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DEUTERONÔMIO 1.1 250
Renovação do Pacto com o Senhor, 29.1 -1 8 
A Exortação Final de Moisés à Obediência, 29.19— 30.14 
Os Dois Caminhos Apresentados a Israel, 3 0 .1 5 -2 0 
DIAS E ATIVIDADES FINAIS DE MOISÉS, 31.1 - 3 4 , 1 2 
Condamação à Fé, 1 - 6
Moisés Entrega o Mandato, 3 1 .7 -3 0 
Cântico de Moisés, 32.1 - 52 
Bênção Final de Moisés a Israel, 33.1 -2 9 
A Morte e o Sepultamento de Moisés, 34.1 - 8 
Sumário Final, 3 4 .9 -1 2
O P r i m e i r o D i s c u r s o d e M o i s é s 
n a P l a n í c i e d o J o r d ã o 
Moisés conta a história de Israel
I São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel, dalém do Jordão, no de­serto, na Arabá, defronte do mar de Sufe, 
entre Parã, Tofel, Labã, Hazerote e 
Di-Zaabe.°
2 Jornada de onze dias há desde Horebe, 
pelo caminho da montanha de Seir, até 
Cades-Baméia.b
3 Sucedeu que, no ano quadragésimo, no 
primeiro dia do undécimo mês, falou Moisés 
aos filhos de Israel, segundo tudo o que o 
Senhor lhe mandara a respeito deles,c
4 depois que feriu a Seomd, rei dos amor- 
reus, que habitava em Hesbom, e a Oguee, 
rei de Basã, que habitava em Astarote, em 
Edrei.
5 Além do Jordão, na terra de Moabe, en­
carregou-se Moisés de explicar esta lei, 
dizendo:
6 O Senhor, nosso Deus, nos falou em 
Horebe, dizendo: Tempo bastante haveis es­
tado neste monte.f
7 Voltai-vos e parti; ide à região monta­
nhosa dos amorreus, e a todos os seus vizi­
nhos, na Arabá, e à região montanhosa, e à
1.1 ajs9.1
1.2 b Nm 13.26
1.3 cNm 33.38
1.4
dNm 21.21-30 
eNm 21.31-35
1.6 <bí 3.1
1.8 gCn 12.7
1.9 *Êx 18.18
1.10 'Cn 15.5
1.11 ;Gn 15.5; 
2Sm 24.3
1.12 MRs 3.8-9
1.13 'Ex 18.21
baixada, e ao Neguebe, e à costa marítima, 
terra dos cananeus, e ao Líbano, até ao grande 
rio Eufrates.
8 Eis aqui a terra que eu pus diante de vós; 
entrai e possuí a terra que o Senhor, com 
juramento, deu a vossos pais, Abraão, Isaque 
e Jacó, a eles e à sua descendência depois 
deles. 9
A nomeação de auxiliares
Ê x J 8 .1 3 -2 7
9 Nesse mesmo tempo, eu vos disse: eu 
sozinho não poderei levar-vos.h
10 O Senhor, vosso Deus, vos tem mul­
tiplicado; e eis que, já hoje, sois multidão 
como as estrelas dos céus.'
11 O Senhor, Deus de vossos pais, vos 
faça mi) vezes mais numerosos do que sois e 
vos abençoe, como vos prometeu./
12 Como suportaria eu sozinho o vosso 
peso, a vossa carga e a vossa contenda?*
13 Tomai-vos homens sábios, inteligentes 
e experimentados, segundo as vossas tribos, 
para que os ponha por vossos cabeças.'
14 Então, me respondestes e dissestes: É 
bom cumprir a palavra que tens falado.
15 Tomei, pois, os cabeças de vossas tri­
bos, homens sábios e experimentados, e os fiz 
cabeças sobre vós, chefes de milhares, chefes
Cap 1 - 4 Esta seção aborda primariamente o primeiro dis­
curso de Moisés, no qual ele apresenta um retrospecto histó­
rico sobre a orientação dada pelo Senhor (1 .6 -3 .2 9 ) e uma 
exortação para que o povo fosse obediente.
Cap 1 Há uma introdução ao livro (1 -5 ), seguida pelo re­
trospecto de Moisés acerca da orientação dada pelo Senhor 
desde Horebe até Cades (6.46).
1.1 Palavras que Moisés falou. Esta é a primeira de diversas 
observações que mostram que as palavras foram, original­
mente, proferidas oralmente; depois é que foram escritas 
(17.18; 31.9). Dalém do jordão. A referência aqui é à margem 
oriental do rio.
1.3 No ano quadragésimo. Era um período de transição. Deu- 
teronômio é obra que "assinala a transição para uma nova 
geração, para uma nova possessão, para uma nova experiência 
(novo modo de vida), e para uma nova revelação de Deus - 
a revelação de Seu amor (7.8, etc.).
1.5 Lei. Essa palavra pode ser usada para abarcar o escopo 
inteiro da revelação divina. No presente caso refere-se aos
discursos que se seguem e, em Deuteronômio de um modo 
geral, a toda ou parte da doutrina ensinada por Moisés. Neste 
livro, encontra-se apenas no singular, a provar que se trata de 
um todo único e não de uma simples coleção. Com o decor­
rer dos tempos foi a palavra generalizada para indicar o Pen- 
tateuco (Ed 7.6; M t1 2 .5 ) ou mesmo todo o Antigo 
Testamento (João 10.34; 15.25).
1.6 Tempo bastante. Os anos durante os quais vaguearam fo­
ram anos de disciplina. Deus sabe exatamente de que disci­
plina carecemos, que dificuldades devemos suportar e quanto 
podemos resistir. Seu propósito é conduzir-nos da aflição 
para o descanso e a paz.
1.7 Desde tempos remotos, a Palestina era conhecida como 
terra de Canaã e seus habitantes como cananeus (Cn 10.19: 
12.6). Os amorreus penetraram em Canaã vindos do norte, e 
se estabeleceram na região montanhosa de ambos os lados 
do Jordão. Aqui a palavra 'cananeus' refere-se aos que viviarr 
na planicie.
1.8 Com juramento, c fH b 6 .1 2 -2 0 .
251 DEUTERONÔMIO 1.31
de cem, chefes de cinqüenta, chefes de dez e 
oficiais, segundo as vossas tribos.m
16 Nesse mesmo tempo, ordenei a vossos 
juizes, dizendo: ouvi a causa entre vossos ir­
mãos e julgai justamente entre o homem e seu 
irmão ou o estrangeiro que está com ele.n
17 Não sereis parciais no juízo, ouvireis 
tanto o pequeno como o grande; não temereis 
a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; 
porém a causa que vos for demasiadamente 
difícil fareis vir a mim, e eu a ouvirei.0
18 Assim, naquele tempo, vos ordenei to­
das as coisas que havíeis de fazer.
Doze homens foram enviados 
para espiar a terra de Canaã
Nm 1 3 .1 -2 4
19 Então, partimos de Horebe e caminha­
mos por todo aquele grande e terrível deserto 
que vistes, pelo caminho da região monta­
nhosa dos amorreus, como o Senhor, nosso 
Deus, nos ordenara; e chegamos a Cades- 
Baméia.P
20 Então, eu vos disse: tendes chegado à 
região montanhosa dos amorreus, que o 
Senhor, nosso Deus, nos dá.
21 Eis que o Senhor, teu Deus, te colo­
cou esta terra diante de ti. Sobe, possui-a, 
como te falou o Senhor, Deus de teus pais: 
Não temas e não te assustes. 9
22 Então, todos vós vos chegastes a mim 
e dissestes: Mandemos homens adiante de 
nós, para que nos espiem a terra e nos digam 
por que caminho devemos subir e a que cida­
des devemos ir.
23 Isto me pareceu bem; de maneira que
1.15 mEx 18.25
1.16 "Lv 24.22; 
|o 7.24
1.17 °Ex 18.22; 
Lv 19.15;
1 Sm 16.7;
2Cr 19.6;
Pv 24.23
1.19
pNm 10.12;
Jr 2.6
1.21 <)Js 1.9 
1.23 ''Nm 13.3
1.24
sNm 13.22-24
1.25 'Nm 13.27
1.26
«Nm 14.1-4
1.27 ^Dt 9.28
1.28
“'Nm 13.28; 
Dt 9.1-2
1.30 *Ex 14.14; 
Ne 4.20
1.31 M t 13.18
tomei, dentre vós, doze homens, de cada tribo 
um homem/
24 E foram-se, e subiram à região monta­
nhosa, e, espiando a terra, vieram até o vale 
de Escol,5
25 e tomaram do fruto da terra nas mãos, 
e no-lo trouxeram, e nos informaram, di­
zendo: É terra boa que nos dá o Senhor, 
nosso Deus.f
O relatório dos espias 
recebido com incredulidade
Nm 1 3 .2 5 -3 3
26 Porém vós não quisestes subir, mas 
fostes rebeldes à ordem do Senhor, vosso 
Deus.u
27 Murmurastes nas vossas tendas e dis­
sestes: Tem o Senhor contra nós ódio; por 
isso, nos tirou da terra do Egito para nos en­
tregar nas mãos dos amorreus e destruir- 
nos.1'
28 Para onde subiremos? Nossos irmãos 
fizeram com que se derretesse o nosso cora­
ção, dizendo: Maior e mais alto do que nós é 
este povo; as cidades são grandes e fortifica­
das até aos céus. Também vimos ali os filhos 
dos anaquins.w
29 Então, eu vos disse: não vos espanteis, 
nem os temais.
30 O Senhor, vo s so Deus, que vai 
adiantede vós, ele pelejará por vós, segundo 
tudo o que fez conosco, diante de vossos 
olhos, no E gito/
31 como também no deserto)', onde vistes 
que o Senhor, vosso Deus, nele vos levou, 
como um homem leva a seu filho, por todo o
1.16 O estrangeiro. A palavra hebraica usada é ger. Na orga­
nização política de Israel destacavam-se quatro classes; os 
descendentes dos patriarcas, incluindo os "anciãos" e "prínci­
pes"; os "estrangeiros" (no heb, ger), quando, provenientes 
de outras nações, passavam a residir entre o povo eleito; os 
"peregrinos" (no heb, toshab), geralmente provenientes dos 
povos conquistados; e, finalmente, os "servos", que podiam 
ser comprados ou nasceram na casa. Além destes, contavam- 
se ainda os "estrangeiros" (no heb, nokhrt, cf 17.15) que só 
temporariamente habitavam entre os israelitas, para comércio 
ou outros negócios. Seja como for, o estrangeiro devia ser 
tratado como um irmão. O cuidado por todos aqueles cuja 
posição podia ter sido motivo de humilhação é uma das ca­
racterísticas mais acentuadas do Deuteronômio. Que con­
traste entre os códigos do Egito e da Babilônia.
1.21 Sobe, possui-a. As Escrituras sempre nos encorajam a 
"possuir". Muitos crentes vivem na pobreza espiritual e na
derrota porque deixam de se apossar de tudo quanto Deus 
preparou para uma vida vitoriosa. Não temas. O temor ao 
Senhor deveria dissipar o temor ao homem (3.2,22; 20.3,4; 
31.6,8).
1.25 é terra boa que nos dá o Senhor. O fato de que a terra 
era uma dádiva de Deus permeia o livro inteiro e é parte 
essencial de sua mensagem. Respeitar-se-ão, todavia, as anti­
gas fronteiras (19.14) e a santidade do lugar (21.23), mas não 
serão esquecidas as promessas da vitória (27.2,3), as bênçãos 
(15.4), e mesmo avisos de vários gêneros (28.52).
1.28 Maior e mais alto. Os inimigos do povo de Deus eram 
poderosos. Cf Ef 6.12. Mas Deus não quer que Seu povo lute 
contra o inimigo apenas com suas próprias forças. Fortificadas 
até aos céus. Escavações recentes vieram demonstrar que na 
Palestina muitas eram as cidades anteriores ao período mo­
saico, fortificadas com altas muralhas, as quais dava acesso 
uma única entrada construída em declive.
DEUTERONÔMIO 1.32 252
caminho pelo qual andastes, até chegardes a 
este lugar.
32 Mas nem por isso crestes no S e n h o r , 
vosso Deus,z
33 que foi adiante de vós por todo o cami­
nho, para vos procurar o lugar onde deveríeis 
acampar; de noite, no fogo, para vos mostrar 
o caminho por onde havfeis de andar, e, de 
dia, na nuvem.0
O castigo de Deus 
Nm 14.20-38
3 4 Tendo, pois, ouvido o S e n h o r as vos­
sas palavras, indignou-se e jurou, dizendo:b
35 Certamente, nenhum dos homens desta 
maligna geração verá a boa terra que jurei dar 
a vossos pais,c
36 salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a 
verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus 
filhos, porquanto perseverou em seguir ao 
S e n h o r . d
37 Também contra mim se indignou o 
S e n h o r por causa de vós, dizendo: Também 
tu lá não entrarás.e
38 Josué, filho de Num, que está diante de 
ti, ele ali entrará; anima-o, porque ele fará 
que Israel a receba por herança/
39 E vossos meninos, de quem dissestes: 
Por presa serão; e vossos filhos, que, hoje, 
nem sabem distinguir entre bem e mal, esses 
ali entrarão, e a eles darei a terra, e eles a 
possuirão.s
40 Porém vós virai-vos e parti para o de­
serto, pelo caminho do mar Vermelho.'1
1.32 *SI106.24
1.33 °Êx 13.21; 
SI 78.14
1.34
b Dt 2.14-15
1.35
cNm 14.22-23
1.36
c/Nm 14.24;
|s 14.9
1.37
eNm 20.12;
SI 106.32
1.38 th 24.13; 
Dt 31.7,23;
ISm 16.22
1.39gNm 14.3; 
Is 7.15-16
1.40
*Nm 14.25
1.41 'Nm 14.40 
1.42/Nm 14.42 
1.43
*Nm 14.44-45 
1.44/S1118.12 
1.46
'"Nm 13.25 
2.1 "Nm 21.4 
2.3 oDt2.7
O povo derrotado em Horma
Nm 14.39-45
41 Então, respondestes e me dissestes: Pe­
camos contra o S e n h o r ; nós subiremos e pe­
lejaremos, segundo tudo o que nos ordenou o 
S e n h o r , nosso Deus. Vós vos armastes, cada 
um dos seus instrumentos de guerra, e vos 
mostrastes temerários em subindo à região 
montanhosa.'
42 Disse-me o S e n h o r : Dize-lhes: Não 
subais, nem pelejeis, pois não estou no meio 
de vós, para que não sejais derrotados diante 
dos vossos inimigos./
43 Assim vos falei, e não escutastes; an­
tes, fostes rebeldes às ordens do S e n h o r e, 
presunçosos, subistes às montanhas.k
44 Os amorreus que habitavam naquela 
região montanhosa vos saíram ao encontro; e 
vos perseguiram como fazem as abelhas e vos 
derrotaram desde Seir até Horma.1
45 Tomastes-vos, pois, e chorastes pe­
rante o S e n h o r , porém o S e n h o r não vos 
ouviu, não inclinou os ouvidos a vós outros.
46 Assim, permanecestes muitos dias em 
Cades.m
A jornada de Cades até Zerede
2 Depois, viramo-nos, e seguimos para o deserto, caminho do mar Vermelho 
como o S e n h o r me dissera, e muitos dias 
rodeamos a montanha de Seirn.
2 Então, o S e n h o r me falou, dizendo:
3 Tendes já rodeado bastante esta monta­
nha; virai-vos para o norte.0
4 Ordena ao povo, dizendo: Passareis pe­
los limites de vossos irmãos, os filhos de
1.32 Nem por isso crestes. O pecado que expulsou Israel de 
Canaã (Hb 3.19) e que expulsa o pecador do céu (]o 3.18,36) 
é a incredulidade. É um pecado contra o remédio para o 
pecado.
1.37 Contra mim se indignou. Os juízos de Deus sâo impar­
ciais. O incidente é mencionado aqui porque suas conseqüên­
cias foram a exclusão de Moisés de Canaã, juntamente com a 
expulsão da geração mais antiga (cf 5.35). Cf 34.1 On.
1.38 Josué.. . entrará. No anúncio do julgamento houve 
também a manifestação da misericórdia de Deus. Calebe (36) 
e Josué haveriam de ser poupados, como também toda a 
segunda geração de Israel (38,39).
1.45 Nâo nos ouviu. O Senhor não aceita nem atende os que 
se aproximam dEle na incredulidade.
1.46 Muitos dias. As tristes conseqüências da incredulidade: 
quarenta anos no deserto, quando poderiam ter chegado ao 
seu destino em onze dias (2)! • N. Hom. Pecados graves que 
devem ser evitados: 1) A desobediência e a rebeldia contra
Deus (26); 2 ) Acusar a Deus de ter errado (27); 3) A increduli­
dade (32). • N. Hom. Características do servo fiel de Deus:
1) Desejo de ver o povo experimentar as bênçãos de Deus 
(11); 2) Cuidado para que todos sejam tratados com eqüi­
dade (17); 3) Confiança que o Senhor suprirá as necessidades 
do povo (29,30); 4) Franqueza ao apresentar ao povo os pe­
cados deste (32). • N. Hom. Pecados que levam à derrota 
certa: 1) Confissão sem arrependimento autêntico (41a);
2) Presunção sob o disfarce de zelo (41 b,43b); 3) Esforço sem 
auxílio divino (42,43).
Cap 2 Moisés prossegue em seu retrospecto histórico, abran­
gendo os acontecimentos desde que Israel partira de Cades 
até a sua vitória sobre Seom, rei de Hesbom.
2.1 Montanha de Seir. Os montes de Edom, dos quais o mais 
célebre era o Seir, estendiam-se ao sul e ao oriente do Mar 
Morto.
2 .4 Vossos irmãos. Esaú, cujos descendentes eram os edomi- 
tas, era irmão de Jacó, antepassado dos filhos de Israel.
253 DEUTERONÔMIO 2.22
EsaúP, que habitam em Seir; e eles terão 
medo de vós; portanto, guardai-vos bem.
5 Não vos entremetais com eles, porque 
vos não darei da sua terra nem ainda a pisada 
da planta de um pé; pois a Esaú dei por pos­
sessão a montanha de Seir.')
6 Comprareis deles, por dinheiro, comida 
que comais; também água que bebais compra­
reis por dinheiro.
7 Pois o Sen h o r , teu Deus, te abençoou 
em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que 
andas por este grande deserto; estes quarenta 
anos o Se n h o r , teu Deus, esteve contigo; 
coisa nenhuma te faltou/
8 Passamos, pois, flanqueando assim nos­
sos irmãos, os filhos de Esaú, que habitavam 
em Seir, como o caminho da Arabá, de Elate 
e de Eziom-Geber, viramo-nos e seguimoso 
caminho do deserto de Moabe.5
9 Então, o Senhor me disse; Não moles­
tes Moabe' e não contendas com eles em 
peleja, porque te não darei possessão da sua 
terra; pois dei Ar em possessão aos filhos 
de Ló.
10 (Os emins, dantes, habitavam nela, 
povo grande, numeroso e alto como os ana- 
quins;u
11 também eles foram considerados re- 
fains, como os anaquins; e os moabitas lhes 
chamavam emins.
12 Os horeus também habitavam, outrora, 
em Seir; porém os filhos de Esaú os desapos- 
saram, e os destruíram de diante de si, e habi­
taram no lugar deles, assim como Israel fez à
2.4 pCn 36.8
2.5 <7Gn 36.8
2.7 rDt 8.2-4
2.8 sjz 11.18; 
1 Rs 9.26
2.9 íGn 19.37
2.10 uCn 14.5; 
Dt9.2
2.12 ^Cn 14.6
2.13
*Nm 21.12
2.14
*Nm 14.28-35
2.15 KS! 78.33
2.19 ^Cn 19.38
2.20 aCn 14.5
2.21 &Dt 2.10
terra da sua possessão, que o Se n h o r lhes 
tinha dado.)'-'
13 Levantai-vos, agora, e passai o ribeiro 
de Zerede; assim, passamos o ribeiro de 
Zerede.lv
14 O tempo que caminhamos, desde Ca- 
des-Baméia até passarmos o ribeiro de Ze­
rede, foram trinta e oito anos, até que toda 
aquela geração* dos homens de guerra se 
consumiu do meio do arraial, como o 
Senh o r lhes jurara.
15 Também foi contra eles a mão do 
Se n h o r , para os destruir do meio do arraial, 
até os haver consumido.)'
A travessia de Ar e Arnom
16 Sucedeu que, consumidos já todos os 
homens de guerra pela morte, do meio do 
povo,
17 o Senh o r me falou, dizendo:
18 Hoje, passarás por Ar, pelos limites de 
Moabe,
19 e chegarás até defronte dos filhos de 
Amomz; não os molestes e com eles não 
contendas, porque da terra dos filhos de 
Amom te não darei possessão, porquanto aos 
filhos de Ló a tenho dado por possessão.
20 (Também esta é considerada terra dos 
refains; dantes, habitavam nela refains, e os 
amonitas lhes chamavam zanzumins,0
21 povo grande, numeroso e alto como os 
anaquins; o S e n h o r o s destruiu diante dos 
amonitas; e estes, tendo-os desapossado, ha­
bitaram no lugar deles;b
22 assim como fez com os filhos de Esaú
2.7 Ele sabe que andas. O verbo "saber", heb yãda', tem um 
sentido muito íntimo e muito ativo. É o conhecimento de 
perto, é acompanhar com amor um assunto ou uma pessoa, 
adentrando-se pessoalmente na matéria. A expressão aqui 
transcrita quer dizer que Deus acompanhou o andar, a via­
gem dos israelitas, com a revelação dos Seus cuidados, 
guiando-os, suprindo em suas necessidades, e também disci­
plinando-os; enfim, foi um verdadeiro Pai para Seu 
povo, 1.51.
2.9 Moabe. Os moabitas e amonitas (19) descendiam de Ló 
(Gn 19.37,38). Esses aparentados, juntamente com os edomi- 
tas (4), não podiam ser combatidos pelos israelitas, exceto em 
defesa própria.
2 .1 0 -1 2 Esses versículos, bem como 2 0 -2 3 , são observações 
parentéticas sobre a história antiga.
2.13 O ribeiro de Zerede. Assinalava a fronteira entre Edom 
e Moabe ao norte. Israel se desviou em direção do deserto 
moabita, aproximando-se assim das fronteiras de Amom, que 
ficava a leste e a norte de Moabe.
2 .14 Trinta e oito anos. Os quarenta anos no deserto incluem 
também o primeiro ano desde a travessia do mar Vermelho 
até a partida do Sinai e o ano final gasto na conquista dos 
territórios a leste do rio jordão.
2.20 Refains. Uma tribo antiga que vivia na Palestina antes da 
chegada dos edomitas, amonitas e moabitas (que eram tribos 
descendentes de Abraão), que já se menciona durante a per­
manência de Abraão na região do mar Morto, Cn 14.5. Rece­
biam nomes, diferentes em várias localidades, como zuzins, 
emins e enaquins, e eram de estatura extraordinária. É possí­
vel que refains significasse "super-homens". Enaquins (2.11) 
pode ser interpretado por "gigantes"; a tradução de emins 
(2 .11) pode ser "seres que amedrontam"; os zuzins ou zan- 
zins têm um nome que talvez significasse "murmuradores". 
Um dos reis desta raça se descreve em 3.11. Só um cumpri­
mento milagroso das promessas feitas por Deus a Abraão, 
poderia ter permitido que seus descendentes possuíssem os 
territórios dos gigantes, quando a Descendência Escolhida, 
Israel, ainda estava na escravidão, no Egito.
DEUTERONÔMIO 2.23 254
que habitavam em Seir, de diante dos quais 
destruiu os horeus. Os filhos de Esaú, tendo- 
os desapossado, habitaram no lugar deles até 
este dia;c
23 também os caftorins que saíram de 
Caftor destruíram os aveus, que habitavam 
em vilas até Gaza, e habitaram no lugar 
deles. )d
24 Levantai-vos, parti e passai o ribeiro 
de Amom; eis aqui na tua mão tenho dado a 
Seom, amorreu, rei de Hesbom, e a sua terra; 
passa a possuí-la e contende com eles em 
peleja.e
25 Hoje, começarei a meter o terror e o 
medo de ti aos povos que estão debaixo de 
todo o céu; os que ouvirem a tua fama treme­
rão diante de ti e se angustiarão/
Vitória sobre Seom, rei de Hesbom
Nm 21.21-30
26 Então, mandei mensageiros desde o de­
serto de Quedemote a Seom, rei de Hesbom, 
com palavras de paz, dizendo: 9
27 deixa-me passar pela tua terra; so­
mente pela estrada irei; não me desviarei para 
a direita nem para a esquerda.h
28 A comida que eu coma vender-me-ás 
por dinheiro e dar-me-ás também por di­
nheiro a água que beba; tão-somente deixa- 
me passar a pé,'
29 como fizeram comigo os filhos de 
Esaú, que habitam em Seir, e os moabitas, 
que habitam em Ar; até que eu passe o Jor­
dão, à terra que o Senhor, nosso Deus, 
nos dá./
30 Mas Seom, rei de Hesbom, não nos
2.22 cCn 14.6
2.23
<JGn 10.14;
|r 25.20
2.24
fNm 21.13-14
2.25
ftx 15.14-15;
)s 2.9-10
2.26sDt 20.10
2.27
'■Nm 21.21-22 
2 .2 8 'Nm 20.19
2.29
/Nm 20.18;
Jz 11.17-18
2.30 *Êx 4.21;
|s 11.20
2.31 /Dt 1.8
2.32
'"Nm 21.23
2.33
"Nm 21.24
2.34 o Lv 27.28
2.36 PDt 3.12; 
SI 44.3
2.37
iCn 32.22;
Dt 3.5,9,16,19
quis deixar passar por sua terra, porquanto o 
S e n h o r , teu Deus, endurecera o seu espírito 
e fizera obstinado o seu coração, para to dar 
nas mãos, como hoje se vê.*
31 Disse-me, pois, o S e n h o r : Eis aqui, 
tenho começado a dar-te Seom e a sua terra; 
passa a desapossá-lo, para lhe ocupares o 
país.1
32 Então, Seom saiu-nos ao encontro, ele 
e todo o seu povo, à peleja em Jasa.m
33 E o S e n h o r , nosso Deus, no-lo entre­
gou, e o derrotamos, a ele, e a seus filhos, e 
a todo o seu povo."
34 Naquele tempo, tomamos todas as suas 
cidades e a cada uma destruímos com os seus 
homens, mulheres e crianças; não deixamos 
sobrevivente algum.0
35 Somente tomamos, por presa, o gado 
para nós e o despojo das cidades que tínha­
mos tomado.
36 Desde Aroer, que está à borda do vale 
de Amom, e a cidade que nele está, até Gi- 
leade, nenhuma cidade houve alta demais 
para nós; tudo isto o S e n h o r , nosso Deus, 
nos entregou. P
37 Somente à terra dos filhos de Amom 
não chegaste; nem a toda a borda do ribeiro 
de Jaboque, nem às cidades da região monta­
nhosa, nem a lugar algum que nos proibira o 
S e n h o r , nosso Deus.?
Vitória sobre Ogue, rei de Basã
Nm 21.31-35
3
 Depois, nos viramos e subimos o cami­
nho de Basã; e Ogue, rei de Basã, nos
2.24 Seom. Esse rei governava desde o rio Arnom até o rio 
jaboque (2.36 cf Nm 21.24). Passa a possuí-la: Deus dissera a 
Abraão, muito antes, que os israelitas passariam quatrocentos 
anos em terra estrangeira (Egito). Durante este tempo, a ini­
qüidade dos amorreus, habitantes de Canaã, deveria ter se 
desenvolvido até alcançar seu potencial máximo 
(Gn 1 5 .13 -16 ). Chegara o tempo. Com a propagação do 
amorreus para o outro lado do jordão, houve uma extensão 
correspondente do território que Israel herdaria por con­
quista. O Senhor, portanto, ordenou que Israel começasse a 
apossar-se da terra.
2.25 O medo de ti. Quanto ao novo passo para diante, que 
Israel tomaria, o Senhor os encorajou especialmente. Cfv 31 
e 11.25.
2.28,29 O rei de Edom se recusara a deixar Israel atravessar o 
seu país. Mas quando os israelitas circundaram Edom, o povo 
da área, evidentemente, se dispôs a vender-lhes provisões.
2 .30 Endurecera o seu espírito. A hostilidade de Seom
(Nm 21.23) fazia parte do propósito divino. Mas isso não sig­
nifica que haja qualquer incoerência entre a liberdade hu­
mana e a soberania de Deus. Ver nota em 29.4, cf Êx 7 .1 -5 
(notas).
2.33 Derrotamos a ele. Há notável paralelo entre a derrota de 
Seom e a de Faraó, no Êxodo. Ambos requeridos a prestar um 
favor a Israel. Ambos se recusaram por ter o Senhor endure­
cido seus corações. Ambos se mostraram hostis a Israel. Am­
bos foram derrotados porque o Senhor combateu em favor 
de Seu povo. • N . Hom. Relação de Deus com Seu povo 
(vista nos caps 2 — 3): 1) Ele instrui (2.3,37). 2) Ele cuida de 
suas necessidades (2.7). 3) Ele os encoraja (3.2 ,28). 4 ) Ele 
manifesta Seu poder em favor deles (2.25,33; 3.22).
Cap 3 Moisés relata a batalha contra Ogue, rei de Basã, e a 
distribuição do território às duas tribos e meia. Seu retros­
pecto histórico conclui com Israel situada defronte de Bete- 
Peor, nas planícies de Moabe.
3.1 Ogue, rei de Basã. Governava do rio jaboque, sobre o
255 DEUTERONÔMIO 3.19
saiu ao encontro, ele e todo o seu povo, à 
peleja em E drei/
2 Então, o Senhor me disse: Não temas, 
porque a ele, e todo o seu povo, e sua terra dei 
na tua mão; e far-lhe-ás como fizeste a Seom, 
rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.s
3 Deu-nos o Senhor, nosso Deus, em 
nossas mãos também a Ogue, rei de Basã, e a 
todo o seu povo; e ferimo-lo, até que lhe não 
ficou nenhum sobrevivente.'
4 Nesse tempo, tomamos todas as suas ci­
dades; nenhuma cidade houve que lhe não 
tomássemos: sessenta cidades, toda a região 
de Argobe, o reino de Ogue, em Basã.u
5 Todas estas cidades eram fortificadas 
com altos muros, portas e ferrolhos; tomamos 
também outras muitas cidades, que eram sem 
muros.
6 Destruímo-las totalmente, como fize­
mos a Seom, rei de Hesbom, fazendo perecer, 
por completo, cada uma das cidades com os 
seus homens, suas mulheres e crianças.1'
7 Porém todo o gado e o despojo das cida­
des tomamos para nós, por presa.
8 Assim, nesse tempo, tomamos a terra da 
mão daqueles dois reis dos amorreus que esta- 
vam dalém do Jordão: desde o rio de Amom 
até ao monte Hermom
9 (Os sidônios a Hermom chamam Si- 
riom; porém os amorreus lhe chamam 
Senir.),lv
10 tomamos todas as cidades do planalto, 
e todo o Gileade, e todo o Basã, até Salca e 
Edrei, cidades do reino de Ogue, em Basã*
11 (Porque só Ogue, rei de Basã, restou 
dos refains; eis que o seu leito, leito de ferro, 
não está, porventura, em Rabá dos filhos de 
Amom, sendo de nove côvados o seu compri­
3.1 rNlm21.33
3.2 sNm 21.24
3.3 iNm 21.35 
3.4u1Rs4.13 
3.6 v-Dt 2.24
3.9 >vDt4.48; 
1 Cr 5.23
3.10 «Dt 4.49
3.11 t-Cn 14.5; 
2Sm 12.26;
Ez 21.20
3.12
*Nm 32.33; 
|s 12.2,6
3.13 »|s 13.29
3.14
*>Nm 32.41; 
2Sm 3.3;
1 Cr 2.22
3.15 cNm 32.39
3.16
dNm 21.24; 
2Sm 24.5
3.17 «Cn 14.3; 
Dt4.49
3.18 'Nm 32.20
mento, e de quatro, a sua largura, pelo côvado 
comum?), y
Distribuição da Transjordânia
Nm 32.33-42
12 Tomamos, pois, esta terra em posses­
são nesse tempo; desde Aroer, que está junto 
ao vale de Amom, e a metade da região mon­
tanhosa de Gileade, com as suas cidades, dei 
aos rubenitas e gaditas.2
13 0 resto de Gileade, como também todo 
o Basã, o reino de Ogue, dei à meia tribo de 
Manassés; toda aquela região de Argobe, todo 
o Basã, se chamava a terra dos refains.0
14 Jair, filho de Manassés, tomou toda a 
região de Argobe até ao limite dos gesuritas e 
maacatitas, isto é, Basã, e às aldeias chamou 
pelo seu nome: Havote-Jair, até o dia de 
hoje.k
15 A Maquir dei Gileade.c
16 Mas aos rubenitas e gaditas dei desde 
Gileade até ao vale de Amom, cujo meio 
serve de limite; e até ao ribeiro de Jaboque, o 
limite dos filhos de Amom,d
17 como também a Arabá e o Jordão por 
limite, desde Quinerete até ao mar da Arabá, 
o mar Salgado, pelas faldas de Pisga, para o 
oriente.e
18 Nesse mesmo tempo, vos ordenei, di­
zendo: o S enhor, vosso Deus, vos deu esta 
terra, para a possuirdes; passai, pois, armados, 
todos os homens valentes, adiante de vossos 
irmãos, os filhos de Israel/
19 Tão-somente vossas mulheres, e vos­
sas crianças, e vosso gado (porque sei que 
tendes muito gado) ficarão nas vossas cidades 
que já vos tenho dado,
norte de Gileade e Basã, até o monte Hermom (8 -1 0 ,1 3 ; 
Js 12.5).
3.3 Ferimo-lo. A derrota de Seom e a de Ogue desmentiram 
aos temores incrédulos de Israel, de quarenta anos para trás. 
Cf 1.28 com 2.36 e 3 .4 -6 .
3.11 Leito de ferro. Não se sabe exatamente o significado 
dessa expressão, e em especial o sentido da palavra "leito", 
(heb 'eres, "leito", "divã", ou "sarcófago”). Um explorador 
chamado Capitão Condor, recentemente, o identificou com 
um trono de pedra por ele descoberto na encosta de Rabá, 
com as dimensões indicadas pela Bíblia.
3 .1 2 -1 7 As tribos de Rúben e Gade receberam o território de 
Seom, desde o rio jaboque, ao sul de Gileade, até o rio Ar- 
nom. A tribo de Gade se localizou ao norte de Rúben, com 
sua fronteira imediatamente acima do mar Morto. Gade tam­
bém recebeu o vale do jordão até o mar da Galiléía.
Cf Js 13 .1 5 -2 8 . Moisés também registrou os triunfos obtidos 
no norte pelas famílias pertencentes à tribo de Manassés. À 
essa meia tribo de Manassés foi dado o território de Ogue.
3.12 Tomamos.. . nesse tempo. Moisés não pôde entrar em 
Canaã, mas teve o privilégio de ver o começo da conquista 
sob sua liderança, e também a distribuição do território entre 
as tribos (Nm 32). Excetuando-se a cerimônia do pacto, a 
conquista e distribuição da terra a leste do jordão pôs fim à 
obra de Moisés.
3.14 Filho de Manassés. A palavra "filhos" é freqüentemente 
usada para se referir a qualquer descendente.
3.17 Quinerete. O mar da Galiiéia.
3.18 Vos ordenei. Refere-se particularmente às duas tribos e 
meia que já haviam recebido sua herança. Tinham de cumprir 
sua responsabilidade na conquista de Canaã, cf 33.21.
DEUTERONÔMIO 3.20 256
20 até que o Senhor dê descanso a vos­
sos irmãos como a vós outros, para que eles 
também ocupem a terra que o Senhor, vosso 
Deus, lhes dá dalém do Jordão; então, volta- 
reis cada qual à sua possessão que vos dei.9
21 Também, nesse tempo, dei ordem a Jo­
sué, dizendo: os teus olhos vêem tudo o que 
o Senhor, vosso Deus, tem feito a estes dois 
reis; assim fará o Senhor a todos os reinos a 
que tu passarás>
22 Não os temais, porque o Senhor, 
vosso Deus, é o que peleja por vós.'
A oração de Moisés para entrar em Canaã
Nm 27.12-23
23 Também eu, nesse tempo, implorei 
graça ao Senhor, dizendo:/
24 Ó Senhor Deus! Passaste a mostrar 
ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa 
mão; porque que deus há, nos céus ou na 
terra, que possa fazer segundo as tuas obras, 
segundo os teus poderosos feitos?*
25 Rogo-te que me deixes passar, para 
que eu veja esta boa terra que está dalém 
do Jordão, esta boa região montanhosa e o 
Líbano.'
26 Porém o Senhor indignou-se muito 
contra mim, por vossa causa, e não me ouviu; 
antes, me disse: Basta! Não me fales mais 
nisto.m
27 Sobe ao cimo de Pisga, levanta os 
olhos para o ocidente, e para o norte, e para o 
sul, e para o oriente e contempla com os pró­
prios olhos, porque não passarás este 
Jordão."
28 Dá ordens a Josué, e anima-o, e forta­
3.20 3(18-20) 
Nm 32.28-32;
|s 1.12-15
3.21
hNm 27.18
3.22 >Êx 14.14
3.23
)2Co 12.8-9
3.24*1x15.11; 
2Sm 7.22;
SI 71.19
3.25 lÉx 3.8
3.26
mNm 20.12;
St 106.32
3.27
"Nm 27.12
3.28 o(23-28) 
Nm 27.12-23; 
Dt 32.48-52
3.29 PDt 4.46
4.1 9Lv 19.37; 
Ez 20.11
4.2
rAp 22.18-19
4.3 sNm 25.1-9
4.6 tjó 28.28;
Pv 1.7
4.7 "2Sm 7.23; 
Is 55.6
lece-o; porque ele passará adiante deste povo 
e o fará possuir a terra que tu apenas verás.0
29 Assim, ficamos no vale defronte de 
Bete-Peor.P
Moisés exorta o povo à obediência
4 Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cum- 
prirdes, para que vivais, e entreis, e possuais 
a terra que o S enhor, Deus de vossos pais, 
vos dá. 9
2 Nada acrescentareisr à palavra que vos 
mando, nem diminuireis dela, para que guar­
deis os mandamentos do Senhor, vosso 
Deus, que eu vos mando.
3 Os vossos olhos viram o que o Senhor 
fez por causa de Baal-Peors; pois a todo ho­
mem que seguiu a Baal-Peor o Senhor, 
vosso Deus, consumiu do vosso meio.
4 Porém vós que permanecestes fiéis ao 
Senhor, vosso Deus, todos, hoje, estais 
vivos.
5 Eis que vos tenho ensinado estatutos e 
juízos, como me mandou o Senhor, meu 
Deus, para que assim façais no meio da terra 
que passais a possuir.
6 Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque 
isto será a vossa sabedoria e o vosso entendi­
mento perante os olhos dos povos que, ou­
vindo todos estes estatutos, dirão: 
Certamente, este grande povo é gente sábia e 
inteligente.*
7 Pois que grande nação há que tenha deu­
ses tão chegados a si como o Senhor, nosso 
Deus, todas as vezes que o invocamos?0
8 E que grande nação há que tenha estatu-
3.20 Descanso. Uma das principais bênçãos que Israel desfru­
taria em Canaã. Esse descanso foi experimentado durante o 
reinado de Salomão (1 Rs 5.4), mas um mais rico cumpri­
mento dessa promessa será desfrutado em Jesus Cristo 
(M t 11.28; Hb 4 .9 -1 1 ).
3.24 Que deus há nos céus. Isso não indica qualquer crença 
na existência real de deuses falsos. • N. Hom. Encorajamento 
divino; 1) Necessidade de encorajamento para o conflito (1);
2) Base do encorajamento: A promessa de Deus (2a, 18), e o 
fato da fidelidade passada de Deus(2b,21). Cf 20.4.
Cap 4 Moisés encerra seu primeiro discurso com uma exor­
tação à obediência (1 -4 0 ); é feita uma observação sobre a 
separação das três cidades de refúgio (41 -4 3 ); depois vem a 
introdução ao segundo discurso de Moisés (4 4 -4 9 ).
4 .1 ,2 Estatutos.. . juízos.. . mandamentos. Essas palavras, 
bem como testemunhos (45), descrevem a lei em seus vários 
aspectos. Veja a nota de 2 6 .1 6 -1 9 .
4.1 Para que vivais. A palavra de Deus é o "pão da vida" e
Suas palavras apontam o caminho da vida eterna, cf 8.3; 
M t 19.17; |o 6.63.
4 .2 Nada acrescentareis.. . nem diminuireis. Há uma clara dis­
tinção entre a palavra de Deus e a palavra do homem, 
d M t 5 .1 7 -1 9 ; 15.6; Ap 22.18,19. Muitas divisões e heresias 
na cristandade têm se originado daqueles que consideram as 
tradições humanas ou as chamadas "revelações" verdades di­
vinas. Outras heresias têm surgido daqueles que solapam a 
revelação bíblica, ao negarem a autoridade e a inspiração di­
vinas (cf nota sobre 13.2).
4 .5 No meio da terra. A lei visava primariamente a Israel. Seu 
cerimonial e regulamentos judiciais eram para ser usados por 
uma nação na terra, até que fosse feita a revelação posterior, 
quando Cristo viesse. (Cf nota sobre 5.16.)
4 .8 Toda esta tei. A relevância da lei mosaica para o crente 
pode ser resumida como segue: Primeiramente", essa lei con­
tém certos elementos transitórios, a que não se obrigam os 
cristãos (4.5n). Em segundo lugar, encerra princípios eternos
257 DEUTERONÔMIO 4.26
tos e juízos tão justos como toda esta lei que 
eu hoje vos proponho?
9 Tão-somente guarda-te a ti mesmo e 
guarda bem a tua alma, que te não esqueças 
daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e 
se não apartem do teu coração todos os dias 
da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos 
filhos de teus filhos.v
10 Não te esqueças do dia em que esti- 
veste perante o Senhor, teu Deus, em Ho­
rebe, quando o Senhor me disse: Reúne este 
povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a 
fim de que aprenda a temer-me todos os dias 
que na terra viver e as ensinará a seus filhos.w
11 Então, chegastes e vos pusestes ao pé 
do monte; e o monte ardia em fogo até ao 
meio dos céus, e havia trevas, e nuvens, e 
escuridão.*
12 Então, o Senhor vos falou do meio do 
fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, 
além da voz, não vistes aparência nenhuma.)'
13 Então, vos anunciou ele a sua aliança, 
que vos prescreveu, os dez mandamentos, e 
os escreveu em duas tábuas de pedra*.
14 Também o Senhor me ordenou, ao 
mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e 
juízos0, para que os cumprísseis na terra a 
qual passais a possuir.
15 Guardai, pois, cuidadosamente, a vossa 
alma, pois aparência nenhuma vistes no dia 
em que o Senhor, vosso Deus, vos falou em 
Horebe, no meio do fogo;*
16 para que não vos corrompais e vos fa­
çais alguma imagem esculpidac na forma de 
ídolo, semelhança de homem ou de mulher,
17 semelhança de algum animal que há na
4.9 'Cn 18.19; 
SI 78.5-6; Ef 6.4
4.10 "Ex 19.9; 
Hb 12.18-19
4.11 *Ex 19.18
4.12 V(10-12) 
Êx 19.16-18; 
Hb 12.18-19
4.13 zEx 31.18
4.14 °Êx 21.1
4.15 í>|s 23.11
4.16 í Êx 20.4; 
Lv 26.1; Dt 5.8; 
27.15
4.19 dCn 2.1; 
2Rs 17.16;
Jó 31.26-27
4.20 eÊx 19.4-6
4.21 'Nm 20.12
4.22 sDt 3.25; 
2Pe 1.13-15
4.23 »>Ex 20.4-5
4.24 >Hb 12.29
4 .2 5 /Dt 4.16; 
2Rs 17.17
terra, semelhança de algum volátil que voa 
pelos céus,
18 semelhança de algum animal que ras­
teja sobre a terra, semelhança de algum peixe 
que há nas águas debaixo da terra.
19 Guarda-te não levantes os olhos para 
os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a 
saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido 
a inclinar-te perante eles e dês culto àqueles, 
coisas que o Senhor, teu Deus, repartiu a 
todos os povos debaixo de todos os céus.rf
20 Mas o Senhor vos tomou e vos tirou 
da fornalha de ferro do Egito, para que lhe 
sejais povo de herançae, como hoje se vê.
21 Também o S en h o r se indignou contra 
mim, por vossa causa, e jurou que eu não 
passaria o Jordão^ e não entraria na boa terra 
que o S enhor, teu Deus, te dá por herança.
22 Porque eu morrerei neste lugar, não 
passarei o Jordão; porém vós o passareis e 
possuireis aquela boa terra. 9
23 Guardai-vos não vos esqueçais da 
aliança do Senhor, vosso Deus, feita con- 
vosco, e vos façais alguma imagem esculpida, 
semelhança de alguma coisa que o Senhor, 
vosso Deus, vos proibiu.h
24 Porque o Senhor, teu Deus, é fogo 
que consome', é Deus zeloso.
25 Quando, pois, gerardes filhos e filhos 
de filhos, e vos envelhecerdes na terra, e vos 
corromperdes, e fizerdes alguma imagem es­
culpida, semelhança de alguma coisa, e fizer­
des mal aos olhos do S enhor, teu Deus, para 
o provocar à ira,/
26 hoje, tomo por testemunhas contra vós 
outros o céu e a terra, que, com efeito, perece-
de santidade, justiça e verdade, incluídos no Decãlogo e im­
plícitos em toda a lei, que se impõe a todas as gerações de 
judeus e cristãos. A estes se refere a frase "está escrito" 
(M t4 .1 0 ; 5.17; Rm 13.9; 1 Pe 1.16). Em terceiro lugar, como 
parte da Bíblia inspirada, todo o livro foi escrito para nos 
instruir (Rm 15.4) e é muito "proveitoso" (2 Tm 3.16). Final­
mente, é sabido que Moisés escreveu acerca de Cristo 
( |o 5 .4 6 ; Dt 18.15 nota). Cristo, portanto, deve ser procu­
rado nessas páginas, já que toda Lei tem o fim de nos condu­
zir a Ele (Cl 3.24).
4 .9 farás saber. É uma ênfase repetida, cf 6.7; 11.19; 24.8; 
31.19.
4.13 Sua aliança. Essa é a primeira das vinte e sete ocorrên­
cias desse tema em Deuteronômio. A palavra é aqui usada 
para indicar o estabelecimento de uma relação, de um vín­
culo permanente entre os dois lados. Pelo pacto de Horebe, 
Deus tomou a Israel como Seu povo particular e Israel o to­
mou como seu Senhor (Êx 19.5,8), cf Is 42.6n.
4.15 Aparência nenhuma vistes. Ninguémjamais viu a Deus 
Pai (|o 1.18). Deus é espírito (|o 4.24), e é errado o homem 
tentar representá-lo materialmente para um auxílio à adora­
ção. Quando o Antigo Testamento se refere a manifestações 
visíveis de Deus, pode referir-se a um aparecimento do Cristo 
pré-encarnado. Um estudo cuidadoso de todas as referências 
do Antigo Testamento ao "anjo do Senhor" parece indicar 
que assim sucede. Veja-se a nota de 2 Cr 3.1.
4.19 O sol, a lua. Já no tempo de Abraão se erguiam grandio­
sos templos à lua, em Ur. No Egito, em Om (Heliópolis), pres- 
tava-se culto ao sol.
4.20 Povo de herança. Os crentes de hoje também são povo 
de uma herança (1 Pe 1.4), neste caso eterna.
4.24 Deus zeloso. A palavra hebraica qãnõ, tanto pode signifi­
car "zeloso", como "ciumento" aliás duas idéias que andam 
intimamente ligadas. O amor de Deus é muitas vezes compa­
rado ao do marido que se dá sem reservas e que espera em 
troca um amor incondicional.
DEUTERONÔMIO 4.27 258
reis, imediatamente, da terra a qual, passado o 
Jordão, ides possuir; não prolongareis os vos­
sos dias nela; antes, sereis de todo des­
truídos.*
27 O S en h o r v o s espalhará entre os po­
vos, e restareis poucos em número entre as 
gentes aonde o S enho r vos conduzirá.'
28 Lá, servireis a deuses que são obra de 
mãos de homens, madeira e pedra, que não 
vêem, nem ouvem, nem comem, nem 
cheiram."1
29 De lá, buscarás ao Senhor, teu Deus, 
e o acharás", quando o buscares de todo o teu 
coração e de toda a tua alma.
30 Quando estiveres em angústia, e todas 
estas coisas te sobrevierem nos últimos dias, 
e te voltares para o Senhor, teu Deus, e lhe 
atenderes a voz,0
31 então, o Senhor, teu Deus, não te de­
samparará, porquanto é Deus misericordioso, 
nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança 
que jurou a teus pais.P
32 Agora, pois, pergunta aos tempos pas­
sados, que te precederam, desde o dia em que 
Deus criou o homem sobre a terra, desde uma 
extremidade do céu até à outra, se sucedeu 
jamais coisa tamanha como esta ou se se ou­
viu coisa como esta; 9
33 ou se algum povo ouviu falar a voz de 
algum deus do meio do fogo, como tu a ou- 
viste, ficando vivo;r
34 ou se um deus intentou ir tomar para si 
um povo do meio de outro povo, com provas, 
e com sinais, e com milagres, e com peleja, e 
com mão poderosa, e com braço estendido, e 
com grandes espantos, segundo tudo quanto o 
Senhor, vosso Deus, vos fez no Egito, aos 
vossos olhos.5
35 A ti te foi mostrado para que soubesses 
que o Senhor é Deus; nenhum outro há, se­
não ele(.
36 Dos céus te fez ouvir a sua voz, para
4.26
*Dt 30.18-19; 
Mq 6.2
4.27 <Lv 26.33; 
Ne 1.8
4.28 ">(27-28) 
Dt 28.36
4.29 "Ir 29.13
4.30 °Gn 49.1; 
Jr 23.20; Jl 2.12
4.31 p2Cr 30.9; 
S1116.5
4.32 q\ó 8.8
4.33 'Êx 24.11
4.34 6.6
4.35 'Mc 12.32
4.36 wÉx 19.9; 
Hb 12.18
4.37 v-Èx 13.3; 
Dt 10.15
4.38 *D t 7.1
4.39 *Dt 4.35
4.40 Ybí 22.31; 
Ef 6.3
4.41 ^Nm 35.6
4.42 o Dt 19.4
4 .4 3 b(41-43) 
Dt 19.1-3;
js 20.7-9
te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu 
grande fogo, e do meio do fogo ouviste as 
suas palavras."
37 Porquanto amou teus pais, e escolheu a 
sua descendência depois deles, e te tirou do 
Egito, ele mesmo presente e com a sua grande 
força,1'
38 para lançar de diante de ti nações maio­
res e mais poderosas do que tu, para te intro­
duzir na sua terra e ta dar por herança, como 
hoje se vê.lv
39 Por isso, hoje, saberás e refletirás no 
teu coração que só o S e n h o r é Deus em cima 
no céu e embaixo na terra; nenhum ou­
tro há.*
40 Guarda, pois, os seus estatutos e os 
seus mandamentos que te ordeno hoje, para 
que te vá bem a ti e a teus filhos depois de ti 
e para que prolongues os dias na terra que 
o S e n h o r , teu Deus, te dá para todo o 
sempre.)'
Três cidades de refugio
Nm 35.9-15; Dt 19.1-3
41 Então, Moisés separou três cidades da- 
lém do Jordão, do lado do nascimento 
do sol,*
42 para que se acolhesse ali o homicida 
que matasse, involuntariamente, o seu pró­
ximo, a quem, dantes, não tivesse ódio algum, 
e se acolhesse a uma destas cidades e 
vivesse:0
43 Bezer, no deserto, no planalto, para os 
rubenitas; Ramote, em Gileade, para os gadi- 
tas; e Golã, em Basã, para os manassitas.b
O S e g u n d o D i s c u r s o d e M o i s é s 
Moisés conta a história da legislação
44 Esta é a lei que Moisés propôs aos fi­
lhos de Israel.
45 São estes os testemunhos, e os estatu-
4.27 tos espalhará entre os povos. Israel é avisado que seriam 
exilados de sua herança como pena pela idolatria. Cf nota 
sobre 28.64.
4.29 De lá. Não importando onde estiver, nem suas circuns­
tâncias, qualquer um pode encontrar a Deus se realmente O 
busca de todo o coração (Jo 4.23,24).
4.31 Aliança,. . teus pais. Embora Israel viesse a sofrer a pena 
máxima (27) por violar o pacto mosaico, Deus seria gracioso 
para com Israel, à base do pacto abraâmico anterior. 
Cf 30.20; Lv 26.33,42; Gn 15. • N . Hom. O emprego de 
objetos materiais para adorar a Deus: 1) É incompatível com
a natureza espiritual de Deus (15); 2) Conduz à adoração aos 
próprios objetos (19); 3) Pode levar a uma vida corrupta (16);
4) Incorre na ira de Deus (25b -26 ).
4 .34 Desde os princípios da existência humana, os homens 
foram desenvolvendo crenças e costumes religiosos, e, já no 
tempo de Moisés cada tribo e região tinha sua religião local, 
imutável, já havia séculos. Eram idéias humanas produzidas 
pelo fato de a própria natureza do universo proclamar muita 
coisa sobre Seu Criador, S119.1. A idéia de Deus procurar 
deliberadamente um povo, resgatando-o com amor e poder, 
era desconhecida aos pagãos.
259 DEUTERONÔMIO 5.12
tos, e os juízos que Moisés falou aos filhos de 
Israel, quando saíram do Egito,
46 além do Jordão, no vale defronte de 
Bete-Peor, na terra de Seom, rei dos amor­
reus, que habitava em Hesbom, a quem Moi­
sés e os filhos de Israel feriram ao saírem do 
Egito,c
47 e tomaram a sua terra em possessão, 
como também a terra de Ogue, rei de Basã, 
dois reis dos amorreus, que estavam além do 
Jordão, do lado do nascimento do sol;d
48 desde Aroer, que está à borda do vale 
de Arnom, até ao monte Siom, que é 
Hermom,*
49 e toda a Arabá, além do Jordão, do lado 
oriental, até ao mar da Arabá, pelas faldas de 
Pisga.f
A repetição dos dez mandamentos
Êx 2 0 .1 -1 7
5 Chamou Moisés a todo o Israel e disse- lhe: Ouvi, 6 Israel, os estatutos e juízos 
que hoje vos falo aos ouvidos, para que os 
aprendais e cuideis em os cumprirdes.
2 O S e n h o r , nosso Deus, fez aliança co­
nosco em Horebe.s
3 Não foi com nossos pais que fez o
4.46 cNm 21.24
4.47
dNm 21.35
4.48 fDt 2.36
4.49 /Dt 3.17
5.2 9Êx 19.5
5.3*M t13.17
5.4 'Êx 19.9;
Dt 4.33,36
5 .5 /Êx 19.16
5.6 *Êx 20.2;
Dt 6.4
5 .7 'Êx 20.3
5.8 Êx 34.17; 
Lv 19.4; 26.1;
Dt 4.15-19; 
27.15
5.9 "Êx 34.7
5.10 o(9-10)
Êx 34.7;
Nm 14.18;
Dt 7.9
5.11 f>Lv 19.12
S e n h o r esta aliança, e sim conosco, todos os 
que, hoje, aqui estamos vivos.'1
4 Face a face falou o S e n h o r conosco, no 
monte, do meio do fogo1
5 (Nesse tempo, eu estava em pé entre o 
S e n h o r e vós, para vos notificar a palavra do 
S e n h o r , porque temestes o fogo e não subis- 
tes ao monte.), dizendo:/
6 Eu sou o S e n h o r , teu Deus, que te tirei 
do Egito, da casa da servidão.k
7 Não terás outros deuses diante 
de mim.'
8 Não farás para tim imagem de escultura, 
nem semelhança alguma do que há em cima 
no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas 
debaixo da terra;
9 não as adorarás, nem lhes darás culto; 
porque eu, o S e n h o r , teu Deus, sou Deus 
zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos 
filhos até a terceira e quarta geração daqueles 
que me aborrecem,"
10 e faço misericórdia até mil gerações 
daqueles que me amame guardam os meus 
mandamentos.0
11 Não tomarás o nomeP do S e n h o r , teu 
Deus, em vão, porque o S e n h o r não terá por 
inocente o que tomar o seu nome em vão.
12 Guarda o dia de sábado, para o santifi-
Cap 5 -1 1 Esta seção contém o segundo discurso de Moisés, 
que apresenta uma extensa exposição dos Dez Mandamen­
tos, com exortações à obediência. Faz-se referência especial 
aos dois primeiros mandamentos.
Cap 5 Moisés começa o discurso com uma introdução aos 
Dez Mandamentos (1 - 5 ) . Então repete os mandamentos 
(6 -2 1 ) e explica mais plenamente o que ocorreu no Sinai, 
após o livramento do povo (2 2 -3 3 ).
5.3 Não foi com nossos pais. Isto é: não só com os nossos 
antepassados, mas também conosco.
5.5 Entre o Senhor e vós. Moisés era mediador e intercessor. 
Cf nota sobre 9.25.
5.6 Eu sou. É a natureza revelada de Deus que determina 
aquilo que Seus servos devem ser: "Sede vós perfeitos como 
perfeito é o vosso Pai celeste", M t 5.48.
5 .6 -2 1 Constituem-se os Dez Mandamentos, no âmago da 
Lei e a base da Aliança de Deus com Israel. Os capítulos 
1 2 -2 6 pode-se considerar uma aplicação pormenorizada dos 
princípios que contêm para a vida do povo em C anaã.. . A 
diferença entre os mandamentos expostos no capítulo 20 de 
Êxodo e os do presente capítulo de Deuteronômio leva a su­
por que as "palavras" originais não passavam de simples fra­
ses como esta; "Honra a teu pai e a tua mãe" (16). As palavras 
que seguem eram apenas um comentário, mais ou menos 
desenvolvido. Os Dez Mandamentos são sem paralelo em 
muitas coisas, e foram um sumário completo da Lei de Deus 
(Cf nota sobre 4.8). A forma pela qual o decálogo é apresen­
tado no Antigo Testamento, porém, mostra que era aplicado 
em termos próprios para a era mosaica. (Cf notas sobre 
1 2 -1 5 e 16). O decálogo é chamado de "a aliança" (4.13; 
9.9), e como tal se refere a Israel, o povo do pacto.
5 .7 Outros deuses. Na derrota do Faraó e de todos os mági­
cos do Egito, Deus já revelara plenamente que, embora haja 
ídolos e crendices numerosos no mundo, esses "deuses" não 
têm existência real, que se possa revelar pela atuação. Esta 
demonstração (4 .3 2 -3 5 ) é a maior autoridade para se exigir 
obediência aos Mandamentos. M t 11 .28 -30 ; Jo 14.15.
5.10 Guardar os mandamentos de Deus não deve ser consi­
derado um fardo pesado para pessoas religiosas carregarem, 
mas sim, pura e simplesmente, a expressão alegre e aben­
çoada de amar a Deus,
5.11 O nome do Senhor. No pensamento hebraico, o nome 
(heb shèm) liga-se intimamente à pessoa; umas vezes indica 
o seu caráter (cf Êx 3.13; M t 1.21), e outras, a posição que 
ocupa (Êx 23.21).
5 .1 2 -1 5 A principal diferença entre as duas apresentações 
dos Dez Mandamentos reside nas razões dadas para a obser­
vação do sábado (Êx 20.11; D t 5.15). A palavra "sábado" tem 
raiz no termo hebraico shãbhat, que quer dizer "cessar, desis­
tir". Esta palavra estava associada ao sétimo dia antes mesmo 
da legislação do Sinai (cf Êx 16.26). A referência específica ao 
sétimo dia não aparece no próprio mandamento sobre o sá­
bado (D t5 .1 2 ), mas no comentário que se segue (cf 16n). 
Não há razão lingüística pela qual a palavra "sábado" não
DEUTERONÔMIO 5.13 260
car, como te ordenou o S e n h o r , teu Deus.4
13 Seis dias trabalharás e farás toda a tua 
obra/
14 Mas o sétimo dia é o sábado do 
S e n h o r , teu Deus; não farás nenhum traba­
lho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, 
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu 
boi, nem o teu jumento, nem animal algum 
teu, nem o estrangeiro das tuas portas para 
dentro, para que o teu servo e a tua serva 
descansem como tu;5
15 porque te lembrarás que foste servo na 
terra do Egito e que o S e n h o r , teu Deus, te 
tirou dali com mão poderosa e braço esten­
dido; pelo que o S E N H O R , teu Deus, te orde­
nou que guardasses o dia de sábado.'
16 Honra a teu pai“ e a tua mãe, como o 
S e n h o r , teu Deus, te ordenou, para que se 
prolonguem os teus dias e para que te vá bem 
na terra que o S e n h o r , teu Deus, te dá.
17 Não matarás.''
18 Não adulterarás."'
19 Não furtarás.*
20 Não dirás falso testemunho)' contra o 
teu próximo.
21 Não cobiçarás2 a mulher do teu pró­
ximo. Não desejarás a casa do teu próximo, 
nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua 
serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem 
coisa alguma do teu próximo.
Moisés, mediador entre Deus e o povo
Êx 2 0 .1 8 -2 1
22 Estas palavras falou o S e n h o r a toda 
a vossa congregação no monte, do meio do 
fogo, da nuvem e da escuridade, com grande 
voz, e nada acrescentou. Tendo-as escrito em 
duas tábuas de pedra, deu-mas a mim.a
23 Sucedeu que, ouvindo a voz do meio
5.12 <7 Ex 20.8
5.13 rÊx 23.12
5.14 sCn 2.2; 
Hb-4.4
5.15 t(12-15)
Êx 16.23-30; 
23.12; 31.12-17; 
34.21; 35.2-3;
Lv 23.3
5.16 “ Dt 27.16; 
Mt 15.4; 19.19; 
Mc 7.10; 10.19; 
Lc 18.20;
Ef 6.2-3
5.17 ‘'Gn 9.6;
Lv 24.17;
Mt 5.21; 19.18; 
Mc 10.19;
Lc 18.20;
Rm 13.9;
Tg 2 .11
5.18 wLv 20.10; 
Mt 5.27; 19.18; 
Mc 10.19;
Lc 18.20;
Rm 13.9;
Tg 2 .11
5.19 «Lv 19.11; 
Mt 19.18;
Mc 10.19;
Lc 18.20;
Rm 13.9
5.20 rtx 23.1; 
Mt 19.18;
Mc 10.19;
Lc 18.20;
Rm 13.9
5.21 zRm 7.7; 
13.9
5.22 ° íx 24.12
5.23
6ÊX 20.18-19 
5.24cÊx 19.19; 
|z 13.22
5.25 rfDt 18.16
5.26 eDt 4.33
5.27 '(22-27) 
Hb 12.18-19
5.28 9Dt 18.17
5.29 hDt 4.40;
Is 48.18;
Lc 19.42
das trevas, enquanto ardia o monte em fogo, 
vos achegastes a mim, todos os cabeças das 
vossas tribos e vossos anciãos,b
24 e dissestes: Eis aqui o S e n h o r , nosso 
Deus, nos fez ver a sua glória e a sua gran­
deza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; 
hoje, vimos que Deus fala com o homem, e 
este permanece vivo.c
25 Agora, pois, por que morreríamos? 
Pois este grande fogo nos consumiria; se 
ainda mais ouvíssemos a voz do S e n h o r , 
nosso Deus, morreríamos.d
26 Porque quem há, de toda carne, que 
tenha ouvido a voz do Deus vivo falar do 
meio do fogo, como nós ouvimos, e permane­
cido vivo?e
27 Chega-te, e ouve tudo o que disser o 
S e n h o r , nosso Deus; e tu nos dirás tudo o 
que te disser o S e n h o r , nosso Deus, e o ouvi­
remos, e o cumpriremos/
28 Ouvindo, pois, o S e n h o r as vossas pa­
lavras, quando me faláveis a mim, o S e n h o r 
me disse; Eu ouvi as palavras deste povo, 
as quais te disseram; em tudo falaram 
eles b e m . 9
29 Quem dera que eles tivessem tal cora­
ção, que me temessem e guardassem em todo 
o tempo todos os meus mandamentos, para 
que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para 
sempre \h
30 Vai, dize-lhes: Tomai-vos às vossas 
tendas.
31 Tu, porém, fica-te aqui comigo, e eu te 
direi todos os mandamentos, e estatutos, e 
juízos que tu lhes hás de ensinar que cum­
pram na terra que eu lhes darei para possuí- 
la.1
5.31 <GI 3.19
pudesse ser também aplicada a um dia de descanso no princí­
pio da semana. A mudança do descanso sabático do sétimo 
para o primeiro dia é o cumprimento do princípio moral do 
sábado. O sábado do sétimo dia comemorava a obra da cria­
ção divina (Êx 20.11) e a redenção (D t5 .1 5 ). O sábado do 
primeiro dia pode ser reputado como comemoração da nova 
obra de criação divina (2 Co 5.17; Ef 2.10) e a redenção espi­
ritual (Tt 2.14). A ressurreição de |esus assinalou o clímax de 
Sua obra redentora (Rm 4.25; 1 Pe 1.3) e parece certo que os 
cristãos primitivos começaram reunindo-se no primeiro dia 
da semana em comemoração a esse grande acontecimento. 
Cristo chamou-se Senhor do sábado (Mc 2.28) e o primeiro dia 
da semana ficou depois conhecido como Dia do Senhor 
(Ap 1.10). Desde então o sábado do primeiro dia tem sido 
aceito pela vasta maioria dos cristãos.
5.16 Na terra que . . . te dá. í uma referência específica a 
Canaã e mostra que os comentários ligados aos mandamen­
tos não se aplicam, necessariamente,de modo literal ao cris­
tão (cf 4.5n; 4.8n). O princípio moral básico, porém, ainda é 
válido, cf Ef 6.3.
5.17 Não matarás. Este mandamento proíbe o homicídio. 
Outras escrituras deixam perfeitamente claro que se relaciona 
tanto ao desejo íntimo como à conduta externa. Ler 
Mc 1 0 .1 7 -2 2 e Rm 7.7,8. • N . Hom. Obrigação do homem:
1) Para com Deus (7 -1 5 ); 2) Para com outros (1 6 -2 1 ). (Estu­
dar a cada mandamento, observando o pleno escopo de suas 
implicações positivas e negativas, cf M t 2 2 .3 6 -3 9 ; 
cap 7, etc.).
261 DEUTERONÔMIO 6.20
32 Cuidareis em fazerdes como vos man­
dou o S e n h o r , vosso Deus; não vos desvia- 
reis, nem para a direita, nem para a 
esquerda./
33 Andareis em todo o caminho que vos 
manda o SENHOR, vosso Deus, para que vi­
vais, bem vos suceda, e prolongueis os dias na 
terra que haveis de possuir.k
O fim da lei é a obediência
6 Estes, pois, são os mandamentos, os es­tatutos e os juízos que mandou o 
S enho r, teu Deus, se te ensinassem, para que 
os cumprisses na terra a que passas para a 
possuir;'
2 para que temas ao Senhor, teu Deus, e 
guardes todos os seus estatutos e mandamen­
tos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho 
de teu filho, todos os dias da tua vida; e que 
teus dias sejam prolongados."1
3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cum- 
prires, para que bem te suceda, e muito te 
multipliques na terra que mana leite e mel, 
como te disse o Senhor, Deus de teus pais."
4 Ouve, Israel0, o Senhor, nosso Deus, é 
o único Senhor.
5 Amarás, pois, o Senhor, teu DeusP, de 
todo o teu coração, de toda a tua alma e de 
toda a tua força.
6 Estas palavras que, hoje, te ordeno esta­
rão no teu coração;?
7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas 
falarás assentado em tua casa, e andando pelo 
caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te/
8 Também as atarás como sinal na tua 
mão, e te serão por frontal entre os olhos.5
5.32 /Dt 17.20; 
Pv4.27
5.33 *Dt 4.40; 
Jr 7.23
6.1 'Dt 4.1
6.2 m 1x20.20; 
SI 111.10;
Ec 12.13
6.3 "Cn 15.5
6.4 o Mc 12.29
6.5 pMt 22.37; 
Mc 12.30;
Lc 10.27
6.6 gDt 11.18; 
Pv 3.3
6.7 rDt 4.9;
Ef 6.4
6.8 sÊx 13.9; 
Dt11.18
6.9 í (6-9)
Dt 11.18-20
6.10 “Gn 12.7 
vGn 26.3 
"Gn 28.13
6.11 Dt 8.10
6.13 KMt 4.10; 
Lc4.8
6.14 ^Dt 8.19
6.15 aÊx 20.5
6 .1 6 &Êx 17.7; 
Mt 4.7; Lc 4.12
6.17 cDt 11.13; 
SI 119.4
6.18^1x15.26
6.19
<?Nm 33.52-53
9 E as escreverás nos umbrais de tua casa 
e nas tuas portas.(
10 Havendo-te, pois, o Senhor, teu 
Deus, introduzido na terra que, sob jura­
mento, prometeu a teus pais, Abraãou, Isa- 
quev e Jacóvv, te daria, grandes e boas 
cidades, que tu não edificaste;
11 e casas cheias de tudo o que é bom, 
casas que não encheste; e poços abertos, que 
não abriste; vinhais e olivais, que não plan- 
taste; e, quando comeres e te fartares/
12 guarda-te, para que não esqueças o 
Senhor, que te tirou da terra do Egito, da 
casa da servidão.
13 O Senhor, teu Deus, temerás»', a ele 
servirás, e, pelo seu nome, jurarás.
14 Não seguirás outros deuses, nenhum 
dos deuses dos povos que houver à roda 
de t i /
15 porque o Senhor, teu Deus, é Deus 
zeloso no meio de ti, para que a ira do 
Senhor, teu Deus, se não acenda contra ti e 
te destrua de sobre a face da terra.0
16 Não tentarás o Senhor, teu Deusb, 
como o tentaste em Massá.
17 Diligentemente, guardarás os manda­
mentos do Senhor, teu Deus, e os seus teste­
munhos, e os seus estatutos que te ordenou.c
18 Farás o que é reto e bom aos olhos do 
Senhor, para que bem te suceda, e entres, e 
possuas a boa terra a qual o Senhor, sob 
juramento, prometeu dar a teus pais,d
19 lançando todos os teus inimigos de 
diante de ti, como o Senhor tem dito.5
20 Quando teu filho, no futuro, te pergun­
tar, dizendo: Que significam os testemunhos,
Cap 6 Deus quer nossa devoção exclusiva. Moisés exorta à 
obediência (1 -3 ) , enuncia o grande mandamento (4,5), 
apresenta os meios pelos quais as obrigações do pacto devem 
ser lembradas (6 -9 ) , adverte a Israel contra vários perigos 
(1 0 -1 9 ) e diz aos pais como devem instruir a seus filhos 
(2 0 -2 5 ).
6.3 Para que bem te suceda. O usufruto contínuo de Canaã 
da parte de Israel, bem como o usufruto do jardim do Éden 
por Adão, dependia da contínua fidelidade ao Senhor.
6.4,5 O grande mandamento (M c 12.29,30) é essencial­
mente uma reafirmação do primeiro mandamento do decá- 
logo em forma positiva. Não há muitos deuses mas um 
Senhor, que é soberano e sem igual; assim, Israel teria de ter 
uma só lealdade. Esta é a verdade básica da qual tudo mais 
depende.
6 .4 O único Senhor. A palavra hebraica aqui empregada para 
"único" ( 'ehadh), significa uma unidade composta e, por­
tanto, não excluía o conceito cristão de uma Trindade de
Pessoas dentro daquela unidade. A palavra hebraica que ex­
pressa unidade absoluta é yahidh, e nunca é usada para ex­
pressar a unidade da Deidade.
6 .8 /4s atarás como sinal. Os judeus antigos, interpretando à 
letra este versículo, encerraram em pequenas caixas, chama­
das filactérios, alguns passos escritos da Lei, que atavam de­
pois à cabeça ou às mãos.
6 .1 3 -1 6 jesus citou estes versículos por ocasião de Sua ten­
tação.
6 .16 Não tentarás o Senhor. Cf SI 95.8,9 e Hb 3.15. Israel não 
devia ser presunçoso ao ponto de submeter Deus a um teste, 
buscando prova de Sua presença e poder. Devemos confiar 
na suficiência de Sua Palavra.
6 .20 Que significam os testemunhos. A Palavra de Deus é vá­
lida para cada geração. Nossa responsabilidade é compreen­
der a Sua palavra para que possamos prestar adoração e 
serviço inteligente, a fim de transmitir a outros essa grande 
herança.
DEUTERONÔMIO 6.21 262
e estatutos, e juízos que o S e n h o r , nosso 
Deus, vos ordenou?f
21 Então, dirás a teu filho: Éramos servos 
de Faraó, no Egito; porém o S e n h o r de lá 
nos tirou com poderosa mão. 9
22 Aos nossos olhos fez o S e n h o r sinais 
e maravilhas, grandes e terríveis, contra o 
Egito e contra Faraó e toda a sua casa;h
23 e dali nos tirou, para nos levar e nos dar 
a terra que sob juramento prometeu a nossos 
pais.
24 O S e n h o r nos ordenou cumpríssemos 
todos estes estatutos e temêssemos o 
S e n h o r , nosso Deus, para o nosso perpétuo 
bem, para nos guardar em vida, como tem 
feito até hoje.1
25 Será por nós justiça, quando tivermos 
cuidado de cumprir todos estes mandamentos 
perante o Senhor, nosso Deus, como nos tem 
ordenado./
Admoestações contra a infidelidade
Êx 3 4 .1 0 -1 7
7 Quando o S e n h o r , teu Deus, te introdu­zir na terra a qual passas a possuir, e 
tiver lançado muitas nações de diante de ti, os 
heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os 
cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e 
os jebuseus, sete nações* mais numerosas e 
mais poderosas do que tu;
2 e o Senhor, teu Deus, as tiver dado 
diante de ti, para as ferir, totalmente as des-
6.20 fEx 13.14
6.21 gbí 3.19
6.22 ^Êx 7.1-25
6.24 'Dt 4.1;
SI 41.2; Lc 10.28
6 .2 5 /Lv 18.5; 
Rm 10.3,5
7.1 *At 13.19
7 .2 'Êx 23.32; 
Nm 33.52;
|s 2.14
7.3 m|s 23.12; 
IRs 11.2
7.4 "Dt 6.15
7.5 »Dt 12.3
7.6 PÊx 19.5;
Dt 14.2; Tt 2.14; 
1 Pe 2.9
7.7 qDt 10.22
7.8 rÊx 13.3;
Dt 10.15;
Lc 1.55,72-73
7.9 sÊx 20.5-6; 
Dt 5.9-10
truirás; não farás com elas aliança, nem terás 
piedade delas;1
3 nem contrairás matrimônio com os fi­
lhos dessas nações; não darás tuas filhas a 
seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus 
filhos;™
4 pois elas fariam desviar teus filhos de 
mim, para que servissem a outros deuses; e a 
ira do Senhor se acenderia contra vós outros 
e depressa vos destruiria.n
5 Porém assim lhes fareis: derribareis os 
seus altares0, quebrareis as suas colunas, cor- 
tareis os seus postes-ídolos e queimareis as 
suas imagens de escultura.
6 Porquetu és povo santo ao Senhor, teu 
Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para 
que lhe fosses o seu povo próprioP, de todos 
os povos que há sobre a terra.
7 Não vos teve o S en h o r afeição, nem 
vos escolheu porque fósseis mais numerosos 
do que qualquer povo, pois éreis o menor de 
todos os povos, i
8 mas porque o S en h o r v o s amava e, 
para guardar o juramento que fizera a vossos 
pais, o S en h o r v o s tirou com mão poderosa 
e vos resgatou da casa da servidão, do poder 
de Faraó, rei do E gito/
9 Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, 
é Deus, o Deus fiel5, que guarda a aliança 
e a misericórdia até mil gerações aos que o 
amam e cumprem os seus mandamentos;
10 e dá o pago diretamente aos que o 
odeiam, fazendo-os perecer; não será demo-
6.23 Esta tríplice declaração é, ao mesmo tempo, básica e 
sumária. Note-se o fato, o propósito por trás do fato, e a razão 
que subjaz tanto o fato como o propósito.
6.2S Será por nós justiça. A lei desvenda o padrão de conduta 
que é justiça perante Deus. Justiça, heb tsdhâqãh, é uma das 
palavras-chaves do Antigo Testamento. Significa tudo aquilo 
que é reto, justo e verdadeiro, resumindo num "juízo de jus­
tiça" (1 6 .18 ) ou "num peso inteiro e justo" (25.15), 
cf Pv 24.15; 25.5n. • N . Hom. O tipo de amor que Deus 
quer (5); 1) Um amor que envolve a todo o nosso ser (cora­
ção, alma); 2) Um amor que se entrega inteiramente (todo, 
toda, tudo); 3) Um am or que é ativo (a tua força).
• N. Hom. Tornando a Palavra de Deus de valor prático:
1) Em nossas vidas pessoais (6); 2 ) Na instrução de nossos 
filhos (7a); 3) Em nossa conduta diária (7b). • N. Hom. Per­
manecendo fiel a Deus em tempos de prosperidade. 1) O 
perigo da infidelidade (12; cf cap 8, N. Hom.); 2) A evidência 
da fidelidade (13,14). Reverência (temerás). Serviço (servirás). 
Testemunho (jurarás). Lealdade (não seguirás outros deuses);
3) O motivo da fidelidade (15). • N . Hom. Fazer uma aplica­
ção espiritual da tríplice declaração de 6.23.
Cap 7 O programa para o extermínio dos deuses estrangei­
ros e seus povos em Canaã é anunciado. Há uma chamada 
para separação (1 -5 ) , seguida das razões dessa separação 
(6 -1 1 ), e das bênçãos decorrentes da obediência (1 2 -1 6 ). 
Deus lutará por Israel (1 7 -2 4 ), mas Israel terá que ter o cui­
dado de observar o princípio da completa separação (25,26).
7.1 Os cananeus. Na conquista de Canaã cumprir-se-ia a an­
tiga profecia de Noé (cf Cn 9.25,26). Sete nações. Noutras 
listas dessas nações, o número varia. "Sete", provavelmente, é 
cifra que significa um número completo.
7.2 Totalmente as destruirás. Essa guerra santa se baseou no 
temor da influência corruptora da cultura cananéia (16; 
Êx 23 .2 3 -3 3 ; 3 4 .11 -16 ). A ordem de exterminar aos cana­
neus de modo nenhum vai contrariar o caráter de Deus. Deus 
usou, com justiça, ao Seu povo escolhido para ser Seu instru­
mento contra aqueles que persistiam na iniqüidade. No Novo 
Testamento, porém, os juízos de Deus tomam uma forma 
diferente e a guerra dos crentes é espiritual (Ef 6.12).
7.6 Tu és povo santo ao Senhor. No Antigo Testamento a 
palavra "santo" (heb qãdõsh) tem um duplo significado: "de­
dicado ao serviço do Senhor" e "puro e brilhante". Em vir­
tude da vocação divina, Israel partilharia destes dois atributos.
263 DEUTERONÔMIO 8.3
rado para com o que o odeia; prontamente, 
lho retribuirá/
11 Guarda, pois, os mandamentos, e os 
estatutos, e os juízos que hoje te mando 
cumprir.
Bênçãos decorrentes da obediência
Lv 26.3-13; Dt 28.1-14
12 Será, pois, que, se, ouvindo estes juí­
zos, os guardares e cumprires, o S enho r, teu 
Deus, te guardará a aliança e a misericórdia 
prometida sob juramento a teus pais;u
13 ele te amará, e te abençoará, e te fará 
multiplicar; também abençoará os teus filhos, 
e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu 
vinho, e o teu azeite, e as crias das tuas vacas 
e das tuas ovelhas, na terra que, sob jura­
mento a teus pais, prometeu dar-te.1'
14 Bendito serás mais do que todos os po­
vos; não haverá entre ti nem homem, nem 
mulher estéril, nem entre os teus animais.w
15 O Senhor afastará de ti toda enfermi­
dade; sobre ti não porá nenhuma das doenças 
malignas dos egípcios, que bem sabes; antes, 
as porá sobre todos os que te odeiam."
16 Consumirás todos os povos que te der 
o Senhor, teu Deus; os teus olhos não terão 
piedade deles, nem servirás a seus deuses, 
pois isso te seria por ciladas.)'
17 Se disseres no teu coração: Estas na­
ções são mais numerosas do que eu; como 
poderei desapossá-las?2
18 Delas não tenhas temor; lembrar-te-ás 
do que o Senhor, teu Deus, fez a Faraó e a 
todo o Egito;0
19 das grandes provas que viram os teus 
olhos, e dos sinais, e maravilhas, e mão pode­
rosa, e braço estendido, com que o Senhor, 
teu Deus, te tirou; assim fará o Senhor, teu 
Deus, com todos os povos, aos quais temes.*
20 Além disso, o Senhor, teu Deus, man­
7.10 <Dt 32.35; 
Na 1.2
7.12 "Lv 26.3; 
S1105.8-9
7.13 ‘'Dt 28.4
7.14 "Êx 23.26
7.15 "Êx 9.14
7.16 Y íx 23.33; 
Jz 8.27
7.17
*Nm 33.53
7.18 °Dt 31.6
7.19 í>Dt 4.34
7.20 cÊx 23.28
7.21
dNm 11.20;
Js 3.10
7.22
eÊx 23.29-30
7.24 f Êx17.14; 
Js 1.5
7.25 9Êx 32.20; 
Js 7.1,21;
1 Cr 14.12;
Sf 1.3
7.26 hLv 27.28; 
Js 6.17-18
8.1 'Dt 4.1
8.2 ;Êx 16.4;
2Cr 32.31;
S1136.16;
Jo 2.25
dará entre eles vespões, até que pereçam os 
que ficarem e se esconderem de diante de ti.c
21 Não te espantes diante deles, porque o 
Senhor, teu Deus, está no meio de ti, Deus 
grande e temível.d
22 O Senhor, teu Deus, lançará fora es­
tas nações, pouco a pouco, de diante de ti; não 
poderás destruí-las todas de pronto, para que 
as feras do campo se não multipliquem con­
tra ti.e
23 Mas o Senhor, teu Deus, tas entregará 
e lhes infligirá grande confusão, até que se­
jam destruídas.
24 Entregar-te-á também nas mãos os 
seus reis, para que apagues o nome deles de 
debaixo dos céus; nenhum homem poderá re­
sistir-te, até que os destruas/
25 As imagens de escultura de seus deuses 
queimarás; a prata e o ouro que estão sobre 
elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, 
para que te não enlaces neles; pois são abomi- 
nação ao Senhor, teu Deus. 9
26 Não meterás, pois, coisa abominável 
em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, 
semelhante a ela; de todo, a detestarás e, de 
todo, a abominarás, pois é amaldiçoada.h
Exortação a ter em memória 
os benefícios do S e n h o r
8 Cuidareis de cumprir todos os manda­mentos que hoje vos ordeno, para que 
vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e pos­
suais a terra que o S en h o r prometeu sob 
juramento a vossos pais.1
2 Recordar-te-ás de todo o caminho pelo 
qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto 
estes quarenta anos, para te humilhar, para te 
provar, para saber o que estava no teu cora­
ção, se guardarias ou não os seus manda­
mentos/
3 Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e
7 .1 2 -1 4 Os habitantes da terra atribuíam as bênçãos da fer­
tilidade aos seus deuses da natureza, e não ao verdadeiro 
Deus.
7.20 Vespões. Alguns pensam que enxames desses insetos 
ajudavam materialmente aos israelitas. Outros acreditam que 
se trata de um símbolo do terror de Deus, ou ainda, um 
símbolo do Egito. • N . Hom. Fazer uma comparação entre a 
escolha de Israel e a escolha do crente, por Deus; 1) A base 
da escolha divina (7,8a); 2) A percepção da escolha divina 
(8b); 3) O propósito da escolha divina (6). • N. Hom. Como 
Deus cuida dos Seus: 1) Amando-os (8a); 2) Livrando-os 
(8b); 3) Encorajando-os (9); 4 ) Avisando-os (10 ,11).
• N. Hom. Tentações especiais do povo de Deus: 1) Orgulho
devido aos próprios privilégios (6ss); 2) Timidez devido às res­
ponsabilidades (17ss). • N. Hom. Razões do encorajamento:
1) Evidência da fidelidade divina no passado (18); 2) Conhe­
cimentoda proximidade de Deus no presente (21); 3) Cer­
teza da ajuda divina no futuro (22).
Cap 8 Moisés exorta o povo a obedecer e a lembrar-se dos 
benefícios de Deus (1 -6 ) . Apresenta a possibilidade de pros­
peridade (7 -1 0 ) e adverte contra o perigo de esquecer-se de 
Deus (11 -2 0 ).
8.3 Ele te humilhou. A humilhação consistiu primeiramente de 
privação, e então da provisão do maná. O maná obrigou Is­
rael a reconhecer que dependia de Deus, a fonte última da
DEUTERONÔMIO 8.4 264
te sustentou com o maná, que tu não conhe- 
cias, nem teus pais o conheciam, para te dar 
a entender que não só de pão viverá o ho­
memk, mas de tudo o que procede da boca do 
Senhor viverá o homem.
4 Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, 
nem se inchou o teu pé nestes quarenta 
anos.'
5 Sabe, pois, no teu coração, que, como 
um homem disciplina a seu filho, assim te 
disciplina o Senhor, teu Deus.m
6 Guarda os mandamentos do Senhor, 
teu Deus, para andares nos seus caminhos e o 
temeres;”
7 porque o Senhor, teu Deus, te faz en­
trar numa boa terra, terra de ribeiros de águas, 
de fontes, de mananciais profundos, que saem 
dos vales e das montanhas;0
8 terra de trigo e cevada, de vides, figuei­
ras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite 
e mel;
9 terra em que comerás o pão sem escas­
sez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras 
são ferro e de cujos montes cavarás o cobre.P
10 Comerás, e te fartarás, e louvarás o 
Senhor, teu Deus, pela boa terra que 
te deu. 9
11 Guarda-te não te esqueças do Senhor, 
teu Deus, não cumprindo os seus mandamen­
tos, os seus juízos e os seus estatutos, que 
hoje te ordeno;
12 para não suceder que, depois de teres 
comido e estiveres farto, depois de haveres 
edificado boas casas e morado nelas/
13 depois de se multiplicarem os teus ga­
8.3*M t4.4;
Lc 4.4
8.4 'Dt 29.5
8.5 '"2Sm 7.14; 
Pv 3.12; Ap 3.19
8.6 "Dt 5.33
8.7
°Dt 11.10-12
8.9 pDt 33.25
8.10
iD t 6.11-12
8.12 rDt 28.47; 
Os 13.6
8.14 sOs 13.5-6
8.15
tNm 20.11;
Is 63.12-14;
Os 13.5
8.16 “ Êx 16.15; 
|r 24.5-6
8.17 ‘'Dt 9.4;
1 Co 4.7
8.18 "Dt 7.8; 
Pv 10.22
8.19 «Dt 4.26
8.20
vDn 9.11-12
dos e os teus rebanhos, e se aumentar a tua 
prata e o teu ouro, e ser abundante tudo 
quanto tens,
14 se eleve o teu coração, e te esqueças do 
S e n h o r 5, teu Deus, que te tirou da terra do 
Egito, da casa da servidão,
15 que te conduziu por aquele grande e 
terrível deserto de serpentes abrasadoras, de 
escorpiões e de secura, em que não havia 
água; e te fez sair água da pederneira;1
16 que no deserto te sustentou com maná, 
que teus pais não conheciam; para te humi­
lhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem.11
17 Não digas, pois, no teu coração; A mi­
nha força e o poder do meu braço me adquiri­
ram estas riquezas.1'
18 Antes, te lembrarás do Senhor, teu 
Deus, porque é ele o que te dá força para 
adquirires riquezas; para confirmar a sua 
aliança, que, sob juramento, prometeu a teus 
pais, como hoje se vê.vv
19 Se te esqueceres do Senhor, teu Deus, 
e andares após outros deuses, e os servires, e 
os adorares, protesto, hoje, contra vós outros 
que perecereis.*
20 Como as nações que o Senhor des­
truiu de diante de vós, assim perecereis; por­
quanto não quisestes obedecer à voz do 
Senhor, vosso Deus.v
Moisés lembra aos israelitas 
o socorro divino
9 Ouve, ó Israel, tu passas, hoje, o Jordão para entrares a possuir nações maiores e
vida. Não só de pão viverá o homem. Essas palavras foram 
citadas por Jesus em Sua tentação. A verdadeira vida não é 
fruto do bem-estar material, mas, sim, da Palavra de Deus, 
d 32.46,47. Tudo o que procede da boca do Senhor. Moisés, 
provavelmente, se referia em particular à revelação de Deus 
que ele mesmo transmitira ao povo. É importante notar que 
a mais poderosa arma espiritual, da qual |esus lançou mão 
para derrotar as tentações de Satanás, foi a própria Palavra de 
Deus. Os três tipos de tentação, dos quais Satanás lançou 
mão para desviar |esus da Sua obra de salvação, descrevem- 
se em M t 4.1 —11; as três respostas finais e inabaláveis, que 
lesus deu, foram todas tiradas deste discurso de Moisés, e se 
registram em Dt 6.13; 6.16 e aqui neste versículo Jesus reco­
nheceu que as palavras que citou são a plena revelação da 
vontade do Seu Pai, que são a verdade eterna e inabalável, e, 
citadas com a plena compreensão do seu sentido, com fé 
inabalável, e com autoridade, são eficazes para enfrentar as 
forças infernais que desejam estragar o plano divino de res­
taurar os homens à plenitude da comunhão com Deus. "Para
sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu" 
S1119.89.
8.5 Te disciplina o Senhor. Deus é um pai e Sua disciplina tem 
o propósito de reformar e instruir. Cf 32.6; Hb 12 .5 -1 1 .
8.9 Ferro.. . cobre. Veios de cobre e ferro existem no subs­
trato de areia calcária da Palestina. Minas antigas foram des­
cobertas ao sul do mar Morto. • N. Hom. Perigos da 
prosperidade. Pode levar a: 1) Esquecimento (11a); 2) Deso­
bediência (11b); 3) Auto-indulgência (12,13); 4 ) Orgulho 
(14a); 5) Segurança carnal (17); (Pode ser usado em conexão 
com a última N. Hom., no fim do cap 6). • N . Hom, Deve­
mos obedecer a Deus: 1) Por causa de Suas misericórdias pas­
sadas (15); 2) Em vista do fato de que dependemos dEle 
diariamente (18); 3) Tendo em vista nosso futuro bem-es- 
tar (19).
Cap 9 - Cap 10.11 Moisés encoraja a Israel com a pro­
messa que Deus lhe outorgará a vitória (1 -3 ) . Afirma a razão 
por que o Senhor lhes dará a vitória (4,5), e lembra o povo de 
sua própria inutilidade, comprovada por seu pecado em Ho-
265 DEUTERONÔMIO 9.17
mais fortes do que tu; cidades grandes e amu- 
ralhadas até aos céus;2
2 povo grande e alto, filhos dos anaquins, 
que tu conheces e de que já ouvistes: Quem 
poderá resistir aos filhos de Enaque?0
3 Sabe, -pois, hoje, que o Senhor, teu 
Deus, é que passa adiante de ti; é fogo que 
consome, e os destruirá, e os subjugará diante 
de ti; assim, os desapossarás e, depressa, os 
farás perecer, como te prometeu o Senhor.6
4 Quando, pois, o S enhor, teu Deus, os 
tiver lançado de diante de ti, não digas no teu 
coração: Por causa da minha justiça é que o 
S enho r me trouxe a esta terra para a possuir, 
porque, pela maldade destas gerações, é que o 
S enho r as lança de diante de ti.c
5 Não é por causa da tua justiça, nem pela 
retitude do teu coração que entras a possuir a 
sua terra, mas pela maldade destas nações o 
Senhor, teu Deus, as lança de diante de ti; e 
para confirmar a palavra que o Senhor, teu 
Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e 
Jacó.d
As infidelidades de Israel
Êx 32.1-20
6 Sabe, pois, que não é por causa da tua 
justiça que o Senhor, teu Deus, te dá esta 
boa terra para possuí-la, pois tu és povo de 
dura cerviz.e
7 Lembrai-vos e não vos esqueçais de que 
muito provocastes à ira o S enhor, vosso 
Deus, no deserto; desde o dia em que saístes 
do Egito até que chegastes a este lugar, rebel­
des fostes contra o SENHOR; f
9.1 ^Dt 1.28
9.2 «Nm 13.22
9.3 *Ex 23.31; 
Js 3.11
9.4 cCn 15.16; 
Dt 8.17;
1 Co 4.4,7
9.5 <<Cnl2.7 
9 .6 1 Êx 32.9
9.7 fEx 14.11; 
Dt 31.27
9.8 9 Êx 32.4
9.9 íiÊx 24.18 
9 .1 0 'Êx 19.17
9.12/Ex 32.7; 
Jz 2.17
9.13 *Êx 32.9; 
2 Rs 17.14
9 .1 4 'Êx 32.10; 
Dt 29.20
9.15 mÊx 19.18
9.16 "Êx 32.19
8 pois, em Horebe, tanto provocastes à ira 
o Senhor, que a ira do S enho r se acendeu 
contra vós para vos destruir. 9
9 Subindo eu ao monte a receber as tábuas 
de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor 
fizera convosco, fiquei no monte quarenta 
dias e quarenta noitesh; não comi pão, nem 
bebi água.
10 Deu-me o Senhor as duas tábuas de 
pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, 
estavam todas as palavras segundo o Senhor 
havia falado convosco no monte, domeio do 
fogo, estando reunido todo o povo.'
11 Ao fim dos quarenta dias e quarenta 
noites, o Senhor me deu as duas tábuas de 
pedra, as tábuas da aliança.
12 E o Senhor me disse: Levanta-te, 
desce depressa daqui, porque o teu povo, que 
tiraste do Egito, já se corrompeu; cedo se 
desviou do caminho que lhe ordenei; imagem 
fundida para si fezJ
13 Falou-me ainda o S enhor, dizendo: 
Atentei para este povo, e eis que ele é povo de 
dura cerviz.*
14 Deixa-me que o destrua e apague o seu 
nome de debaixo dos céus; e te faça a ti nação 
mais forte e mais numerosa do que esta.'
15 Então, me virei e desci do monte; e o 
monte ardia em fogo; as duas tábuas da 
aliança estavam em ambas as minhas mãos.™
16 Olhei, e eis que havíeis pecado contra 
o Senhor, vosso Deus; tínheis feito para vós 
outros um bezerro fundido; cedo vos desvias- 
tes do caminho que o Senhor vos ordenara.”
17 Então, peguei as duas tábuas, e as arro-
rebe (6 -2 9 ; 10 .1 -11 ).
9 .4,5 O triunfo de Israel não se devia ao seu poder (8.17), 
nem à sua justiça (5). As razões desse triunfo foram a iniqüi­
dade dos cananeus (5a), a promessa de Deus aos patriarcas 
(5b), e a graça perdoadora que Deus usou com Israel (19; 26; 
10.10).
9 .6 De dura cerviz. A palavra hebraica 'õreph quer dizer "cos­
tas", "nuca", "pescoço", e se restringe mais comumente à 
expressão "voltar as costas" na batalha, e "endurecer a cer­
viz", que significa rebelião e obstinação. A expressão descreve 
a pessoa que, ao ser chamada, não vira sua cabeça para aten­
der à voz de quem chamou. Não atende à admoestação, nem 
às palavras de amor, não se arrepende e não aceita a revela­
ção do amor de Deus. Para se falar apenas do pescoço físico, 
literalmente, os hebreus usam a palavra çawwã'r.
9 .6— 10.10 Moisés deixa claro que Israel não tinha base 
nenhuma para pensar que sua própria justiça poderia servir 
de lastro para o triunfo. De fato, Israel só fora preservada da 
destruição através da renovação misericordiosa do pacto que­
brado, em uma resposta de Deus à intercessão de Moisés. 
9 .9 -1 2 A completa inutilidade de Israel se evidenciava no 
fato de haverem pecado contra Deus, exatamente quando o 
pacto era solenemente instaurado.
9 .10 Estando reunido todo o povo. Uma melhor tradução se­
ria: "No dia da congregação". A palavra hebraica (qõhõl) aqui 
empregada é traduzida para o grego por ekklesia (igreja). Por 
isso Estêvão fala de uma "congregação (ou igreja) no de­
serto" (At 7.38). Tanto o vocábulo grego como hebraico sig­
nificam escolha ou coleção implicando sempre uma 
separação. Assim como Israel foi tirado do Egito, os membros 
da Igreja de Cristo são tirados do mundo. Cf 10.4; 18.16.
9 .14 Te faça a ti noção. Se Deus tivesse destruído a Israel, 
ainda assim poderia cumprir Sua promessa aos patriarcas (5), 
fazendo dos descendentes de Moisés uma nova nação com 
Ele compactuada (Êx 32.10). Moisés, porém, cumpriu fiel­
mente seu ofício mediador em favor de Israel, em vez de 
aproveitar-se da oportunidade de ser um segundo Abraão.
9.17 As quebrei. O despedaçamento das tábuas simbolizou o
DEUTERONÔMIO 9.18 266
jei das minhas mãos, e as quebrei ante os 
vossos olhos.
18 Prostrado estive perante o Senhor, 
como dantes, quarenta dias e quarenta noites; 
não comi pão e não bebi água, por causa de 
todo o vosso pecado que havíeis cometido, 
fazendo mal aos olhos do Senhor, para o 
provocar à ira.0
19 Pois temiaP por causa da ira e do furor 
com que o Senhor tanto estava irado contra 
vós outros para vos destruir; porém ainda esta 
vez o Senhor me ouviu.
20 O Senhor se irou muito contra Arão 
para o destruir; mas também orei por Arão ao 
mesmo tempo.
21 Porém tomei o vosso pecado, o bezerro 
que tínheis feito, e o queimei, e o esmaguei, 
moendo-o bem, até que se desfez em pó; e
o seu pó lancei no ribeiro que descia do 
monte. <J
22 Também em Taberár, em Massá5 e 
em Quibrote-Hataavá' provocastes muito a 
ira do Senhor.
23 Quando também o Senhor vos en­
viou" de Cades-Baméia, dizendo: Subi e 
possuí1' a terra que vos dei, rebeldes fos- 
tesw ao mandado do Senhor, vosso Deus, e 
não o crestes, e não obedecestes à sua voz.
24 Rebeldes fostes contra o Senhor , 
desde o dia em que vos conheci.*
Moisés intercede pelo povo
Êx 3 2 .1 1 -1 4 ,3 0 -3 5
25 Prostrei-me, pois, perante o Senhor e, 
quarenta dias e quarenta noites, estive pros­
trado; porquanto o Senhor dissera que vos 
queria destruir, y
26 Orei ao Senhor, dizendo: Ó Senhor 
Deus! Não destruas o teu povo e a tua he­
9.18 0 Ex 34.28
9.19pHb 12.21
9.21 <jEx 32.20
9 .2 2 'Nm 11.3 
sÊx17.7 
(Nm 11.34
9.23
uNm 13.17 
«'Dt 1.21 
•vNm 13.30; 
Dt 1.26
9.24 «Dt 31.27 
9 .2 5 /D t 9.18 
9.26 *Êx 32.11
9.28
°Gn 41.57; 
Nm 14.16;
1 Sm 14.25
9.29 f>Dt 4.20;
1 Rs 8.51; SI 95.7
10.1 cEx 25.10
10.2 <*Ex 25.16
10.3 «Êx 25.5
10.4 fEx 19.17
10.5 9 Ex 34.29; 
1 Rs 8.9
rança, que resgataste com a tua grandeza, que 
tiraste do Egito com poderosa mão.2
27 Lembra-te dos teus servos Abraão, Isa- 
que e Jacó; não atentes para a dureza deste 
povo, nem para a sua maldade, nem para o 
seu pecado,
28 para que o povo da terra donde nos 
tiraste não diga: Não tendo podido o Senhor 
introduzi-los na terra de que lhes tinha falado 
e porque os aborrecia, os tirou para matá-los 
no deserto.0
29 Todavia, são eles o teu povo e a tua 
herança, que tiraste com a tua grande força e 
com o braço estendido.b
As segundas tábuas da lei
1 A Naquele tempo, me disse o Senhor: 
X U Lavra duas tábuas de pedra, como as 
primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma 
arca de madeira.c
2 Escreverei nas duas tábuas as palavras 
que estavam nas primeiras que quebraste, e as 
porás na arca.d
3 Assim, fiz uma arca de madeira de acá­
cia, lavrei duas tábuas de pedra, como as pri­
meiras, e subi ao monte com as duas tábuas 
na mão.e
4 Então, escreveu o Senhor nas tábuas, 
segundo a primeira escritura, os dez manda­
mentos que ele vos falara no dia da congrega­
ção, no monte, no meio do fogo; e o Senhor 
mas deu a mim.f
5 Virei-me, e desci do monte, e pus as 
tábuas na arca que eu fizera; e ali estão, como 
o Senhor me ordenou. 9
Da vocação da tribo de Levi
6 Partiram os filhos de Israel de Beerote- 
Benê-Jaacã para Mosera. Ali faleceu
rompimento do pacto. Deus renovou o pacto e mais duas 
tábuas foram preparadas (10.1).
9.20 Contra Arão. A inutilidade de Israel foi ainda evidenciada 
no fato de seu próprio sumo sacerdote se tornar culpado de 
um grave pecado. Cf Êx 32.3,4 e 25.
9.22.23 Outras ocasiões da infidelidade de Israel tiveram lu­
gar antes e depois do pacto estabelecido no Sinai.
9.23 Não o crestes. Ver 1.32n.
9.25 Prostrei-me. Em sua intercessão. Moisés tipifica o minis­
tério medianeiro de Cristo (1 8 -2 0 ; 2 5 -2 9 ; 10.10), cf 5.5; 
cap 18, N. Hom.; Hb 7.25.
9.28 Para que o povo.. . não diga. Moisés pleiteia a suspen­
são do julgamento à base do interesse de Deus por Seu pró­
prio nome entre os pagãos. • N. Hom. Lembranças do
pecado passado: 1) Seu horror - agravado pelos lugares 
onde foi cometido (8,22,23) e pela sua freqüência (7,24);
2) Suas conseqüências - provoca a ira de Deus (22) e pode 
resultar em destruição (14). • N. Hom. A grande intercessão.
1) Necessidade de intercessão (13,14,20); 2) intercessão pro­
vida (25, nota); 3) Resultados da intercessão (10.10).
10.3 Fiz uma arca. Em princípio parece tratar-se da arca 
construída por Bezalel sob a orientação de Moisés (Êx 35), ou 
então um recipiente provisório feito por ele próprio. As duas 
tábuas na mão. Provavelmente eram pequenas placas retan­
gulares, duas das quais facilmente podiam ser levadas numa 
das mãos, cf Êx 34.4.
10.6 Eleazar, seu filho, oficiou. Deus manteve o sacerdócio de 
Eleazar, apesar de Sua indignação contra seu pai (9.20).
267 DEUTERONÔMIO11.2
Aiãoh e ali foi sepultado. Eleazar, seu filho, 
oficiou como sacerdote em seu lugar.
7 Dali partiram para Gudgoda e de Gud- 
goda para Jotbatá, terra de ribeiros de águas.'
8 Por esse mesmo tempo, o Senhor sepa­
rou a tribo de Levi/ para levar a arca da 
Aliança do Senhor, para estar diante do 
Senhor, para o servir e para abençoar em seu 
nome até ao dia de hoje.
9 Pelo que Levi não tem parte nem he­
rança com seus irmãos; o Senhor é a sua 
herança, como o Senhor, teu Deus, lhe tem 
prometido.*
10 Permaneci no monte', como da pri­
meira vez, quarenta dias e quarenta noites; o 
Senhor me ouviu ainda por esta vez; não 
quis o Senhor destruir-te.
11 Porém o Senhor me disse: Levanta- 
te, põe-te a caminho diante do povo, para que 
entre e possua a terra que, sob juramento, 
prometi dar a seus pais.m
Exortação à obediência
12 Agora, pois, ó Israel, que é que o 
Senhor requer de ti? Não é que temas o 
Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus 
caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu 
Deus, de todo o teu coração e de toda a tua 
alma,"
13 para guardares os mandamentos do 
Senhor e os seus estatutos que hoje te or­
deno, para o teu bem?0
10.6
f>Nm 20.28 
10.7
'Nm 33.32-33 
10.8/Nm 3.5-8
10.9
*Nm 18.20;
Dt 18.1-2
10.10 'Êx 34.28
10.11
"i Êx 32.34
10.12 "Dt 5.33; 
Mt 22.37
10.13 °Dt 6.24
10.14 
pGn 14.19;
1 Rs 8.27; SI 24.1
10.15 ?Dt 4.37
10.16
/■Lv 26.41; Jr 4.4; 
Cl 2.11
10.17 
sAt 10.34;
Rm 2.11; Cl 2.6; 
Ef 6.9
10.18 tSI 68.5
10.19
uLv 19.33-34
10.20 vDt 6.13; 
MI4.10
10.21 *vÊx 15.2; 
1 Sm 12.24;
2Sm 7.23;
Jr 17.14
10.22 
*Gn 46.27 
yCn 15.5; 22.17 
11.1 /Dt 10.12
14 Eis que os céus e os céus dos céus são 
do Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que 
nela há.P
15 Tão-somente o Senhor se afeiçoou a 
teus pais para os amar; a vós outros, descen­
dentes deles, escolheu de todos os povos, 
como hoje se vê.?
16 Circuncidai, pois, o vosso coração e 
não mais endureçais a vossa cerviz/
17 Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus 
dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus 
grande, poderoso e temível, que não faz acep­
ção5 de pessoas, nem aceita suborno;
18 que faz justiça ao órfão e à viúva e ama 
o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.'
19 Amai, pois, o estrangeiro, porque fos- 
tes estrangeiros na terra do Egito.u
20 Ao Senhor, teu Deus, temerás; a ele 
servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome, 
jurarás.1'
21 Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te 
fez estas grandes e temíveis coisas que os teus 
olhos têm visto.w
22 Com setenta almas*, teus pais desce­
ram ao Egito; e, agora, o Senhor, teu Deus, 
te pôs como as estrelas dos céus»' em mul­
tidão.
n Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus pre­ceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os 
seus mandamentos.2
2 Considerai hoje (não falo com os vossos
10.8 Separou a tribo de Levi. Assim como um dia na semana 
e o dízimo dos bens de Israel eram consagrados ao Senhor, 
assim também uma entre as doze tribos foi separada para 
servir no Santuário.
Cap 10.12— 11.32. O segundo discurso de Moisés termina 
com um apelo para que se faça tudo quanto Deus requer. Há 
um apelo à completa devoção baseada na grandeza do Deus 
de Israel (1 0 .1 2 -2 2 ), um apelo ao amor e à obediência, ba­
seado na disciplina de Deus, demonstrada no Egito e no de­
serto (1 1 .1 -7 ), um apelo à obediência baseado nas bênçãos 
que Israel receberia se este permanecesse fiel (1 1 .8 -1 7 ), e a 
exortação para que usassem vários meios, para se lembrarem 
das palavras de Deus, baseada na promessa de vitória 
(1 1 .1 8 -2 5 ). Finalmente, o discurso termina com um apelo 
baseado nas duas únicas alternativas com que Israel se de­
frontava, uma bênção ou uma maldição (2 6 -3 2 ).
10.12,13 Esses versículos esclarecem quais são as exigências 
básicas para Israel, cf Mq 6.8.
10.12 Temas.. . ames. O verdadeiro temor e o verdadeiro 
amor são complementares e inseparáveis.
10.16 Circuncidai.. . o vosso coração. A circuncisão, sinal fí­
sico do pacto, deveria ser acompanhada pela relação espiri­
tual que simbolizava.
10.17 Deus dos deuses. A grandeza de Deus permeia o livro 
inteiro e é a tônica de seu ensino.
10.18 Amo o estrangeiro. Cf 1.16n. Este versículo subentende 
o segundo grande mandamento de Lv 19.17,18.
10.21 Ele é o teu louvor, cf Jr 17.14. • N. Hom. O ministério 
divino (cf 1 8 .1 -5 ): 1) A chamada vem de Deus (8a);
2) Os deveres são especificados por Deus (8b); 3) Está envol­
vida a renúncia (9a); 4) O galardão é o próprio Deus (9b);
5) Deve ser sustentado pelo povo de Deus (18 .3 ,4 ).
• N. Hom. Cumprimento do que Deus requer: 1) A obriga­
ção (12). Tendo reverência, andando em obediência, 
amando, servindo; 2) A motivação. Vantagem pessoal (13), 
justiça imparcial de Deus (17,18) e bondade de Deus (22).
11.1 Preceitos. Heb mishmõr, lit "aquilo que se deve guar­
dar", portanto, a soma total daquilo que Deus ordenou ao 
povo observar. A palavra está no singular. Estatutos. Heb hõq, 
que provém da idéia de "gravar", "fixar indelevelmente", 
"delinear", "estabelecer". Significa "lei" ou "estatuto", no 
sentido de ser estabelecido como norma inviolável, juízos. 
Heb mishpãt, o pronunciamento do juiz depois de ter exami­
nado o caso. É o veredicto de Deus sobre a situação humana, 
é a receita de como se deve colocar em prática a justiça na 
vida diária. Mandamentos. Heb miçwâh, derivado da raiz çã-
DEUTERONÔMIO 11.3 268
filhos que não conheceram, nem viram a dis­
ciplina do Se n h o r , vosso Deus), considerai a 
grandeza do Se n h o r , a sua poderosa mão e o 
seu braço estendido;0
3 e também os seus sinais, as suas obrasb, 
que fez no meio do Egito a Faraó, rei do 
Egito, e a toda a sua terra;
4 e o que fez ao exército do Egito, aos 
seus cavalos e aos seus carros, fazendo passar 
sobre eles as águas do mar Vermelhoc, 
quando vos perseguiam, e como o Senhor os 
destruiu até ao dia de hoje;
5 e o que fez no deserto, até que chegastes 
a este lugar;
6 e ainda o que fez a Datã e a Abirão, 
filhos de Eliabe, filho de Rúben; como a terra 
abriu a bocad e os tragou e bem assim a sua 
família, suas tendas e tudo o que os seguia, no 
meio de todo o Israel;
7 porquanto os vossos olhos são os que 
viram todas as grandes obras que fez o 
Sen h o r /
Os benefícios da obediência
8 Guardai, pois, todos os mandamentos 
que hoje vos ordeno, para que sejais fortes, 
e entreis, e possuais a terra para onde vos 
dirigis;f
9 para que prolongueis os dias na terra que
o Senhor, sob juramento, prometeu dar a 
vossos pais e à sua descendência, terra que 
mana leite e mel.9
10 Porque a terra que passais a possuir 
não é como a terra do Egito, donde saístes, em 
que semeáveis a vossa semente e, com o pé, 
a regáveis como a uma horta;h
11 mas a terra que passais a possuir é terra 
de montes e de vales; da chuva dos céus be- 
berá as águas;1
12 terra de que cuida o S e n h o r , v o sso
11.2oDt5.24
11.3
Í>ÊX 7.8-12.13
11.4 cÊx 14.28 
11.6
dNm 16.31-32
11.7eDt5.3
11.8 f|s 1-6-7
11.99ÊX 3.8;
Pv 10.27
11.10
/>Zc 14.18
11.11 'Dt 8.7
11.12/1 Rs 9.3
11.13 ‘ Dt 6.17
11.14 /Lv 26.4; 
112.23
11.15
m Dt 6.11;
Jl 2.19
11.16 "Dt 8.19
11.17 °Dt4.26; 
1 Rs 8.35; 
206 .26
11.18pDt6.6
11.19
qDt 4.9-10
11.20'(18-20) 
Dt 6.6-9
11.21 JDt4.40; 
Pv 3.2
11.22 (Dt 6.17
Deus; os olhos do Se n h o r , vosso Deus, estão 
sobre ela continuamente, desde o princípio 
até ao fim do ano./
13 Se diligentemente obedecerdes a meus 
mandamentos que hoje vos ordeno, de amar o 
S e n h o r , v o sso Deus, e de o servir de todo o 
vosso coração e de toda a vossa a lm a /
14 darei as chuvas da vossa terra a seu 
tempo, as primeiras e as últimas, para que 
recolhais o vosso cereal, e o vosso vinho, e o 
vosso azeite/
15 Darei erva no vosso campo aosvossos 
gados, e comereis e vos fartareis.m
16 Guardai-vos não suceda que o vosso 
coração se engane, e vos desvieis, e sirvais a 
outros deuses, e vos prostreis perante eles;"
17 que a ira do Senh o r se acenda contra 
vós outros, e feche ele os céus, e não haja 
chuva, e a terra não dê a sua messe, e cedo 
sejais eliminados da boa terra que o Senh o r 
vos dá.°
18 Ponde, pois, estas minhas palavras no 
vosso coração e na vossa alma; atai-as por 
sinal na vossa mão, para que estejam por 
frontal entre os olhos.P
19 Ensinai-as a vossos filhos, falando de­
las assentados em vossa casa, e andando pelo 
caminho, e deitando-vos, e levantando-vos/
20 Escrevei-as nos umbrais de vossa casa 
e nas vossas portas/
21 para que se multipliquem os vossos 
dias e os dias de vossos filhos na terra que o 
Sen h o r , sob juramento, prometeu dar a vos­
sos pais, e sejam tão numerosos como os dias 
do céu acima da terra.s
22 Porque, se diligentemente guardardes 
todos estes mandamentos que vos ordeno para 
os guardardes, amando o S e n h o r , v o sso 
Deus, andando em todos os seus caminhos, e 
a ele vos achegardes/
wâh, "estabelecer", "colocar", "dar ordens". Os 
mandamentos são deveres e instruções que se confia a 
pessoas de posição inferior.
11.6 Datã e Abirão. Os juízos divinos manifestos em forma de 
milagres, no passado, deveriam servir de solene advertência 
para os que agora viviam (cf Nm 16; Jz 5).
11.8,9 Cf 6 .1 -3 .
11.10 Não é como a terra do Egito. O Egito dependia de irri­
gação para ser frutífero, mas Canaã dependia da bênção di­
reta de Deus, cf 8.7. Deus dá gratuitamente aquilo pelo que 
o mundo trabalha. Com o pé regáveis. O pé era usado para 
abrir e fechar pequenos canais em lugares onde a água era 
necessária.
11.11 Da chuva dos céus. Em Canaã, a fertilização se realizava 
pelo gracioso dom de Deus das chuvas de outono (outubro e 
novembro), que caíam na época das sementeiras e faziam 
germinar as sementes. Por outro lado, as chuvas da primavera 
(março e abril) beneficiavam os cereais que só em maio ou 
junho eram colhidos (14), cf Tg 5.7.
11.13 Se diligentemente obedecerdes. A prosperidade de Is­
rael, tão dependente das chuvas, dependia da obediência do 
povo para com Aquele que controlava a chuva.
11.21 Vossos dias.. . na terra. A fidelidade contínua, por 
parte de todas as gerações era essencial para Israel manter a 
posse da Terra Prometida. Como os dias do céu acima da terra, 
quer dizer para sempre.
269 DEUTERONÔMIO 12.6
23 o Senhor desapossará todas estas na­
ções, e possuireis nações maiores e mais po­
derosas do que vós.u
24 Todo lugar que pisar a planta do vosso 
pé, desde o deserto, desde o Líbano, desde o 
rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, será 
vosso.1'
25 Ninguém vos poderá resistir1’'; o 
Senhor, vosso Deus, porá sobre toda terra 
que pisardes o vosso terror e o vosso temor, 
como já vos tem dito.*
A bênção e a maldição
26 Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a 
bênção e a maldição:/
27 a bênção, quando cumprirdes os man­
damentos do Senhor, vosso Deus, que hoje 
vos ordeno ;z
28 a maldição, se não cumprirdes os man­
damentos do Senhor, vosso Deus, mas vos 
desviardes do caminho que hoje vos ordeno, 
para seguirdes outros deuses que não conhe- 
cestes.Q
29 Quando, porém, o Senhor, teu Deus, 
te introduzir na terra a que vais para possuí- 
la, então, pronunciarás a bênção sobre o 
monte Gerizim6 e a maldição sobre o monte 
Ebal.
30 Porventura, não estão eles além do Jor­
dão, na direção do pôr-do-sol, na terra dos 
cananeus, que habitam na Arabá, defronte de 
Gilgal, junto aos carvalhais de Moré?c
31 Pois ides passar o Jordão para entrar-
11.23 «Dt 4.38
11.24
►Cn 15.18;
Nm 34.3
11.25 »|s 1.5
*(24-25) Js 1.3-5
11.26 yDt 30.1
11.27 ^Dt 28.2
11.28
oDt 28.15
11.29
bDt 27.11-14;
)s 8.33-35
11.30 cGn 12.6
11.31 ^Dt 9.1
11.32 eDt 5.32
12.1 fDt 4.10;
1 Rs 8.40
12.2 gÊx 34.13; 
2Rs 16.4; Jr 3.6
12.3 ^Dt 7.5
12 .4 'Dt 12.31
12.5 /Dt 12.11;
1 Rs 8.29;
2Cr 7.12;
SI 78.68
des e possuirdes a terra que vos dá o Senhor, 
vosso Deus; possuí-la-eis e nela habitareis.d
32 Tende, pois, cuidado em cumprir todos 
os estatutos e os juízos que eu, hoje, vos pres­
crevo. e
0 lugar do culto verdadeiro
1 O São estes os estatutos e os juízos que 
JL Á* cuidareis de cumprir na terra que vos 
deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a 
possuirdes todos os dias que viverdes sobre a 
terra.f
2 Destruireis por completo todos os luga­
res onde as nações que ides desapossar servi­
ram aos seus deuses, sobre as altas 
montanhas, sobre os outeiros e debaixo de 
toda árvore frondosa;^
3 deitareis abaixo os seus altaresh, e des- 
pedaçareis as suas colunas, e os seus postes- 
ídolos queimareis, e despedaçareis as 
imagens esculpidas dos seus deuses, e apaga- 
reis o seu nome daquele lugar.
4 Não fareis assim para com o Senhor, 
vosso Deus,'
5 mas buscareis o lugar que o Senhor, 
vosso Deus, escolher de todas as vossas tri­
bos, para ali pôr o seu nome e sua habitação; 
e para lá ireis J
6 A esse lugar fareis chegar os vossos ho- 
locaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos 
dízimos, e a oferta das vossas mãos, e as 
ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os
11.24 O império israelita se estendia, idealmente, até o Eu­
frates (Gn 15.18), o limite norte das conquistas de Davi 
(2 Sm 8.3). Ver nota sobre 11.7.
11.29 Cerizim.. . Ebal. A quem viaja das planícies de Moabe
(34.1) é fácil avistar ao longe aquelas duas montanhas, para 
além do vale do Jordão, onde, ao entardecer, o sol se esconde 
(30). Ali estão como a atestar a necessidade de uma escolha 
entre o bem e o mal. • N. Hom. Motivos da obediência.
1) A grandeza de Deus (10 .1 7 -2 2 ); 2) As maravilhas por Ele 
operadas (1 1 .1 -7 ); 3) As bênçãos que desfrutaremos 
(1 1 .8 -1 7 ). • N. Hom. A palavra de Deus deve ser: 1) Ente- 
sourada no coração (18); 2 ) Ensinada a nossos filhos (19);
3) Exibida em casa (20). (Cf 6 .6 -9 ). • N. Hom. Disciplina 
divina: 1) É exibida de vários modos (3 -7 ); 2) Precisa ser to­
mada em consideração (2); 3) Deve conduzir à obediên­
cia (8,9).
Caps 12— 26 Essa seção consiste de estatutos e ordenanças
(12.1) que Moisés apresentou para a vida religiosa, civil, so­
cial e doméstica em Canaã.
Cap 12 Israel só deveria adorar no lugar escolhido por Deus. 
Moisés exigiu a destruição de todo santuário idólatra (1 -3 ) , 
restringiu a adoração ao santuário central (4 -1 4 ), deixou re­
gulamentos acerca dos sacrifícios e da matança dos animais 
para alimentação (1 5 -2 8 ) e advertiu contra a imitação às prá­
ticas idólatras (2 9 -3 2 ).
12.2 Destruireis por completo. Também na vida cristã não 
pode haver qualquer transigência para com o mal 
(2 Co 6 .1 4 -1 7 ).
1 2 .4 -1 4 Tinha de haver um lugar particular para adorar a 
Deus. A ausência do nome do lugar evidencia uma data mais 
antiga para Deuteronômio. Jerusalém não é mencionada no 
Pentateuco, e tampouco foi escolhida como local do santuá­
rio central, senão muito depois de Moisés. O fato de que 
Deus não indicou, nessa ocasião, o lugar do santuário, nos 
ensina que a orientação dada pelo Senhor, geralmente, é 
passo a passo, e que precisamos olhar continuamente para 
Ele. Note-se também o contraste entre a ênfase do Antigo 
Testamento sobre um lugar, e a ênfase do Novo Testamento 
sobre uma pessoa (Jo 4 .2 0 -2 6 ).
12.5 Ali pôr o seu nome. Embora a habitação do Senhor seja 
o céu (1 Rs 8 .2 7 -3 0 ), seu nome no qual se manifesta sua 
pessoa ou natureza, representa-o no santuário, e nesse sen­
tido a sua habitação está ali (11).
DEUTERONÔMIO 12.7 270
primogênitos das vossas vacas e das vossas 
ovelhas . k
I Lá, comereis perante o Sen h o r , vosso 
Deus, e vos alegrareis em tudo o que fízerdes, 
vós e as vossas casas, no quevos tiver aben­
çoado o Sen h o r , vosso Deus.'
8 Não procedereis em nada segundo esta­
mos fazendo aqui, cada qual tudo o que bem 
parece aos seus olhos,m
9 porque, até agora, não entrastes no des­
canso e na herança que vos dá o Se n h o r , 
vosso Deus.
10 Mas passareis o Jordão e habitareis na 
terra que vos fará herdar o Sen h o r , vosso 
Deus; e vos dará descanso de todos os vossos 
inimigos em redor, e morareis seguros."
II Então, haverá um lugar que escolherá o 
Sen h o r , vosso Deus, para ali fazer habitar o 
seu nome; a esse lugar fareis chegar tudo o 
que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os 
vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a 
oferta das vossas mãos, e toda escolha dos 
vossos votos feitos ao Sen h o r ,0
12 e vos alegrareis perante o Sen h o r , 
vosso Deus, vós, os vossos filhos, as vossas 
filhas, os vossos servos, as vossas servas e o 
levita que mora dentro das vossas cidades e 
que não tem porção nem herança convosco.P
13 Guarda-te, não ofereças os teus holo­
caustos em todo lugar que vires;?
14 mas, no lugar que o S e n h o r escolher 
numa das tuas tribos, ali oferecerás os teus 
holocaustos e ali farás tudo o que te ordeno . '
De como comer a carne e as ofertas
15 Porém, consoante todo desejo da tua 
alma, poderás matar e comer carne nas tuas 
cidades, segundo a bênção do Se n h o r , teu 
Deus; o imundo e o limpo dela comerão, as­
sim como se come da carne do corço e do 
veado.5
12.6 Hv 17.3-4
12.7 'Lv 23.40
12.8 "i|z 17.6
12.10
"Dt 11.31
12.11 oDt 12.5; 
)s 18.1; 1 Rs 8.29
12.12 pDt 10.9
12.13 íLv 17.4 
12.14'D tl2.11
12.15
iDt 12.21-22
12.16 iCn 9.4; 
Lv 7.26-27; 
17.10-14; 19.26; 
Dt 15.23
12.18
«Dt 12.11-12
12.19 vDt 4.27
12.20
*vCn 15.18; 
D t11.24
12.22
*Dt12.15
12.23
r lv 17.10-14
12.25
^Êx 15.26; 
1 Rs 11.38; 
Is 3.10
16 Tão-somente o sangue não comerás'; 
sobre a terra o derramarás como água.
17 Nas tuas cidades, não poderás comer o 
dízimo do teu cereal, nem do teu vinho, nem 
do teu azeite, nem os primogênitos das tuas 
vacas, nem das tuas ovelhas, nem nenhuma 
das tuas ofertas votivas, que houveres prome­
tido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem as 
ofertas das tuas mãos;
18 mas o comerás perante o Sen h o r , teu 
Deus, no lugar que o Se n h o r , teu Deus, es­
colher, tu, e teu filho, e tua filha, e teu servo, 
e tua serva, e o levita que mora na tua cidade; 
e perante o Se n h o r , teu Deus, te alegrarás 
em tudo o que fizeres."
19 Guarda-te, não desampares o levita to­
dos os teus dias na terra.1'
20 Quando o Se n h o r , teu Deus, alargar o 
teu território, como te prometeu, e, por dese- 
jares comer carne, disseres; Comerei carne, 
então, segundo o teu desejo, comerás carne.w
21 Se estiver longe de ti o lugar que o 
Sen h o r , teu Deus, escolher para nele pôr o 
seu nome, então, matarás das tuas vacas e tuas 
ovelhas, que o Sen h o r te houver dado, com o 
te ordenei; e comerás dentro da tua cidade, 
segundo todo o teu desejo.
22 Porém, como se come da carne do 
corço e do veado, assim comerás destas car­
nes; destas comerá tanto o homem imundo 
como o limpo."
23 Somente empenha-te em não comeres
o sangue, pois o sangue é a vida)'; pelo que 
não comerás a vida com a carne.
24 Não o comerás; na terra o derramarás 
como água.
25 Não o comerás, para que bem te suceda 
a ti e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres
o que é reto aos olhos do S e n h o r . 2
26 Porém tomarás o que houveres consa­
grado daquilo que te pertence e as tuas ofertas
12.7 Vos alegrareis. Isso é repetido em 12.12,18; 14.26; 
16.11,14; 26.11; 27.7. A alegria é parte importante da reli­
gião cristã, cf |o 15.11; Fp 3.1; 4.4.
12.10 Descanso. Somente quando Israel descansou, nos dias 
de Salomão e Davi (2 Sm 7.1; 1 Rs 5.4), é que Deus escolheu 
a Jerusalém como o local de Sua casa (1 Rs 3.1; 8.44). Antes 
disso, Silo servira temporariamente como lugar de adoração 
()r 7.12).
12 .1 5 -2 8 É feita a distinção entre os animais oferecidos em 
sacrifício e os abatidos como alimento. Quando Israel entrasse
em Canaã, muitos morariam a uma grande distância do san­
tuário central. Tiveram, portanto, permissão para matar ani­
mais que precisassem para si mesmos, sem trazerem uma das 
partes para o santuário. No caso de sacrifício, o sangue teria 
que ser apresentado no santuário, Lv 17.1 -9 .
12.16 O sangue não comerás. O sangue, como elemento pri­
mordial e símbolo da vida, é tratado com um grande respeito 
em todo o Antigo Testamento (cf Gn 9 .4 -6 ), muito particu­
larmente em relação à aliança e ao sacrifício, como tipo de 
expiação de Cristo (cf Lv 16; Hb 9 .1 2 -1 4 ; 1 Pe 1.18,19; 
Lv 17.1 In ).
271 DEUTERONÔMIO 13.11
votivas e virás ao lugar que o Senhor es­
colher.0
27 E oferecerás os teus holocaustos, a 
carne e o sangue sobre o altar do Senhor, teu 
Deus; e o sangue dos teus sacrifícios se derra­
mará sobre o altar do Senhor, teu Deus; po­
rém a carne com erás/
28 Guarda e cumpre todas estas palavras 
que te ordeno, para que bem te suceda a ti 
e a teus filhos, depois de ti, para sempre, 
quando fizeres o que é bom e reto aos olhos 
do Senhor, teu Deus.c
29 Quando o Senhor, teu Deus, eliminar 
de diante de ti as nações, para as quais vais 
para possuí-las, e as desapossares e habitares 
na sua terra,d
30 guarda-te, não te enlaces com imitá- 
las, após terem sido destruídas diante de ti; e 
que não indagues acerca dos seus deuses, di­
zendo: Assim como serviram estas nações aos 
seus deuses, do mesmo modo também fa­
rei eu,e
31 Não farás assim ao Senhor, teu Deus, 
porque tudo o que é abominável ao Senhor 
e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, 
pois até seus filhos e suas filhas queimaram 
aos seus deuses/
32 Tudo o que eu te ordeno observarás; 
nada lhe acrescentaráss, nem diminuirás.
Contra os falsos profetas e os idólatras
1 O Quando profeta ou sonhador se le-
I J vantar no meio de ti e te anunciar um 
sinal ou prodígio/
2 e suceder o tal sinal ou prodígio de que 
te houver falado, e disser: Vamos após outros
12.26
°Nm 5.9-10;
1 Sm 1.21-22,24
12.27 f>Lv 1.5
12.28
cDt 12.25
12.29
díx 23.23;
Js 23.4
12.30 cDt 7.16
12.31 fLv 18.3; 
Dt 12.4;
2Rs 17.15;
Ez 23.37
12.32 sDt 4.2; 
Ap 22.18-19
13.1 AZclO.2; 
2Ts2.9
13.2 'Dt 18.22; 
Mt 7.22
13.3 /Dt 8.2;
1 Co 11.19;
2Ts 2.11;
Ap 13.14
13.4 *Dt 10.20; 
2Rs 23.3;
2Cr 34.31
13.5 'Dt 17.7; 
Zc 13.3;
ICo 5.13
13.6 mCnl 6.5; 
1 Sm 18.1,8;
Pv 5.20
13.8 "Pv 1.10
13.9 oDt 17.5; 
At 7.58
deuses, que não conheceste, e sirvamo-los,'
3 não ouvirás as palavras desse profeta ou 
sonhador, porquanto o Senhor, vosso Deus, 
vos prova, para saber se amais o Senhor, 
vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda 
a vossa alma./
4 Andareis após o Senhor, vosso Deus, e 
a ele temereis; guardareis os seus mandamen­
tos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele 
vos achegareis/
5 Esse profeta ou sonhador será morto, 
pois pregou rebeldia contra o S enhor, v o sso 
Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos 
resgatou da casa da servidão, para vos apartar 
do caminho que vos ordenou o S enhor, 
vosso Deus, para andardes nele. Assim, elimi- 
narás o mal do meio de ti.'
6 Se teu irmão, filho de tua mãe, ou teu 
filho, ou tua filha, ou a mulher do teu amor, 
ou teu amigo que amas como à tua alma te 
incitar em segredo, dizendo: Vamos e sirva­
mos a outros deuses, que não conheceste, nem 
tu, nem teus pais,m
7 dentre os deuses dos povos que estão em 
redor de ti, perto ou longe de ti, desde uma até 
à outra extremidade da terra,
8 não concordarás com ele, nem o ouvirás; 
não olharás com piedade, não o pouparás, 
nem o esconderás/
9 mas, certamente, o matarás. A tua mão 
será a primeira contra ele, para o matar, e 
depois a mão de todo o povo.010 Apedrejá-lo-ás até que morra, pois te 
procurou apartar do Senhor, teu Deus, que te 
tirou da terra do Egito, da casa da servidão.
11 E todo o Israel ouvirá e temerá, e não
12.30 Como serviram.. . aos seus deuses. Entre os pagãos é 
freqüente admitir-se uma íntima relação entre uma terra e os 
deuses que os seus habitantes adoraram (cf 2 Rs 17.26,27). 
Os israelitas seriam levados a pensar do mesmo modo e a 
temer os deuses de Canaã. • N. Hom. Natureza da adoração 
autêntica: 1) Deve ser exclusiva e distinta (29 -3 1 ); 2) Deve 
ser cheia de alegria (7,12).
Cap 13 Moisés acautela o povo contra o aparecimento da 
idolatria dentre eles mesmos. Poderiam ser impelidos a isso 
através de um falso profeta (1 -5 ) , através de sua própria pa- 
rentela (6 -1 1 ), ou através de elementos vis dentro da comu­
nidade (1 2 -1 8 ).
13.1 Sinal ou prodígio. O sinal (heb 'oth) e qualquer marca ou 
prova que revela, relembra ou confirma qualquer aconteci­
mento do passado, do presente ou do futuro. É algo que 
chama a atenção para um assunto, e que faz com que o 
mesmo seja levado a sério; milagres e profecias seriam os 
sinais mais claros. O prodígio (heb môphêt) é um milagre que
comprova a autoridade de quem o operou; a palavra vem da 
raiz yãphat, "persuadir".
13.2 Até mesmo hoje existem seitas religiosas que se vanglo­
riam de revelações sobrenaturais, curas milagrosas, êtc. Sinais 
e maravilhas em si mesmos, porém não provam que Deus 
falou (cf Êx 7.11,12; M t 7.22,23; 24.24; Ap 13.13,14). Um 
evento sobrenatural é de Deus somente quando leva à fé no 
Deus verdadeiro e é coerente com a revelação dada a nós nas 
Sagradas Escrituras (cf 18.9-14n).
13.5 Será morto. Deus ordenara o extermínio dos cananeus. 
Se os israelitas participassem de seus pecados, também parti­
cipariam dos castigos daqueles. O castigo é severo porque a 
idolatria contamina a santidade da comunidade.
13.6 Irm ão.. . filho.. . mulher. A tentação pode sobrevir atra­
vés de nossos mais íntimos parentes. Foi Eva que tentou 
Adão, e Cristo foi tentado por Pedro.
13.11 Todo o Israel ouvirú. O castigo devia ser publicamente 
ministrado, como purificador coletivo do mal.
DEUTERONÔMIO 13.12 272
se tomará a praticar maldade como esta no 
meio de ti.P
12 Quando em alguma das tuas cidades 
que o S e n h o r , teu Deus, te dá, para ali habi- 
tares, ouvires dizer1)
13 que homens malignos saíram do meio 
de ti e incitaram os moradores da sua cidade, 
dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses, 
que não conheceste/
14 então, inquirirás, investigarás e, com 
diligência, perguntarás; e eis que, se for ver­
dade e certo que tal abominação se cometeu 
no meio de ti,
15 então, certamente, ferirás a fio de es­
pada os moradores daquela cidade, des­
truindo-a completamente e tudo o que nela 
houver, até os animais.5
16 Ajuntarás todo o seu despojo no meio 
da sua praça e a cidade e todo o seu despojo 
queimarás por oferta total ao S e n h o r , teu 
Deus, e será montão perpétuo de ruínas; 
nunca mais se edificará.f
17 Também nada do que for condenado 
deverá ficar em tua mão, para que o Senhor 
se aparte do ardor da sua ira, e te faça miseri­
córdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique, 
como jurou a teus pais,u
18 se ouvires a voz do S e n h o r , teu Deus, 
e guardares todos os seus mandamentos que 
hoje te ordeno, para fazeres o que é reto aos 
olhos do S e n h o r , teu Deus.v
Mutilação do corpo proibida
Filhos sois do S e n h o r , vosso Deus; 
não vos dareis golpesw. nem sobre a14
13.11
P Dt 17.13
13.12 q)s 22.11
13.13 rDt 17.2; 
2Rs 17.21;
ljo 2.19; Jd 1.19
13.15
sêx 22.2 0;
|s 6.17,21
13.16 fJs 6.24;
Ir 49.2
13.17
uGn 22.17; 
js 6.18,26
13.18
vDt 12.25
14.1 wLv 19.28; 
21.5
14.2 *Êx 19.5-6; 
Dt 7.6; Tt 2.14;
1 Pe 2.9
14.3 yEz4.14
14.4 zLv11.2
14.8
oLv 11.26-27
14.9 *Lv 11.9 
14.12 cLv 11.13
testa fareis calva por causa de algum morto.
2 Porque sois povo santo ao Sen h o r , 
vosso Deus, e o Senh o r vos escolheu de 
todos os povos que há sobre a face da terra, 
para lhe serdes seu povo próprio".
Leis sobre os animais limpos e os imundos
Lv 11.1-47
3 Não comereis coisa alguma abomi­
nável.)'
4 São estes os animais que comereis: o 
boi, a ovelha, a cabra,2
5 o veado, a gazela, a corça, a cabra mon­
tes, o antílope, a ovelha montês e o gamo.
6 Todo animal que tem unhas fendidas, e
o casco se divide em dois, e rumina, entre os 
animais, isso comereis.
7 Porém estes não comereis, dos que so­
mente ruminam ou que têm a unha fendida: o 
camelo, a lebre e o arganaz, porque ruminam, 
mas não têm a unha fendida; imundos vos 
serão.
8 Nem o porco, porque tem unha fendida, 
mas não rumina; imundo vos será. Destes não 
comereis a carne e não tocareis no seu 
cadáver.0
9 Isto comereis de tudo o que há nas 
águas: tudo o que tem barbatanas e escamas.b
10 Mas tudo o que não tiver barbatanas 
nem escamas não o comereis; imundo vos 
será.
11 Toda ave limpa comereis.
12 Estas, porém, são as que não comereis: 
a águia, o quebrantosso, a águia marinha,c
13.13 Homens malignos. Lit "filhos de Belial", sendo que a 
palavra transcrita "Belial" se interpreta pelo Rabino Salomão 
Itshaqui como "sem jugo", sem restrições religiosas ou 
morais.
13.14 Inquirirás. Plena investigação deve preceder o castigo.
13.17 Condenado. Cf 20 .17n. • N . Hom . O perigo de ser 
levado ao pecado: 1) Pelo poder sedutor do que é estranho e 
incomum (1,2); 2) Pelo poder sedutor das afeições humanas 
(6,7); 3) Pelo poder sedutor da maioria (12,13).
Cap 14 Israel devia ser um povo distinto. Devia evitar as la­
mentações dos pagãos (1,2 ) e os alimentos imundos (3 -2 1 ). 
Sua consagração também precisava ser demonstrada com os 
dízimos que viessem a dar (2 2 -2 9 ).
14.1 Por causa de algum morto. Ver nota anterior, 
cf Lv 19.28; 21.5.
1 4 .3 -21 Em alguns casos, há uma explicação higiênica para 
a classificação de certos alimentos como limpos ou imundos.
Noutros casos, a razão para a distinção não é clara. Seja como 
for, esses regulamentos serviriam para testar a obediência de 
Israel e como sinal de seu caráter próprio e exclusivo de uma 
nação. Essas regras de saúde corporal pertencem somente a 
Israel, e não vigoram na dispensação cristã (ver 1 T m 4 .4 ), 
porém indicam a necessidade de discrição e autocontrole.
14.7 A lebre e o arganaz. Só aparentemente é que podem ser 
considerados ruminantes, pois na realidade não o são. Mas a 
aparência é que interessava, cf Lv 11.5 e 6n. Os nomes dos 
animais e pássaros ainda nos dão margem para longos deba­
tes; os animais mencionados no v 5 pertencem mormente à 
família das gazelas; dos pássaros, alguns nomes hebraicos re­
ceberam uma interpretação dos rabinos, como se segue; o 
íbis v 16, heb yanshüph, parece ser um tipo de coruja que voa 
só depois do crepúsculo (heb nesbeph); a cegonha, heb hasi- 
dâh, a forma feminina da palavra hesedh "misericórdia", que 
se refere à dedicação da cegonha em alimentar os filhotes; a 
garça, heb ‘anãphâh, lit "ferocidade", uma referência à pose 
e ao aspecto do referido pássaro.
273 DEUTERONÔMIO 15.2
13 o açor, o falcão e o milhano, segundo a 
sua espécie;
14 e todo corvo, segundo a sua espécie;
15 o avestruz, a coruja, a gaivota e o ga­
vião, segundo a sua espécie;
16 o mocho, a íbis, a gralha,
17 o pelicano, o abutre, o corvo marinho,
18 a cegonha, e a garça, segundo a sua 
espécie, e a poupa, e o morcego.
19 Também todo inseto que voa vos será 
imundo; não se comerá.d
20 Toda ave limpa comereis.
21 Não comereis nenhum animal que 
morreu por si. Podereis dá-lo ao estrangeiro 
que está dentro da tua cidade, para que o 
coma, ou vendê-lo ao estranho, porquanto 
sois povo santo ao S e n h o r , vosso Deus. Não 
cozerás o cabrito5 no leite da sua pró­
pria mãe.
Os dízimos para o serviçodo Senhor
22 Certamente, darás os dízimos de todo o 
fruto das tuas sementes, que ano após ano se 
recolher do campo.f
23 E, perante o S e n h o r , teu Deus, no lu­
gar que escolher para ali fazer habitar o seu 
nome, comerás os dízimos do teu cereal, do 
teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das 
tuas vacas e das tuas ovelhas; para que apren­
das a temer o S e n h o r , teu Deus, todos os 
dias.9
24 Quando o caminho te for comprido de­
mais, que os não possas levar, por estar longe
14.19
dLv 11.20-21
14.21
eÈx 23.19; 
34.26
14.22
'Lv 27.30; 
Ne 10.37
14.23
pDt 12.5-7
14.24
^Dt 12.21
14.26 íDt 12.7
14.27
/Nm 18.20
14.28
‘ Dt 26.12
14.29 1(22-29) 
Lv 27.30-33; 
Nm 18.21
15.1
mÊx 23.10-11
de ti o lugar que o S e n h o r , teu Deus, esco­
lher para ali pôr o seu nome, quando o 
S e n h o r , teu Deus, te tiver abençoado,h
25 então, vende-os, e leva o dinheiro na 
tua mão, e vai ao lugar que o S e n h o r , teu 
Deus, escolher.
26 Esse dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que 
deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou 
vinho, ou bebida forte, ou qualquer coisa que 
te pedir a tua alma; come-o ali perante o 
S e n h o r , teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua 
casa;'
27 porém não desampararás o levita que 
está dentro da tua cidade, pois não tem parte 
nem herança contigo./
28 Ao fim de cada três anos, tirarás todos 
os dízimos do fruto do terceiro ano e os reco- 
lherás na tua cidade.*
29 Então, virão o levita (pois não tem 
parte nem herança contigo), o estrangeiro, o 
órfao e a viúva que estão dentro da tua cidade, 
e comerão, e se fartarão, para que o S e n h o r , 
teu Deus, te abençoe em todas as obras que as 
tuas mãos fizerem.1
0 ano da remissão
1 ^ Ao fim de cada sete anosm, farás re- 
J . ._/ missão.
2 Este, pois, é o modo da remissão: todo 
credor que emprestou ao seu próximo alguma 
coisa remitirá o que havia emprestado; não o 
exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois 
a remissão do S e n h o r é proclamada.
14.21 No leite da sua própria mãe. Era um costume cerimo­
nial dos cananeus, e por isso foi proibido. Além disso era uma 
violência à compaixão, para se satisfazer a gulodíce.
1 4 .2 2 -2 9 Uma décima parte da produção da terra devia ser 
oferecida a Deus. Quando Moisés pronunciou este discurso, já 
era bem conhecido e praticado o uso dos dízimos, que po­
diam representar um sinal de gratidão (Gn 14.20) ou mesmo 
de devoção (Gn 28.22). O princípio básico é o mesmo da lei 
do sábado (15.12). Tudo o que o homem possui, a Deus o 
deve, sendo apenas um fiel depositário (D t8 .1 8 ; M t 25.14). 
Para que vissem que eram sagrados todos esses bens, separa­
vam uma parte deles e ofereciam ao santuário (23,25). Na 
legislação anterior (isto é, Lv 27.30; Nm 18.21ss), quando o 
povo ainda se encontrava em seu estágio nômade, os dízimos 
eram entregues aos sacerdotes e levitas, que provavelmente 
tinham grande necessidade deles. Agora, entretanto, quando 
o povo estava preparado para entrar na Palestina e dar início 
a uma vida estabelecida, é ordenado um uso mais lato dos 
dízimos.
14.23 Comerás. O ofertante podia comer dos dízimos (pre­
sume-se, porém, que apenas uma pequena parte do 
mesmo), pela festa de comunhão no santuário. Exceção a isso
haveria no terceiro e no sexto ano (28,29), e também no ano 
sabático bissexto (Êx 23.11). • N . Hom. Grandes bênçãos 
desfrutadas pelo povo de Deus; 1) Adoção (27); 2 ) Santifica­
ção (2a); 3) Eleição (2b). • N. Hom. Propósitos dos dízimos e 
ofertas: 1) Reconhecimento de que Deus é o Doador (23);
2) Sustento do trabalho ministerial (27); 3) Alívio das necessi­
dades de outros (29).
Cap 15 Moisés dá ordens sobre o ano da libertação (1 -1 1 ), 
sobre a servidão dos hebreus (1 2 -1 8 ) e sobre o sacrifício dos 
animais primogênitos (1 9 -2 3 ).
15 .1 -11 O caráter mais específico das prescrições nos livros 
de Êxodo e Levítico se deve ao fato de que se destinava a um 
povo nômade, enquanto o caráter mais geral das prescrições 
do livro de Deuteronômio se destina a um povo prestes a se 
estabelecer na sua terra.
1S.1 Farás remissão. Os que haviam tomado dinheiro em­
prestado e não podiam saldar a dívida antes do ano da remis­
são teriam essa dívida perdoada nessa ocasião. 
Os comentaristas judeus concordam que a remissão do em­
préstimo não era temporária, mas absoluta. Porém, podia-se 
pagar a dívida por questão moral.
DEUTERONÔMIO 15.3 274
.3 Do estranho podes exigi-lo, mas o que 
tiveres em poder de teu irmão, quitá-lo-ás;n
4 para que entre ti não haja pobre; pois o 
Senhor, teu Deus, te abençoará abundante­
mente na terra que te dá por herança, para a 
possuíres,0
5 se apenas ouvires, atentamente, a voz do 
Senhor, teu Deus, para cuidares em cumprir 
todos estes mandamentos que hoje te ordeno.
6 Pois o Senhor, teu Deus, te abençoará, 
como te tem dito; assim, emprestarás a muitas 
nações, mas não tomaras empréstimos; e do- 
minarás muitas nações, porém elas não te do­
minarão. p
Leis a favor dos pobres
Lv 25.35-38
7 Quando entre ti houver algum po- 
bre<) de teus irmãos, em alguma das tuas ci­
dades, na tua terra que o Senhor, teu Deus, 
te dá, não endurecerás o teu coração, nem 
fecharás as mãos a teu irmão pobre;
8 antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe 
emprestarás o que lhe falta, quanto baste para 
a sua necessidade/
9 Guarda-te não haja pensamento vil no 
teu coração, nem digas; Está próximo o sé­
timo ano, o ano da remissão, de sorte que os 
teus olhos sejam malignos para com teu irmão 
pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra 
ti ao Senhor, e heua em ti pecado.5
10 Livremente, lhe darás, e não seja ma­
ligno o teu coração, quando lho deres; pois, 
por isso, te abençoará o Senhor, teu Deus,
15.3 "Dt 23.20
15.4 °Dt 28.8
15.6
pDt 28.12-13; 
Pv 22.7
15.7 <JEx 22.25; 
Dt 23.19-20
15.8 rLv 25.35; 
Lc 6.34-35
15.9 íDt 24.15; 
Mt 20.15
15.10
<Dt 14.29; 
Pv 22.9; 
2Co 9.5,7
15.11
"Mt 26.11;
Mc 14.7; Jo 12.8
15.12 ''Êx 21.2; 
/r 34.14
15.14
»Pv 10.22
15.15 *Dt 5.15
15.16
KÊx 21.5-6
15.18^(12-18) 
Lv 25.39-46
em toda a tua obra e em tudo o que empreen- 
deres.(
11 Pois nunca deixará de haver po- 
bresu na terra; por isso, eu te ordeno: livre­
mente, abrirás a mão para o teu irmão, para o 
necessitado, para o pobre na tua terra.
Leis acerca dos servos
Êx 21.1-11
12 Quando um de teus irmãos, hebreu ou 
hebréia, te for vendido, seis anos servir-te-á, 
mas, no sétimo, o despedirás forro.1'
13 E, quando de ti o despedires forro, não
o deixarás ir vazio.
14 Liberalmente, lhe fomecerás do teu re­
banho, da tua eira e do teu lagar; daquilo com 
que o Senhor, teu Deus, te houver aben­
çoado, lhe darás.w
15 Lembrar-te-ás de que foste servo na 
terra do Egito e de que o Senhor, teu Deus, 
te remiu; pelo que, hoje, isso te ordeno.x
16 Se, porém, ele te disser: Não sairei de 
ti; porquanto te ama, a ti e a tua casa, por estar 
bem contigo,)'
17 então, tomarás uma sovela e lhe furarás 
a orelha, na porta, e será para sempre teu 
servo; e também assim farás à tua serva.
18 Não pareça aos teus olhos duro o des­
pedi-lo forro; pois seis anos te serviu por me­
tade do salário do jornaleiro; assim, o 
Senhor, teu Deus, te abençoará em tudo o 
que fizeres.7
Leis acerca dos primogênitos do gado
19 Todo primogênito que nascer do teu
15.3 Estranho. A palavra hebraica aqui usada é nokhri. Ver 
nota de 1.16. Estes, principalmente egípcios ou outros que 
visitavam a negócios, teriam meios de pagar.
15.4 Não haja pobre. Se a vontade de Deus fosse perfeita­
mente obedecida, chegar-se-ia à ocasião em que não haveria 
mais pobreza (3 -5 ). Enquanto não chegar esse tempo, po­
rém, nunca deixará de haver pobres na terra (11).
15.7 Irmão pobre. Os judeus ortodoxos sempre cuidaram de 
seus pobres, como tam bém a igrejade |erusalém 
(At 4.34,35).
15.8 Emprestarás. Algumas vezes é melhor emprestar que 
dar. O empréstimo obriga aquele que toma emprestado a 
trabalhar e ajudar-se a si mesmo.
1 5 .1 2 -1 8 Em Lv 2 5 .3 9 -4 6 é ensinado que os escravos he- 
breus seriam libertados no ano do jubileu. Isto significaria 
eventualmente que, se o ano do jubileu chegasse antes do 
escravo ter servido sete anos, este podia ser libertado. Até o 
tempo do exílio, essa lei da libertação era freqüentemente 
negligenciada, cf Jr 34 .8 -20 ; Ne 5 .1 -1 3 .
15.13 Não o deixarás ir vazio. Quando o escravo era liber­
tado, devia receber provisões para começar sua nova vida. 
Isso não é mencionado no livro de Êxodo, senão o povo, 
dificilmente, deixaria de recair na escravidão.
15.15 Lembrar-te-ás. A lembrança da maravilhosa graça de 
Deus para conosco na redenção nos leva a seguir o curso da 
verdadeira obediência.
15.16 Por estar bem contigo. Embora não fosse proibida a 
escravatura em Israel, as condições da servidão eram, fre­
qüentemente, num clima de bastante liberdade, cf N. Hom. 
abaixo.
15.17 Servo.. . serva. Os escravos e as escravas eram conside­
rados no mesmo nível social.
15.19 Todo primogênito. No livro do Êxodo, declara-se o 
princípio de que todos os animais primogênitos deviam ser 
dedicados a Deus. A antiga lei sobre o sacrifício dos primogê­
nitos (cf Êx 13.2,12; Lv 27.26ss; N m l8 .15ss ) é adaptada 
para as exigências do santuário central, cf 1 2 .1 5 -2 8 .
• N. Hom. A servidão perpétua era: 1) Voluntária (16a);
275 DEUTERONÔMIO 16.15
gado ou de tuas ovelhas, o ma­
cho0 consagrarás ao S e n h o r , teu Deus; com 
o primogênito do teu gado não trabalharás, 
nem tosquiarás o primogênito das tuas 
ovelhas.
20 Comê-lo-ás perante o S e n h o r , tu e 
a tua casa, de ano em ano, no lugar que o 
S e n h o r escolher.*
21 Porém, havendo nele algum defeito, se 
for coxo, ou cego, ou tiver outro defeito 
grave, não o sacrifxcarás ao S e n h o r , teu 
Deus.c
22 Na tua cidade, o comerás; o imundo e
0 limpo o comerão juntamente, como a carne 
do corço ou do veado.d
23 Somente o seu sangue não comerás e; 
sobre a terra o derramarás como água.
As três festas dos judeus 
A Páscoa
Êx 23.14-15; 34.18; Lv 23.4-8
1 / f Guarda o mês de abibe e celebra a 
X U Páscoa do S e n h o r , teu Deus; por­
que, no mês de abibe, o S e n h o r , teu Deus, te 
tirou do Egito, de noite/
2 Então, sacrificarás como oferta de Pás­
coa ao S e n h o r , teu Deus, do rebanho e do 
gado, no lugar que o S e n h o r escolher para 
ali fazer habitar o seu nome. 9
3 Nela, não comerás levedado; sete dias, 
nela, comerás pães asmos, pão de aflição 
(porquanto, apressadamente, saíste da terra do 
Egito), para que te lembres, todos os dias da 
tua vida, do dia em que saíste da terra do 
Egito.h
4 Fermento não se achará contigo por sete 
dias, em todo o teu território; também da 
carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, 
nada ficará até pela manhã.1
5 Não poderás sacrificar a Páscoa em ne­
nhuma das tuas cidades que te dá o S e n h o r , 
teu Deus,
15.19 
"Êx 13.12
15.20
*Dt 12.5-7
15.21 c Lv 22.20
15.22
dDt 12.15
15.23 eCn 9.4; 
Lv 7.26-27; 
17.10-14;
Dt 12.16,23
16.1 'Êx 12.2
16.2
gNm 28.19
16.3 í>Êx 12.15
16.4 'Êx 12.10 
16.6/Êx 12.6
16.7 »Êx 12.8-9; 
2Rs 23.23;
2 0 35.13
16.8 '(1-8)
Êx 12.1-20;
Nm 23.15; 
28.16-25; 34.18
16.9 f"Êx 23.16; 
Nm 28.26
16.10
"Dt 16.17;
1 Co 16.2
16.11 °Dt 12.7
16.12 P(9-12) 
Nm 28.26-31
16.13
Í Ê X 23.16;
Nm 29.12
16.14 fNe 8.9
6 senão no lugar que o Sen h o r , teu Deus, 
escolher para fazer habitar o seu nome, ali 
sacrificarás a Páscoa à tarde, ao pôr-do-sol, 
ao tempo em que saíste do Egito./
7 Então, a cozerás e comerás no lugar que 
o Se n h o r , teu Deus, escolher; sairás pela ma­
nhã e voltarás às tuas tendas.k
8 Seis dias comerás pães asmos, e, no sé­
timo dia, é solenidade ao Se n h o r , teu Deus; 
nenhuma obra farás.'
O Pentecostes
Ê x 23.16; 34.22; Lv 2 3 .1 5 -2 1
9 Sete semanas contarás; quando a foice 
começar na seara, entrarás a contar as sete 
semanas.m
10 E celebrarás a Festa das Semanas ao 
Sen h o r , teu Deus, com ofertas voluntárias da 
tua mão, segundo o Se n h o r , teu Deus, te 
houver abençoado.n
11 Alegrar-te-ás perante o Se n h o r , teu 
Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu 
servo, e a tua serva, e o levita que está dentro 
da tua cidade, e o estrangeiro, e o órfão, e a 
viúva que estão no meio de ti, no lugar que o 
Se n h o r , teu Deus, escolher para ali fazer ha­
bitar o seu nome.0
12 Lembrar-te-ás de que foste servo no 
Egito, e guardarás estes estatutos, e os cum­
pri rás.P
Os Tabemáculos
Lv 2 3 .3 3 -4 3
13 A Festa dos Tabemáculos, celebrá-la- 
ás por sete dias, quando houveres recolhido 
da tua eira e do teu lagar.í
14 Alegrar-te-ás, na tua festa, tu, e o teu 
filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, 
e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva 
que estão dentro das tuas cidades/
15 Sete dias celebrarás a festa ao Se n h o r , 
teu Deus, no lugar que o Senh o r escolher,
2) Impulsionada pelo amor (16b); 3) Simbolizada por um si­
nal (17, cf Gl 6.17, quanto à aplicação espiritual).
Cap 16 São dadas instruções sobre as três festas anuais 
(1 -1 7 ), a administração da justiça (1 8 -2 0 ), e sobre a proibi­
ção de contato com símbolos pagãos (21,22).
1 6 .1 -1 7 Quanto a instruções anteriores, ver Êx12; Lv 23; 
Nm 28,29. Deuteronômio adiciona que essas festas deveriam 
ser celebradas no santuário central por toda a nação de Israel.
16.1 <4 Páscoa. A Páscoa histórica é relacionada à décima 
praga, à morte dos primogênitos do Egito. Israel foi instruído 
a aplicar o sangue de um cordeiro às ombreiras e à verga de
suas portas, como sinal que lhes asseguraria segurança se fi­
cassem em casa. "Páscoa" se deriva do verbo pasah, "passar 
por cima”, incluindo a idéia de "poupar e proteger".
16.10 A festa das semanas. Era uma das festas da colheita, 
celebrada quando a colheita de cereais, que durava sete se­
manas, era terminada. Mais tarde recebeu o nome grego de 
Pentecostes, visto cair cinqüenta dias depois da Páscoa.
16.13 A festa dos tabemáculos. Era celebrada quando o pro­
duto da terra já fora colhido, incluindo figos, azeitonas e uvas. 
Durante esse período de sete dias o povo vivia em tendas.
DEUTERONÔMIO 16.16 276
porque o Se n h o r , teu Deus, há de abençoar- 
te em toda a tua colheita e em toda obra das 
tuas mãos, pelo que de todo te alegrarás.5
16 Três vezes no ano, todo varão entre ti 
aparecerá perante o Sen h o r , teu Deus, no 
lugar que escolher, na Festa dos Pães Asrnos, 
e na Festa das Semanas, e na Festa dos Taber- 
náculos; porém não aparecerá de mãos vazias 
perante o Se n h o r ;1
17 cada um oferecerá na proporção em 
que possa dar, segundo a bênção que o 
Sen h o r , seu Deus, lhe houver concedido.u
Deveres dos juizes
Êx 23.6-9
18 Juizes e oficiais constituirás em todas 
as tuas cidades que o SENHOR, teu Deus, te 
der entre as tuas tribos, para que julguem o 
povo com reto juízo.v
19 Não torcerás a justiça, não farás acep­
ção de pessoas, nem tomarás suborno; por­
quanto o suborno cega os olhos dos sábios e 
subverte a causa dos justos."'
20 A justiça seguirás, somente a justiça, 
para que vivas e possuas em herança a terra 
que te dá o SENHOR, teu Deus.*
21 Não estabelecerás poste-ídolo, plan­
tando qualquer árvore junto ao altar do 
Sen h o r , teu Deus, que fizeres para ti.)'
22 N em levantarász coluna, a qual o 
Sen h o r , teu Deus, odeia.
16.15 s(l 3-15) 
Nm 29.12-38
16.16
tÊx 23.14-15
16.17 
“Dt 16.10
16.18 ^Dt 1.16; 
1 Cr 23.4;
2Cr 19.5,8
16.19 ” íx 23.2; 
Lv 19.15;
Pv 17.23
16.20 *(19-20) 
Êx 23.6-8;
Lv 19.15-16
16.21 
/Êx 34.13;
1 Rs 14.15;
2Rs17.16;
2Cr 33.3 
16.22 ^Lv 26.1
17.1 oDt 15.21
17.2 tD t 13.6; 
Jz 2.20;
2Rs 18.12
17.3 cDt4.19;
|r 7.22-23,31
17.4 dDt 13.12
17.5 eLv 24.14; 
Dt 13.10
17.6
'Nm 35.30;
Dt 19.15;
Mt 18.16;
2Co 13.1;
ITm 5.19;
Hb 10.28
17.7 gDt 7.12
O castigo da idolatria
n Não sacrificarás ao Se n h o r , teu Deus, novilho ou ovelha em que haja imperfeição ou algum defeito grave; pois é 
abominação ao Sen h o r , teu Deus.®
2 Quando no meio de ti, em alguma das 
tuas cidades que te dá o Sen h o r , teu Deus, se 
achar algum homem ou mulher que proceda 
mal aos olhos do Sen h o r , teu Deus, transgre­
dindo a sua aliança,6
3 que vá, e sirva a outros deuses, e os 
adore, ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército 
do céu, o que eu não ordenei;c
4 e te seja denunciado, e o ouvires; então, 
indagarás bem; e eis que, sendo verdade e 
certo que se fez tal abominação em Israel,d
5 então, levarás o homem ou a mulher que 
fez este malefício às tuas portas e os apedreja- 
rás, até que morram.e
6 Por depoimento de duas ou três testemu­
nhas f, será morto o que houver de morrer; 
por depoimento de uma só testemunha, não 
morrerá.
7 A mão das testemunhas será a primeira 
contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de 
todo o povo; assim, eliminarás o mal do meio 
de ti.9
Julgamento de questões difíceis
8 Quando alguma coisa te for difícil de­
mais em juízo, entre caso e caso de homicí­
dio, e de demanda e demanda, e de violência
1 6 .1 8 -2 0 Enquanto Israel esteve no deserto, tinha juizes e 
oficiais, segundo seus números (Éx 18.25). Em Canaã, porém, 
deviam ser escolhidos segundo suas aldeias e cidades.
16.21,22 Os cananeus praticavam ritos grosseiramente imo­
rais. Tais ritos foram uma grande tentação para os israelitas 
até a época do exílio, cf Is 5 7 .3 -8 .
16.21 Poste-ídolo. Era uma árvore ou poste sagrado talvez 
erguido como símbolo da deusa cananéia Asera.
16.22 Coluna. Era uma pedra posta de pé sobre uma das 
extremidades, talvez representando a divindade masculina.
• N. Hom. As três festas anuais podem ser usadas para ilus­
trar importantes verdades do Novo Testamento; 1) Páscoa. 
Assim como essa festa comemorava o sacrifício pascal e o 
livramento de Israel da escravidão egípcia, assim a Ceia do 
Senhor comemora o sacrifício de Cristo e o nosso livramento 
da escravidão do pecado (Lc 22.19; 1 Co 5.7,8); 2 ) Festa das 
semanas. Essa festa, depois conhecida como Pentecostes, era 
caracterizada pelas primícias da colheita, como também na 
igreja cristã o dia de Pentecostes foi marcado com as primí­
cias do dom do Espírito Santo (At 2 .14 -1 8 ); 3) Festa dos Ta- 
bernáculos. Essa marcava o fim da colheita, como também 
haverá grande colheita no fim desta era (M t 13 .39 -41 ; 
Ap 14 .14 -20 ).
Cap 17 Essas instruções dizem respeito à perfeição dos ani­
mais oferecidos a Deus, cf Lv 2 2 .1 7 -3 3 . Os sacrifícios do An­
tigo Testamento eram tipos de Cristo o "cordeiro sem defeito 
e sem mácula" (1 Pe 1.9; cf Hb 9.14).
17.3 Sol. Heb shemesh, que, sob o nome próprio Shamash e 
outros nomes, era adorado por vários povos semíticos, assim 
como era a lua, heb yarêah. É por este motivo, para demons­
trar que o sol e a lua não eram divindades poderosas, e sim, 
apenas objetos que obedeciam aos propósitos divinos, que 
estas duas palavras hebraicas não são mencionadas na narra­
tiva da criação do mundo, Gn 1.15, sendo chamados de "lu­
zeiros". O exército dos céus se refere à adoração dos planetas 
e estrelas,
17.5 Os apedrejarás, até que morram. A morte era a pena 
tanto para a idolatria como para instigação à mesma
(13.5,9,15).
17.7 A mão das testemunhas. A confiança em seu próprio 
testemunho precisava ser evidenciada pelo ato de assumirem 
a responsabilidade de desfechar os primeiros golpes.
17 .8 -1 3 Os tribunais inferiores seriam espalhados pelas al 
deias de Israel (16.18), mas o tribunal superior continuara 
funcionando no santuário central.
277 DEUTERONÔMIO 18.4
e violência, e outras questões de litígio, então, 
te levantarás e subirás ao lugar que o 
Senhor, teu Deus, escolher.h
9 Virás aos levitas sacerdotes e ao juiz que 
houver naqueles dias; inquirirás, e te anuncia­
rão a sentença do juízo.'
10 E farás segundo o mandado da palavra 
que te anunciarem do lugar que o Senhor 
escolher; e terás cuidado de fazer consoante 
tudo o que te ensinarem.
11 Segundo o mandado da lei que te ensi­
narem e de acordo com o juízo que te disse­
rem, farás; da sentença que te anunciarem não 
te desviarás, nem para a direita nem para a 
esquerda.
12 O homem, pois, que se houver sober- 
bamente, não dando ouvidos ao sacerdote, 
que está ali para servir ao Senhor, teu Deus, 
nem ao juiz, esse morrerá; e eliminarás o mal 
de Israel/
13 para que todo o povo o ouça, tema e 
jamais se ensoberbeça.k
A eleição e os deveres de um rei
14 Quando entrares na terra que te dá o 
S enhor, teu Deus, e a possuíres, e nela habi- 
tares, e disseres: Estabelecerei sobre mim um 
rei', como todas as nações que se acham em 
redor de mim,
15 estabelecerás, com efeito, sobre ti 
como rei aquele que o Senhor, teu Deus, 
escolher; homem estranho, que não seja den­
tre os teus irmãos, não estabelecerás sobre ti, 
e sim um dentre eles.m
16 Porém este não multiplicará para si ca- 
valos", nem fará voltar o povo ao Egito, para
17.8 *Ex 21.13; 
Nm 35.11,16, 
19; 2Cr 19.10;
SI 122.5; Ml 2.7
17.9 >Dt 19.17; 
Ez 44.24
17.12
/Nm 15.30;
Ed 10.8
17.13
»Dt 13.11
17.14 '1 Sm 8.5
17.15
m1Sm 9.15;
ICr 22.10
17.16
"lRs 10.28
17.17 
olRs 11.1-8
17.18pDt31.9; 
2Rs 11.12
17.191)5 1.8
17.20 rDt 5.32; 
1 Rs 15.5
18.1
sNm 18.8-9;
Dt 10.9;
1 Co 9.13
18.2 (Nm 18.20
18.3
"Lv 7.30-34
multiplicar cavalos; pois o Senhor vos disse: 
Nunca mais voltareis por este caminho.
17 Tampouco para si multiplicará mulhe­
res0, para que o seu coração se não desvie; 
nem multiplicará muito para si prata ou ouro.
18 Também, quando se assentar no trono 
do seu reino, escreverá para si um traslado 
desta lei num livro, do que está diante dos 
levitas sacerdotes.P
19 E o terá consigo e nele lerá todos os 
dias da sua vida, para que aprenda a temer o 
Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as 
palavras desta lei e estes estatutos, para os 
cumprir.1)
20 Isto fará para que o seu coração não se 
eleve sobre os seus irmãos e não se aparte do 
mandamento, nem para a direita nem para a 
esquerda; de sorte que prolongue os dias no 
seu reino, ele e seus filhos no meio de 
Israel/
A herança e os direitos 
dos sacerdotes e dos levitas
1 Q Os sacerdotes levitas e toda a tribo de 
J- O Levi não terão parte nem herança em 
Israel; das ofertas queimadas ao Senhor e 
daquilo que lhes é devido comerão/
2 Pelo que não terão herançaf no meio de 
seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como 
lhes tem dito.
3 Será este, pois, o direito devido aos sa­
cerdotes, da parte do povo, dos que oferece­
rem sacrifício, seja gado ou rebanho: que 
darão ao sacerdote a espádua, e as queixadas, 
e o bucho.u
4 Dar-lhe-ás as primícias do teu cereal, do
17.12 Para servir ao Senhor. O sacerdote e os juizes deviam 
ser respeitados por agirem em favor de Deus, cf Rm 13.1.
17 .1 4 -2 0 O povo viria a pedir por um rei no tempo de Sa­
muel. Quando o povo solicitou um rei, tinha todo direito de 
fazê-lo. Samuel fez objeção ao espírito antiteocrático com o 
qual foi feita a solicitação. O povo não solicitou um rei tendo 
em vista o bem da teocracia Divina. Queriam um rei, a fim de 
que pudessem ser semelhantes às nações vizinhas, e a caracte­
rística exclusiva da teocracia era que Israel deveria ser dife­
rente das nações adjacentes.
17.16,17 Quanto maior poder enfeixa nas mãos, maior o pe­
rigo de abusar dele. O terceiro rei de Israel, Salomão, nego­
ciava com cavalos (1 Rs 1 0 .2 6 -2 9 ) e teve setecentasmulheres (1 Rs 1 1 .1 -8 ).
17.19 O terá consigo. É bom que cada qual tenha sua própria 
Bíblia para uso diário. • N. Hom. O lugar que cabe à autori­
dade na promoção do bem-estar da sociedade é: 1) Tornado 
necessário pelas limitações humanas (8); 2) Ordenado por
Deus (2); 3) Obedecido como obrigação pelo homem 
(1 0 -1 1 ). • N. Hom. Os investidos em posição de autoridade 
devem estar cônscios de que: 1) São sujeitos a tentações par­
ticulares (16,17); 2) Necessitam vitalmente da Palavra de 
Deus (18,19a) - cujo emprego apropriado conduz à reverên­
cia (19b), à obediência (19b), à humildade (20a), e ao su­
cesso (20b).
Cap 18 São dadas instruções a respeito dos direitos dos sa­
cerdotes e levitas (1 -8 ) , da proibição contra as superstições e 
a magia dos pagãos (9 -1 4 ), e da lei do profeta (1 5 -2 2 ).
18.1 Os sacerdotes levitas. Esses são os ministros do altar que 
serviam no santuário central; toda a tribo de Levi incluía os 
demais membros da tribo. Todos os sacerdotes eram levitas, 
mas nem todos os levitas eram sacerdotes.
18.2 Não terão herança. Deviam cuidar para não se envolve­
rem com os negócios desta vida, cf 2 T m 2.4. Não teriam 
território unificado pertencente à tribo (cf 10.9; 12.12; 
14.27,29). Ver também N. Hom. no cap 10.
DEUTERONÔMIO 18.5 278
teu vinho e do teu azeite e as primícias da 
tosquia das tuas ovelhas.v
5 Porque o Senhor, teu Deus, o escolheu 
de entre todas as tuas tribos para ministrar em
o nome do Senhor, ele e seus filhos, todos os 
dias."'
6 Quando vier um levita de alguma das 
tuas cidades de todo o Israel, onde ele habita, 
e vier com todo o desejo da sua alma ao lugar 
que o Senhor escolheu/
7 e ministrar em o nome do Senhor, seu 
Deus, como também todos os seus irmãos, os 
levitas, que assistem ali perante o Senhor,)'
8 porção igual à deles terá para comer, 
além das vendas do seu patrimônio.z
Contra os adivinhos e os feiticeiros
9 Quando entrares na terra que o Senhor, 
teu Deus, te der, não aprenderás a fazer con­
forme as abominações daqueles povos.0
10 Não se achará entre ti quem faça passar 
pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem 
adivinhador, nem prognosticador, nem agou- 
reiro, nem feiticeiro;b
11 nem encantador, nem necromante, nem 
mágico, nem quem consulte os mortos;c
12 pois todo aquele que faz tal coisa é 
abominação ao Senhor; e por estas abomina­
ções o Senhor, teu Deus, os lança de diante 
de ti.d
13 Perfeito seráse para com o Senhor, 
teu Deus.
14 Porque estas nações que hás de possuir 
ouvem os prognosticadores e os adivinhado- 
res; porém a ti o Senhor, teu Deus, não per­
mitiu tal coisa.
18.4 vEx 22.29
18.5 "ÊX28.1; 
Dt 10.8
18.6
*Nm 35.2-3 
18.7 y2Cr 31.2 
1 8 .8 *2 0 31.4
18.9
° lv 18.26-27;
Dt 12.29-31
18.10
í>Lv 18.21 ;
Is 8.19
18.11
cLv 20.27;
1 Sm 28.7
18.12
à Lv 18.24-25 
18.13 eMt 5.48
18.15
'At 3.22-23;
7.37
18.16
9Êx 20.19;
Hb 12.19
18.17»>Dt5.28
18.18
'Dt 18.15;
|o 1.45
18.19/At 3.23
18.20
‘ Dt 13.1-2;
Jr 2.8
18.22 'Dt 13.2; 
Jr 28.9
A promessa do grande profeta
15 O Senhor, teu Deus, te suscitará' um 
profeta do meio de ti, de teus irmãos, seme­
lhante a mim; a ele ouvirás,
16 segundo tudo o que pediste ao 
Senhor, teu Deus, em Horebe, quando reu­
nido o povo: Não ouvirei mais a voz do 
Senhor, meu Deus, nem mais verei este 
grande fogo, para que não morra.9
17 Então, o Senhor me disse: Falaram 
bem aquilo que disseram.h
18 Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de 
seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca 
porei as minhas palavras, e ele lhes falará 
tudo o que eu lhe ordenar.'
19 De todo aquele que não ouvir as mi­
nhas palavras, que ele falar em meu nome, 
disso lhe pedirei contas.i
20 Porém o profeta que presumir de falar 
alguma palavra em meu nome, que eu lhe não 
mandei falar, ou o que falar em nome de ou­
tros deuses, esse profeta será morto.*
21 Se disseres no teu coração: Como co­
nhecerei a palavra que o Senhor não falou?
22 Sabe que, quando esse profeta falar em 
nome do Senhor, e a palavra dele se não 
cumprir, nem suceder, como profetizou, esta 
é palavra que o Senhor não disse; com so­
berba, a falou o tal profeta; não tenhas temor 
dele.'
Seis cidades de refúgio
Nm 3 5 .9 -1 5 ; D t 4 .4 1 -4 3
1 Q Quando 0 Senhor, teu Deus, elimi- 
l y nar as nações cuja terra te dará o
1 8 .9 -1 4 Magia, feitiçaria e consulta aos mortos (cf Is 8.19) 
foram proibidas. Os poderes sobrenaturais de origem satâ­
nica, muitas vezes, se manifestam nessas práticas. A seita reli­
giosa do espiritismo é incompatível com o cristianismo 
bíblico.
18.10 Passar pelo fogo. Provavelmente se refere à prova do 
fogo, um teste de devoção cabal a Moloque, o deus de 
Amom (12.31). Veja Lv 18.21.
1 8 .1 5 -2 2 Após a morte de Moisés, ainda haveria necessi­
dade de revelações divinas. Para suprir a esta necessidade, o 
Senhor criaria a instituição profética. Mas, segundo a descri­
ção do profeta ideal feita por Moisés, tais palavras apontam 
mais para o Messias. Os profetas, de Samuel a Malaquias, 
possuíam as características mencionadas, até a certo grau, 
mas só em |esus Cristo tal predição foi realmente cumprida. 
Ver referências.
18.22 Se não cumprir. Muitas falsas seitas religiosas têm sido 
obrigadas a alterar ou a reinterpretar algumas de suas predi-
ções, visto não se terem cumprido como esperavam. Ver tam­
bém 13.1,2n. • N. Hom. Faça-se um estudo de Moisés 
como tipo de Cristo. A citação que segue é útil. "Tanto na 
vida, como na missão que desempenhou, foi Moisés a perso­
nificação de Cristo, pois como Ele, salvaram-lhe a vida 
quando criança; como Ele, renunciou a um trono para parti­
lhar da sorte de seus irmãos; finalmente, como Ele, tornou-se 
um guia da salvação de Israel. Foi fiel (Hb 3.2) e manso 
(N m 1 2 .3 ; M t 11.29); cheio de compaixão e amor 
(Nm 27.17; M t 9.36); poderoso intercessor pelo seu povo 
(D t 9.18; Hb 7.25) que falou face a face com Deus e irradiou 
a glória divina (2 Co 3.7). Tal como Jesus, foi profeta pode­
roso em obras e palavras (cf U 2 4 .1 9 ), anunciador da von­
tade de Deus (D t 6.1; Ap 1.1), mediador da aliança (D t 29.1; 
Hb 8.6,7), e finalmente chefe e guia do povo (cf Is 55.3,4)", 
(NCB, p 244).
Cap 19 São dadas instruções acerca das cidades de refúgio 
(1 -1 3 ), dos marcos de territórios (14) e das testemunhas 
(1 5 -2 1 ).
279 DEUTERONÔMIO 19.21
Senhor, teu Deus, e as desapossares e mora- 
res nas suas cidades e nas suas casas,m
2 três cidades separarás" no meio da tua 
terra que te dará o Senhor, teu Deus, para a 
possufres.
3 Preparar-te-ás o caminho e os limites da 
tua terra que te fará possuir o Senhor, teu 
Deus, dividirás em três; e isto será para que 
nelas se acolha todo homicida.
Privilégios oferecidos 
pelas cidades de refúgio
Nm 35.22-28
4 Este é o caso tocante ao homicida que 
nelas se acolher, para que viva; aquele que, 
sem o querer, ferir o seu próximo, a quem não 
aborrecia dantes.0
5 Assim, aquele que entrar com o seu pró­
ximo no bosque, para cortar lenha, e, mane­
jando com impulso o machado para cortar a 
árvore, o ferro saltar do cabo e atingir o seu 
próximo, e este morrer, o tal se acolherá em 
uma destas cidades e viverá;
6 para que o vingador do sangue não per­
siga o homicida, quando se lhe enfurecer o 
coração, e o alcance, por ser comprido o ca­
minho, e lhe tire a vida, porque não é culpado 
de morte, pois não o aborrecia dantes.P
7 Portanto, te ordeno: três cidades sepa- 
rarás.
8 Se o Senhor, teu Deus, dilatar os teus 
limites, como jurou a teus pais, e te der toda 
a terra que lhes prometeu, 9
9 desde que guardes todos estes manda­
mentos que hoje te ordeno, para cumpri-los, 
amando o Senhor, teu Deus, e andando nos 
seus caminhos todos os dias, então, acrescen- 
tarás outras três cidades além destas três/
10para que o sangue inocente se não der­
rame no meio da tua terra que o Senhor, teu 
Deus, te dá por herança, pois haveria sangue 
sobre ti.
19.1 mDt 12.29
19.2
"Dt 4.41-43; 
js 20.1-7
19.4
°Nm 35.15
19.6
pNm 35.12
19.8 qCn 15.18
19.9 r js 20.7-8
19.11
*Êx 21.12; 
Dt 27.24
19.13
(Nm 35.33-34; 
1 Rs 2.31
19.14
"Dt27.17
19.15
vNm 35.30; 
Dt 17.6;
Mt 18.16; 
2Co 13.1; 
ITm 5.19; 
Hb 10.28
19.16 wSI 27.12
19.17 *Dt 17.9
19.19 yDt 13.5; 
Dn 6.24
19.20
'D t 17.13
Execução do homicida
Nm 35.16-21
11 Mas, havendo alguém que aborrece a 
seu próximo, e lhe arma ciladas, e se levanta 
contra ele, e o fere de golpe mortal, e se 
acolhe em uma dessas cidades,5
12 os anciãos da sua cidade enviarão a 
tirá-lo dali e a entregá-lo na mão do vingador 
do sangue, para que motra.
13 Não o olharás com piedade; antes, ex- 
terminarás de Israel a culpa do sangue ino­
cente, para que te vá bem.f
Acerca dos limites e das testemunhas
14 Não mudesu os marcos do teu pró­
ximo, que os antigos fixaram na tua herança, 
na terra que o Senhor, teu Deus, te dá para 
a possuíres.
15 Uma só testemunha não se levantará 
contra alguém por qualquer iniqüidade ou por 
qualquer pecado, seja qual for que cometer; 
pelo depoimento de duas ou três testemu­
nhas1', se estabelecerá o fato.
16 Quando se levantar testemunha falsa 
contra alguém, para o acusar de algum 
transvio,"'
17 então, os dois homens que tiverem a 
demanda se apresentarão perante o Senhor, 
diante dos sacerdotes e dos juizes que houver 
naqueles dias.*
18 Os juizes indagarão bem; se a testemu­
nha for falsa e tiver testemunhado falsamente 
contra seu irmão,
19 far-lhe-eis como cuidou fazer a seu ir­
mão; e, assim, exterminarás o mal do meio 
de ti;v
20 para que os que ficarem o ouçam, e 
temam, e nunca mais tomem a fazer seme­
lhante mal no meio de ti.z
21 Não o olharás com piedade: vida por
19 .1 -13 Moisés já havia separado três cidades no lado orien­
tal do rio jordão (4.41 -4 3 ). Agora separa mais três no lado 
ocidental. Caso o vingador de sangue agisse meramente mo­
vido pela paixão, podia ser frustrado em seus propósitos, por 
meio daquelas cidades.
19.4 Aborrecia. Nota-se que a chave do assassinato delibe­
rado é o ódio; jesus mostrou que o ódio é a quebra do man­
damento "Não matarás", M t 5.21 - 2 6 . Os psicólogos 
modernos denominam os ressentimentos contra alguém de 
‘ desejos mortíferos", e os juizes dão o título de "crime pre­
meditado" aos casos onde já existia ódio, não aceitando a
desculpa de "acidente" ou "crime provocado".
19.9 Outras três cidades. Não há qualquer registro de que 
essas cidades adicionais tenham sido exigidas alguma vez.
19.12 Os anciãos. Eram os que desfrutavam de maiores rega­
lias e prestígio, quer pela família a que pertenciam, quer pelas 
qualidades de que eram dotados, e constituíam a autoridade 
local em questões judiciais e até comerciais.
19.18 Indagarão bem. A investigação tinha de ser completa. 
Não podia haver julgamento por ordálio, como algumas ve­
zes era praticado entre os vizinhos de Israel.
19.21 Vida por vida. A pena do talião era a punição contra o
DEUTERONÔMIO 20.1 280
vida, olho por olho0, dente por dente, mão 
por mão, pé por pé.
Acerca da guerra
O n Quando saíres à peleja contra os teus 
inimigos e vires cavalos, e carros, e 
povo maior em número do que tu, não os 
temerás; pois o Senhor, teu Deus, que te fez 
sair da terra do Egito, está contigo.b
2 Quando vos achegardes à peleja, o sa­
cerdote se adiantará, e falará ao povo,
3 e dir-lhe-á: Ouvi, ó Israel, hoje, vos 
achegais à peleja contra os vossos inimigos; 
que não desfaleça o vosso coração; não te­
nhais medo, não tremais, nem vos aterrorizeis 
diante deles,
4 pois o Senhor, vosso Deus, é quem vai 
convosco a pelejar por vós contra os vossos 
inimigos, para vos salvar.c
5 Os oficiais falarão ao povo, dizendo: 
Qual o homem que edificou casa nova e ainda 
não a consagrou? Vá, tome-se para casa, para 
que não morra na peleja, e outrem a con­
sag re i
6 Qual o homem que plantou uma vinha e 
ainda não a desfrutou? Vá, tome-se para casa, 
para que não morra na peleja, e outrem a 
desfrute.
7 Qual o homem que está desposado com 
alguma mulher e ainda não a recebeu? Vá, 
tome-se para casa, para que não morra na 
peleja, e outro homem a receba.e
8 E continuarão os oficiais a falar ao povo, 
dizendo: Qual o homem medroso e de cora­
19.21
°Êx 21.23-25; 
Lv 24.19-20; 
Mt5.38
20.1
í>Nm 23.21; 
2013.12;
SI 20.7
20.4 cDt 1.30
20.5 dNe 12.27
20.7 eDt 24.5
20.8 fjz 7.3
20.10
g2Sm 20.18
20.13
f>Nm 31.7
20.14 i|s 8.2
20.16
/Nm 21.2-3; 
Dt 7.1-2
ção tímido? Vá, tome-se para casa, para que 
o coração de seus irmãos se não derreta como 
o seu coração/
9 Quando os oficiais tiverem falado ao 
povo, designarão os capitães dos exércitos 
para a dianteira do povo.
10 Quando te aproximares de alguma ci­
dade para pelejar contra ela, oferecer-lhe-ás 
a paz.9
11 Se a sua resposta é de paz, e te abrir as 
portas, todo o povo que nela se achar será 
sujeito a trabalhos forçados e te servirá.
12 Porém, se ela não fizer paz contigo, 
mas te fizer guerra, então, a sitiarás.
13 E o Senhor, teu Deus, a dará na tua 
mão; e todos os do sexo masculino que hou­
ver nela passarás a fio de espada;h
14 mas as mulheres, e as crianças, e os 
animais, e tudo o que houver na cidade, todo 
o seu despojo, tomaras para ti; e desfrutarás
o despojo dos inimigos que o Senhor, teu 
Deus, te deu.'
15 Assim farás a todas as cidades que esti­
verem mui longe de ti, que não forem das 
cidades destes povos.
16 Porém, das cidades destas nações que o 
Senhor, teu Deus, te dá em herança, não 
deixarás com vida tudo o que tem fôlego.,
17 Antes, como te ordenou o Senhor, teu 
Deus, destruí-las-ás totalmente: os heteus, os 
amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus 
e os jebuseus,
18 para que não vos ensinem a fazer se­
gundo todas as suas abominações, que fize-
perjúrio. Longe de ser uma permissão para a vingança, era a 
garantia da justiça, que equiparava o castigo à ofensa. Esta 
punição era cobrada com uma avaliação monetária da parte 
lesada, Êx 21.32 e 23. • N. Hom. A justiça nas questões hu­
manas é assegurada por: 1) Proteção aos inocentes (4 -1 0 );
2) Punição aos culpados (1 1 -1 3 ); 3) Insistência sobre evidên­
cia convincente (1 5 -1 8 ); 4) Equiparação do castigo ao crime 
(1 9 -2 1 ).
Cap 20 A questão da guerra é abordada aqui, no encoraja­
mento aos que vão à batalha (1 -4 ) , na isenção de serviço 
(5 -9 ) , e nos assédios contra cidades (1 0 -2 0 ).
20.1 Da terra do Egito. A libertação do Egito, sempre na lem­
brança de Moisés, serve agora para encorajar os filhos de 
Israel. Mas, a solicitude do profeta vai mais longe. Entre ou­
tros, dá-lhes os seguintes conselhos, para que tudo lhe seja 
favorável, não só na paz como na guerra: não esquecer, pois, 
a devoção sincera (4.20), a humildade (8.14), o arrependi­
mento (9.7), a bondade para com os estranhos (10.19), a 
obediência (11.3), a constância (13.5), a libertação dos servos
(15.15), a caridade para com os pobres (24.18,22), e, per 
fim, a gratidão a Deus (26.5,8).
20.4 Pelejar por vós. Isso não significa tanto que Deus estavs 
do lado deles, mas sim eles é que estavam do lado de Deus 
cumprindo Sua vontade.
2 0 .5 -8 A vitória, nas guerras do Senhor, não era ganha pele 
poder dos números. As isenções do serviço militar eram com­
passivas, cf |z 7. As desculpas válidas para isenção do serviçc 
militar, porém, não devem ser usadas para que se escape ac 
convite evangélico para a "grande ceia" (Lc 1 4 .1 8 -2 0 ), que t 
o convite para a aceitação do evangelho.
20.10 Oferecer-lhe-ás a paz. Esse oferecimento de paz à o- 
dade fora da Palestina ilustra a missão salvadora do povo deDeus no mundo.
20.17 Destruí-las-ás totalmente. As cidades de Canaã erair 
tão corruptas, ao ponto de chegarem à impertinência. St» 
iniqüidade estava completa (Gn 15.16). Nenhum despojo de­
veria ser tomado e a cidade inteira devia ser destruída comt 
santo sacrifício ao Senhor (cf 13 .12-18; Js 7). A expressk 
hebraica é "causar a ser maldição" definida em Lv 27.28n.
281 DEUTERONÔMIO 21.15
ram a seus deuses, pois pecaríeis contra o 
S e n h o r , v o sso Deus.*
19 Quando sitiares uma cidade por muito 
tempo, pelejando contra ela para a tomar, não 
destruirás o seu arvoredo, metendo nele o ma­
chado, porque dele comerás; pelo que não o 
cortarás, pois será a árvore do campo algum 
homem, para que fosse sitiada por ti?
20 Mas as árvores cujos frutos souberes 
não se comem, destruí-las-ás, cortando-as; e, 
contra a cidade que guerrear contra ti, edifxca- 
rás baluartes, até que seja derribada.
Expiação por morte 
cujo autor é desconhecido
1 Quando na terra que te der o 
Se n h o r , teu Deus, para possuí-la se 
achar alguém morto, caído no campo, sem 
que se saiba quem o matou,
2 sairão os teus anciãos e os teus juizes e 
medirão a distância até às cidades que estive­
rem em redor do morto.
3 Os anciãos da cidade mais próxima do 
morto tomarão uma novilha da manada, que 
não tenha trabalhado, nem puxado com o 
jugo,
4 e a trarão a um vale de águas correntes, 
que não foi lavrado, nem semeado; e ali, na­
quele vale, desnucarão a novilha.
5 Chegar-se-ão os sacerdotes, filhos de 
Levi, porque o Se n h o r , teu Deus, os esco­
lheu para o servirem, para abençoarem em 
nome do Se n h o r e, por sua palavra, decidi­
rem toda demanda e todo caso de violência.1
6 Todos os anciãos desta cidade, mais pró­
20.18 *Ex 23.33
21.5 'Dt 10.8; 
1 Cr 23.13
21.6 mSI 19.12
21.8 "|oh 1.14
21.9 °Dt 19.13
21.13 pSI 45.10
21.14
<lGn 34.2; 
|z 19.24
ximos do morto, lavarão as mãos sobre a no­
vilha desnucada no valem
7 e dirão: As nossas mãos não derrama­
ram este sangue, e os nossos olhos o não 
viram derramar-se.
8 Sê propício ao teu povo de Israel, que tu, 
ó Se n h o r , resgataste, e não ponhas a culpa 
do sangue inocente no meio do teu povo de 
Israel. E a culpa daquele sangue lhe será per­
doada.”
9 Assim, eliminares a culpa do sangue 
inocente do meio de ti, pois farás o que é reto 
aos olhos do Se n h o r .0
Acerca da mulher prisioneira
10 Quando saíres à peleja contra os teus 
inimigos, e o S e n h o r , teu Deus, os entregar 
nas tuas mãos, e tu deles levares cativos,
11 e vires entre eles uma mulher formosa, 
e te afeiçoares a ela, e a quiseres tomar por 
mulher,
12 então, a levarás para casa, e ela rapará 
a cabeça, e cortará as unhas,
13 e despirá o vestido do seu cativeiro, e 
ficará na tua casa, e chorará a seu pai e a sua 
mãe durante um mês. Depois disto, a tomarás; 
tu serás seu marido, e ela, tua mulher./1
14 E, se não te agradares dela, deixá-la-ás 
ir à sua própria vontade; porém, de nenhuma 
sorte, a venderás por dinheiro, nem a tratarás 
mal, pois a tens humilhado. <?
O direito do primogênito
15 Se um homem tiver duas mulheres, 
uma a quem ama e outra a quem aborrece, e
20.19,20 Essa estipulação limita a destruição desregrada dos 
recursos naturais. • N. Hom. Nossa guerra: 1) Combatemos 
contra um inimigo poderoso (1); 2) Precisamos de coragem 
para a batalha (8); 3) Temos um grande Deus que luta em 
nosso favor (4). • N. Hom. A humanidade tem duas alterna­
tivas: 1) Submissão; mediante a qual experimenta a paz de 
Deus (10,11); 2) Oposição; mediante a qual experimenta o 
julgamento de Deus (12,13).
Cap 21 Moisés explica como expiar um homicídio de autor 
desconhecido (1 -9 ) , regula o casamento com mulheres cati­
vadas na guerra (1 0 -1 4 ), garante os direitos do filho primo­
gênito (1 5 -1 7 ), provê para a punição dos filhos rebeldes 
(1 8 -2 1 ), e recomenda o sepultamento do criminoso enfor­
cado (22,23).
21.2 Os teus anciãos e os teus juizes. Os anciãos representa­
vam as cidades das vizinhanças. Os juizes, provavelmente, 
eram os levitas do supremo tribunal do santuário 
(cf 1 7 .8 -13 ). Medirão a distância até as cidades. Isso, para
determinar que comunidade tinha a responsabilidade de ex­
piar pelo crime.
21.4 Desnucarão a novilha. Era uma execução cerimonial em 
que a novilha era reputada substituta do homicida desconhe­
cido. Prefigurava a execução vicária de Cristo pela culpa de 
Seu povo. Ver Hb 9 .1 2 -1 4 .
21.10,11 Era permitido o casamento com mulheres estran­
geiras que vivessem em cidades fora da Palestina. As mulheres 
estrangeiras que vivessem na própria Palestina tinham de ser 
mortas com todos os demais cananeus (7 .1 -3 ) .
21.12,13 Esses atos de purificação simbolizavam sua remo­
ção do estado de escrava. O mês de luto era para lhe dar 
tempo de refazer-se no seu íntimo e também testar a sinceri­
dade do amor do homem.
21.14 Deixá-la-ás ir. O vínculo matrimonial podia ser rom­
pido (cf 2 4 .1 -4 ), mas o homem não podia tratar a mulher 
como uma escrava.
21.15 Duas mulheres. A poligamia não é aprovada, mas é
DEUTERONÔMIO 21.16 282
uma e outra lhe derem filhos, e o primogênito 
for da aborrecida/
16 no dia em que fizer herdar a seus filhos 
aquilo que possuir, não poderá dar a primoge- 
nitura ao filho da amada, preferindo-o ao fi­
lho da aborrecida, que é o primogênito.5
17 Mas ao filho da aborrecida reconhecerá 
por primogênito, dando-lhe dobrada porção 
de tudo quanto possuir, porquanto aquele é o 
primogênito do seu vigor; o direito da primo- 
genitura é dele.1
Acerca dos filhos desobedientes
18 Se alguém tiver um filho contumaz e 
rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à 
de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá 
ouvidos,
19 seu pai e sua mãe o pegarão, e o leva­
rão aos anciãos da cidade, à sua porta,
20 e lhes dirão; Este nosso filho é rebelde 
e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é 
dissoluto e beberrão.
21 Então, todos os homens da sua cidade 
o apedrejarão até que morra; assim, elimina- 
rás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá 
e temerá."
Os cadáveres serão tirados do patíbulo
22 Se alguém houver pecado, passível da 
pena de morte, e tiver sido morto, e o pendu- 
rares num madeiro,v
23 o seu cadáver não permanecerá no ma­
deiro durante a noite, mas, certamente, o en- 
terrarás no mesmo dia; porquanto o que for 
pendurado no madeiro é maldito”' de Deus;
21.is
rCn 29.33
21.16 OCr 5.2; 
2Cr 11.19,22
21.17
tCn 25.31; 
1 Cr 5.1
21.21 “ Dtl3.5
21 .22 ‘'Dt 19.6
21.23 »GI 3.13
22.1 *1x23.4
22.4 y (M ) 
Êx 23.4-5
22.6 zLv 22.28
22.7 oDt 4.40
assim, não contaminarás a terra que o 
Senh o r , teu Deus, te dá em herança.
Acerca do que se perdeu 
^ Vendo extraviado o boi ou a ovelha 
de teu irmão, não te furtarás a eles; 
restituí-los-ás, sem falta, a teu irm ão/
2 Se teu irmão não for teu vizinho ou tu o 
não conheceres, recolhê-los-ás na tua casa, 
para que fiquem contigo até que teu irmão os 
busque, e tu lhos restituas.
3 Assim também farás com o seu jumento 
e assim farás com as suas vestes; o mesmo 
farás com toda coisa que se perder de teu 
irmão, e tu achares; não te poderás furtar 
a ela.
4 O jumento que é de teu irmão ou o seu 
boi não verás caído no caminho e a eles te 
furtarás; sem falta o ajudarás a levantá-lo.)"
Diversas leis
5 A mulher não usará roupa de homem, 
nem o homem, veste peculiar à mulher; por­
que qualquer que faz tais coisas é abominável 
ao S e n h o r , teu Deus.
6 Se de caminho encontrares algum ninho 
de ave, nalguma árvore ou no chão, com pas­
sarinhos, ou ovos, e a mãe sobre os passari­
nhos ou sobre os ovos, não tomarás a mãe 
com os filhotes;7
7 deixarás ir, livremente, a mãe e os filho­
tes tomarás para ti, para que te vá bem, e 
prolongues os teus dias.0
8 Quandoedificares uma casa nova, far- 
lhe-ás, no terraço, um parapeito, para que
reconhecida como prática existente que precisava ser regu­
lada. A monogamia é a única forma válida de casamento 
(Gn 2.18,24; M t 1 9 .4 -6 ). A Bíblia não condena diretamente 
os casamentos múltiplos que tiveram lugar no Antigo Testa­
mento, mas descreve os maus efeitos de tais uniões.
21.17 O direito da primogenitura. Incluía a herança da pro­
priedade em dupla porção relativa aos outros filhos. Esse di­
reito era antigo (Gn 2 5 .2 9 -3 4 ) e não podia ser abandonado 
à custa de preferências pessoais. A primogenitura, heb bekhõ- 
rah, que vem da raiz bãkhar, "ser cedo", a qual se refere ao 
próprio raiar da manhã, tem grande significado para o pensa­
mento hebraico. O primogênito do pai é considerado as pri- 
mícias do seu vigor (Gn 49.3), e fazia as vezes do pai em 
liderar a família. O primogênito do rei era herdeiro do trono.
2 1 .18 -21 Sendo os pais representantes de Deus, em caso de 
rebelião comprovada, o castigo era severo e semelhante ao 
da blasfêmia, pressupondo-se que em vão tentavam conduzir 
ao bom caminho os filhos desobedientes. A execução era efe­
tuada sob a direção dos anciãos.
21.22,23 O enforcamento reconhecia que a maldição de 
Deus pesava contra aquele pecado. • N. Hom. Exigências 
básicas para uma vida familiar saudável: 1) Cuidado ao con­
trair matrimônio (12 ,13n) - o ajustamento envolvido, a sin­
ceridade do amor; 2) Tratamento adequado dos filhos - 
imparcialidade (16) e disciplina (18).
Cap 22 Preceitos diversos apresentados (1 -1 2 ), e a seguir 
são dadas leis regulamentando as relações sexuais (1 3 -3 0 ).
2 2 .1 -4 O amor fraternal deve ser demonstrado a qualquer 
compatriota israelita que precise de ajuda.
22.5 Deus criou o homem e a mulher com naturezas e fun­
ções distintas. O homem não deve procurar obscurecer essa 
distinção, como era feito entre as religiões pagãs.
22.6,7 Os pássaros são úteis para controlar as numerosas 
pestes de insetos, e além disso esta lei evita a perversidade de 
aproveitar-se da dedicação da mãe.
22.8 Um parapeito. Os hóspedes eram, muitas vezes, entreti- 
dos no pátio das casas de teto plano.
283 DEUTERONÔMIO 22.28
nela não ponhas culpa de sangue, se alguém 
de algum modo cair dela.
9 Não semearás a tua vinha com duas es­
pécies de semente, para que não degenere o 
fruto da semente que semeaste e a messe da 
vinha.b
10 Não lavrarás com junta de boi e 
jumento.0
11 Não te vestirás de estofos de lã e linho 
juntamente.d
A lei acerca das borlas
12 Faráse borlas nos quatro cantos do 
manto com que te cobrires.
Leis da castidade e do casamento
13 Se um homem casar com uma mulher, 
e, depois de coabitar com ela, a aborrecer/
14 e lhe atribuir atos vergonhosos, e con­
tra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com 
esta mulher e me cheguei a ela, porém não a 
achei virgem,
15 então, o pai da moça e sua mãe toma­
rão as provas da virgindade da moça e as 
levarão aos anciãos da cidade, à porta.
16 O pai da moça dirá aos anciãos: Dei 
minha filha por mulher a este homem; porém 
ele a aborreceu;
17 e eis que lhe atribuiu atos vergonhosos, 
dizendo: Não achei virgem a tua filha; toda­
via, eis aqui as provas da virgindade de minha 
filha. E estenderão a roupa dela diante dos 
anciãos da cidade,
18 os quais tomarão o homem, e o açoi­
tarão,
19 e o condenarão a cem ciclos de prata, e
22.9 H v 19.19
22.10
c2Co 6.14-16
22.11 <<(9-11) 
Lv 19.19
22.12
«■Nm 15.37-41
22.13
'Gn 29.21
22.21
gGn 34.7;
|z 20.6,10; 
2Sm 13.12-13
22.22
H v 20.10
22.23
■ Mt 1.18-19
22.24/Dt 21.14
o darão ao pai da moça, porquanto divulgou 
má fama sobre uma virgem de Israel. Ela fi­
cará sendo sua mulher, e ele não poderá 
mandá-la embora durante a sua vida.
20 Porém, se isto for verdade, que se não 
achou na moça a virgindade,
21 então, a levarão à porta da casa de seu 
pai, e os homens de sua cidade a apedrejarão 
até que morra, pois fez loucura em Israel, 
prostituindo-se na casa de seu pai; assim, eli- 
minarás o mal do meio de ti.9
22 Se um homem for achado deitado com 
uma mulher que tem marido, então, ambos 
morrerão, o homem que se deitou com a mu­
lher e a mulher; assim, eliminarás o mal de 
Israel.h
23 Se houver moça virgem, desposada, e 
um homem a achar na cidade e se deitar 
com ela,'
24 então, trareis ambos à porta daquela 
cidade e os apedrejareis até que morram; a 
moça, porque não gritou na cidade, e o ho­
mem, porque humilhou a mulher do seu pró­
ximo; assim, eliminarás o mal do meio 
de ti J
25 Porém, se algum homem no campo 
achar moça desposada, e a forçar, e se deitar 
com ela, então, morrerá só o homem que se 
deitou com ela;
26 à moça não farás nada; ela não tem 
culpa de morte, porque, como o homem que 
se levanta contra o seu próximo e lhe tira a 
vida, assim também é este caso.
27 Pois a achou no campo; a moça despo­
sada gritou, e não houve quem a livrasse.
28 Se um homem achar moça virgem, que
2 2 .9 -11 Combinações incomuns podem levar a dificulda­
des. Aplicadas espiritualmente, esta lei proíbe a transigência 
com o mundo. Ver 2 Co 6 .1 4 -1 6 .
22.11 Estofos. Vestes desse tipo não podiam ser lavadas facil­
mente.
22.12 Borlas. Eram um sinal que demonstrava que os israeli­
tas eram o povo de Deus.
2 2 .13 -21 Essas leis consideram o caso em que o marido 
acusa a esposa de falta de castidade, falsa (1 3 -1 9 ) ou sensa­
tamente (20,21).
22.17 As provas da virgindade. Era costumeiro, após a consu­
mação do casamento, guardar o pedaço de fazenda marcado 
com as manchas de sangue correspondentes.
22.21,22 Muitos não consideram, hoje em dia, a infidelidade 
sexual ou a desobediência aos pais (1 8 -2 1 ) como grandes 
crimes. O que Deus pensa desses pecados, porém, é refletido 
claramente no castigo prescrito no Antigo Testamento contra 
eles - a morte.
2 2 .2 3 -2 9 Essas leis abordam a sedução de virgens solteiras, 
quer noivas (2 3 -2 7 ) quer não (28,29).
22.23 Desposada. Os esponsais eram quase obrigatórios 
quanto o próprio casamento. A donzela apenas desposada, 
algumas vezes era chamada "esposa", e tinha de manter-se 
fiel (cf Gn 29.21; M t 1 .1 8 -2 0 ). A pena contra a relação se­
xual ilegítima, nesse caso, era a mesma que no caso do adul­
tério.
2 2 .2 5 -2 7 A mulher só podia ser condenada à morte se ti­
vesse podido clamar por auxílio, mas não o fizesse. Estando, 
por outro lado, a mulher, incapacitada de pedir socorro, su­
punha-se que fora vítima contra a sua vontade.
22.28,29 O sedutor de uma virgem solteira era obrigado a 
casar-se com ela. Tinha de pagar o dote costumeiro 
(Êx 22.16,17) e perdia o direito ao divórcio.
DEUTERONÔMIO 22.29 284
não está desposada, e a pegar, e se deitar com 
ela, e forem apanhados,*
29 então, o homem que se deitou com ela 
dará ao pai da moça cinqüenta ciclos de prata; 
e, uma vez que a humilhou, lhe será por mu­
lher; não poderá mandá-la embora durante a 
sua vida/
30 Nenhum homem tomará sua ma­
drasta™ e não profanará o leito de seu pai.
Pessoas excluídas das assembléias santas 
^ O Aquele a quem forem trilhados os 
testículos ou cortado o membro viril 
não entrará na assembléia do S e n h o r .
2 Nenhum bastardo entrará na assembléia 
do S enhor; nem ainda a sua décima geração 
entrará nela.
3 Nenhum amonita ou moabita entrará na 
assembléia do Senhor; nem ainda a sua dé­
cima geração entrará na assembléia do 
Senhor, eternamente."
4 Porquanto não foram ao vosso encontro 
com pão e água, no caminho, quando saíeis 
do Egito; e porque alugaram contra ti Ba- 
laão0, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâ- 
mia, para te amaldiçoar.
5 Porém o Senhor, teu Deus, não quis 
ouvir a Balaão; antes, trocou em bênção a 
maldiçãoP, porquanto o Senhor, teu Deus, 
te amava.1?
6 Não lhes procurarás nem paz nembem 
em todos os teus dias, para sempre.r
7 Não aborrecerás o edomita, pois é teu 
irmão; nem aborrecerás o egípcio, pois es­
trangeiro foste na sua terra.5
8 Os filhos que lhes nascerem na terceira
22.28
*Êx 22.16-17
22.29 <(28-29) 
Êx 22.16-17
22.30 mLv 18.8; 
20.11; Dt 27.30
23.3
"Ne 13.1-2
23.4
«Nm 22.1-6
23.5
pNm 23.7-24.9 
1(3-5)
Ne 13.1-2
23.6 rEd 9.12
23.7
sGn 25.24-26; 
Lv 19.34;
Ob 10.12
23.10 tLv 15.16
23.11 «Lv15.5 
23.14 vLv 26.12
23.15 
"ISm 30.15
23.16 *Ex 22.21
23.17
yGn 19.5; 
2Rs 23.7; 
Pv 2.16
geração, cada um deles entrará na assembléia 
do Senhor.
Limpeza do acampamento
9 Quando sair o exército contra os teus 
inimigos, então, te guardarás de toda 
coisa má.
10 Se houver entre vós alguém que, por 
motivo de polução noturna, não esteja limpo, 
sairá do acampamento; não permanecerá 
nele.'
11 Porém, em declinando a tarde, lavar- 
se-á em água; e, posto o sol, entrará para o 
meio do acampamento."
12 Também haverá um lugar fora do 
acampamento, para onde irás.
13 Dentre as tuas armas terás um porrete; 
e, quando te abaixares fora, cavarás com ele e, 
volvendo-te, cobrirás o que defecaste.
14 Porquanto o Senhor, teu Deus, anda 
no meio do teu acampamento para te livrar e 
para entregar-te os teus inimigos; portanto, o 
teu acampamento será santo, para que ele não 
veja em ti coisa indecente e se aparte de ti.1'
Acerca de fugitivos, prostitutas e usura
15 Não entregarás ao seu senhor o escravo 
que, tendo fugido dele, se acolher a ti.w
16 Contigo ficará, no meio de ti, no lugar 
que escolher, em alguma de tuas cidades onde 
lhe agradar; não o oprimirás.*
17 Das filhas de Israel não haverá quem se 
prostitua no serviço do templo, nem dos fi­
lhos de Israel haverá quem o faça.*'
18 Não trarás salário de prostituição nem 
preço de sodomita à Casa do Senhor, teu 
Deus, por qualquer voto; porque uma e outra
22.30 Quanto às leis adicionais que proibiam casamento 
com parentes próximos, ver Lv 18. • N. Hom. Característi­
cas da vida piedosa; 1) Ajuda aos demais (1 -4 ); 2) Pureza 
(13 -3 0 ); 3) Humanidade (6,7); 4) Consideração pelos outros 
(8). • N . Hom. O amor fraternal envolve a ajuda aos outros;
1) Mesmo quando nos são desconhecidos (2); 2 ) Sempre 
que tenham necessidade disto (1,3,4); 3) Mesmo quando isso 
é inconveniente, envolvendo nosso tempo (1), dinheiro - para 
o sustento de um animal (2), ou esforço (4).
Cap 23 Essa seção trata dos membros da congregação 
(1 -8 ) , da higiene no campo (9 -1 4 ), da segurança a escravos 
fugitivos (15,16), da prostituição religiosa (17,18), da co­
brança de lucros (19,20), dos votos (21 -2 3 ) e da extensão da 
própria liberdade quando se estiver no campo ou em vinha 
alheia (24,25).
23.1,2 Essas incapacidades físicas não eram obstáculo à parti­
cipação na vida da congregação. Mesmo no Antigo Testa­
mento, serviam de obstáculos só quanto a privilégios 
externos; jamais quanto às realidades espirituais da salvação.
23.1 Emasculação é a mutilação do membro viril 
(cf 25.11,12n). Era uma prática pagã. Nas antigas religiões 
pagãs, os eunucos eram sacerdotes dos templos.
23.14 O Senhor teu Deus anda no meio. A presença de Deus 
no coração do crente deveria ser uma forte motivação para 
ele aplicar-se à pureza e à santidade.
23.15,16 Pode-se supor que o escravo fugira de um senhor 
cruel. Em contraste com essa lei humana, o antigo Código de 
Hamurabi decretava a morte como pena por se abrigar um 
escravo fugitivo.
23.17,18 Israel tinha de abster-se totalmente da prostituição 
religiosa ligada aos ritos de fertilidade pagãos. Em Canaã, 
tanto as mulheres como os homens eram fomicadores.
285 DEUTERONÔMIO 24.8
coisa são igualmente abomináveis ao 
S e n h o r , teu Deus.z
19 A teu irmão não emprestarás com ju­
ros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer 
coisa que é costume se emprestar com juros. a
20 Ao estrangeiro emprestarás com juros, 
porém a teu irmão não emprestarás com juros, 
para que o S enhor, teu Deus, te abençoe em 
todos os teus empreendimentos na terra a qual 
passas a possuir. b
Acerca de votos
21 Quando fizeres algum votoc ao 
Senhor, teu Deus, não tardarás em cumpri- 
lo; porque o Senhor, teu Deus, certamente, o 
requererá de ti, e em ti haverá pecado.
22 Porém, abstendo-te de fazer o voto, 
não haverá pecado em ti.
23 O que proferiram os teus lábios, isso 
guardarás e o farás, porque votaste livremente 
ao Senhor, teu Deus, o que falaste com a tua 
boca.d
24 Quando entrares na vinha do teu pró­
ximo, comerás uvas segundo o teu desejo, até 
te fartares, porém não as levarás no cesto.
25 Quando entrares na seara do teu pró­
ximo, com as mãos arrancarás as espigas; po­
rém na seara não meterás a foice.e
Acerca do divórcio
O A Se um homem tomar uma mulher e se 
casar com ela, e se ela não for agra­
23.18 ^(17-18) 
Lv 19.29
23.19
°Êx 22.25; 
Ne 5.2,7; 
Lc 6.34-35
23.20 <>(19-20) 
Êx 22.25;
Lv 25.36-37;
Dt 15.7-11
23.21
cNm 30.1-16; 
Mt5.33
23.23
<*Nm 30.2
23.25 ^Mt 12.1; 
Lc 6.1
24.1 /Mt 5-31; 
19.7; Mc 10.4
24.4 9|r 3.1
24.5 í>Dt 20.7 
24.7 <Êx 21.16
24.8
/Lv 13.1-14.54
dável aos seus olhos, por ter ele achado coisa 
indecente nela, e se ele lhe lavrarf um termo 
de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de 
casa;
2 e se ela, saindo da sua casa, for e se 
casar com outro homem;
3 e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo 
de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da 
sua casa ou se este último homem, que a to­
mou para si por mulher, vier a morrer,
4 então, seu primeiro marido, que a despe­
diu, não poderá tomar a desposá-la para que 
seja sua mulher, depois que foi contaminada, 
pois é abominação perante o S e n h o r ; assim, 
não farás pecar a terra que o S e n h o r , teu 
Deus, te dá por herança.9
Leis de caráter humanitário
5 Homem recém-casado não sairá à 
guerra, nem se lhe imporá qualquer encargo; 
por um ano ficará livre em casa e promoverá 
felicidade à mulher que tomou.h
6 Não se tomarão em penhor as duas mós, 
nem apenas a de cima, pois se penhoraria, 
assim, a vida.
7 Se se achar alguém que, tendo rou­
bado' um dentre os seus irmãos, dos filhos 
de Israel, o trata como escravo ou o vende, 
esse ladrão morrerá. Assim, eliminarás o mal 
do meio de ti.
8 Guarda-te da praga da lepra/ e tem di­
ligente cuidado de fazer segundo tudo o que
23.19,20 Não havia objeção contra empréstimos a estrangei­
ros, pois usualmente eram de caráter comercial. Mas a lei do 
amor proibia emprestar a juros a um compatriota mais pobre. 
2 3 .2 1 -2 3 O voto aqui referido envolvia alguma questão par­
ticular que não era atinente à obrigação de todos. Qualquer 
voto feito a Deus é uma questão solene e não deve ser feito 
displicentemente.
23.24,25 Quando os fariseus se escandalizaram (Mc 2.23,24) 
pelo fato de os discípulos de Cristo apanharem as espigas, 
não se referiam à violação desta lei, mas supunham que o 
descascar das espigas era considerado uma debulha, e, por­
tanto, um trabalho servil e violação do descanso do sábado.
• N . Hom. Não se podia obter lucro material por: 1) Práticas 
imorais (18); 2) Tirar vantagens de um irmão (20); 3) Trans­
formar a liberdade em libertinagem (24,25).
Cap 24 Moisés proibiu o novo casamento em um caso espe­
cífico de divórcio (1 -4 ) , e apresentou vários regulamentos 
humanos (5 -2 2 ). Esses regulamentos falam sobre a isenção 
militar aos recém-casados (5), sobre as fianças (6 ,1 0 -1 3 ), so­
bre o rapto (7), sobre a lepra (9), sobre o imediato paga­
mento dos ordenados (14,15), sobre a justiça (1 6 -1 8 ) e 
sobre a generosidade para com os pobres (1 9 -2 2 ).
2 4 .1 -4 Não é aprovado o divórcio tal como o caso da poli­
gamia (cf 21.15n), mas é visto como uma prática já existente 
e que precisava ser regulada. O divórcionão era necessário 
mas, se usado, tinha que ser preparado um documento legal, 
declarando o motivo do mesmo e entregue à mulher. O 
ponto inflexível desta lei, porém, é que o homem nunca mais 
poderia casar-se novamente com a sua ex-esposa se nesse 
ínterim ela tivesse se casado novamente, e o segundo casa­
mento da mulher se tivesse rompido pela morte de seu se­
gundo marido ou por divórcio.
• N . Hom. 2 4 .5 -2 5 .4 A chave destas leis é a compaixão 
posta em prática, o amor de Deus refletido no compor­
tamento humano; não se permitia que as dívidas pudessem 
esmagar um homem ao ponto de não levantar mais, 
24 .1 2 -1 3 (cf Am 2.8); não se podia desamparar o homem 
sem recursos, 14,15; devia haver sempre alguma sobra para os 
que não tinham condições dè se defender a si mesmos, 
1 9 -2 2 ; a punição seria justa, 2 5 .1 -3 ; a compaixão se 
estendia aos animais, 25.4.
24.6 Ninguém devia aceitar, como garantia de um emprés­
timo, aquilo de que a vida ou a saúde de outrem dependia 
(cf 1 0 -3 1 ).
24.8 Praga da lepra. Devia ser dada cuidadosa atenção à 
prescrição divina para tratar com essa enfermidade visto que
DEUTERONÔMIO 24.9 286
te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes 
tenho ordenado, terás cuidado de o fazer.
9 Lembra-te do que o Senhor, teu Deus, 
fez a Miriã^ no caminho, quando saíste do 
Egito.
10 Se emprestares alguma coisa ao teu 
próximo, não entrarás em sua casa para lhe 
tirar o penhor.
11 Ficarás do lado de fora, e o homem, a 
quem emprestaste, aí te trará o penhor.
12 Porém, se for homem pobre, não usarás 
de noite o seu penhor;
13 em se pondo o sol, restituir-lhe-ás, 
sem falta, o penhor para que durma no seu 
manto e te abençoe; isto te será justiça diante 
do Senhor, teu Deus.'
14 Não oprimirás o jomaleiro pobre e ne­
cessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro 
que está na tua terra e na tua cidade.m
15 No seu dia, lhe darás o seu salário, 
antes do pôr-do-sol, porquanto é pobre, e 
disso depende a sua vida; para que não clame 
contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado."
16 Os pais não serão mortos em lugar dos 
filhos0, nem os filhos, em lugar dos pais; 
cada qual será morto pelo seu pecado.
17 Não perverterás o direito do estran­
geiro e do órfão; nem tomarás em penhor a 
roupa da viúva. P
18 Lembrar-te-ás de que foste escravo no 
Egito e de que o Senhor te livrou dali; pelo 
que te ordeno que faças isso.'?
19 Quando, no teu campo, segares a 
messe e, nele, esqueceres um feixe de espi­
gas, não voltarás a tomá-lo; para o estran­
geiro, para o órfão e para a viúva será; para
24.9
*Nm 12.10
24.13'(10-13) 
Êx 22.26-27
24.14 mMI 3.5
24.15 "(14-15) 
Lv 19.13
24.16
°2Rs 14.6;
2 0 25.4;
Ez 18.20
24.17
PÉx 22.21-22;
Pv 22.22;
Jr 5.28; Zc 7.10
24.18 <1(17-18) 
Êx 23.9;
Lv 19.33-34;
Dt 27.19
24.19
'Lv 19.9-10;
SI 41.1
24.22 s (19-22) 
Lv 19.9-10;
23.22
25.1 (Dt 19.17; 
Ez 44.24
25.2 “Mt 10.17
25.3 ''Jó 18.3; 
2Co 11.24
25.4 wlCo 9.9; 
lTm 5.18
25.5 *M t 22.24; 
Lc 20.28
que o S e n h o r , teu Deus, te abençoe em toda 
obra das tuas m ãos/
20 Quando sacudires a tua oliveira, não 
voltarás a colher o fruto dos ramos; para o 
estrangeiro, para o órfão e para a viúva será.
21 Quando vindimares a tua vinha, não 
tomarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para 
o órfão e para a viúva será o restante.
22 Lembrar-te-ás de que foste escravo na 
terra do Egito; pelo que te ordeno que faças
A pena de açoites
Em havendo contenda entre alguns, e 
vierem a juízo, os juizes os julgarão, 
justificando ao justo e condenando ao 
culpado. *
2 Se o culpado merecer açoites, o juiz o 
fará deitar-se e o fará açoitar, na sua pre­
sença, com o número de açoites segundo a 
sua culpa.u
3 Quarenta açoites lhe fará dar, não mais; 
para que, porventura, se lhe fizer dar mais do 
que estes, teu irmão não fique aviltado aos 
teus olhos.v
4 Não atarás a boca ao boiw quando 
debulha.
O levirato
5 Se irmãos morarem juntos, e um deles 
morrer sem filhos, então, a mulher do que 
morreu não se casará com outro estranho, fora 
da família; seu cunhado a tomará, e a receberá 
por mulher, e exercerá para com ela a obriga­
ção de cunhado/
6 O primogênito que ela lhe der será su­
cessor do nome do seu irmão falecido, para
a saúde da comunidade inteira corria perigo.
24.16 Esse princípio de justiça põe a responsabilidade indivi­
dual em primeiro plano. O princípio não entra em conflito 
com o juízo divino contra os descendentes daqueles que 
odeiam a Deus (isenta-os da culpa, mas não das conseqüên­
cias), nem repudia o princípio da responsabilidade coletiva 
que existe em certos grupos. • N. Hom. Dois tipos de casa­
mento: 1) O casamento fracassado: a) descoberta de um erro 
cometido (1); b) declaração de fracasso (3); c) separação per­
manente (4); 2) O casamento bem sucedido: a) a união é 
feliz; b) o ajustamento exige tempo; c) certas questões de­
vem ser consideradas secundárias.
Cap 25 Regras sobre os limites do castigo corporal (1 -3 ) , di­
reitos dos animais em serviço (4), casamento sob levirato 
(5 -1 0 ), castigo de pecados excepcionais (11,12), justiça nos 
negócios (1 3 -1 6 ) e extermínio dos amalequitas (1 7 -1 9 ).
25.3 Aviltado. A dignidade do homem, criado à imagem de 
Deus, era resguardada da degradação pública.
2 5 .5 -1 0 O costume do casamento sob levirato era antigo e 
não se limitava aos hebreus. Quando um homem morria sem 
filhos, seu irmão devia tomar a esposa dele. Os filhos desse 
casamento eram reputados filhos do primeiro marido. Onã 
recusou-se a cumprir com sua responsabilidade porque seus 
filhos não receberiam herança primária (Cn 3 8 .8 -1 0 ). O livro 
de Rute mostra que o costume do casamento sob levirato 
incluía mais gente, além do irmão do marido falecido. E uma 
nova extensão do costume é vista no fato que Boaz se casou 
com Rute, e não com Noemi. A lei do levirato não era apli­
cada se tivessem nascido filhas (cf Nm 2 7 .1 -1 1 ). Esta lei le­
vantou a pergunta que os saduceus apresentaram a Jesus 
acerca da ressurreição (M t 22.23,ss).
287 DEUTERONÔMIO 26.5
que o nome deste não se apague em Israel.)'
7 Porém, se o homem não quiser tomar 
sua cunhada, subirá esta à porta, aos anciãos, 
e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu 
irmão nome em Israel; não quer exercer para 
comigo a obrigação de cunhado.2
8 Então, os anciãos da sua cidade devem 
chamá-lo e falar-lhe; e, se ele persistir e dis­
ser: Não quero tomá-la,°
9 então, sua cunhada se chegará a ele na 
presença dos anciãos, e lhe descalçará a san­
dália do péh, e lhe cuspirá no rosto, e protes­
tará, e dirá: Assim se fará ao homem que não 
quer edificar a casa de seu irmão;
10 e o nome de sua casa se chamará em 
Israel: A casa do descalçado.
11 Quando brigarem dois homens, um 
contra o outro, e a mulher de um chegar para 
livrar o marido da mão do que o fere, e ela 
estender a mão, e o pegar pelas suas ver­
gonhas,
12 cortar-lhe-ás a mão; não a olharás com 
piedade.c
Pesos e medulas justos
13 Na tua bolsa, não terás pesos diversos, 
um grande e um pequeno.d
14 Na tua casa, não terás duas sortes de 
efa, um grande e um pequeno.
15 Terás peso integral e justo, efa integral 
e justo; para que se prolonguem os teus dias 
na terra que te dá o Senhor, teu Deus.e
25.6 y( 5-6) 
Mt 22.24; 
Mc 12.19; 
Lc 20.28
25.7 zRt 4.1-2
25.8 «Rt 4.6
25.9 ORt 4.7-8
25.12
cDt 19.13
25.13
dLv 19.35-36; 
Ez 45.10
25.15 <Ex 20.12
25.16 '(13-16) 
Lv 19.35-36
25.17
9 1 Sm 15.2-9
25.18 f>SI 36.1; 
Rm 3.18
25.19
'Êx 17.8-14
26.2/1x23.19
16 Porque é abominação ao Senhor, teu 
Deus, todo aquele que pratica tal injustiça/
Amaleque será destruído
17 Lembra-te do que te fez Amale- 
ques no caminho, quando saias do Egito;
18 como te veio ao encontro no caminho e 
te atacou na retaguardatodos os desfalecidos 
que iam após ti, quando estavas abatido e 
afadigado; e não temeu a D eus/
19 Quando, pois, o Senhor, teu Deus, te 
houver dado sossego de todos os teus inimi­
gos em redor, na terra que o Senhor, teu 
Deus, te dá por herança, para a possuíres, 
apagarás' a memória de Amaleque de de­
baixo do céu; não te esqueças.
As primícias da terra
Ao entrares na terra que o Senhor, 
teu Deus, te dá por herança, ao pos­
suí-la e nela habitares,
2 tomarás das primícias de todos os fru­
tos) do solo que recolheres da terra que te dá 
o Senhor, teu Deus, e as porás num cesto, e 
irás ao lugar que o Senhor, teu Deus, esco­
lher para ali fazer habitar o seu nome.
3 Virás ao que, naqueles dias, for sacer­
dote e lhe dirás: Hoje, declaro ao Senhor, teu 
Deus, que entrei na terra que o Senhor, sob 
juramento, prometeu dar a nossos pais.
4 O sacerdote tomará o cesto da tua mão e 
o porá diante do altar do Senhor, teu Deus.
5 Então, testificarás perante o Senhor,
25.7 Tal como no caso de Tamar (Cn 38), a esposa tinha a 
responsabilidade de zelar para que a obrigação do cunhado 
tosse cumprida.
25.9 Descalçará a sandália. Isso simbolizava a rejeição da res­
ponsabilidade ou sua transferência a outro, cf Rt 4.7,8.
25 .11 ,12 0 órgão masculino não devia ser maltratado 
(cf 23.1). Era a fonte da fertilidade e também trazia o sinal do 
pacto de Deus com Seu povo (Gn 17.11).
25.13 Pesos diversos. Não podiam ser feitos negócios com 
dois tipos de pesos, um maior para os recebimentos, e outro 
menor para os pagamentos, cf Am 8.5. • N. Hom. Há inte­
ressantes similaridades entre a luta da carne contra o espírito 
e a luta de Amaleque (1 7 -1 9 ) contra Israel: 1) Assim como 
a carne procura perturbar e derrotar ao crente (Rm 7.23; 
Cl 5.17), assim Amaleque tentou perturbar e derrotar a Israel 
(Êx 17.8; 1 Sm 30.1 -6 ); 2) Assim como nada há de bom na 
carne (Rm 7.18), assim nada havia de louvável para ser pou­
pado, em Amaleque (1 Sm 15.3); 3) Como viver segundo a 
carne atrai a sua própria ruína (Rm 8.13; Gl 6.8), assim Saul, 
que poupou ao rei de Amaleque, foi rejeitado como rei 
(1 Sm 15.23); 4 ) Assim como a carne nunca pode ser vencida 
pelos recursos naturais do indivíduo (Rm 7 .14 -24 ), assim Is­
rael não podia vencer a Amaleque com seus próprios recursos 
naturais (Nm 14 .40-45); 5) Assim como a vitória sobre a 
carne é possível só através do Espírito Santo (Rm 6.14; 8.2), 
assim Deus capacitou o Seu povo a vencer os amalequitas 
(Êx 17 .11 -13 ; 1 Sm 30.8).
Cap 26 Moisés faz confissões para a apresentação das primí­
cias (1 -1 1 ) e o dízimo do terceiro ano (1 2 -1 5 ). Uma exorta­
ção (1 6 -1 9 ) conclui a exposição dos estatutos e ordenanças 
contidos nos capítulos 12 a 26.
26.3 O Senhor.. .prometeu. O primeiro ato devia ser a decla­
ração de que Deus cumprira a Sua antiga promessa, a de 
dar-lhes a terra (Gn 28.13).
26.5 Arameu. A referência é a Jacó, cuja mãe e parentela vi­
nham de Arã (Gn 24.10; 25.20).
2 6 .5 -1 0 O costume de repetir-se um Credo, já vem do 
tempo de Moisés: o que está sendo feito na cerimônia aqui 
descrita é um tipo de profissão de fé naquilo que Deus fizera 
para Seu povo Israel, desde os tempos mais antigos, e pode 
ser chamado o Credo Histórico. O outro trecho que os israeli­
tas até hoje repetem como Credo se lê em 6 .4 -9 , e fala de 
um amor perfeito dedicado a Deus, e de uma reverência total
DEUTERONÔMIO 26.6 288
teu Deus, e dirás: Arameu prestes a perecer 
foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu 
como estrangeiro com pouca gente; e ali veio 
a ser nação grande, forte e numerosa.*
6 Mas os egípcios nos maltrataram, e afli­
giram, e nos impuseram dura servidão.7
7 Clamamos ao Senhor, Deus de nossos 
pais; e o Senhor ouviu a nossa voz e atentou 
para a nossa angústia, para o nosso trabalho e 
para a nossa opressão;m
8 e o Senhor nos tirou do Egito com po­
derosa mão, e com braço estendido, e com 
grande espanto, e com sinais, e com mi­
lagres;"
9 e nos trouxe a este lugar e nos deu esta 
terra, terra que mana leite e mel.0
10 Eis que, agora, trago as primícias dos 
frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. 
Então, as porás perante o Senhor, teu Deus, 
e te prostrarás perante ele.
11 Alegrar-te-ás por todo o bem que o 
Senhor, teu Deus, te tem dado a ti e a tua 
casa, tu, e o levita, e o estrangeiro que está no 
meio de ti.P
Os dízimos
12 Quando acabares de separar todos os 
dízimos da tua messeí no ano terceiro, que é 
o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao 
estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que co­
mam dentro das tuas cidades e se fartem.
13 Dirás perante o Senhor, teu Deus: Ti­
rei de minha casa o que é consagrado e dei 
também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, 
e à viúva, segundo todos os teus mandamen­
tos que me tens ordenado; nada transgredi dos
26.5
*Gn 43.1-2; 
Os 12.12
26.6 'Ex 1.11
26.7
™Êx 2.23-25
26.8 "Ex 12.37; 
Dt 4.34
26.9 o Ex 3.8
26.11 pDt 12.7
26.12
qDt 14.28-29
26.13
' S1119.141
26.14 sLv 7.20
26.15 fls 63.15
26.17
UÊX 20.19
26.18 vEx 19.5
26.19 wEx 19.6; 
Sl 148.14;
IPe 2.9
teus mandamentos, nem deles me esqueci/
14 Dos dízimos não comi no meu luto e 
deles nada tirei estando imundo, nem deles 
dei para a casa de algum morto; obedeci à voz 
do Senhor, meu Deus; segundo tudo o que 
me ordenaste, tenho feito.1
15 Olha desde a tua santa habitação, desde 
o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra 
que nos deste, como juraste a nossos pais, 
terra que mana leite e mel.f
Exortação à obediência
16 Hoje, o Senhor, teu Deus, te manda 
cumprir estes estatutos e juízos; guarda-os, 
pois, e cumpre-os de todo o teu coração e de 
toda a tua alma.
17 Hoje, fizeste o Senhor declarar que te 
será por Deus, e que andarás nos seus cami­
nhos, e guardarás os seus estatutos, e os seus 
mandamentos, e os seus juízos, e darás ouvi­
dos à sua voz.u
18 E o Senhor, hoje, te fez dizer que lhe 
serás por povo seu próprio1', como te disse, e 
que guardarás todos os seus mandamentos.
19 Para, assim, te exaltar em louvor, re­
nome e glória sobre todas as nações que fez e 
para que sejas povo santo ao Senhor, teu 
Deus, como tem áito.w
O T e r c e i r o D i s c u r s o d e M o i s é s 
Solene promulgação da lei
'”7 Moisés e os anciãos de Israel deram 
Á ./ / ordem ao povo, dizendo: Guarda to­
dos estes mandamentos que, hoje, te ordeno.
para com Sua Palavra: é o Credo do Coração.
26.12 No ano terceiro. Durante os dois primeiros anos, o dí­
zimo anual deveria ser levado ao santuário central 
(1 4 .2 2 -2 7 ). No terceiro ano, entretanto, o dízimo seria arma­
zenado para distribuição entre os pobres.
26.13 Tirei de minha casa o que é consagrado. O israelita que 
tivesse pago seu dízimo de três anos (a porção sagrada) devia 
declarar publicamente que obedecera ao mandamento de 
Deus.
26.14 O adorador devia confessar que sua oferta não fora 
exposta a contaminação cerimonial, especialmente aquela as­
sociada com a lamentação pelos mortos.
2 6 .1 6 -1 9 A lei agora fora dada em sua totalidade - a res­
ponsabilidade de Israel em observá-la consistia em seu pacto 
com Deus. Esta totalidade se reflete nas seguintes palavras: 
estatutos, que representam a firmeza eterna das disposições 
de Deus (Sl 119 .89-91); juízos, que são os pronunciamentos 
de Deus sobre o comportamento humano, no agir e no pen­
sar (1 Sm 16.7; Rm 11 .33 -36 ); mandamentos, as ordens ou 
instruções de Deus, cujo teor se resume nos Dez Mandamen­
tos, registrados em 5 .6 -2 1 . Veja 11.1 n. • N. Hom. A vida 
consagrada: 1) Chamada à consagração (16); 2) Ato da con­
sagração (17); 3) Significado da consagração: possuído por 
Deus (18a), obediente a Deus (18b), abençoado por Deus 
(1 9a), santo para Deus (1 9b).
Cap 27 0 estilo volta à forma de narrativa e Moisés aparecena terceira pessoa. 0 capítulo contém instruções para a inscri­
ção da lei em pedras no monte Ebal (1 -8 ) , uma injunção 
divina à obediência (9,10) e uma ordem para o pronuncia­
mento das bênçãos e maldições nos montes Cerizim e Ebal 
(11 -2 6 ) . O primeiro estágio da ratificação do pacto teve lu­
gar nas planícies de Moabe, quando Moisés ainda era o líder 
O desdobramento da ratificação em dois estágios simboliza a 
contínua liderança de Deus, embora tenha havido mudança 
de líderes no nível humano. Esse capítulo aborda o segundo 
estáqio da ratificação, o cumprimento do qual está registrado 
em Js 8 .3 0 -3 5 .
289 DEUTERONÔMIO 28.1
2 No dia em que passares o Jordão à terra 
que te der o Se n h o r , teu Deus, levantar-te-ás 
pedras grandes e as caiarás.*
3 Havendo-o passado, escreverás, nelas, 
todas as palavras desta lei, para entrares na 
terra que te dá o Sen h o r , teu Deus, terra 
que mana leite e mel, como te prometeu o 
Se n h o r , Deus de teus pais.
4 Quando houveres passado o Jordão, le- 
vantarás estas pedras, que hoje te ordeno, no 
monte Ebal, e as caiarás.t'
5 Ali, edificarás um altar ao Se n h o r , teu 
Deus, altar de pedras, sobre as quais não ma- 
nejarás instrumento de ferro*.
6 De pedras toscas edificarás o altar do 
Se n h o r , teu Deus; e sobre ele lhe oferecerás 
holocaustos.
7 Também sacrificarás ofertas pacíficas; 
ali, comerás e te alegrarás perante o Se n h o r , 
teu Deus.
8 Nestas pedras, escreverás, mui distinta­
mente, as palavras todas desta lei.°
9 Falou mais Moisés, juntamente com os 
sacerdotes levitas, a todo o Israel, dizendo; 
Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste 
a ser povo do Se n h o r , teu Deus.b
10 Portanto, obedecerás à voz do 
Sen h o r , teu Deus, e lhe cumprirás os manda­
mentos e os estatutos que hoje te ordeno.
Maldições do monte Ebal
11 Moisés deu ordem, naquele dia, ao 
povo, dizendo:
12 Quando houveres passado o Jordão, es­
tarão sobre o monte Gerizimc, para abençoa­
rem o povo, estes; Simeão, Levi, Judá, 
Issacar, José e Benjamim.
13 E estes, para amaldiçoar, estarão sobre 
o monte Ebal: Rúben, Gade, Aser, Zebulom, 
Dã e N aftali/
27.2 *Js 4.1
27.4 rDt 11.29
27.5 zÊx 20.25
27.8 o(2-8)
Js 8.30-32
27.9 *Dt 26.18
27.12
cDt 11.29; 
js 8.33-35
27.13
rfDt 11.29
27.14
«Dt 33.10;
Dn 9.11
27.15 'Êx 20.4; 
34.17; Lv 19.4; 
26.1;
Dt 4.15-18; 5.8
27.16
9Èx 20.12; 
Dt5.16
27.17 
^Dt 19.14
27.18 >Lv 19.14
27.19
/Êx 22.21; 23.9; 
Lv 19.33-34;
Dt 24.17-18
27 .2 0 ‘ Lv 18.8; 
20.11; Dt 22.30
27.21
IÊ» 22.19;
Lv 18.23; 20.15
27.22 ™Lv 18.9; 
20.17
27.23 " Lv 18.7; 
20.14
27.24
O Êx 20.13;
Nm 35.31
27.25
PÊx 23.7-8; 
Ez22.12
27.26 9Cl 3.10
14 Os levitas testificarão a todo o povo de 
Israel em alta voz e dirão:e
15 Maldito o homem que fizer imagem de 
escultura ou de fundiçãof, abominável ao 
S e n h o r , obra de artífice, e a puser em lugar 
oculto. E todo o povo responderá: Amém!
16 Maldito aquele que desprezar a seu 
pais ou a sua mãe. E todo o povo dirá: 
Amém!
17 Maldito aquele que mudar os marcos 
do seu próximoh. E todo o povo dirá: Amém!
18 Maldito aquele que fizer o cego errar o 
caminho'. E todo o povo dirá: Amém!
19 Maldito aquele que perverter o direito 
do estrangeiro/, do órfão e da viúva. E todo 
o povo dirá: Amém!
20 Maldito aquele que se deitar com a ma- 
drasta*, porquanto profanaria o leito de seu 
pai. E todo o povo dirá: Amém!
21 Maldito aquele que se ajuntar com ani­
mal'. E todo o povo dirá: Amém!
22 Maldito aquele que se deitar com sua 
írmãm, filha de seu pai ou filha de sua mãe. E 
todo o povo dirá: Amém!
23 Maldito aquele que se deitar com sua 
sogra". E todo o povo dirá: Amém!
24 Maldito aquele que ferir o seu próximo 
em oculto. E todo o povo dirá: Amém!0
25 Maldito aquele que aceitar suborno 
para matar pessoa inocente. E todo o povo 
dirá: Amém!P
26 Maldito aquele que não confirmar as 
palavras desta lei, não as cumprindo1?. E todo 
o povo dirá: Amém!
As bênçãos decorrentes da obediência
Lv 26.3-13; Dt 7.12-26
Se atentamente ouvires a voz do 
Áá O S e n h o r , teu Deus, tendo cuidado de 
guardar todos os seus mandamentos que hoje
27.2 No dia. Não é feita, esta referência, a nenhum dia espe­
cífico, mas a um tempo ainda no futuro. Pedras grandes. Tais 
pedras se encontram no Egito e noutros países do Oriente 
com inscrições gravadas na própria pedra ou então numa 
superfície de argamassa ou cal (cf Am 2.1).
27.3 Escreverás. As antigas inscrições podiam ou não ser ex­
tensas. Sabe-se de uma gravada nas rochas de Beistum, três 
vezes mais extensa que o livro de Deuteronômio. Desta lei. 
Refere-se ao pacto do Deuteronômio.
27 .S -7 Assim como a lei testifica sobre o pecado, assim os 
sacrifícios no altar do monte Ebal testificavam a graça e a 
provisão da misericórdia, inclusas no pacto para encobrir as 
culpas. Os holocaustos simbolizavam a completa consagração
a Deus e as ofertas pacíficas simbolizavam a comunhão com 
Deus.
27 .26 O povo deveria obrigar-se, sob maldição 
(cf At 23 .1 2 -1 4 ), a guardar toda a lei. Cristo libertou o 
crente, tomando, sobre Si, essa maldição (Cl 3.13).
• N. Hom. Podemos reviver o nosso ato de consagração 
(cap 26, N. Hom.), relembrando: 1) O que fizemos (6); 2) O 
que lemos (8); 3) O que ouvimos (9,14); 4) O que dissemos 
(15b, 16b, etc.).
Cap 28 Tendo concluído suas instruções sobre o segundo 
estágio da renovação do pacto (cap 27n), Moisés agora pro­
clama, perante o povo, as bênçãos decorrentes da obediência 
(1 -1 4 ) e as maldições oriundas da desobediência (1 5 -6 8 ).
DEUTERONÔMIO 28.2 290
te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará 
sobre todas as nações da terra/
2 Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, 
virão sobre ti e te alcançarão todas estas 
bênçãos:5
3 Bendito serás tu na cidade e bendito se­
rás no campo.(
4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto 
da tua terra, e o fruto dos teus animais, e as 
crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.u
5 Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
6 Bendito serás ao entrares e bendito, ao 
saíres.1'
7 O S en h o r fará que sejam derrotados na 
tua presença os inimigos que se levantarem 
contra ti; por um caminho, sairão contra ti, 
mas, por sete caminhos, fugirão da tua pre­
sença. w
8 O Senhor determinará que a bênção 
esteja nos teus celeiros e em tudo o que colo­
cares a mão; e te abençoará na terra que te dá 
o Senhor, teu Deus.*
9 O Senhor te constituirá para si em 
povo santo, como te tem jurado, quando guar- 
dares os mandamentos do Senhor, teu Deus, 
e andares nos seus caminhos.y
10 E todos os povos da terra verão que és 
chamado pelo nome do Senhor e terão medo 
de ti.2
1 1 0 Senhor te dará abundância de bens 
no fruto do teu ventre, no fruto dos teus ani­
mais e no fruto do teu solo, na terra que o 
Senhor, sob juramento a teus pais, prometeu 
dar-te.°
28.1 rEx 15.26; 
Dt26.19
28.2 iDt 28.15
28.3 iGn 39.5
28.4
"Gn22.17;
S1107.38; 
1Tm4.8
28.6 -SI121.8
28.7
wLv 26.7-8;
2Sm 22.38-39, 
41; SI 89.23
28.8 *Lv 25.21
28.9 yíx 19.5-6
28.10
^Nm 6.27;
2Cr 7.14;
Is 63.19
28.11 °Dt28.4
28.12 *Lv 26.4
28.13
cis 9.14-15
28.14 dDt 5.32
28.15
eLv 26.14; 
tm 2.17; Ml 2.2
28.16 fDt 28.3
12 O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, 
o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo 
e para abençoar toda obra das tuas mãos; em­
prestarás a muitas gentes, porém tu não toma- 
rás emprestado.6
13 O Senh o r te porá por cabeça e não 
por cauda; e só estarás em cima e não de­
baixo, se obedeceres aos mandamentos do 
Se n h o r , teu Deus, que hoje te ordeno, para 
os guardar e cumprir.c
14 Não te desviarás de todas as palavras 
que hoje te ordeno, nem para a direita nem 
para a esquerda, seguindo outros deuses, para 
os servires.d
Oscastigos da desobediência
Lv 26.14-46
15 Será, porém, que, se não deres ouvidos 
à voz do Sen h o r , teu Deus, não cuidando em 
cumprir todos os seus mandamentos e os seus 
estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão 
todas estas maldições sobre ti e te alcan­
çarão: e
16 Maldito serás tu na cidade e maldito
seras no campo.
17 Maldito o teu cesto e a tua amassa­
deira.
18 Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto 
da tua terra, e as crias das tuas vacas e das 
tuas ovelhas.
19 Maldito serás ao entrares e maldito, ao 
saíres.
20 O Senh o r mandará sobre ti a maldi­
ção, a confusão e a ameaça em tudo quanto
Durante os últimos quarenta anos, Israel já havia se mostrado 
propenso à apostasia. A ênfase dessa passagem, portanto, re­
cai sobre as maldições e não sobre as bênçãos. Se o leitor se 
admirar com a extensão e a severidade das maldições proferi­
das, lembre-se que algumas das expressões utilizadas pelo 
Senhor ]esus não eram menos severas. No entender de Moi­
sés, não passavam de avisos de misericórdia que, se escuta­
dos, teriam poupado a Israel muitos dissabores, muita 
miséria. Recorde-se a história dos judeus até ao presente - 
que amargo comentário desses passos de Deuteronômio.
2 8 .1 -1 4 As seis bênçãos de 3 - 6 têm seu paralelo nas seis 
maldições de 1 6 -1 9 . Note-se a disposição da matéria. As 
bênçãos tratam de: 1) Relações estrangeiras de Israel (7);
2) Relações domésticas (8); 3) Relações espirituais (9,10);
4) Relações domésticas (11,12a); 5) Relações estrangeiras 
(12b, 13). Se Israel fosse fiel, em suas relações com Deus, pros­
peraria em todos os sentidos. Desfrutaria de abundância na 
própria pátria e seria bem sucedido em todo encontro militar 
ou comercial, com outras nações.
28.1 Te exaltará sobre todas as nações. Esse era o propósito
de Deus para Seu povo. Seu cumprimento dependia da obe­
diência deles. Tinham de agir de modo singular, entre as na­
ções da terra.
2 8 .3 -1 4 Notar o contraste entre a natureza dessas bênçãos e 
a frase do Novo Testamento, "toda sorte de bênção espiritual 
nas regiões celestiais" (Ef 1.3).
28.10 Chamado pelo nome do Senhor. Isso significa que eram 
povo de Deus e, portanto, estavam sob Sua proteção, 
cf Is 63.19; Pv 18.10.
2 8 .1 5 -6 8 O resultado final da desobediência seria a expa- 
triação dos israelitas da sua herança, e a perda da sua posição 
como povo de Deus.
28.15 Te alcançarão. Não há modo de escapar de Deus, se­
não correndo para Ele, nem se pode fugir de Sua justiça senão 
fugindo para a Sua misericórdia.
28.20 Me abandonaste. A violação do primeiro mandamento 
era a essência do pecado de Israel. Note-se como essas pala­
vras de Moisés passam, quase imperceptivelmente, para as de 
Deus, como freqüentemente sucede nos escritos proféticos 
(cf 29.5).
291 DEUTERONÔMIO 28.40
empreenderes, até que sejas destruído e re­
pentinamente pereças, por causa da maldade 
das tuas obras, com que me a b an d o n as te .9
21 O S en h o r fará que a pestilência te pe­
gue a ti, até que te consuma a terra a que 
passas para possuí- l a . h
22 O Senhor te ferirá com a tísica, e a 
febre, e a inflamação, e com o calor ardente, 
e a secura, e com o crestamento, e a ferrugem; 
e isto te perseguirá até que pereças.'
23 Os teus céus sobre a tua cabeça serão 
de bronze; e a terra debaixo de ti será de 
ferro./
24 Por chuva da tua terra, o S e n h o r te 
dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até 
que sejas destruído.
25 O S e n h o r te fará cair diante dos teus 
inimigos; por um caminho, sairás contra eles, 
e, por sete caminhos, fugirás diante deles, e 
serás motivo de horror para todos os reinos da 
terra.*
26 O teu cadáver servirá de pasto a todas 
as aves dos céus e aos animais da terra; e 
ninguém haverá que os espante.'
27 O Senhor te ferirá com as úlceras do 
Egito, com tumores, com sarna e com prurido 
de que não possas curar-te.m
28 O S e n h o r te ferirá com loucura, com 
cegueira e com perturbação do espírito."
29 Apalparás ao meio-dia, como o cego 
apalpa nas trevas, e não prosperarás nos teus 
caminhos; porém somente serás oprimido e 
roubado todos os teus dias; e ninguém haverá 
que te salve.0
30 Desposar-te-ás com uma mulher, po­
rém outro homem dormirá com ela; edificarás
28.20
g1Sm 14.20;
Is 30.17; Ml 2.2
28.21
H v 26.25
28.22 'Lv 26.16 
28.23 /Lv 26.19
28.25
*Lv26.17;
Dt 28.7; Jr 15.4
28.26
'1 Sm 17.44;
Sl 79.2
28.27 ">Éx 9.9;
1 Sm 5.6;
Sl 78.66
28.28 "|r 4.9
28.29 °Jó 5.14
28.30 PDt 20.6; 
Jr 8.10; Mq 6.15
28.32
«1119.82
28.33
rLv 26.16;
Jr 5.17
28.34 sDt 28.67
28.35 <Dt 28.27
28.36 “Dt 4.28; 
2Rs 14,12,14; 
2Cr 33.11;
Jr 16.13
28.37
vIRs 9.7-8;
Jr 24.9
28.38 wjl 1.4;
Ag 1.6
casa, porém não morarás nela; plantarás v i­
nha, porém não a desfrutarás.P
31 O teu boi será morto aos teus olhos, 
porém dele não comerás; o teu jumento será 
roubado diante de ti e não voltará a ti; as tuas 
ovelhas serão dadas aos teus inimigos; e nin­
guém haverá que te salve.
32 Teus filhos e tuas filhas serão dados a 
outro povo; os teus olhos o verão e desfalece­
rão de saudades todo o dia; porém a tua mão 
nada poderá fazer. 9
33 O fruto da tua terra e todo o teu traba­
lho, comê-los-á um povo que nunca conhe- 
ceste; e tu serás oprimido e quebrantado todos 
os dias:/
34 e te enlouquecerás pelo que vires com 
os teus olhos/
35 O S e n h o r te ferirá com úlceras malig­
nas nos joelhos e nas pernas, das quais não te 
possas curar, desde a planta do pé até ao alto 
da cabeça/
36 O S e n h o r te levará e o teu rei que 
tiveres constituído sobre ti a uma gente que 
não conheceste, nem tu, nem teus pais; e ali 
servirás a outros deuses, feitos de madeira e 
de pedra. “
37 Virás a ser pasmo, provérbio e motejo 
entre todos os povos a que o S e n h o r te 
levará.v
38 Lançarás muita semente ao campo; po­
rém colherás pouco, porque o gafanhoto a 
consumirá.w
39 Plantarás e cultivarás muitas vinhas, 
porém do seu vinho não beberás, nem colhe­
rás as uvas, porque o verme as devorará.
40 Em todos os teus limites terás olivei-
28 .22 Até que pereças. O resultado final da epidemia 
(21,22a), da seca (2 2 b -2 4 ) e da guerra (25) seria a destrui­
ção de Israel.
28.23 Bronze.. . ferro. Essa seria a aparência do céu e da 
terra, porque as chuvas seriam interrompidas e assim seriam 
somente poeira.
28.26 Aves.. . animais. Que degradação! O homem, que re­
cebeu autoridade sobre o reino animal, sendo devorado pelas 
aves e animais. Ap 19.17,18 pinta a condenação da humani­
dade rebelde como uma festa em que homens mortos são 
devorados pelas aves.
2 8 .2 7 -3 5 O arranjo das maldições é semelhante ao das bên­
çãos em 7 -1 2 : 1) Doença incurável (27); 2) Loucura (28);
3) Opressão contínua (29); 4) Frustrações (3 0 -3 2 ); 5) Opres­
são contínua (33); 6) Loucura (34); 7) Doença incurável (35).
28.28 Os juízos de Deus podem chegar à mente do homem,
para enchê-la de trevas e horror.. . e o pior dos juízos é 
aquele que faz o homem se constituir em terror para si 
mesmo, e na sua própria destruição.
28.29 Este versículo revela a incapacidade total do homem, 
mesmo em meio às circunstâncias mais ideais; é a loucura 
(w 28 e 34), na sua forma mais terrível e mais comum, a 
esquizofrenia, que produz esta enfermidade da persona­
lidade.
28.30 Este versículo representa a frustração total dos mais 
nobres sonhos do homem, a frustração dos seus melhores 
esforços.
28.32 Saudades. Especificamente, saudades que nunca se po­
derão "matar", num desespero onde não há saída.
28.36 Servirás a outros deuses, feitos de madeira e de pedra. 
Na idolatria, o homem adora criaturas que lhe são inferiores, 
em vez de adorar ao Criador, que lhe é superior.
DEUTERONÔMIO 28.41 292
ras; porém não te ungirás com azeite, porque 
as tuasazeitonas cairão.
41 Gerarás filhos e filhas, porém não fica­
rão contigo, porque serão levados ao cati­
veiro. *
42 Todo o teu arvoredo e o fruto da tua 
terra o gafanhoto os consumirá.
43 O estrangeiro que está no meio de ti se 
elevará mais e mais, e tu mais e mais des- 
cerás.
44 Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe 
emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu 
serás por cauda.)'
45 Todas estas maldições virão sobre ti, e 
te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas 
destruído, porquanto não ouviste a voz do 
Senhor, teu Deus, para guardares os manda­
mentos e os estatutos que te ordenou.2
46 Serão, no teu meio, por sinal e por ma­
ravilha, como também entre a tua descendên­
cia, para sempre.0
47 Porquanto não serviste ao Senhor, teu 
Deus, com alegria e bondade de coração, não 
obstante a abundância de tudo.b
48 Assim, com fome, com sede, com nu­
dez e com falta de tudo, servirás aos inimigos 
que o S en h o r enviará contra ti; sobre o teu 
pescoço porá um jugo de ferro, até que te haja 
destruído. c
49 O Senhor levantará contra ti uma na­
ção de longe, da extremidade da terra virá, 
como o vôo impetuoso da águia, nação cuja 
língua não entenderás;d
50 nação feroz de rosto, que não respeitará 
ao velho, nem se apiedará do moço.*’
51 Ela comerá o fruto dos teus animais e 
o fruto da tua terra, até que sejas destruído; e 
não te deixará cereal, mosto, nem azeite, nem 
as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas, até 
que te haja consumido/
52 Sitiar-te-á em todas as tuas cidades, 
até que venham a cair, em toda a tua terra, os
28.41 x Lm 1.5
28.44
KDt 28.12-13
28.45
^Dt 28.15
28.46 ols 8.18
28.47
í>Dt 32.15
28.48 cjr 28.14
28.49 d\, 5.15; 
Ez 17.3,12;
Lc 19.43
28.50
« 2 0 36.17
28.51 fDt 28.33
28.52
ü2Rs25.1-2
28.53
H v 26.29;
2 Rs 6.28-29; 
Lm 2.20
28.54 iot 13.6 
28.56 /Dt 28.54
28.57
‘ Gn 49.10
28.58 <Ex 6.3
28.59
mDn 9.12
28.60 "Dt 7.15
altos e fortes muros em que confiavas; e te 
sitiará em todas as tuas cidades, em toda a 
terra que o Senhor, teu Deus, te deu.9
53 Comerás o fruto do teu ventre, a carne 
de teus filhos e de tuas filhas, que te der o 
Senhor, teu Deus, na angústia e no aperto 
com que os teus inimigos te apertarão.h
54 O mais mimoso dos homens e o mais 
delicado do teu meio será mesquinho para 
com seu irmão, e para com a mulher do seu 
amor, e para com os demais de seus filhos que 
ainda lhe restarem;1
55 de sorte que não dará a nenhum deles 
da carne de seus filhos, que ele comer; por­
quanto nada lhe ficou de resto na angústia e 
no aperto com que o teu inimigo te apertará 
em todas as tuas cidades.
56 A mais mimosa das mulheres e a mais 
delicada do teu meio, que de mimo e delica­
deza não tentaria pôr a planta do pé sobre a 
terra, será mesquinha para com o marido de 
seu amor, e para com seu filho, e para com 
sua filha;/
57 mesquinha da placenta que lhe saiu 
dentre os pés e dos filhos que tiver, porque os 
comerá às escondidas pela falta de tudo, na 
angústia e no aperto com que o teu inimigo te 
apertará nas tuas cidades.*
58 Se não tiveres cuidado de guardar to­
das as palavras desta lei, escritas neste livro, 
para temeres este nome glorioso e terrível, o 
Senhor, teu Deus,'
59 então, o Senhor fará terríveis as tuas 
pragas e as pragas de tua descendência, gran­
des e duradouras pragas, e enfermidades gra­
ves e duradouras ;m
60 fará voltar contra ti todas as moléstias 
do Egito, que temeste; e se apegarão a ti.'1
61 Também o Senhor fará vir sobre ti 
toda enfermidade e toda praga que não estão 
escritas no livro desta Lei, até que sejas des­
truído.
28.46 Eles seriam um sinal do julgamento divino e uma ma­
ravilha que provocaria estupefação, cf 13.2n.
28.47,48 O argumento é que se era difícil demais obedecer 
aos mandamentos de Deus, que são a plenitude da vida, da 
alegria e da prosperidade daqueles que neles andam, muito 
mais pesados vão ser os mandamentos dos inimigos, que se 
deleitam em torturar seus prisioneiros, assim como Satanás 
tortura os prisioneiros do pecado.
2 8 .4 9 -5 7 É um quadro profético da desolação e degradação 
a que Israel viria a ser reduzido. Tempos de angústia freqüen­
temente revelam a depravação daqueles que, em tempos 
normais, são considerados retos, mimosos e delicados (54,- 
56). Esta cena se cumpriu nos cercos de Samaria (2 Rs 6.28) 
e de |erusalém (Lm 2.20,22).
28.58 A finalidade da Lei de Deus é levar os homens ao te­
mor de Deus, que, sendo o princípio de toda a sabedoria 
(Pv 9.10), é a fonte vital da vida humana. A própria palavra 
Lei (heb tôrâh), fala em "guiar alguém até o alvo" (que é 
Deus). Da mesma maneira, o evangelho foi escrito para que 
creiamos que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e, crendo, 
tenhamos a vida eterna, Jo 20.31.
293 DEUTERONÔMIO 29.6
62 Ficareis poucos em número, vós que 
éreis como as estrelas dos céus em multidão, 
porque não destes ouvidos à voz do Sen h o r , 
vosso Deus.0
63 Assim como o Sen h o r se alegrava em 
vós outros, em fazer-vos bem e multiplicar- 
vos, da mesma sorte o SENHOR se alegrará em 
vos fazer perecer e vos destruir; sereis desar- 
raigados da terra à qual passais para possuí- 
la. p
64 O Senh o r vos espalhará entre todos 
os povos, de uma até à outra extremidade da 
terra. Servirás ali a outros deuses que não 
conheceste, nem tu, nem teus pais; servirás à 
madeira e à pedra.?
65 Nem ainda entre estas nações descan- 
sarás, nem a planta de teu pé terá repouso, 
porquanto o Senh o r ali te dará coração tre- 
mente, olhos mortiços e desmaio de a lm a /
66 A tua vida estará suspensa como por 
um fio diante de ti; terás pavor de noite e de 
dia e não crerás na tua vida.
67 Pela manhã dirás: Ah! Quem me dera 
ver a noite! E, à noitinha, dirás: Ah! Quem me 
dera ver a manhã! Isso pelo pavor que sentirás 
no coração e pelo espetáculo que terás diante 
dos olhos.5
28.62 °Dt 4.27
28.63 pDt 30.9; 
Is 1.24
28.64
<?Lv 26.33; 
Ne 1.8
28.65
fLv26.16;
Am 9.4
28.67 sDt 7.34
28.68 
tDt 17.16;
Os 8.13
29.1 "Pt 5.2-3
29.2 Ê^x 19.4
29.3 ^Dt 4.34
29.4 x Is 6.9-10; 
At 28.26-27;
2Ts 2,11-12
29.5 yDt 1.3
68 O Sen h o r te fará voltar ao Egito em 
navios, pelo caminho de que te disse: Nunca 
jamais o verás; sereis ali oferecidos para 
venda como escravos e escravas aos vossos 
inimigos, mas não haverá quem vos 
compre.1
O Q u a r t o D i s c u r s o d e M o i s é s 
Deus faz nova aliança com o povo
O O estas as Pa' avras da aliança que 
o S e n h o r ordenou a Moisés fizesse 
com os filhos de Israel na terra de Moabe, 
além da aliança que fizera com eles em 
Horebe.u
2 Chamou Moisés a todo o Israel e disse- 
lhe: Tendes visto tudo quanto o Senh o r fez 
na terra do Egito, perante vós, a Faraó, e a 
todos os seus servos, e a toda a sua terra;v
3 as grandes provas que os vossos olhos 
viram, os sinais e grandes maravilhas;w
4 porém o Senh o r não vos deu coração 
para entender, nem olhos para ver, nem ouvi­
dos para ouvir, até ao dia de hoje.*
5 Quarenta anos vos conduzi pelo deserto; 
não envelheceram sobre vós as vossas vestes, 
nem se gastou no vosso pé a sandália.)'
6 Pão não comestes e não bebestes vinho
28.64 O Senhor vos espalhará. A desobediência traria não só 
a derrota, mas também o exílio. Essas palavras se cumpriram 
na queda de Samaria, em 722 a.C., e na queda de Jerusalém, 
em 586 a.C. Foram novamente cumpridas quando Tito trans­
portou muitos judeus ao Egito, após a destruição de |erusa- 
lém, em 70 d.C. Esse notável aviso sobre o exílio foi dado 
antes mesmo de Israel ter entrado em Canaã. Só pela inspira­
ção divina, Moisés poderia ter previsto de modo tão claro o 
resultado da desobediência.
28.68 Voltar ao Egito. Israel fora redimida da escravidão do 
Egito, mas muitos deles, que repudiariamseu Salvador, cai­
riam novamente em escravidão, cf Os 8.13. No início da era 
cristã havia muitos judeus vivendo no delta do Nilo.
• N. Hom. O Contraste dos dois caminhos (cf 30.15ss; 
M t 7.13,14): 1) Da obediência e da bênção (1 -1 4 ) - Ser­
vindo a Deus com alegria e abundância (47); a alegria de 
Deus em fazer o bem (63a); 2) Da desobediência e da ruína 
(1 5 -6 8 ) - Servindo ao inimigo em objeção (48); a alegria de 
Deus em fazer perecer (63b). • N. Hom. O nome de Deus é 
glorioso (58), e o modo como é usado nos revela verdades 
importantes a Seu respeito. 1) Deus é vivo (5.26), em con­
traste com os deuses materialistas de nossa era; 2) Ele reve­
lou-se às gerações passadas (6.3); 3) Ele é supremo (10.17; 
cf Ap 19.16); 4 ) Ele é seguro, imutável e digno de confiança 
(32.4; cf 1 Co 10.4); 5) Ele é eterno (33.27); 6) Ele entra em 
relacionamento pessoal com Seu povo ("o Senhor teu 
Deus" - esta expressão é comum, 28.1, etc.).
Cap 29 Neste e no capítulo seguinte, Moisés obriga o povo 
a servir a Deus e só a Deus, por meio de uma aliança. O
cap 29 começa introduzindo as palavras desta aliança, (1). A 
seguir, há um retrospecto da liderança divina do passado, 
como incentivo à obediência (2 -9 ) , uma declaração sobre os 
que estavam sendo incluídos na aliança (1 0 -1 5 ), e uma ad­
vertência contra a apostasia (1 6 -2 9 ).
29.1 São estas as palavras. Alguns julgam que essas palavras 
se referem ao capítulo anterior. Porém, é melhor com­
preendê-las como referentes ao discurso que as segue, mos­
trando assim o início de uma nova seção. Além da Aliança. A 
aliança na terra de Moabe é a mesma que foi feita antes, em 
Horebe, com certas modificações devidas às novas circunstân­
cias. É distinta e nova, porém, no sentido que agora foi feita 
com uma nova geração. Certos expositores bíblicos não con­
cebem essa aliança como uma renovação, mas como uma 
"Aliança Palestina", inteiramente separada, dando as condi­
ções sob as quais Israel devia entrar na Terra Prometida. Essa 
posição reconhece sete outras alianças separadas: 1) no Éden 
(G n l.2 8 ); 2) com Adão (G n3 .15); 3) com Noé (Gn 9.1);
4) com Abraão (Gn 15.18); 5) por Moisés (Êx20ss); 6) com 
Davi (2 Sm 7.16); 7) a Nova Aliança (Hb 8.8).
29.4 O Senhor não vos deu. Isto não significa que Deus fosse 
culpado da cegueira espiritual de Israel. Positivamente, Deus 
não provoca a rebelião do homem contra Si, mas Ele confor­
mou o coração do homem de tal maneira que, cada vez que 
este se recusa a fazer a vontade de Deus, torna-se menos 
sensível à próxima chamada ou mandamento. A consciência, 
assim, torna-se menos acessível, e o coração vai-se endure­
cendo.
DEUTERONÔMIO 29.7 294
nem bebida forte, para que soubésseis que eu 
sou o S e n h o r , v o sso Deus.2
7 Quando viestes a este lugar, Seom°, rei 
de Hesbom, e Ogueb, rei de Basã, nos saíram 
ao encontro, à peleja, e nós os ferimos;
8 tomamos-lhes a terra e a demos por he­
rança0 aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia 
tribo dos manassitas.
9 Guardai, pois, as palavras desta aliança 
e cumpri-as, para que prospereis em tudo 
quanto fizerdes.d
10 V ós estais, hoje, todos perante o 
S e n h o r , vosso Deus; os cabeças de vossas 
tribos, vossos anciãos e os vossos oficiais, 
todos os homens de Israel,
11 os vossos meninos, as vossas mulheres 
e o estrangeiro que está no meio do vosso 
arraial, desde o vosso rachador de lenha até 
ao vosso tirador de água,e
12 para que entres na aliança do Sen h o r , 
teu Deus, e no juramento que, hoje, o 
Sen h o r , teu Deus, faz contigo;f
13 para que, hoje, te estabeleça por seu 
povo, e ele te seja por Deus, como te tem 
prometido, como jurou a teus pais, Abraão, 
Isaque e Jacó.9
14 Não é somente convosco que faço esta 
aliança e este juramento,h
15 porém com aquele que, hoje, aqui, está 
conosco perante o Sen h o r , nosso Deus, e 
também com aquele que não está aqui, hoje, 
conosco.1
16 Porque vós sabeis como habitamos na 
terra do Egito e como passamos pelo meio das 
nações pelas quais viestes a passar;
17 vistes as suas abominações e os seus 
ídolos, feitos de madeira e de pedra, bem 
como vistes a prata e o ouro que havia entre 
elas;
18 para que, entre vós, não haja homem, 
nem mulher, nem família, nem tribo cujo co­
ração, hoje, se desvie do Sen h o r , nosso 
Deus, e vá servir aos deuses destas nações;
29.6 z Ex 16.12; 
Sl 78.24-25
29.7
»Nm 21.21-30 
í>Nm 21.31-35
29.8 cNm 32.33
29.9 <<Dt 4.6;
1 Rs 2.3
29.11 J^s 9.21
29.12
^Ne 10.29
29.13
gGn 17.7;
Dt 28.9
29.14
f>|r 31.31-33
29 .15 'At 2.39;
1 Co 7.14
29.18
/Hb 12.15
29.19
*Nm 15.39;
Is 30.1
29.20 <Dt 9.14; 
Ez 14.7-8
29.21
-"Mt 24.51
29.23
"Gn 19.24-25
29.24
oi Rs 9.8-9
29.27 pDn 9.11
29.28
qlRs 14.15;
2Cr 7.20;
Pv 2.22
para que não haja entre vós raiz que produza 
erva venenosa e amarga/,
19 ninguém que, ouvindo as palavras 
desta maldição, se abençoe no seu íntimo, 
dizendo: Terei paz, ainda que ande na perver­
sidade do meu coração, para acrescentar à 
sede a bebedice.*
20 O Senh o r não lhe quererá perdoar; 
antes, fumegará a ira do Senh o r e o seu zelo 
sobre tal homem, e toda maldição escrita 
neste livro jazerá sobre ele; e o Se n h o r lhe 
apagará o nome de debaixo do céu.'
21 O Senh o r o separará de todas as tri­
bos de Israel para calamidade, segundo todas 
as maldições da aliança escrita neste Livro 
da Lei.m
22 Então, dirá a geração vindoura, os vos­
sos filhos, que se levantarem depois de vós, e 
o estrangeiro que virá de terras longínquas, 
vendo as pragas desta terra e as suas doenças, 
com que o Se n h o r a terá afligido,
23 e toda a sua terra abrasada com enxofre 
e sal, de sorte que não será semeada, e nada 
produzirá, nem crescerá nela erva alguma, as­
sim como foi a destruição de Sodoma e de 
Gomorra", de Admá e de Zeboim, que o 
Senh o r destruiu na sua ira e no seu furor,
24 isto é, todas as nações dirão: Por que 
fez o Sen h o r assim com esta terra? Qual foi 
a causa do furor de tamanha ira?0
25 Então, se dirá: Porque desprezaram a 
aliança que o Se n h o r , Deus de seus pais, fez 
com eles, quando os tirou do Egito;
26 e se foram, e serviram a outros deuses, 
e os adoraram; deuses que não conheceram e 
que ele não lhes havia designado.
27 Pelo que a ira do Senh o r se acendeu 
contra esta terra, trazendo sobre ela toda a 
maldição que está escrita neste livro.P
28 O S e n h o r os arrancou, com ira, de 
sua terra, mas também com indignação e 
grande furor, e os lançou para outra terra, 
como hoje se vê. 9
29.10 Todos. A aliança abarca tudo, desde os líderes do povo 
até as crianças e os servos.
29.15 Aquele que não está aqui. A referência é à posteridade 
deles.
29.18 Raiz que produza erva venenosa. A idolatria seria como 
uma raiz a produzir fruto amargo, cf v 2 2 -2 8 .
29.19 Terei paz. O idólatra conhece a seriedade de sua 
ofensa, mas acha que pode pecar impunemente. Para acres­
centar à sede a bebedice. Provavelmente uma expressão pro­
verbial. O sentido é que, embora a idolatria começasse em 
pequena escala, se propagaria e resultaria na ruína de todo o 
povo.
29.20 Deus manifestaria a Sua ira e o Seu zelo porque só Ele 
tem o direito de ser amado pelo Seu povo, embora eles prefe­
rissem amar aos ídolos. Apagará. Cf Ap 22.18,19.
29.23 Admá.. . Zeboim. Cidades que se localizavam perto de 
Sodoma e Gomorra (cf Gn 14.2) e partilharam de sua mesma 
sorte. A dramática destruição daquelas cidades servia de hor­
rível memória do juízo divino, cf Os 11.8.
295 DEUTERONÔMIO 30.16
29 As coisas encobertas pertencem ao 
Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos 
pertencem, a nós e a nossos filhos, para sem­
pre, para que cumpramos todas as palavras 
desta lei.
Promessas de misericórdia
Q A Quando, pois, todas estas coisas vie- 
J V / remsobre ti, a bênção e a maldição 
que pus diante de ti, se te recordares delas 
entre todas as nações para onde te lançar o 
Senhor, teu Deus;r
2 e tomares ao Senhor, teu Deus, tu e 
teus filhos, de todo o teu coração e de toda a 
tua alma, e deres ouvidos à sua voz, segundo 
tudo o que hoje te ordeno,s
3 então, o Senhor, teu Deus, mudará a 
tua sorte, e se compadecerá de ti, e te ajun- 
tará, de novo, de todos os povos entre os quais 
te havia espalhado o Senhor, teu Deus.'
4 Ainda que os teus desterrados estejam 
para a extremidade dos céus, desde aí te ajun- 
tará o Senhor, teu Deus, e te tomará de lá.u
5 O Senhor, teu Deus, te introduzirá na 
terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e 
te fará bem e te multiplicará mais do que a 
teus pais.
6 O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu 
coração e o coração de tua descendência, para 
amares o Senhor, teu Deus, de todo o cora­
ção e de toda a tua alma, para que vivas.1'
7 O Senhor, teu Deus, porá todas estas 
maldições sobre os teus inimigos e sobre os 
teus aborrecedores, que te perseguiram.
8 De novo, pois, darás ouvidos à voz do
30.1 rLv 26.40; 
1 Rs 8.47-48
30 .2 ! Ne 1.9; 
Lm 3.40
30.3 tSI 106.45; 
Lm 3.22,32
30.4 uDt 28.64
30.6 >-Dt 10.16; 
Ez 11.19
30.9 wDt 28.11; 
Jr 32.41
30.11 *ls 45.19
30.12 yRm 10.6
30.14^(12-14) 
Rm 10.6-8
30.15
o D tll.26
Se n h o r ; cumprirás todos os seus mandamen­
tos que hoje te ordeno.
9 O Sen h o r , teu Deus, te dará abundân­
cia em toda obra das tuas mãos, no fruto do 
teu ventre, no fruto dos teus animais e no 
fruto da tua terra e te beneficiará; porquanto o 
Senh o r tomará a exultar em ti, para te fazer 
bem, como exultou em teus pais;"'
10 se deres ouvidos à voz do Sen h o r , teu 
Deus, guardando os seus mandamentos e os 
seus estatutos, escritos neste Livro da Lei, se 
te converteres ao Se n h o r , teu Deus, de todo 
o teu coração e de toda a tua alma.
11 Porque este mandamento que, hoje, te 
ordeno não é demasiado difícil, nem está 
longe de ti.x
12 Não está nos céus, para dizeres; Quem 
subirá por nós aos céus, que no-lo traga e 
no-lo faça ouvir, para que o cumpramos?)'
13 Nem está além do mar, para dizeres: 
Quem passará por nós além do mar que no-lo 
traga e no-lo faça ouvir, para que o cum­
pramos?
14 Pois esta palavra está mui perto de ti, 
na tua boca e no teu coração, para a cum- 
prires.z
A vida ou a morte
15 Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, 
a morte e o mal;0
16 se guardares o mandamento que hoje te 
ordeno, que ames o Sen h o r , teu Deus, andes 
nos seus caminhos, e guardes os seus manda­
mentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, 
então, viverás e te multiplicarás, e o Se n h o r ,
29.29 As reveladas. Há mistérios divinos que vão além da 
compreensão humana. Mas o que precisamos saber nos foi 
revelado, e a isto devemos dar a nossa atenção. • N. Hom. 
Em Sua graça, Deus dá a Seu povo: 1) Livramento (2);
2) Orientação (5a); 3) Apoio (5b,6); 4) Vitória (7); 5) He­
rança (8; cf 4.20n). • N. Hom. Os perigos da apostasia:
1) Engana (19a); 2) Infecta a outros (19b, nota); 3) Condena 
(20ss).
Cap 30 Dá continuidade às palavras do pacto, iniciadas no 
cap 29. Apresenta a possibilidade de restauração final (1 -1 0 ), 
a afirmação de que a obediência não é difícil demais (1 1 -1 4 ), 
e a lembrança das alternativas a Israel (1 5 -2 0 ).
3 0 .1 -1 0 Essa passagem pressupõe o exílio e antecipa a res­
tauração.
30.3 Ajuntará de novo. O retorno do exílio babilônico come­
çou com Zorobabel. Mas esse retorno tipificou outra restaura­
ção. Alguns expositores crêem que a restauração aqui referida 
está sendo cumprida politicamente. Outros tomam uma posi­
ção diferente, alegando que, sob a Nova Aliança, judeus e 
gentios são tratados sob iguais condições. Em Rm 11, porém, 
Israel continua sendo visto, nesta nova dispensação, como 
um povo distinto, e a reunião dessa nação na Palestina não 
violaria, necessariamente, o princípio de iguais privilégios.
30.6 Circuncidará o teu coração. Cf 10.1 nota. O rabino 
Nachmanides entende este versículo como uma profecia da 
época messiânica, que porá fim ao caráter duplo do homem, 
fazendo com que seu único instinto natural seja a bondade; 
os judeus receberão então seu sumo bem: a pureza de cora­
ção, segundo a interpretação de Rabino Abraão Ibn Ezra.
3 0 .1 1 -1 4 Israel era capaz de cumprir a ordem divina. A 
Aliança exigia algo secreto, além da compreensão deles 
(cf 29.29). Deus revelara claramente a Sua palavra. Eles a ti­
nham ouvido, e era algo sobre o que tinham de falar e ente- 
sourar no coração (cf 6 .4 -7 ). Em Rm 1 0 .5 -8 , Paulo aplica 
essa passagem a Jesus, mostrando que Sua pessoa é acessível, 
e que o caminho da salvação não está distante e difícil.
DEUTERONÔMIO 30.17 296
teu Deus, te abençoará na terra à qual passas 
para possuí-la.
17 Porém, se o teu coração se desviar, e 
não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e 
te inclinares a outros deuses, e os servires,
18 então, hoje, te declaro que, certamente, 
perecerás; não permanecerás longo tempo na 
terra à qual vais, passando o Jordão, para a 
possuíres.*
19 Os céus e a terra tomo, hoje, por teste­
munhas contra ti, que te propus a vida e a 
morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, 
a vida, para que vivas, tu e a tua descen­
dência,0
20 amando o Senhor, teu Deus, dando 
ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois 
disto depende a tua vida e a tua longevidade; 
para que habites na terra que o Senhor, sob 
juramento, prometeu dar a teus pais, 
Abraãod, Isaquee e Jacóf.
A s Ú l t i m a s D i s p o s i ç õ e s 
Josué, sucessor de Moisés 
O 1 Passou Moisés a falar estas palavras 
J I a todo o Israel
2 e disse-lhes; Sou, hoje, da idade de 
cento e vinte anos. Já não posso sair e entrar, 
e o Senhor me disse: Não passarás o 
Jordão?.
3 O Senhor, teu Deus, passará adiante de 
ti; ele destruirá estas nações de diante de ti, e 
tu as possuirás; Josué passará adiante de ti, 
como o Senhor tem dito.,,
4 O Senhor lhes fará como fez a Seom e
30.18 f>Dt 4.26
30.19 cDt 4.26
30.20 <*Gn 12.7 
eGn 26.3
fGn 28.13
31.2
gNm 20.12
31.3
h Nm 27.21
31.4
(Nm 21.21-35
31.5 /Dt 7.2
31.6 *Dt 1.29;
1 Cr 22.13;
Hb 13.5
31.7 /Dt 1.38
31.8 m(6-8)
Js 1.5; Hb 13.5
31.9 "Nm 4.15; 
|s 3.3;
1015.12,15
31.10
°Dt 15.12 
PDt 16.13-15
31.11
qrDt 16.16; 
2Rs 23.2; 
Ne 8.1-3
a Ogue', reis dos amorreus, os quais des­
truiu, bem como a sua terra.
5 Quando, pois, o Senhor vos entregar 
estes povos diante de vós, então, com eles 
fareis segundo todo o mandamento que vos 
tenho ordenadoj
6 Sede fortes e corajosos, não temais, nem 
vos atemorizeis diante deles, porque o 
Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco; 
não vos deixará, nem vos desamparará. k
7 Chamou Moisés a Josué e lhe disse na 
presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso; 
porque, com este povò, entrarás na terra que 
o Senhor, sob juramento, prometeu dar a 
teus pais; e tu os farás herdá-la.'
8 O Senhor é quem vai adiante de ti; ele 
será contigo, não te deixará, nem te desampa­
rará; não temas, nem te atemorizes.™
A lei deve ser lida ao povo 
de sete em sete anos
9 Esta lei, escreveu-a Moisés e a deu aos 
sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca 
da Aliança do Senhor, e a todos os anciãos 
de Israel."
10 Ordenou-lhes Moisés, dizendo: Ao fim 
de cada sete anos0, precisamente no ano da 
remissão, na Festa dos Tabemáculos,P
11 quando todo o Israel vier a comparecer 
perante o Senhor, teu Deus, no lugar que 
este escolher, lerás esta lei diante de todo o 
Israel.?
12 Ajuntai o povo, os homens, as mulhe­
res, os meninos e o estrangeiro que está den­
tro da vossa cidade, para que ouçam, e
30.20 A tua vida. A vida não é a mera extensão dos dias. 
Consiste em amar, obedecer e apegar-se ao Senhor, em lugarde seguir-se os caminhos idólatras. Cf |o 17.3. • N. Hom. 
Arrependimento depois do desvio; 1) É estimulado pela me­
mória (1); 2 ) Envolve uma volta e a obediência (2); 3) Produz 
a restauração (3); 4 ) Resulta em am or renovado (6 ).
• N . Hom. A verdadeira vida (19,20), envolve: 1) Amar a 
Deus; 2) Obedecer a Deus; 3) Apegar-se a Deus (cf SI 63.8). 
Cap 31 Registra a incumbência de Moisés ao povo (1 -6 ) , a 
Josué (7 ,8 ) e aos sacerdotes e anciãos (9 -1 3 ); o aparecimento 
do Senhor e a comissão a Josué (1 4 -2 3 ); a ordem de pôr a lei 
perto da arca da aliança (2 4 -2 7 ), e a ordem de reunir o povo 
para recitar o Cântico do Testemunho (2 8 -3 0 ).
31.2 Não posso. Moisés ainda era forte para conduzir sua 
própria vida diária (34.7), mas perdera a energia necessária 
para liderar a uma nação inteira.
31.3 Passará adiante de ti. Deus continuaria com Seu povo, a 
despeito de sua localização (cf 12.30n) ou mudança de lide­
rança (cap 27n).
31 .7 ,8 Josué já fora nomeado sucessor de Moisés 
(Nm 27 .1 8 -2 3 ). Agora Moisés o encorajava a enfrentar sua 
nova responsabilidade.
31.9 Este versículo e o 22 revelam-nos, sem dúvida, a autoria 
de Moisés (cf Nm 33.2). As frases que geralmente iniciam os 
capítulos, como as seguintes: "São estas as palavras" (1.1); 
"esta é a lei" (4.44); "estas são as palavras" (29.1); "esta é a 
bênção" (33.1) são expressões próprias de um compilador, 
provavelmente o mesmo autor inspirado do cap 34. Não é 
fácil, no entanto, distinguir com exatidão o que foi ou não 
escrito pela mão de Moisés. Fora de dúvida é a inspiração 
do livro, escrito, quando muito, por um contemporâneo de 
Moisés.
31.10 De cada sete anos. A leitura da lei, cada sete anos, não 
era o único meio de ensinar ao povo as obrigações da aliança. 
Os pais também tinham o dever de instruir regularmente aos 
seus filhos (6.7,20ss). A instrução normal na Palavra de Deus, 
no templo ou na escola, não tornava a instrução paterna me­
nos necessária.
297 DEUTERONÔMIO 31.29
aprendam, e temam o S e n h o r , vosso Deus, 
e cuidem de cumprir todas as palavras 
desta lei;r
13 para que seus filhos que não a soube­
rem ouçam e aprendam a temer o Senhor, 
vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre 
a terra à qual ides, passando o Jordão, para a 
possuir.5
A futura rebeldia de Israel
14 Disse o Senhor a Moisés: Eis que os 
teus dias são chegados, para que morras; 
chama Josué, e apresentai-vos na tenda da 
congregação, para que eu lhe dê ordens. As­
sim, foram Moisés e Josué e se apresentaram 
na tenda da congregação.f
15 Então, o Senhor apareceu, ali, na co­
luna de nuvem, a qual se deteve sobre a porta 
da tenda.u
16 Disse o Senhor a Moisés: Eis que es­
tás para dormir com teus pais; e este povo se 
levantará, e se prostituirá, indo após deuses 
estranhos na terra para cujo meio vai, e me 
deixará, e anulará a aliança que fiz com ele.1'
17 Nesse dia, a minha ira se acenderá con­
tra ele; desampará-lo-ei e dele esconderei o 
rosto, para que seja devorado; e tantos males 
e angústias o alcançarão, que dirá naquele 
dia: Não nos alcançaram estes males por não 
estar o nosso Deus no meio de nós?w
18 Esconderei, pois, certamente, o rosto 
naquele dia, por todo o mal que tiverem feito, 
por se haverem tomado a outros deuses/
19 Escrevei para vós outros este cântico e 
ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua 
boca, para que este cântico me seja por teste­
munha contra os filhos de Israel.)'
20 Quando eu tiver introduzido o meu 
povo na terra que mana leite e mel, a qual, sob 
juramento, prometi a seus pais, e, tendo ele 
comido, e se fartado, e engordado, e houver 
tornado a outros deuses, e os houver servido, 
e me irritado, e anulado a minha aliança;2
31.12 'D t 4.10
31.13 5 Dt 11.2
31.14
tNm 27.13; 
Dt 34.5,23
31.15 "Ex 33.9
31.16 32.6; 
|z 2.12,17,20
31.17
•vNm 14.42;
|z 6.13;
2Q15.2; Is 8.17
31.18
*Dt31.17
31.19
yDt 31.26
31.20
^Dt 13.16; 
Os 13.6
31.21
°Dt 31.17; 
Am 5.25-26
31.23 b|s 1.6
31.24 cDt 31.9
31.26
dDt 22.19; 
2 Rs 22.8
31.27 eEx 32.9
31.28 fDt 30.19
31.29
gCn 49.1; 
jz 2.19
21 e, quando o tiverem alcançado muitos 
males e angústias, então, este cântico respon­
derá contra ele por testemunha, pois a sua 
descendência, sempre, o trará na boca; por­
quanto conheço os desígnios que, hoje, estão 
formulando, antes que o introduza na terra 
que, sob juramento, prometi.0
22 Assim, Moisés, naquele mesmo dia, es­
creveu este cântico e o ensinou aos filhos de 
Israel.
23 Ordenou o Senhor a Josué, filho de 
Num, e disse: Sê forte e corajosob, porque tu 
introduzirás os filhos de Israel na terra que, 
sob juramento, lhes prometi; e eu serei 
contigo.
O Livro da Lei posto ao lado da arca
24 Tendo Moisés acabado de escrever, in­
tegralmente, as palavras desta lei num livro,c
25 deu ordem aos levitas que levavam a 
arca da Aliança do Senhor, dizendo:
26 Tomai este Livro da Lei e ponde-o ao 
lado da arca da Aliança do Senhor, vosso 
Deus, para que ali esteja por testemunha con­
tra ti.d
27 Porque conheço a tua rebeldia e a tua 
dura cerviz. Pois, se, vivendo eu, ainda hoje, 
convosco, sois rebeldes contra o Senhor, 
quanto mais depois da minha morte?*?
28 Ajuntai perante mim todos os anciãos 
das vossas tribos e vossos oficiais, para que 
eu fale aos seus ouvidos estas palavras e con­
tra eles, por testemunhas, tomarei os céus e a 
terra.f
29 Porque sei que, depois da minha morte, 
por certo, procedereis corruptamente e vos 
desviareis do caminho que vos tenho orde­
nado; então, este mal vos alcançará nos últi­
mos dias, porque fareis mal perante o 
Senhor, provocando-o à ira com as obras 
das vossas mãos. 9
3 1 .1 4 -2 3 Deus convocou Moisés e Josué à Sua presença 
para comissionar pessoalmente o novo líder (14,23). Nesse 
encontro, Deus confirmou as predições de Moisés sobre a 
apostasia de Israel e a ira divina que se seguiria (1 6 -1 8 ). Tam­
bém ordenou que Moisés escrevesse o Cântico do Testemu­
nho (1 9 -2 2 ; cf cap 32n).
31.15 A coluna de nuvem, que acompanhou Israel pelo de­
serto, aparece novamente.
31.17 Males e angústias sobreviriam a Israel, mas o Cântico
do Testemunho lhes lembraria que só eles eram culpa­
dos (21).
31.21 Sempre o trará na boca. O valor dos cânticos é que 
podem ser facilmente aprendidos e transmitidos a outros. 
Deve-se ensinar aos novos crentes os hinos mais instrutivos e 
úteis,
31.23 Uma continuação dos versículos 1 4 -1 5 .
31.28 ístas palavras. í provável referência ao Cântico do Tes­
temunho.
DEUTERONÔMIO 31.30 298
O cântico de Moisés
30 Então, Moisés pronunciou, integral­
mente, as palavras deste cântico aos ouvidos 
de toda a congregação de Israel:
Inclinai os ouvidos, ó céus,h
A* e falarei; 
e ouça a terra 
as palavras da minha boca.
2 Goteje a minha doutrina como a
chuva,' 
destile a minha palavra 
como o orvalho, 
como chuvisco sobre a relva 
e como gotas de água sobre a erva.
3 Porque proclamareii
o nome do Senhor.
Engrandecei o nosso Deus.
4 Eis a Rocha!*
Suas obras são perfeitas, 
porque todos os seus caminhos 
são juízo;
Deus é fidelidade, 
e não há nele injustiça; 
é justo e reto.
5 Procederam corruptamente1
contra ele, 
já não são seus filhos, 
e sim suas manchas; 
é geração perversa e deformada.
6 É assim que recompensas™
32.1 ^Dt 4.26; 
Is 1.2
32.2 <SI 72.6; 
Mq 5.7;
1 Co 3.6-8
32.3/1 Cr 29.11
32.4
k2Sm 22.3;
Jó 34.10;
Jr 10.10; Hc 1.12
32.5 IDt 31.29; 
Lc 9.41
32.6
mDt 74.15; 
Is 27.11
32.7 "Ex 13.14
32.8 oGn 11.8; 
At 17.26
32.9 pEx 15.16; 
1Sm 10.1
32.10 <7 Dt 4.36; 
Pv 7.2; Os 13.5
32.11 rEx 19.4; 
Is 31.5
31.30 Este versículo introduz o Cântico do Testemunho, que 
vem a seguir. • N. Hom.tos essenciais do progresso espiri­
tual: 1) Forças vindas de Deus (6);2) Confiança em Deus (8);
3) Conhecimento da Palavra de Deus (12,13); 4) Obediência 
à Palavra de Deus (12,13). • N. Hom. A importância da Pala­
vra de Deus, subentendida pelo fato de que foi: 1) Escrita (9);
2) Lida (11); 3) Ensinada (12); 4 ) Preservada (25,26).
Cap 32 O Cântico do Testemunho aqui apresentado pode 
ser esboçado como segue: Uma invocação introdutória (1 -3 ) , 
um contraste entre o caminho de Deus e o de Seu povo 
(4 -6 ) , uma pesquisa histórica das relações de Deus com Israel 
(7 -1 4 ), o registro da apostasia de Israel (1 5 -1 8 ), a justa in­
dignação do Senhor (1 9 -2 7 ), os inimigos de Israel como ins­
trumentos do propósito de Deus (2 8 -3 3 ), e o juízo dos 
ímpios e a vindicação do povo de Deus (3 4 -4 3 ). O capítulo 
termina com um apelo de Moisés baseado no Cântico 
(4 4 -4 7 ) e a advertência do Senhor a Moisés sobre sua morte 
(4 8 -5 2 ).
3 2 .1 -4 3 Cântico do Testemunho: Ao atravessar o M ar Ver­
melho, dirigira Moisés um cântico ao Senhor (Êx 15.1; 
cf Ap 15.3); e agora, ao findar de sua vida, deixa ao povo o 
seu último cântico. Este tem sido considerado como "a chave 
de toda a profecia", por se referir à origem de Israel como 
nação, à ingratidão e à apostasia do povo e, finalmente, ao
ao Senhor, 
povo louco e ignorante?
Não é ele teu pai, que te adquiriu, 
te fez e te estabeleceu?
7 Lembra-te dos dias da antigüidade," 
atenta para os anos
de gerações e gerações; 
pergunta a teu pai, 
e ele te informará, 
aos teus anciãos, e eles to dirão.
8 Quando o Altíssimo distribuía0
as heranças às nações, 
quando separava 
os filhos dos homens 
uns dos outros, 
fixou os limites dos povos, 
segundo o número 
dos filhos de Israel.
9 Porque a porção do Senhorp
é o seu povo;
Jacó é a parte da sua herança.
10 Achou-o numa terra deserta1! 
e num ermo solitário
povoado de uivos; 
rodeou-o e cuidou dele, 
guardou-o como a menina dos olhos.
11 Como a águia despertar
a sua ninhada 
e voeja sobre os seus filhotes, 
estende as asas e, tomando-os, 
os leva sobre elas,
castigo que sofreu e à restauração que, graças ao Senhor, o 
elevou à dignidade primitiva. O tema é o nome do Senhor, o 
carinho com que tratou o Seu povo, a justiça e a misericórdia 
com que o distinguiu. Abrange a história do povo eleito 
desde a criação do universo até ao Dia do juízo final. Começa 
e termina com um cântico de louvor.
32.1 A invocação aos céus e à terra é uma convocação para 
que sejam testemunhas da aliança (31.28).
32.4 Rocha. Essa palavra se emprega sete vezes no Cântico. 
Denota a eterna estabilidade e firmeza de Deus, e expressa o 
pensamento de refúgio e defesa.
32.6 Louco. O pecado é considerado uma loucura. Contraria­
mente, "O temor do Senhor é o princípio do saber" (Pv 1.7). 
Teu pai. A referência é ao amor paternal de Deus, ao fazer de 
Israel o Seu próprio povo escolhido.
32.8 Fixou os limites dos povos. O Cântico lembra a doutrina 
de Gn 1 0 -1 1 . No primeiro destes capítulos, todas as nações 
estão incluídas na aliança da graça divina, embora com os 
limites demarcados; no segundo, como resultado do orgulho, 
registra-se uma separação completa, começando a destacar- 
se Abrão, através de quem Deus enviaria as Suas bênçãos ao 
mundo, cf Rm 11.25; Ef 2.11 -1 8 .
32.11 Como a águia. Esse versículo descreve a chamada, a 
educação e a proteção de Israel.
299 DEUTERONÔMIO 32.27
12 a s s im , s ó o SENHOR o g u io u ,
e não havia com ele deus estranho.
13 Ele o fez cavalgar5
sobre os altos da terra, 
comer as messes do campo, 
chupar mel da rocha 
e azeite da dura pederneira,
14 coalhada de vacasf
e leite de ovelhas, 
com a gordura dos cordeiros, 
dos carneiros que pastam em Basã 
e dos bodes, 
com o mais escolhido trigo; 
e bebeste o sangue das uvas, 
o mosto.
15 Mas, engordando-se o meu amado,u
deu coices; 
engordou-se, engrossou-se, 
ficou nédio 
e abandonou a Deus, que o fez, 
desprezou a Rocha da sua salvação.
16 Com deuses estranhos1'
o provocaram a zelos, 
com abominações o irritaram.
17 Sacrifícios ofereceram
aos demônios", não a Deus; 
a deuses que não conheceram, 
novos deuses que vieram há pouco, 
dos quais não se estremeceram 
seus pais.
18 Olvidaste a Rocha que te gerou/ 
e te esqueceste do Deus
que te deu o ser.
19 Viu isto o Senhor e os desprezou,»' 
por causa da provocação
de seus filhos e suas filhas;
20 e disse: Esconderei deles o rosto,2 
verei qual será o seu fim;
32.13
sDt 33.29;
SI 81.16
32.14
(Gn 49.11
32.15 uDt 1.6; 
ISm 2.29;
2Sm 22.47;
Is 1.4
32.16
V1 Rs 14.22;
1 Co 10.22
32.17
«-ICO 10.20
32.18 "Is 17.10
32.19 y\z 2.14
32.20
^Dt31.17;
Mt 17.17
32.21
0 1 Co 10.22 
í>Rm 10.19
32.22 cjr 15.14
32.23
d SI 7.12-13
32.24 eLv 26.22
32.25 (Lm 1.20; 
2Co 7.5
32.26
9Ez 20.13-14
32.27 »>SI140.8
porque são raça de perversidade, 
filhos em quem não há lealdade.
21 A zelos me provocaram0
com aquilo que não é Deus; 
com seus ídolos 
me provocaram à ira; 
portanto, eu os provocarei a zelosb 
com aquele que não é povo; 
com louca nação 
os despertarei à ira.
22 Porque um fogo se acendeuc
no meu furor 
e arderá até ao mais profundo 
do inferno, 
consumirá a terra e suas messes 
e abrasará os fundamentos 
dos montes.
23 Amontoarei males sobre eles;d 
as minhas setas esgotarei
contra eles.
24 Consumidos serão pela fome,e 
devorados pela febre
e peste violenta; 
e contra eles enviarei 
dentes de feras 
e ardente peçonha 
de serpentes do pó.
25 Fora devastará a espada/ 
em casa, o pavor,
tanto ao jovem como à virgem, 
tanto à criança de peito 
como ao homem encanecido.
26 Eu teria dito; 9
Por todos os cantos os espalharei 
e farei cessar a sua memória 
dentre os homens,
27 se eu não tivesse receado'1
a provocação do inimigo,
32.13 Be o fez cavalgar. Deus permitiu a Israel avançar triun­
fantemente sobre todos os obstáculos terrenos, e banque- 
tear-se com as melhores ofertas dos campos e rebanhos. Mel 
da rocha. Vinha dos elevados penhascos onde viviam as abe­
lhas, em fendas. Azeite da dura pederneira. O azeite parece 
escorrer das "pederneiras", porque junto delas se encontram, 
normalmente, as oliveiras que o produzem.
32.15 O meu amado. Aqui e em 33.5,26, a transliteração é 
Jesurum. É um nome poético de Israel, que significa "o reto". 
Mas aqui é usado em tom de sarcasmo.
32.17 Demônios. Heb shêdhim, uma palavra derivada do assí­
rio, que empregavam no sentido de "espírito protetor", que 
significa, para os hebreus, "um demônio dos pagãos". Tudo 
aquilo que não é de Deus, mesmo sendo sobrenatural, ou 
usado como objeto de devoção, pertence ao Maligno; cf v 21 
com 1 Co 10 .1 4 -2 2 . Confiar num "espírito protetor" dos pa­
gãos é abandonar a adoração a Deus, e cair em idolatria, em 
uma adoração falsa, inspirada por poderes do Inferno.
32.21 Zelos. Cf 4.24n. Provocarei. Deus provocava Israel à ira, 
usando aos gentios como os Seus instrumentos para castigar 
a Israel (2 3 -2 5 ), e mais tarde dando-lhes o evangelho 
(Rm 10.19). Não é povo.. . louca nação. Não se subentende 
daí qualquer inferioridade em sua cultura. A nação inimiga 
não é povo porque não depende de Deus para sua existência 
e desenvolvimento, e é louca porque é ímpia (6n).
3 2 .2 3 -2 5 Cf as maldições da aliança no cap 28. O próprio 
Israel seria reduzido ao mesmo estado de não ser povo 
(cf Os 2.23).
32.27 Nossa mão tem prevalecido. Algumas vezes, o homem 
realiza o propósito divino sem se dar conta de que Deus age 
por seu intermédio.
DEUTERONÔMIO 32.28 300
para que os seus adversários 
não se iludam, 
para que não digam:
A nossa mão tem prevalecido, 
e não foi o Senhor 
quem fez tudo isto.
28 Porque o meu povo'
é gente falta de conselhos, 
e neles não há entendimento.
29 Tomara fossem eles sábios!/Então, entenderiam isto 
e atentariam para o seu fim.
30 Como poderia um só perseguir mil,* 
e dois fazerem fugir dez mil,
se a sua Rocha lhos não vendera, 
e o Senhor lhos não entregara?
31 Porque a rocha deles'
não é como a nossa Rocha; 
e os próprios inimigos o atestam.
32 Porque a sua vinham
é da vinha de Sodoma 
e dos campos de Gomorra; 
as suas uvas são uvas de veneno, 
seus cachos, amargos;
33 o seu vinho é ardente veneno"
de répteis 
e peçonha terrível de víboras.
34 Não está isto guardado comigo,0 
selado nos meus tesouros?
35 A mim me pertence a vingançaP,
a retribuição, 
a seu tempo, 
quando resvalar o seu pé; 
porque o dia da sua calamidade 
está próximo, 
e o seu destino 
se apressa em chegar.
36 Porque o Senhor fará justiçai
ao seu povo
32.28 >ls 27.11
32.29 /Dt 5.29; 
Lm 1.9
32.30 *js 23.10; 
Is 50.1
32.31 n Sm 2.2
32.32 m|s 1.10
32.33 "Sl 58.4
32.34 o]ó 14.17
32.35
pRm 12.19; 
Hb 10.30
32.36 q)z 2.18; 
IRs 14.10;
2Rs 9.8
32.37 f|z 10.14
32.39
*1Sm 2.6; 
Is 41.4
32.40
íCn 14.22
32.41 u |s 1.24
32.42 J^ó 13.24
32.43
"Rm 15.10 
*Ap 19.2
e se compadecerá dos seus servos, 
quando vir que o seu poder se foi, 
e já não há nem escravo 
nem livre.
37 Então, dirá:r
Onde estão os seus deuses?
E a rocha em quem confiavam?
38 Deuses que comiam a gordura
de seus sacrifícios 
e bebiam o vinho de suas libações? 
Levantem-se eles e vos ajudem, 
para que haja esconderijo 
para vós outros!
39 Vede, agora, que Eu Sou,5
Eu somente, 
e mais nenhum deus além de mim; 
eu mato e eu faço viver; 
eu firo e eu saro;
e não há quem possa livrar alguém 
da minha mão.
40 Levanto a mão aos céus(
e afirmo por minha vida eterna:
41 se eu afiar a minha espadau
reluzente, 
e a minha mão exercitar o juízo, 
tomarei vingança 
contra os meus adversários 
e retribuirei aos que me odeiam.
42 Embriagarei as minhas setas*'
de sangue 
(a minha espada comerá carne), 
do sangue dos mortos 
e dos prisioneiros, 
das cabeças cabeludas do inimigo.
43 Louvai, ó nações, o seu povow, 
porque o Senhor vingará
o sangue* dos seus servos, 
tomará vingança 
dos seus adversários
32.29 O seu fim. Se o inimigo fosse sábio, saberia que se 
Deus castigava Seu próprio povo de Israel, ele também seria 
punido por sua própria iniqüidade, no fim.
32.31 Muitas religiões falsas imitam aspectos do cristianismo, 
chegando até a usar a mesma terminologia. Mas, a rocha 
deles não é como a nossa fiocha!
32.34 Tesouros. O tesouro mais valioso que um homem pode 
ter é um cabedal de sabedoria que provém do temor de 
Deus, que se alimenta pela fé e cresce pela obediência; este 
conhecimento prático dos caminhos de Deus é fonte contí­
nua de inspiração e consolação.
32.36 Quando vir que o seu poder se foi. Deus interviria para 
ajudar Seu povo só quando fossem tão impotentes como 
quando Ele os achou a princípio (cf 10). O reconhecimento
de nossa incapacidade própria é requisito necessário para re­
ceber o dom divino da salvação (Rm 5.6) e a experiência do 
Seu poder, para receber livramento do poder do pecado em 
nossas vidas (Rm 7.18).
32.42 Cabeças cabeludas. Aqui, "cabeças", heb rõ'sh, quer 
dizer "líderes", "chefes", "liderança" (a palavra se acha no 
singular coletivo). "Cabeludas" heb par'ôth, verti de uma raiz 
que significa "ser excelente", a qual talvez tenha vindo da 
palavra Faraó, título dos reis do Egito. Fala-se, pois, de "gene­
rais", "supremos líderes".
32.43 O cântico termina com o prospecto da alegria por
causa do juízo de Deus contra o inimigo e o perdão a Seu
povo. Os gentios também são chamados para partilhar da
alegria da salvação de Deus.
301 DEUTERONÔMIO 33.8
e fará expiação 
pela terra do seu povo.
44 Veio Moisés e falou todas as palavras 
deste cântico aos ouvidos do povo, ele e Jo­
sué, filho de Num.
45 Tendo Moisés falado todas estas pala­
vras a todo o Israel,
46 disse-lhes: Aplicai o coração a todas as 
palavras que, hoje, testifico entre vós, para 
que ordeneis a vossos filhos que cuidem de 
cumprir todas as palavras desta lei.x
47 Porque esta palavra não é para vós ou­
tros coisa vã; antes, é a vossa vida; e, por esta 
mesma palavra, prolongareis os dias na terra 
à qual, passando o Jordão, ides para a 
possuir.z
O Ú l t i m o D i a d a V i d a d e M o i s é s 
Moisés vê do monte Nebo a terra de Canaã
48 Naquele mesmo dia, falou o Se n h o r a 
Moisés, dizendo:0
49 Sobe a este monte de Abarim, ao 
monte Nebo, que está na terra de Moabe, de­
fronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que aos 
filhos de Israel dou em possessão.b
50 E morrerás no monte, ao qual terás su­
bido, e te recolherás ao teu povo, como Arão, 
teu irmão, morreu no monte Hor e se recolheu 
ao seu povo,c
51 porquanto prevaricastes contra mim no 
meio dos filhos de Israel, nas águas de Meribá 
de Cades, no deserto de Zim, pois me não 
santificastes no meio dos filhos de Israel.d
52 Pelo que verás a terra defronte de ti, 
porém não entrarás nela, na terra que dou aos 
filhos de Israel.e
32.46 y Dt 6.6
32.47 ^Lv 18.5; 
Pv 3.2,22
32.48
•Nm 27.12-13
32.49
f>Nm 33.47-48
32.50
cNm 20.25
32.51 dLv 10.3
32.52 ?(48-52) 
Nm 27.12-14
33.1 fCn 49.28
33.2 9Ex 19.18; 
Jz 5.4-5;
Dn 7.10;
At 7.53; Hb 2.2
33.3 »>Ex 19.5; 
ISm 2.9;
SI 47.4; Os 11.1; 
Lc 10.39
33.4
'S1119.111
33.5 (Cn 36.31; 
Jz 9.2
33.7 *Cn 49.8
33.8 <Êx 28.30
A bênção de Moisés
O Q Esta é a bênção que Moisés, homem 
J J de Deus, deu aos filhos de Israel, an­
tes da sua m orte/
2 Disse, pois: 9
O S e n h o r veio do Sinai 
e lhes alvoreceu de Seir, 
resplandeceu desde o monte Parã; 
e veio das miríades de santos; 
à sua direita, havia para eles 
o fogo da lei.
3 Na verdade, amas os povos;h 
todos os teus santos
estão na tua mão; 
eles se colocam a teus pés 
e aprendem das tuas palavras.
4 Moisés nos prescreveu a lei1 
por herança da congregação
de Jacó.
5 E o S e n h o r se tomou rei/
ao seu povo amado, 
quando se congregaram 
os cabeças do povo 
com as tribos de Israel.
6 Viva Rúben e não morra;
e não sejam poucos os seus homens!
7 Isto é o que disse de Judá:k
Ouve, ó S e n h o r , a voz de Judá 
e introduze-o no seu povo; 
com as tuas mãos, peleja por ele 
e sê tu ajuda 
contra os seus inimigos.
8 De Levi disse:
Dá, ó Deus, o teu Tumim 
e o teu Urim 
para o homem', teu fidedigno,
32.46 Aplicai o coração. Esse foi o apelo final de Moisés ao 
povo de Israel. • N . Hom. Nosso maravilhoso Deus: 1) Sua 
grandeza e fidelidade (3,4); 2) Seu zelo e vingança (21,35);
3) Sua justiça e compaixão (36); 4 ) Sua soberania e poder 
(39); 5) Sua graça e misericórdia (10,43b). • N. Hom. O 
amoroso cuidado de Deus: 1) Ao achar-nos (10a); 2) Ao 
guardar-nos (10b); 3) Ao instruir-nos e guiar-nos (11,12);
4) Ao sustentar-nos (13,14). • N. Hom. O pecado da ingra­
tidão se manifesta: 1) Na autocondescendência (15a); 2) Na 
infidelidade (17); 3) No esquecimento (18), cf cap 8, 
N. Hom.
Cap 33 Registra a bênção final de Moisés. Consiste em uma 
introdução (1 -2 ) , um pronunciamento de bênçãos (6 -2 5 ) e 
uma conclusão (2 6 -2 9 ). A bênção é um discurso profético de 
oração e louvor, em forma poética, na qual Moisés declara o 
favor divino concedido individualmente às tribos.
33.2 Alvoreceu. A entrega da lei é comparada à glória do 
alvorecer vermelho dos montes ocidentais da península do
Sinai. Miríades de santos. A referência provável é aos anjos.
3 3 .6 -2 5 Os filhos das duas esposas, Lia e Raquel, são men­
cionados primeiro; depois os filhos das servas. A tribo de Si- 
meão é omitida nas bênçãos separadas, jacó predissera antes 
que Simeão seria espalhado (Cn 4 9 .5 -7 ) . Após entrar em Ca­
naã, essa tribo foi gradualmente absorvida pela de Judá. Já 
que os dois filhosde |osé desfrutavam dos plenos direitos de 
uma tribo para cada um, o número das tribos mencionadas 
nas bênçãos continua sendo doze.
33.6 Rúben. Por causa do pecado de Rúben, sua tribo perdeu 
a posição de liderança (Cn 49.4). Preferiu ficar no lado orien­
tal do Jordão. Assim isolada da maioria, corria mais perigo de 
extinguir-se.
33.7 judá. Sendo a tribo real (Gn 4 9 .8 -1 0 ), Judá teria de 
defender a Israel de seus inimigos. Ao fazê-lo, precisava da 
ajuda divina.
33 .8 -11 Levi. Jacó também profetizara a dispersão de Levi 
(Gn 4 9 .5 -7 ) . Mas Levi foi abençoada por haver mostrado de-
DEUTERONÔMIO 33.9 302
que tu provaste em Massá™, 
com quem contendeste 
nas águas de Meribá";
9 aquele que disse a seu pai0 
e a sua mãe:
Nunca os vi;
e não conheceu a seus irmãos 
e não estimou a seus filhos, 
pois guardou a tua palavra 
e observou a tua aliança.
10 Ensinou os teus juízos a JacóP 
e a tua lei, a Israel;
ofereceu incenso às tuas narinas 
e holocausto, sobre o teu altar.
11 Abençoa o seu poder, ó Senhor,1? 
e aceita a obra das suas mãos,
fere os lombos dos que se levantam 
contra ele e o aborrecem, 
para que nunca mais se levantem.
12 De Benjamim disse:
O amado do Senhor
habitará seguro com ele; 
todo o dia o Senhor o protegerá, 
e ele descansará nos seus braços.
13 De José disse:r 
Bendita do Senhor
seja a sua terra, 
com o que é mais excelente 
dos céus, 
do orvalho e das profundezas,
14 com o que é mais excelente
daquilo que o sol amadurece 
e daquilo que os meses produzem,
15 com o que é mais excelente5
dos montes antigos 
e mais excelente 
dos outeiros eternos,
33.8 mEx 17.7 
"Êx 17.7;
Nm 20.13
33.9
°Gn 29.32;
1 Cr 17.17;
Jó 37.24;
Ml 2.5-6
33.10
PÊx 30.7-8;
Nm 16.40;
ISm 2.28;
SI 51.19; Ml 2.7
33.11
92Sm 24.23;
E1 20.40-41
33.13
fCn 27.28
33.15
sGn 49.26
33.16
<Cn 49.26;
At 7.30,35
33.17
“Gn 48.19;
IRs 22.11;
1 Cr 5.1; SI 44.5
33.18
vGn 49.13-15
33.19 "SI 4.5
33.20 *|s 13.10; 
1 Cr 12.8
33.21
yNm 32.16-17
16 com o que é mais excelente'
da terra e da sua plenitude 
e da benevolência 
daquele que apareceu na sarça; 
que tudo isto venha 
sobre a cabeça de José, 
sobre a cabeça do príncipe 
entre seus irmãos.
17 Ele tem a imponênciau
do primogênito do seu touro, 
e as suas pontas são 
como as de um boi selvagem; 
com elas rechaçará todos os povos 
até às extremidades da terra.
Tais, pois, as miríades de Efraim, 
e tais, os milhares de Manassés.
18 De Zebulom disse:v 
Alegra-te, Zebulom,
nas tuas saídas marítimas, 
e tu, Issacar, nas tuas tendas.
19 Os dois chamarão os povos ao
monte;w 
ali apresentarão ofertas legítimas, 
porque chuparão 
a abundância dos mares 
e os tesouros escondidos da areia.
20 De Gade disse: *
Bendito aquele que faz dilatar Gade, 
o qual habita como a leoa 
e despedaça o braço 
e o alto da cabeça.
21 E se proveu da melhor parte, y 
porquanto ali estava escondida
a porção do chefe; 
ele marchou adiante do povo, 
executou a justiça do Senhor 
e os seus juízos para com Israel.
voção ao Senhor (8 ,9 ) e foi escolhida pelo Senhor para impor­
tantíssimo ministério, especialmente o do sacerdócio (que 
pertencia aos descendentes de Arão).
33.8 Tumim e o teu Urim. Parece que eram pedras preciosas 
que serviam de instrumentos para revelar a vontade de Deus, 
cf 1 Sm 28.6. Provaste.. . contendeste. A "prova" de Moisés e 
Arão se deu em Massá, mas só em Meribá "contenderam" 
com Deus, quando representavam a sua tribo.
33.9 Guardou.. . observou. Levi comprova sua devoção ao 
Senhor no teste pelo qual passou, no Sinai (Êx 3 2 .26 -29 ). 
A lealdade a Deus tivera precedência sobre as relações de 
família.
33.12 Benjamim. As palavras "e ele descansará nos seus bra­
ços" seriam mais bem traduzidas como "e morará entre os 
seus ombros" (ARC). Provavelmente é uma profecia de que o 
templo futuro será localizado dentro dos limites do território
de Benjamim. Os "ombros" podem estar relacionados com a 
elevada posição de |erusalém.
3 3 .1 3 -1 7 /osé. Moisés ora para que essa tribo seja aben­
çoada com abundância material da natureza (1 3 -1 6 ) e com 
poder militar (17).
33.16 Príncipe. )osé desfrutaria da posição de preeminência 
perdida por Rúben. Seus dois filhos, Efraim e Manassés, eram 
tribos separadas.
33.17 Miríades. A ARC diz: "dez milhares de Efraim". O irmão 
mais novo teria preeminência sobre o mais velho, que tem 
apenas "milhares", cf Gn 48.14ss
33.18,19 Zebulom, Issacar. Zebulom teria sucesso no comér­
cio, e Issacar teria prosperidade na agricultura pátria.
33.20,21 Gade. Essa tribo preferiu habitar o lado oriental do 
jordão, mas, ao mesmo tempo, ajudou as outras tribos a con­
quistarem sua herança, cf 3.18.
303 DEUTERONÔMIO 34.9
22 De Dã disse:7 
Dã é leãozinho; 
saltará de Basã.
23 De Naftali disse:0 
Naftali goza de favores
e, cheio da bênção do Senhor, 
possuirá o lago e o Sul.
24 De Aser disse:b 
Bendito seja Aser
entre os filhos de Jacó, 
agrade a seus irmãos 
e banhe em azeite o pé.
25 Sejam de ferro e de bronzec
os teus ferrolhos, 
e, como os teus dias, 
durará a tua paz.
26 Não há outro, ó am ado/
semelhante a Deus, 
que cavalga sobre os céus 
para a tua ajuda 
e com a sua alteza sobre as nuvens.
27 O Deus eterno é a tua habitaçãoe 
e, por baixo de ti,
estende os braços eternos; 
ele expulsou o inimigo 
de diante de ti 
e disse: Destrói-o.
28 Israel, pois, habitará seguro/ 
a fonte de Jacó habitará a sós 
numa terra de cereal e de vinho; 
e os seus céus destilarão orvalho.
29 Feliz és tu, ó Israel!9
Quem é como tu?
Povo salvo pelo Senhor, 
escudo que te socorre, 
espada que te dá alteza.
Assim, os teus inimigos
33.22 z|s 19.47
33.23
°Gn 49.21
33.24
f>Cn 49.20
33.25 cDt 8.9
33.26
d(x 15.11;
Sl 68.4,33-34;
Hc 3.8
33.27 «Dt 9.3-5
33.28
'Gn 27.28;
Dt 8.7-8
33.29
9Dt 32.13;
2Sm 7.23
34.1
<iGn 14.14;
Dt 3.27
34.2 'Dt 11.24
34 .3 /Jz 1.16; 
2Cr 28.15
3 4 .4 ‘ Gn 12.7 
'Gn 26.3 
">Gn 28.13
34.5 "Dt 32.50
34.6 o]d 1.9
34.7 pGn 27.1; 
)s 14.10-11
34.8 <íGn 50.3; 
Nm 20.29
34.9
''Nm 27.18;
Is 11.2
te serão sujeitos, 
e tu pisarás os seus altos.
A morte de Moisés
O A Então, subiu Moisés das campinas de 
J i Moabe ao monte Nebo, ao cimo de 
Pisga, que está defronte de Jericó; e o 
Senh o r lhe mostrou toda a terra de Gileade 
até Dã;h
2 e todo o Naftali, e a terra de Efraim, e 
Manassés; e toda a terra de Judá até ao mar 
ocidental;'
3 e o Neguebe e a campina do vale de 
Jericó, a cidade das Palmeiras, até Zoar.i
4 Disse-lhe o Sen h o r : Esta é a terra que, 
sob juramento, prometi a A b r a ã o a b a ­
que' e a Jacóm, dizendo: à tua descendência 
a darei; eu te faço vê-la com os próprios 
olhos; porém não irás para lá.
5 Assim, morreu ali Moisés, servo do 
Sen h o r , na terra de Moabe, segundo a pala­
vra do Sen h o r .”
6 Este o sepultou num vale, na terra de 
Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém 
sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura.0
7 Tinha Moisés a idade de cento e vinte 
anos quando morreu; não se lhe escureceram 
os olhos, nem se lhe abateu o vigor.P
8 Os filhos de Israel prantearam Moisés 
por trinta dias, nas campinas de Moabe; en­
tão, se cumpriram os dias do pranto no luto 
por Moisés.?
9 Josué, filho de Num, estava cheio do 
espírito de sabedoria, porquanto Moisés im­
pôs sobre ele as mãos; assim, os filhos de 
Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o 
Senh o r ordenara a M oisés/
33.22 Dã. Como um leão ou serpente (Gn 49.17), Dã seria 
perigoso para os adversários. Muitos danitas, depois, migra­
ram para o extremo norte de Israel.
33.23 Naftali. Essa tribo foi favorecida por possuir uma bela e 
fértil região, especialmente na sua parte sul, junto às praias do 
mar da Galiléia.33.24,25 Aser. Território famoso por suas oliveiras. Ferrolhos. 
A referência é à proteção de Aser contra os inimigos vindos 
do norte. Paz. Uma melhor tradução seria força, heb dabha'.
• N. Hom. Deus como Rei: 1) Glória (2); 2) Amor (3); 3) Au­
toridade (2b ,3b -5 ). • N. Hom. Serviço: 1) Testado (8b);
2) Prestado (9); 3) Galardoado (8a,10,11).
Cap 3 4 Este capítulo final registra a história da morte de 
Moisés (1 -8 ) , a subentendida liderança de Josué (9), e a apre­
ciação da vida de Moisés (1 0 -1 2 ).
34.1 Pisga. Um nome comum que denotava um tipo particu­
lar de crista montanhosa. Várias "pisgas" são mencionadas na 
Bíblia.
34.2,3 Dessa elevada altura Moisés contemplou o mar da 
Galiléia (ao norte), o mar ocidental (Mediterrâneo), o sul do 
Neguebe (deserto do sul de Judá) e o vale do Jordão ao sul, 
até Zoar (antes localizada no fim do mar Morto, Gn 14.2).
34.7 Nem se lhe abateu o vigor, Moisés faleceu por ordem de 
Deus, não por velhice.
3 4 .9 -1 2 Estes versículos finais, provavelmente, foram escri­
tos por inspiração divina, após o tempo de Josué, sendo então 
adicionados ao livro de Deuteronômio.
34.9 A imposição de mãos simbolizava a transferência de po­
deres ou qualidades de um indivíduo para outro (cf Lv 16.21; 
Gn 48.14; At 6.6; 9.17; 1 T m 4.14).
DEUTERONÔMIO 34.10 304
10 Nunca mais se levantou em Israel pro­
feta algum como Moisés, com quem o 
Senh o r houvesse tratado face a faces,
11 no tocante a todos os sinais e maravi­
lhas que, por mando do Se n h o r , fez na terra
34.10 sEx 33.11
34.11 íDt4.34
do Egito, a Faraó, a todos os seus oficiais e a 
toda a sua terra;(
12 e no tocante a todas as obras de sua 
poderosa mão e aos grandes e terríveis feitos 
que operou Moisés à vista de todo o Israel.
3 4 .1 0 -1 2 Não se levantou profeta igual a Moisés até Cristo, 
que é o Grande Profeta predito por Moisés, cf 18 .15 -18 .
34.10 Face a face. Moisés comungava com Deus de um 
modo jamais experimentado por outro homem, mas isso não 
significa que via a face de Deus (4.15n; Êx 33.11,20; 
2 Cr 3.1 n). • N. Hom. Lições sobre Moisés: 1) Sua vida - 
notabilizou-se por suas relações com Deus (10), com o
mundo (11), e com o povo de Deus (12); 2) Seu pecado - 
isto nos mostra que o melhor dos homens é falivel, e que as 
conseqüências, ainda que de um único pecado, são sempre 
desastrosas (4; cf 32.51,52); 3) Sua morte (5) - mostra que 
Deus é imparcial em Seus juízos (10.17), e que o maior dos 
líderes humanos não é insubstituível.
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