Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

TURMA EXTENSIVA
#Megeano
PROCESSO PENAL
Inquérito Policial (item 2)
CO
NT
EÚ
DO
DE
M
ON
ST
RA
TIV
O
Sumário
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ....................................................................................3
1. INQUÉRITO POLICIAL ...............................................................................................4
1.1. DOUTRINA (RESUMO) ......................................................................................6
2. LEGISLAÇÃO .....................................................................................................34
3. JURISPRUDÊNCIA ..............................................................................................41
Link para inscrição na Turma Extensiva de Delegado de Polícia:
h�ps://goo.gl/aqmGZZ
3
Erison Jamil Abdala
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
(Conforme Edital Mege)
2 PROCESSO PENAL
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
Delegado - DF
COORDENAÇÃO ACADÊMICA
Thiago Rocha
Delegado - DF
Raphael Lima
Delegado - DF
Inquérito Policial
4
INQUÉRITO POLICIAL
2
(conteúdo atualizado em 03-05-2018)
5
Futuro (a) Delegado (a) de Polícia!
Antes de iniciar o estudo do presente material, relacionado à inves�gação criminal, 
sugiro a leitura acurada dos ar�gos 4º ao 23 do Código de Processo Penal. 
O inquérito policial trata-se do procedimento por excelência no âmbito das atribuições 
do cargo de Delegado de Polícia. Não poderia ser diferente, é o tema mais cobrado em provas de 
concursos públicos para ingresso na referida carreira. Proporcionalmente falando, nos úl�mos 
cinco anos, correspondeu a 22% das questões de Direito Processual Penal.
Portanto, afigura-se conteúdo de relevância extrema, formidável, extraordinária, 
importan�ssima. Já falei que é importante?
Pois bem.
Desejo um excelente aproveitamento do conteúdo exposto.
Bons estudos!
Erison Jamil Abdala
Apresentação
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
6
1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. CONCEITO
O conceito não veio estampado na lei, incumbindo à doutrina tal missão.
De acordo com as lições trazidas por Guilherme de Souza Nucci, o inquérito policial é 
um procedimento preparatório da ação penal, de caráter administra�vo, conduzido pela 
polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prá�ca de uma 
infração penal e sua autoria.
1.2. NATUREZA JURÍDICA
Conforme amplamente difundido no seio doutrinário, o Inquérito Policial tem 
natureza jurídica de procedimento administra�vo. Há quem defenda (doutrina minoritária) 
que se trata de um verdadeiro “processo administra�vo”.
1.3. FINALIDADE
Tem por obje�vo precípuo é servir de lastro à formação da convicção do 
representante do Ministério Público (opinio delic�), mas também colher provas urgentes, que 
podem desaparecer, após o come�mento do crime. Não se pode olvidar, ainda, servir o 
inquérito à composição das indispensáveis provas pré-cons�tuídas que servem de base à 
ví�ma, em determinados casos, para a propositura da ação penal privada (NUCCI, 2016).
Inquérito Civil difere do inquérito policial. Trata-se de procedimento inves�ga�vo 
conduzido pelo Ministério Público obje�vando a apuração de lesões a interesses 
transindividuais (difusos, cole�vos e individuais homogêneos), v.g, a tutela do consumidor, 
do meio ambiente, da ordem urbanís�ca etc.
1.4. POLÍCIA JUDICIÁRIA X POLÍCIA ADMINISTRATIVA
O art. 4º do Código de Processo Penal preceitua que a polícia judiciária será exercida 
pelas autoridades policiais no território de suas respec�vas circunscrições e terá por fim a 
apuração das infrações penais e da sua autoria.
O art. 4º, parágrafo único, do CPP prevê que a competência definida neste ar�go não 
excluirá a de autoridades administra�vas, a quem por lei seja come�da a mesma função.
Portanto, a Polícia Judiciária é a responsável pela presidência do inquérito policial, cuja 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
7
a�vidade é fiscalizada pelo controle externo da a�vidade policial, exercido pelo Ministério 
Público (art. 129, VII, da CF/88) sem subordinação hierárquica, cuja dis�nção em relação à 
Polícia Administra�va será dida�camente explicitada no quadro abaixo.
Segundo Guilherme de Souza Nucci, a denominação de polícia judiciária somente se 
explica em um universo em que não há a direção da inves�gação pelo Ministério Público, como é 
o brasileiro. Quem preside e conduz o inquérito policial é o Delegado de Polícia ou o Delegado 
de Polícia Federal. Apenas eles, como se sabe e vem garan�do em Lei (12.830/13 – art. 2º, § 1º).
1.5. PROVAS DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL
Durante o inquérito policial colhem-se elementos informa�vos, como regra, haja vista 
que poderão ser produzidas provas para embasar eventual sentença condenatória, 
denominadas de provas cautelares, não repe�veis e antecipadas, nos termos do art. 155 do 
CPP, tão cobrado em provas: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informa�vos colhidos na inves�gação, ressalvadas as provas cautelares, não 
repe�veis e antecipadas.
a) Provas cautelares: provas que devem ser produzidas com urgência em razão do risco 
de perda do objeto da prova pelo decurso do tempo, com contraditório postergado/diferido. 
Cita-se como exemplo a interceptação das comunicações telefônicas e a busca e apreensão 
domiciliar.
b) Provas não repe�veis: esta já se trata de uma prova cuja fonte perece após ser 
produzida, o que inviabiliza, portanto, a sua repe�ção. Como regra, prescinde de autorização 
judicial e há contraditório postergado/diferido. Cita-se como exemplo o exame de corpo de 
delito, quando houver ves�gios (crime não transeunte). 
c) Provas antecipadas: são aquelas produzidas em incidente pré-processual, em 
virtude de necessidade e urgência, que tramita perante o órgão julgador com a efe�va 
par�cipação das futuras partes, razão pelo qual são respeitados o contraditório e a ampla 
defesa (contraditório real), o que legi�mará a u�lização de tais provas na fase processual. Cita-
POLÍCIA ADMINISTRATIVA
· Função �pica preven�va/ostensiva (atua 
antes da prá�ca da infração penal);
· Função a�pica repressiva.
· Estadual e DF: Polícias Militares.
POLÍCIA JUDICIÁRIA
· Função �pica repressiva (atua após a prá�ca da 
infração penal);
· Função a�pica preven�va/ostensiva.
· Preside o inquérito policial;
· Estadual e DF: Polícias Civis;
· Federal: Polícia Federal.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
8
ATENÇÃO!
se como exemplo o depoimento ad perpetuam rei memoriam (art. 225, CPP), consistente no 
depoimento de testemunha que poderá se ausentar ou falecer até a instrução criminal regular 
por enfermidade ou velhice.
Note-se que as provas cautelares e não repe�veis possuem contraditório 
diferido/postegrado (produzidas de forma inquisi�va), já as provas antecipadas possuem 
contraditório real. Este ocorre durante a formação do elemento da prova com a par�cipação 
das partes e do órgão julgador, já aquele a formação ocorre em certo momento e a par�cipação 
deles em momento ulterior, quando as partes poderão impugnar e produzir contraprova.
O STJ editou a Súmula nº 455, que enuncia a inadmissibilidade da produção de provas 
antecipadas com o simples argumento de que com o decurso de tempo a testemunha se 
esquecerá dos fatos. Todavia, no caso específico de testemunha policial, há divergência de 
entendimento no STJ e no STF, de modo que naquele se admite a prova antecipada com tal 
jus�fica�va (RHC 64.086/DF), já nesteinadmite-se (HC 130.038/DF).
1.6 CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
Inicialmente, vale ressaltar que o tema “caracterís�cas” costuma ser um dos mais 
cobrados em provas de Delegado de Polícia dentro dos tópicos de inquérito policial.
A fim de melhor viabilizar a memorização das 10 (dez) caracterís�cas, caso não tenha 
outro método melhor, usa-se a frase “SINA É DOIDO” (mas leia-se ZINA É DOIDO), com cada 
letra correspondendo a uma caracterís�ca (Sigiloso, Inquisi�vo, Nulidades(inexistência), 
Autoritariedade, Escrito, Discricionário, Oficialidade, Indisponibilidade, Dispensabilidade, 
Oficiosidade. Vamos a cada uma delas.
1. Sigiloso: Enquanto o processo criminal em regra é público, o inquérito policial é 
resguardado pelo sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade, 
conforme dispõe o art. 20 do CPP. 
A autoridade policial, por meio do elemento surpresa durante as diligências – a fim de 
se evitar a perda de elementos e que se maquiem os fatos, caso contrário a inves�gação se 
tornaria ineficiente – coligirá elementos informa�vos e provas em busca da “verdade real” para 
instruir o inquérito e viabilizar eventual ação penal.
Vale ressaltar a função garan�sta do sigilo, des�nada à proteção dos inves�gados 
diante da publicidade maçante que permeia fatos delituosos, evitando-se pré-julgamentos 
quanto à autoria antes mesmo da conclusão da inves�gação (princípio da não culpabilidade).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
9
O sigilo não se aplica ao juiz, ao Ministério Público e ao advogado, com certa disciplina 
quanto a este, conforme art. 7º, XIV e § 10º, do Estatuto da OAB e Súmula Vinculante nº 14.
2. Inquisi�vo (Inquisitorial): o entendimento majoritário na doutrina é o de que o 
inquérito policial é um procedimento inquisi�vo, via de regra, em que não há que se falar em 
contraditório ou ampla defesa, mesmo com a promulgação da lei 13.245/16, que ins�tuiu como 
direito do advogado assis�r o inves�gado no curso da inves�gação criminal em sede de 
inquérito policial ou de outro procedimento.
A caracterís�ca é excepcionada pelas seguintes hipóteses em que se oportunizará o 
contraditório e ampla defesa: a) inquérito instaurado pela Polícia Federal para a expulsão 
de estrangeiro, nos termos do art. 103, §§ 4º, 6º e 7º, do Decreto nº 86.715/81; b) inquérito 
instaurado para apurar infração administra�va.
3. Inexistência de nulidades: os vícios do inquérito policial não geram nulidade na 
futura ação penal, mas tão-somente a ilegalidade e consequente ineficácia do ato pra�cado no 
bojo dos autos do procedimento inves�gatório.
4. Autoritariedade: presidido por autoridade pública, nos termos do art. 144, §§ 1º, I e 
IV, e 4º, da CF, no caso, inves�do no cargo de Delegado de Polícia, consoante regulamentado no 
Estatuto do Delegado de Polícia (art. 2º, §§ 1º e 3º, da Lei nº 12.830/13).
5.�Escrito ou Formal: a teor do art. 9º do CPP, os atos pra�cados devem ser escritos e os 
atos orais reduzidos a termo. Doutrina minoritária entende que o disposi�vo em comento restou 
mi�gado com o advento da Lei nº 11.719/08, quanto às alterações do art. 405, §§1º e 2º, do CPP, 
que por exemplo permite o registro de um depoimento por meio digital já na fase judicial.
6. Discricionário: A persecução criminal, no inquérito policial, é conduzida de maneira 
discricionária pela autoridade policial, a quem incumbe fazer um juízo de prognose e de diagnose 
(AVENA, 2017). Juízo de prognose: a autoridade policial decidirá quais as providências necessárias à 
elucidação da infração penal. Juízo de diagnose: sucederá aquela ao final da inves�gação, quando a 
autoridade policial apresentará o relatório conclusivo do inquérito policial.
Os ar�gos 6º e 7º trazem um rol exemplifica�vo de diligências a serem realizadas pela 
autoridade policial e o art. 14 prevê expressamente a discricionariedade. Deve-se observar, 
contudo, as normas cons�tucionais e infracons�tucionais para evitar que a discricionariedade 
se transforme em arbitrariedade (v.g, medidas resguardadas à reserva de jurisdição, tal qual a 
interceptação telefônica).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
10
A discricionariedade esbarra na oficiosidade quanto à impulsão da inves�gação (ex officio), 
de modo que a discricionariedade se refere às diligências. Ademais, o exame de corpo de 
delito é diligência que foge à discricionariedade quando a infração penal deixa ves�gios, por 
determinação legal (art. 158 do CPP).
7.� Oficialidade: presidido pela Policia Judiciária, órgão oficial do Estado, sendo vedada a 
delegação da condução do inquérito policial a par�culares. Note-se que apesar do juiz e do membro 
do Ministério Público requisitarem a instauração do inquérito policial, não podem presidi-lo.
8. Indisponibilidade: um vez instaurado, a autoridade policial não poderá promover o 
arquivamento do inquérito policial, ainda que em seu juízo de diagnose conclua pela a�picidade 
do fato ou ausência de indícios quanto à autoria. O inquérito sempre será encaminhado ao 
Judiciário, independente da conclusão das inves�gações, nos termos do art. 17 do CPP.
9. Dispensabilidade: De acordo com NUCCI, a natureza do inquérito, como já se viu, é 
dar segurança ao ajuizamento da ação penal, impedindo que levianas acusações tenham início, 
constrangendo pessoas e desestabilizando a jus�ça penal. Por isso, ao oferecer a denúncia, deve 
o representante do Ministério Público – o mesmo valendo para a ví�ma – ter como suporte o 
inquérito policial, produzido pela polícia judiciária, na sua função de Estado-inves�gação, órgão 
auxiliar do Poder Judiciário nessa tarefa. Eventualmente, é possível dispensar o inquérito, desde 
que o acusador possua provas suficientes e idôneas para sustentar a denúncia ou a queixa, 
embora hipótese rara.
Assim, excepcionalmente o inquérito policial é dispensável, notadamente quando o 
Ministério Público ou o ofendido es�verem municiados com acervo probatório suficiente 
para o ajuizamento da ação penal.
10. Oficiosidade: Ao tomar conhecimento da no�cia do crime (no��a criminis) de ação 
penal pública incondicionada, por qualquer meio, a autoridade policial é obrigada a agir de 
o�cio (ex officio), independentemente de provocação, a fim de elucidar a materialidade, a 
autoria e as circunstâncias da infração penal.
1.7 NOTICIA DO CRIME (NOTITIA CRIMINIS)
No�cia do crime (no��a criminis) é o conhecimento pela autoridade policial de um fato 
aparentemente criminoso, de forma espontânea ou provocada.
Pode ser classificada em direta (espontânea ou cognição imediata), indireta 
(provocada ou cognição mediata), e coerci�va.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
11
1)� No��a criminis direta (espontânea ou cognição imediata): a autoridade policial 
toma conhecimento do fato criminoso de forma espontânea por meio das suas a�vidades 
ro�neiras no exercício da função, pela imprensa ou pelo encontro casual de elementos 
relacionados ao crime (p. ex., localização da coisa subtraída – res fur�va).
2)� No��a criminis indireta (provocada ou cognição mediata): terceiros levam à 
conhecimento da autoridade policial. Pode ocorrer por requerimento verbal ou escrito por 
qualquer do povo (art. 5º, § 3º, do CPP), bem como por requisição de autoridades públicas. 
Trata-se de verdadeira dela�o criminis.
3)� No��a criminis coerci�va: essa modalidade pode se inserir tanto na direta quanto 
na indireta descrita nos itens anteriores. Na coerci�va a autoridade policial recebe a no�cia do 
crime juntamente com o suposto autor do fato criminoso preso em flagrante, por ela própria ou 
por seus agentes (direta), ou por um par�cular (indireta).
 4)�No��a criminis anônima (apócrifa ou inqualificada):É também conhecida como 
“denúncia anônima” e dela�o criminis apócrifa/anônima. 
Dela�o criminis SIMPLES e dela�o criminis POSTULATÓRIA: segundo AVENA (2017), “na 
primeira, o fato apenas é comunicado à autoridade policial, que instaura o inquérito 
mediante portaria. Já na segunda, além de comunicar o fato, a pessoa legi�mada postula a 
instauração do inquérito, sendo este o caso da representação do ofendido, nos crimes de 
ação penal pública condicionada”.
1.8 DELATIO CRIMINIS ANÔNIMA OU APÓCRIFA:
Trata-se de comunicação apócrifa à autoridade policial (sem a iden�ficação do 
comunicante), quer seja por escrito, quer seja verbal por meio de denúncia anônima (disque-
denúncia). Perceba que nada mais é do que uma no��a criminis inqualificada.
O delegado, após diligências preliminares para a verificação da procedência das 
informações (VPI – procedimento de verificação de procedência da informação), instaura o 
procedimento inves�gatório competente (inquérito policial, TC, etc.).
Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante, não se admite a 
instauração de procedimento policial (inquérito policial, TC, etc.) de imediato com base tão-
somente na dela�o criminis anônima/apócrifa ou no��a criminis inqualificada, EXCETO se 
ela, por si só, já cons�tuir o corpo de delito (v.g, uma carta anônima caluniosa).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
12
1.9 FORMAS DE INSTAURAÇÃO
É de relevância inicial relacionar os �pos de ação penal, a depender do crime pra�cado, 
com os tópicos posteriores das formas de instauração do inquérito policial.
a) Ação penal pública incondicionada: a persecução penal nos crimes de ação penal 
pública incondicionada se inicia independe da vontade das (ex officio). Exemplo: Crime de 
homicídio.
b) Ação penal pública condicionada: nesse caso, o início se condiciona à 
representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Jus�ça. Exemplo: Crime de ameaça.
c) Ação penal privada: é necessário o requerimento do ofendido para viabilizar o início da 
persecução penal, contudo, o ofendido é o �tular da ação penal, de modo mesmo havendo 
requerimento, é necessária o ingresso da ação competente. Exemplo: injúria, calúnia e difamação.
Alinhadas essas premissas básicas quanto à ação penal, que serão aprofundadas em 
tema específico, passa-se à análise das formas de instauração de acordo com o �po de ação penal.
1.10 INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA
No caso de crimes de ação penal pública incondicionada, há quatro formas de 
instauração do inquérito policial pela autoridade policial (art. 5º do CPP)
a) Ex o�cio (art. 5º, I, CPP): hipótese em que a autoridade policial, por meio de 
portaria, determina a instauração do inquérito policial, independente de representação ou 
requerimento.
b) Requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, II, CPP): há divergência na 
doutrina se a requisição pelas autoridades mencionadas ofende o sistema acusatório, mas o 
entendimento majoritário é o de que se a requisição do MP ou Juiz seja legal, o delegado deve 
cumprir, e quanto à do magistrado, a requisição pelo juiz transformaria o processo em 
judicialiforme, incompa�vel com a atual modelo adotado pela Carta Magna, de modo que o juiz 
oficia o “parquet”, que só então poderá requisitar a instauração. 
Prevalece o entendimento de que a requisição de autoridades (juiz, MP, etc.) para a 
instauração de inquérito policial não abrange o indiciamento, pois se trata de ato priva�vo 
da autoridade policial, cujo entendimento restou consagrado em lei (art. 2º, § 6º, do 
Estatuto do Delegado de Polícia – Lei nº 12.830/2013).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
13
c)� Requerimento do ofendido ou do seu representante legal (art. 5º, II, CPP): do 
requerimento do ofendido ou de seu representante legal para a instauração de inquérito 
policial, contendo o máximo de informações (art. 5º, § 1º, CPP), o delegado faz juízo de 
�picidade e poderá deferir ou indeferi-lo. Na hipótese de indeferimento, é cabível recurso 
administra�vo ao Chefe de Polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP.
Juízo de �picidade e a aplicação do princípio da insignificância ou da bagatela pela 
autoridade policial: para as provas de concurso para Delegado de Polícia, é mais adequado o 
entendimento doutrinário, ainda minoritário, de que, por ser bacharel em Direito, possui 
ap�dão técnico-jurídica para avaliar os elementos do �po penal: �picidade formal e 
material, an�juridicidade e culpabilidade, cuja posição foi consolidada no Enunciado nº 08 
do II Encontro Nacional dos Delegados sobre Aperfeiçoamento da Democracia e Direitos 
Humanos (2015): O Delegado de Polícia pode aplicar o princípio da insignificância e deixar 
de lavrar auto de prisão ou apreensão em flagrante, sem prejuízo da instauração de 
inves�gação policial e do controle interno e externo. Contudo, prevalece o entendimento 
doutrinário (clássico) de que não poderia fazer tal juízo.
d)� Lavratura do auto de prisão em flagrante: o auto referente à formalização da prisão 
em flagrante é a peça que dá início ao inquérito policial, verificada qualquer das hipóteses 
previstas no art. 302 do CPP, enquanto que nas demais formas de instauração acima 
mencionadas a autoridade policial a faz por meio da peça denominada “Portaria”.
1.11 INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA 
CONDICIONADA
Quando o crime exigir representação da ví�ma ou do seu representante legal, o 
inquérito policial não poderá sem ela ser instaurado, porquanto se afigura como uma condição 
de procedibilidade da ação penal. Relembrando, trata-se da dela�o criminis postulatória.
Todavia, o direito de representar não é “ad eternum”, haja vista que, de acordo com os 
arts. 38 do CPP e 103 do CP, o ofendido decai do direito se não o exerce no prazo decadencial de 
06 (seis) meses, contados do conhecimento da autoria, acarretando na ex�nção da 
punibilidade.
No caso de prisão em flagrante, não se lavrará o auto na hipótese em que o ofendido 
deixar de representar criminalmente contra o “preso em flagrante delito”, no prazo 
peremptório de 24 horas – prazo fatal para a entrega da nota de culpa e, por conseguinte, para a 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
14
conclusão da lavratura do auto de prisão em flagrante –, sob pena do preso livrar-se solto (art. 
306, § 2º, CPP). A despeito de impedir a autuação em flagrante delito, o autor dos fatos poderá 
responder criminalmente caso haja a representação o prazo decadencial mencionado.
A representação do ofendido ou de seu representante legal prescinde de rigor formal, 
bastando que de alguma forma se extraia a manifestação inequívoca de que pretende ver o 
autor responder criminalmente pelos fatos (STJ, HC 130.000/SP, DJ 08.09.2009).
Por fim, atualmente a requisição do Ministro da Jus�ça, do Ministério Público ou de 
autoridade militar responsável pela segurança interna, são consideradas formas de início do 
inquérito policial no caso dos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83), 
não podendo se olvidar que a autoridade policial da Polícia Federal poderá instaura-lo também 
de o�cio.
A requisição do Ministro da Jus�ça nos crimes come�dos por estrangeiro contra brasileiro fora 
do Brasil (art. 7.º, § 3.º, b, do Código Penal) e crimes contra a honra come�dos contra o 
Presidente da República ou Chefe de Governo estrangeiro (art. 141, I, c/c o art. 145, parágrafo 
único, ambos do CP) é dirigida ao Ministério Público, que desde já formará, se o caso, a opinio 
delic�. Assim, segundo AVENA, NÃO se trata atualmente de hipótese de início de inquérito 
policial e há possibilidadede previsão em eventuais �pos penais (art. 100, § 1º, CP).
1.12 INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PRIVADA
Exige-se requerimento da ví�ma ou de seu representante legal, ou, no caso de morte 
ou declaração de ausência, são legi�mados o cônjuge, ascendente, descendente e irmão – 
“CADI” – nos termos do art. 31 do CPP. 
Após o requerimento, o inquérito policial é instaurado, concluído e reme�do ao órgão 
julgador, onde permanecerá aguardando o transcurso do prazo decadencial para o ajuizamento 
da ação pelo legi�mado.
Quanto à prisão em flagrante, aplica-se a mesma regra da representação, de modo que 
o requerimento deve ser apresentado no prazo de 24h, caso contrário o preso será posto em 
liberdade, sem prejuízo da ação penal privada se o requerimento for aviado no prazo 
decadencial.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
15
1.13 INVESTIGAÇÃO CONTRA AUTORIDADE COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
A inves�gação não se confunde com a prisão em flagrante. Autoridades com foro por 
prerroga�va de função no STF não podem ser indiciadas nem inves�gadas diretamente pela 
autoridade policial sem autorização judicial, haja vista que compete ao STF autorizar e fiscalizar 
a inves�gação, por exemplo, em face de deputados federais e senadores (STF, Inq 2411 QO). Não 
podem ser inves�gadas, frise-se, diretamente, pois diligências poderão ser requisitadas à 
autoridade policial pelo referido órgão julgador, além da fiscalização e autorização da 
inves�gação.
Contudo, autoridades com foro por prerroga�va de função em outros tribunais 
podem ser inves�gadas pela autoridade policial independente de autorização judicial (STJ, 
REsp 1563962/RN), desde que a inves�gação seja fiscalizada pelo respec�vo foro (STF, 
Informa�vo nº 856), por exemplo, o prefeito, contra o qual se pode instaurar inquérito policial 
cujos autos deverão tramitar perante o respec�vo Tribunal de Jus�ça.
Há que mencionar, ainda, que a simples menção do nome da autoridade com foro por 
prerroga�va de função durante as inves�gações não obriga a remessa dos autos da 
inves�gação para o foro respec�vo (STF, Informa�vo nº 854).
Guilherme de Souza Nucci preleciona que não pode a autoridade policial instaurar 
inquérito e colher provas diretamente; caso, durante uma inves�gação qualquer, encontra 
indícios de par�cipação de pessoa com prerroga�va de foro, deverá remeter os autos do 
inquérito ao juízo competente.
O STF já rejeitou denúncia instruída com inquérito conduzido em primeira instância que 
�nha como inves�gado um Deputado Federal (Inquérito nº 3305).
1.14 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
O Código de Processo Penal es�pula diligências a serem realizadas pela autoridade 
policial logo que tomar conhecimento da prá�ca de infração penal, conforme incisos do ar�go 
6º, de acordo com a discricionariedade inerente à inves�gação criminal. Ressalto que a leitura e 
releitura dos incisos do ar�go é suficiente e necessária, bem como das comentários constantes 
dos itens abaixo.
I)�Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação 
das coisas, até a chegada dos peritos criminais. Trata-se da preservação do local de crime, 
diligência necessária para o melhor aproveitamento do exame pericial, pois quanto mais intacto 
es�ver a “cena do crime”, melhor o “expert” terá condições de examiná-la. A Lei nº 5.970/73, em 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
16
seu art. 1º, excepciona a regra permi�ndo a remoção de pessoas no caso de acidente de trânsito 
que tenham sofrido lesão, es�verem no leito da via e prejudicarem o tráfego.
II)� Apreender os objetos que �verem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais. Tal diligência, assim como a busca precedente (pessoal ou domiciliar), se encontra 
disciplinada nos arts. 240 e ss. do CPP e prescinde de instauração prévia de inquérito policial, 
conforme entendimento sufragado pelo c. STJ. Ressalte-se que determinados objetos 
apreendidos devem ser encaminhados para exame pericial (arts. 158 a 184 do CPP).
Os objetos apreendidos não poderão ser res�tuídos caso interessem o processo, 
cons�tuam instrumentos ou proveito do crime, ou haja dúvida quanto ao direito do reclamante 
(arts. 118 a 120 do CPP).
III)�Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias. O presente inciso é a consolidação da caracterís�ca da discricionariedade na 
atuação da autoridade policial na condução do inquérito policial, que deverá colher todos os 
elementos possíveis.
Lei Maria da Pena (arts. 11 a 12-A da Lei nº 11.340/06) prevê providências e procedimentos 
específicos que devem ser adotados pela autoridade policial além das diligências preliminares 
em comento.
IV)�Ouvir o ofendido: trata-se de diligência com relevância para a descoberta de outras 
fontes de prova a respeito do fato delituoso, contudo, apesar de não prestar o compromisso de 
dizer a verdade, se der causa à instauração do inquérito policial (ou processo criminal), pode 
responder por denunciação caluniosa (art. 339 do CP). Vale ressaltar que, caso o ofendido se 
mostre recalcitrante, é admita a condução coerci�va (art. 201, § 1º, CPP).
V)�Ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo 
III do Título VII, deste Livro, devendo o respec�vo termo ser assinado por duas testemunhas 
que lhe tenham ouvido a leitura: vale ressaltar que antes de ouvi-lo é necessária a advertência 
quanto ao direito ao silêncio, em face do princípio do nemo tenetur se detegere, e a assistência 
de advogado é faculta�va, devendo seguir os ditames do interrogatório judicial no que lhe for 
aplicável (arts. 185 a 196 do CPP).
O termo deve ser assinado por duas testemunhas, todavia, a falta delas incorre em 
mera irregularidade. A jurisprudência majoritária admite a condução coerci�va sem 
autorização judicial, o que é de cons�tucionalidade ques�onável, notadamente em relação à 
fase do interrogatório que é posterior à da qualificação do indiciado, em face do direito 
cons�tucional retro mencionado.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
17
O art. 7º, XXI, do Estatuto da OAB foi acrescentado como uma prerroga�va do advogado (e 
não direito do indiciado, já consagrado na CF/88) de assis�r a seus clientes durante a 
apuração de infrações, consignando como consequência da não observância a nulidade 
absoluta do ato e dos dele derivados. A doutrina majoritária explicita que o advogado pode 
apresentar RAZÕES e QUESITOS tanto ao indiciado quanto às demais pessoas ouvidas 
(testemunhas, ofendido, etc.).
· CURADOR
O curador previsto no art. 15 do CPP não é necessário para acompanhar a oi�va do 
indiciado com idade entre 18 e 21 anos, isso porque a maioridade civil foi alterada para 18 anos 
pelo Código Civil de 2002, havendo uma revogação tácita das regras de natureza processual dos 
menores estabelecidos pelo CPP (18 a 21 anos), pois a figura do curador em epígrafe obje�vava 
o acompanhamento de um “responsável civil” em sua oi�va.
Todavia, o curador é necessário no caso de inimputáveis (art. 26, CP e 151 do CPP) e 
semi-imputáveis, como por exemplo o índio não adaptado ao convívio social.
Vale ressaltar que as regras de direito material subsistem a pessoas com idade entre 18 
e 21 anos, v.g, a contagem pela metade do prazo prescricional (art. 115, CP). 
VI)� Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: àquele se aplicam 
os ditames dos arts. 226 a 228 do CPP, enquanto que, nestas, os dos arts. 229 e 230 do CPP. 
Admite-se, por analogia (verdade real), o reconhecimento fotográfico, aplicando-se lhe as 
regras do reconhecimento de pessoas.
Acareação é procedimentoque envolve pessoas que divergem em seus depoimento, 
des�nado à solução de pontos divergentes sobre fatos ou circunstâncias relevantes, mediante 
reperguntas.
Diante do princípio do nemo tenetur se detegere, o entendimento esmagador é o de que o 
inves�gado tem o direito de NÃO colaborar a�vamente na produção de qualquer prova, 
inclusive a acareação. Contudo, admite-se a execução coerci�va de provas que demandem 
mero comportamento passivo (por exemplo, reconhecimento pessoal).
VII)�Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias: caso o crime deixe ves�gios, é obrigatório o exame de corpo de delito direto ou 
indireto (testemunhas, etc.), atualmente única perícia que vincula a autoridade policial, nos 
termos dos arts. 158 e 167 do CPP. 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
18
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
O termo “outras perícias” abrange diversos outros exames periciais que podem ser 
determinados de o�cio pela autoridade policial, EXCETO o exame de insanidade mental, que 
exige prévia autorização judicial (cláusula de reserva de jurisdição).
VIII)�Ordenar a iden�ficação do indiciado pelo processo da�loscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes: a iden�ficação do indiciado está prevista na 
Lei nº 12.037/09, que regulamentou o disposi�vo cons�tucional que dispõe acerca da não 
iden�ficação criminal daquele que é iden�ficado civilmente. A iden�ficação será melhor 
tratada em tópico específico no presente material. Quanto à folha de antecedentes, trata-se de 
uma das medidas que visa demonstrar a vida pregressa do inves�gado.
ATENÇÃO! Os requerentes que solicitarem atestado de antecedentes, neste NÃO poderá 
conter anotações referentes à instauração de inquérito (art. 20, p. ún., Lei nº 12.681/12).
IX) averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua a�tude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter: o presente disposi�vo é bem detalhado e autoexplica�vo, devendo 
tais esclarecimentos serem objeto de inves�gação pela autoridade policial, tendo em vista que 
lhe incumbe não só elucidar a materialidade e a autoria, mas também as circunstâncias da 
infração penal (art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.830/13), imprescindíveis para a aplicação de 
determinadas benesses, ou não (excludentes, qualificadoras do crime, causas de isenção de 
pena, agravantes, atenuantes, etc).
O Estatuto da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016) trouxe mudança legisla�va com o 
acréscimo do inciso X ao art. 6º do CPP, abaixo transcrito, novidade legisla�va de suma 
importância para os concursos de Delegado de Polícia.
X) Colher informações sobre a existência de filhos, respec�vas idades e se possuem 
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, 
indicado pela pessoa presa: Trata-se de novação legisla�va fundada em polí�cas públicas em 
prol de “dependentes” do inves�gado, e não diretamente a favor deste, notadamente quando 
recolhido ao cárcere. 
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
19
Segundo AVENA, quanto ao obje�vo dessa disciplina, é, principalmente, dar 
conhecimento às demais autoridades que atuam na persecução criminal (juiz e Ministério 
Público) e à defesa cons�tuída, nomeada ou pública do preso, sobre a existência de filhos, 
menores ou portadores de alguma deficiência, a fim de que possam ser requeridas ou adotadas 
as medidas necessárias para que não permaneçam eles sem assistência e responsável no 
período em que o pai ou a mãe es�verem con�dos. 
Vale acrescentar que a diligência obje�va, também, instruir melhor eventuais 
representações por prisão (medida excepcional), haja vista a existência de medidas cautelares 
diversas da prisão.
1.15. REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
Denominada por alguns como “recons�tuição do crime”, está prevista no art. 7º do CPP. 
Trata-se de diligência que obje�va verificar a veracidade das versões constantes dos autos, a fim 
de melhor aproximar a conclusão da inves�gação ao que realmente aconteceu na prá�ca da 
infração penal, desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública (por exemplo, nos 
crimes sexuais).
Prevalece o entendimento de que o inves�gado não é obrigado a par�cipar da reprodução 
simulada dos fatos, pois, frise-se, fere o princípio do nemo tenetur se detegere (STF, HC 
96219-MC/SP); bem como que é prescindível a sua in�mação, e de seu advogado, para dela 
par�cipar em sede de inves�gação criminal, todavia, caso realizada no processo judicial, é 
imprescindível, em face da ampla defesa e do contraditório.
1.16. DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS ESPECÍFICAS DOS ARTS. 13-A E 13-B DO CPP
Trata-se de diligências inves�gatórias que obje�vam acelerar o andamento da 
persecução penal quando se tratar de crimes gravíssimos indicados pelo próprio legislador, 
acrescentadas ao Código de Processo Penal com a promulgação da Lei nº 13.344/2016.
a) Obtenção de dados cadastrais (art. 13-A, CPP):
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 
159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da 
Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro 
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos 
do poder público ou de empresas da inicia�va privada, dados e informações 
cadastrais da ví�ma ou de suspeitos.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
20
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, 
conterá I - o nome da autoridade requisitante; II - o número do inquérito policial; III - a 
iden�ficação da unidade de polícia judiciária responsável pela inves�gação. (grifo 
meu)
O disposi�vo em comento permite o acesso imediato e direto de dados e informações 
cadastrais pela autoridade policial ou pelo membro do Ministério Público, o que sofreu duras 
crí�cas da doutrina sob o argumento de que seria incons�tucional a prescindibilidade de 
autorização judicial por ferir o direito à in�midade, contudo, tais dados não estão protegidos 
pelo art. 5º, X, CF/88, ademais, estar-se-á diante de crimes gravíssimos, as informações são de 
extrema relevância para o desenrolar da inves�gação e se referem somente aos dados 
cadastrais da ví�mas ou suspeitos, de modo que eventual juízo de ponderação entre o direito à 
in�midade e à liberdade das ví�mas, este prevalece.
Os crimes gravíssimos referidos no disposi�vo são os de sequestro e cárcere privado, 
redução a condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, extorsão qualificada pela 
restrição da liberdade da ví�ma, extorsão mediante sequestro, bem como o de promover ou 
auxiliar a efe�vação de ato des�nado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com 
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro.
Segundo Eugênio Pacelli, mesmo que se possa considerar que os dados prestados 
ofendem, em certa intensidade, a in�midade dos sujeitos em questão, há de se levar em conta 
que estamos falando de crimes gravíssimos (equiparados aos hediondos, nos termos e 
condições do art. 12 desta Lei – para fins de livramento condicional), ligados à privação de 
liberdade das ví�mas. Uma ponderação rasa já aponta a prevalência do interesse inves�ga�vo 
sobre eventual direito a privacidade.
b) Obtenção de informações das Estações Rádio Base – ERB's (art. 13-B, do CPP):
Art. 13-B. Se necessário à prevençãoe à repressão dos crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão 
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de 
telecomunicações e/ou telemá�ca que disponibilizem imediatamente os meios 
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização 
da ví�ma ou dos suspeitos do delito em curso.
§ 1o Para os efeitos deste ar�go, sinal significa posicionamento da estação de 
cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. 
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permi�rá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que 
dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei;
 II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não 
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
21
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
 III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a 
apresentação de ordem judicial. 
§ 3o Na hipótese prevista neste ar�go, o inquérito policial deverá ser instaurado no 
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respec�va 
ocorrência policial.
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade 
competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações 
e/ou telemá�ca que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – 
como sinais, informações e outros – que permitam a localização da ví�ma ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
Em uma leitura dos disposi�vos acima, percebe-se que o § 4º é o único disposi�vo que 
trouxe alteração substancial na obtenção mais célere das informações, haja vista que os demais 
disciplinaram regras com mudanças simbólicas. Assim, o acesso às ERB's necessita de autorização 
judicial, no entanto, caso haja a representação para a quebra e a decisão deferindo ou indeferindo 
não seja proferida em 12h, é possível que a autoridade requisite diretamente à empresa, 
condicionada à comunicação do juízo para o qual foi distribuída a representação não decidida.
Corrobora tal conclusão o doutrinador Eugênio Pacelli: sem a inserção do parágrafo 
quarto do ar�go 13-B, nada mudaria no nosso sistema, pois, anteriormente à inovação 
legisla�va, já era possível ao Delegado pedir os referidos dados via judiciário. Todavia, caso o 
juiz fique omisso em doze horas, poderá o delegado requisitar diretamente às empresas 
(somente tendo que comunicar o juiz).
1.17 IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
A iden�ficação criminal tem previsão cons�tucional (art. 5º, LVIII, CF) e restou 
regulamentada na legislação infracons�tucional (Leis nº 12.037/09 e 12.654/12), de modo que, 
de regra, não haverá iden�ficação criminal ao civilmente iden�ficado, podendo o legislador 
infracons�tucional indicar hipóteses em que mesmo iden�ficado civilmente, o indiciado será 
subme�do à iden�ficação criminal, já exis�ndo no ordenamento jurídico as leis 
supramencionadas.
Trata-se de diligência necessária para que a efe�va pessoa que cometeu o delito seja 
responsabilizada criminalmente, em observância ao princípio da intranscendência. Classifica-se 
em três espécies: iden�ficação da�loscópica, iden�ficação fotográfica e iden�ficação do perfil 
gené�co.
a) Iden�ficação da�loscópica: coleta-se as impressões digitais do indiciado para a sua 
iden�ficação, haja vista que é um dos métodos cien�ficos mais seguros. 
22
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
b) Iden�ficação fotográfica: Iden�ficação a par�r de uma foto.
c) Iden�ficação do perfil gené�co (Lei nº 12.654/12 – Lei do Perfil Gené�co): 
Atualmente, devem ser subme�das à iden�ficação do perfil gené�co pessoas condenadas por 
crime doloso, com violência ou grave ameaça à pessoa, ou por crimes hediondos.
A iden�ficação pode ser realizada por meio da coleta de material biológico para a 
obtenção do perfil gené�co, inclusive para eventuais confrontos. Vale ressaltar que no âmbito 
da inves�gação, de um modo geral, a lei deve ser aplicada sob o enfoque do princípio da não 
autoincriminação, a fim de que eventuais provas colhidas não sejam ilícitas por falta de 
autorização da pessoa que se pretende iden�ficar.
Torna-se imprescindível a leitura da lei seca e o estudo das referidas leis, a serem abordadas 
pelo professor a legislação extravagante.
1.18 DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS REQUERIDAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Mesmo após concluídas as diligências inves�gatórias que a autoridade policial 
entendera per�nentes, com o encerramento da inves�gação por meio do relatório conclusivo e 
remessa dos autos ao Poder Judiciário, pode o Ministério Público requisitar ao juiz a devolução 
dos autos do inquérito policial para novas diligências a serem cumpridas pela autoridade 
policial, desde que imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, para a formação da opinio 
delic�, tendo em vista ser o �tular da ação penal, nos termos dos arts. 16 do CPP.
O art. 47 do CPP, por sua vez, dispõe acerca da requisição de informações e/ou 
documentos diretamente (sem a devolução do inquérito à Delegacia de Polícia) pelo Ministério 
Público à autoridade correspondente.
1.19. PRAZOS
Os prazos para a conclusão do inquérito policial têm natureza processual, assim, exclui o 
dia do início e inclui o úl�mo dia, além de prorrogar o prazo para o dia ú�l seguinte caso se inicie, ou 
se finde, em dia não ú�l (sábado, domingo ou feriado), nos termos do art. 798, § 1º, do CPP. 
Há divergência na doutrina acerca da natureza do prazo estando o indiciado preso. De 
acordo com a doutrina majoritária, mantém-se a natureza processual do prazo de conclusão do 
inquérito, mesmo estando o réu preso. De acordo com Guilherme de Souza Nucci, passa a ter 
natureza de norma processual mista ou material, ocasião em que a contagem deve ser feita na 
forma do Código Penal: inclui-se o dia do início e exclui o úl�mo dia, além de não prorrogar para 
o dia ú�l seguinte.
ATENÇÃO!
23
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
O prazo de conclusão do inquérito policial, de acordo com o art. 10, “caput” do CPP, é 
de 10 (dez) dias se o indiciado es�ver preso (prisão em flagrante ou preven�va), contado do dia 
da execução da ordem de prisão; e de 30 (trinta) dias, se es�ver solto (com ou sem fiança). 
Nessa hipótese, admite-se a prorrogação por prazo fixado pelo juiz, no caso de fato de di�cil 
elucidação (art. 10, § 3º, CPP).
Para facilitar a memorização dos prazos, atente-se para a tabela abaixo:
Na hipótese de prisão temporária com prazo inferior ao previsto para a conclusão do inquérito 
policial, não se altera este. Todavia, se o prazo da prisão temporária for superior, este será 
também o prazo para a conclusão do inquérito policial. Por exemplo, prisão temporária de 05 
(cinco) dias, o inquérito deverá ser concluído em 10 (dez) dias; prisão temporária de 30 (trinta) 
dias (crime hediondo), o inquérito concluir-se-á também em 30 (trinta) dias.
Note-se que a Lei dos Crimes Hediondos prevê o prazo de 30 dias para a prisão 
temporária, prorrogáveis por igual período (art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/90). Diante disso, 
AVENA e Guilherme de Souza Nucci defendem que o prazo para a conclusão inquérito, 
estando o indiciado preso temporariamente em razão de crime hediondo ou equiparado, 
segue o da prisão temporária. 
Consigne-se que parte da doutrina (minoritária) entende que o IP deve seguir o prazo 
do CPP (10 dias), por falta de previsão legal em sen�do contrário, pois aplicar o prazo da 
temporária seria interpretação prejudicial ao indiciado.
Vale ressaltar que o prazo para a conclusão estando o réu solto é impróprio,de modo 
que não há consequências jurídicas em sua inobservância. No caso do indiciado preso, o atraso 
de alguns dias, devidamente demonstrado pelas circunstâncias do caso, não acarreta 
ilegalidade, contudo, se houver abuso na condução da inves�gação com o atraso injus�ficável, 
ou se perpetue por vários dias, impõe-se o relaxamento da prisão do indiciado.
PRESO SOLTO
Regra Geral (art. 10, CPP)
Jus�ça Federal
Lei de Drogas
Crimes contra a economia popular
Crime Militar
Crime hediondo ou equiparado
10 dias
15 + 15
30 + 30
10
20
Prisão temporária: 30 + 30
30 dias, prorrogáveis
30 dias, prorrogáveis
90 + 90
10
40+20
------ \\ -----
ATENÇÃO!
24
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
Segundo Eugênio Pacelli, a superação dos citados prazos de inves�gação não implicará 
o encerramento defini�vo do inquérito e o seu posterior arquivamento. Trata-se de prazo 
essencialmente administra�vo, voltado para o bom andamento da a�vidade do Poder Público, 
ressalvada a possibilidade de soltura do réu preso, por excesso de prazo. Por enquanto, na ordem 
jurídica brasileira, somente a prescrição tem o efeito de encerrar a persecução penal, por desídia 
ou insuficiência operacional da Administração.
1.20 RELATÓRIO DA AUTORIDADE POLICIAL
A peça lavrada pela autoridade policial ao final da inves�gação denomina-se 
RELATÓRIO, em que constará o que restou apurado, de forma minuciosa, e a determinação de 
remessa dos autos ao Poder Judiciário, nos termos do art. 10, § 1º, do CPP, além de proceder, se o 
caso, ao indiciamento na referida peça conclusiva.
A doutrina majoritária entende que o Delegado de Polícia não pode declinar qualquer 
juízo de valor sobre os fatos, haja vista que o relatório se trata de peça descri�vo do que fora 
realizado nos autos do inquérito policial, tais como as diligências executadas e as não 
executadas, apresentando as razões de tempo ou de inviabilidade da não realização delas, 
inclusive podendo indicar testemunhas não inquiridas e o local onde possam ser encontradas, 
conforme dispõe o art. 10, § 2º, do CPP.
O art. 52 da Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) trouxe hipótese excepcional em que o Delegado 
de Polícia, cuidando-se de crime nela previsto, deve jus�ficar as razões que o levaram à 
classificação do delito.
A �tulo de conhecimento, Norberto Avena entende ser possível o juízo de �picidade 
por parte da autoridade policial no bojo do relatório independente se é crime da Lei de Drogas, 
contudo, não lhe é lícito examinar ou tecer considerações no relatório acerca de aspectos 
rela�vos à ilicitude da conduta ou à culpabilidade do indiciado.
Vale ressaltar que o relatório não vincula o �tular da ação penal (MP) que formula sua 
própria opinio delic�, tampouco o órgão julgador.
Por fim, nada obsta que o relatório seja acompanhado de alguma representação na 
mesma peça, por exemplo, “RELATÓRIO FINAL C/C REPRESENTAÇÃO POR PRISÃO PREVENTIVA”.
1.21 DESTINO DO INQUÉRITO POLICIAL
Nos termos do art. 10, § 1º, do CPP, os autos do inquérito policial concluído e relatado 
ATENÇÃO!
25
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
devem ser encaminhados – juntamente com os instrumentos do crime e objetos que interessem 
à prova (art. 11, CPP), tais como documentos, armas, computadores, celulares – ao juízo 
competente, onde as partes poderão pugnar pela contraprova.
Tratando-se de crime de ação penal pública, o juízo remeterá os autos ao Ministério 
Público; se de ação penal privada, os autos aguardarão a inicia�va ou o requerimento de entrega 
dos autos pelo ofendido ou representante legal, mediante traslado (art. 19, CPP).
Há discussão na doutrina acerca do des�no do inquérito policial (art. 10, CPP), sob o 
argumento de que o Ministério Público, �tular da ação penal, deveria ser o des�natário direto e 
imediato, independente do Poder Judiciário. Há julgados do STF acerca do tema quando 
disciplinado em lei estadual, tratando-se de lei incons�tucional, in verbis: é incons�tucional lei 
estadual que preveja a tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e o Ministério 
Público. É cons�tucional lei estadual que preveja a possibilidade de o MP requisitar informações 
quando o inquérito policial não for encerrado em 30 dias, tratando-se de indiciado solto. STF. 
Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, j. em 3/4/2014 (Info 741).”
A Resolução nº 063/2009 do Conselho da Jus�ça Federal regulamentou a tramitação 
direta do inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, desde que 
efetuado tão-somente o registro dos autos na Jus�ça Federal por ocasião da primeira remessa, 
independente se o Delegado de Polícia Federal requer a dilação do prazo para as inves�gações 
ou apresenta o relatório final, sendo que, naquele caso, o próprio membro do Ministério Público 
Federal autoriza a dilação do prazo e res�tui os autos à Delegacia de Polícia Federal.
De acordo com o Tribunal Cidadão, a citada resolução e eventuais portarias de juízes 
singulares não estão impingidas de ilegalidade: “Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal 
que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a tramitação direta de inquérito policial entre 
a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. (STJ, RMS 46.165-SP). 
Pende de julgamento a ADI 4305 perante o STF, proposta pela Associação Nacional dos 
Delegados de Polícia Federal, que ques�ona a cons�tucionalidade da mencionada resolução.
1.22 INDICIAMENTO
Trata-se de ato priva�vo do Delegado de Polícia por meio do qual, indicando as 
circunstâncias do fato e segundo sua análise técnico-jurídica, atribui a determinada pessoa a 
provável (indícios) autoria ou a par�cipação de uma infração penal, nos termos do art. 2º, § 6º, 
do Estatuto do Delegado de Polícia (Lei nº 12.830/13), fazendo com que a linha de inves�gação 
o tenha como suspeito principal.
ATENÇÃO!
26
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
O indiciamento pode ser feito a qualquer momento. Na Portaria de instauração, em 
despacho em meio à tramitação do inquérito, no relatório final.
 O indiciamento é ato fundamentado do Delegado de Polícia e deve conter os seguintes 
pressupostos a ele inerentes, a fim de se evitar constrangimento do inves�gado: 
a) indícios suficientes de autoria;
b) prova da materialidade do delito.
O indiciamento é ATO PRIVATIVO do Delegado de Polícia, não se admi�ndo requisições nesse 
sen�do por outras autoridades públicas (Juiz, membro do Ministério Público, Chefe de 
Polícia, Comissão Parlamentar de Inquérito, etc.), o que não se confunde com requisição de 
instauração de inquérito policial, já explorado no presente material. Tal entendimento é 
consagrado pela maioria esmagadora da doutrina (Guilherme de Souza Nucci, Norberto 
Avena, e da jurisprudência STF, HC 115015/SP).
1.23 DESINDICIAMENTO
Enquanto o indiciamento é ato priva�vo do Delegado de Polícia, o Desindiciamento não.
Isso porque o Desindiciamento, ato por meio do qual des�tui o suposto autor ou 
par�cipe da qualidade de indiciado e principal suspeito da prá�ca deli�va, pode ser 
determinado de o�cio pela autoridade policial ou por determinação judicial, conforme doutrina 
e jurisprudência, na hipótese de ilegalidade do ato de indiciamento, inclusive em sede de 
habeas corpus, cuja decisão judicial pode não se limitar ao Desindiciamento e determinar o 
trancamento do inquérito policial, se a sua instauração também se afigurar ilegal.
1.24 ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Nos termos do art. 17 do CPP, exauridas todas as diligências cabíveis, o membro do 
Ministério Público, entendendo que não há indícios suficientes acerca da autoria e/ou prova 
da materialidade,ou em caso de ulterior rejeição da denúncia ou absolvição sumária do réu, 
promoverá o arquivamento do inquérito policial com a remessa dos autos ao juízo.
Trata-se de ato complexo, tendo em vista que a prá�ca de dois atos: o requerimento do 
membro do Ministério Público e a decisão do Poder Judiciário. O ordenamento jurídico vigente 
não permite o arquivamento direto do inquérito policial pela autoridade policial ou pelo 
membro do Ministério Público.
A jurisprudência pátria converge quanto à possibilidade de desarquivamento do 
inquérito, por cons�tuir coisa julgada formal, quando arquivado por insuficiência de provas, 
ATENÇÃO!
27
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ausência de pressuposto processual ou da condição da ação penal, falta de justa causa; bem 
como quanto à impossibilidade de desarquivamento, por se tratar de coisa julgada material, 
no caso de arquivamento por a�picidade do fato ou excludente da punibilidade (salvo no caso 
de cer�dão de óbito falsa).
O STF e o STJ divergem acerca da possiblidade de desarquivamento quando arquivado por 
manifesta causa excludente da ILICITUDE. A Suprema Corte entende pela possibilidade, já o 
Tribunal Cidadão entende que não. (STF HC 125.101/SP e STJ REsp 791.471/RJ).
Quanto ao arquivamento por excludente de culpabilidade, ainda não há 
entendimento jurisprudencial, mas a doutrina majoritária preleciona que não se admite o 
desarquivamento.
Há uma classificação na doutrina das espécies de arquivamento do inquérito policial, a 
saber: arquivamento implícito/tácito (obje�vo ou subje�vo), arquivamento originário, 
arquivamento indireto e arquivamento provisório.
a) Arquivamento implícito ou tácito: não é admi�do pela doutrina e jurisprudência 
majoritárias e consiste na omissão da denúncia pelo Ministério Público quanto a algum fato 
criminoso (arquivamento implícito obje�vo) e/ou a algum agente do delito (arquivamento 
implícito subje�vo), ou até mesmo a alguns deles.
O STJ entende que no caso de omissão do Ministério Público quanto à fatos que cons�tuem 
infração penal e/ou à agentes do delito, é INCABÍVEL ação penal privada subsidiária da 
pública. (STJ HC 21.074/RJ).
b) Arquivamento indireto: ocorre quando o membro do Ministério Público deixa de 
oferecer denúncia perante o juízo em que atua e oficia pelo declínio da competência, havendo o 
arquivamento indireto neste juízo e, discordando, o juiz entendido por incompetente pelo 
“parquet”, julgando-se competente, poderá se valer do art. 28 do CPP (vulgarmente “promotor do 
28”), conforme entendimento majoritário da doutrina (AVENA e NUCCI) e da jurisprudência (STJ, 
CAT 225/MG).
c) Arquivamento provisório: trata-se de arquivamento dos autos do inquérito policial 
quando ausente alguma condição de procedibilidade, por exemplo, a retratação da 
representação pela ví�ma antes do oferecimento da denúncia de crime de ação penal pública 
condicionada à representação, ocasião em que há o arquivamento provisório (art. 25, CPP). 
d) Arquivamento originário: quando requerido pelo representante do Ministério 
Público nos casos de competência originária nos tribunais (PGJ perante o TJ, PGR perante o STF, 
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
28
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
etc.). Contudo, no caso dos tribunais superiores (STF e STJ), entendem que o requerimento de 
arquivamento deve ser atendido pelo órgão julgador, enquanto que na hipótese de 
requerimento do PGJ, perante os tribunais, o juiz remeterá os autos ao Colégio de Procuradores 
de Jus�ça (art. 12, XI, da LOMP).
O STJ entende que no caso de omissão do Ministério Público quanto à fatos que cons�tuem 
infração penal e/ou à agentes do delito, é INCABÍVEL ação penal privada subsidiária da 
pública. (STJ HC 21.074/RJ).
· Princípio da devolução (art. 28 do CPP): relembrando, o princípio se aplica quando o juiz 
discorda do pedido de arquivamento formulado pelo Ministério Público, ocasião em que remete 
os autos ao Procurador Geral ou a um órgão colegiado de Procuradores do Ministério Público (no 
âmbito do Ministério Público Federal denomina-se Câmara de Coordenação e Revisão). 
Ao receber os autos do inquérito, poderão ser tomadas as seguintes decisões pelo 
Ministério Público:
a) Ra�ficar o requerimento de arquivamento, hipótese em que o órgão julgador, 
mesmo discordando novamente, deverá acatar;
b) Requerer a realização de novas diligências;
c) Oferecer denúncia, acolhendo o entendimento do órgão julgador;
d) Designar outro membro do Ministério Público – na qualidade de longa manus, 
portanto, não deve se abster de cumprir o fim da designação – para oferecer denúncia.
Como regra, não há recurso contra a decisão judicial de arquivamento, contudo, existem 
duas exceções: a) recurso em sen�do estrito da Lei nº 1.508/51 (contravenções do jogo do 
bicho e de aposta de corrida de cavalos fora do hipódromo); b) recurso de o�cio da Lei nº 
1.521/51 (crimes contra a economia popular).
1.25 TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Mesmo sigiloso, o inquérito policial traz um clarividente constrangimento aos 
envolvidos, notadamente o suposto autor dos fatos, de sorte que se se tratar de 
constrangimento ilegal, consistente na instauração arbitrária e despida dos pressupostos 
inerentes ao inquérito policial (indícios de autoria e de materialidade deli�va), é admissível o 
seu trancamento, inclusive por decisão judicial proferida em sede de habeas corpus sempre que 
a inves�gação for infundada e abusiva.
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
29
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
Admite-se o trancamento, também e de forma excepcional, quando restar evidenciado 
de forma cristalina (sem necessidade de dilação probatória) a a�picidade do fato, a falta de justa 
causa para a ação penal e/ou a presença de causa excludente de punibilidade, conforme 
entendimento da Suprema Corte.
1.26 ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL
A atribuição, ou competência administra�va, para a condução do inquérito policial é da 
autoridade policial, assim, não há que se falar em competência propriamente dita (competência 
como parte da jurisdição). 
Vale ressaltar que diligências inves�gatórias pela autoridade policial em outra 
circunscrição independe de precatória ou requisição, mesmo diante das diretrizes abaixo 
demonstradas, conforme art. 22 do CPP.
Há algumas diretrizes que delimitam o campo de atuação da autoridade policial, com 
delimitação territorial onde exerce suas atribuições (circunscrição), nos termos do art. 4º do 
CPP, e de acordo com os seguintes critérios: 
a) territorial (ra�one loci): local de consumação do delito determina a circunscrição 
policial responsável pela apuração do delito; 
b) material (ra�one materiae): corresponde à: b.1) divisão da inves�gação entre as 
polícias judiciárias (Polícia Civil e Polícia Federal), de modo que à Polícia Federal, em tese, 
inves�gar crimes de competência da Jus�ça Federal, e, à Polícia Civil, os demais, excetuados os 
crimes militares; b.2) atribuição das delegacias especializadas (Delegacia de Homicídios, 
Delegacia de Roubos e Furtos, etc.). 
c) em razão da pessoa (ra�one personae): leva-se em consideração alguma 
circunstância da ví�ma com a especialização da autoridade policial e de seus agentes para lidar 
com tais ví�mas. Por exemplo, mulher (Delegacia de Atendimento à Mulher), criança (Delegacia 
de Proteção à Criança e ao Adolescente). 
Não só o inves�gado possui direitos fundamentais, mas a ví�ma também, razão pela qual a 
violação da atribuição ra�one personae é passível de controle judicial por meio de habeas 
corpus, inclusive com o trancamento do inquérito policial, se o caso.
1.27 INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Como é cediço, o CPP é norma infracons�tucionale anterior à CF/88, razão pela qual 
prevalece que o art. 21 do CPP, que prevê a possibilidade de decretação da incomunicabilidade 
ATENÇÃO!
30
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
do indiciado com fundamento no interesse da sociedade ou a conveniência da inves�gação o 
exigir, não foi recepcionado pela Carta Magna, haja vista que em seu art. 136, § 3º, inciso IV, 
sequer permite a medida em estado de exceção (estado de defesa), quando podem ser 
limitados direitos fundamentais, ademais, a Lei Maior assegura a assistência da família e de 
advogado ao preso bem como a comunicação da sua prisão de imediato ao juiz, que hoje 
também se materializa com as audiências de custódia.
O Regime disciplinar diferenciado (RDD) pode ser adotado em prisões cautelares, inclusive 
durante o inquérito policial. Não há previsão da incomunicabilidade do preso para tal 
regime, mas, de acordo com o art. 52 da Lei de Execução Penal, de regras mais rígidas da 
“comunicabilidade” do preso.
1.28. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
Trata-se de um procedimento mais simples que o inquérito policial des�nado à 
apuração das infrações de menor potencial ofensivo, com o resumo das declarações das 
pessoas envolvidas e das testemunhas, determinando-se a realização das perícias necessárias, 
inclusive o exame de corpo de delito, quando deixam ves�gios.
A autoridade policial que tomar conhecimento do fato deve tomar do autuado o 
compromisso de comparecimento ao juizado especial em dia e hora previamente 
determinados. 
Os autos serão reme�dos de imediato ao Juizado Especial Criminal, onde, se o caso, 
serão aplicados os regramentos da Lei nº 9.099/95.
A u�lização eventual de inquérito policial em vez de termo circunstanciado não torna nulo 
o procedimento, nem passível de trancamento.
1.29. OUTROS PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS
O inquérito policial é uma espécie de procedimento de inves�gação de infração 
(penal), assim, há outras espécies de procedimentos inves�gatórios para apurar infrações à lei 
(não só penal), abaixo relacionadas, nos termos do próprio art. 4º, parágrafo único, do CPP. 
a) Inquérito Policial Militar: presidido pela polícia judiciária militar, nos termos do art. 
8º do CPPM;
ATENÇÃO!
ATENÇÃO!
31
b) Inquérito para inves�gar crime pra�cado por juiz ou promotor: presidido pelo 
respec�vo órgão de cúpula, nos termos da LOMAN e da LOMP;
c) Inquérito Civil Público: inves�gação conduzida pelo MP para apurar lesões a 
interesses transindividuais (em tese não criminal);
d) Inquérito Parlamentar: presidido pela Comissão Parlamentar de Inquérito e será 
reme�do ao Ministério Público para que, se o caso, promova a ação penal. Ademais, o poder de 
polícia da Câmara e do Senado abrange a prisão em flagrante e a presidência do inquérito no 
caso de crimes pra�cados em suas dependências (Súmula nº 397 do STF);
e) Inquérito administra�vo para apuração de infrações à ordem econômica, presidido 
pela Superintendência-Geral do CADE.
f) Sindicâncias e processos administra�vos para apuração de falta funcional por 
agentes da Administração Pública
g) Inves�gação conduzida por agentes florestais (IBAMA, etc.);
h) Inquérito conduzido pela Comissão de Inquérito do Banco Central do Brasil. É 
admi�do para embasar a denúncia (Informa�vo nº 578/STF);
i) Inves�gação par�cular: conduzida por par�culares. Vale ressaltar a Lei nº 
13.432/17, que dispõe sobre o exercício da profissão de , prevê em seu art. dete�ve par�cular
5º que o dete�ve par�cular pode colaborar com inves�gação policial em curso, desde que 
expressamente autorizado pelo contratante.
Segundo Eugênio Pacelli, embora a Cons�tuição Federal (art. 144) e a Lei nº 12.850/13 
assegurem caber às polícias judiciárias a inves�gação das infrações penais (art. 144), é bem de 
ver que outras autoridades administra�vas terminam por inves�gar fatos que também 
cons�tuem crimes, desde que orientadas pelas finalidades e atribuições a elas deferidas em 
Lei. Assim, a Receita Federal inves�ga infrações fiscais/tributárias; eventualmente, o 
material então produzido poderá subsidiar ação penal, dado que a ilicitude tributária poderá 
se compa�bilizar com a ilicitude penal.
Com o advento da Lei nº 11.101/05 (Lei de Falências), restou revogado o inquérito judicial 
presidido pelo juiz com contraditório e ampla defesa des�nado à instrução da ação penal. A 
figura do juiz inquisidor restou ex�rpada, também, do an�go regramento de combate às 
organizações criminosas (ADI 1.570-2/04).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
ATENÇÃO!
32
1.30. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
Tema muito polêmico no seio doutrinário e jurisprudencial se trata da legi�midade do 
Ministério Público para conduzir inves�gação criminal, havendo argumentos sólidos tanto 
favoráveis quanto contrários. Contudo, a tendência que se nota na jurisprudência é a de que o 
Ministério Público possui legi�midade para excepcionalmente conduzi-la – inclusive já decidido 
em controle difuso de cons�tucionalidade –, já regulamentada por meio da Resolução nº 
181/17 do CNMP, com os seguintes temperamentos:
a) Observância dos direitos e garan�as fundamentais dos inves�gados;
b) Os atos inves�gatórios devem ser necessariamente documentados e pra�cados 
por membros do MP;
c) Observância da cláusula de reserva de jurisdição, quando assim o exigir (ex: 
interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário etc);
d) Respeito às prerroga�vas profissionais asseguradas por lei aos advogados;
e) Deve ser assegurada a garan�a, diante também do con�do no art. 7º, IV, do EOAB, 
prevista na Súmula vinculante 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento inves�gatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito 
de defesa;
f) A inves�gação deve ser realizada dentro de prazo razoável;
g) Os atos de inves�gação conduzidos pelo MP estão sujeitos ao permanente controle 
do Poder Judiciário.
TESE FAVORÁVEL
A exclusividade mencionada no art. 144 serve 
para excluir os demais órgãos de polícia citados 
nos demais incisos em relação à União. Ademais, 
a função da polícia judiciária não se confunde 
com a polícia inves�ga�va, para qual não foi 
atribuída exclusividade.
Dos disposi�vos cons�tucionais acerca do MP é 
possível inferir tal possibilidade (teoria dos 
poderes implícitos). Ademais, o CPP e outras leis 
admitem a inves�gação pelo MP.
Argumento superado pela Resolução 13/06 do 
CNMP, que estabelece regras para a inves�gação 
criminal pelo MP.
TESE CONTRÁRIA
A i nve s� ga ç ã o c r i m i n a l p e r te n c e c o m 
exclusividade à Polícia Judiciária, consoante se 
extrai do art. 144, §1º, IV, da CF, pois cabe à 
Polícia Federal exercer com exclusividade as 
funções da polícia judiciária da União.
Ausência de previsão cons�tucional ao Ministério 
Público, mesmo disciplinando vastos poderes à 
ins�tuição permanente.
Fa l ta d e re g u l a m e nta çã o d a a� v i d a d e 
inves�ga�va pelo MP.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
33
Não há incompa�bilidade, no sistema acusatório, 
entre as funções de acusar e inves�gar, até porque 
a inves�gação é dirigida ao MP.
A inves�gação feita pelo MP sofre controle 
judicial, pois há cláusulas de reserva de jurisdição, 
sofre controle interno pela Corregedoria e é 
controlada pelo CNMP.
O MP é órgão imparcial que deve estar atento ao 
cumprimento da lei, podendo inclusive requerer 
o arquivamento. Súmula 234 do STJ: “a 
par�cipação do MP na inves�gação não acarreta 
suspeição ou impedimento paraa denúncia”.
O IP é todo dirigido ao MP, ele deve se valer de 
todas as provas produzidas, inclusive as que 
beneficiarem o réu, sob pena de responder por 
abusos.
A polícia também teria mais armas que o 
inves�gado. Ademais, enquanto não apurado o 
fato, o MP estaria em desvantagem.
A inves�gação pelo MP só se dá se for mais eficiente 
que aquela do IP. Não obje�va esvaziar as atribuições 
da polícia. Em geral, é eficiente nos crimes come�dos 
por policiais ou por autoridades polí�cas poderosas.
As funções de inves�gar e acusar não poderiam se 
concentrar no mesmo órgão.
A inves�gação real izada pelo MP ser ia 
descontrolada.
Violação da imparcialidade do MP.
O MP tenderia a só produzir provas que 
beneficiassem a acusação
Violação do princípio da paridade de armas.
O MP poderia escolher o crime a ser inves�gado.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
34
2. LEGISLAÇÃO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, ins�tuída por lei como órgão permanente, organizado e 
man�do pela União e estruturado em carreira, des�na-se a: (Redação dada pela Emenda 
Cons�tucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem polí�ca e social ou em detrimento de bens, 
serviços e interesses da União ou de suas en�dades autárquicas e empresas públicas, assim 
como outras infrações cuja prá�ca tenha repercussão interestadual ou internacional e exija 
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando 
e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respec�vas 
áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marí�ma, aeroportuária e de fronteiras; 
 IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
(...)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, 
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações 
penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; 
aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução 
de a�vidades de defesa civil.
(...)
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
35
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas 
respec�vas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste ar�go não excluirá a de autoridades 
administra�vas, a quem por lei seja come�da a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de o�cio;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento 
do ofendido ou de quem �ver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais caracterís�cos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os mo�vos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para 
o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que �ver conhecimento da existência de infração penal em que 
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e 
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá 
sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que �ver conhecimento da prá�ca da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que �verem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título 
Vll, deste Livro, devendo o respec�vo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe 
tenham ouvido a leitura;
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
36
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras 
perícias;
VIII - ordenar a iden�ficação do indiciado pelo processo da�loscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, 
sua condição econômica, sua a�tude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e 
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e 
caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respec�vas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado 
pela pessoa presa. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido pra�cada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não 
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste 
Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou 
da�lografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado �ver sido preso em 
flagrante, ou es�ver preso preven�vamente, contado o prazo, nesta hipótese, a par�r do dia 
em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando es�ver solto, mediante 
fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que �ver sido apurado e enviará autos ao juiz 
competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não �verem sido inquiridas, 
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de di�cil elucidação, e o indiciado es�ver solto, a autoridade poderá 
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no 
prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a 
uma ou outra.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
37
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos 
processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridadesjudiciárias;
IV - representar acerca da prisão preven�va.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no8.069, de 
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o 
delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da 
inicia�va privada, dados e informações cadastrais da ví�ma ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e
III - a iden�ficação da unidade de polícia judiciária responsável pela inves�gação. 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de 
pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão REQUISITAR, 
mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou 
telemá�ca que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, 
informações e outros – que permitam a localização da ví�ma ou dos suspeitos do delito em 
curso. 
§ 1º Para os efeitos deste ar�go, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, 
setorização e intensidade de radiofrequência. 
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permi�rá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de 
autorização judicial, conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 
30 (trinta) dias, RENOVÁVEL por uma única vez, por igual período; 
 III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de 
ordem judicial
§ 3º Na hipótese prevista neste ar�go, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo 
de (setenta e duas) horas, contado do registro da respec�va ocorrência policial.72 
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
38
requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemá�ca que 
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e 
outros – que permitam a localização da ví�ma ou dos suspeitos do delito em curso, com 
imediata comunicação ao juiz. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, 
senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por 
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de 
outras provas �ver no�cia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão reme�dos ao 
juízo competente, onde aguardarão a inicia�va do ofendido ou de seu representante legal, ou 
serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou 
exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade 
policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito 
contra os requerentes.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente 
será permi�da quando o interesse da sociedade ou a conveniência da inves�gação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por 
despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do 
Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no ar�go 89, inciso III, do 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, 
a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, 
ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou 
requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre 
qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial 
oficiará ao Ins�tuto de Iden�ficação e Esta�s�ca, ou repar�ção congênere, mencionando o 
juízo a que �verem sido distribuídos, e os dados rela�vos à infração penal e à pessoa do 
indiciado.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
39
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insis�rá no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender.
(...)
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório 
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informa�vos 
colhidos na inves�gação, ressalvadas as provas cautelares, não repe�veis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições 
estabelecidas na lei civil. 
Art. 158. Quando a infração deixar ves�gios, será indispensável o exame de corpo de delito, 
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
CÓDIGO PENAL
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de 
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio 
a saber , ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que quem é o autor do crime
se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
ESTATUTO DO DELEGADO DE POLÍCIA - Lei nº 12.830/13
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a inves�gação criminal conduzida pelo delegado de polícia. 
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo 
delegado de polícia são de natureza jurídica, . essenciais e exclusivas de Estado
§1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da inves�gação 
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como 
obje�vo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
 §2º Durante a inves�gação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, 
informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
§3º (VETADO).
§4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser 
avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por 
mo�vo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em 
regulamento da corporação que prejudique a eficácia da inves�gação.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br40
§5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado.
§6º O indiciamento, priva�vo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, 
mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas 
circunstâncias.
Art. 3º O cargo de delegado de polícia é priva�vo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser 
dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da 
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 
(Lei nº 8.906/94)
Art. 7º São direitos do advogado:
(...)
XIV - examinar, em qualquer ins�tuição responsável por conduzir inves�gação, mesmo sem 
procuração, autos de flagrante e de inves�gações de qualquer natureza, findos ou em 
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar 
apontamentos, em meio �sico ou digital; 
XXI - assis�r a seus clientes inves�gados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade 
absoluta do respec�vo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os 
elementos inves�gatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou 
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respec�va apuração
a) apresentar razões e quesitos; 
b) (VETADO). 
(...)
§10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos 
direitos de que trata o inciso XIV.
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
41
3. JURISPRUDÊNCIA
ENUNCIADOS DE SÚMULAS DO STF
Súmula Vinculante nº 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento inves�gatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa.
Súmula nº 523: No processo penal, a falta da defesa cons�tui nulidade absoluta, mas a sua 
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Súmula nº 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do 
Promotor de Jus�ça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Súmula 568 (SUPERADA): A iden�ficação criminal não cons�tui constrangimento ilegal, ainda 
que o indiciado já tenha sido iden�ficado civilmente. O enunciado foi editado antes da Lei nº 
12.037/09.
Súmula nº 594: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
Súmula nº 699: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do 
processo, mas se recusando o Promotor de Jus�ça a propô-la, o Juiz, dissen�ndo, remeterá a 
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
ENUNCIADOS DE SÚMULAS DO STJ
Súmula nº 343: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo 
administra�vo disciplinar.
Súmula nº 444: É vedada a u�lização de inquéritos policiais e ações penais em curso para 
agravar a pena-base.
Súmula nº 455: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a jus�ficando unicamente o mero 
decurso do tempo.
JULGADOS DO STF
Informa�vo nº 580. Habeas corpus. Cons�tucional e processual penal. Possibilidade de 
denúncia anônima, desde que acompanhada de demais elementos colhidos a par�r dela. 
Instauração de inquérito. Quebra de sigilo telefônico. Trancamento do inquérito. Denúncia 
recebida. Inexistência de constrangimento ilegal. 1. O precedente referido pelo impetrante na 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
42
inicial (HC nº 84.827/TO, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 23/11/07), de fato, assentou o 
entendimento de que é vedada a persecução penal iniciada com base, exclusivamente, em 
denúncia anônima. Firmou-se a orientação de que a autoridade policial, ao receber uma 
denúncia anônima, deve antes realizar diligências preliminares para averiguar se os fatos 
narrados nessa “denúncia” são materialmente verdadeiros, para, só então, iniciar as 
inves�gações. 2. No caso concreto, ainda sem instaurar inquérito policial, policiais federais 
diligenciaram no sen�do de apurar as iden�dades dos inves�gados e a veracidade das 
respec�vas ocupações funcionais, tendo eles confirmado tratar-se de oficiais de jus�ça 
lotados naquela comarca, cujos nomes eram os mesmos fornecidos pelos “denunciantes”. 
Portanto, os procedimentos tomados pelos policiais federais estão em perfeita consonância 
com o entendimento firmado no precedente supracitado, no que tange à realização de 
diligências preliminares para apurar a veracidade das informações ob�das anonimamente e, 
então, instaurar o procedimento inves�gatório propriamente dito. 3. Habeas corpus 
denegado.
Informa�vo nº 717. DIREITO PROCESSUAL PENAL - INDICIAMENTO POR MAGISTRADO: 
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA. REQUISIÇÃO DE 
INDICIAMENTO PELO MAGISTRADO APÓS O RECEBIMENTO DENÚNCIA. MEDIDA 
INCOMPATÍVEL COM O SISTEMA ACUSATÓRIO IMPOSTO PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988. 
INTELIGÊNCIA DA LEI 12.830/2013. . CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO
SUPERAÇÃO DO ÓBICE CONSTANTE NA SÚMULA 691. ORDEM CONCEDIDA. 1. Sendo o ato de 
indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade policial, não existe fundamento jurídico 
que autorize o magistrado, após receber a denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o 
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, requisição dessa natureza é incompa�vel com o 
sistema acusatório, que impõe a separação orgânica das funções concernentes à persecução 
penal, de modo a impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à função inves�gatória. 
Doutrina. Lei 12.830/2013. 2. Ordem concedida. (STF. 2a Turma. HC 115015/SP, rel. Min. Teori 
Zavascki, julgado em 27/8/2013)
Informa�vo nº 741. PROCESSO PENAL - RECEBIMENTO DIRETO DE INQUÉRITO POLICIAL E 
REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES PELO MINISTÉRIO PÚBLICO: Em conclusão de julgamento, o 
Plenário, por maioria, julgou procedente, em parte, pedido formulado em ação direta para 
declarar a incons�tucionalidade do inciso IV art. 35 da Lei Complementar 106/2003, do Estado 
do Rio de Janeiro (“Art. 35. No exercício de suas funções, cabe ao Ministério Público: ... IV - 
receber diretamente da Polícia Judiciária o inquérito policial, tratando-se de infração de ação 
penal pública”) — v. Informa�vo 391. O Tribunal reconheceu o caráter procedimental do 
inquérito e afastou a apontada ofensa à competência priva�va da União para legislar sobre 
direito processual (CF, art. 22, I). Entretanto, entendeu violado o § 1º do art. 24 da CF, porquanto 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
43
o ato atacado dispõe de forma diversa do que estabelecido pela norma geral editada pela União 
sobre a matéria, qual seja, o § 1º do art. 10 do CPP [“Art. 10. O inquérito deverá terminar no 
prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado �ver sido preso em flagrante, ou es�ver preso 
preven�vamente, contado o prazo, nesta hipótese, a par�r do dia em que se executar a 
ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando es�ver solto, mediante fiança ou sem 
ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que �ver sido apurado e enviará autos ao juiz 
competente”]. Por outro lado, a Corte afirmou a cons�tucionalidade do inciso V do art. 35 da lei 
em questão (“V- requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 
trinta dias, tratando-se de indiciado solto mediante fiança ou sem ela”). Asseverou compe�r 
ao Ministério Público o controle externo da a�vidade policial, a teor do disposto no art. 129, VII, 
da CF (“Art. 129. São funçõesins�tucionais do Ministério Público: ... VII - exercer o controle 
externo da a�vidade policial, na forma da lei complementar mencionada no ar�go anterior”). 
Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Celso de Mello, que 
julgavam improcedente o pleito. (ADI 2886/RJ, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o acórdão Min. 
Joaquim Barbosa, 3.4.2014)
Informa�vo nº 785. (...) O Ministério Público dispõe de competência para promover, por 
autoridade própria, e por prazo razoável, inves�gações de natureza penal, desde que 
respeitados os direitos e garan�as que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa 
sob inves�gação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva 
cons�tucional de jurisdição e, também, as prerroga�vas profissionais de que se acham 
inves�dos, em nosso País, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, 
III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrá�co 
de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados 
(Enunciado 14 da Súmula Vinculante), pra�cados pelos membros dessa Ins�tuição. (STF. 
Plenário. RE 593727/MG, Rei. Orig. Min. Cezar Peluso, Red. p/ acórdão Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 14/5/2015).
Informa�vo nº 796. DIREITO PROCESSUAL PENAL - INQUÉRITO POLICIAL: Habeas corpus. 
Processual Penal Militar. Tenta�va de homicídio qualificado (CP, art. 121, § 2º, inciso IV, c/c o 
art. 14, inciso II). Arquivamento de Inquérito Policial Militar, a requerimento do Parquet Militar. 
Conduta acobertada pelo estrito cumprimento do dever legal. Excludente de ilicitude (CPM, 
art. 42, inciso III). Não configuração de coisa julgada material. Entendimento jurisprudencial da 
Corte. Surgimento de novos elementos de prova. Reabertura do inquérito na Jus�ça comum, a 
qual culmina na condenação do paciente e de corréu pelo Tribunal do Júri. Possibilidade. 
Enunciado da Súmula nº 524/STF. Ordem denegada. 1. O arquivamento de inquérito, a pedido 
do Ministério Público, em virtude da prá�ca de conduta acobertada pela excludente de 
ilicitude do estrito cumprimento do dever legal (CPM, art. 42, inciso III), não obsta seu 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
44
desarquivamento no surgimento de novas provas (Súmula nº 524/STF). Precedente. 2. 
Inexistência de impedimento legal para a reabertura do inquérito na seara comum contra o 
paciente e o corréu, uma vez que subsidiada pelo surgimento de novos elementos de prova, 
não havendo que se falar, portanto, em invalidade da condenação perpetrada pelo Tribunal do 
Júri. 3. Ordem denegada. (HC 125101/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. 
Dias Toffoli, 25.8.2015).
Informa�vo nº 819. DIREITO PENAL - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA: HABEAS 
CORPUS. PROCESSO PENAL. SUBSTITUTIVO DE RECURSO CONSTITUCIONAL. INADEQUAÇÃO 
DA VIA ELEITA. CRIMES FISCAIS. QUADRILHA. CORRUPÇÃO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. 
DENÚNCIA ANÔNIMA. ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS. INCONSTITUCIONALIDADE 
SUPERVENIENTE DE TRIBUTOS TIDOS COMO SONEGADOS. 1. Contra a denegação de habeas 
corpus por Tribunal Superior prevê a Cons�tuição Federal remédio jurídico expresso, o recurso 
ordinário. Diante da dicção do art. 102, II, a, da Cons�tuição da República, a impetração de novo 
habeas corpus em caráter subs�tu�vo escamoteia o ins�tuto recursal próprio, em manifesta 
burla ao preceito cons�tucional. 2. No�cias anônimas de crime, desde que verificada a sua 
credibilidade por apurações preliminares, podem servir de base válida à inves�gação e à 
persecução criminal. 3. Apesar da jurisprudência desta Suprema Corte condicionar a 
persecução penal à existência do lançamento tributário defini�vo (Súmula vinculante nº 24), 
o mesmo não ocorre quanto à inves�gação preliminar. 4. A validade da inves�gação não está 
condicionada ao resultado, mas à observância do devido processo legal. Se o emprego de 
método especial de inves�gação, como a interceptação telefônica, foi validamente autorizado, 
a descoberta fortuita, por ele propiciada, de outros crimes que não os inicialmente previstos 
não padece de vício, sendo as provas respec�vas passíveis de ser consideradas e valoradas no 
processo penal. 5. Fato ex�n�vo superveniente da obrigação tributária, como o pagamento ou 
o reconhecimento da invalidade do tributo, afeta a persecução penal pelos crimes contra a 
ordem tributária, mas não a imputação pelos demais delitos, como quadrilha e corrupção. 6. 
Habeas corpus ex�nto sem resolução de mérito, mas com concessão da ordem, em parte, de 
o�cio. (STF. 1ª Turma. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/3/2016)
Informa�vo nº 824. DIREITO PROCESSUAL PENAL - INQUÉRITO POLICIAL: RECURSO 
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIMES DE CORRUPÇÃO PASSIVA, PECULATO E 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. DESCABIMENTO DE IMPETRAÇÃO CONTRA DECISÃO 
MONOCRÁTICA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA: SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. ALEGAÇÃO DE 
SUSPEIÇÃO DE DELEGADO DE POLÍCIA E NULIDADE DAS PROVAS: IMPROCEDÊNCIA, 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA E PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. RECURSO ORDINÁRIO 
DESPROVIDO. 1. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sen�do de que o não 
exaurimento da jurisdição nas instâncias antecedentes, configurada pela não interposição de 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
45
agravo regimental da decisão monocrá�ca pela qual se negou seguimento ao habeas corpus, 
configura óbice ao conhecimento das ações e recursos posteriores, por inobservância ao 
princípio da colegialidade. Precedentes. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
estabelece que a suspeição de autoridade policial não é mo�vo de nulidade do processo, pois 
o inquérito é mera peça informa�va, de que se serve o Ministério Público para o início da ação 
penal. Precedentes. 3. É inviável anulação do processo penal por alegada irregularidade no 
inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada neste Supremo Tribunal, as nulidades 
processuais concernem tão somente aos defeitos de ordem jurídica pelos quais afetados os 
atos pra�cados ao longo da ação penal condenatória. Precedentes. 4. Recurso ordinário 
desprovido. (STF. 2ª Turma. RHC 131450/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/5/2016)
Informa�vo nº 812. Agravo regimental. Inquérito. Diligências. Requerimento pelo Ministério 
Público. Deferimento, desde logo, pelo Relator. Admissibilidade. Pretendida manifestação 
prévia da defesa a respeito desse requerimento e dos documentos que o instruíram. 
Descabimento. Inaplicabilidade do princípio do contraditório na fase da inves�gação 
preliminar. Impossibilidade de a defesa controlar, ex ante, a inves�gação, restringindo os 
poderes instrutórios do relator do feito. Direito de ter acesso às provas já produzidas e 
formalmente incorporadas ao procedimento inves�gatório. Súmula Vinculante nº 14 do 
Supremo Tribunal Federal. Recurso não provido. 1. O Supremo Tribunal Federal firmou o 
entendimento de que o inquérito policial é peça meramente informa�va, não susce�vel de 
contraditório. Precedentes. 2. Não cabe à defesa controlar, ex ante, a inves�gação, de modo a 
restringir os poderes instrutórios do relator do feito para deferir, desde logo, as diligências 
requeridas pelo Ministério Público que entender per�nentes e relevantes para o 
esclarecimento dos fatos. 3. Assim, carece de fundamento a pretensão de que seja concedida 
à inves�gada a oportunidade de se manifestar previamente sobre relatório de análise de 
informações bancárias e requerimento de diligências com base nele formulado pelo 
Ministério Público Federal. 4. A Súmula Vinculante nº 14 do Supremo Tribunal Federal 
assegura ao defensor legalmente cons�tuído do inves�gado o direito de pleno acesso ao 
inquérito,desde que se trate de provas já produzidas e formalmente incorporadas ao 
procedimento inves�gatório, excluídas, consequentemente, as informações e providências 
inves�gatórias ainda em curso de execução e, por isso mesmo, não documentadas no próprio 
inquérito. (HC nº 93.767, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 1º/4/14). 5. 
Agravo regimental não provido. (STF. 2ª Turma. Inq 3387 AgR/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 15/12/2015).
Informa�vo nº 825. “Em regra, a autoridade com foro por prerroga�va de função pode ser 
indiciada. Existem duas previstas em lei de autoridades que não podem ser exceções
indiciadas: a) (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Magistrados Ministério 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
46
Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93). 
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com 
foro por prerroga�va de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade 
policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade”. 
(Decisão monocrá�ca. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016).
Informa�vo nº 826. DIREITO CONSTITUCIONAL - MINISTÉRIO PÚBLICO: Ementa: 
CONSTITUCIONAL. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE MINISTÉRIOS PÚBLICOS. MINISTÉRIO 
PÚBLICO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. LEGITIMIDADE DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROMOVER A TUTELA COLETIVA DE DIREITOS INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS DOTADOS DE RELEVÂNCIA SOCIAL. POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO PARQUET 
EM FAVOR DE MUTUÁRIOS EM CONTRATOS DE FINANCIAMENTO PELO SISTEMA FINANCEIRO 
DE HABITAÇÃO. QUESTÃO PRELIMINAR. ALCANCE DO ARTIGO 102, INCISO I, ALÍNEA F DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DISPOSITIVO DIRECIONADO PARA ATRIBUIR COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA AO STF EM CASOS DE CONFLITO FEDERATIVO. REVISITAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA 
ASSENTADA PELA CORTE (ACO 1.109/SP E PET 3.528/BA). MERO CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES 
QUANTO À ATUAÇÃO ENTRE DIFERENTES ÓRGÃOS MINISTERIAIS DA FEDERAÇÃO. SITUAÇÃO 
INSTITUCIONAL E NORMATIVA INCAPAZ DE COMPROMETER O PACTO FEDERATIVO AFASTA A 
REGRA QUE ATRIBUI COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA AO STF. NÃO CONHECIMENTO DA AÇÃO CÍVEL 
ORIGINÁRIA E REMESSA DOS AUTOS AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA (PGR) – 
(PRECEDENTE FIXADO PELA ACO 1.394/RN). 1. In casu: (i) cuida-se de conflito nega�vo de 
atribuições entre diferentes órgãos do ministério público para se definir a legi�midade para a 
instauração de Inquérito Civil em inves�gação de possível superfaturamento na construção de 
conjuntos habitacionais no Município de Umuarama/PR; e (ii) há suspeita de que construtoras 
ob�veram, por intermédio da Caixa Econômica Federal, verbas do Sistema Financeiro de 
Habitação, em valor superior ao necessário para a construção dos conjuntos habitacionais, 
excesso esse que teria sido repassado aos mutuários da CEF. 2. Em sede preliminar, o tema 
enseja revisitação da jurisprudência assentada por esta Corte (ACO 1.109/SP e, 
especificamente, PET 3.528/BA), para não conhecer da presente Ação Cível Originária (ACO). 
Nesses precedentes, firmou-se o entendimento no sen�do de que simples existência de 
conflito de atribuições entre Ministérios Públicos vinculados a entes federa�vos diversos não é 
apta, per si, para promover a configuração de �pico conflito federa�vo, nos termos da alínea f 
do Inciso I do art. 102 da Cons�tuição da República Federa�va do Brasil de 1988 (CRFB/1988). O 
caso dos autos remete, consectariamente, a mero conflito de atribuições entre órgãos 
ministeriais vinculados a diferentes entes federa�vos. 3. Em conclusão, essa situação 
ins�tucional e norma�va é incapaz de comprometer o pacto federa�vo e, por essa razão, 
afasta a regra que, em tese, atribui competência originária ao STF. Ademais, em consonância 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
47
com o entendimento firmado por este Tribunal no julgamento da ACO 1.394/RN, o caso é de 
não conhecimento da ação cível originária, com a respec�va remessa dos autos ao 
Procurador-Geral da República para a oportuna resolução do conflito de atribuições. (ACO 
924, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 19/05/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-204 DIVULG 23-09-2016 PUBLIC 26-09-2016).
Pet 3943/MG - INQUÉRITO POLICIAL. Arquivamento. Requerimento do Procurador-Geral da 
República. Pedido fundado na alegação de a�picidade dos fatos. Formação de coisa julgada 
material. Não atendimento compulsório. Necessidade de apreciação e decisão pelo órgão 
jurisdicional competente. Inquérito arquivado. Precedentes. O pedido de arquivamento de 
inquérito policial, quando não se baseie em falta de elementos suficientes para oferecimento 
de denúncia, mas na alegação de a�picidade do fato, ou de ex�nção da punibilidade, não é de 
atendimento compulsório, senão que deve ser objeto de decisão do órgão judicial 
competente, dada a possibilidade de formação de coisa julgada material. (STF – Pet: 3943 
MG, Relator: Cezar Peluso, Data de Julgamento: 14/04/2008, Tribunal Pleno, Data de 
Publicação: DJe-092, Divulgação 21-05-2008, Publicação 23-05-2008, EMENT VOL-02320-02 
PP-00223).
HC 130038/DF - Habeas corpus. Processual penal. Produção antecipada de prova testemunhal 
(art. 366, CPP). Inexistência de demonstração da necessidade concreta da medida. Invocação 
de fórmulas de es�lo genéricas aplicáveis a todo e qualquer caso. Inadmissibilidade. Flagrante 
ilegalidade caracterizada. Writ concedido. 1. A decisão que determina a produção antecipada 
da prova testemunhal deve demonstrar a presença dos requisitos previstos no art. 225 do 
Código de Processo Penal. 2. Firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sen�do de que 
"[s]e o acusado, citado por edital, não comparece nem cons�tui advogado, pode o juiz, 
suspenso o processo, determinar produção antecipada de prova testemunhal, apenas quando 
esta seja urgente nos termos do art. 225 do Código de Processo Penal". Precedentes. 3. Na 
espécie, o juízo de primeiro grau valeu-se de fórmulas de es�lo, genéricas, aplicáveis a todo e 
qualquer caso, sem indicar os elementos fá�cos concretos que pudessem autorizar a medida. 
4. Ausente a indicação de circunstância excepcional que jus�ficasse a antecipação da 
produção da prova testemunhal, há que se reconhecer a ilegalidade da colheita antecipada 
da prova oral na hipótese em exame. 5. Ordem concedida. (STF – HC: 130038 DF – DISTRITO 
FEDERAL 0005924-78.2015.1.00.0000, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Publicação: DJe-
250 14/12/2015)
Informa�vo nº 858: PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. LEGÍTIMA 
DEFESA . FRAUDE PROCESSUAL. ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLIC IAL . 
DESARQUIVAMENTO POSTERIOR. NOVOS ELEMENTOS DE CONVICÇÃO COLHIDOS PELO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. I – O arquivamento de inquérito 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
48
policial não faz coisa julgada nem causa a preclusão. II – Contrariamente ao que ocorre 
quando o arquivamento se dá por a�picidade do fato, a superveniência de novas provas 
rela�vamente a alguma excludente de ilicitude admite o desencadeamento de novas 
inves�gações. III – Ordem denegada. (STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 23/3/2017).
Rcl 25012 AgR. AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. PROCESSO PENAL. DECISÃO 
MONOCRÁTICA. INEXISTÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO APTA A MODIFICÁ-LA. MANUTENÇÃO DA 
NEGATIVA DE SEGUIMENTO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO À SÚMULA VINCULANTE 14. 
INEXISTÊNCIA. DILIGÊNCIAS EM CURSO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A inexistência 
de argumentação apta a infirmar o julgamento monocrá�co conduz à manutenção da decisão 
recorrida. 2. Autos de inquéritopolicial que estavam circunstancialmente indisponíveis em 
razão da pendência de realização de diligência sigilosa. Além disso, os autos encontravam-se 
fisicamente em poder da autoridade policial, providência que, temporariamente, impedia o 
imediato acesso da defesa. Razões a�nentes à gestão processual que evidenciam ausência de 
demonstração inequívoca de atos violadores da Súmula Vinculante 14. 3. Agravo regimental 
desprovido. (Rcl 25012 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 
14/03/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-058 DIVULG 24-03-2017 PUBLIC 27-03-2017)
HC 138507. HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL E PENAL. WRIT SUBSTITUTO DE RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO: ADMISSIBILIDADE. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL: AUSÊNCIA 
DOS REQUISITOS AUTORIZADORES. ORDEM DENEGADA. I - Embora o presente habeas corpus 
tenha sido impetrado em subs�tuição a recurso extraordinário, esta Segunda Turma não opõe 
óbice ao seu conhecimento. II - O trancamento de inquérito policial pela via do habeas corpus, 
segundo pacífica jurisprudência desta Suprema Corte, cons�tui medida excepcional só 
admissível quando evidente a falta de justa causa para o seu prosseguimento, seja pela 
inexistência de indícios de autoria do delito, seja pela não comprovação de sua 
materialidade, seja ainda pela a�picidade da conduta do inves�gado. III - As decisões 
comba�das harmonizam-se com a jurisprudência desta Suprema Corte, pois, evidenciada 
possível ocorrência de fato �pico, mostra-se inidônea a via do habeas corpus para o 
trancamento de inves�gação policial, que cons�tui, como já afirmado, medida de natureza 
excepcional. IV – Ordem denegada. (HC 138507, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, 
Segunda Turma, julgado em 27/06/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 03-08-2017 
PUBLIC 04-08-2017)
Rcl 24768-AgR. AGRAVO INTERNO. RECLAMAÇÃO. ALEGADA OFENSA À SÚMULA VINCULANTE 
24. INEXISTÊNCIA NO CASO CONCRETO. 1. A instauração de inquérito policial para apurar 
outros crimes, além do previsto no art. 1º da Lei 8.137/1990, não ofende o estabelecido no 
que enunciado pela Súmula Vinculante 24. 2. Reclamação, cuja finalidade tem previsão 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
49
cons�tucional taxa�va, não admite o aprofundamento sobre matérias fá�cas. 3. A concessão 
de habeas corpus ex officio pelo STF somente é cabível nas hipóteses em que ele poderia 
concedê-lo a pedido (art. 102, I, 'i', da Cons�tuição Federal), sob pena de supressão de 
instância. 4. Agravo interno a que se nega provimento. (Rcl 24768 AgR, Relator(a): Min. 
ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 21/08/2017, PROCESSO ELETRÔNICO 
DJe-197 DIVULG 31-08-2017 PUBLIC 01-09-2017)
RMS 33995 AgR. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. PENAL E PROCESSO PENAL. ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL A PEDIDO 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO. FALTA DE INDÍCIOS DE MATERIALIDADE E AUTORIA. TERATOLOGIA. 
AUSÊNCIA. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROVIDO. 1. É manifestamente inadmissível o mandado de segurança contra ato 
jurisdicional, exceto em caso de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão ques�onada. 
Precedente: MS 30.669-ED, Tribunal Pleno, DJe de 06/04/2016. 2. A admissão do mandado de 
segurança contra decisão judicial pressupõe, exclusivamente: i) não caber recurso, com vistas a 
integrar ao patrimônio do impetrante o direito líquido e certo a que supostamente aduz ter 
direito; ii) não ter havido o trânsito em julgado; e iii) tratar-se de decisão manifestamente ilegal 
ou teratológica. Precedente: RMS 32.932-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 
25/02/2016. 3. A pretensão de revolvimento do contexto fá�co-probatório revela-se 
manifestamente incabível em sede de mandado de segurança, conforme consolidada 
jurisprudência: RMS 33.937, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 06/09/2016; RMS 
32.811-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 28/10/2016. 4. In casu, o Juízo de primeira 
instância acolheu pedido de arquivamento de inquérito policial formulado pelo Ministério 
Público, em decisão juridicamente fundamentada e subme�da à revisão do Tribunal de 
Jus�ça do Distrito Federal e Territórios e do Superior Tribunal de Jus�ça, que atuaram 
legi�mamente no exercício de suas competências, observados os limites legais. 5. Deveras, o 
Superior Tribunal de Jus�ça, no âmbito do MS 21.081-DF, evidenciou a inexistência de 
teratologia, ilegalidade ou abuso de poder na decisão proferida pelo juízo de primeira 
instância. Consignou, ainda, a ausência de direito líquido e certo da impetrante, tendo em 
vista que a decisão de arquivamento de inquérito a requerimento do Parquet, �tular da ação 
penal pública, não está sujeita a impugnação quanto ao mérito. 6. Para superar o 
entendimento firmado nas instâncias a quo, seria necessário o revolvimento do contexto 
fá�co-probatório, manifestamente inviável em sede de Recurso em Mandado de Segurança. 7. 
Agravo regimental a que se NEGA PROVIMENTO. (RMS 33995 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, 
Primeira Turma, julgado em 01/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-222 DIVULG 28-09-2017 
PUBLIC 29-09-2017)
MS 35216-AgR. AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CÂMARA DOS 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
50
DEPUTADOS. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – CPI. FUNAI E INCRA 2. 
DELIBERAÇÕES. RELATÓRIO FINAL. ENCAMINHAMENTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO E OUTROS 
ÓRGÃOS ESTATAIS. POSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DA CPI. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. 
INCOGNOSCIBILIDADE DO MANDAMUS. LEGALIDADE DO ENCAMINHAMENTO AO 
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL. ART. 58, § 3º, DA CRFB/88. ART. 6º-A DA LEI 1.579/52, 
INCLUÍDO PELA LEI 13.367/2016. PRECEDENTES. SÚMULA 266 DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. MANDADO DE SEGURANÇA NÃO CONHECIDO. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A 
aprovação do Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito, no dia 30.05.2017, e a 
consequente ex�nção da CPI Funai/Incra 2, ensejam a perda do objeto do presente mandamus, 
por ocasionar a impossibilidade de impugnação de quaisquer de seus atos potencialmente 
lesivos. Precedentes: MS 25.459 AgR, Relator Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJe 
12.03.2010, MS 26.024 AgR, Relator Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, DJ 13.04.2007, MS 
23.852 QO, Relator Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 24.08.2001. 2. As Comissões 
Parlamentares de Inquérito – CPI possuem permissão legal para encaminhar relatório 
circunstanciado não só ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, mas, também, a 
outros órgãos públicos, podendo veicular, inclusive, documentação que possibilite a 
instauração de inquérito policial em face de pessoas envolvidas nos fatos apurados (art. 58, § 
3º, CRFB/88, c/c art. 6º-a da Lei 1.579/52, incluído pela Lei 13.367/2016). 3. O mandado de 
segurança não pode ser u�lizado como mecanismo de controle abstrato da validade 
cons�tucional das leis e dos atos norma�vos em geral, posto não ser sucedâneo da ação direta 
de incons�tucionalidade. Precedentes: MS 32.809 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda 
Turma, DJe 30.10.2014, e MS 25.456 AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, DJ 09.12.2005. 
4. Agravo interno a que se NEGA PROVIMENTO. (MS 35216 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, 
Tribunal Pleno, julgado em 17/11/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-268 DIVULG 24-11-2017 
PUBLIC 27-11-2017)
Informa�vo nº 888. DIREITO CONSTITUCIONAL – IMUNIDADE FORMAL. Imunidade formal do 
Presidente da República e aplicabilidade a codenunciados A imunidade formal prevista no art. 
51, I, e no art. 86, “caput”, da Cons�tuição Federal (1) (2), tem por finalidade tutelar o 
exercício regular dos cargos de Presidente da República e de Ministro de Estado, razão pela 
qual não é extensível a codenunciadosque não se encontram inves�dos em tais funções.(...). 
(Inq 4483 AgR-segundo-DF e Inq 4327 AgR-segundo-DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 
14 e 19.12.2017).
JULGADOS DO STJ
Informa�vo nº 519. DIREITO ADMINISTRATIVO. OBRIGATORIEDADE DE O JUIZ REMETER 
CÓPIAS DOS AUTOS AO MP QUANDO VERIFICAR A EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE CRIME: A 
abertura de vista ao Ministério Público para eventual instauração de procedimento criminal, 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
51
após a verificação nos autos, pelo magistrado, da existência de indícios de crime de ação 
penal pública, não é suficiente ao cumprimento do disposto no art. 40 do CPP. Isso porque o 
referido ar�go impõe ao magistrado, nessa hipótese, o dever de remeter ao Ministério 
Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia, não podendo o 
Estado-juiz se eximir da obrigação por se tratar de ato de o�cio a ele imposto pela lei. 
Precedente citado: HC 20.948-BA, Quinta Turma, DJ 26/9/2005. ( , Rel. Min. REsp 1.360.534-RS
Humberto Mar�ns, julgado em 7/3/2013)
Informa�vo nº 552. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INDICIAMENTO COMO ATRIBUIÇÃO 
EXCLUSIVA DA AUTORIDADE POLICIAL: O magistrado não pode requisitar o indiciamento em 
inves�gação criminal. Isso porque o indiciamento cons�tui atribuição exclusiva da 
autoridade policial. De fato, é por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta 
determinada pessoa como a autora do ilícito em apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase 
inves�gatória, por meio da qual o delegado de polícia externa o seu convencimento sobre a 
autoria dos fatos apurados, não se admite que seja requerida ou determinada pelo magistrado, 
já que tal procedimento obrigaria o presidente do inquérito à conclusão de que determinado 
indivíduo seria o responsável pela prá�ca criminosa, em ní�da violação ao sistema 
acusatório adotado pelo ordenamento jurídico pátrio. Nesse mesmo sen�do, é a inteligência 
do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, o qual consigna que o indiciamento é ato inserto na esfera 
de atribuições da polícia judiciária. Precedente citado do STF: HC 115.015-SP, Segunda Turma, 
DJe 11/9/2013. ( , Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014)RHC 47.984-SP
Informa�vo nº 554. DIREITO PROCESSUAL PENAL. EFEITOS DO ARQUIVAMENTO DO 
INQUÉRITO POLICIAL PELO RECONHECIMENTO DE LEGÍTIMA DEFESA: Promovido o 
arquivamento do inquérito policial pelo reconhecimento de legí�ma defesa, a coisa julgada 
material impede a rediscussão do caso penal em qualquer novo feito criminal, descabendo 
perquirir a existência de novas provas. Isso porque a decisão judicial que define o mérito do 
caso penal, mesmo no arquivamento do inquérito policial, gera efeitos de coisa julgada 
material. Ademais, a decisão judicial que examina o mérito e reconhece a a�pia ou a 
excludente da ilicitude é prolatada somente em caso de convencimento com grau de certeza 
jurídica pelo magistrado. Assim, na dúvida se o fato deu-se em legí�ma defesa, a previsão legal 
de presença de suporte probatório de autoria e materialidade exigiria o desenvolvimento da 
persecução criminal. Ressalte-se que a permissão de desarquivamento do inquérito pelo 
surgimento de provas novas con�da no art. 18 do CPP e na Súmula 524/STF somente tem 
incidência quando o fundamento do arquivamento for a insuficiência probatória - indícios de 
autoria e prova do crime. Pensar o contrário permi�ria a reabertura de inquéritos por 
revaloração jurídica e afastaria a segurança jurídica das soluções judiciais de mérito, como no 
reconhecimento da ex�nção da punibilidade, da a�pia ou de excludentes da ilicitude. 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
52
Precedente citado do STJ: RHC 17.389-SE, Quinta Turma, DJe 7/4/2008. Precedente citado do 
STF: HC 80.560-GO, Primeira Turma, DJe 30/3/2001. ( , Rel. Min. Nefi Cordeiro, REsp 791.471-RJ
julgado em 25/11/2014, DJe 16/12/2014)
Informa�vo nº 558. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 28 DO CPP NOS 
PROCEDIMENTOS INVESTIGATIVOS QUE TRAMITEM ORIGINARIAMENTE NO STJ: Se membro 
do MPF, atuando no STJ, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças 
de informação que tramitem originariamente perante esse Tribunal Superior, este, mesmo 
considerando improcedentes as razões invocadas, deverá determinar o arquivamento 
solicitado, sem a possibilidade de remessa para o Procurador-Geral da República, não se 
aplicando o art. 28 do CPP. Isso porque a jurisprudência do STJ é no sen�do de que os membros 
do MPF atuam por delegação do Procurador-Geral da República na instância especial. Assim, 
em decorrência do sistema acusatório, nos casos em que o �tular da ação penal se manifesta 
pelo arquivamento de inquérito policial ou de peças de informação, não há alterna�va, senão 
acolher o pedido e determinar o arquivamento. Nesse passo, não há falar em aplicação do art. 
28 do CPP nos procedimentos de competência originária do STJ. Precedentes citados: Rp 409-
DF, Corte Especial, DJe 14/10/2011; AgRg na Sd 150-SP, Corte Especial, DJe 5/5/2008; e AgRg na 
NC 86-SP, Corte Especial, DJ 11/6/2001. ( , Rel. Min. Humberto Mar�ns, julgado em Inq 967-DF
18/3/2015, DJe 30/3/2015)
Informa�vo nº 565. DIREITO PROCESSUAL PENAL - ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL: 
Na ação penal pública incondicionada, a ví�ma não tem direito líquido e certo de impedir o 
arquivamento do inquérito ou das peças de informação. Considerando que o processo penal 
rege-se pelo princípio da obrigatoriedade, a propositura da ação penal pública cons�tui um 
dever, e não uma faculdade, não sendo reservado ao Parquet um juízo discricionário sobre a 
conveniência e oportunidade de seu ajuizamento. Por outro lado, não verificando o Ministério 
Público material probatório convincente para corroborar a materialidade do delito ou a autoria 
deli�va ou entendendo pela a�picidade da conduta, pela existência de excludentes de ilicitude 
ou de culpabilidade, ou, ainda, pela ex�nção da punibilidade, pode requerer perante o Juiz o 
arquivamento do inquérito ou das peças de informação. O magistrado, concordando com o 
requerimento, deve determinar o arquivamento, que prevalecerá, salvo no caso de novas 
provas surgirem a viabilizar o prosseguimento das inves�gações pela autoridade policial (art. 
18 do CPP). Se discordar, porém, deve o magistrado encaminhar o pedido de arquivamento, 
com o inquérito ou peças de informação, à consideração do Procurador-Geral de Jus�ça, o qual 
deverá: a) oferecer a denúncia, ou designar outro órgão ministerial para fazê-lo; ou b) insis�r no 
arquivamento, estando, nessa úl�ma hipótese, obrigado o Juiz a atender. Poderá, ainda, o 
Procurador-Geral requerer novas diligências inves�gatórias. Há, portanto, um sistema de 
controle de legalidade muito técnico e rigoroso em relação ao arquivamento de inquérito 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
53
policial, inerente ao próprio sistema acusatório. No exercício da a�vidade jurisdicional, o Juiz, 
considerando os elementos trazidos nos autos de inquérito ou nas peças de informações, tem o 
poder-dever de anuir ou discordar do pedido de arquivamento formulado pelo Ministério 
Público. Não há, porém, obrigação de, em qualquer hipótese, remeter os autos para nova 
apreciação do Procurador-Geral. Assim, se constatar per�nência nos fundamentos do pedido 
de arquivamento, o Juiz terá o poder-dever de promover o arquivamento, não cabendo contra 
essa decisão recurso. Ademais, no sistema processual penal vigente, a função jurisdicional não 
contempla a inicia�va acusatória, de maneira que, do mesmo modo que não poderá o Juiz 
autoprovocar a jurisdição, não poderá obrigar o Ministério Público, diante de sua 
independência funcional,a oferecer a denúncia ou a ter, em toda e qualquer hipótese, 
reexaminado o pedido de arquivamento pela instância superior, o respec�vo Procurador-Geral. 
Ao Ministério Público cabe formar a opinio delic�e, se entender devido, oferecer a denúncia. 
Desse modo, uma vez verificada a inexistência de elementos mínimos que corroborem a 
autoria e a materialidade deli�vas, pode o Parquet requerer o arquivamento do inquérito, e o 
Juiz, por consequência, avaliar se concorda ou não com a promoção ministerial. Uma vez 
anuindo, fica afastado o procedimento previsto no art. 28 do CPP, sem que, com isso, seja 
violado direito líquido e certo da possível ví�ma de crime de ver processado seu suposto 
ofensor (RMS 12.572-SP, Sexta Turma, DJ de 10/9/2007). Cumpre salientar, por oportuno, que, 
se a ví�ma ou qualquer outra pessoa trouxer novas informações que jus�fiquem a reabertura 
do inquérito, pode a autoridade policial proceder a novas inves�gações, nos termos do citado 
art. 18 do CPP. Nada obsta, ademais, que, surgindo novos elementos aptos a ensejar a 
persecução criminal, sejam tomadas as providências cabíveis pelo órgão ministerial, inclusive 
com a abertura de inves�gação e o oferecimento de denúncia. ( , Rel. Min. Raul MS 21.081-DF
Araújo, julgado em 17/6/2015, DJe 4/8/2015)
Informa�vo nº 574. DIREITO PROCESSUAL PENAL - INQUÉRITO POLICIAL: Não é ilegal a 
portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a 
tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. 
(STJ. 5ª Turma. RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 19/11/2015).
Informa�vo nº 587. DIREITO PROCESSUAL PENAL - CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE 
POLICIAL: O controle externo da a�vidade policial exercido pelo Ministério Público Federal 
não lhe garante o acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela 
Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia Federal, mas somente aos de natureza 
persecutório-penal. O controle externo da a�vidade policial exercido pelo Parquet deve 
circunscrever-se à a�vidade de polícia judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, 
cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de inteligência policial de natureza 
persecutório-penal, ou seja, relacionados com a a�vidade de inves�gação criminal. O poder 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
54
fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os 
relatórios de inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles 
não des�nados a aparelhar procedimentos inves�gatórios criminais formalizados. (STJ. 1ª 
Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016).
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO 
CONHECIMENTO. PREVISÃO CONSTITUCIONAL EXPRESSA DO RECURSO ORDINÁRIO COMO 
INSTRUMENTO PROCESSUAL ADEQUADO AO REEXAME DAS DECISÕES DE TRIBUNAIS 
DENEGATÓRIAS DO WRIT. DENÚNCIA. FURTO QUALIFICADO, CORRUPÇÃO ATIVA E 
QUADRILHA. NULIDADE DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS BASEADAS UNICAMENTE EM 
NOTÍCIA ANÔNIMA. ILICITUDE DAS PROVAS CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. A Cons�tuição 
Federal define o rol de competências do Superior Tribunal de Jus�ça para o exercício da 
jurisdição em âmbito nacional e, no que se refere ao reexame das decisões dos Tribunais 
Estaduais ou Regionais Federais, quando denegatórias de habeas corpus, estabelece 
taxa�vamente o instrumento processual adequado ao exercício de tal competência, a saber, o 
recurso ordinário (ex vi do art. 105, II, alínea "a", da CF). 2. Esta Corte não deve con�nuar a 
admi�r a impetração de habeas corpus (originário) como subs�tu�vo de recurso, dada a 
clareza do texto cons�tucional, que prevê expressamente a via recursal própria ao 
enfrentamento de insurgências voltadas contra acórdãos que não atendam às pretensões 
veiculadas por meio do writ nas instâncias ordinárias. 3. Verificada hipótese de dedução de 
habeas corpus em lugar do recurso ordinário cons�tucional, impõe-se o seu não 
conhecimento, nada impedindo, contudo, que se corrija de o�cio eventual ilegalidade 
flagrante como forma de coarctar o constrangimento ilegal, tal como ocorre na espécie. 4. A 
jurisprudência desta Corte tem pres�giado a u�lização de no�cia anônima como elemento 
desencadeador de procedimentos preliminares de averiguação, repelindo-a, contudo, como 
fundamento propulsor à imediata instauração de inquérito policial ou à autorização de medida 
de interceptação telefônica. 5. Com efeito, uma forma de ponderar e tornar harmônicos valores 
cons�tucionais de tamanha envergadura, a saber, a proteção contra o anonimato e a 
supremacia do interesse e segurança pública, é admi�r a denúncia anônima em tema de 
persecução penal, desde que com reservas, ou seja, tomadas medidas efe�vas e prévias pelos 
órgãos de inves�gação no sen�do de se colherem elementos e informações que confirmem a 
plausibilidade das acusações. 6. Na versão dos autos, algumas pessoas - não se sabe quantas 
ou quais - compareceram perante inves�gadores de uma Delegacia de Polícia e, pedindo para 
que seus nomes não fossem iden�ficados, passaram a narrar o suposto envolvimento de 
alguém em crime de lavagem de dinheiro. Sem indicarem, sequer, o nome do delatado, os 
no�ciantes limitaram-se a apontar o número de um celular. 7. A par�r daí, sem qualquer 
outra diligência, autorizou-se a interceptação da linha telefônica. 8. Desse modo, a medida 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
55
restri�va do direito fundamental à inviolabilidade das comunicações telefônicas encontra-se 
maculada de nulidade absoluta desde a sua origem, visto que par�u unicamente de no�cia 
anônima. 9. A Lei nº 9.296/96, em consonância com a Cons�tuição Federal, é precisa ao 
admi�r a interceptação telefônica, por decisão judicial, nas hipóteses em que houver indícios 
razoáveis de autoria criminosa. Singela delação não pode gerar, só por si, a quebra do sigilo 
das comunicações. Adoção da medida mais gravosa sem suficiente juízo de necessidade. 10. 
O nosso ordenamento encampou a doutrina dos frutos da árvore envenenada, segundo a qual 
não se admi�rá no processo as provas ilícitas, isto é, contaminadas por vício de ilicitude ou 
ilegi�midade, sendo certo que todas as demais delas decorrentes também estarão 
contaminadas com tal vício e deverão ser expurgadas do processo. 11. Habeas corpus não 
conhecido. Writ deferido de o�cio.(HC 204.778/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA 
TURMA, julgado em 04/10/2012, DJe 29/11/2012)
HC 95.838/RJ - PROCURADOR-GERAL. DENÚNCIA ANÔNIMA. E-MAIL: A Turma concedeu a 
ordem e determinou o arquivamento do procedimento criminal instaurado contra 
procurador-geral, pois calcado em e-mail contendo denúncia anônima que atribuiu ao 
paciente, detentor de foro por prerroga�va de função, prá�ca de crime contra a honra. O art. 
5º, IV, da CF/1988 veda o anonimato, a fim de coibir tais abusos contra os direitos de 
personalidade (honra, vida privada e in�midade). Outrossim, ao se admi�r a submissão de 
uma pessoa com tal prerroga�va, fragiliza-se, sobretudo, a ins�tuição a que pertence e, em 
úl�ma instância, o próprio Estado democrá�co de direito. Embora não seja descartada a 
possibilidade de que o MP proceda à inves�gação mediante denúncia anônima, em se 
tratando de denúncia de crime contra a honra, não prevalecem tais denúncias anônimas. 
Precedentes citados: HC 44.165-RS, DJ 23/4/2007, e HC 42.914-RS, DJ 19/8/2005. ( , HC 95.838-RJ
Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 26/2/2008)
HC 307.562/RS. HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. 
UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. 
NÃOCONHECIMENTO. 1. A via eleita revela-se inadequada para a insurgência contra o ato 
apontado como coator, pois o ordenamento jurídico prevê recurso específico para tal fim, 
circunstância que impede o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado 
constrangimento ilegal será analisado para a verificação da eventual possibilidade de atuação 
ex officio, nos termos do ar�go 654, § 2º, do Código de Processo Penal. TENTATIVA DE 
HOMICÍDIO SIMPLES. ARQUIVAMENTO DO PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO EM QUE SE 
APUROU A PRÁTICA DE LESÕES CORPORAIS RECÍPROCAS EM RAZÃO DA PRESENÇA DE CAUSA 
EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE. REQUERIMENTO DE REABERTURA DO INQUÉRITO DEFERIDO 
PELO MAGISTRADO SINGULAR. OFENSA Á COISA JULGADA MATERIAL, COAÇÃO ILEGAL 
CARACTERIZADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. Nos termos do ar�go 18 do Código de 
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
56
Processo Penal e do verbete 524 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, a decisão de 
arquivamento do inquérito por insuficiência probatória não gera coisa julgada material, sendo 
possível a reabertura das inves�gações se surgirem novos elementos de convicção. 2. No caso 
dos autos, o que ensejou o arquivamento do inquérito policial não foi a ausência de provas, 
mas sim a presença de uma causa ex�n�va da punibilidade, tratando-se de decisão que faz 
coisa julgada material e impede a reabertura do procedimento apuratório. Doutrina. 
Precedentes do STJ e do STF. 3. Havendo decisão que ex�nguiu a punibilidade do paciente e 
determinou o arquivamento dos autos, não se pode admi�r que, posteriormente, o magistrado 
acolha requerimento do outro envolvido na ocorrência em que apurou a prá�ca de lesões 
corporais recíprocas, argumentando que não �nha conhecimento do significado do termo 
representação, e determine a reabertura das inves�gações, sob pena de violação à coisa 
julgada material. 4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de o�cio para determinar 
o trancamento da ação penal instaurada contra o paciente. (HC 307.562/RS, Rel. Ministro 
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/03/2017, DJe 15/03/2017)
RHC 64.086-DF - Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a instauração 
de inquérito ou procedimento inves�gatório criminal contra inves�gado com foro por 
prerroga�va de função. Isso porque não existe norma exigindo essa autorização, seja na 
Cons�tuição Federal, seja na legislação infracons�tucional. Logo, não há razão jurídica para 
condicionar a inves�gação de autoridade com foro por prerroga�va de função a prévia 
autorização judicial. (STJ. 5ª Turma. REsp 1563962/RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 08/11/2016).
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
57
OBSERVAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo demonstra�vo não apresentamos as questões referentes à 
rodada. Na Turma Extensiva, os alunos recebem cadernos de questões acompanhados 
de gabaritos comentados para revisão dos temas enviados em cada rodada de materiais. 
O Edital Mege para Delegado de Polícia é composto de 85 itens, totalmente, pensados 
para fornecer uma base segura ao aluno no enfrentamento dos temas de maior 
relevância nos concursos voltados para a carreira. O nosso �me agradece a sua atenção 
em estudar nosso ebook demonstra�vo e aguardamos você para aprofundarmos ainda o 
mais em busca da sua aprovação. 
Bons estudos!
@ /cursomege @cursomege 99.98262-2200concursos@mege.com.br
	Página 1
	Página 2
	Página 3
	Página 4
	Página 5
	Página 6
	Página 7
	Página 8
	Página 9
	Página 10
	Página 11
	Página 12
	Página 13
	Página 14
	Página 15
	Página 16
	Página 17
	Página 18
	Página 19
	Página 20
	Página 21
	Página 22
	Página 23
	Página 24
	Página 25
	Página 26
	Página 27
	Página 28
	Página 29
	Página 30
	Página 31
	Página 32
	Página 33
	Página 34
	Página 35
	Página 36
	Página 37
	Página 38
	Página 39
	Página 40
	Página 41
	Página 42
	Página 43
	Página 44
	Página 45
	Página 46
	Página 47
	Página 48
	Página 49
	Página 50
	Página 51
	Página 52
	Página 53
	Página 54
	Página 55
	Página 56
	Página 57

Mais conteúdos dessa disciplina