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Disciplina: Literatura Brasileira: do Período Realista à Literatura Contemporânea (LET46) Avaliação: Avaliação Final (Objetiva) 1. A poesia-práxis surgiu em 1962 pela dissidência do grupo concretista. Os poemas enfatizam principalmente o aspecto dinâmico das palavras, as quais permitem interferências por parte do leitor. Com base no exposto, analise as sentenças a seguir: I- Os seus representantes enfatizavam que as palavras são ligadas a um contexto extralinguístico. II- Para os representantes da poesia-práxis, a palavra não poderia pertencer a um único contexto. III- A poesia-práxis evidencia tão somente o culto à forma e desconsidera a palavra como objeto de expressão. IV- Os autores da poesia-práxis concebiam a palavra como fonte geradora de outras palavras. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) As sentenças I, II e III estão corretas. b) As sentenças II, III e IV estão corretas. c) As sentença III e IV estão corretas. d) As sentenças I, II e IV estão corretas. 2. Quincas Borba é uma obra escrita por Machado de Assis. Inicialmente publicado como folhetim entre os anos de 1886 e 1891, tem como enredo a vida de Pedro Rubião de Alvarenga, que se torna discípulo de Quincas Borba. É uma obra escrita no Realismo, portanto carrega consigo algumas marcas deste período literário. Com base no exposto, analise as sentenças a seguir: I- A filosofia inventada por Quincas Borba segue a trajetória do Humanitismo, de que a vida é um campo de batalha no qual só os mais fortes sobrevivem. II- A ingenuidade de Rubião faz com que eles sejam presa fácil de pessoas oportunistas, como Cristiano Palha, que se aproximam dele apenas por interesse financeiro. III- Machado de Assis, em Quincas Borba, utiliza o narrador para dialogar com o leitor da obra. IV- Apesar do desfecho trágico, da loucura de Rubião e da posterior miséria na qual ele morre, a obra Quincas Borba não possui características do Realismo. Assinale a alternativa CORRETA: a) As sentenças I, II e III estão corretas. b) As sentenças II e IV estão corretas. c) As sentenças I e IV estão corretas. d) As sentenças II, III e IV estão corretas. 3. No ano de 1991, Aluísio Azevedo publicou o romance "O mulato", obra que teve grande sucesso no Brasil, porém, quando lançada, causou escândalo na sociedade maranhense. Azevedo, por tratar com sátira a cidade de São Luiz, criou uma imagem negativa de si próprio na cidade. Pode-se citar o fato de o redator do jornal "A Civilização" aconselhar Aluísio a "pegar a enxada, em vez de ficar escrevendo" como ilustração de tamanha indignação. Com base no exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Crítica social, anticlericalismo, oposição ao preconceito racial e o triunfo do mal são características que podem ser encontradas na obra "O Mulato". ( ) Em "O Mulato", as temáticas e a linguagem são muito próximas ao real. ( ) Na obra, a luta contra o preconceito racial e o puritanismo sexual são muito presentes. ( ) A obra "O Mulato" é considerado o término do Naturalismo no Brasil. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - V - F - F. b) F - V - V - V. c) F - F - V - V. d) F - V - V - F. 4. O Realismo literário demonstra uma tentativa de reconhecimento da realidade, acompanhada da reelaboração da linguagem. Para os escritores realistas, a vida social é: a) Um jogo de interesses em que os sentimentos individuais não contam. b) Uma descrição do sentimento, na qual o amor aparece como o tema central. c) Uma caracterização do sonho e da emoção. d) Uma concepção idealizada da ação humana. 5. As vanguardas europeias, como movimentos culturais, revolucionaram a Arte, de modo geral. Nesse sentido, elas provocaram uma ruptura com o passado especialmente com a estética simbolista, vigente no fim do século XIX. Dentre as novas propostas estéticas, aparece o Surrealismo. Sobre esse movimento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F paras as falsas: ( ) O movimento valorizava a intervenção fantasiosa da realidade. ( ) Salvador Dali, autor do quadro "A Persistência da Memória" foi um pintor surrealista. ( ) Para os autores surrealistas, as palavras deveriam ser escritas conforme viessem ao pensamento, sem seguir nenhuma estrutura coerente. ( ) A pintura e a literatura surrealistas tinham por base a descrição da realidade. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - F - V - F. b) V - V - F - V. c) V - V - V - F. d) F - V - V - F. 6. Na Europa oitocentista surgiu um movimento que mereceu interesse teórico, pois concebia o universo como um conjunto de símbolos. Essa afirmação faz alusão ao: a) Parnasianismo. b) Romantismo. c) Naturalismo. d) Simbolismo. 7. Refletir sobre a literatura em sala de aula é pensar em questões que envolvem a criança e o jovem leitor e sua relação com o livro, considerando, ainda, um trabalho com vistas à leitura e à produção textual. Com base nesse pensamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) No que se refere à literatura, o discurso do professor deve ser persuasivo, no intuito de atrair o aluno e chamar-lhe a atenção para o gosto da leitura e conhecimentos que ela proporciona. ( ) A metodologia adotada para o trabalho com a literatura pode variar de acordo com o contexto e com a turma. A criatividade do professor convergirá para uma agradável troca de experiências e para a construção de conhecimento. ( ) O momento de contato com a literatura não constitui decorar listas de livros, autores e anos, pois essa metodologia não estimula a aula e muito menos o interesse pela literatura. ( ) Outro fator importante diz respeito à oportunidade de expressão viabilizada ao aluno, que poderá expor suas ideias e, durante a aula, ser emissor e receptor de mensagens. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - F - V - F. b) F - V - F - F. c) F - F - F - V. d) V - V - V - V. 8. Considere o trecho do romance "A hora da estrela", de Clarice Lispector: ?Acho com alegria que ainda não chegou a hora de estrela de cinema de Macabéa morrer. Pelo menos ainda não consigo adivinhar se lhe acontece o homem louro e estrangeiro. Rezem por ela e que todos interrompam o que estão fazendo para soprar-lhe vida, pois Macabéa está por enquanto solta no acaso como a porta balançando ao vento no infinito?. (LISPECTOR, 1981, p. 84). De acordo com a citação, podem estabelecer-se relações entre o título do livro e o momento da morte de Macabéa. Analise as sentenças a seguir: FONTE: LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1981. I- A personagem mal tinha consciência de existir, mas alimentava o desejo de tornar-se uma estrela de cinema. II- No fim da narrativa, de certa forma, a protagonista consegue realizar o seu sonho, no momento em que agoniza no meio da rua. III- O momento descrito constituiu o único em que Macabéa teve sua hora de estrela, o mais feliz de sua vida, segundo o narrador. IV- Macabéa sempre viveu como uma estrela de cinema famosa; afinal, a personagem teve uma vida permeada pelo amor de um homem, de beleza e de prosperidade. Assinale a alternativa CORRETA: a) Somente a sentença II está correta. b) As sentenças II e IV estão corretas. c) Somente a sentença I está correta. d) As sentenças I, II e III estão corretas. 9. Movimento de vanguarda, foi idealizado pelo poeta italiano Filippo Marinetti, que escreveu um manifesto cujo slogan era ?liberdade para as palavras?. Marinetti propunha várias mudanças no modo de escrever. Defendia o emprego do substantivo e do verbo somente no infinitivo, abolindo o adjetivo e o advérbio.Com base no exposto, esse movimento ficou conhecido como sendo: a) Futurismo. b) Impressionismo. c) Expressionismo. d) Cubismo. 10. Escritor modernista cujo romance contém os traços culturais, combinando lendas, anedotas e personagens afro-indígenas transportados para a metrópole paulista. A obra valoriza as raízes e a linguagem brasileiras. Assinale a alternativa CORRETA que contém o autor e a obra em questão: a) Mário de Andrade - Macunaíma. b) Oswald de Andrade - João Miramar. c) Graciliano Ramos - Vidas Secas. d) João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas. 11. (ENADE, 2008) Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. (...) Rubião via-os fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelanas nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. (...) Toda a mais casa, gasta, pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico. Machado de Assis. Quincas Borba. São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 317-9 (fragmento). A uns, a ironia no tratamento da cor local e de tudo que seja imediato pareceu uma desconsideração. Faltaria a Machado o amor de nossas coisas. Outros saudaram nele o nosso primeiro escritor com preocupações universais. Uma contra, outra a favor, as duas convicções registram a posição diminuída que acompanha a notação local no romance de Machado, e concluem daí para a pouca importância dela. Uma terceira corrente vê Machado sob o signo da dialética do local e do universal. Em Quincas Borba, o leitor a todo o momento encontra, lado a lado e bem distintos, o local e o universal. A Machado não interessava a sua síntese, mas a sua disparidade, a qual lhe parecia característica. Roberto Schwarz. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 167-70.(com adaptações). De acordo com o texto de Roberto Schwarz, acerca da recepção crítica da obra de Machado de Assis, assinale a opção que interpreta corretamente o trecho de Quincas Borba, referente ao delírio do protagonista Rubião. a) Rubião, incapaz de enxergar a realidade como ela de fato era, confirma, com seu delírio, a tendência crítica que vê, na obra de Machado de Assis, uma atitude de desconsideração para com a realidade nacional. b) A identificação de Rubião com o imperador francês corresponde à da obra de Machado de Assis com os modelos literários universais, o que reafirma a recepção crítica que saudava a universalidade da obra do escritor. c) O aspecto "lustroso e magnífico" que Rubião dava às "cortinas enxovalhadas" acentua a disparidade crítica da obra machadiana, que, pela tensão entre local e universal, descortina a vida nacional. d) A divisão da crítica quanto à recepção da obra de Machado de Assis é um falso problema, pois, como se vê em Quincas Borba, o pitoresco e o exotismo românticos continuam presentes no texto machadiano. 12. (ENADE, 2005) Pobre Alencar! O naturalismo; (...) essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, (...) apanhando em flagrante (...) a palpitação mesma da vida; tudo isso (...), caindo assim de chofre e escangalhando a catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa, tinha desnorteado o pobre Alencar (...). O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral (...); então o romancista de Elvira que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o gênio dos antigos Apolos; então Tomás Alencar, que (...) passava ele próprio uma existência medonha de adultérios, lubricidade, orgias (...) - de ora em diante austero, incorruptível, (...) passou a vigiar atentamente o jornal, o livro, o teatro. No trecho acima, quem relata é o narrador em terceira pessoa que se aproveita, dentre outros recursos, do discurso indireto livre. Considerado o contexto cultural em que a obra foi produzida, é correto afirmar que, nesse relato, o uso da ironia a) Produziu uma inversão: o narrador, caracterizando o Realismo/Naturalismo sob a perspectiva de Tomás Alencar, deixa transparecer as convicções do realista Eça de Queirós sobre o Romantismo. b) Propiciou que fossem citadas, pela voz da personagem, as razões do juízo desfavorável de Eça de Queirós acerca das propostas da geração das Conferências do Cassino Lisbonense. c) Criou um discurso de natureza metalinguística: o tema é a arte de Tomás Alencar, que, embora romântico, procura compor segundo o estilo das obras de Zola. d) Permitiu que o narrador, aderindo aos sentimentos de Tomás Alencar, criticasse a estética realista/naturalista, traduzindo a visão de Eça de Queirós.