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Aula 1 Histórico e evolução de Engenharia Geotécnica e Mecânica dos Solos CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS Disciplina Mecânica dos Solos I Curso de Engenharia Civil Profª Karina S F Pinheiro Mestre em Engenharia de Minas - UFCG Esp. em Gestão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – UEMA Esp. em Geotecnia de Obras de Engenharia - NAVIGARE Índice ▪ Introdução ▪ Histórico da Engenharia Geotécnica e Mecânica dos Solos ▪ Relação da Mecânica dos Solos com outras Ciências ▪ Principais riscos no campo de uma construção ▪ Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos ▪ Definição de Mecânica dos Solos ▪ Objetivo da Mecânica dos Solos Introdução ➢Necessidade do homem trabalhar o solo – Civilizações antigas ➢ Problemas com fundações e obras de terra Introdução ▪ Os templos da Babilônia ▪ Grande Muralha da China ▪ Aquedutos e estradas do Império Romano. Histórico • Século XVII – primeiros trabalhos sobre o comportamento quantitativo dos solos: Vauban (1687), dentre outros. ➢Admitem os solos como "massas ideais de fragmentos", atribuindo-lhes propriedades de material homogêneo e estudando-os mais de um ponto de vista "matemático“ do que "físico". Histórico • Com base na ênfase e na natureza do estudo na área da engenharia geotécnica, o espaço de tempo entre 1700 a 1927 pode ser dividida em quatro períodos principais (SKEMPTON, 1985): • Pré-clássico (1700 a 1776 d.C) • Mecânica dos solos clássicas – Fase I (1776 a 1856 d.C) • Mecânica dos solos clássica – Fase II (1856 a 1910 d.C) • Mecânica dos solos moderna (1910 a 1927 d.C) Histórico Pré-clássico: Período entre 1700 a 1776 – estudos relacionados a encostas naturais, pesos específicos de vários tipos de solo e teorias semiempíricas de empuxos de terra. ➢ Em 1717: Estudos da inclinação do solo por Henri Gutier para construção de muros de arrimos. Inclinação natural que hoje chama-se ângulo de repouso. Histórico Murro de arrimo ou contenção Ainda no período entre 1700 a 1776 : Em 1746: François Gadroy, observou plano de escorregamento no solo e ruptura, na construção de um murro de arrimo, através de ensaios em um modelo de muro com 76 mm de altura. Histórico Histórico ➢ Em 1776: Coloumb, utilizando o principio de cálculo de máxima e mínima para determinar a posição exata de uma superfície de deslizamento no solo atrás de um muro de arrimo. Lei de atrito e coesão para corpos sólidos. Posteriormente estudado como Resistência ao Cisalhamento do Solo. ➢ Em 1790: Gaspar Clair incluiu a teoria de Coloumb em seu livro “ Nouvelle Architecture Hydraulique”. ➢ Entre 1520 a 1840: Claude Henri, Victor Poncelet, dentre outros estudaram e ampliaram a teoria de Coloumb, nos estudos de arrimos verticais e inclinados. ➢ Em 1846: Alexandre Collin estudou sobre o deslizamento de encostas de argila, cortes e dique. Em todos os casos estudados “as rupturas ocorreram quando a coesão mobilizada excede a coesão existente do solo” ➢ Em 1857: William Rankine, elucidou questões relacionadas a empuxo de terra e equilíbrio de massa de terra. Versão simplificada da teoria de Coloumb. Fazer I: Período entre 1776 a 1856 – grande contribuição de estudos geotécnicos vindos dos engenheiros e cientistas da França. Admitem os solos como "massas ideais de fragmentos", atribuindo- lhes propriedades de material homogêneo e estudando-os mais de um ponto de vista "matemático“ do que "físico". Fase II - Período entre 1856 a 1910: realização de muitos ensaios laboratoriais ➢ Em 1856: Henri Darcy realizou ensaios de permeabilidade com filtros de areia. Definiu o termo “coeficiente de permeabilidade” ou “condutividade hidráulica” do solo. ➢ Destaque para Howard Darwin com estudo de tombamento de paredes articuladas contendo areia nos estados fofos e compacto. ➢ Joseph Boussinesque, teorias sobre distribuição de tensões sob areia carregadas em um meio homogêneo, semi-infinito, elástico e isotrópico. Histórico Fase II - Período entre 1856 a 1910: realização de muitos ensaios laboratoriais ➢ Em 1856: Henri Darcy realizou ensaios de permeabilidade com filtros de areia. Definiu o termo “coeficiente de permeabilidade” ou “condutividade hidráulica” do solo. ➢ Destaque para Howard Darwin com estudo de tombamento de paredes articuladas contendo areia nos estados fofos e compacto. ➢ Joseph Boussinesque, teorias sobre distribuição de tensões sob areia carregadas em um meio homogêneo, semi-infinito, elástico e isotrópico. Histórico Mecânica dos Solos Moderna - Período entre 1910 a 1927: realização de muitos ensaios laboratoriais ➢Albert Atemberg, explicou a consistência de solos coesivos definindo os limites de liquidez, de plasticidade e de contração. ➢Arthur Bell, trabalhou no projeto e na construção da muralha litorânea de Rosyth Dockyar. Desenvolveu estudos de relação entre a pressão lateral e a resistência da argila, capacidade de carga de fundações rasas em argila. ➢Wolmar Fellenius, desenvolveu a análise do círculo de deslizamento em taludes de argila saturada. ➢ Karl Terzaghi: desenvolveu a “Teoria de adensamento para argilas” como conhecemos hoje. Publicada em 1925 no livro Erdbaumechnik. Histórico Mecânica dos Solos Moderna - Período entre 1910 a 1927: realização de muitos ensaios laboratoriais Histórico Em 1913 – grandes acidentes preocuparam American Society of Civil Engineers ➢ Foi formada a Comissão Geotécnica Sueca ❑ Exprimir quantitativamente as propriedades dos solos, estabelecendo ainda sua classificação e dando ênfase à importância das partículas coloidais dos solos. ❑ Método sueco de verificação da estabilidade de taludes O Canal do Panamá é uma passagem para navegação de navios, criada pelos americanos com 77,1 quilômetros de extensão, localizado no Panamá e que liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico. Desde que foi criado o canal é uma travessia chave para o comércio marítimo internacional. Canal do Panamá em 1913 Fonte: https://www.wdl.org/pt/item/3317/ Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/172745/Canal-do-Panamá-O-passo-das- Américas-se-alarga.htm CANAL DO PANAMÁ Canal de Kiel. O canal de Kiel (em alemão: Nord-Ostsee-Kanal), até 1948 conhecido como Canal Imperador Guilherme, é um canal artificial de 98 quilômetros de extensão situado na Alemanha, Bundesland (estado) de Schleswig-Holstein. Liga o mar do Norte, em Brunsbüttel, até o mar Báltico, em Kiel-Holtenau. Histórico Em 1.173 - A torre de Pisa iniciou sua construção. Sua estrutura pesa aproximadamente 15.700 toneladas métricas e é suportada por uma base de 20 m de diâmetro. Inclinou antes para leste, o norte, o oeste e, finalmente, para sul. Pesquisas recentes mostraram que existia uma fraca camada de argila a uma profundidade de cerca de 11 metros abaixo da compressão de superfície do terreno, o que causou sua inclinação da torre. Histórico Século XVIII – surgiu os termos técnicos oficiais de engenharia, o entendimento geotécnico como se conhece hoje (SKEMPTON, 1985). ➢Durante anos, a arte da engenharia geotécnica foi baseada apenas em experiências passadas por meio da sucessão de experimentos, sem qualquer característica científica real. Muitas construções desmoronaram outras estão firmes até os dias de hoje. Século XX – devido a problemas e soluções mal sucedidas pelo “estudo clássico do solo” inaugura-se o período atual do estudo dos solos. ➢que se caracteriza essencialmente por um desenvolvimento baseado em dados fornecidos pela experiência e pela observação interpretada dos fenômenos, como eles efetivamente passam na natureza. “PERÍODO ATUAL DE ESTUDO DOS SOLOS”. Histórico Em1925 – publicação da obra de Karl Terzghi “Mecânica dos Solos” ➢ Estudo do comportamento dos solos: fase sólida granular e uma fase líquida Em 1936 – obra publicada no Primeiro “Congresso Internacional de Mecânica dos Solos e Fundações”, em Harvard. "A instalação deste Congresso foi um acontecimento de significação invulgar. Representa o primeiro Conselho Internacional na perpétua guerra da engenharia civil contra as forças traiçoeiras da natureza, ocultas na terra. Participação marcante do professor ARTHUR CASAGRANDE. Dentre os numerosos trabalhos publicados por Terzaghi: • O Theoretical Soil Mechanics, que data de 1943 e, em colaboração com Ralph Peck • O livro Soil Mechanics in Engineering Practice, publicado em 1948, atualmente em revista. Congressos Brasileiros de Mecânica dos Solos: em Porto Alegre (1954), Recife e Campina Grande (1958), Belo Horizonte (1966), Rio de Janeiro (1970), São Paulo (1974), Rio de Janeiro (1978), Recife (1982) e Porto Alegre (1986). Histórico Relação da Mecânica do Solo com outras Ciências Requisito prévio para o projeto de qualquer obra, sobretudo se de vulto (barragem, túnel, corte, aterro), o conhecimento da formação geológica local, estudo das rochas, solos, minerais que o compõem, bem como a influência da presença da água sobre ou sob a superfície da crosta Em se tratando de solos e rochas, a heterogeneidade é a regra, a homogeneidade a exceção. Relação da Mecânica do Solos com outras Ciências Tais estudos são, de fato, indispensáveis, para se alcançar a "boa engenharia", isto é, aquela que garante a necessária condição de segurança e, também, de economia. Relação da Mecânica do Solos com outras Ciências PetrografiaMineralogia Mecânica dos Solos PedologiaGeologia Estrutural Geomorfologia Geofísica Hidrologia Metereologia Hidrogeologia A Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da mecânica e da hidráulica aos problemas de engenharia relacionados com os sedimentos e outros depósitos não consolidados de partículas sólidas produzidas pela desintegração mecânica ou química das rochas, prescindindo do fato de conterem ou não elementos constituídos por substâncias orgânicas" Principais ricos no campo de uma construção Um dos maiores riscos que se pode correr no campo de Engenharia de Construções é iniciar uma obra sem um conhecimento tão perfeito quanto possível do terreno (rocha ou solo) de fundação Riscos principais no campo de uma construção Riscos principais no campo de uma construção 1. Proprietário 2. Projetista 3. Construtor 4. Meio Ambiente Ao primeiro, para que não haja desperdícios de recursos financeiros; ao segundo, adotando adequados métodos de cálculo, com prudentes e conservadores coeficientes de segurança; e ao terceiro, aprimorando os seus construtivos e, métodos no momento oportuno, alertando o projetista para ocorrências não previstas nos estudos iniciais. Ricos a vidas e ao meio ambiente. “Construção e sustentabilidade”. Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos Os problemas que se apresentam no projeto e execução das fundações e obras de terra, distinguem-se em dois tipos fundamentais: os que se referem a deformações do solo e os que consideram a ruptura de uma massa de solo. Recalques Tensões a qual o solo esta submetido: empuxos de terra e deslizamento de massas a) Qual a fundação mais adequada: superficial ou profunda? Estaca ou tubulão? Que tipo de estaca: de madeira. de concreto ou metálica? Pré-moldada ou moldada in loco? Com que carga máxima admissível? Haverá recalques? Uniformes ou diferenciais? Qual o valor tolerável para uma estrutura isostática? E se for hiperestática? Qual a ·sequência executiva? Será necessário rebaixar o nível de água? Haverá perigo para as fundações vizinhas? b) Na execução de um aterro. que altura máxima ele poderá alcançar? Em que condições de compactação e umidade? E as inclinações dos taludes? E quanto à sua proteção, qual o recurso a usar? Qual o recalque previsto? Em que tempo ocorrerá? c) Qual o tipo de pavimento para uma estrada ou um aeroporto? Rígido ou flexível? E as espessuras das camadas que o compõem? E o grau de compactação a se aplicar? Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos d) Nas estruturas de sustentação ou de retenção, que tipo de obra deve ser usado? Muros, paredes moldadas no solo ou cortinas de estacas-pranchas? Que tipo de estaca prancha? Qual a distribuição das pressões? Qual a ficha? E a posição da ancoragem? Com que comprimento? Qual o sistema de fixação no extremo do tirante? Qual o tipo de drenagem a adotar? e) Quais as dimensões mais econômicas e seguras de uma barragem de terra? Quais deverão ser suas características de resistência e permeabilidade? Que perdas por infiltração poderão ocorrer através da sua fundação e/ou do seu corpo? O "fenômeno da Mecânica dos Solos tem que ser conhecido em sua totalidade geológica, física e técnica; neste sentido, a Geotécnica, combina uma Geologia, mais observada do ponto de vista físico, e uma Mecânica dos Solos, mais ligada aos problemas geológicos" Problemas na Engenharia Civil x Mecânica dos Solos A Geotecnia é o ramo da Engenharia que agrupa as disciplinas científicas que se ocupam da caracterização e comportamento dos terrenos: a Geologia de Engenharia, a Mecânica dos Solos e a Mecânica das Rochas. Neste contexto, e procurando diferenciar o âmbito de atuação de cada uma delas, competirá, segundo Oliveira (1986): • à Geologia de Engenharia explicar a gênese dos terrenos, fazer a sua descrição qualitativa e a sua caracterização quantitativa (tanto quanto possível), tendo em conta os problemas de engenharia a resolver e os impactes ambientais por eles criados. • à Mecânica dos Solos e à Mecânica das Rochas as tarefas de análise da estabilidade dos terrenos (respectivamente, terrosos para a primeira e rochosos para a segunda) e o projeto de estruturas que impeçam a sua instabilização ou garantam a sua estabilidade face às solicitações previsíveis. Objetivo: O objetivo da Mecânica dos Solos é substituir, por métodos científicos, os métodos empíricos de projeto, aplicados, no passado, na engenharia de fundações e obras de terra. Mecânica dos Solos depende de todas as ciências básicas da engenharia civil e vincula-se, diretamente com a Mecânica dos Fluidos, a Reologia e a Resistência dos Materiais. Curiosidades! Simpósio GEONE 2019 Bibliografia! Softwares! http://www.suportesolos.com.br/blog/determinao-do-teor-de-umidade-ensaios-geotcnicos/65/ http://www.civilnet.com.br/ENGCIVIL-MECANICA-DOS-SOLOS.html http://uberupload.online/pt/download/craig_mec_nica_dos_solos.zip https://www.youtube.com/watch?v=n_OUu3YN7DE Sites interessantes O engenheiro deve ter sempre presente que está tratando com material (o TERRENO) extremamente complexo, que varia de lugar para lugar e que, em geral, não pode ser observado em sua totalidade, mas, tão- somente, através de amostras (ainda assim susceptíveis a alterações quando de sua extração do maciço) ou de ensaio in loco. Mais ainda, o seu comportamento é função das pressões com que é solicitado, bem como depende do tempo e do meio físico, não possuindo uma definida relação tensão-deformação (CAPUTO, 1996). Deus ajuda a quem se ajuda! Como? Estude. OBRIGADA! Karina S. F. Pinheiro 98- 999911905 karinapinheiro@professor.uema.br karina17.uema@gmail.com ENGENHARIA CIIVIL UEMA 5 5