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Nota de aula – Espelho Prof. Dr. Antonio Moreira dos Santos 1 ESPELHO O espelho deve ser estudado com atenção porque da distribuição dos tubos e fornalha no espelho, depende a sua espessura, o diâmetro do vaso de pressão e a altura da câmara de vapor. 1 – Nível de água na caldeira: A liberação de vapor em uma caldeira flamotubular requer uma certa área de superfície da água que permita o vapor atravessa-la a uma velocidade que não exceda 0,056 m/s e que a altura mínima de tomada do vapor seja maior que 20% do diâmetro do vaso de pressão. A figura abaixo mostra a relação entre a distância do nível de água abaixo do topo da caldeira e a largura da superfície da água como uma percentagem do diâmetro do vaso de pressão da caldeira. Num nível onde a distância abaixo do topo do vaso de pressão é igual a 20% do diâmetro; a largura da superfície de liberação do vapor é de 80% do diâmetro. Fig. 1 – Largura da superfície da água em função do nível da água. Largura da superfície da água como uma função percentual do diâmetro da caldeira Distância do nível da água ao topo da caldeira como uma função percentual do seu diâmetro Nota de aula – Espelho Prof. Dr. Antonio Moreira dos Santos 2 É razoável adotar um nível de água de cerca de 20% do diâmetro abaixo do topo. O nível de água deverá considerar que todos os tubos e o topo da câmara de reversão, caso seja molhada, deverão estar coberto por pelo menos 100 mm de água. Exemplo: Qual é a velocidade deliberação de vapor de uma caldeira que gera 6.000 kg de vapor por hora à 13 bar e tem o diâmetro do vaso de pressão igual a 2,5 metros e 4 metros de comprimento. - Distância da superfície da água até a tomada de vapor : 0,20x2,5 = 0,50 metros. - Largura da área de liberação do vapor: 0,80x2,5 = 2 metros. - Área da superfície de liberação do vapor: 2x4 = 8 m2 Para 13 bar, o volume específico do vapor é 0,141 m3/kg. Assim a vazão de vapor é: s m hr m kg m h kgV 333 235,0846141,06000 ==⋅=⋅ - Velocidade de liberação do vapor: s m A VV lib lib 0294,08 235,0 . === ⋅ Obs.: A velocidade de liberação de vapor na superfície da água é inferior a 0,056 m/s, portanto o diâmetro e a altura da câmara de vapor estão adequados. Se a pressão de trabalho for igual à 7 bar a velocidade de liberação seria de 0,061 m/s; isto requer um diâmetro do vaso da caldeira maior. 2 – Ligamento – L (espaço livre entre dois furos para tubos vizinhos): A norma Francesa AFNOR – NF E 32-104 – PART-IV estabelece que o espaçamento dos furos para tubos deverá ser tal que a largura de qualquer ligamento entre os furos não seja menor que: L = 0,125xdfuro + 12 mm, p/tubos expandidos. L = 0,125xdfuro + 9 mm, p/tubos soldados. L = 0,125xdfuro + 7 mm, p/tubos expandidos ou soldados onde a temperatura dos gás é inferior à 800 oC. Portanto, o passo entre os centros dos furos vizinhos será: P = L + dfuro Nota de aula – Espelho Prof. Dr. Antonio Moreira dos Santos 3 3 – Folga – F entre o círculo que envolve os furos para tubos e a superfície interna do vaso (diâmetro externo do espelho): A ASME – Boiler and pressure vessel code - section I – Power Boilers – PART PFT 24 estabelece que a folga entre o círculo que envolve os tubos (e estais) e a superfície interna do vaso deve ser: - espelhoeF ⋅= 8 - ou P e F espelho⋅= 62,6 , o que for maior. onde: P = PMTP, MPa. Fig.2 – Distâncias típicas entre as partes que compõem uma caldeira. Nota de aula – Espelho Prof. Dr. Antonio Moreira dos Santos 4 4 – Folga – F1 entre o diâmetro externo da fornalha e o círculo que toca os furos para os tubos: A norma Francesa AFNOR – NF E 32-104 – PART-IV estabelece o valor de 3 % do diâmetro externo do vaso, sendo no máximo 100 mm. 5 – Folga – F2 entre o diâmetro externo da fornalha e a superfície interna do vaso (diâmetro externo do espelho): A norma Francesa AFNOR – NF E 32-104 – PART-IV, estabelece o valor de 5 % do diâmetro externo do vaso, sendo no máximo 100 mm. 6 – Espessura - e do espelho: A norma Francesa AFNOR – NF E 32-104 – PART-IV estabelece que quando os tubos são apenas expandidos ou expandidos e soldados, o espelho deve ter pelo menos: - 10 mm se os diâmetros dos furos dos tubos são menores ou iguais à 40 mm. - 12 mm se os diâmetros dos furos dos tubos são maiores que 40 mm e menores ou iguais à 55 mm. - 14 mm se os diâmetros dos furos dos tubos são maiores que 55 mm. Quando os tubos são soldados apenas, a espessura do espelho deve ser de pelo menos 9 mm. A ASME – Boiler and pressure vessel code - section I – Power Boilers – PART PG46 diz que a espessura de placas planas com estais simetricamente espaçados é calculada pela fórmula: SC Ppe = onde: - p = passo dos estais, mm. - P = Pressão máxima de trabalho em MPa. - S = Tensão máxima admissível, MPa. - C = 2,1 para estais soldados. Nota de aula – Espelho Prof. Dr. Antonio Moreira dos Santos 5 7 – Espessura do vaso de pressão sujeito à pressão interna: A ASME – Boiler and pressure vessel code - section I – Power Boilers – PART PFT 9 estabelece que a espessura mínima de chapa para vasos de pressão na caldeira flamotubular, depois de conformado, deve ser as seguintes: - diâmetro interno até 915 mm: emin.= 9,6 mm. - diâmetro interno entre 915 mm e 1375 mm: emin.= 11,1 mm. - diâmetro interno entre 1375 mm e 1825 mm: emin.= 12,7 mm. - diâmetro interno superior à 1825: emin.= 14,3 mm. A ASME – Boiler and pressure vessel code - section I – Power Boilers – PART PG-27 fornece as seguintes formulas: CyPSE PDe ++= 22 onde: e = espessura mínima requerida, mm. P = Pressão máxima de trabalho permitida, MPa. D = Diâmetro externo do cilindro, mm. S = Tensão máxima admissível, MPa. E = eficiência de solda, E =1, para cilindros sem costura. E = 0,9 para juntas soldadas. y = Coeficiente de temperatura, conforme tabela a seguir. C = sobre espessura para estabilidade estrutural (+/-1,6 mm). Valor de y: Abaixo de 475 oC 500 oC Acima de 525 oC 0,4 0,5 0,7 Para avaliação da espessura de vasos de pressão onde não foram obedecidas as recomendações da nota 9 e 10 da PG 27.4, recomenda-se a fórmula: PSE PRe 6,08,0 −=