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Sumario 
1. Introdução.................................................................................................................. 3 
2. Tipos de Barragens .................................................................................................... 4 
2.1. Barragens de Concreto - Gravidade ................................................................... 4 
2.2. Barragens de concreto Gravidade- Aliviada ...................................................... 4 
2.3. Barragem de contrafortes ....................................................................................... 5 
2.3.1. Barragem de Itaipu .......................................................................................... 5 
2.4. Barragem em Arco ............................................................................................. 7 
2.5. Barragem de Terra ............................................................................................. 8 
2.6. Barragem de Enrocamento ................................................................................. 9 
2.7. Estruturas Complementares ............................................................................. 11 
3. Fatores geológicos condicionantes .......................................................................... 13 
4. Fases de estudo de Barragens .................................................................................. 14 
4.1. Estudo de Inventário ............................................................................................ 14 
4.2. Estudo de Viabilidade .......................................................................................... 15 
4.3. Projeto Básico ...................................................................................................... 15 
4.5. Projeto executivo ................................................................................................. 15 
4.6. Operação .............................................................................................................. 16 
5. Tipos de soluções e tratamentos .............................................................................. 16 
5.1. Propriedade de Deformabilidade ......................................................................... 16 
5.2. Problemas de resistência ao cisalhamento ........................................................... 17 
5.3. Problema de permeabilidade ................................................................................ 18 
6. Conclusão ................................................................................................................ 19 
7. Bibliografia: ............................................................................................................ 20 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Introdução 
As Barragens são denominadas as estruturas ou barreiras construídas na 
transversal, cruzando rios e canais com a finalidade de reter a água, criando um 
reservatório. São classificadas de acordo com o material e forma e, destinadas a atender 
diversas necessidades como: irrigação, geração de energia, contenção de cheias, uso 
industrial, recreação e consumo humano/animal. 
 A primeira barragem construída foi no rio Nilo a mais ou menos 4000 A.C., porém, 
ela não existe mais. Na época, foi destinada para desviar o rio deixando o local livre 
para uma cidade chamada Menfins. A barragem mais antiga ainda em funcionamento 
está localizada na província espanhola de Albacete. 
 No Brasil o desenvolvimento neste campo se deu ao longo das décadas de 60 e 70, 
quando houve um aumento notável de número de técnicosem atividade, participando de 
projetos e construção de barragens. 
 A construção de uma barragem requer minuciosos estudos geológicos e 
geotécnicos, a fim de identificar possíveis imprevistos que possam acontecer 
ocasionando no futuro dificuldades construtivas e necessidade de adaptações no projeto, 
podendo assim elevar os custos. Esse estudo possibilita também a precaução de riscos 
de acidentes e rupturas que podem gerar sérias consequências. 
 O presente relatório abordará as barragens enquanto estruturas de armazenamento de 
água enfocando nas características especificas de cada tipo, nas fundações e fatores de 
natureza geológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. Tipos de Barragens 
2.1.Barragens de Concreto - Gravidade 
 É o tipo de barragem mais resistente e de menor custo de manutenção. Este tipo 
pode ser adaptado para todos os locais, mas a sua altura é limitada pela resistência das 
fundações. Quando são constituídas de material de aluvião incoerente, a altura dessas 
barragens tem sido limitada a 20m. No caso de a fundação ser de rocha sã, porém 
situada a considerável profundidade da superfície do terreno, é mais adequado e 
econômico construir-se uma barragem de terra, porque a mesma não necessita repousar 
sobre fundação em rocha e assim evita-se uma quantidade de escavação. Comparadas 
com as barragens de terra ou de enrocamento, as de concreto tipo gravidade são de 
maior custo. 
As barragens de concreto são construídas essencialmente com materiais 
granulares produzidos artificialmente aos quais se adicionam cimento e aditivos 
químicos. 
As barragens de gravidade têm sua estabilidade garantida principalmente pelos 
esforços de gravidade, ou seja, seu próprio peso e são classificadas de acordo com a sua 
altura. 
 
2.2.Barragens de concreto Gravidade- Aliviada 
Nestas barragens, a subpressão – a pressão de baixo para cima gerada pela água 
que se infiltra pela porosidade ou descontinuidades da fundação rochosa sob a barragem 
– fica muito reduzida, pois usa-se cavidades junto a fundação reduzindo também o uso 
de concreto. Enquanto o peso da agua sobre o parâmetro inclinado de montante – 
componente vertical da pressão hidrostática para equilíbrio – praticamente elimina o 
tombamento. Porém, os esforços de compressão sob os contrafortes aumentam podendo 
chegar a 4-5 Mpa. Devido ao seu menor peso, comparado com outras barragens de 
concreto, são mais sensíveis a problemas de deslizamento. 
Se for comparada com as barragens de concreto-gravidade, podem economizar 
25 a 40% de concreto, dependendo do tipo e da altura, porém requerem fundações 
melhores. 
 
5 
 
 
 
2.3. Barragem de contrafortes 
 
 As barragens de contrafortes consistem em uma placa inclinada que transmite o 
empuxo da água a uma série de contrafortes perpendiculares ao eixo da barragem. Os 
contrafortes em direção a jusante, descarregam a carga recebida pela placa às fundações, 
com tensões elevadas. Os tipos mais comuns são os de laje plana e os de arcos múltiplos 
e, geralmente, nos dois casos, usa-se concreto armado como material. São barragens 
indicadas para vales largos e de leve declividade. 
Em relação às de gravidade maciça, possuem melhorias nos quesitos econômicos, 
efeitos de subpressão e aumento da estabilidade sem alteração do volume. No entanto, 
exigem um projeto estrutural mais complexo e o uso de um número maior de fôrmas na 
execução dos contrafortes. 
 
2.3.1.Barragem de Itaipu 
 A barragem principal da Itaipu é de concreto, do tipo gravidade aliviada. 
Durante a concepção do projeto, foram estudadas opções: de gravidade maciça, de 
 
6 
 
gravidade aliviada, de enrocamento e em arco. Após avaliação técnica e geológica, 
optou-se pela barragem de concreto do tipo "gravidade aliviada" para a barragem 
principal. Foram efetuados extensos tratamentos subterrâneos, por meio da escavação de 
galerias e construção de chavetas de concreto, para aumentar a resistência ao 
cisalhamento. Os outros tipos de barragem construídas na Itaipu, barragens auxiliares 
como as de enrocamentoe de terra utilizaram rochas e substrato (terra) da própria 
escavação local. 
 Para a escolha do local da barragem um consórcio internacional ficou responsável 
pelos estudos topográficos e geológicos. Os trabalhos, iniciados em 1971, analisaram 
diversos pontos ao longo do Rio Paraná, no trecho entre a foz do Rio Iguaçu e a cidade 
de Guaíra e duasopções se destacaram: a ilha de Itaipu e a localidade de Santa Maria. 
As condições topográficas e geológicas terminaram por determinar a escolha pela ilha 
de Itaipu, onde o desvio e o fechamento do Rio Paraná seriam mais convenientes. 
 
 
 
7 
 
2.4.Barragem em Arco 
A barragem em arco, também chamada de barragem em abóboda, é uma 
construção rígida, que possuicurvatura em duplo sentido, tanto na horizontal como 
vertical. Esse tipo de barragem tem a estabilidade garantida pela forma curva, que faz 
com que a pressão exercida pela agua seja transferida para as margens. 
Para que a construção aconteçaé necessário algumas condições e características 
geológicas especiais. O vale precisa ser estreito e regular, tendo a relação de largura do 
rio e altura da barragem ser igual ou inferior a 5 e, as margens e leito do rio devem 
possuir rochas resistentes e sã. 
Nessas construções, os esforços de compressão são mais elevados do que nos 
outros tipos de barragens, porém, são mantidos abaixo de 7Mpa. São também sensíveis 
a fundações com baixo modulo de deformabilidade e a variações bruscas de resistência 
ao longo da base, sendo necessária a construção de blocos mais largos de fundação. 
 
XiaowanDam - China 
 
 
Usina do Funil – Furnas - Resende 
Dados Técnicos: 
Tipo: abóbada de dupla curvatura 
Altura máxima: 85 m 
Desenvolvimento no coroamento: 385 m 
Largura no coroamento: 3,6 m 
Elevação no coroamento: 468 m 
Volume total: 270.000 m³ 
 
 
 
8 
 
2.5.Barragem de Terra 
A grande vantagem da barragem de terra é que a mesma não é exigente ela 
molda-se a quase todas as fundações e, com modernas técnicas de mecânica dos solos e 
terraplanagens, aceita uma enorme variedade de solos. Existem barragens de terra com 
mais de 3km de extensão e com mais de 200m de altura. 
 A grande vantagem das barragens de terra sobre as outras é que podem ser 
construídas sobre quase todo tipo de fundação. São relativamente baratas e não exigem 
pessoal muito especializado. 
As barragens de terra possuem grande volume, pois funciona pelo peso do 
aterro, composto por solo que possui peso específico (1.8 a 1.9 g/cm³) menor que o do 
concreto (2.4 g/cm3). 
 Os taludes, suaves, devem ser compatíveis com a resistência ao cisalhamento do 
material após compactação. Tem base larga para distribuir o peso e aumentar a seção de 
percolação. Podem ter seção homogênea ou zonada, dependendo da disponibilidade de 
materiais de construção nas proximidades do barramento. Nas barragens zonadas há um 
núcleo de material impermeável e duas zonas externas, em geral construídas com 
materiais mais permeáveis e mais resistentes aos deslizamentos. 
As barragens de terra/enrocamento destinadas ao armazenamento permanente de 
água devem possuir um elevado grau de estanqueidade (presença de um elemento de 
vedação). 
Estas barragens são construídas, via de regra, com materiais oriundos de áreas de 
empréstimo, devidamente selecionadas, que são transportados, lançados e compactados, 
com equipamentos especiais, sob rigoroso processo de controle executivo. 
Possuem comumente um sistema de drenagem interna eficiente (presença de um 
elemento drenante) e coeficientes de segurança elevados, tanto para a possibilidade de 
ocorrência de erosão interna como para possibilidade de ruptura por cisalhamento 
(presença de um elemento estabilizante). 
As barragens de terra/enrocamento devem ter sistemas de extravasamento bem 
dimensionados que lhes confiram elevados coeficientes de segurança contra a 
possibilidade de galgamento. 
A principal desvantagem das barragens de terra, é que podem ser afetadas pelas 
condições climáticas, pois a execução dos aterros é paralisada em períodos chuvosos. 
 
 
9 
 
2.6.Barragem de Enrocamento 
 
É um aterro feito com fragmentos de rochas ou cascalho, compactado em 
camadas, cujo o peso e imbricação das rochas cria a estabilidade do maciço, que é 
submetido a pressão hidrostática. Nestas barragens, é menos comum ocorrer 
deslizamentos de taludes, devido ao grande ângulo de atrito do enrocamento. 
Este tipo de barragem pode ter o núcleo impermeável, feito de material rochoso 
e argila, que veda a passagem de água, ou ter face impermeável, cuja vedação da água é 
garantida pela impermeabilização da face montante da barragem com uma camada de 
asfalto, chapa de aço ou outro material. 
As mais comuns barragens de enrocamento, são as de núcleo interno de argila, 
como são construídas as barragens de Furnas, Estreito, Salto Osório, Itaúba e Salto de 
Santiago e as de face de concreto, como as de Segredo, Xingó e Foz do Areia. 
 
Barragem de Enrocamento da Usina de Salto Santiago. PR 
 
 
Barragem de Enrocamento da Usina Foz do Areia PR. 
 
10 
 
Nas barragens de enrocamento com núcleo de argila, ECRDs (Earth Core Rock 
Dams), pelo fato da existência de um núcleo de terra, este pode ocasionar 
deslizamentos, fissuras por ruptura hidráulia ou erosão interna, caso ocorra a 
dispersividade do solo. 
 
Nas barragens de enrocamento com face de concreto, CFRDs (Concrete Face 
Rock Dams), onde não existe o núcleo interno de argila, a estabilidade da barragem é 
maior e os taludes externos podem ser mais íngremes. Requer fundação composta de 
rocha dura, não-erodível, que possa ser impermeabilizada com injeções de cimento. Sob 
os núcleos, é usual tratar e regularizar a superfície de rocha com concreto denominado 
“dental”, para garantir que as infiltrações pelo núcleo não possam carrear o solo para os 
vazios da rocha. 
Nas CFRDs, uma delgada camada de concreto é utilizada na impermeabilização 
que recobre o talude montante, que será apoiada sobre uma transição de enrocamento 
fino, bem graduado. E,a partir do plinto, são feitas as injeções de impermeabilização. 
 
11 
 
 
2.7.Estruturas Complementares 
As barragens geralmente necessitam de estruturas auxiliares como: obras de 
desvio, vertedouros e obras de geração. 
As obras de desvio são estruturas necessárias para realizar o desvio provisório 
do rio a fim de permitir a construção da barragem. As estruturas mais comuns são as 
ensecadeiras, canais de desvio e galerias, sendo destes as ensecadeiras o mais utilizado 
pois, possibilitam fechar uma região do curso do rio deixando a área seca para a 
construção. 
 
Paracambi -Rio de Janeiro 
 
12 
 
Os vertedouros, também chamado de descarregadores de cheia, são estruturas 
construídas para regular o nível de um reservatório em relação ao nível da barragem, 
não deixando que ocorra o risco da agua passar por cima do corpo da barragem, atuando 
como um sistema de escape. Nas barragens de grande porte, um vertedouro pode ser 
projetado para descarregar a cheia de 10.000 anos de recorrência. São constituídos de 
uma estrutura de controle de soleira livre ou dotada de comportas, de um rápido para 
escoar as vazões para a jusante, e de um dissipador de energia para devolver os fluxos 
ao rio com menores riscos de erosão. 
 
Vertedouro - Itaipu 
As obras de geração constituem de estrutura de adução (canal, túnel); tomada 
d’agua que são aberturas para direcionar a água para o abastecimento ou casa de força; 
condutos forçados que são tubulações sob pressão que levam até a casa de força; e casa 
de força que é onde gera energia. 
 
 
Tomada D’agua– Usina do Funil - Furnas 
 
 
 
 
 
13 
 
3. Fatores geológicos condicionantes 
A escolha do tipo de barragem dependerá dos fatores geológico dos solos e 
rochas apresentados na região do local da obra. O mapeamento geológico tem como 
finalidade estudar o conjunto continuo e homogêneo de rochas de fundação, e suas 
fronteiras, as propriedades desses materiais, e tentar identificar e caracterizar os 
eventuais imprevistos que podem comprometer a obra. 
 Os esforços aplicados pela obra afetam o maciço natural rochoso (rocha matriz), 
que é formado por solo, rocha, estruturas internas ou externas e vazios como poros 
descontinuidades ou cavidades que podem ser preenchidos com ar ou agua. 
As vantagens de construir sobre esses maciços rochosos são que problemas 
causados por defeitos de fundação como recalque, deslizamento ou erosão interna são 
eliminados. A resistências a compressão e cisalhamento, deformabilidade, 
permeabilidade, tensões originais do maciço são alguns dos fatores condicionantes 
importantes a considerar. Porém, quando há alguma deformação na rocha as evidencias 
não são tão notáveis como quando a fundação é de solo. A modificação da rocha, as 
estruturas e a presença de agua podem diminuir a resistência do maciço. 
O mecanismo geológico de formação dos solos se residual, coluvial ou 
sedimentar, é compreendido atrás de estudos da origem do solo que ajuda a identificar o 
modo de ocorrência e transição ao maciço rochoso. A superposição de solos, como 
material coluvial sobre solos moles de terrenos recentes, pode gerar eventuais 
problemas. 
As características do solo e rochas é um fator importante para a definição do tipo 
de barragem a ser construída. As rochas mais resistentes, como o granito, são excelentes 
fundações e sustente qualquer tipo de barragem. Rochas como quartzo e basaltos 
vesiculares são boas fundações, porém pouco usaram nas barragens de arco. Barragens 
de arco ou de contraforte não são apropriadas a serem construídas sobre rochas como 
metamórficas xistosas, porém essas rochas são adequadas para estruturas a gravidade; 
elas podem apresentar considerável erosão. As rochas sedimentares geralmente são 
permeáveis ou de baixa resistência, permite construir barragens de gravidade e 
enrocamento, mas em obras mais altas, a deformidade pode ser significativa. Barragens 
em solos aluviais devem ser evitadas pois podem sobre deformações excessivas. 
 
14 
 
É de importante relevância saber a permeabilidade da fundação quando envolve 
a segurança da obra. Ela depende da porosidade intergranular da rocha, dos defeitos 
estruturais ou de natureza. 
Assim, é realizada um analise conforme a dimensão da obra e significação dos 
fatores geológico, por meio de ensaios laboratoriais ou ensaios mecânicos em rochas, 
escolhendo a melhor maneira de realizar a construção. 
 
4. Fases de estudo de Barragens 
Para a implantação de aproveitamento hídrico com necessidade de obras de 
barramento e formação de reservatório (tais como usinas hidrelétricas, reservatórios de 
vazões, reservatório de abastecimento, entre outros), as fases de estudo seguem as 
etapas do projeto. Normalmente os estudos são: de inventário, de viabilidade, projeto 
básico, projeto executivo e operação. 
O foco nas fases iniciais é predominantemente geológico, e, nas fases mais 
avançadas, vai progressivamente se orientando para os aspectos geotécnicos e 
geomecânicos. 
 
4.1. Estudo de Inventário 
 
 Essa fase tem como objetivo identificar ao longo do curso dos rios, os locais 
mais favoráveis sob o ponto de vista topográfico, geológico e hidráulico da região, para 
as obras de barramento e obras auxiliares envolvidas. 
 Os estudos referem-se principalmente nos levantamentos bibliográficos, à 
fotointerpretação, reconhecimento geológico da superfície e reconhecimento geológico-
geotécnico com métodos diretos e indiretos de pesquisa. Podemos citar como métodos 
diretos: poços, sondagem a trado, sondagem a percussão e sondagem rotativa, e como 
indiretos: sísmica de refração e reflexão e eletrorresistividade. A avaliação dos aspectos 
técnicos e ambientais que a construção pode promover também é feita nesta etapa, e 
abrange uma região sendo um rio inteiro ou uma bacia hidrográfica, onde se faz o 
levantamento da potencialidade hidrelétrica. 
 
 
15 
 
4.2. Estudo de Viabilidade 
 
 Antes da definição da alternativa mais vantajosa, é normal que diversos eixos de 
diversos arranjos estruturais sejam analisados, nesta fase os estudos têm como objetivo 
determinar de forma mais detalhada, as características do meio físico, social e 
econômico, e sua importância para diversas possibilidades de aproveitamento, são 
definidos também, os arranjos mais adequados para as obras civis. 
 No estudo de viabilidade é comum possuir como material de apoio, estudos 
detalhados hidrológicos, topográficos, geológicos, geotécnicos, hidráulicos e de arranjos 
das estruturas principais da obra. 
A pesquisa de geologia neste estudo deve indicar os defeitos e problemas que 
possam inviabilizar e/ou encarecer a obra, eliminando assim as surpresas geológicas 
maiores e futuras. As investigações são executadas de tal forma que se possa processar 
análises técnicas comparativas para a escolha das melhores posições de eixos e arranjos 
da obra. 
 
4.3. Projeto Básico 
 
 Assim que definida a melhor alternativa na fase de viabilidade, faz-se o 
detalhamento dos estudos realizados naquela fase. Esses estudos realizados 
anteriormente já permitem uma concepção básica da obra, como a potência a ser 
instalada, o número de turbinas, dimensão da casa de força e da barragem, entre outros, 
porém em um nível preliminar, ou seja, sem os detalhes necessários. 
 No projeto básico se faz os estudos com a minúcia necessária dependendo do 
porte da obra e das dificuldades geológico-geotécnicas encontradas anteriormente. 
Todos os processos do projeto são bem detalhados para que não ocorram alterações 
substanciais nas fases seguintes. Em alguns casos o nível de detalhamento exigido é tão 
alto que se utiliza métodos especiais para os estudos como: ensaio de permeabilidade 
em rochas e solos, sondagem de amostragem integral, e outros. 
 
4.5. Projeto executivo 
 Nesta etapa é feito o refinamento do projeto básico das obras civis e dos 
equipamentos, incluindo ainda mais detalhes. São realizadas atividades complementares 
 
16 
 
necessárias e outras que, por motivo de impedimento ou necessidade de recursos mais 
avançados, não foram executadas no projeto básico. 
 O projeto executivo se desenvolve junto com a obra, ou seja, com a construtora 
já em ação, é importante que nesta parte do projeto, o construtor e os fornecedores 
tenham em mãos, antes mesmo do início da obra, o projeto detalhado de cada estrutura 
da barragem. 
 A participação do geólogo evidencia-se tanto na elaboração como na execução 
do projeto, com trabalho contínuo de mapeamento e liberação de fundações, execução 
de escavações e etc. 
 
4.6. Operação 
 
 Chegamos na última etapa do trabalho e está relacionada com as fases de 
enchimento dos reservatórios, aqui os geólogos e engenheiros monitoram 
minuciosamente o comportamento das estruturas do reservatório, e comparam os 
resultados com as estimativas do projeto e com os resultados de outras obras similares. 
 
5. Tipos de soluções e tratamentos 
As barragens podem ser construídas sobre fundações em áreas de rochas de ótima 
qualidade ou péssimas, com solo fraco (de pouca resistência) desde que haja segurança 
na execução do projeto. Mesmo com esse cuidado a maioria dos casos ainda requer 
alguns tipos de tratamentos e soluções exclusivas,em razão das características 
específicas das alternativas adotadas e dos fatores geológico-geotécnicos que são 
encontrados. 
Em relação à fundação, os aspectos a serem considerados são principalmente 
deformabilidade, resistência ao cisalhamento e permeabilidade. Esse tipo de construção 
requer um tratamento mais extenso e cuidados. 
 
5.1. Propriedade de Deformabilidade 
É quando há deformação de uma fundação em decorrência do esforço aplicado 
nela. Nessa situação, o controle para reduzir da tensão existente pode ser feito 
 
17 
 
aumentando o modulo de deformabilidade ou diminuindo o esforço. A redução da força 
pode ser feita alargando-se a base da estrutura e abatendo-se os taludes da barragem, 
como ocorre quando se passa de uma barragem em arco para uma barragem de 
gravidade, de enrocamento ou de terra. A diminuição de tensão pode ocorrer ainda com 
a redução da espessura da camada, isso acontece quando se remove parcialmente ou 
totalmente a camada deformabilidade e resistência inadequadas para a alternativa 
considerada, tais como uma camada de argila mole numa barragem de terra. Já com 
aumento do modulo de deformabilidade, pode ser feito, em alternativas de concreto, por 
meio de injeções de consolidação. 
 
5.2. Problemas de resistência ao cisalhamento 
 
Uma força externa aplicada na superfície, ou a própria geometria da massa do 
solo, ajuda para o desenvolvimento de tensões tangenciais ou de cisalhamento, que 
podem causar a ruptura do solo. Nesses tipos de problema de deslizamento é possível 
melhorar a estabilidade elevando a coesão, a largura da barragem, o somatório de 
forçasverticais, ou o Ângulo de atrito, ou reduzindo o somatório de forças na horizontal 
ousubpressão. 
O Aumento do somatório das forças verticais, simultaneamente com reduções do 
somatório das forças horizontais, em barragens de concreto, podem ser obtidos por 
atirantamento. O emprego de tirantes de alta resistência é comum em barragens de 
contraforte e de arco, embora pouco usado em outros tipos. 
A subpressão pode ser controlada a partir das cortinas de drenagem em 
barragens de concreto, drenos chaminé, tapetes drenantes, poços de alivio em barragens 
de terra. 
Em barragens de concreto, nas quais os problemas de deslizamento são 
frequentemente causados por defeitos geológicos, melhoramentos da coesão e do ângulo 
de atrito podem ser obtidos de diversas maneiras. Antes de construção, o contato 
concreto-rocha pode ser esculpido por escavação para melhorar sua geometria e zonas 
alternadas podem ser totalmente removidas ou interceptadas por trincheiras preenchidas 
com concreto. 
 
18 
 
5.3. Problema de permeabilidade 
 
 Os problemas relacionados com a permeabilidade são controlados reduzindo-se 
a vazão de infiltração, as subpressões e as pressões de percolação. A solução para esse 
tipo de problema pode ser a diminuição do coeficiente de permeabilidade e a área da 
secção transversal de percolação, ou aumentando a extensão do caminho de percolação. 
A redução do coeficiente de permeabilidade é efetuada, quase sempre, por meio 
de injeções de impermeabilização. 
O aumento da extensão do caminho de percolação é tipicamente obtido pela 
construção de tapetes impermeáveis no lado de montante ou, no caso de barragens 
CFRD, de concreto dental e concreto projetado e filtros a jusante do plinto, em trechos 
de rocha alternada. 
Em fundações de solo, o emprego de cut-offs tem diversos efeitos, reduzindo a 
área de seção transversal de percolação e o coeficiente de permeabilidade, e 
aumentando a extensão do caminho de percolação. 
Todos estes procedimentos não só reduzem a vazões de infiltração como 
também contribuem, em maior ou menor grau, para o controle das forças de percolação, 
seja reduzindo as vazões a valores mais facilmente controláveis pela drenagem, seja 
reduzindo os gradientes hidráulicos. 
O controle positivo das subpressões e forças de percolação se faz por drenagem, 
seja por meio de cortinas e redes de drenagem, usadas em fundações de rocha, seja por 
meio de tapetes drenantes, filtros e poços de alivio no caso de obras de terra. 
 Em barragens de terra ou enrocamento, particularmente sob as estruturas de 
impermeabilização, são efetuados tratamentos superficiais, visando-se atenuar 
irregularidades topográficas e tratar defeitos geológicos localizados. Sob o núcleo de 
argila de uma barragem de enrocamento, é comum o preenchimento de depressões por 
meio de concreto dental, e a aplicação de argamassas fluídas (slushgrout) nas fraturas. 
Em alguns casos, prefere-se recobrir todas ou grande parte da fundação do núcleo, com 
uma camada de concreto, a partir da qual são efetuadas asinjeções de 
impermeabilização ou consolidação. 
 
19 
 
6. Conclusão 
O presente trabalho proferiu sobre barragens e seus tipos, dando exemplos de 
construções já existentes como a de Itaipu. Abordou também assuntos como as 
estruturas complementares que as rodeiam; fatores geológicos que podem afetar a 
escolha do tipo de barragem e também a execução do projeto em decorrência do solo e 
das rochas de cada região; as fases de estudos para que cada processo possa ser 
executado da melhor forma possível e; por último os tipos de soluções e tratamentos 
para as fundações das barragens. 
 As barragens que o trabalho envolveu podem ser classificadas como: concreto-
gravidade, gravidade-aliviada,contraforte,arco,terra e enrocamento. 
 As de concreto-gravidade tem a maior resistência, podendo ser implantada em 
qualquer local e tem menor custo de manutenção. Falando ainda de diminuição de gasto 
outro tipo de barragem que tem essa característica é a de terra que pode ser colocada em 
qualquer fundação e tem grande volume. Contudo, são afetadas pelas condições 
climáticas. 
As barragens de gravidade-aliviada utilizam pouco concreto já que se usam 
cavidades junto a fundação fazendo assim, que haja uma diminuição da subpressão. São 
também, sensíveis a problemas de deslizamento, diferente das barragens enrocamento 
onde esse problema acontece menos por ser composta de fragmentos de rochas ou 
cascalhos. 
As duas últimas barragens englobam geometria distintas, a de arco é uma 
construção rígida em curvatura que possibilita que a pressão existente possa ser 
transferida para as margens dos rios, já a de contraforte tem sua forma como placas 
inclinadas o que possibilita transmitir o empuxo da água a uma série de contrafortes 
perpendiculares ao eixo descarregando a cargas recebidas. 
Com todas as pesquisas e desenvolvimento do trabalho percebeu-se que para a 
implantação e escolha do tipo de construção de uma barragem devem-se relevar fatores 
importantes como o tipo de solo e necessidade existente no local, concluímos também 
que alem da escolha certa da barragem alguns métodos e estudos, como de fundação das 
estruturas, devem ser utilizados para que a construção seja feita corretamente. 
 
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7. Bibliografia: 
 
http://www.abge.org.br/uploads/imgfck/file/Artigo_AvaliacaodeRisco.pdf 
http://www.feng.pucrs.br/professores/cleber/Aula_13_-
_APP__Geologia_aplicada_a_Barragens_e_Tuneis.pdf 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgnD8AK/barragens-seus-condicionantes-
geologicos-final-pptx 
http://saudadedoiguacu.pr.gov.br/verturismo.php?id=1- 
 http://www.panoramio.com/photo/38564304 - 
http://www.geoprisma.com.br/noticias/18/como-funcionam-os-vertedouros-de-
barragens/ 
http://energiadasbarragens.blogspot.com.br/2011/06/tipos-de-barragens.html 
https://blogdopetcivil.com/2015/11/09/barragens-finalidades-e-estrutura/ 
Livro: Geologia de Engenharia – Editores Antonio Manoel dos Santos Oliveira, Sergio 
Nertan Alves de Brito – Capitulo 24 Barragense Reservatorios