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Disciplina: Citopatologia Citologia Normal O trato genital feminino é composto por vulva, vagina, útero (cérvice e pelo corpo), tubas uterinas e ovários ANATOMIA Vagina A parede vaginal é composta por três camadas: Mucosa – constituída de epitélio pavimentoso estratificado Camada muscular intermediária – composta por músculo liso Camada externa – tecido conjuntivo denso ANATOMIA Tubas Uterinas São dois ductos que se estendem bilateralmente a partir do útero e são compostas por quatro camadas: Camada mais externa que é o peritônio, camada de tecido conjuntivo, camada de tecido muscular e camada de tecido epitelial ANATOMIA Tubas Uterinas ANATOMIA Contém céls especializadas capazes de produzir vários hormônios Ovários A superfície dos ovários é lisa até a puberdade tornando-se irregulares devido a cicatrizes (ruptura dos folículos ovarianos) ANATOMIA Útero Órgão muscular, côncavo e de paredes espessas A porção mais larga (corpo) encontra-se localizada na cavidade abdominal, e sua parte estreita (cérvice) está no interior da vagina ANATOMIA Útero Sua parede é composta por camadas: Paramétrio Endométrio Miométrio (músculo) ANATOMIA HISTOLOGIA E CITOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO Colo do útero Constituído por duas mucosas e por um tecido conjuntivo fibromuscular Um mucosa reveste o colo pelo lado de fora e a outra reveste o canal cervical internamente Orifício HISTOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO Cérvix ou cérvice Inicia-se dentro da vagina Possui glândulas cervicais na mucosa HISTOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO O trato genital feminino apresenta vários tipos de epitélio e tecidos de sustentação condições Epitélio Escamoso Queratinizado Encontrado nos lábios maiores e em alguma patológicas da vagina, útero e do endométrio CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Epitélio Escamoso Queratinizado Camada superficial de queratina, na qual não existe núcleo CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Reveste os pequenos lábios da vulva, a vagina e a parte externa do colo uterino CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Recém-nascida, pré-puberdade, menarca, menacme, menopausa, reposição hormonal, contraceptivos orais, gravidez Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Os epitélios que revestem a ectocérvice e a JEC apresentam variações decorrentes do estímulo hormonal CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Na idade reprodutiva  estímulo hormonal faz o epitélio escamoso sofrer maturação completa e descamação celular Céls que formam este epitélio são: Células basais, parabasais, intermediárias e superficiais CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado O processo de maturação destas céls leva a alteração na sua morfologia Citoplasma: citoplasmas aumentam de tamanho na medida em que as céls se afastam da membrana basal Núcleos: de grandes e vesiculosos , tornam-se picnóticos CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Células Superficiais Células Intermediárias Células Parabasais Células Basais Membrana Basal CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO CITOLOGIA NORMAL DO TRATO GENITAL FEMININO Células Basais Presentes na camada mais profunda do epitélio São basófilas (coradas em azul arroxeado – hematoxilina) Pequenas Tem forma redonda Apresentam núcleo volumoso e central EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Basais EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Basais Principal área de atividade mitótica, permitindo a renovação do epitélio a cada quatro dias em média Dificilmente sofrem descamação, esfregaço citológico após o podendo aparecer em parto por queda hormonal brusca que leva a descamação intensa EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Parabasais São maiores (se comparadas com as basais) Arredondadas Citoplasma basófilo e de coloração azul-esverdeado podendo também ser observadas em rosa Citoplasma mais abundante que as céls basais EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Parabasais Observadas principalmente: No pós-parto Na pós-menopausa Na infância EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Intermediárias Tem forma poligonal Citoplasma abundante Núcleo apresenta forma arredondada Possuem alto teor de glicogênio Descamam em aglomerados por conta da presença de desmossomos (pontes intercelulares) EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Intermediárias Os lactobacilos que compõem a flora normal da vagina metabolizam o glicogênio presentes nessas células a ácido láctico (pH vaginal ácido) EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Superficiais Apresentam citoplasma abundante de aspecto delicado Núcleo é pequeno, denso, central e picnótico Encontram-se na fase final de maturação do epitélio escamoso EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Superficiais Ausência de pontes intercelulares EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Lâmina Basal Composta por colágeno e outras proteínas fibrilares EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO EPITÉLIO MEMBRANA BASAL LÂMINA BASAL Lâmina Basal Eventuais rupturas na membrana basal são importantes na definição do caráter invasivo das alterações epiteliais malignas As céls malignas precisam atravessar a membrana basal para que o câncer seja caracterizado como invasivo EPITÉLIO ESTRATIFICADO PAVIMENTOSO NÃO QUERATINIZADO Células Endocervicais A endocervice é revestida por epitélio cilíndrico simples Secretoras (95%) Ciliadas (5%) são céls altas, Também denominadas céls glandulares, possuem núcleo redondo ou oval e volumoso EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais Secretoras: produzem o muco cervical Ciliadas: criam uma corrente de líquido (uma corrente mucociliar) que carrega céls e partículas em direção a vagina EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais O citoplasma apresenta-se basófilo e delicado Normalmente descamam em agrupamentos de células Disposição em “favo de mel” quando vistas de cima “Paliçada” quando vistas lateralmente EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais Células em Favos de Mel Células Ciliadas EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais A presença dessas céls no esfregaço cérvico-vaginal é um importante indicativo de qualidade do mesmo (coleta foi realizada na JEC) EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL Células Endocervicais Em certas patologias as células do epitélio endocervical podem seu número Condição é conhecida como hiperplasia das células de reserva da endocérvice EPITÉLIO GLANDULAR ENDOCERVICAL responsável pelo suprimento Endométrio Parte mais interna do útero --> vascular e nutritivo do feto Recoberta por mucosa vascularizada, com espessura normal de 1 a 8mm Responde as variações de estrogênio e progesterona ENDOMÉTRIO densos podendo São pequenas Núcleo é arredondado ou oval e pequeno Descamam em agrupados celulares também ser vistas isoladas São menores do que as céls endocervicais Células Endometriais ENDOMÉTRIO Células Endometriais A visualização dessas céls após os doze primeiros dias do ciclo menstrual em esfregaços cérvico-vaginais é considerada anormal ENDOMÉTRIO Os linfócitos são bem menos frequentes, exceto em infecções crônicas Leucócitos Presença de leucócitos, principalmente neutrófilos constitui um achado frequente em esfregaços cérvico-vaginais OUTRAS ESTRUTURAS Os histiócitos são comuns em esfregaços Hemácias e histiócitosHemácias aparecem de forma predominante nos esfregaços durante o período menstrual, por essa razão não é recomendada coleta de material nesse período OUTRAS ESTRUTURAS Os espermatozóides muitas vezes não apresentam cauda, podendo ser confundido com leveduras Candida spp Muco e espermatozóides A presença de muco secretado pelas céls endocervicais não apresenta significado clínico no exame de Papanicolaou OUTRAS ESTRUTURAS Essas bactérias são bacilos, se coram em azul, alimentam-se de glicogênio auxiliando na manutenção do pH vaginal Bacilos de Döderlein A flora vaginal em condições de normalidade é representada pelos bacilos de Döderlein OUTRAS ESTRUTURAS JEC A área do colo na qual o epitélio endocervical encontra o epitélio escamoso JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR JEC Deve estar localizada no orifício externo da cérvice, no entanto sua posição varia de acordo com a idade da mulher Por volta dos 30 anos de idade a JEC passa a assumir posição mais cranial Na menopausa ela geralmente se encontra no interior do canal endocervical JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR Desenho esquemático da JEC Na ectocérvice durante a puberdade No orifício externo durante a menarca No canal endocervical, após a menopausa JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR