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Diagnóstico por imagem do Sistema Urinário O método de eleição para avaliar o sistema urinário é o ultrassom, porém em alguns casos, o uso de raio-x contrastado é importante para a avaliação do órgão. Em caso de traumatismo, onde a possibilidade de ruptura de vesícula urinária, o melhor exame é o raio-x contrastado (uretrocistografia), pois com o ultrassom veremos apenas a presença de liquido livre e isso dificulta a visualização dos demais órgãos e com isso não conseguiremos saber a origem desse liquido, em casos de emergência é muito útil pois ao detectar liquido livre já encaminha o paciente para laparoscopia. ESTRUTURAS E FUNÇÕES: Rins Formam a urina a partir do sangue Ureteres Transportam a urina dos rins para a bexiga Bexiga Armazena a urina até sua liberação Uretra Conduz a urina ao meio exterior Os rins fazem a filtraçao do sangue e forma a urina (produto da ultrafiltraçao) que é conduzido para a bexiga pelos ureteres, e a bexiga funciona como forma de armarenamento até ser liberada para o meio exterior pela uretra. Lembre que os ureteres possuem um pouco de peristaltismo. ANATOMIA TOPOGRÁFICA: Vento - dorsal Látero - lateral Fígado Estômago Rim direito Rim esquerdo Baço Intestino delgado Intestino grosso Ceco Bexiga urinária A Anatomia topográfica é importante para uma boa avaliação. O rim direito está em contato com o fígado e o esquerdo, está caudal ao baço e cranial ao ovário relacionado ao ovário e cranialmente relacionado ao baço e estomago. Os ureteres estão na região retroperitonial e a bexiga será pélvica se estiver vazia e caudo ventral se cheia. Sabendo disso, podemos avaliar localização e comparar as ecogenicidades dos órgãos. DIAGNOSTICO POR IMAGEM Exame radiográfico simples Avaliar: Topografia Tamanho Contorno Radiopacidade do órgão. A partir disso, desenvolvo uma possibilidade diagnostica. Ex.: Presença de cálculo vesical. Exame radiográfico contrastado Avaliar função renal e determina a posição topográfica dos ureteres Urografia excretora iodo pela veia Avalia: Tamanho Forma Localização Determinar o contorno, tamanho e o preenchimento Uretrocistografia Iodo pela uretra Se a parede rompeu o contraste vai extravasar e assim perde a continuidade do contraste. Você observa se há extravasamento do contraste na cavidade. Conteúdo (“falha de preenchimento” – quando uma região da estrutura não fica contrastada, isso pode acontecer ex: nos dálmatas os cálculos não aparecem radiopacos,uma vez que são formados por cistina e esses são radiotransparentes, então se fizer um exame simples não vai ver os cálculos, sendo o ideal realizar um exame contrastado que vai formar uma falha de preenchimento (área que o contraste não preenche) que é compatível com a presença do calculo. Exame ultrassonográfico Dinâmico Avalia arquitetura interna. Pode ver toda a vascularização do rim Doppler colorido. Permite fazer uma citologia. Não avalia função Mesmo que a arquitetura esteja boa não significa que não tenha nada na funcionalidade. “Se o exame não bate com a clínica, refaça o exame” É importante saber que a cintilografia é diferente da Urografia, uma vez que a cintilografia possui moléculas de glicose ligadas a radioisótopo e esse componente se acumula em lugares onde há a presença de crescimento celular, após o exame o paciente continua a transmitir a radiação. Já na Urografia é usado um contraste iodado que torna radiopaco. Exame radiográfico nos órgãos Rins Espaço retroperitoneal dorso-cranial Contornos regulares definidos, radiopacidade água. Tamanho e forma Tamanho normalCão: 2,5 a 3,5 comprimento de L2 (“feijão”) Gato: 2,0 a 3,0 comprimento de L2 (arredondado) Ureteres Não são usualmente caracterizados: por serem pequenos e radiopacidade de tecidos moles se confundem com estruturas subjacentes. Radiopacidade semelhante aos tecidos adjacentes Estruturas muito pequenas Rins simétrico s e com radiopacidade água Bexiga urinária: contorno regular, em região ventral caudal abdominal. Rins Projeção ventro- dorsal, o rim esta em região epigástrica, com radiopacidade água, estrutura arredondada, paralela aos primeiros corpos vertebrais lombares (L2 a L4). O rim direito não está evidente, uma vez que as alças intestinais estão sobrepostas, e isso faz um efeito de subtração , pois sua radiopacidade é gás enquanto a do rim é água , aparecendo menos radiopaco e a bexiga não é possível de ser avaliada. Gordura auxilia o raio-X , pois dá dimensionamento, mas atrapalha o ultrassom Bexiga Localização e relação topográfica variável Depende do grau de repleção Cheia Região caudal ventral do abdome Vazia Região pélvica Opacidade de tecidos moles (água) Contornos regulares Tamanho e forma Depende de como ela está, será diferente a visualização.Vazia: globular Cheia: piriforme Cólon descendente Uretra Não é caracterizada no exame radiográfico simples Pequena Opacidade de tecidos moles (água) Tamanho Machos: Longa Estreita Dividida: Prostática Membranosa Peniana Fêmeas: Curta Larga Predispõem a cistite. Os exames contrastados podem ser dois, observe: Urografia excretora: Antes de realizar o exame contrastado tem que realizar exame simples prévio, para ajustar o animal e saber se o abdome do animal está preparado, pois não pode se ter muito conteúdo gasoso no abdome, por isso se recomenda jejum alimentar de 24horas. É um exame mais invasivo, pois faz a aplicação intra-venosa do meio de contraste iodado (em “bolus” – de uma vez só,assim tem grande quantidade de contraste chegando nos rins). Os 3 primeiros ml, tem que fazer de maneira lenta pra ver se o animal não apresentará choque anafilático, no qual os sintomas iniciais são: sialorreia, taquicardia, etc. Se o animal apresentar problema é administrado corticóide e após estabilizar o animal, continua o exame. Logo que aplicou o contraste começa a fazer o exame. Esse é realizado em radiografias seqüenciais: Tempo zero ( logo após a administração do contraste) 03-05min 10-15min 30min Deve continuar a ser feito radiografado até que as suspeitas sejam confirmadas. A urografia tem 3 fases do exame: Arteriograma Não observado no raio-x por ser muito rápido O contraste está na circulação arterial. Nefrograma Contraste no parênquima, porém ainda não é excretado, pois não virou urina. Pielograma Observa pelve, ureter e bexiga Em humanos quanto a bexiga está repleta recomenda-se que urine, pois assim ajuda a avaliar o caminho final da urina. Compressão abdominal : faixas elásticas para comprimir e tirar a sobreposição de estrutura. Pielograma Nefrograma Ureter tem áreas que está diminuído por causa do peristaltimos , se persistir, pode ser estenose, mas a área cranial a ela vai estar muito dilatada. Fase final do exame Uretrocistografia/ Cistografia Retrógada A cistografia também necessita de um exame simples prévio e de jejum alimentar de 24 horas, além que, se necessário, realizamos enema. O meio de contraste é via sonda uretral. As radiografias são feitas durante e imediatamente após a administração do contraste, assim, pode ser considerado um exame dinâmico. Para avaliarmos apenas a integridade da bexiga passa-se uma sonda uretral até a mesma, usa-se 150ml de contraste, por ser uma quantidade grande e muito caro, costuma-se diluir em solução fisiológica 1:1. Para avaliar trajeto de uretra só coloca a sonda no começo da mesma e injeta o contraste (10 – 15 ml). O contraste usado é o iodado. É mais realizada no macho do que na fêmea por causa de questões anatômicas, na fêmea é mais complicada. A – prostática B - membranosa C - peniana Uretrocistografia É importante tracionar para frente os membros pélvicos , para evitar sobreposição. Ultrassonografia É o método de eleição para avaliação do sistema urinário, porem em algumas situações o exame radiográfico contrastados se faz necessário. Com o ultrassom conseguimos avaliar: Tamanho Forma Contorno Localização Arquitetura Apesar de muito útil o ultrassom não avalia função renal, por esse motivo os achados normais não excluem doenças, pois apenas a função do órgão pode está alterada. Rins Contornos regulares e definidos Tamanho varia muito: Cão Correlação positiva entre tamanho ou volume renal com peso, porém grande variação. Ex. Yorkshire, é de tamanho similar ao do rim de um gato. Em um cão de tamanho gigante, o rim pode chegar a ter 10 cm. Gato: Comprimento de 3,66±0,46cm Não varia muito porque o peso não varia também Exceto no ManyCoon. Um animal obeso não significa que ele tenha o rim aumentado. Arquitetura renal Córtex renal – hipoecogênico Medula – anecogênica Pelve renal – hiperecogê nica Processos inflamatórios crônicos, doença renal crônica, abscesso, cisto causam uma PERDA DA DEFINIÇÃO CORTICO MEDULAR e é essa perda de definição que nos leva a sugerir uma doença renal, mas identificar qual é a doença só é possível através da biópsia. Baço Rim esquerdo – córtex hipoecogênico em relação ao baço Baço e próstata são as regiões mais hiperecogênicas do corpo Fígado Rim direito – Córtex é isoecogênico em relação ao fígado enquanto a medular é hiperecogênica Processos inflamatórios agudos: DIMINUIÇÃO DA ECOGENICIDADE Na inflamação tem edema no tecido e o líquido facilita a propagação da onda sonora. Ex.: Piometra – o fígado, o baço, o rim, apresentam-se mais escuro, pois o animal está em endotoxemia e os órgãos passando por um processo inflamatório. Processos inflamatórios crônicos: AUMENTO DA ECOGENICIDADE Doente renal crônico Ureteres Não são usualmente caracterizados Apenas quando estão dilatados. Animal na fluidoterapia, é possível visualizar uma pequena dilatação de pelve e uma discreta dilatação de ureter, assim como em pielonefrite - CUIDADO Estrutura tubular muito fina Bexiga Contornos regulares e definidos Parede fina e lisa Espessura (varia conforme o grau de repleção) Repleta – parede fina Vazia – parede aparentemente cheia Parede muito elástica Composta por um conteúdo anecogênico homogêneo Presença de liquido. A forma da bexiga depende da sua repleçã o , então preconiza que o paciente venha com a bexiga repleta Quando a bexiga esta cheia ela se encontra na região média do abdômen. Normalmente a parede da bexiga deve estar entre 0,2-0,3 cm de espessura, com repleção moderada (na região ventro-caudal). Se ela está na região média do abdome (as vezes até próximo do baço), pode-se considerar a bexiga completamente repleta. Pacientes com cálculos vesicais e cistite urinam toda hora e em pouca quantidade, tem parede mais espessa, porque os cálculos fazem atrito nela, causando o aumento de espessura devido a inflamação. Ás vezes o animal tem tantos cristais vesicais, que eles ficam apenas em um lado da bexiga (dependendo da posição do animal), deve se realizar o balotamento ou troca o animal de decúbito para mover esses cristais e assim, poder ver a quantidade. Vesícula urinária Uretra Avaliação apenas do trajeto prostático Não é sempre que consegue visualizar; Se o animal estiver obstruído pode estar aumentada. Estrutura tubular de contorno definido e parede fina Conteúdo anecogênico homogêneo Próstata Uretra Bexiga Alterações renais focais O ultrassom é um exame sensível, mas pouco específico. Estruturas localizadas que alteram os aspectos normais Cistos Fácil de diferenciar, é qualquer estrutura circular de conteúdo anecogênico, não apresenta celularidade, tem paredes finas e contorno definido. Possui um caráter benigno histologicamente, porém se crescer muito irá ocorrer uma perda de parênquima renal e capacidade de filtragem, com isso o animal se torna um insuficiente renal. Se 2/3 a ¾ do tecido renal estiver comprometido o animal entra em azotemia. O cisto pode ser único ou múltiplo, como em casos de rim policístico (PKD) que é comum ocorrer em gatos persas, eles crescem muito e o parênquima renal é danificado. Pelve Córtex Cisto Medular Hematoma Ocorre em decorrência de traumas, não são tão freqüentes. Evolui com o processo inflamatório, pode ser hipoecogênico no começo, depois fica hiperecogênico. Abcesso Pode ter origem que um cisto que contaminou por estar em contato com a pele renal. Não necessariamente é circular e o conteúdo não é límpido. Córtex Abcesso – processo infeccioso começando a se organizar Pelve Medular Neoplasias Podem ser focais Se for bilateral o animal passa a ser um doente renal. Alterações renais difusas. Insuficiência/doença renal aguda Síndrome caracterizada por azotemia (aumento dos compostos nitrogenados) atribuída à patologia renal com evolução de pelo menos duas semanas. Normalmente relacionada a processos toxemicos. Se o rim tiver com arquitetura preservada vai ter um prognóstico melhor do que aquele animal que está prejudicada. Na insuficiência renal aguda, quando se faz o ultrassom, o rim está praticamente normal, sem alterações significativas em relação à arquitetura. O animal está em anúria ou oligúria. O ultrassom deve ser feito excluir a possibilidade de hidronefrose, sendo assim, o ultrassom é feito para saber se o quadro é passível de cirurgia ou não e se essa doença está sendo causado por algo que pode ser removido. Os achados ultrassonográficos são inespecíficos Tamanho pode estar aumentado ou não Ecogenicidade vai de hipo a hiperecogênica O ideal é fazer biopsia em casos de qualquer doença renal, mas não se faz na veterinária porque se uma fluidoterapia ou antibioticoterapia o animal pode melhorar, além disso, tem o risco anestésico e o animal está doente. Se a biopsia for feita tem que ser em região de cortical, o ideal é se ter de 10 a 15 glomérulos por campo para ser um exame conclusivo. O rim é uma estrutura vascularizada, por isso se pegar um dos vasos, o animal morre. Através da biopsia conseguimos localizar determinadas alterações microscópicas como: Nefrite intersticial aguda Necrose tubular aguda Necrose de cortical Insuficiência/doença renal crônica É o resultado de perda progressiva de néfrons ao longo de meses ou anos, isso representa que o animal vem assintomático, ainda não chegou a 2/3 ou ¾ do rim comprometido. Pode ocorrer em decorrência de: Glomerulonefrite Pielonefrite crônica Diabetes Rins policísticos Intoxicações crônicas. Os achados ultrassonográficos são inespecíficos: Tamanho pode variar de normal a diminuído Devido a retração e perda gradativa dos néfrons Contornos irregulares e pouco definidos Perda da relação córtico-medular de grau variável Ecogenicidade aumentada de maneira difusa ou focal Os cães das raças Shitzu, Lhasa Apso e Maltês podem apresentar perda da arquitetura renal via ultrassom sem estar associada a uma doença renal, recomenda-se acompanhamento com ultrassom, função renal e urinálise, a partir do momento em que se começar a ter alguma alteração preocupante já deve se alterar a dieta para poupar o rim. Rim com DRC , apresente aumento de ecogenicidade . Perda da relação cortical medular; Pode apresentar diminuição de tamanho. Heterogê neo. Paciente diabético com pielonefrite Rim com contorno totalmente irr egular. Passa despercebido ao ultrassom , temo s que visualizá-lo através da artéria renal . O rim contra-lateral está aumentado para compensar o rim anormal . Rim displásico Neoplasia renal É uma doença de baixa freqüência, podem ser benignas ou malignas, normalmentecursa para malignidade. Mais comum ocorrer em gatos. Cães: adenocarcinoma Gatos: linfossarcoma Podem ser uni ou bilaterais, uni da para retirar e o outro compensa. As imagens nem lembram um rim. As alterações ultrassonográficas podem ser focais ou difusas: Dimensões aumentadas Contornos irregulares Ecotextura heterogênea Perda da relação córtico-medular O animal estará caquético, com poliúria, aumento dos compostos nitrogenados no sangue e com aumento de volume em região de rins. Eventualmente a neoplasia pode crescer a ponto de romper a parede renal e haver hemorragia. PESQUISAR METASTASE !!! FAZER RX DE TÓRAX Pelve Medular Córtex Neoplasia Principais alterações de pelve e ureteres Cálculos renais e ureterais Podem ser uni ou bilaterais, o método mais eficiente de diagnóstico é pelo ultrassom. O raio X simples só é eficiente e se é um calculo radiopaco, se não achar um cálculo no raio X simples a possibilidade não deve ser descartada, pois o mesmo pode ser composto de uraco ou cistina e por isso são radiotransparentes, nesses casos recomenda-se realizar o raio X contrastado, se realmente tiver um cálculo nele encontramos uma falha de preenchimento, pois o cálculo não permite que o contraste preencha todos os locais. A principal raça acometida por esses cálculos é o Dálmata. Se os cálculos forem estruturas muito pequenas devemos tomar cuidado com o falso negativo. O ultrassom por sua vez independente se o cálculo é radiotransparente ou radiopaco, consegue pegar, por isso é o exame mais eficiente. O cálculo é hiperecogênico. A onda sonora bate no cálculo e é completamente refletida, não tendo formação de imagem em baixo da estrutura formando o que chamamos de sombra acústica. Sempre teremos a pelve dilatada na presença de cálculo, seja ele na própria pelve que a dilatação ocorre por causa do atrito do cálculo na parede e isso causará um edema ou se o cálculo estiver em ureter por causa da obstrução. O cálculo causa um processo inflamatório, por isso irá apresentar regiões hiperecogênicas em volta da sua estrutura. Raças como o Shnauzer é comum ter muito cálculo renal. Os cálculos ureterais são de difícil identificação Raio X simples E strutura ecogênica formando sombra acústica. Pelve dilatada ( anecogênica ) – inicio de hidro nefrose Estrutura ecogênica formando sombra acústica em região de pelve, porém a mesma não se encontra dilatada Pelve dilatada, processo inflamatório iniciado (rim hipoecogênico ) , hidronefrose discreta a moderada . Cálculo em ureter formando sombra acústica. Hidronefrose É uma dilatação de pelve renal, pode ser uni ou bilateral, o animal sente muita dor abdominal, pois o rim vira uma bolsa com conteúdo liquido. Não tem mais função. Suas principais causas são: Obstrução do ureter Cálculos Suturas cirúrgicas O ureter tem uma íntima relação com o útero. Por engano o cirurgião pode suturar o ureter O animal tem alergia ao fio. Forma um granuloma e adere ao local de trígono vesical, comprometendo o ureter, ocorrendo dilatação e posterior hidronefrose. Neoplasias Pode ser secundária a processos inflamatórios, infecciosos ou aderências. O cálculo pode passar para a bexiga, faz uma lesão e na cicatrização ocorre uma retração e estenose tendo uma progressiva dilatação do ureter devida a dificuldade de eliminação da urina, e pode ocorrer também uma dilatação renal. O exame radiográfico é pouco elucidativo, se aparecer encontramos: Contornos irregulares e dimensões aumentadas Urografia excretora – dilatação pélvica O exame ultrassonográfico é bastante sensível para essa alteração, encontramos: Dilatação pélvica de grau variado Pode estar associado a hidroureter. Ureter bem evidente e pelve renal dilatada Urografia excretora Hidronefrose : não dá para ver cortical, medular e, provavelmente, a função renal está prejudicada. Hidroureter Hidronefrose Ruptura renal ou ureter É o extravasamento de urina para cavidade abodominal ou região retroperitoneal. Se tivermos um acúmulo de liquido com alta celularidade em região retroperitoneal e um rim sem definição, é característico de ruptura renal, não é comum, mas pode ocorrer. Geralmente em casos de ruptura do ureter o liquido é derramado na cavidade abdominal, mas se o ureter romper em cavidade retroperitoneal pode confundir com ruptura renal. As principais causas são traumatismo ou neoplasia No exame radiográfico temos: Dificuldade de visualização dos contornos renais Perda dos detalhes da cavidade peritoneal ou retroperitoneal devido a líquido livre Com o exame radiográfico contrastado, que deve ser a urografia excretora, podemos identificar se ocorreu avulsão renal, porque não teremos a visualização do órgão porque o rim vai ficar no meio do abdômen ou no retroperitoneo, com isso não chega o contraste no rim, porque ele fica solto. E temos o extravasamento do contraste para a cavidade ou para o espaço retro peritoneal. No exame ultrassonográfico temos a: Rim com perda parcial ou total de arquitetura Presença de líquido livre em cavidade abdominal Exame inconclusivo se tem a arquitetura preservada e não uma ruptura total. A ruptura renal é mais fácil de se diagnosticas via ultrassom diferente da ruptura de ureter, por isso o exame ideal é a urografia excretora. Urografia excretora Ureter rompido Principais alterações de vesícula urinária Alterações de micção Indica alteração de bexiga Urinar varias vezes em poucas quantidades Indicativo de processo inflamatório Sangue na urina: Indicativo de processo inflamatório ou neoplasia Liquido livre no abdomen após trauma: Ruptura de bexiga ou uretra Processos infecciosos ou inflamatórios em bexiga é dividido em fases: Agudo: Ocorreu em questão de dias Não ocorre alteração em parede e sim em conteúdo Conteúdo ecogênico que pode ser flutuante e precipitado, são sedimentos. Explicação do porque se deve fazer o balotamento durante o ultrassom, assim se tiver sedimento o mesmo irá suspender. Obs: É comum em felinos, cistite intersticial, a parede da bexiga está normal, porém seu conteúdo tem muita celularidade, podendo a ter até hematúria e obstrução por “plug”,que é um tampão liposo com areia bem fina, não é um calculo propriamente dito, e sim pequenos fragmentos colados. Crônicos: Espessamento difuso da parede Diferenciar de neoplasia que é focal. Parede da vesícula estará irregular Atrito de um calculo O processo crônico tem uma particularidade: Cistite enfisematosa: Encontramos gás na bexiga urinária, pois a mesma é colonizada por bactérias anaeróbicas que produzem gás, geralmente a presença dessa achado sinaliza que o paciente é diabético. Ocorre devido a glicosúria, pois a glicose na urina serve como substrato para o crescimento bacteriano, a grande questão é a interpretação dos achados. No ultrassom o gás atrapalha a propagação do som, fazendo ocorrer a everberação do som, que é a presença de várias linhas hiperecogênicas paralelas. Radiograficamente é mais fácil de se ver, pois encontra radiopacidade ar em topografia de bexiga. Parede vesical irregular e espessada. Cistite crônica Alteração na ecogenicidade do conteúdo da vesícula urinária. Cistite aguda Projeção látero-lateral – presença de conteúdo de radiopacidade ar delimitando o contorno da bexiga. Presença de conteúdo heterogênico (radiopacidade ar e água) em vesícula urinaria. Cistite enfisematosa Alteração de conteúdo Podem ou não estar associados a processos inflamatórios ou infecciosos., por exemplo, um animal que fica o dia inteiro sem urinar é predisposto a ter cistite ou litíase. Como outra alteração no conteúdo é a presença de coágulo, é comum serem encontrados após um trauma, ele é uma estrutura hiperecogênica de aspecto amorfo(forma não definida), incapaz de produzir sombra acústica. Deve fazer o balotamento ou mudar o animal de decúbito porque muitas vezes os coágulos podem estar aderidos a parede e assim ser confundido com uma neoplasia. Para diferenciá-los é importante a anamnese, se o animal estiver sondado podemos introduzir solução fisiológica que por sua composição ajuda a dissolver o coágulo. O coágulo se estiver solto sempre estará na região mais próxima a mesa, devido a gravidade, dizem que ele tem uma posição dependente ou gravitacional, o mesmo ocorre com sedimentos. Os cálculos se forem radiopacos o raio X simples são visíveis, se forem radiotransparente o recomendado é o raio X contrastado, porém com o ultrassom ambos são visíveis. Com o raio X não se consegue ver a celularidade, presença de coágulos e avaliar a parede da vesícula como é possível com o ultrassom, fora isso conseguimos também descobrir se a infecção é ascendente devido a avaliação de ureter. Geralmente os cálculos são achados de exame. Cálculos Coágulo Cálculos Podem ocorrer em cães ou gatos Comum em dálmatas A grande maioria são radiopacos, sendo assim, são evidentes no raio X para serem localizar, ele pode ser composto de vários sais, os mais comuns são estruvita e fosfato de magnésio. Quando se tem uma infecção no trato urinário, a bactéria staphylococcus aureus altera o pH urinário e isso resulta num acúmulo sais. No gato se tiver cálculos a causa mais comum não é devido a infecção e sim por causa da alimentação, nessa espécie o cálculo irá levar a obstrução uretral. Deve-se tomar cuidado com cálculos de urato e cistina, pois não aparecem em raio X simples por serem radioluscentes, no gato é raro e no cão a maior predisposição é no dálmata, nesse caso deve fazer um exame contrastado ou ultrassom que iremos identificar o cálculo e avaliar todo trato urinário pois podemos ter calculo também em pelve renal. Macho com cálculo sempre deve tentar avaliar trajeto de uretra, por isso deve tomar cuidado com o posicionamento do membro pélvico para o fêmur não sobreponha o osso penino. Ao fazer um raio X, deve-se analisar da periferia para o centro da lesão ou ao contrário, o importante é ter uma visão ampla de toda a região analisada. Projeção látero-lateral - região abdominal – Presença de estruturas com contorno regular e radiopaco em região de bexiga urinária e uretra peniana. Animal não necessariamente está obstruído isso é possível perceber através do grau de dilatação da vesícula urinaria, mas a certeza é que ele apresenta uma dificuldade ao urinar. Nas fêmeas os cálculos tendem a ser em menor quantidade e maiores, por questões anatômicas, pois cálculos que obstruiria a uretra do macho passa facilmente pela da fêmea, por ser curta e mais larga.. Ás vezes um cálculo pode ser composto de vários sais, pois isso devem ser encaminhados para a analise e conforme o sal achado a dieta é alterada para alcalinizar ou acidificar a urina. Em gatos, com bexiga muito dilatada deve fazer cistocentese, é sabido que irá extravasar um pouco de líquido para a cavidade, mas deve dar conforto para o animal, isso ocorre porque a parede da bexiga estará muito tensa. Esse gato é evidente que deverá entrar para cirurgia, sendo esse um procedimento preparatório. Cistocentese é o melhor modo de coletar urina, principalmente se for encaminhá-la para cultura, por ser o método mais asséptico, mas tem limitações, como se a bexiga estiver vazia não pode ser feito e temo o risco de a parede romper. Estrutura com superfície ecogênica, de aspecto regular produzindo sombreamento acústico em região de bexiga. Não tem espessamento dessa parede. Schnauzer é uma das raças mais predisposta a ter cálculo vesical e renal. Ruptura de vesícula Causas Trauma Passagem de sonda uretral Gatos usam-se uma sonda rígida e pode romper se não fizer o exame com cuidado. Processo inflamatório ou infeccioso crônico Parede fica mais friável, mas para isso deve ser bastante friável Com o exame radiográfico simples temos poucas informações, visualizamos um abdômen homogêneo, diagnóstico de ascite, pois não consegue diferenciar as estruturas, não é um exame conclusivo, pois as causas dessa ascite pode ser uma cirrose, cardiopata, hipoproteinemia e outros. Dependendo do grau de ruptura vemos a vesícula urinária com conteúdo, pois se for apenas um furo, ela manterá um determinado grau de repleção. O ideal mesmo de se fazer é a uretrocistografia, principalmente quando se tem um coxal polifraturado, pois irá ocorrer um comprometimento dos tecidos moles próximos, pois iremos visualizar se tem uma ruptura tanto de uretra com de bexiga O exame ultrassonográfico também é inconclusivo, pois não conseguimos ver o ponto de ruptura. Para saber se o liquido é proveniente de uma ruptura de uretra ou bexiga pode-se injetar solução fisiológica via sondagem uretral durante o exame, pois na composição do soro tem sais e se ver que começou a aparecer pontos ecogênicos em região de abdome é indicativo de ruptura. Sempre que tiver líquido livre em cavidades o mesmo deve ser coletado, seja por laparocentese ou cistocentese para poder analisar este líquido laboratorialmente. Projeção látero-lateral, região abdominal, visibilização de conteúdo homogêneo de radiopacidade água impossibilitando a visualização das demais estruturas, presença de sonda em região de vesícula Projeção látero-lateral, região abdominal - Fratura de coxal , não visualiza-se um comprometimento de uretra, porém a um extravasamento do contraste para a cavidade abdominal em área correspondente a bexiga. Projeção látero-lateral, região abdominal de um felino – visualização de uma bexiga repleta por contraste, porém ocorre um ponto de extravasamento de contraste com irregularidade de parede Neoplasias. São de baixa incidência, mais freqüente em cadelas adultas, sendo rara em gatos, na maioria das vezes são malignos, os carcinomas de células de transição. As neoplasias benignas são incomuns, se presente são geralmente pólipos. Podem causar obstrução de ureter e uretra. As regiões da bexiga que geralmente ocorrem são o: pólo cranial ventral (A) e o pólo dorsal caudal (B). Para diagnosticar a neoplasia o indicado por ser um método menos invasivo é o uso da citologia ou biópsia guiada ultrassom, porém em casos de carcinomas devem ser evitados ao máximo, pois há um risco de disseminação da neoplasia pelo caminho percorrido pela agulha. Sendo assim, um método alternativo para diagnosticar esse tipo de tumor é injetar solução fisiológica via uretral em bólus para tentar descamá-lo tumor, por ele ser de superfície regular e friável. Com esse procedimento pode ter a presença de células na urina, porém recomenda-se, retira a solução fisiológica, levar o conteúdo para a centrifuga e faz uma lâmina com o sedimento para analisar. No exame radiográfico simples temos achados inconclusivos, pois a neoplasia tem a mesma radiopacidade do conteúdo vesical. Temos que avaliar o grau de distensão da vesícula urinária para ver se não tem obstrução. Deve-se pesquisar lesões metastáticas em vértebras lombares, pelve, tórax, linfonodos ilíacos e cólon, por ser uma neoplasia bastante infiltrativa. Raio X contrastado – presença de uma falha de preenchimento em região de bexiga uriniária Pode fazer uma uretrocistografia, mas é um processo demorado demais, e só conseguimos ver uma falha de preenchimento mais freqüente no trígono vesical, o ideal é fazer ultrassom, o raio X serve apenas para procurar metástase. Pesquisar metástase: Raio X : tórax e vértebras lombares Ultrassom : abdome Exame ultra-sonográfico Encontra-se um formação hiperecogênica de aspecto pedunculado aderido a parede da vesícula urinária, ela pode ser focal ou difusa, encontra-se uma irregularidade de parede vesical. Deve avaliar a região de trígono vesical, Não consegue diferenciar se é benigna oumaligna. Região cranial ventral Região dorsal - caudal Deve diferenciar a neoplasia de um coágulo, isso é feito através do mapeamento de Doppler colorido, pois a neoplasia diferente do coágulo apresenta uma vascularização. Principais alterações de uretra Cálculo uretral: O ultrassom é bem limitado, pois só tem acesso na uretra peniana, se for um cálculo radiopaco pode ser diagnosticado via raio X simples, se for radiotransparente é diagnosticado via raio X contrastado, onde buscamos uma falha de preenchimento. Presença de Cálculo na uretra peniana. Raio X contrastado Normalmente não se retira os cálculos em região de uretra por causa da sutura que pode levar a uma área de estenose, como solução cria-se uma outra área para sair a urina, cão macho passa a urinar como fêmea. Cálculo em trajeto de uretra peniana Necessita de cuidado na uretra membranosa é impossível identificar, por isso ideal fazer um raio x. Ruptura de uretra. Bexiga urinária integra, porém há um extravasamento de contraste em região de uretra próximo ao coxal . Com o raio x simples encontramos evidência de trauma (fratura de pelve), a bexiga urinária pode estar integra e com capacidade de armazenamento de urina, por isso deve fazer uma uretrocistografia. Fratura de osso peniano com ruptura de uretra. Presença de conteúdo homogêneo de radiopacidade água em região abdominal impossibilitando a visualização das demais estruturas. Animal com histórico de sangramento pelo ósteo da uretra peniana , foi descartado a possibilidade de cálculo, optou-se por radiografar o osso peniano, encontrou-se uma fratura de osso peniano com ruptura de uretra.