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Aula 01 - Interpretação de Texto
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1
• Compreensão e interpretação de texto
• Tipos e gêneros textuais : descrição, narração,
dissertação, propaganda, editorial, cartaz, anúncio,
artigo de opinião, artigo de divulgação, bula, charge,
tirinha, oficio , carta.
• Coesão e coerência,
• variedade linguística
• semântica.
Compreendendo os Enunciados
A palavra compreensão
Quando a questão é de compreensão o juízo de valor do
leitor é irrelevante, não importa, deve ser desconsiderado.
Limita-se as ideias contidas apenas no texto de fato.
Geralmente os enunciados que aparecem nas questões
são:
• De acordo com o texto
• Para o autor
• Conforme o texto
• A ideia principal do texto é:
“ Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor
de nosso jardim, e não dizemos nada. Na segunda noite, já
não se escondem, pisam nas flores, matam nosso cão, e
não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e arranca-
nos a voz da garganta. E, porque não dissemos nada, já
não podemos dizer nada!”
Maiakovski
O QUE ESTÁ ESCRITO, ESCRITO ESTÁ!
Conceito de Texto
Texto é qualquer conjunto de elementos que , capazes de
serem captados por nossos sentidos (visão, audição, tato,
olfato e gustação), possam funcionar como meio de
interação, registro, conservação e transmissão de
informação.
Gurgel, Maria Cristina Lírio. Leitura: representações e
ensino. In: Valente, André (org). Aulas de português:
Perspectivas inovadoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999,
p.209.
Tipologia Textual
São três as tipologias textuais:
Narração – Desenvolvimento de ações. Tempo em
andamento.
Dissertação – desenvolvimento de ideias. Temporais e
atemporais.
Descrição – retrato através de palavras. Tempo estático.
Injuntivo - Utiliza linguagem simples e direta, os verbos
são empregados no modo imperativo.
Ex: bula de remédio, manuais, etc.
Gêneros Textuais
É a variedade de textos que circulam na
sociedade.
• Carta
• E-mail
• Letra de música
• Bilhete
• Bula de remédio
• Charge
• Quadrinhos
• Cartum
• Símbolos
• Ícones
• Imagens
• Mapas
• Textos jornalísticos
• Poemas e poesias
• Blog / fotolog
• Horóscopo
A Tormenta de Quinquinha
Sempre saía de sua casa no horário, sua roupa parecia
combinar com as cores do muro, seu batom era de um tom
avermelhado que às vezes lhe causava uma sensação de
morte.
Naquele dia em que o sol queimava seus lábios sem
batom , houve uma grande tormenta em sua vida!
Maria Joaquina, Quinquinha como era chamada pela
vizinhança, saíra de casa duas horas mais cedo, seu José
estranhou:
- Já vai minha filha? Está tão escuro ainda, mal chegou!
E ela cética respondeu:
-Realmente está cedo, para o senhor cuidar da vida das
pessoas.
Nunca respondera daquela forma, andava sempre bem
humorada. Seu José que se levantava às 5:00 para varrer a
calçada, apenas resmungou e continuou varrendo as folhas
de sete copas.
Já se passava pouco mais de meio dia quando
finalmente resolveu entrar na clínica. Quinquinha que era
cobradora de coletivo não fora trabalhar naquela manhã de
sexta feira.
Voltemos à noite passada.
Carlos seu antigo namorado, tinha lhe reencontrado em
um ambiente em que as moscas pareciam gente querendo
devorar a gordurosa carne da churrascaria de rodízio
barato. Ela a princípio se excitou em sentar-se à mesa,
mas Carlos insistiu:
- Senta minha querida! Há muito tempo que não a vejo!
Ela sussurrou timidamente:
Não posso, tenho marido!
Quinquinha tinha uma fidelidade inabalável. Mas o
charme dos olhos de mel e os cabelos indianos de Carlos,
realmente a seduziram.
Carlos se levantou, puxou uma das cadeiras e
balbuciou:
-Senta, hoje é por minha conta.
A conversa entre Carlos e Maria Joaquina perdurou até
a noite, logo depois da churrascaria foram ao Paradise
Motel. O batom de Quinquinha parecia marcas de sangue
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na branca cueca de Carlos, no lixeiro do banheiro do motel
já constavam seis preservativos usados, e muito exausta
Quinquinha disse:
-Essa é a última Carlos, meu marido não gosta que
chego em casa tarde.
Carlos cinicamente respondeu:
- Quem? O José?
E mais uma vez naquela noite Quinquinha gemeu de
prazer. E ao final do gemido, Carlos gritou:
- Não! Não é possível!
Assustada Quinquinha o indagou:
- Que aconteceu?
- O preservativo estourou!
- Fica calmo, eu tomo anticoncepcional
- Oh! minha linda, não é isso, há mais de um ano, eu
sou soro positivo!
Naquela madrugada começava a tormenta de
Quinquinha!
Hélio Taques
Intertexto
• A intertextualidade é a relação entre dois textos em que
um cita o outro.
A UFMT e UNEMAT usam os termos: interdiscurso ou
interlocução.
Paródia
• Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e
quase sempre tem sentidos diferentes.
Paráfrase
• Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um
texto ou uma passagem usando outras palavras. O ato de
paráfrase é também chamado de parafrasear.
• TEXTO
• O SINALEIRO DO TREM ESTAVA VERMELHO.
• PARÁFRASE
• O TREM NÃO ESTAVA AUTORIZADO A SEGUIR
Pressuposição
Em alguns textos existem informações que não estão
explícitas, mas podem ser interpretadas por meio de
algumas pistas.
A criança parou de chorar
A essas informações que não estão explícitas no texto,
mas que podem ser deduzidas pelo leitor a partir de
marcas concretas, denominamos pressuposição.
Texto I
No primeiro dia de aula, um professor cumprimentava os
alunos, quando se dirigiu para um deles e disse:
- Você parou de colar?
Texto II
Certa vez, em um famoso programa de entrevistas,
perguntou a um candidato à presidência da república :
- Casamento gay: Você é contra ou a favor?
Responder a essa pergunta era complicado, porque se ele
dissesse que era contra, perderia milhões de votos. Se
respondesse que era a favor, também. Então ele disfarçou
e respondeu outra coisa. A entrevistadora, percebendo que
ele não queria responder, avisou então que iria mudar de
assunto. O candidato ainda respirava aliviado quando veio
esta outra pergunta:
- Se você descobrisse que seu filho é gay, o que faria?
Ele, surpreso, pensou um pouco e respondeu:
- Eu ensinaria a ele o caminho correto.
Subentendido
O subentendido também é uma informação implícita. Mas
difere do pressuposto em um aspecto: as informações
subentendidas não deixam marcas, não deixam pistas que
comprometam o produtor do texto.
Texto I
Um casal está conversando. A mulher estuda e possui um
grau de escolaridade maior que o marido. O marido parou
de estudar anos atrás. Então, eles começam uma
discussão e a mulher diz:
Se você voltasse a estudar, nós brigaríamos menos!
E o marido, ofendido, responde:
- Você está me chamando de burro?
Texto II
Em uma reunião estavam presentes os presidentes de
vários países. Quando o então presidente Hugo Chaves,
da Venezuela, foi fazer uso da palavra, disse:
“ sinto cheiro de enxofre. O diabo esteve aqui.”
O presidente anterior a ele, no palanque, fora o ex-
presidente dos EUA.
Estereótipo
Os estereótipos são, em muitos casos, desejáveis para se
facilitar a comunicação. Entretanto, comoestereótipo, em
geral, apresenta uma visão simplificada e parcial das
realidades, o leitor que pretenda fazer uma leitura crítica
precisa saber identificar quando uma ideia é estereotipada,
e precisa reconhecer se o verdadeiro estereótipo é falso ou
verdadeiro, negativo ou positivo. Precisa analisar as ideias
que o sustentam, que interesses ele representa. Etc ...
• A televisão “emburrece” as pessoas.
• As mulheres são interesseiras.
• “Loira burra.”
• Todo político é ladrão.
• Filme brasileiro não presta.
• Cidade maravilhosa
• País do futebol
Denotação
É o emprego de palavras no seu sentido próprio, comum,
habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários.
De noite, enquanto Lourenço lê o jornal, a esposa
comenta:
- Você já percebeu como vive o casal que mora aí em
frente? Parecem dois pombinhos apaixonados! Todos os
dias, quando ele chega em casa, traz flores para ela,
abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente.
Por que você não faz isso?
E o maridão:
- mas, querida, eu mal conheço essa mulher.
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POLISSEMIA
É o fato de uma determinada palavra ou expressão
adquirir um novo sentido além de seu sentido original,
guardando uma relação de sentido entre elas.
Análise de Alternativas:
EXTRAPOLAM as informações contidas no texto.
LIMITAM as informações contidas no texto.
Estão PARCIALMENTE corretas em relação às
informações contidas no texto.
CONTRADIZEM as informações do texto.
Não abordam de forma direta o TEMA do texto.
Dicas Gerais:
Alternativas iguais se excluem.
Há enunciados afirmativos que podem ser usados
para respon-
der questões.
Lembre-se de que você está procurando a resposta
mais certa ou a mais errada.
Não mude sua resposta por achar que ela é muito
obvia.
Não utilize conhecimento de mundo para responder a
qualquer questão de texto.
Todas as questões devem ser respondidas
exclusivamente com base no texto.
Em caso de dúvida, procure usar a conclusão como
parâmetro. Intencionalidade do texto
Procure sempre relacionar a intencionalidade do texto
à tipolo-
gia.
Principais: informar, persuadir, criticar, comover,
ironizar, satiri-
zar...
Ponto de vista do autor
Impressões gerais do autor sobre o tema.
Fragmentos de texto que contenham o ponto de vista
do au-
tor.(Nesse caso, verifique a existência de adjetivos,
advérbios com carga semântica e verbos com carga
semântica.)
Linguagem formal / culta / padrão
Nesse caso, trata-se de uma questão de gramática.
Assim, você
deve observar se há construções coloquiais, típicas da
oralida-
de.
Questões de vocabulário
Procure referências no texto ou use a técnica do
desmembra-
mento da palavra.
Ambiguidade
Análise de enunciados com duplo sentido.
• Coesão Textual
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a
política agrária do país, consideram injusta a
atual distri-
buição de terras.
o ministro da Agricultura considerou a manifestação um
ato de rebeldia, o projeto de Reforma Agrária
pretende assentar milhares de sem-terra.”
PORQUE => CAUSA
PORÉM => CONTRASTE
UMA VEZ QUE => CAUSA
1. Correu demais, ... caiu.
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz.
3. A matéria perece, ... a alma é imortal.
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as
personagens detalhes.
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais
tarde.
6. Correu demais, POR ISSO caiu.
7. Dormiu mal, PORQUE os sonhos não o deixaram
em
paz.
8. A matéria perece, MAS a alma é imortal.
9. Leu o livro, PORTANTO é capaz de descrever as
per-
sonagens com detalhes.
10. Guarde seus pertences, QUE podem servir mais
tarde.
• Elementos de Retomada
Comprei um livro. O livro me foi muito útil para realizar
a prova.
• Elementos de Retomada
• Comprei um livro que me foi muito útil para realizar
a prova.
Conheci o pai da Joana, que me pareceu muito
inteligente.
• Quem é inteligente?
• Conheci o pai da Joana, O QUAL me pareceu
muito
inteligente.
• Conheci o pai da Joana, A QUAL me pareceu
muito
inteligente.
João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, Sua
Santidade disse que a Igreja continua a favor de
celibato.
Pedro comprou um carro novo e José também. Minha
prima comprou um Uno. Eu também quero um. O
padre ajoelhou-se. Todos fizeram o mesmo.
• POLISSEMIA DAS CONJUNÇÕES
COMO -
Dormia como um anjo.
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(COMPARAÇÃO)
Ensinava os colegas como o mestre o orientou.
(CONFORMIDADE)
Como era pobre não pode estudar.
(CAUSA)
• E
• Estudou muito e foi reprovado
• Estudou muito e passou.
• Era homem e muito homem!
• Saiu do escritório e foi para casa
• E o Palmeiras? Ganha o campeonato?
• Valores das Preposições
• Relações semânticas da preposição
As preposições podem exprimir vários sentidos:
1- Modo - Comeu um bife a cavalo.
2- Preço - A casa foi avaliada em 1 bilhão. 3- Direção -
Atirou-se sobre o herói.
4- Companhia - Foram viajar com os amigos. 5-
Instrumento - Martelava com o ferro.
6- Procedência - Vim de Paris.
7- Assunto - Falou sobre linguística.
8- Tempo – Por dez anos vivi em Londres.
9- Lugar – Cantava pelos bares da vida.
10- Posição inferior – O livro estava sob a carteira.
11- Posição superior – O livro estava sobre a carteira.
Epigrama nº. 1
Pousa sobre os espetáculos infatigáveis
Uma sonora ou silenciosa canção:
Flor do espírito, desinteressada e efêmera.
Por ela, os homens te conhecerão:
Por ela, os tempos versáteis saberão
Que o mundo ficou mais belo, ainda que
inutilmente,
Quando por ele andou teu coração.
(Cecília Meireles)
• Assinale a alternativa CORRETA.
a. As expressões “Por ela” (versos 4 e 5) e “por ele”
(verso 7) remetem, respectivamente, à canção e ao
mundo.
b. Os vocábulos “sonora” e “silenciosa” de acordo
com o
sentido, no texto, apresentam uma relação de
exclusividade.
c. Em “Que o mundo ficou mais belo”, a palavra grifada
é classificada como pronome relativo.
d. A conjunção “ainda que” estabelece uma relação
condicional.
e. A substituição do pronome oblíquo pela terceira
pessoa em “os homens te conhecerão” corresponde a
“os homens lhe conhecerão”.
• Assinale a alternativa correta.
a. As expressões “Por ela” (versos 4 e 5) e “por ele”
(ver
so 7) remetem, respectivamente, à canção e ao mun
do.
b. Os vocábulos “sonora” e “silenciosa” de acordo
com o
sentido, no texto, apresentam uma relação de exclusi
vidade.
Intertexto
A intertextualidade é a relação entre dois textos em que
um cita o outro.
Paródia
Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e
quase sempre tem sentidos diferentes.
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Paráfrase
Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um
texto ou
uma passagem usando outras palavras. O ato de
paráfrase é
também chamado de parafrasear.
A Paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e
objetivo
aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre
a reescritura de um texto já existente, uma espécie de
‘tradução’ dentro
da própria língua.O autor da paráfrase deve
demonstrar que
entendeu claramente a ideia do texto. Além disso, são
exigências de uma boa paráfrase:
1. Utilizar a mesma ordem de ideias que aparece
no texto
original.
2. Não omitir nenhuma informação essencial.
3. Não fazer qualquer comentário acerca do que
se diz no
texto original.
4. Utilizar construções que não sejam uma simples
repetição
daquelas que estão no original e, sempre que
possível, um
vocabulário também diferente
TEXTO
O SINALEIRO DO TREM ESTAVA VERMELHO.
PARÁFRASE
O TREM NÃO ESTAVA AUTORIZADO A SEGUIR
Pressuposição
Em alguns textos existem informações que não estão
explícitas, mas podem ser interpretadas por meio de
algumas pistas concretas.
JOÃO DEIXOU DE FUMAR.
PRESSUPOSIÇÃO SEMÂNTICA
I- Foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o
campeonato.
II- Não foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o
campeonato. III- Foi o Futebol Clube do Porto que
ganhou o campeonato?
A que conclusão podemos chegar depois de ter
analisado os itens anteriores?
Subentendido
O subentendido também é uma informação implícita.
Mas difere do pressuposto em um aspecto: as
informações subentendidas não deixam marcas, não
deixam pistas que comprometam o produtor do texto.
Texto I
Um casal está conversando. A mulher estuda e possui
um grau de escolaridade maior que o marido. O marido
parou de estudar anos atrás. Então, eles começam
uma discussão e a mulher diz: Se você voltasse a
estudar, nós brigaríamos menos!
E o marido, ofendido, responde:
- Você está me chamando de burro?
TEXTO
Para o Brasil seria ótimo que a atual onda de cresci-
mento pudesse se generalizar por toda a América
Latina.
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Podemos inferir do texto que:
A) De que no Brasil não tínhamos crescimento.
B) O Brasil vive um bom crescimento, no entanto, ainda
não serve de exemplo.
C) O Brasil não rara vezes cresceu.
D) De que no Brasil a atual onda de crescimento é
culpa do IPI 3Reduzido.
E) Atualmente, o Brasil não é o único da América
Latina com crescimento considerável.
Podemos inferir do texto que:
A) De que no Brasil não tínhamos crescimento.
B) O Brasil vive um bom crescimento, no entanto, ainda
não serve de exemplo.
C) O Brasil não rara vezes cresceu.
D) De que no Brasil a atual onda de crescimento é
culpa do IPI Reduzido.
E) Atualmente, o Brasil não é o único da América
Latina com crescimento considerável.
I- Antes não tínhamos crescimento.
II- Na América latina, só o Brasil cresce.
III- O Brasil pode se tornar uma potência
mundial. Ambiguidade.
A multiplicidade de sentidos, apresentada pelas
palavras, em função do contexto em que são
utilizadas, pode gerar ambigui-
dade, que é a propriedade de certas frases que
apresentam vários sentidos.
LULA ESTAVA EM MINHA COMPANHIA
De noite, enquanto Lourenço lê o jornal, a
esposa co-
menta:
Você já percebeu como vive o casal que mora aí em
frente? Parecem dois pombinhos apaixonados! Todos
os dias, quando ele chega em casa, traz flores para ela,
abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente.
Por que você não faz isso?
E o maridão:
mas, querida, eu mal conheço essa mulher.
POLISSEMIA
é o fato de uma determinada palavra ou expressão
adquirir um novo sentido além de seu sentido original,
guardan do uma relação de sentido entre elas.
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O bom esportista não esquenta a cabeça: usa boné Zás.
I- A mensagem do anúncio não é clara devido à
ambiguidade
causada pelo verbo esquenta.
II- No anúncio ocorre um caso de polissemia, pois o verbo
esquenta apresenta dois sentidos: “ aquecer” e “preocupar-
se”.
III- O anúncio explora somente um dos sentidos do
verbo esquentar.
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PERSONAGENS
HAGAR – O HORRÍVEL
Hagar, o Horrível, o protagonista Viking, é um guerreiro
que frequentemente tenta invadir a Inglaterra e outros
países. Embora respeitado profissionalmente (um dos
maiores saqueadores e assassinos da Escandinávia),
Hagar leva uma vida pessoal frustrada. Está sempre
discutindo com a esposa Helga, que não está satisfeita com
o padrão de vida que a família leva. Hagar é tanto um
guerreiro feroz quanto um homem de família. Sua higiene
pessoal é excepcionalmente deficiente e seu banho anual é
um momento de celebrações.
Helga: Esposa de Hagar, dona de casa e mandona, ela é a
essência perfeita da figura da "super-mãe". Helga
frequentemente discute com Hagar sobre os hábitos dele
como esquecer de lavar as mãos, não limpar os pés antes
de entrar ou até mesmo quando é que ele vai crescer. Ela
vive tentando ensinar seus valores à moda antiga para a
filha Honi, embora esta nunca entenda realmente. Sua
aparência é baseada na personagem Brünnhilde, da ópera
Valquíria, de Wagner.
Mafalda: A personagem principal, uma menina de seis
anos
de idade, que odeia sopa e adora os Beatles e o desenho
Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina na sua
idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive
questionando o mundo à sua volta, principalmente o
contexto dos anos 60 em que se encontra. Tem uma visão
mais humanista e aguçada do mundo em comparação com
os outros personagens.
Susanita: Uma menina fútil. Seu único objetivo na vida é
encontrar um marido rico e de boa aparência quando
crescer e ter uma quantidade de filhos acima da média. É
uma grande fofoqueira e egoísta, e sempre encontra um
jeito de falar sobre o vizinho do irmão da cunhada de
alguém.
Calvin e Haroldo
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Calvin: um menino de seis anos que vive diversas
aventuras e não perde uma chance de se aventurar com
sua própria imaginação. Calvin constitue frequentemente
uma fuga à cruel realidade do mundo moderno
Hobbes (ou Haroldo): o tigre de pelúcia e maior parceiro
de Calvin.
Garfield - Um gato laranja listrado. Preguiçoso, guloso,
viciado em café, amante de televisão e acima de tudo,
sarcástico. Adora chutar Odie da mesa, arrotar, caçar
pássaros e carteiros, o seu prato favorito é lasanha. Odeia
segunda-feira, passas, Nermal, dietas(que vez ou outra Jon
lhe impõe) e caçar ratos("Lábios que tocam num rato jamais
tocarão os meus")
Jon Arbuckle - O cartunista(embora raramente seja visto
trabalhando), dono de Odie e Garfield. É um fracasso com
as mulheres(até finalmente engatar um namoro com Liz),
veste-se muito mal e geralmente cai nos truques do gato,
acabando por perder a paciência com este Níquel Náusea.
Os personagens possuiem um humor ácido, diversas vezes
aproximando-se do humor negro.Seus nomes são paródias
de objetos ou situações
Niquel Nausea: Um rato que mora no esgotoe seu melhor
amigo é uma barata (Fliti) viciada em inseticida. É uma
sátira do personagem Mickey Mouse, porem ele alega nao
ser um camundongo…
A barata "Fliti": É na verdade um "barato", e tem este
nome por causa da bomba de Flit, um pulverizador manual
de inseticida (que o entorpece).
Funções da Linguagem
ÊNFASE NO EMISSOR
FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA
CARACTERÍSTICAS
SUBJETIVIDADE – Predomínio da primeira pessoa
VISÃO INTIMISTA
UNILATERALIDADE
PREOCUPAÇÃO COM O “EU”
OPINIÕES E RELATOS PESSOAIS
Textos líricos
ÊNFASE NO REFERENTE ASSUNTO
FUNÇÃO REFERENCIAL
INFORMATIVA
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COGNITIVA
FUNÇÃO REFERENCIAL
OBJETIVIDADE
ÊNFASE NA INFORMAÇÃO
CONHECIMENTO E ESCLARECIMENTO
LINGUAGEM DENOTATIVA
VISÃO UNIVERSAL
PREFERÊNCIA PELA 3ª PESSOA
TESES, TEXTOS JORNALÍSTICOS, CIENTÍFICOS
ÊNFASE NO RECEPTOR
FUNÇÃO CONATIVA
APELATIVA
FUNÇÃO CONATIVA
MUDAR HÁBITOS
INFLUENCIAR
CONVENCER / PERSUADIR
ORDENAR
CONVIDAR
APELAR
SUGESTIONAR
CARACTERÍSTICAS
Verbos no imperativo
Orações optativas (expressam desejos)
Referência direta ao receptor.
ÊNFASE NO CÓDIGO
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Código abordando o próprio código
Poema que fala de poema
Música que fala de música
Teatro que fala de teatro
Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira.
Drummond
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1
FIGURAS DE LINGUAGEM
Com a intenção de tornar a linguagem mais
expressiva, muitas vezes usamos as palavras num
sentido diferente do usual, ou então construímos uma
frase de forma especial, procurando conseguir
determinado efeito.
Observe os seguintes exemplos:
a) “Ele foi um leão durante o jogo.”
Nesse caso, a palavra “leão” está sendo usada
fora de seu sentido comum, significando “um atleta que
se esforçou bastante”.
b) “O vento uivava nos vales...”
Nesse exemplo, percebemos que a escolha das
palavras não foi casual; ela foi feita de modo a
provocar determinado efeito: o som do vento é
sugerido pela repetição do fonema /v/.
c) “Depois de muito sofrimento, entregou a alma a
Deus.”
Na elaboração desta frase, percebemos
claramente que o objetivo foi evitar a expressão direta
da idéia da morte.
A essas construções peculiares damos o nome de
figuras de linguagem, que costumam ser divididas em
figuras de sintaxe, de palavras e de pensamento,
conforme o nível em que atuam.
FIGURAS DE SINTAXE (ou de construção frasal)
A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e
gerais observados na língua culta, aponta princípios
que presidem às relações de dependência ou
interdependência e de ordem das palavras na frase.
Ensina-nos, entretanto, que aqueles aspectos lógicos e
gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros
fatores podem influir e, em função deles, a
concordância, a regência ou a colocação (planos em
que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-
se, às vezes, alteradas. Tais alterações denominam-
se figuras de construção' também chamadas
de figuras sintáticas.Também Existe A Figura de
construção que faz parte da figura de linguagem.
1. Elipse
Consiste na omissão de um termo que, no entanto,
pode ser facilmente identificado.
Ex: Sobre a mesa, garrafas vazias (elipse do verbo
haver)
2. Zeugma
É um tipo de elipse que consiste na omissão de
um ou mais termos anteriormente enunciados.
Ex: O dia estava frio; o vento, cortante. (omitiu-se a
forma verbal “estava”)
Pode ocorrer, ainda, que a palavra omitida seja um
verbo anteriormente citado mas sob outra flexão.
Ex: Nós viemos de Jundiaí; eles, de Campinas. (omitiu-
se o verbo “vir” mas sob a forma verbal “vieram”)
3. Silepse
Ocorre a silepse quando a concordância (de
gênero, número ou pessoa) é feita com termos ou
idéias subientendidos na frase e não claramente
expressos.
Exs:
a) Vossa Excelência parece extremamente cansado.
(silepse de gênero)
O adjetivo “cansado” concordou não com o
pronome e tratamento, de forma feminina, mas com a
pessoa a quem se referia.
b) A multidão foi tomada de pavor, gritavam e
choravam desesperadamente. (silepse de número)
Os verbos grifados estão concordando com a idéia
de plural que a palavra “multidão” sugere.
c) Todos do grupo estávamos presente. (silepse de
pessoa)
Essa frase levaria o verbo normalmente para a 3ª
pessoa, mas a concordência foi feita com a 1ª,
indicando que a pessoa que fala está incluída na
expressão “todos do grupo”.
Veja um exemplo de silepse de número:
4. Pleonasmo
Ocorre o pleonasmo quando, para reforçar uma
idéia, utilizamos palavras redundantes.
Ex: Ele vive uma vida bem difícil.
Observação: Devem ser evitados os
pleonasmos viciosos, que não tem valor de reforço,
sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das
palavras, como, por exemplo: subir para cima;
monopólio exclusivo; entrar para dentro etc.
5. Polissíndeto
Consiste na repetição enfática do conectivo(
geralmente, o e).
Ex: A pobre chorava, e gritava, e lamentava, e se
desesperava...
6. Assíndeto
Ocorre o assíndeto quando certas orações ou
palavras, que poderiam vir ligadas pelo conectivo,
aparecem apenas justapostas.
Ex: Vim, vi, venci.
7. Inversão
Consiste na alteração da ordem normal dos
elementos da frase. O processo da inversão costuma
ser subdividido em:
a) hipérbato — ocorre o hipérbato quando, por meio da
intercalação, alteramos a posição de alguns termos da
frase para realçá-los.
Ex: Esqueça dos homens o desprezo e siga em frente.
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b) anástrofe — ocorre a anástrofe quando alteramos a
posição usual do sujeito, do verbo ou dos
complementos.
Ex: “Foi por ti que num sonho de ventura / A flor da
mocidade consumi.”
(Álvares de Azevedo)
c) sínquise — é a inversão violenta dos termos, que
provoca, inclusive, certa dificuldade na compreensão
do sentido da frase.
Ex: “Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas
nas cabeças pôr de rosas.”
(Camões) A ordem direta seria: Enquanto manda
as ninfas amorosas pôr grinalda de rosas nas cabeças.
8. Anacoluto
O anacoluto (ou frase quebrada) ocorre quando a
um elemento (palavra ou expressão), apresentado no
início, segue-se uma oração em que esse elemento
não se integra. O tipo de anacoluto mais comum é
aquele em que o elemento parece que vai ser sujeito
da oração, mas acaba sem função sintática. Essa
figura é usada geralmente para pôr em, relevo a idéia
que consideramos mais importante, destacando-a do
resto.
Ex: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e
escura.” (M. Bandeira) Observe que serve o pronome
“eu”, enunciado no início, não se liga sintaticamente à
oração “eis-me medonha e escura”.
9. Anáfora
Ocorre a Anáfora quando se repete uma palavra
ou segmento do texto com o objetivo de enfatizar uma
idéia. É uma figura de contrução muito usada em
poesia. Ex.:
Ex.: “Tua beleza incendiará os navios do mar.
Tua beleza incendiará as florestas.
Tua beleza tem um gosto de morte.
Tua belezatem uma tristeza de aurora.
Tua beleza é uma beleza de
escrava.”(Augusto F. Schimidt)
10. Aliteração
É uma construção em que se repetem fonemas
consonantais idênticos ou semelhantes, com a
intenção de se obter maior expressividade. Observe
estes versos do poeta Cruz e Sousa, em que a idéia de
vozes e musicalidade é reforçada pela própria escolha
das palavras usadas:
“Vozes veladas , veludosas vozes,
volúpias de violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
Observação: Quando uma palavra usada tem
o objetivo de reproduzir um som natural, temos então a
onomatopéia.
Ex.: “E era tudo silêncio na saleta de costura: não se
ouvia mais do que o plic-plic-plic-plic da agulha no
pano.”(M. de Assis)
FIGURAS DE PALAVRAS
As figuras de palavras (ou tropos) se caracterizam
por apresentar uma mudança, substituição ou
transposição do sentido real da palavra, para assumir
um sentido figurado mediante o contexto.
Isso acontece em diversas situações e diferentes tipos
de texto. Quando afirmamos “Marcos é fera em
Matemática”; em momento algum inferimos que
“Marcos é algum bicho ou coisa parecida”, e sim que
ele é sabe muito sobre esse assunto.
Esse recurso proporciona o exercício da
criatividade linguística, abrindo ao usuário da língua a
possibilidade se expressar com mais eficácia nos
diversos contextos comunicativos.
1. Metáfora
Consiste em associar a uma palavra
características de outra, em função de uma analogia
estabelecida de forma subjetiva.
Ex.: “Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)
“O campo é o ninho do poeta...” (Castro Alves)
Observação:
Quando a associação entre as palavras é mediada
por partículas do tipo como, tal como, tal qual, assim
como etc., temos a comparação.
Ex: “A felicidade é como a gota do orvalho numa pétala
de flor.”
(Vinícius de Moraes)
É útil lembrar ainda que há duas variedades de
metáfora cujo conhecimento interessa do ponto de
vista estilístico: o clichê e a sinestesia.
O clichê é a metáfora estereotipada, que perdeu
sua força expressiva tornando-se banal e pobre,
devendo, por isso, ser evitada. É o que ocorre quando
dizemos as páginas da vida, a flor dos anos etc.
A sinestesia ocorre quando atribuímos a alguma
coisa uma qualidade que pertence a outra área de
percepção sensorial.
Ex: “Tem cheiro a luz, a manhã nasce...” (A. de
Guimaraens)
(Observe que luz é fruto de percepção visual
enquanto cheiro resulta de percepção olfativa.)
2. Catacrese
Como ocorre com a metáfora, a catacrese consiste
em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra.
No entanto, se a metáfora surpreende pela
originalidade da associação de idéias, o mesmo não
acontece com a catacrese, que já não chama a
atenção porque a transferência de sentido está de tal
forma incorporada aos usos da língua que nem a
percebemos.
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Ex: Ele embarcou no avião das sete.
(Observe que “embarcar” pressupõe “barco” e não
“avião”.)
O braço da cadeira quebrou.
3. Metonímia
Ocorre a metonímia quando, em vista de uma
relação de contigüidade ou de afinidade, uma palavra é
empregada em lugar de outra. Temos a metonímia
quando empregamos:
a) O autor (ou criador) pela obra.
Ex: Ele gosta de ler Jorge Amado.
(O nome do autor está sendo usado no lugar de
suas obras.)
Este é um Ford antigo e valioso.
(O nome do inventor está sendo usado no lugar da
coisa inventada.)
b) O continente pelo conteúdo.
Ex: Ele comeu uma caixa de doces.
(É evidente que ele comeu o que estava dentro e
não a caixa... O elemento que contém está sendo
usado no lugar do conteúdo.)
c) O abstrato pelo concreto (e vice-versa).
Ex: A velhice deve ser respeitada.
(O abstrato “velhice” está sendo usado no lugar de
concreto, ou seja, “pessoas velhas”.)
Ele tem um grande cérebro.
(O concreto “cérebro” está sendo usado no lugar
do abstrato, ou seja, “inteligência”.)
d) O efeito pela causa (e vice-versa).
Ex: Vencer na vida com o suor do próprio rosto.
(“Suor” é o efeito ou resultado e está sendo usado
no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”.)
Aprendi a viver do meu trabalho.
(“Trabalho” é a causa ou o meio e está sendo
usado no lugar do efeito ou resultado, ou seja, “lucro”.)
e) O instrumento pela pessoa que o utiliza.
Ex: Ele é um bom garfo!
(Isto é, um indivíduo que come muito.)
f) O lugar pelo produto.
Ex: “Beijarias até uma caveira / se espumante o
Madeira ali corresse.” (Á;vares de Azevedo)
(O produto “vinho” foi substituído pelo nome do
lugar em que é feito, ou seja, “Ilha da Madeira”.)
g) O símbolo pela coisa ou idéia simbolizada.
Ex: O trono foi disputado pelos revolucionários.
(O trono simboliza o império.)
4. Sinédoque
Consiste no alargamento ou diminuição de sentido
de uma palavra. Ocorre a sinédoque quando
empregamos:
a) a parte pelo todo.
Ex: Não há teto para todos os necessitados.
(A parte “teto” está sendo usada no lugar do todo
“casa”.)
b) O indivíduo pela classe ou espécie.
Ex: Ele era o judas da classe.
(O nome próprio passou a designar a classe dos
homens traidores.)
c) o singular pelo plural.
Ex: O homem é um animal racional.
d) o gênero pela espécie.
Ex: Os mortais são imperfeitos.
(Isto é, os homens.)
e) a matéria pelo objeto (artefato).
Ex: Ele não tem um níquel.
(A matéria “níquel”está sendo usada no lugar da
coisa fabricada, que é “moeda”.)
5. Antonomásia
Ocorre a antonomásia quando substituímos um
nome próprio pela qualidade ou atributo que o
distingue.
Ex: O Poeta dos Escravos é um autor do Romantismo.
(A expressão “Poeta dos Escravos” está sendo
usada no lugar do nome próprio Castro Alves.)
FIGURAS DE PENSAMENTO
figuras de pensamento... Por que assim se
denominam?
Antes de chegarmos à conclusão a qual pretendemos,
torna-se viável levarmos em consideração dois
aspectos tidos como básicos: o primeiro é que por
pertencerem às figuras de linguagem, constituem-se de
um tom conotativo, ou seja, não se assemelham
àqueles textos que não nos permitem mais de uma
interpretação, pelo simples fato de primarem somente
pela objetividade. As figuras de pensamento trabalham
a subjetividade, exploram a riqueza de significados
escondidos por trás de uma determinada ideia, de uma
determinada expressão.
O segundo aspecto diz respeito ao vocábulo
“pensamento”, visto que ele se encontra
intrinsecamente relacionado a essas ideias como
sendo manifestações oriundas da atividade humana.
Eis aí o ponto central de nossa discussão: as figuras de
pensamento trabalham mais a questão daquilo que se
encontra implícito, ou seja, daquilo que revela a
intenção que o emissor quis provocar em seu
interlocutor do que a questão voltada para aspectos
sintáticos, relacionados à construção das orações.
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1. Antítese (ou Contraste)
Consiste em realçar uma idéia, aproximando-se
palavras de sentidos opostos.
Ex: “Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.”
(Olavo Bilac)
Obs: Quando o vigor da antítese resulta numa
contradição ou paradoxo, temos o oximoro.
Ex: “Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.” (Camões)2. Hipérbole
Ocorre a hipérbole quando, para realçar uma idéia,
exageramos na sua representação.
Ex: Estou morrendo de sede!
3. Apóstrofe
Consiste em interromper o texto para interpelar ou
chamar a atenção de alguém ou as coisas
personificadas. Sintaticamente, corresponde ao
vocativo.
Ex: “Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade”
(Vinícius de Moraes)
4. Prosopopéia
Consiste em atribuir características humanas ou
em dar vida e ação a seres inanimados ou irracionais.
Ex: “Debalde o rio docemente / canta a monótona
canção.” (Manuel Bandeira)
5. Gradação
Ocorre quando organizamos uma seqüência de
palavras ou frases que exprimem a intensificação
progressiva de uma idéia; se a seqüência é
ascendente, temos o clímax; caso contrário, o
anticlímax.
Ex: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.”
(Monteiro Lobato)
6. Perífrase
Consiste em substituir uma palavra por uma
expressão ou frase. O uso da perífrase pode ser
motivado pela intenção de destacar uma qualidade que
a palavra sozinha não evoca; mas deve ser usada com
propriedade para não tornar o estilo afetado.
Ex: A Cidade Maravilhosa prepara-se para o Carnaval.
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
7. Eufemismo
Ocorre o eufemismo quando, no lugar do termo
próprio, empregamos outro que atenue ou evite a
expressão direta de uma idéia desagradável ou
grosseira. A perífrase, muitas vezes, é usada com essa
finalidade.
Ex: Depois de alguns momentos de delírio, entregou a
alma a Deus.
8. Irônia (ou Antífrase)
Ocorre essa figura quando empregamos uma
palavra ou expressão com o sentido oposto ao que
queremos dizer, geralmente com intenção sarcástica.
Ex: Que belo comportamento o seu! (Referindo-se a
alguém que agiu mal)