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1 Introduc¸a˜o O mecanismo utilizado no experimento e´ um girosco´pio como esse: Figura 1: Girosco´pio Para a ana´lise, consideraremos os eixos x, y e z como na figura 1. Pode-se perceber que ele e´ capaz de girar quase livremente em torno do eixo vertical, do eixo horizontal e do eixo de rotac¸a˜o do disco. Sabemos que para que este esteja em equil´ıbrio e´ necessa´rio que as resultantes das forc¸as e dos torques atuantes sejam nulas. Logo, quando na˜o ha forc¸as externas atuando, o momento linear e angular do girosco´pio sa˜o fixos. Se o disco esta´ girando em torno de si mesmo e o sistema esta´ em equil´ıbrio, o momento angular aponta na direc¸a˜o do eixo y. Ao colocarmos um peso mg em alguma das extremidades de um girosco´pio em equil´ıbrio com o disco girando, teremos uma forc¸a peso na direc¸a˜o −z que criara´ um torque no sistema. Sobre o torque, podemos descreveˆ-lo seguinte as duas igualdades: ~τ = ~r × ~F (1) ~τ = d~L dt (2) Onde ~F e´ a forc¸a aplicada, ~r e´ o vetor da distaˆncia entre o ponto de origem e a forc¸a, e d ~L dt e´ o vetor da variac¸a˜o do momento linear em relac¸a˜o ao tempo. 1 Figura 2: Regra da ma˜o direita Utilizando a regra da ma˜o direita e a equac¸a˜o (1), determinamos a direc¸a˜o do torque, como mostrado na figura 2. Pela equac¸a˜o (2), podemos ver que o torque e a variac¸a˜o do momento linear tem a mesma direc¸a˜o, no caso, perpendicular ao eixo y. Isso dara´ origem ao movimento de precessa˜o, onde o disco girara´ em torno do eixo z. Denominaremos por Ω a velocidade de precessa˜o. Figura 3: Movimento de Precessa˜o Isso encerra a ideia por tra´s da parte qualitativa do experimento. A seguir analisaremos a teoria da parte quantitativa, e como determinar o momento de ine´rcia de duas formas diferentes. A primeira forma de determinar I sera´ por meio da conservac¸a˜o de energia mecaˆnica do sistema. Para calcula´-la, colocaremos um peso mg suspenso por uma corda enrolada em uma polia junto ao disco de raio R, e o peso ficara´ a` uma altura H do cha˜o, como na figura 1 (legenda 7). Assim, inicialmente a energia do sistema sera´ a energia potencial do peso, e ao final essa energia sera´ convertida em energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco e energia cine´tica de translac¸a˜o do peso: mgH = Iω2 2 + mv2 2 (3) Como v = ωr, temos: 2 mgH = 1 2 (I +mr2)ω2 (4) Reescrevendo a equac¸a˜o em termos do per´ıodo T = 2pi ω : 1 T 2 = mgH 2pi2(I +mr2) (5) Logo, por meio do per´ıodo do disco apo´s ele ter sido acelerado pelo peso solto, utilizamos a equac¸a˜o (5) para achar o momento de ine´rcia. A segunda forma de calcular o momento de ine´rcia e´ por meio da velocidade angular de precessa˜o. Agora, colocando o peso na extremidade oposta ao disco, como na figura 3, e utilizando da equac¸a˜o (1), podemos ver que, se o girosco´pio gira sem atrito, apenas a direc¸a˜o do momento angular e´ alterada. Chamando o angulo de precessa˜o de ϕ, temos que: | d ~L dt |= Ldϕ dt = τ = mgl (6) Como Ω = dϕ dt , de (2) obtemos: Ω = mgl L = mgl Iω (7) Ωω = mgl I (8) Sabe-se que Ω = 2pi Tp e ω = 2pi T . Enta˜o, substituindo em (8): 1 TTp = gl 4pi2I m (9) Portanto, calculando o per´ıodo de precessa˜o e o per´ıodo de rotac¸a˜o para va´rias massas diferentes podemos trac¸ar uma reta de 1 TTp sobre m cujo coeficiente angular e´ gl 4pi2I e por meio desse determinar I. 2 Objetivos O experimento tera´ uma parte qualitativa, em que o foco sera´ entender as grandezas vetoriais que atuam no movimento do Girosco´pio; e uma parte quantitativa, em que o objetivo sera´ determinar o momento de ine´rcia do Girosco´pio por meio do movimento de precessa˜o e por meio da lei de conservac¸a˜o da energia mecaˆnica. 3 Materiais • Girosco´pio; • Discos de rotac¸a˜o; • Dois contrapesos de 900g e um de 30g; • Massa adicional de 150g; 3 • Motor ele´trico; • Temporizador, ou contador; • Cronoˆmetro digital; • Conjunto de setas pata indicar as grandezas vetoriais; • Trena; • Paqu´ımetro. 4 Procedimentos 4.1 Ana´lise Qualitativa do Movimento do Girosco´pio 4.1.1 Ana´lise das Forc¸as Esta´ticas 1. Mantenha-se o disco parado; 2. Ajusta-se os contrapesos para manter o girosco´pio em equil´ıbrio; 3. Coloca-se os vetores ~Pd (Peso do disco), ~Pc (Peso do contra peso) e ~N (Forc¸a normal). 4.1.2 Ana´lise dos Torques 1. Retira-se os vetores; 2. Mantenha-se o disco parado; 3. Coloca-se uma massa adicional na posic¸a˜o (1); 4. Afixa-se o ~τ (Torque) no girosco´pio; 5. Verifica-se o que ocorre com uma massa adicional na posic¸a˜o (12); 6. Gira-se o girosco´pio em torno da posic¸a˜o(9) em ambas as direc¸o˜es; 7. Afixa-se o vetor torque e acelerac¸a˜o angular para cada caso. 4.1.3 Velocidade do Momento Angular 1. Retira-se os vetores; 2. Gira-se o disco com o motor ele´trico; 3. Coloca-se os vetores ~ω (velocidade angular) e ~L (momento linear). 4 4.1.4 Resposta Dinaˆmica do Girosco´pio aos Torques Externos 1. Retira-se os vetores; 2. Gira-se o disco no sentido anti-hora´rio quando visto de frente; 3. Segura-se o girosco´pio na posic¸a˜o (1) 4. Forc¸a-se o girosco´pio na vertical e horizontal; 5. Anota-se numa tabela o sentido das forc¸as de reac¸o˜es. 4.1.5 Movimento de Precessa˜o 1. Gira-se o disco no sentido anti-hora´rio; 2. Coloca-se a massa na posic¸a˜o (12); 3. Verifica-se onde esta´ o vetor Peso ~P , Torque ~τ , Momento Angular ~L, Velocidade Angular de Rotac¸a˜o ~ω e Velocidade Angular de Precessa˜o ~Ω; 4. Inverta-se o sentido de rotac¸a˜o do disco; 5. Repita-se o procedimento 3. 4.1.6 Movimento de Nutac¸a˜o 1. Coloca-se a massa na posic¸a˜o (12); 2. Acelera-se o disco; 3. Inclina-se o eixo em 30o; 4. Solta-se o disco; 5. Verifica-se seu movimento; 6. Interrompe-se o processo; 7. Repita-se 1, 2 e 3; 8. Solta-se o disco, empurrando-o na direc¸a˜o do movimento de precessa˜o; 9. Verifica-se seu movimento; 10. Interrompe-se o processo; 11. Repita-se 1, 2 e 3; 12. Solta-se o disco, empurrando-o na direc¸a˜o contra´ria ao movimento de precessa˜o; 13. Verifica-se o movimento; 14. Interrompe-se o processo; 5 15. Repita-se 1; 16. Acelera-se o disco com uma velocidade menor que das anteriores; 17. Verifica-se o movimento; 18. Interrompe-se o processo; 19. Repita-se 1 e 2; 20. Inclina-se o disco nas posic¸o˜es ±10o; 21. Solta-se o disco; 22. Verifica-se a influeˆncia do aˆngulo de inclinac¸a˜o. 4.1.7 Efeito de um Segundo Disco no Girosco´pio 1. Adiciona-se um segundo disco ao girosco´pio; 2. Gira-se os discos em sentidos opostos; 3. Aplica-se um ~τ na direc¸a˜o do eixo x; 4. Verifica-se o que ocorre; 5. Coloca-se o girosco´pio na posic¸a˜o inicial; 6. Coloca-se uma massa na posic¸a˜o (12); 7. Verifica-se o que acontece. 4.2 Ana´lise Quantitativa 4.2.1 Ca´lculo do Momento de Ine´rcia 1. Sendo a densidade do material do disco(PVC) variando de 1, 30g/cm3 a` 1, 45g/cm3; 2. Com o momento de ine´rcia dado por I = MR2 2 ; 3. Verifica-se o efeito da polia de alumı´nio nos resultados obtidos. 4.2.2 Determinac¸a˜o do Momento de Ine´rcia Usando a Lei da Conservac¸a˜o da Energia 1. Coloca-se um peso de aproximadamente 400g no suporte para pesos; 2. Amarra-se o suporte a um corda˜o; 3. Faz-se um lac¸o na ponta do corda˜o; 4. Coloca-se o lac¸o no pino da polia; 5. Com o suporte encostando no cha˜o, gira-se o disco ate´ que o suporte fique elevado a 10cm do cha˜o; 6 6. Prepara-se o contador; 7. Solta-se o suporte; 8. Quando o suporte encosta no cha˜o, dispara-se o contador; 9. Mec¸a-se o per´ıodo; 10. Repita-se os procedimentos anteriores, subindo a posic¸a˜o do suporte em 10cm ate´ 80cm; 11. Coloca-se os dados numa tabela; 12. Faz-se um gra´fico do inversodo quadrado do per´ıodo 1 T 2 em func¸a˜o da altura h; 13. Mec¸a-se a massa dependurada; 14. Mec¸a-se o raio da polia; 15. Determina-se o momento de ine´rcia atrave´s da equac¸a˜o 1 T 2 = mgh 2pi2(I +mr2) ; 16. Obtenha-se uma estimativa do erro do momento de ine´rcia. 4.2.3 Determinac¸a˜o do Momento de Ine´rcia Usando a Velocidade Angular de Pre- cessa˜o 1. Gira-se o disco em alta velocidade; 2. Segura-se o eixo de rotac¸a˜o; 3. Prende-se uma massa de 150g na posic¸a˜o (12); 4. Mec¸a-se a velocidade de rotac¸a˜o do disco; 5. Solta-se o eixo e inicie o cronometro ao mesmo tempo; 6. Anota-se o tempo levado para completar 1 4 de volta; 7. Repita-se os procedimentos com massas de: 200, 250, 300 e 350 g; 8. Faz-se um gra´fico de 1 TTp ; 9. Com a equac¸a˜o 1 TTp = glm 4pi2I , determina-se o momento de ine´rcia; 10. Determina-se o erro para o momento de ine´rcia. 7 Giro do Disco no Sentido Anti-Hora´rio Forc¸a Aplicada Direc¸a˜o e Sentido Direc¸a˜o e Sentido Direc¸a˜o de Movimento da na Extremidade (1) do Torque Aplicado da Reac¸a˜o da Extremidade do Vetor Extremidade (12) Momento Angular +~x −~z +~z −~z −~x +~z −~z +~z +~z +~x −~x +~x −~z −~x +~x −~x Gire no sentido +~z −~z +~z hora´rio (visto de cima) Gire no sentido anti- −~z +~z −~z hora´rio (visto de cima) Note que a variac¸a˜o de momento angular ~L tem mesmo sentido que o torque ~τ em todas as instaˆncias. E´ portanto razoa´vel concluir que isso sempre ocorrera´. 5.1.5 Movimento de Precessa˜o Girando o girosco´pio no sentido anti-hora´rio tendo refereˆncia a visa˜o frontal, e adicionando uma massa na posic¸a˜o (12) e pegando esta como refereˆncia, o ~P esta´ no sentido −~z, o ~τ esta´ no sentido de −~x, olhando-se o disco de frente, o ~L esta´ na direc¸a˜o ~y, a ~ω esta´ no sentido de ~y, e olhando-se de cima a ~Ω esta´ no sentido anti-hora´rio. Colocando-se a massa em (1) inverte-se o sentido de ~Ω. Agora o girosco´pio tendo rotac¸a˜o inversa da anterior, e adicionando uma massa na posic¸a˜o (12) e pegando esta como refereˆncia, o ~P esta´ no sentido de −~z, o ~τ esta´ no sentido de ~x, olhando-se o disco de frente, o ~L esta´ na direc¸a˜o −~y, a ~ω esta´ no sentido −~y, e olhando-se de cima a ~Ω esta´ no sentido hora´rio. Colocando-se massa em (1) inverte-se o sentido de ~Ω. Notou-se que quando diminu´ıa ~ω do disco , a ~Ω aumentava. 11 5.1.6 Movimento de Nutac¸a˜o Com o disco girando no sentido hora´rio, e com uma massa na posic¸a˜o (12), inclinou-se o girosco´pio em 30o e este foi solto com o cuidado para na˜o aplicar um torque indesejado, notou-se que o movimento de nutac¸a˜o descrito em (12), asemelhou-se com o da figura A. Repedindo-se o processo mas com um leve empurra˜o no sentido da velocidade de pre- cessa˜o, o movimento de nutac¸a˜o asemelhou-se com a figura C, o que faz sentido, pois seria um movimento igual a A com uma perturbac¸a˜o. O mesmo ocorreu quando o empurra˜o era no sentido contra´rio a da velocidade de precessa˜o. Agora quando diminuiu-se a velocidade angular do disco, o movimento de nutac¸a˜o assemelhou-se com a figura B, isso faz sentido pois a velocidade de precessa˜o aumentou, tornando mais longo o movimento de nutac¸a˜o. Com a velocidade angular do disco igual a dos primeiros movimentos, verificou-se que para uma inclinac¸a˜o inicial ±10o, na˜o interferiu no tipo de movimento de nutac¸a˜o, mas sim na amplitude do movimento. 5.1.7 O Efeito de um Segundo Disco no Girosco´pio Adicionou-se um segundo disco, deixando o sistema em equil´ıbrio, com os discos girando em sentidos opostos, aplicou-se um torque na direc¸a˜o do eixo x e o girosco´pio adquiriu um movimento de precessa˜o no eixo xy (plano horizontal). Com o girosco´pio parado adicionou-se um peso na posic¸a˜o (1) e o girosco´pio comec¸ou um movimento de precessa˜o no eixo yz (plano vertical). Esse resultado faz sentido, pois como cada disco tem momento angular igual em sentidos opostos, isso faz com que o sistema tenha momento angular nulo. Enta˜o o observado foi coerente com um girosco´pio sem momento angular. 12 5.2 Ana´lise Quantitativa 5.2.1 Ca´lculo do Momento de Ine´rcia Dados: • Raio do disco a menos raio do eixo: Rd = (12, 260± 0, 003)cm • Diaˆmetro do eixo: d = (0, 950± 0, 003)cm • Raio do eixo: r = d 2 = (0, 475± 0, 002)cm • Raio do disco: R = Rd + r = (12, 735± 0, 005)cm • Altura do disco: h = (2, 225± 0, 003)cm • Densidade volume´trica do disco: µ = (1, 38± 0, 07) g cm3 Consideraremos o momento de ine´rcia do girosco´pio com relac¸a˜o ao eixo perpendicular ao disco que passa por seu centro igual ao do disco, que e´ dado por: I = MR2 2 Pore´m, desconhecemos a massa do disco, por isso fazemos o ca´lculo: M = µV V = hpiR2 =⇒ M = µhpiR2 ∴ I = µhpiR 4 2 e ∆I = I( ∆µ µ + ∆h h + 4 ∆R R ) Efetuando os ca´lculos obtemos: I = (127± 8) · 103gcm2 13 5.2.2 Momento de Ine´rcia a partir da Conservac¸a˜o de Energia Dados: Alturas e Per´ıodos (H ± 0, 05)cm (T ± 0, 1)ms 1 80 357,8 2 70 382.7 3 60 408.5 4 50 450.3 5 40 502,2 6 30 569,7 7 20 724,8 8 10 984,9 • Massa do peso utilizado para rotacionar o disco: m = (266, 56± 0, 1)g Temos que: 1 T 2 = mg 2pi2(I +mr2) H Fazendo a regressa˜o linear do gra´fico de 1 T 2 vs H podemos calcular I a partir do coeficiente angular α: 1 T 2 (H) = (0, 062± 0, 1) + (0, 097± 0, 002)H α = mg 2pi2(I +mr2) ∴ I = mg 2pi2α −mr2 14 e ∆I = I ∆m m + 2mr∆r + mg 2pi2α2 ∆α Efetuando os ca´lculos obtemos: I = (123± 2) · 103gcm2 5.2.3 Momento de Ine´rcia a partir da Velocidade Angular de Precessa˜o Dados: Massas e Per´ıodos de Rotac¸a˜o e Precessa˜o (m± 0, 1)g (T ± 0, 01)ms (Tp ± 0, 26)s 151,6 73,40 35,22 212,5 59,10 26,70 262,2 60,83 20,42 311,9 68,91 17,58 361,5 63,71 13,69 • Distaˆncia do torque aplicado ao eixo de rotac¸a˜o : l = 18, 75± 0, 05cm O erro de Tp foi estimado utilizando o erro instrumental de 0, 01s e o tempo de reac¸a˜o me´dio de 0, 25s. Temos que: 1 TTp = gl 4pi2I m Fazendo a regressa˜o linear do gra´fico de 1 TTp vs m podemos calcular I a partir do coe- ficiente angular α: 15 1 TTp (m) = (−0, 1± 0, 1) + (0, 0033± 0, 0005)m α = gl 4pi2I ∴ I = gl 4pi2α e ∆I = I( ∆l l + ∆α α ) Efetuando os ca´lculos: I = (141± 22) · 103gcm2 5.3 Questo˜es Complementares e Pontos Adicionais Questo˜es: 1. Imagine que os treˆs eixos apresentem atrito significativo. Descreva como o movimento do girosco´pio e´ afetado pelo atrito nos rolamentos de cada um dos eixos. A presenc¸a de atrito significativo nos eixos gera um momento que se opo˜e ao seu momento de rotac¸a˜o, como consequeˆncia disso a energia mecaˆnica do sistema na˜o e´ conservada, ou seja, 16 supondo que o atrito seja de relevaˆncia, sua influeˆncia seria na velocidade fazendo com que haja uma acelerac¸a˜o negativa fazendo com que os discos do girosco´pio fossem perdendo sua velocidade de uma forma mais ra´pida do que sem atrito. 2. Analise a equac¸a˜o (3) e inclua um termo referente ao trabalho realizado pela forc¸a de atrito. Como o gra´fico de 1 T 2 vs H e´ afetado pela presenc¸a de um termo de atrito nos rolamentos do disco? Considerando a existeˆncia de uma forc¸a de atrito na˜o desprez´ıvel, no balanc¸o de energia, parte da energia potencial e´ convertida em trabalho da forc¸a de atrito, que pode ser escrito como o produto do momento gerado pelo aˆngulo girado (θ = H R ) pelo disco. Como parte da energia potencial foi convertida em trabalho (houve dissipac¸a˜o) a energia mecaˆnica do sistema na˜o se conserva, gerando alterac¸o˜es no gra´fico. Chamando esse momento de p, a fo´rmula (3) fica: mgH = Iω2 2 + mv2 2 + pθ Pontos Adicionais: 1. O que foi poss´ıvelconcluir sobre a direc¸a˜o de movimentac¸a˜o do girosco´pio quando sujeito a torques externos? No caso em que na˜o ha´ um peso na extremidade exercendo um torque constante, ou seja, quando na˜o ha´ movimento de precessa˜o no girosco´pio e ele se encontra em equil´ıbrio e com o disco girando, a direc¸a˜o da movimentac¸a˜o do girosco´pio e´ a mesma do torque externo aplicado, que e´ perpendicular a` forc¸a aplicada. Isso e´ mostrado pelas tabelas da sessa˜o 5.1.4. No caso em que ha´ movimento de precessa˜o, um torque externo causara´ o movimento de nutac¸a˜o, que foi analisado com mais cuidado na sessa˜o 5.1.6. 2. Os valores do momento de ine´rcia medidos foram compara´veis com o momento de ine´rcia calculado? A diferenc¸a, em termos percentuais, foi de quanto? Os valores medidos foram maiores ou menores que o calculado? Existe alguma justificativa para que os valores tivessem sido maiores ou menores? Os valores do momento de ine´rcia foram compara´veis ao esperado com o erro percentual do calculado a partir da conservac¸a˜o de energia igual a 8, 66% e a do calculado a partir da velocidade angular de precessa˜o igual a 11, 02%. Os valores medidos foram maiores do que o calculado devido a desconsiderac¸a˜o do momento de ine´rcia da polia no ca´lculo (4.2.1 (3)) do I esperado e da desconsiderac¸a˜o do atrito no ca´lculo dos demais. 3. Os gra´ficos mostram retas que cortam a origem (considerando-se as respectivas margens de erro)? Se na˜o, que fatores poderiam ter influenciado para que isso na˜o ocorresse? Os coeficientes angulares das retas sa˜o aproximadamente iguais a 0. O coeficiente da reta 1 T 2 (H) tem um valor mais longe do esperado, devido ao poss´ıvel “escorregamento” do fio. O coeficiente da reta 1 TTp (m) e´ 0 dentro da margem de erro. 17 6 Conclusa˜o Foi poss´ıvel observar o comportamento do girosco´pio quando sujeito a diferentes forc¸as em suas extremidades e movimentos/rotac¸o˜es, e como esses se relacionam com o torque, movimento de precessa˜o, movimento de nutac¸a˜o, momento angular e sua variac¸a˜o, velocidade angular, o movimento da extremidade oposta e como esses conceitos esta˜o relacionados. Conseguimos tambe´m aproximar o valor do momento de ine´rcia do disco a partir de seu ca´lculo teo´rico, tido como correto, da conservac¸a˜o de energia e da velocidade angular de precessa˜o. Podendo averiguar que ambos modos produzem resultados razoa´veis e que a conservac¸a˜o de energia tem resultados mais pro´ximos dos reais, devido a menor influencia do atrito nessa instaˆncia. 18