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O monstro da mamadeira
Foram 37 dias na prisão, O drama de Daniele Toledo, que ganhou o apelido de monstro da mamadeira, após ser acusada injustamente de matar a filha de 1 ano com cocaína. Um teste preliminar base de reagentes químicos detectou cocaína no corpo da bebê. Pouco tempo depois, novos exames deram negativo para cocaína, inocentando a acusada.
Daniela Toledo não teve direito de se defender, A história deixa qualquer pessoa chocada pela falta de justiça, falta de respeito com o próximo e abusos de autoridades. Eu fiquei impressionada e com a sensação de injustiça que fizeram com Daniele. Nem garantiram seus direitos constitucionais, direitos que todo ser humano tem direito.
Daniele foi parar atrás das grandes sem provas concretas, sem direito de despedir, velar e enterrar sua filha Victória. Foi chamada de assassina logo que a filha faleceu, assustada com a dor enorme pela perda da filha. Não deram o direito de Daniela falar com a família de constituir um advogado, parte da mídia julgou, condenou e a transformou em um monstro, o delegado induziu ela no depoimento. As 19 de tentas da Cadeia Pública de Pindamonhangaba não perdoaram quando souberam pela TV que a companheira de cela havia matado a filha, chamada Victoria.
Com a sola de um chinelo, martelaram toda uma caneta Bic no meu ouvido. A caneta quebrou dentro de mim. Eu sentia o sangue escorrendo quente pela minha orelha. Com o outro ouvido, escutava a gritaria das presas nas outras celas, fora de si, querendo morte. O espancamento de Daniele resultou na fratura do seu maxilar, escápula e clavícula. Além do traumatismo intracraniano e rompimento do nervo e do óptico do ouvido.
Provavelmente Daniele foi vítima de uma grande armação, já que ela havia denunciado um estudante de Medicina que a teria estuprado no mesmo hospital em que sua filha se tratava. Ele era filho de um cara influente. E Daniela sofreu pressão do hospital para mudar seu depoimento, como ela não mudou. Se acusassem como assassina da filha, a história do estupro ia desaparecer.
Notícias da G1
A Justiça absolveu a mulher acusada de colocar cocaína na mamadeira da filha, de um ano e três meses, morta em outubro de 2006, em Taubaté, a 140 km de São Paulo. A decisão foi tomada na sexta-feira (29) pelo juiz Marco Antonio Montemór, da Vara Criminal de Taubaté.
 
O próprio promotor do caso alegou que as provas produzidas contra a mãe da criança, Daniele Toledo do Prado, não sustentavam as acusações iniciais.
 
Daniele ficou presa por 37 dias em 2006, suspeita da morte da filha Vitória. Ela chegou a ser espancada na prisão. Análises preliminares feitas pela policia no mesmo dia da morte, apontaram a presença de cocaína na mamadeira e na boca da menina. Daniele só foi solta depois que o resultado definitivo do Instituto Médico-Legal (IML) descartou a hipótese.
 
Na decisão, o juiz alega que "não se comprovou que a criança Vitória morreu em decorrência de intoxicação grave (overdose) de cocaína; não se comprovou, também, que a mãe tenha, de fato ou presumivelmente, ministrado a consumo de sua filha que não fosse alimentação ou remédios prescritos em seus atendimentos".
 
Montemór diz ainda que nenhuma ação ou omissão por parte da mãe tem relação com a morte da criança, que ainda tem causa desconhecida.
O livro Tristeza em pó.
O livro “Tristeza em Pó“, escrito por Daniele, narra a sua história, seu amor por sua filha e tudo que sofreu desde a morte da criança – o cárcere, as agressões, o isolamento, o assassinato de reputação, o medo, as sequelas físicas, a saudade da filha, a depressão. Contando com manuscritos de cartas e anotações de Daniele durante o tempo que ficou presa, 37 dias, o livro é um retrato duro da injustiça sofrida por ela. Durante este tempo, a investigação revelou que o resultado positivo do exame blue test para cocaína na mamadeira da criança havia sido um falso positivo e era, de fato, o remédio que Daniele dava à filha todos os dias, com prescrição médica. Até hoje Daniele não sabe o que matou sua Victória.
Tristeza em pó é um livro cru. A narração de Daniele, ao mesmo tempo que nos captura pela singeleza de alguns momentos, nos dá ânsia e desespero pela crueldade e injustiça do que ela viveu. Diferentemente de ler uma das muitas matérias de jornal que foram feitas a respeito de Daniele, antes e depois de ser provada sua inocência, seu relato é devastador porque é íntimo, afetuoso, ainda que cru – o tipo de livro que você não sabe se quer parar de ler ou ler até o fim, de uma só vez, para garantir que a voz e a vida de Daniele e Victória reverberem pelo mundo.
Se existem monstros nesta história, nenhum deles é Daniele. Eles são a mídia, que ajudou (e muito) a condená-la antes mesmo de qualquer julgamento; o sistema judiciário brasileiro, que dia após dia nos dá uma série de relatos e histórias que provam o quanto ele é injusto, seletivo e incapaz de garantir direitos; o hospital público que, em face à denúncia de uma mulher estuprada, fica do lado do estuprador e, por medo ou covardia, nega atendimento a uma usuária que necessita do serviço de saúde; e nós que, ao ligarmos a televisão pra assistir o Datena falar besteiras, compramos sem pestanejar seu discurso que, muito mais do que um conjunto de palavras grosseiras, são uma sentença que destrói a vida de alguém.

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