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A VOLTA DO VELHO PROFESSOR Autor desconhecido Em pleno século XX, um grande professor do século passado voltou à Terra e, chegando à sua cidade, ficou abismado com o que viu: as casas altíssimas, as ruas pretas, passando umas sobre as outras, com uma infinidade de máquinas andando em alta velocidade; o povo falava muitas palavras que o professor não conhecia (poluição, avião, metrô, televisão...); os cabelos de umas pessoas pareciam com os do tempo das cavernas e as roupas deixavam o professor ruborizado. Muito surpreso e preocupado com a mudança, o professor visitou a cidade inteira e cada vez compreendia menos o que estava acontecendo. Na igreja, levou susto com o padre que não mais rezava em latim, com o órgão mudo e um grupo de cabeludos tocando uma música estranha. Visitando algumas famílias, espantou-se com o ritual depois do jantar: todos se reuniam durante horas para adorar um aparelho que mostrava imagens e emitia sons. O professor ficou impressionado com a capacidade de concentração de todos: ninguém falava uma palavra diante do aparelho. Cada vez mais desanimado, foi visitar a escola – e, finalmente, sentiu um grande alívio, reencontrando a paz. Ali, tudo continuava da mesma forma como ele havia deixado: as carteiras uma atrás da outra, o professor falando, falando... e os alunos escutando, escutando, escutando... ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEXTO Este texto me lembra Seymour Papert, um dos teóricos mais conhecidos quando se fala do uso da informática na educação. Ele foi o criador da linguagem de programação LOGO, para crianças aprenderem a programar computadores como uma brincadeira. Em seu livro “A máquina das crianças: repensando e escola na era da informática”, ele cria um personagem que é um viajante do tempo, e compara duas instituições ao longo de duzentos anos: os hospitais e as escolas. Ao visitar os hospitais, ele verifica que muita coisa mudou em duzentos anos. Há uma enorme quantidade de aparelhos eletrônicos nos hospitais ajudando a salvar vidas. Entretanto, ao visitar as escolas, o viajante nota que pouco ou quase nada mudou. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. Este texto é uma crítica positiva ou negativa à escola? 2. Como seria a escola ideal para você? Sugestão do texto: Profa. Cristina. Adaptações: Prof. Carlos José