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Tópicos de Contabilidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. João Paulo Lima Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). • Ativo Imobilizado – CPC 27 – IAS 16 • Redução ao Valor Recuperável de Ativos – CPC 01 (R1) – IAS 36 · Compreender como os bens do ativo imobilizado devem ser mensurados, reconhecidos e contabilizados com base no CPC 27 – Ativo Imobilizado. Além disso, tem-se por objetivo avaliar quando se deve realizar o teste de recuperabilidade (imparment) de acordo com o CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Para que você tenha um melhor aproveitamento nesta quinta unidade da disciplina Tópicos de Contabilidade, seguem algumas orientações de estudo. Inicialmente, é fundamental que você compreenda quais são os objetivos do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos e do CPC 27 – Ativo Imobilizado. Dessa forma, recomendamos que, além de ler o conteúdo teórico da unidade, leia as normas em questão na íntegra. As referidas normas estão indicadas no item materiais complementares. Ao longo da leitura do conteúdo teórico, você deve atentar para as importantes discussões acerca de como os bens que compõem o ativo imobilizado devem ser reconhecidos, mensurados e contabilizados e, também, em que situações o teste de recuperabilidade é aplicado. Após os estudos de todos esses itens, você estará preparado(a) para fazer as atividades desta unidade. Lembre-se de não deixar para estudar e fazer as atividades na última hora do vencimento dos prazos. Crie uma rotina de estudos e seja disciplinado(a). Isso é fundamental para o seu desenvolvimento profissional. Saudações virtuais! ORIENTAÇÕES Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). Contextualização Para iniciarmos esta unidade, convidamos você para emergir no Relatório Financeiro da Natura Cosméticos S.A. de 2015. Disponível em: http://goo.gl/EUBKKv Ex pl or Explore o referido relatório à procura de informações sobre o ativo imobilizado (CPC 27) e sobre a aplicação do teste de recuperabilidade (CPC 01) e, ao mesmo tempo, reflita sobre o conteúdo teórico desta unidade. Saudações virtuais! 6 7 Ativo Imobilizado – CPC 27 – IAS 16 O objetivo da norma IAS 16 (CPC 27) é prescrever o tratamento contábil para o imobilizado, de modo que os usuários das demonstrações financeiras possam extrair informações sobre o investimento de uma entidade em imobilizado e as mudanças nesse investimento. Reconhecimento O custo de um item do imobilizado só será reconhecido como um ativo se: a) For provável que os benefícios econômicos seguirão para a entidade; b) O custo puder ser mensurado de forma confiável. A IAS 16 não prescreve o que deve ou não ser reconhecido individualmente no imobilizado. É necessário utilizar-se de julgamento profissional para a definição dos critérios de reconhecimento. Custos iniciais A entidade pode adquirir itens do imobilizado por motivos ambientais ou de segurança. Esta aquisição, apesar de não aumentar diretamente os benefícios econômicos futuros de outros ativos do imobilizado existente, pode ser importante para que seja possível ter tais benefícios de outros ativos e, portanto, qualificam-se para reconhecimento como ativos. Porém, o valor contábil resultante desses ativos e seus correspondentes devem ser revisados quanto à redução ao valor recuperável. Custos subsequentes A entidade não deve reconhecer no valor contábil de um item do imobilizado os custos dos serviços diários do item. Esses custos, quando incorridos, devem ser reconhecidos no resultado. Partes de alguns itens podem exigir substituição. Uma entidade deve reconhecer o custo da substituição no valor contábil de um item do imobilizado quando esse custo é incorrido, se os critérios de reconhecimento forem atendidos. A realização de inspeções regulares de grande porte, em busca de falhas é uma condição de continuidade de operação de um item do imobilizado. Quando uma inspeção é realizada, seu custo deve ser reconhecido no valor contábil do item do imobilizado como substituição, se os critérios de reconhecimento forem atendidos. Se necessário, o custo estimado de uma inspeção similar no futuro pode ser utilizado como uma indicação de qual era o custo do componente de inspeção existente quando o item foi adquirido ou construído. 7 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). Mensuração no reconhecimento Todos os itens que atendam às regras de reconhecimento como ativo imobilizado devem ser mensurados inicialmente pelo custo. O custo de um item do imobilizado deve incluir: a) Seu preço de compra, inclusos impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre compras, após deduzir os descontos comerciais e reabates; b) Todo e qualquer custo diretamente atribuível para colocar o ativo no local e condição necessários para colocá-lo em funcionamento, conforme esperado pela administração; c) A estimativa do custo para desmontar e retirar o item de sua localização e restauração do local em que está situado, em cuja obrigação uma entidade incorre, seja quando o item é adquirido ou como consequência de ter usado o item durante um período específico, para fins que não sejam o da produção de estoques durante esse período. Exemplos de custos diretamente atribuíveis: a) Benefícios aos empregados decorrentes diretamente da construção ou aquisição do item do imobilizado; b) Custos de preparação do local; c) Custos de entrega inicial e manuseio; d) Custos de instalação e montagem; e) Custos de testes para confirmar se o ativo está funcionando adequadamente, após deduzir as receitas líquidas da venda de quaisquer itens produzidos ao colocar o ativo nesse local e condição (tais como as amostras produzidas ao testar o equipamento); e f) Honorários profissionais. Exemplo de custos que não devem se enquadrar como custos de um item do imobilizado: a) Custos de abertura de uma nova instalação (ou seja, custos pré-operacionais); b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (custos de publicidade e atividades promocionais, inclusive); c) Custos da realização de um negócio em um novo local ou com uma nova classe de cliente (custos de treinamento de pessoal, inclusive); e d) Custos administrativos e outros custos gerais. O reconhecimento do custo no valor contábil deve cessar quando um item do imobilizado está no local e condição necessários para que seja capaz de operar da forma que a administração deseja. Portanto, custos incorridos no uso ou reaplicação 8 9 de um item não devem ser incluídos em seu valor contábil. Exemplos de custos que não devem ser incluídos no valor contábil de um item do imobilizado: a) Custos incorridos enquanto um item, capaz de operar da forma pretendida pela administração, ainda tem de ser colocado em uso ou ser operado em capacidade inferior à total; b) Perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a demanda pela produção do item está sendo formada; e c) Custos de realocação ou reorganização de parte ou da totalidade das operações de uma entidade. Algumas operações ocorrem em conexão com a construção ou desenvolvimento de um item do imobilizado, mas não são necessárias para colocar o item no local e condição necessários para que seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Tais operações ocasionais podem ocorrer antes ou durante as atividades de construção ou desenvolvimento. Seus resultados são reconhecidos em resultado do exercícioe incluídos em suas respectivas classificações de receita e despesa. O custo de um item do imobilizado abrange o equivalente ao preço à vista na data do reconhecimento. Se seu pagamento for diferido além dos prazos normais de crédito, a diferença entre o equivalente ao preço à vista e o pagamento total deve ser reconhecida como despesa de juros ao longo do período deste financiamento. Um ou mais itens do imobilizado podem ser adquiridos em troca de ativos não monetários, ou uma combinação de ativos monetários e não monetários. O custo de tal item é mensurado pelo valor justo, a menos que: a) A transação de troca não possua substância comercial; ou b) O valor justo do ativo recebido ou do ativo concedido não possa ser mensurado de forma confiável. O item adquirido deve ser mensurado dessa forma, mesmo se a entidade não puder baixar imediatamente o ativo concedido. Se o item adquirido não for mensurado pelo seu valor justo, seu custo é mensurado pelo valor contábil do ativo que foi concedido. A entidade determina se uma transação de troca possui substância comercial, considerando até que ponto se espera que seus fluxos de caixa futuros mudem como resultado da transação. A transação de troca tem substância comercial se: a) A configuração (risco, época e valor) dos fluxos de caixa do ativo recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do ativo transferido; ou b) O valor específico da entidade da parte das operações da entidade afetada pela transação mudar, como resultado da troca; e c) A diferença em a) ou b) for significativa em relação ao valor justo dos ativos trocados. 9 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). O valor justo de um ativo para o qual não existam transações comparáveis no mercado é mensurável de forma confiável se: a) A variabilidade na faixa de estimativas de valores justos razoáveis não for significativa para esse ativo; ou b) As probabilidades de várias estimativas dentro da faixa puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas na estimativa do valor justo. Se a entidade for capaz de determinar de forma confiável o valor justo do ativo recebido ou concedido, então o valor justo do primeiro será usado para mensurar o custo do segundo, a não ser que o valor justo do ativo recebido for claramente mais evidente. O valor contábil de um item do imobilizado pode ser reduzido por subvenções governamentais. Depreciação A depreciação representa o consumo dos benefícios econômicos do ativo. Diversos fatores afetam o cálculo da depreciação, como por exemplo, a determinação da vida útil (tempo que o ativo irá trazer benefícios econômicos para a entidade), o cálculo do valor residual (valor estimado de venda do ativo ao final da vida útil), a definição do método de depreciação (padrão no qual os benefícios econômicos do ativo são consumidos). Valor depreciável e período de depreciação O valor depreciável de um item do imobilizado deverá ser alocado sistema- ticamente ao longo de sua vida útil. O valor residual e a vida útil deverão ser revisados ao menos no final de cada exercício social. A depreciação deve ser reconhecida mesmo se o ativo estiver com o seu valor justo excedendo o valor contábil. A condição para que a depreciação seja reconhecida é que seu valor residual não exceda o valor contábil. O valor depreciável deverá ser determinado após a dedução do valor residual do ativo. A depreciação deverá começar quando o ativo estiver disponível para uso e se encerrará quando o ativo se tornar ocioso ou for retirado de ativo em uso. Não só o uso, mas também outros fatores podem contribuir para a redução dos benefícios econômicos futuros de um item do imobilizado. São considerados na determinação da vida útil de um ativo: a) O uso esperado do ativo, que é avaliado por referência à capacidade ou produção física esperada; b) Desgaste físico natural esperado, que depende de fatores operacionais, tais como o cuidado e manutenção do ativo enquanto ocioso, o número de turnos nos quais este será utilizado e o programa de reparo e manutenção; 10 11 c) Obsolescência técnica ou comercial decorrente de mudanças na produção ou uma mudança na demanda de mercado pelo produto ou serviço resultante do ativo; d) Limites legais ou similares sobre o uso do ativo, como, por exemplo, datas de vencimento de arrendamentos relacionados. A utilidade esperada para a entidade é o que define a vida útil do item. A vida útil de um ativo pode ser mais breve que sua vida econômica (ou seja, a vida total que o ativo é capaz de produzir benefícios econômicos futuros) e sua estimativa é uma questão de julgamento, que depende da experiência da entidade com ativos similares. A entidade deve contabilizar separadamente terrenos e edificações. Terrenos quase sempre possuem vida útil ilimitada, logo, não são depreciados. Já edificações possuem vida útil limitada e são depreciadas. Método de depreciação Ao final de cada exercício social, o método de depreciação aplicado a um ativo deverá ser revisado e, em casos de mudança significativa no consumo dos benefícios econômicos futuros incorporados, o método deverá ser alterado. Há uma variedade de métodos que podem ser utilizados para definir a depreciação de um ativo, como, por exemplo, o método linear (também conhecido como método das quotas constantes), o método crescente ou decrescente, o método por fatores limitantes, entre outros. A entidade deverá selecionar o método que melhor reflete o padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros. Baixa do Ativo Imobilizado O valor contábil de um item do imobilizado será baixado: a) Na alienação; ou b) Quando não forem esperados benefícios econômicos futuros de seu uso ou alienação. A entidade deve incluir o ganho ou perda na baixa de um ativo de imobilizado em lucros e perdas quando o item for baixado. Os ganhos não serão classificados como receitas. A diferença entre as receitas líquidas obtidas na alienação e o valor contábil do item corresponde ao ganho ou perda na baixa de um item do imobilizado. A entidade deve reconhecer a contrapartida recebível por ocasião da alienação de um item do imobilizado inicialmente pelo valor justo. Caso o pagamento por este item for diferido, a contrapartida deve ser reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço à vista. A diferença entre o valor nominal da contrapartida e o equivalente ao preço à vista é reconhecida como receita de juros de acordo com a IAS 18, refletindo o rendimento efetivo sobre o recebível. 11 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). Agora, convidamos você a pesquisar diretamente no CPC 27 – Ativo Imobilizado –os requisitos de Divulgação exigidos na norma para os ativos que compõem o grupo Imobilizado. Disponível em: http://goo.gl/hlfYqq Ex pl or Redução ao Valor Recuperável de Ativos – CPC 01 (R1) – IAS 36 Este pronunciamento foi desenvolvido com vistas a assegurar que os ativos sejam registrados a seu valor recuperável. Isso significa que os ativos de uma empresa não poderiam ter seus valores representados maiores do que seu valor econômico para a entidade, seja em seu uso, seja pela sua venda. Uma questão que surge é a de como medir esse valor econômico, qual conceito de valor usar e como mensurá-lo. Existem muitas escolhas dentre valores de entrada e de saída. Pode-se usar, por exemplo, o valor de compra desse ativo, ou o de um ativo semelhante no mercado. Pode-se ainda, considerar o valor do ativo como fruto do valor que agregará à empresa ao ser usado por esta. Desse ponto de vista, surgiria do valor de seu fluxo de serviços para a entidade. Para se saber quanto um ativo vale para uma entidade, deve-se saber, por exemplo, quanto tempo ele será usado, qual o valor dos serviçosque prestará para a empresa e por quanto tempo. Além disso, como esse fluxo de benefícios será gerado ao longo e um período, deve-se descontar os valores gerados, considerando-se a data de sua ocorrência e uma taxa de juros que represente a taxa de oportunidade financeira para a empresa para escolha dentre alternativas cronológicas. Muitas vezes, ainda, não é possível, ou não faz sentido, medir o fluxo de benefícios de um ativo isoladamente. Deve-se, então, considerar a existência desse grupo de ativos como uma única unidade geradora de resultados e de caixa. Objetivo da norma Em linhas gerais, esse pronunciamento busca assegurar que os ativos estejam registrados ao valor que será obtido no tempo, considerando o período de uso na operação ou, conforme o caso, seu valor de venda. Esta norma estipula procedimentos para que, comprovando-se que o ativo esteja registrado por valor maior do que se poderá recuperar, se provisione a diferença e se reduza o valor do ativo ao seu valor efetivamente recuperável pela entidade. Deve ser notado que esse pronunciamento se aplica a todos os ativos ou conjunto de ativos relevantes relacionados a todas as atividades econômicas. 12 13 Alguns negócios, operações ou grupos de ativos, como ativos financeiros e estoques, exigem definições especiais no tocante à aplicação dos procedimentos para ajuste ao valor recuperável. Em suma, o objetivo do teste de recuperabilidade (impairment) é assegurar que o valor contábil líquido de um ativo ou grupo de ativos de longo prazo não seja superior ao seu valor recuperável, sendo este último o MAIOR entre o valor líquido de venda e o valor em uso. Visão geral do assunto Esta seção trata de como identificar um ativo na situação de desvalorização, e quais exceções devem ser testadas anualmente, independentemente da análise de indicação. Deve ficar claro que, caso não haja indicação de deterioração do ativo (com exceção para ágio e ativo intangível), não se necessita partir para a etapa de mensuração deles. No contexto da IAS36, ativo desvalorizado é aquele cujo valor contábil seja maior que o valor recuperável deteriorando. Esses indicadores, muitas vezes, exigirão grande dose de julgamento, por parte do contador. Em alguns casos, por exemplo, pode ser necessário ajustar vida útil remanescente, método de depreciação, amortização e exaustão ou mesmo de valor residual do ativo, sem que nenhuma perda por desvalorização seja reconhecida. A ideia é a de que esta análise dos indicadores de possível perda deva ser efetuada ao final de cada período de reporte, o que não necessariamente significa o fim do ano fiscal, ou ano societário, mas também as datas de relatório intermediários, o que implica, dependendo da entidade, testar os indicadores mais de uma vez ao ano. Defi nições O CPC 01 (IAS 36), que trata da redução ao valor recuperável, define alguns conceitos-chave, apresentados aqui como base nas mesmas definições, conforme expostas no corpo do CPC 01/2010. • Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas. • Unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa, entradas essas que são, em grande parte, independentes das entradas de caixa de outros ativos ou outros grupos de ativos. • Ativos corporativos são ativos, exceto ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), que contribuem, mesmo que indiretamente, para os fluxos 13 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). de caixa futuros tanto da unidade geradora de caixa sob revisão, quanto de outras unidades geradoras de caixa. • Despesas de venda ou de baixa são despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda ou à baixa de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa, excluindo as despesas financeiras e de impostos sobre o resultado gerado. • Valor depreciável, amortizável e exaurível é o custo de um ativo, ou outra base que substitua o custo nas demonstrações contábeis, menos seu valor residual. • Depreciação, amortização e exaustão é a alocação sistemática do valor depreciável, amortizável e exaurível de ativos durante sua vida útil. • Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. • Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável. • Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso. • Vida útil é: a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar um ativo; ou b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter do ativo. • Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um ativo ou de unidade geradora de caixa. Periodicidade do Teste de Recuperabilidade (Impairment) A IAS 36 (CPC 01 – R1) requer que o valor recuperável de um ativo seja mensurado sempre que houver indicação de perda de substância econômica do valor recuperável desse ativo. Entretanto, os seguintes ativos e/ou classe de ativos deverão ser testados para impairment pelo menos anualmente: a) ativos intangíveis de vida útil indefinida; b) ativos intangíveis ainda não disponíveis para uso; c) ágio gerado através de uma combinação de negócios, cujo fundamento econômico seja a expectativa de rentabilidade futura (goodwill). Embora não seja necessária a determinação do valor recuperável para todos os ativos anualmente (exceto para aqueles listados acima), a companhia deverá avaliar e documentar a existência ou não de indicativos de impairment a cada data de encerramento do exercício ou período contábil. 14 15 Essa avaliação deverá considerar pelo menos os seguintes aspectos: a) Fatores externos: (I) durante o período, o valor de mercado de um ativo diminuiu significativamente mais do que seria esperado como resultado da passagem do tempo ou do uso normal; (II) ocorreram durante o período ou irão ocorrer no futuro próximo alterações significativas com um efeito adverso na entidade, relativas ao ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal em que a entidade opera ou no mercado ao qual o ativo está dedicado; (III) as taxas de juros praticadas no mercado ou outras taxas de mercado de retorno de investimentos aumentaram durante o período e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto usada no cálculo do valor de uso de um ativo e reduzirão o valor recuperável do ativo; (IV) a quantia escriturada dos ativos líquidos da entidade é superior à sua capitalização de mercado. b) Fatores internos: (I) estão disponíveis evidências de obsolescência ou dano físico de um ativo; (II) alterações significativas com um efeito adverso na entidade ocorreram durante o período, ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto em que, ou na forma em que, um ativo seja usado ou se espera que seja usado. Essas alterações incluem planos para descontinuar ou reestruturar a unidade operacional a qual o ativo pertence; (III) existem evidências nos relatórios internos indicando que o desempenho econômico de um ativo é, ou será, pior que o esperado. Outros fatores que podem indicar a redução do valor recuperável de um ativo são: (I) redução da vida útil do ativo; (II) dispêndios de capital acima do planejamento para desenvolvimento do ativo; (III) gastos com manutenção excessivos e/ou acima do esperado; (IV) o ativo vem operando com capacidade ociosa; (V) oscilaçõesno ambiente político do país em que o ativo opera ou vende; (VI) a comparação entre os resultados orçados e os realizados daquele ativo apresenta distorções significativas; (VII) executivos e empregados chaves de uma determinada unidade geradora de caixa deixaram de trabalhar na companhia; (VIII) aumento de concorrência, entre outros. 15 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). É importante ressaltar que, embora a IAS 36 exija a mensuração do valor recuperável em bases pelo menos anuais, apenas para intangíveis de vida útil indefinida, intangíveis ainda não disponíveis para uso e goodwill, a formalização da análise da existência de indicativos é indispensável. A formalização da análise deve ser executada para todos os ativos que se enquadram no escopo da IAS 36 a cada encerramento de exercício e/ou período. O cálculo do valor recuperável desses ativos, exceto aqueles mencionados acima, é dispensado apenas se não forem identificadas razões que indiquem redução ao valor recuperável. Agora, convidamos você para pesquisar diretamente no CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos – os requisitos de Divulgação exigidos na norma. Disponível em: http://goo.gl/hlfYqq Ex pl or 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Caro(a) aluno(a), Para que você tenha a oportunidade de aprofundar os seus estudos na disciplina Tópicos de Contabilidade, seguem algumas indicações de livros recomendadas no Plano de Ensino da disciplina como bibliografia básica. Sites CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos CPC 27 – Ativo Imobilizado Recomendamos a leitura das normas emanadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tratadas nesta unidade. http://goo.gl/hlfYqq Leitura Curso de contabilidade avançada em IFRS e CPC ALMEIDA, M. C. São Paulo: Atlas, 2014. (e-book) Contabilidade avançada e internacional MULLER, A. N.; SCHERER, L. M. 3 ed. São Paulo : Saraiva, 2013. (e-book) Para consultar obras na nossa biblioteca virtual, você deve acessar a sua área do aluno e clicar no link ‘Biblioteca’, que está disponível no lado direito da página, especificamente no item ‘Links’. Após clicar no link ‘Biblioteca’ você será direcionado(a) para a página de todas as bases virtuais disponibilizadas para nossos alunos. Os e-books recomendados estão em ‘Documentos Eletrônicos’, especificamente no link: ‘E-books – Minha Biblioteca’. Pronto! Basta clicar nesse link que você será direcionado(a) para a base adequada. Ao carregar a página dessa base, você deve localizar as obras recomendadas na ‘lupa’, que está disponível no canto direito superior da página. Dica: ao acessar o ‘E-books – Minha Biblioteca’, clique no item ‘Administrar’ no canto direito superior e, depois, clique no subitem ‘Atualizar Biblioteca’. Sempre faça isso ao acessar essa biblioteca virtual. Dessa forma, as obras novas não ficarão fora das pesquisas que você realizará. 17 UNIDADE Ativo Imobilizado (CPC 27) e Redução ao Valor Recuperável de Ativos (CPC 01). Referências CARVALHO, L. N.; LEMES, S.; COSTA, F. M. da (Colab.). Contabilidade internacional: aplicação das IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2011. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico: CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Disponível em: http://www. cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico: CPC 27 – Ativo Imobilizado. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/ Documentos-Emitidos/Pronunciamentos FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS; IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações: (aplicável para as demais sociedades). 7. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2010. GLAUTIER, M. W. E.; UNDERDOWN, B. Accounting: theory and practice. 7th ed. Harlow: Prentice-Hall, 2001. HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. Van. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999. SCHMIDT, P.; SANTOS, J. L.; FERNANDES, L. A. Contabilidade internacional avançada. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. NIYAMA, J. K. Contabilidade internacional: causas das diferenças internacionais, convergência contábil internacional, estudo comparativo entre países, divergências nos critérios de reconhecimento e mensuração, evidenciação segundo FASB e IASB. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 18