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Sónia Maria da Silva Monteiro
Manual de
Contabilidade
FinanceiraManual de
Contabilidade Financeira
Sónia M
aria
da Silva M
onteiro
inclui:
 Conceitos fundamentais
 A harmonização contabilística e o SNC
 Meios financeiros líquidos 
 Operações com terceiros 
(contas a receber e a pagar)
 
Prefácio
antónio domingues de a
5
ÍNDICE
Módulo 1 – Conceitos fundamentais
Introdução ...........................................................................................17
1. A atividade económica e a contabilidade ..............................................19
1.1 A empresa e o circuito económico ...............................................19
1.2 A contabilidade como sistema de informação ...............................21
1.3 Conceito, objeto e divisões da contabilidade ..................................23
1.3.1 Conceito de contabilidade.......................................................23
1.3.2 Objeto da contabilidade .........................................................24
1.3.3 Divisões da contabilidade .......................................................25
2. A situação patrimonial/financeira ........................................................27
2.1 Património ..................................................................................27
2.1.1 Conceito de património ..........................................................27
2.1.2 Composição e valor do património ..........................................27
2.2 Conta .........................................................................................29
2.2.1 Conceito e características de uma conta ..................................29
2.2.2 Quadro de contas ..................................................................30
2.2.3 Classificação das contas .........................................................32
2.3 Inventário ...................................................................................33
2.3.1 Conceito de inventário ...........................................................33
2.3.2 Classificação de inventários ....................................................33
2.4 Balanço ......................................................................................39
2.4.1 Conceito de balanço ...............................................................39
2.4.2 Classificação de balanços .......................................................41
2.4.3 Representação do balanço ......................................................42
Manual de Contabilidade Financeira
6
3. A dinâmica/desempenho empresarial .................................................54
3.1 Variações patrimoniais .................................................................54
3.2 Resultados ..................................................................................59
3.2.1 Conceitos de gasto e rendimento ............................................59
3.2.2 Demonstração dos resultados .................................................62
3.3 Movimentação das contas ............................................................66
3.3.1 Representação gráfica da conta: a noção de débito e crédito ....66
3.3.2 Método de registo contabilístico: digrafia .................................68
3.3.2.1 Registo das extensões (saldos) iniciais, na (re)abertura 
 do período contabilístico ...................................................71
3.3.2.2 Movimentação das contas, ao longo do período 
 contabilístico, pelo registo dos factos patrimoniais ..............72
3.3.2.3 Movimentação para saldar/encerrar contas ........................72
3.4 Lançamentos ..............................................................................73
3.4.1 Tipos de lançamentos ............................................................74
3.4.1.1 Classificação segundo o número de contas movimentadas ....74
3.4.1.2 Classificação segundo a natureza dos movimentos .............75
3.4.2 Formas de representação dos lançamentos .............................76
3.4.2.1 Diário ..............................................................................76
3.4.2.2 Razão ..............................................................................77
3.5 Balancete de verificação ..............................................................79
3.6 Apuramento dos resultados ..........................................................89
3.7 Organização contabilística até à elaboração das 
 demonstrações financeiras ..........................................................97
Módulo 2 – Harmonização contabilística e o sistema de 
normalização contabilística (SNC)
Introdução ......................................................................................... 127
1. Normalização vs. harmonização contabilística .................................... 129
1.1 Conceito e objetivo da normalização contabilística ....................... 129
1.2 Vantagens da normalização contabilística .................................... 130
1.3 Harmonização contabilística ....................................................... 131
2. O processo de harmonização contabilística internacional e europeu ..... 132
2.1 O processo de harmonização contabilística internacional do IASB .... 133
2.1.1. O organismo: IASB ............................................................. 133
2.1.2 O processo harmonizador do IASB ........................................ 134
Índice
7
1ª etapa: 1973-1987 – elevada flexibilidade ................................ 134
2ª etapa: 1987-1994 – projeto de melhoria da comparabilidade 
 das demonstrações financeiras .................................... 135
3ª etapa: 1995-2000 – acordo do IASB com a IOSCO .................. 136
4ª etapa: pós 2000 – atualidade ................................................ 137
2.2 O processo de harmonização contabilística europeu ..................... 138
1ª etapa: 1970-1995 – diretivas comunitárias .............................. 140
2ª etapa: 1995-2000 – comunicações ......................................... 141
3ª etapa: após 2000 – regulamentos .......................................... 142
2.3 A normalização contabilística em Portugal ................................... 144
1ª etapa: 1970-2001 ................................................................ 144
2ª etapa: 2002-2009 ................................................................. 147
3. Sistema de normalização contabilística (SNC) ..................................... 151
3.1 Génese e emergência do SNC .................................................... 151
3.2 Enquadramento legal do SNC ..................................................... 152
3.3 Vinculação e hierarquia .............................................................. 154
3.3.1 Âmbito de aplicação do SNC (DL 158/2009) .......................... 154
3.3.2 Regime (opcional) para as pequenas entidades ...................... 154
3.3.3 Regime normalização contabilística das entidades do 
 setor não lucrativo ............................................................... 156
3.3.4 Regime de normalização contabilística para microentidades .... 156
3.3.5 Normas subsidiárias (aplicação supletiva) .............................. 161
3.4 A estrutura do SNC .................................................................... 163
3.4.1 Apresentação ...................................................................... 164
3.4.2 Bases para a apresentação das 
 demonstrações financeiras (BADF) ........................................ 164
3.4.3 Modelos das demonstrações financeiras (DF) ......................... 165
3.4.4 Código de contas ................................................................. 176
3.4.5 Normas contabilísticas e de relato financeira (NCRF) .............. 178
3.4.6 Norma contabilística e de relatofinanceiro para 
 pequenas entidades (NCRF-PE) ............................................ 179
3.4.7 Normas interpretativas (NI) .................................................. 181
3.5. Normalização contabilística para microentidades ........................ 182
3.6. Normalização contabilística para entidades do setor não lucrativo .. 184
3.7. O controlo da aplicação do normativo contabilístico ..................... 185
4. Estrutura concetual do sistema de normalização contabilística ............. 185
Manual de Contabilidade Financeira
8
4.1 Considerações gerais sobre a estrutura concetual ........................ 185
4.2 Utilizadores da informação financeira e suas 
 necessidades de informação ..................................................... 187
4.3 Objetivos das demonstrações financeiras ................................... 188
4.4 Pressupostos subjacentes ......................................................... 189
4.5 Características qualitativas das demonstrações financeiras ............ 191
4.6 Definição dos elementos das demonstrações financeiras .............. 194
4.6.1 Elementos do balanço .......................................................... 194
4.6.2 Elementos da demonstração dos resultados ........................... 197
4.7 Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras .... 199
4.8 Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras .......... 200
4.9 Capital e de manutenção do capital ........................................... 202
Módulo 3 – Meios financeiros líquidos
Introdução ......................................................................................... 205
1. Classe 1 – meios financeiros líquidos ................................................ 207
1.1 Caixa ........................................................................................ 208
1.1.1 Conteúdo da conta 11 - caixa ............................................... 208
1.1.2 Movimentação ..................................................................... 208
1.1.3 Contas divisionárias ............................................................. 211
1.1.4 Conferência diária do caixa ................................................... 212
1.2 Depósitos à ordem .................................................................... 213
1.2.1 Conceito ............................................................................ 213
1.2.2 Contas divisionárias ............................................................. 213
1.2.3. Movimentação .................................................................... 214
1.3 Outros depósitos bancários ........................................................ 215
1.3.1 Conteúdo ............................................................................ 215
1.3.2 Contas divisionárias ............................................................. 215
1.3.3 Movimentação ..................................................................... 216
1.4 Outros instrumentos financeiros ................................................. 218
1.4.1 Conceito ............................................................................. 218
1.4.2 Contas divisionárias ............................................................. 219
1.4.3 Instrumentos financeiros detidos para negociação .................. 219
1.4.3.1 Definições ..................................................................... 219
1.4.3.2 Reconhecimento e mensuração ....................................... 220
Índice
9
1.4.3.3 Desreconhecimento de ativos financeiros ......................... 222
1.5 Meios financeiros líquidos em moeda estrangeira ......................... 224
1.5.1 Mensuração ........................................................................ 224
1.5.2 Contabilização das diferenças de câmbio .............................. 224
Módulo 4 – Contas a receber e a pagar
Parte I – Implicações do imposto sobre valor acrescentado 
(IVA) na contabilização das operações com terceiros
Introdução .................................................................................... 239
1. Considerações gerais .................................................................. 241
1.1 Caracterização e incidência do IVA ........................................... 241
1.2 Funcionamento do IVA ............................................................ 242
1.3 Valor tributável e taxas ........................................................... 243
1.4 Isenções ................................................................................ 244
2. Contabilização do IVA ................................................................. 245
2.1 Principais contas a utilizar ....................................................... 246
2.2 Iva nas aquisições de bens e serviços ...................................... 246
2.2.1 IVA suportado (conta 2431 - uso facultativo) ...................... 246
2.2.2 IVA dedutível (conta 2432) ................................................ 247
2.2.3 IVA não dedutível ............................................................. 251
2.3 IVA nas vendas de bens e prestação de serviços ....................... 253
2.3.1 IVA liquidado (conta 2433) ................................................ 253
2.4 Regularizações do IVA (conta 2434) ......................................... 254
2.4.1 IVA regularizações a favor da empresa (conta 24341) ......... 255
2.4.2 IVA regularizações a favor do estado (conta 24342) ............ 256
2.5 IVA nas transações intracomunitárias ....................................... 257
2.5.1 Enquadramento ................................................................ 257
2.5.2 Contabilização das vendas para o exterior........................... 257
2.5.3 Contabilização das aquisições ao exterior ............................ 258
2.6 Apuramento do IVA ................................................................ 265
2.6.1 IVA apuramento (conta 2435) ............................................ 265
2.6.2 IVA a pagar (conta 2436) .................................................. 266
2.6.3 IVA a recuperar (conta 2437)............................................. 267
2.6.4 Reembolso do IVA ........................................................... 270
2.6.5 Liquidação oficiosa do IVA ................................................ 271
Manual de Contabilidade Financeira
10
Parte II – Compras e outras operações com fornecedores
Introdução ..................................................................................... 277
1. Considerações sobre a conta 22 – fornecedores ............................ 279
1.1. Conceito e contas divisionárias .............................................. 279
1.2 Movimentação da conta 22 - fornecedores ............................... 280
2. Operações com fornecedores c/c (conta 221) ............................... 281
2.1 Conteúdo e forma de movimentação ........................................ 281
2.2 Compra/aquisição de inventários ............................................. 282
2.2.1 Enquadramento normativo ................................................ 282
2.2.2 Movimentação contabilística da conta 31 – compras ............ 282
2.2.3 Registo contabilístico ........................................................ 284
2.3 Compras de outros bens e serviços .......................................... 292
2.4 Adiantamentos a fornecedores ................................................ 294
2.5 Faturas em receção e conferência ............................................ 297
3. Operações com fornecedores – títulos a pagar .............................. 297
3.1 Conteúdo e forma de movimentação ........................................ 297
3.2 Contabilização do aceite e pagamento de letras ....................... 298
3.2.1 Aceite da letra ..................................................................298
3.2.2 Pagamento de aceites ...................................................... 299
3.3 Contabilização da reforma de letras ........................................ 299
3.3.1 Reforma total ou integral da letra ....................................... 300
3.3.2 Reforma parcial da letra .................................................... 301
4. Dívidas a pagar em moeda estrangeira ......................................... 306
4.1 Mensuração das dívidas a pagar em moeda estrangeira ............ 306
4.2 Registo contabilístico ............................................................. 307
Parte III – Vendas e outras operações com clientes
Introdução ..................................................................................... 321
1. Considerações sobre a conta 21 – clientes .................................... 323
1.1 Conceito e contas divisionárias ............................................... 323
1.2 Movimentação da conta 21 – clientes ....................................... 324
2. Operações com clientes c/c (conta 211) ....................................... 325
2.1 Conteúdo e forma de movimentação ........................................ 325
2.2 Venda de inventários/prestação de serviços .............................. 325
2.2.1 Enquadramento normativo do rédito .................................. 325
Índice
11
2.2.2 Vendas e despesas relacionadas ........................................ 329
2.2.3 Devoluções de vendas ....................................................... 333
2.2.4 Descontos e abatimentos em vendas/prestação de serviços ... 335
2.2.5 Prestação de serviços ........................................................ 341
2.3 Adiantamentos de clientes ...................................................... 342
3. Operações com clientes – títulos a receber.................................... 345
3.1 Conteúdo e forma de movimentação ........................................ 345
3.2 Saque e recebimento de letras ............................................... 346
3.2.1 Saque da letra .................................................................. 346
3.2.2 Recebimento de saques (cobrança) .................................... 346
3.3 Endosso da letra .................................................................... 347
3.4 Desconto bancário da letra ..................................................... 347
3.5 Reforma da letra ................................................................... 348
3.5.1 Reforma total ou integral da letra ....................................... 349
3.5.2 Reforma parcial da letra .................................................... 350
4. Dívidas a receber em moeda estrangeira....................................... 354
4.1 Mensuração das dívidas a receber em moeda estrangeira .......... 354
4.2 Registo contabilístico ............................................................. 355
5. Imparidade das dívidas a receber ................................................. 357
5.1 Enquadramento normativo ...................................................... 357
5.2 Reconhecimento e mensuração .............................................. 358
5.2.1 Reconhecimento e mensuração da perda por imparidade ..... 362
5.2.2 Reversão da perda por imparidade ..................................... 363
5.3 Dívidas incobráveis ................................................................. 365
Módulo 5 – Inventários
Introdução ......................................................................................... 379
1. Conceito e normativo contabilístico ................................................... 381
2. Mensuração ..................................................................................... 382
2.1 Mensuração inicial das entradas ................................................. 383
2.2 Mensuração das saídas .............................................................. 385
2.2.1 Identificação específica do custo ........................................... 386
2.2.2 FIFO (first in first out) ou método de custo cronológico direto ... 387
2.2.3 Custo médio ponderado ....................................................... 388
2.2.4 Outras técnicas de mensuração ............................................ 389
Manual de Contabilidade Financeira
12
2.3 Ficha de armazém ..................................................................... 390
3. Reclassificação e regularização de inventários .................................... 398
3.1 Conteúdo e movimentação da conta 38 ...................................... 398
3.2 Contabilização das operações de regularização de inventários .... 399
3.3 Regularização de inventários em sistema de inventário 
 permamente/periódico .............................................................. 407
4. Sistemas de inventário ..................................................................... 408
4.1 Sistema de inventário permanente .............................................. 408
4.1.1 Enquadramento normativo ................................................... 408
4.1.2 Caracterização do sistema de inventário permanente.............. 408
4.2 Sistema de inventário periódico ou intermitente .......................... 410
5. Variação da produção ....................................................................... 427
5.1 Âmbito da conta 73 – variação nos inventários de produção ......... 427
5.2 Movimentação da variação da produção ...................................... 427
5.2.1 Em sistema de inventário permanente ................................... 427
5.2.2 Em sistema de inventário periódico ....................................... 428
6. Imparidade de inventários ................................................................ 434
6.1 Reconhecimento e mensuração do ajustamento 
 (perda por imparidade) .............................................................. 434
6.2 Reversão da imparidade (ajustamento) ....................................... 436
7. Os inventários na NCRF-PE e na NC-ME ............................................ 438
Bibliografia ........................................................................................... 441
13
PREFÁCIO
Hoje, falar de Contabilidade em Portugal é bem mais aliciante do que há 
poucos anos atrás. Na verdade, não obstante a sua indiscutível importância na 
determinação da variação patrimonial das empresas instituições e pessoas, ela, 
em minha opinião, devido ao protecionismo económico que vigorou durante tan-
to tempo na economia portuguesa, era visionada não como o meio mais credí-
vel de construção de informação do estado económico e financeiro das nossas 
empresas, mas antes como um tipo de informação que apenas interessava aos 
investidores, reduzindo de formas drástica não só a sua função, mas também e, 
particularmente, o fundamental papel que ela desempenha na sustentabilidade 
económica das empresas, para que estas, como unidades económicas em conti-
nuidade, desempenhem o seu tão importante papel de estabilidade social.
A crise que hoje assola o mundo, com especial relevo para o continente eu-
ropeu, veio evidenciar de forma notória, não só a importância da Contabilidade 
na sustentabilidade das empresas, mas também o relevante papel de interesse 
social de que se reveste o conhecimento económico e financeiro das entidades 
que ela expressa.
Daí, em minha opinião, não obstante os malefícios da crise em que vivemos, ela 
vem propiciar à Contabilidade o reconhecimento de uma função que sempre teve, 
mas que muitos, por má fé ou ignorância, se recusam socialmente a reconhecer.
Não é uma ciência perfeita, nenhuma em última instância o é, mas, não obs-
tante todos os seus defeitos, ainda é o meio que melhor expressa com segurança 
e garantia uma imagem de fidelidade à realidade económica dasnossas empre-
sas e instituições.
Felizmente, temos assistido nos últimos tempos a uma enorme evolução de 
estudos, análises e ensaios sobre a contabilidade, o que revela o despertar de 
cada vez mais pessoas para este tão importante meio de informação patrimonial.
Manual de Contabilidade Financeira
14
Mas para que a Contabilidade desempenhe a função social para que está ge-
nuinamente vocacionada, é necessário que ela se familiarize, não só com os seus 
estudiosos, professores, executores e utilizadores, mas que seja compreendida e 
sentida como fundamental na dinâmica social pelo cidadão comum.
Daí a necessidade de, sem prejuízo do desenvolvimento de assuntos com 
maior complexidade, ela consiga encontrar uma linguagem por eles compreen-
dida e apresente os seus resultados de forma compreensível e assimilável por 
esses mesmos cidadãos.
É exatamente o que se pretende com a presente obra que, sem ter preocu-
pações de grande complexidade, procura constituir-se como uma espécie de via-
gem pelo mundo contabilístico, apresentando-nos de forma fácil e compreensível 
o universo exequível da informação contabilística.
Parecendo fácil, sabemos que o não é, pois obriga-nos a deixar o nosso próprio 
universo e procurar ver e entender as coisas no universo dos potenciais leitores, 
com a preocupação de encontrar uma linguagem acessível, para quem não tem 
conhecimentos técnicos, ajudando-os a dialogar e a compreender a Contabilidade.
Embora não se limitando a isso, procurando, nalguns casos, apresentar uma 
visão pessoal da enorme variedade e complexidade das questões abordadas, a 
presente obra, que o seu autor classifica de manual, acaba por se constituir como 
um excelente guia que nos transporta de forma fácil, apelativa e aliciante para 
um universo cada vez mais fascinante que é o funcionamento das empresas e a 
mais-valia que a contabilidade empresta à sua sustentabilidade.
Mas não é apenas isso, ela é também o rasto, o percurso, o caminho a história 
das empresas e instituições que ela relata e nessa viagem maravilhosa que a autora 
nos conduz vamos conhecendo, vivendo e sentindo o pulsar do dia a dia empresarial.
Sem o registo contabilístico as empresas não teriam passado e, sem ele, mui-
to dificilmente poderiam antever ou até mesmo acreditar no futuro.
Por tudo isso e pelo potencial que representa a presente obra na divulgação, 
compreensão e vivência contabilística, um agradecido bem haja à sua autora. 
Será, é minha convicção, uma importante janela que possibilitará a descoberta e 
melhor compreensão do maravilhoso universo contabilístico.
Lisboa, 06 de dezembro de 2012
O Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas
António Domingues Azevedo
(Professor Especialista Honoris Causa pelo Instituto Politécnico de Lisboa)
15
MÓDULO 1 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
17
INTRODUÇÃO 
Este módulo visa introduzir alguns conceitos básicos e fundamentais para a 
compreensão das temáticas a estudar no âmbito da Contabilidade Financeira ou 
Contabilidade Geral, circunscrita ao mundo empresarial.
Numa primeira parte, começaremos por analisar de que forma a atividade 
económica das empresas se reflete na necessidade de desenvolver um sistema 
de informação contabilístico, para apoio à tomada de decisão, qual o objeto da 
Contabilidade e suas divisões.
Numa segunda parte, apresentamos os principais conceitos relacionados com 
o conhecimento da situação patrimonial ou financeira da empresa, designada-
mente os conceitos de Património, Inventário e Balanço. Neste ponto analisamos 
também o conceito de Conta, enquanto elemento que facilita o trabalho contabi-
lístico, ao agregar elementos patrimoniais comuns.
Por último, analisaremos como a dinâmica empresarial se reflete no desempe-
nho das empresas, explorando a forma como os factos patrimoniais podem ser 
geradores de resultados. Neste ponto analisaremos não só como se procede ao 
registo das variações patrimoniais, tendo por base o método da diagrafia, mas 
também como se encontra estruturado e documentado o trabalho contabilístico 
de um período ou exercício económico até à elaboração das demonstrações fi-
nanceiras, como o Balanço e a Demonstração dos Resultados.
19
1. A ATIVIDADE ECONÓMICA E A CONTABILIDADE
1.1 A EMPRESA E O CIRCUITO ECONÓMICO 
As empresas são normalmente entendidas como um conjunto de meios mate-
riais e humanos, virados para a produção de bens e serviços. A sua constituição, 
salvo raras exceções, é sempre por tempo indeterminado. Apesar disso, podemos 
considerar que qualquer empresa tem um ciclo de vida limitado e que normal-
mente se divide em três fases:
• Institucional: aquando da sua constituição;
• Funcionamento ou de execução: para efeitos contabilísticos, esta fase di-
vide-se em períodos ou exercícios económicos (regra geral, um período 
económico coincide com o período civil: janeiro a dezembro)
• Liquidação: aquando a sua extinção
No âmbito da sua atividade, as empresas estabelecem relações com os diver-
sos agentes económicos que originam fluxos: reais e monetários.
Conforme expresso na figura abaixo, no desenvolvimento da sua atividade, a 
empresa estabelece relações com o exterior, na forma de prestações recebidas 
(compras de matérias-primas, ferramentas, máquinas, mercadorias e serviços) 
e de prestações cedidas (vendas de produtos e prestações de serviços). Estas 
relações traduzem-se em fluxos de bens e serviços, aos quais correspondem 
sempre fluxos monetários de sentido inverso (os recebimentos e os pagamentos) 
e que se podem traduzir positiva (Rendimentos) ou negativamente (Gastos) nos 
resultados (Nabais e Nabais, 2010).
Fases do ciclo 
de vida de uma 
empresa
Fluxos da 
empresa
Manual de Contabilidade Financeira
20
Figura 1.1 – A empresa e o circuito económico
]	Na atividade da empresa podem ser consideradas três óticas de abordagem:
•	 Ótica Financeira – Diz respeito ao endividamento da empresa perante o 
exterior. Está diretamente relacionada com a remuneração dos fatores e 
dos bens e serviços vendidos. Nesta ótica podemos distinguir:
– Despesa: corresponde à remuneração dos fatores produtivos;
– Receita: corresponde à remuneração das vendas efetuadas e/ou dos 
serviços prestados.
•	 Ótica Económica - Ligada à transformação e incorporação dos diversos 
materiais, mão de obra, etc., até se atingir o produto (bem ou serviço) 
final.	Nesta	ótica	podemos	distinguir:
– Gasto: corresponde aos valores incorporados e gastos na produção de 
bens/serviços;
– Rendimento: corresponde à venda de produtos acabados/prestação 
dos serviços; 
•	 Ótica de Tesouraria ou de caixa - Corresponde às entradas ou saídas 
monetárias da empresa. Nesta ótica podemos distinguir:
– Pagamento: saída de valores monetários;
– Recebimento: entrada de valores monetários.
Óticas de 
abordagem
 Ótica Financeira Ótica Económica Ótica Tesouraria
Clientes Vendas
Produção
Compras
Gastos
Rendimentos
Zona Interna Recebimentos
Pagamentos
Fornecedores
Despesa
Receita
Fluxos Reais Fluxos Monetários
Clientes
Fornecedores
Caixa / Depósitos
Módulo 1 – Conceitos Fundamentais
21
Em suma, as despesas e receitas dizem respeito a factos que, originando, as 
primeiras, obrigações a pagar e, as segundas, direitos a receber, irão provocar, 
respetivamente, saídas e entradas de valores monetários para a empresa (paga-
mentos e recebimentos). A empresa, ao consumir bens e serviços, tem gastos; 
ao vender os produtos acabados tem rendimentos. Pode haver um rendimento 
sem que haja recebimento (ex. venda a prazo de mercadorias) e pode haver re-
cebimento sem que haja rendimento (ex. cobrança de dívidas a clientes).
A empresa X adquiriu em 5/11/n 10 toneladas de cereal ao preço de 
5000 €/tonelada, para proceder à sua moagem. A dívida resultante desta 
aquisição seriapaga em 15/12/n. Durante o mês de novembro efetuou 
a moagem de apenas 2 toneladas. A farinha resultante desta moagem 
(1500 kg) foi vendida a 10 €/kg e entregue em dezembro/n, sendo 
faturada em 3/1/n+1, recebendo-se o valor desta venda em 10/01/n+1.
Despesa (5/11/n) 50.000 €
Pagamento (15/12/n) 50.000 €
Gasto (Nov n) 10.000 € (2 ton x 5.000 €/ton)
Rendimento (Dez/n) 15.000 € (1.500 kg x 10 €/kg)
Receita (3/1/n+1) 15.000 €
Recebimento (10/1/n+1) 15.000 €
Exemplo 1.1 – Conceitos subjacentes às óticas 
económica/financeira/tesouraria
1.2 A CONTABILIDADE COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO 
A génese da contabilidade pode ser explicada pela necessidade de possuir um 
sistema de memorização/informação da atividade da empresa e de constituir um 
meio de prova em potenciais litígios.
Um sistema de informação é um conjunto de componentes (humanas, ma-
teriais, tecnológicas e financeiras) inter-relacionadas que recolhe, processa, ar-
mazena e distribui informação para a tomada de decisão dos responsáveis da 
organização. Assim, a Contabilidade surge como um sistema de informação, 
onde os dados (factos contabilísticos) são processados com a finalidade de for-
necer, aos distintos utilizadores (internos ou externos), informação de natureza 
financeira, sob a forma de demonstrações financeiras (tais como o Balanço e a 
Demonstração dos Resultados), que lhes permita apoiar a tomada de decisão.
Sistema de 
informação
Manual de Contabilidade Financeira
22
Input Transformação Output
Dados Processamento Informação
A informação proporcionada pela contabilidade pode ser de índole:
• Interna: abrange a atividade interna da empresa, onde há uma preocu-
pação em conhecer os gastos, os rendimentos e os resultados, por centros 
de custos ou produtos;
• Externa: informação relatada ao exterior, onde é proporcionada infor-
mação útil não só aos gestores da empresa mas também aos sócios, ao 
Estado, etc.
A contabilidade é, assim, uma importante fonte de informações para os distin-
tos stakeholders ou utilizadores da informação contabilística: 
• Investidores;
• Empregados;
• Financiadores;
• Fornecedores e outros credores comerciais;
• Clientes;
• Governo e seus departamentos;
• Público em geral.
Sendo a informação financeira proporcionada pela contabilidade uma das 
principais fontes de informação para apoio à tomada de decisão, deve reunir 
uma série de requisitos:
• Objetividade - corresponder a factos, não depender de interpretação pessoal; 
• Inteligibilidade - Ser percetível para os utilizadores;
• Relevância - a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, 
ou seja, deve estar relacionada com a mesma;
• Oportunidade - estar disponível no momento em que é necessária;
• Rentabilidade - o custo de obter a informação não deve ser superior ao 
beneficio de utilizar a mesma;
Tipo de 
informação
Utilizadores 
da informação 
(stakeholders)
Requisitos da 
informação 
Módulo 1 – Conceitos Fundamentais
23
• Credibilidade - deve ser credível para que todos os utentes a quem ela se 
destina possam retirar conclusões idóneas.
1.3 CONCEITO, OBJETO E DIVISÕES DA CONTABILIDADE
1.3.1 Conceito de Contabilidade
O significado da palavra Contabilidade tem variado no tempo e no espaço. 
Uns consideram-na como um sinónimo de escrituração, outros como uma ciência 
de natureza económica. É difícil estabelecer uma noção clara e ao mesmo tempo 
completa que abranja o campo de estudo da Contabilidade. Apresentamos, a 
mero título de exemplo, várias noções que lhe foram atribuídas:
• «A Contabilidade é a doutrina do controlo económico e da determinação 
do rédito em qualquer espécie de empresa» - Tessanova.
• «A Contabilidade é a ciência do património» - Masi.
• «A Contabilidade é a disciplina que estuda os processos seguidos nas uni-
dades económicas para relevação da gestão» - Zappa.
– «A Contabilidade é um método de investigação da atividade económi-
ca» - Popoff.
Segundo o Professor Gonçalves da Silva (1969), a Contabilidade é a técnica 
da relevação patrimonial. A relevação consiste na descrição, na colocação em 
evidência, de determinados factos. O mesmo autor faz a diferenciação entre:
• «A Contabilidade em strictu sensu, ou seja, escrituração, que é a técnica 
de registo e de representação de todas as transformações sofridas pelo 
património de qualquer entidade económica durante o exercício da sua 
atividade, do modo a saber em qualquer momento a sua composição e o 
seu valor. 
• A contabilidade latu sensu, que é a ciência dos processos descritivo-quan-
titativos utilizados na análise, registo, interpretação e controlo dos factos 
de gestão. Visa «quantificar» tudo o que ocorre numa unidade económica, 
fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada de decisões da ges-
tão».
Em resumo, pode-se afirmar que:
Requisitos da 
informação 
A 
Contabilidade 
enquanto 
Ciência 
Manual de Contabilidade Financeira
24
Contabilidade é uma atividade «que proporciona informação, geralmente 
quantitativa e muitas vezes expressa em unidades monetárias, para a 
tomada de decisões, planeamento, controlo das fontes e operações, 
avaliação do desempenho e relato financeiro a investidores, credores, 
autoridades reguladoras e ao público» (Costa, 2005).
1.3.2 Objeto da Contabilidade
A atividade da Contabilidade é o registo e relato sobre as interações, os fluxos 
e os processos, quer gerados dentro da entidade quer entre várias entidades, 
desde que traduzidos na mesma unidade monetária. 
A Contabilidade permitirá o registo das operações que uma entidade manteve 
com os seus agentes económicos, e saber as consequências que daí advieram 
não só para a composição como para o valor do património, isto é, conhecimento 
da sua situação económico-financeira. Além disso, fornecerá informações para 
que a entidade possa tirar lições do passado, justifiquem o presente e preparem 
o futuro.
Deste modo, a Contabilidade é uma Ciência de natureza económica, cujo 
objeto é a realidade económica passada, presente e futura de qualquer unidade 
económica (seja ela privada ou pública).
A Contabilidade visa: 
• Conhecimento da situação patrimonial;
• Determinação das posições devedoras e credoras da empresa perante ter-
ceiros;
• Apuramento dos resultados nas diversas atividades;
• Exercer funções previsionais através do controlo orçamental e da recolha, 
ordenação e análise dos elementos contabilísticos, com vista à orientação 
e definição das políticas futuras, análise dos factos passados e exame de 
situações e resultados obtidos.
Módulo 1 – Conceitos Fundamentais
25
1.3.3 Divisões da Contabilidade
1) Atendendo ao seu alcance (ou organismos a quem se destina):
Contabilidade Privada
Empresas
Famílias
Contabilidade Pública Setor Público Administrativo
Contabilidade Nacional NaçãoGrupo de nações
2) Atendendo ao período de relevação dos factos:
Contabilidade 
previsional, orçamental, 
apriorista ou ex-ante
Exprime os resultados das previsões e permite a 
elaboração de fundamentados planos de atividade 
e a formulação de regras a que a ação se deve 
subordinar. Traduz a estrutura e a atividade desejável 
no futuro.
Contabilidade histórica, 
à posteriori ou ex-post,
Dá a conhecer o que efetivamente se fez e proporciona 
uma visão retrospetiva da gestão. Mostra-nos até 
que ponto os objetivos fixados foram alcançados. É, 
de facto, uma contabilidade que reflete o passado, 
sendo, contudo fundamental para o estabelecimento 
e controlo da contabilidade previsional.
3) Atendendo ao objeto:
Contabilidade financeira
Também chamada contabilidade geral ou contabilidade 
externa, que é o campo da contabilidade que se 
debruça, sobretudo, sobre o relato financeiro para 
o exterior da empresa, incluindo a preparação e a 
apresentação das demonstrações financeiras,assim 
como a acumulação de todos os dados necessários 
para tal fim.
Contabilidade de custos
Também conhecida por contabilidade analítica de 
exploração ou contabilidade interna, que é o campo 
da contabilidade que se debruça, essencialmente, 
sobre a mensuração e controlo dos custos, a fim 
de determinar o custo dos produtos vendidos e dos 
serviços prestados. Nos últimos anos, porém, passou 
a haver tendência para se falar em contabilidade de 
gestão.
Manual de Contabilidade Financeira
26
No âmbito deste Manual, iremos circunscrever-nos à Contabilidade Privada, 
Empresarial, nomeadamente à Contabilidade Financeira, numa ótica de 
Contabilidade histórica.
A Contabilidade Financeira Empresarial está bastante desenvolvida, como 
consequência da Normalização Contabilística. De facto, a necessidade de regula-
mentação geral da organização contabilística da empresa, de modo a que todos 
falassem a mesma “linguagem” e obedecessem às mesmas leis, conduziu a um 
movimento de Normalização Contabilística. Em Portugal, tal levou à constituição 
de uma Comissão de Normalização Contabilística (CNC) e, fruto do seu trabalho 
surge em 1977 o primeiro Plano Oficial de Contabilidade (POC).
A adesão de Portugal à União Europeia determinou que procedêssemos a 
alterações no nosso normativo contabilístico, para dar cumprimento à 4ª Diretiva 
Comunitária. Deste modo surgiu um novo POC, em 1989.
Trinta anos tarde, e fruto do processo de harmonização contabilística que se 
fazia sentir a nível internacional e, em particular, na União Europeia, o POC foi re-
vogado, dando lugar ao Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aprovado 
pelo DL 158/2009, que entrou em vigor em 2010 e consiste numa aproximação 
às normais internacionais de contabilidade emitidas pelo organismo International 
Accounting Standards Board (IASB)1.
1 - A temática da harmonização contabilística, internacional, europeia e nacional, e caracterização do 
SNC, será analisada com detalhe no Módulo 2.
Módulo 1 – Conceitos Fundamentais
27
2. A SITUAÇÃO PATRIMONIAL/FINANCEIRA
2.1 PATRIMÓNIO
2.1.1 Conceito de património
Conjunto de bens direitos e obrigações de uma empresa, em determinada 
data, devidamente valorado e utilizados para atingir determinado 
objetivos. 
O património de uma entidade é constituído não só por bens materiais (edi-
fício, maquinaria, mercadorias em armazém), mas também por direitos sobre 
terceiros (dívidas a receber de clientes, depósitos bancários...) e obrigações con-
traídas perante terceiros (financiamentos obtidos na banca, dívidas a liquidar aos 
fornecedores…).
Todos estes elementos estão em constante alteração, quer em composição 
quer em valor. Deste modo, o património deve ser datado, de modo a termos 
uma ideia exata sobre a sua dinâmica.
2.1.2 Composição e valor do património
O património de uma empresa é constituído por um grande e complexo núme-
ro de elementos de natureza diferente (elementos patrimoniais heterogéneos), 
que podem ser reunidos em grupos que desempenham a mesma função eco-
nómica e financeira. Deste modo, podemos ter as seguintes massas patrimo-
niais: ativo, passivo e capital próprio, que a seguir se definem.
• Ativo: bens e direitos (valorizam positivamente o património). Segundo o 
SNC, na sua estrutura conceptual2, ativo é definido como: um recurso con-
trolado pela entidade, como resultado de acontecimentos passados, e do 
qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a entidade.
• Passivo: obrigações (valorizam negativamente o património). De acordo 
com a estrutura concetual do SNC, o passivo é uma obrigação presente da 
2 - A analisar no Módulo 2.
Massas 
patrimoniais 
Manual de Contabilidade Financeira
28
entidade, como resultado de acontecimentos passados, da qual se espera 
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos futuros, isto 
é, para liquidar uma obrigação há um exfluxo de ativos (regra geral, dinhei-
ro).
• Capital próprio: corresponde ao valor do património, e é dado pela 
diferença entre o ativo e o passivo. O valor do património é a quantia que 
seria preciso dar para o obter, isto é, para receber em troca todo o ativo, 
ficando com o encargo de pagar todo o passivo.
As massas patrimoniais acima descritas abrangem os seguintes elementos 
patrimoniais: 
ATIVO
Conjuntos Elementos patrimoniais
Ativo 
corrente
Meios 
financeiros 
líquidos
Dinheiro em caixa, depósitos bancários e instrumentos 
financeiros (ex.: ações ou outros títulos), etc.
Contas a 
receber
Dívidas a receber de terceiros, como clientes, outros 
devedores, etc.
Inventários
Materiais que a empresa possui em armazém para 
utilizar na fabricação (ex.: matérias-primas), bens 
que produz (ex.: produtos acabados) e/ou bens que 
adquire para vender (ex.: mercadorias).
Ativo 
Não 
corrente
Investimentos
Bens e direitos adquiridos não para venda ou 
transformação, mas para:
– utilização de forma permanente na atividade da 
empresa: 
• (a) ativos fixos tangíveis (edifícios, equipamentos 
fabris, viaturas e equipamentos administrativos); 
• (b) ativos intangíveis (marcas, trespasses, 
programas de computadores, patentes…).
– para controlo de outras empresas: investimentos 
financeiros (participações de capital noutras empresas)
– para obter rendimentos: propriedades de investimento 
(ex.: edifícios ou terrenos arrendados).
Massas 
patrimoniais 
Módulo 1 – Conceitos Fundamentais
29
PASSIVO
Conjuntos Elementos patrimoniais
Contas a pagar
(Passivo corrente)
Dívidas a pagar com prazo inferior a um ano, por exemplo a 
fornecedores, pessoal, outros credores, ao Estado e outros 
entes públicos, etc.
Contas a pagar
(Passivo não 
corrente)
Dívidas a pagar com prazo superior a um ano, tais como 
financiamentos obtidos nos bancos.
CAPITAL PRÓPRIO3
Conjuntos Elementos patrimoniais
Inicial Valor inicial com que se constitui a sociedade
3 (valor dos sócios/
acionistas)
Adquirido e 
retido Resultados anteriores não distribuídos aos sócios/acionistas
Gerado no 
período
Resultados (lucro ou prejuízo) obtidos no próprio período 
contabilístico
2.2 CONTA
2.2.1 Conceito e características de uma Conta
Conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes e 
específicas, expresso em unidades monetárias.
As contas devem reunir os seguintes requisitos:
• homogeneidade – cada conta deve conter elementos que obedeçam à ca-
racterística comum que ela define (por exemplo, a dívida de um cliente nunca 
pode ser registada numa conta que não indique uma dívida a receber);
3 - Em Portugal, as formas jurídicas mais comuns de constituição de sociedades comerciais são:
– sociedade por quotas (com a expressão Lda. no nome da firma), em que o capital está dividido 
em quotas cujo valor depende da correspondente entrada de cada sócio;
– sociedade anónima (com a expressão S.A. no nome da firma), em que o capital está dividido em 
ações cujo valor nominal depende da correspondente entrada de cada acionista.
Requisitos 
básicos 
da conta
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Visite-nos em
livraria.vidaeconomica.pt
Sónia Maria da Silva Monteiro
Licenciada em Gestão de Empresas. Mes-
tre em Contabilidade e Auditoria. Dou-
torada em Ciências Empresariais (conta-
bilidade). Professora Coordenadora, na 
área da contabilidade, da Escola Superior 
de Gestão do Instituto Politécnico do 
Cávado e do Ave (IPCA), onde é Direto-
ra do Departamento de Contabilidade 
e Fiscalidade, Diretora de Mestrado em 
Fiscalidade, Diretora do Curso de Conta-
bilidade e Fiscalidade (ensino a distân-
cia), Coordenadora da Pós Graduação em 
SNC e membro permanente do Centro de 
Investigação em Contabilidade e Fiscali-
dade (CICF). Autora de artigos em revis-
tas científicas nacionais e internacionais 
e participação em congressosna área da 
Contabilidade, com apresentação de co-
municação.
Inventários
Este manual apresenta de uma forma acessível e pedagógica a interpretação e 
aplicação prática do Sistema de Normalização Contabilística (SNC) em determina-
das áreas da contabilidade financeira. 
Neste primeiro volume do manual são abordados conceitos fundamentais da con-
tabilidade financeira e do SNC e estudadas temáticas relacionadas com os meios 
financeiros líquidos, inventários, compras e vendas/prestações de serviços, bem 
como questões contabilísticas inerentes ao Imposto sobre o Valor Acrescentado. 
Em cada temática é apresentado o seu enquadramento contabilístico, com refe-
rência às Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro aplicáveis, sendo acompa-
nhada da apresentação sistemática de exemplos práticos. 
Destinatários: Trata-se de uma obra de carácter didático, em particular destina-
da a estudantes do ensino superior e profissional na área da contabilidade, bem 
como para docentes e profissionais da área.
zevedo
Manual de
Contabilidade
Financeira
“Um livro elaborado por uma docente com 
grande experiência na área da contabilida-
de e claramente destinado aos estudantes 
do ensino superior.
Pela forma como está estruturado e os 
exemplos apresentados, trata-se de um 
livro que vai de encontro ao novo para-
digma de aprendizagem preconizado pelo 
Modelo de Bolonha”
Prof. João Carvalho
Professor da Escola de Economia e Gestão 
da Universidade do Minho
Presidente do IPCA 9 789727 886517
ISBN 978-972-788-651-7
ISBN: 978-972-788-651-7

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