 30.000.000,00 Custo de conversão R$ 20.000.000,00 Receita total prevista R$ 60.000.000,00 Parcela para pagamento de MP e componentes R$ 30.000.000,00 Remuneração do custo de conversão R$ 30.000.000,00 (que representa 150% do custo de conversão) Em cada período serão apropriados como receita a parte relativa à cobertura dos itens adquiridos de terceiros mais 150% dos custos de conversão da empresa.