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Bruno Santos Silva – 5º semestre Odontologia – FAINOR 2019.1 MOVIMENTOS MADIBUALARES - OCLUSÃO Os movimentos que ocorrem principalmente durante a mastigação, fala e deglutição. Os movimentos como bruxismo e apartamento são chamados de movimentos parafuncionais (não- fisiológicos, são prejudiciais ao indivíduo). Objetivos dos movimentos em oclusão dentária: • Entender que a oclusão, depende não somente dos dentes, mas também, desses movimentos, assim, a oclusão não pode ser definida como uma relação estática, e sim, dinâmica; • Realizar procedimentos clínicos (próteses, restaurações, coroas e implantes): deve-se ter conhecimento sobre os movimentos, uma que vez que, estes influem no resultado final do tratamento; • Montagem de dentes artificias; • Selecionar e ajustar registros e a articuladores; • Entender distúrbios e mobilidade mandibular e patologias da ATM. Fatores que regulam os movimentos mandibulares: • Sistema neuromuscular: por meio da movimentação dos músculos, sendo que osso é uma estrutura estática, depende totalmente desse sistema para se movimentar; • Estruturas ósseas e os dentes que guiam os movimentos: os côndilos e as guias dos dentes que se contatam conduzem o movimento e o modificam, uma vez que, estes são limitados por ligamentos no sistema neuromuscular. Principais posições mandibulares: • Posição de repouso; • Relação cêntrica; • MIH (máxima intercuspidação habitual). Movimentos mandibulares: são 4 movimentos distintos, que podem se combinam ou não: Rotação: rotação pura, abertura e fechamento. Acontece quando há a separação dos incisivos (20 a 25mm), o côndilo só rotaciona: - Acontece em torno de eixos imaginários: ▪ Eixo horizontal: abertura como em uma dobradiça. Abertura e fechamento da boca; ▪ Eixo vertical: Durante uma excursão lateral; ▪ Eixo sagital: acontece quando um côndilo abaixa durante uma excursão lateral Na rotação, os côndilos, são independentes, por exemplo, quando um rotaciona, o outro pode estar parado. Laterotrusão/lateralidade: um côndilo rotaciona enquanto o outro côndilo translada. Um dos côndilos gira um pouco e outro sai do lugar, vai para baixo, para frente, para dentro, em direção a linha média: Envolve um lado de trabalho (côndilo laterotrusivo) e um lado de balanceio (côndilo mediotrusivo). Um côndilo volta-se para linha média, enquanto o outro para a lateral da linha média; ▪ Lado de trabalho: lado para qual a mandíbula está se movimentando, onde as cúspides vestibulares inferiores, se alinham as cúspides vestibulares inferiores. É uma rotação mandibular pura (sem movimento de bennet). Quando incorporado ao movimento de bennet: o côndilo de balanceio desce, a mandíbula desloca-se lateralmente, para então descer. Esse movimento acontece, devido a uma diferença anatômica, que faz com que o indivíduo tenha uma parede da fossa mais distante e quando ele for fazer lateralidade, ao invés do côndilo descer e realizar a guia canina, a mandíbula se desloca lateralmente e depois desce. ▪ Função em grupo: toques nos caninos, pré-molares e cúspides mésio-vestibular dos primeiros molares; ▪ Guia canina: melhor desoclusão em lateralidade devido à proporção coroa/raiz do canino, por este estar envolto por um uso denso e compacto e tolerar melhor as forças do que o osso medular ao redor dos dentes posteriores (pilar canino). ▪ Lado de balanceio: importante que não haja contatos dentários desse lado, pois estes são danosos ao sistema mastigatório. - Movimento de Bennet: é um deslocamento exclusivamente lateral da mandíbula, antes que aconteça a desoclusão do canino. Protusão: ambos os côndilos vão para frente-translação; Transdução: movimento exclusivamente lateral, movimento de bennett. Translação: o côndilo sai do lugar. É dado pela guia incisiva/ guia anterior: acontece quando a face vestibular dos incisivos inferiores, desliza sobre a cavidade palatina dos dentes posteriores, tocando borda incisal superior com borda incisal inferior desocluindo todos os dentes demais. Movimento: protusão Mastigação: acontece em três fazes: 1. Abertura: durante a qual se da a depressão da mandíbula; 2. Fechamento: durante a qual a mandíbula é elevada; 3. Intercuspidação (máxima intercuspidação habitual ou oclusão cêntrica). O trajeto da mandíbula durante a mastigação é denominado de ciclo mastigatório. O trajeto de qualquer ponto do arco durante a mastigação tem tipicamente a forma de uma gota d’água quando visto no plano frontal ou sagital ** Os movimentos mandibulares são limitados por ligamentos, pelas superfícies articulares da ATM e a morfologia e alinhamento dos dentes ** Movimentos bordejantes: são representados pela faixa externa: ▪ São movimentos que acontecem através dos limites externos do movimento, são limites reprodutíveis que são detectados; ▪ A palavra bordejante, vem de borda, e borda está relacionado a limite; ▪ O movimento bordejante está relacionado com o tanto que a boca abre ao máximo, sendo limitado por estruturas anatômicas; ▪ Ex: abertura de boca máxima e protusão máxima. Movimentos não bordejantes: são representados aos movimentos livres de mandíbula, dentro dos limites externos do movimento, durante a fala e mastigação. Envelope de movimento de Posselt: Bruno Santos Silva – 5º semestre Odontologia – FAINOR 2019.1 ▪ Na abertura da boca, a partir da posição de RC, até os primeiros 25mm de movimento, a mandíbula realiza o movimento de rotação puro, em torno de um eixo horizontal. No envelope é chamado de ET: eixo terminal de rotação da mandíbula de abertura ou fechamento +/- 25mm; ▪ Movimento máximo de abertura da boca: bordejante, sendo aproximadamente 50mm; ▪ Arco de translação (AT): qualquer movimento adicional de abertura a partir da posição AMR (abertura máxima de rotação), para a posição AM (abertura máxima) +/- 50 mm; ▪ O arco habitual de abertura ou fechamento da mandíbula é desenhado em linha pontilhada, da posição de abertura máxima (AM) para a posição R (repouso fisiológico): o EFL = DVR – DVO. ▪ OC (oclusão cêntrica) corresponde a máxima intercuspidação habitual (MIH): é a posição onde ocorre o maior número de contatos dentários, não importando a posição dos côndilos; ▪ R: repouso; ▪ A distância da MIH para a R é de 3mm (EFL); ▪ A má-oclusão deflectiva é o toque de deslize que ocorre entre a O.R.C e a O.C, também chamada de deslize em cêntrica; ▪ A linha que conecta as posições OC e TT (topo a topo) representa a guia incisal ou desoclusão anterior; ▪ Em uma oclusão normal, classe I, a borda vestíbulo-incisal dos incisivos inferiores, tocam a concavidade palatina dos incisivos superiores no movimento de protusão; ▪ O trajeto da posição TT, até a posição PM (protusão máxima) é ditada pela relação dos dentes posteriores em oclusão e a separação vertical permitida pelo ângulo da eminência quando os côndilos vão para baixo em seu trajeto de protusão. Esta extensão do trajeto bordejante anterior é limitado pelos ligamentos e pelo comprimento da musculatura, já que estão relacionados ao conjunto dos côndilos com seus respectivos discos articulares. Considerações finais: ▪ O envelope de movimentos de posselt representa as bordas ou limites de movimentos mandibular para a média da população dentada; ▪ É difícil, se não impossível, registrar o envelope pode um paciente com disfunção estomatognática ou síndrome da disfunção da ATM aguda; ▪ Para desenhar as bordas do envelope de movimentos de posselt realmente reproduzível,devemos ter paciente assintomático e com neuro-musculatura relaxada.