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_______________________________________________________________ ibeam instituto bra sil eir o de e du ca ção ambiental MONITORAMENTO AMBIENTAL O que é monitoramento? Monitoramento é o estudo e o acompanhamento - contínuo e sistemático - do comportamento de fenômenos, eventos e situações específicas, cujas condições desejamos identificar, avaliar e comparar. Desta forma, é possível estudar as tendências ao longo do tempo, ou seja, verificar as condições presentes, projetando situações futuras. O monitoramento pode ser realizado a longo ou a curto prazo. Monitoramento de longo prazo estuda variações no decorrer do tempo e acompanha de forma contínua os fatores a avaliar, fornecendo resultados orientados por estudos de tendências. O monitoramento de curto prazo estuda variações em períodos menores. Independentemente da duração desta atividade, um dos principais produtos do monitoramento é uma avaliação que permita compreender os resultados qualitativos e quantitativos e a aplicação dos mesmos para vários usos e usuários. Que é Monitoramento Ambiental? O monitoramento ambiental pode ser definido como um processo de coleta de dados, estudo e acompanhamento contínuo e sistemático das variáveis ambientais, visando identificar e avaliar qualitativa e quantitativamente as condições dos recursos naturais em um determinado momento, assim como as tendências ao longo do tempo (variações temporais). As variáveis sociais, econômicas e institucionais também são incluídas, por exercerem influências sobre o meio ambiente. O monitoramento ambiental fornece informações sobre os fatores que influenciam no estado de conservação, preservação, degradação e recuperação ambiental. Para que serve? O monitoramento ambiental é um instrumento de controle e avaliação. Serve para conhecer o estado e as tendências qualitativas e quantitativas dos recursos naturais e as influências exercidas pelas atividades humanas e por fatores naturais sobre o meio ambiente. Desta forma, subsidia medidas de planejamento, controle, recuperação, preservação e conservação do ambiente em estudo, bem como auxilia na definição das políticas ambientais. Reflete a relação de ações antrópicas e fatores naturais sobre o meio ambiente, bem como o resultado da atuação das instituições por meio de planos, programas, projetos, instrumentos legais e financeiros capazes de manter as condições ideais dos recursos naturais (equilíbrio ecológico) ou recuperar áreas e sistema s específicos. No caso das unidades de conservação, o monitoramento gera informações para que seja efetivado o manejo destas áreas, subsidiando a definição e adoção de políticas. Fornece, pois, dados sobre a situação ambiental, socioeconômica e a atuação institucional para o manejo destas áreas. Dessa forma, as informações geradas devem transmitir clareza aos técnicos, aos tomadores de decisões, à comunidade científica e à toda a sociedade sobre a situação que se quer analisar. Se a informação não é bem entendida, não há clareza para _______________________________________________________________ ibeam instituto bra sil eir o de e du ca ção ambiental avaliar os resultados, podendo haver distorções, decisões inadequadas ou até mesmo erradas. Como é realizado? A implantação de atividades de monitoramento ambiental necessita de uma seleção prévia de Indicadores. Estes são parâmetros que expressam as condições qualitativas ou quantitativas do que está sendo medido e avaliado. Devem descrever, de forma compreensível e significativa: • o estado e as tendências dos recursos ambientais, • a situação socioeconômica da área em estudo e • o desempenho de instituições para o cumprimento das suas atribuições. A escolha dos indicadores depende dos objetivos do monitoramento, do que se quer monitorar e das informações a obter. Esses parâmetros são medidos em campo, em laboratório e em escritório, alguns com bastante simplicidade e outros com alto grau de complexidade. O monitoramento envolve um grande esforço para a alocação de recursos humanos e financeiros, o que é uma das dificuldades para implantar um programa contínuo dessa natureza. O processo se inicia com o planejamento, que envolve: • a definição dos indicadores/ parâmetros a serem avaliados, • a metodologia e os meios a utilizar, • o local da amostragem ou de coleta, • a freqüência da obtenção de dados, • a metodologia de análise, • os procedimentos de coleta, preservação, armazenamento e transporte de amostras até o laboratório, para análise, • os equipamentos necessários, • a forma de avaliação dos resultados obtidos, • o processamento e armazenamento das informações, • a forma de divulgação dos resultados. A seleção dos indicadores requer um conhecimento preliminar do que existe na área em estudo e de problemas locais. Em outros casos, serve como gerador primário de dados e informações sobre o que existe no local em estudo, fornecendo um diagnóstico das condições ambientais. _______________________________________________________________ ibeam instituto bra sil eir o de e du ca ção ambiental A localização dos pontos de coleta deve ter representatividade no contexto do monitoramento e ser de fácil acesso. Os dados podem ser coletados por técnicos (manualmente) ou de forma automática. As estações automáticas são instaladas quando precisamos de informações coletadas continuamente, geralmente em espaços de minutos, horas e dias. Que é uma Rede de Monitoramento? Na maioria das vezes, o monitoramento é realizado em vários locais, formando a chamada rede de monitoramento. Trata-se de um sistema de monitoramento com obtenção de dados em várias áreas, de abrangência local, regional, nacional e até mesmo internacional, capaz de fornecer uma base de dados comparativa tanto em relação ao próprio local amostrado, quanto com outras regiões. Uma rede de monitoramento é um sistema planejado e organizado de coleta de informações específicas ou interrelacionadas, que gera informações a partir dos dados coletados e aumenta o conhecimento para a tomada de decisão e o planejamento ambiental. O planejamento ou desenho de uma rede de monitoramento deve considerar: • Os objetivos a serem atingidos em termos de informações, usos e usuários dos dados, não apenas no momento do planejamento, mas também no futuro. • Qual será a destinação dos dados. • Em que área ou região devem ser coletadas as informações. • As limitações a superar (recursos financeiros, tempo, número de funcionários, capacidade administrativa, operacional e institucional dos envolvidos). • A continuidade de atividades já executadas, de forma que a rede seja desenhada considerando outras já existentes que preencham os mesmos objetivos de monitoramento. • O alcance do benefício máximo com um custo mínimo (a relação custo/benefício). • As competências dos órgãos envolvidos e as possíveis parcerias, de forma a minimizar custos, evitar duplicidade de esforços e estabelecer um sistema de coordenação e integração das atividades. Trata-se do chamado "arranjo institucional", que define responsabilidades e atribuições das instituições públicas e da iniciativa privada envolvidas na execução do monitoramento, assim como dos mecanismos de inter-relação. • O estabelecimento de prioridades. • Os riscos operacionais, caso não sejam disponibilizados os recursos financeiros, materiais e humanos necessários. • O estabelecimento de um programa de controle de qualidade dos dados, para gerar maior credibilidade nos laudos e relatórios emitidos._______________________________________________________________ ibeam instituto bra sil eir o de e du ca ção ambiental É importante lembrar que a definição do número de estações de amostragem e dos parâmetros monitorados deve considerar as condições técnicas e econômicas do órgão executor. Além disto, a rede deve ser revisada periodicamente, de forma a adequar-se a novas situações e processos. A credibilidade da informação gerada depende da exatidão dos procedimentos adotados. O controle de qualidade dos resultados emitidos passa pelo controle da atuação dos técnicos, bem como por procedimentos de avaliação dos métodos de coleta e análise, calibração de equipamentos, demarcação de áreas, entre outros aspectos. Sistema de Monitoramento da Biodiversidade nas Unidades de Conservação - SIMBIO O SIMBIO tem por objetivo estudar o estado e as tendências da diversidade biológica nas Unidades de Conservação Federais, visando: • subsidiar as ações de manejo nestas unidades, • avaliar o grau de proteção da diversidade biológica e • dar o suporte à gestão das mesmas, para o processo de tomada de decisão e para a definição de políticas específicas de gestão ambiental. Em fase de definição de sua etapa-piloto, o SIMBIO tem sua implementação prevista para um período de três anos. Para esta fase foram selecionadas seis unidades de conservação, representativas dos ecossistemas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, entre Parques Nacionais (PARNA) e Reservas Biológicas (REBIO). As Unidades selecionadas foram: • PARNA Pantanal Matogrossense, • REBIO Guaribas, • PARNA Marinho Abrolhos, • PARNA Serra do Cipó, • REBIO Poço das Antas, • PARNA Serra dos Órgãos. O SIMBIO será executado de forma contínua, com revisões periódicas, incorporando tanto os aspectos relacionados com a diversidade biológica quanto a dimensão social, econômica e institucional. Desta forma, este sistema pretende ser parte indispensável da gestão e da tomada de decisões nas Unidades. No SIMBIO estão sendo considerados indicadores socioeconômicos, institucionais e biofísicos. Ele funcionará com base na metodologia PRESSÃO X ESTADO X RESPOSTA, que considera as alterações de estado como resultados de um determinado tipo de pressão. Permite, dessa forma, aplicar respostas corretivas aos problemas identificados. Os indicadores de pressão são aqueles referentes às causas _______________________________________________________________ ibeam instituto bra sil eir o de e du ca ção ambiental de mudanças no meio ambiente. Relacionam-se com as ações antrópicas e também com fatores naturais. Os indicadores de estado medem as características qualitativas e quantitativas dos recursos naturais, indicando as suas condições físico-químicas e biológicas e o seu grau de integridade. Refletem o estado dos recursos naturais, bem como sua capacidade de suportar as mudanças provenientes das pressões. Os indicadores de resposta descrevem as ações institucionais ou da própria sociedade, no sentido de minimizar as pressões ou recuperar as regiões poluídas ou degradadas. Referem-se ao aperfeiçoamento de técnicas de manejo ou programas e políticas de conservação ambiental.