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D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 
1 
 
 
APOSTILA DE 
PORTUGUÊS 
 
 
 
PETROBRÁS 2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 
2 
 
Ortografia oficial........................................................................................03 
 
Acentuação Gráfica ..................................................................................08 
 
Flexão nominal e verbal ............................................................................10 
 
Pronomes: ................................................................................................15 
 emprego, formas de tratamento e colocação...........................................15 
 
Emprego de tempos e modos verbais.......................................................20 
 
Vozes do verbo .........................................................................................24 
 
Concordância nominal e verbal.................................................................24 
 
Regência nominal e verbal........................................................................27 
 
Ocorrência de crase..................................................................................30 
 
Pontuação.................................................................................................31 
 
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e 
incorretas ..............................................................................................36 
 
Intelecção de texto....................................................................................40 
 
PROVA........................................................................................46 
GABARITO..................................................................................50 
 
 
3 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
 Para reproduzirmos na escrita as palavras de nossa língua, empregamos um certo número de sinais 
gráficos chamados LETRAS. 
 O conjunto ordenado das letras de que nos servimos para transcrever os sons da linguagem falada 
denomina-se ALFABETO. 
 O ALFABETO da língua portuguesa consta fundamentalmente das seguintes letras: 
 
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z 
 
 
 Além dessas, há as letras k, w e y, que hoje só se empregam em dois casos: 
a) na transcrição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses: 
 Franklin Wagner Byron 
 frankliano wagneriano byroniano 
 
a) nas abreviaturas e nos símbolos de uso internacional: 
b) (= potássio) kg (= quilograma) km (= quilômetro) 
W. (= oeste) w (= watt) yd. (= jarda) 
Observação: 
 O h usa-se apenas: 
c) no início de certas palavras: 
 haver hoje homem 
 
1. no fim de algumas interjeições: 
 ah! oh! uh! 
 
a) no interior de palavras compostas, em que o segundo elemento, iniciado por h, se une ao primeiro por 
meio de hífen: 
 anti-higiênico pré-histórico super-homem 
 
d) nos dígrafos ch, lh, e nh: 
 chave talho banho 
 
“m” antes do “p” e “b” 
 O “m” é usado antes das únicas consoantes que são o “p” e do “b”. Para lembrar, 
faça de conta que o m é de mamãe, o p de papai e o b de bebê. Assim, “a mamãe 
está sempre do lado (antes) do papai e do bebê.” 
 Exemplos: 
 BOMBOM CAMPO 
 SAMBA POMPOM 
 JAMBO PIMPOLHO 
 TAMBOR EMPADA 
 
L E M B R E – S E: só usamos a letra m antes do b e p. Antes das demais consoantes 
usamos n. 
EXEMPLO: tampa, bomba, laranja 
 
“h” inicial 
 No início das palavras, por razão etimológica (origem): 
 Ex.: haver, hélice, hábito, herói, hidrogênio, homem 
 A letra não se constitui propriamente como consoante, mas como símbolo ou sinal que se conserva 
no início de várias palavras, em virtude da etimologia e da tradição escrita do idioma. Emprega-se no início 
e no fim de algumas interjeições: haver, hélice, hospital, habitual, humilde, oh!, ah!, puh , etc. 
 
“e” ou “i”; “o” ou “u” 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 
4 
 São SEMIVOGAIS (fonemas assilábicos) - São os fonemas “i” (em certos contextos “e”) e “u” (às 
vezes “o”), quando representam o elemento assilábico do ditongo ou os elementos assilábicos do tritongo. 
 * A 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2ª pessoa do singular do imperativo dos 
verbos terminados em -uir, escrevem-se com I. 
 Ex.: possui , possuis (possuir); 
 diminui , diminuis (diminuir); 
 constitui, constituis (constituir); 
 
 * A 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do subjuntivo e a 3ª pessoa do singular do imperativo dos 
verbos em -UAR, escrevem-se com -E. 
 Ex.: habitue, habitues (habituar); 
 efetue, efetues (efetuar); etc. 
 
 Não é lícito o emprego de u final átomo em palavras de origem latina. Escreve-se por isso: tribo, em vez 
de tríbu. 
 
“sc”, “sç” ou “xc” 
 Os vocábulos conservarão o dígrafo sc medial quando já vierem assim formados para o 
português: imprescindível, consciência, cônscio, rescisão, prescindir, oscila, transcende, 
miscelânea, obsceno, etc. No início de vocábulos não se escreve o S do grupo SC. Ex.: ciência, 
cena, etc. Nos nomes compostos em que o segundo elemento etimologicamente apresenta-se 
dígrafo, o S não será grafado. Ex.: contracena, encenação, anticientífico, etc. 
� som S também pode ser grafado com a letra X ou com o dígrafo XC. Veja: 
 
EXCESSO - EXCEPCIONAL EXCELENTE 
 Sabemos que o dígrafo é o conjunto de letras representativo de um só fonema. O dígrafo, portanto, não 
pode ser confundido com o encontro consonantal, visto que aquele representa fonema único. Neste cabe 
como exemplo o SC ou SÇ: nascer / nasço. 
 
 “c”ou “ç” antes de vogais 
 Às vezes, o C e o Ç são confundidos com S ou SS. 
• Algumas palavras com C: acender (iluminar), acento (tom de voz); alicerce, cacique, cear, cebola, 
cê-cedilha, cédula, célula, censo (recenseamento), penicilina etc. 
• Algumas palavras com Ç: aço, açúcar; alçapão etc, 
 
 Uso do Ç: o som "sê" de palavras de origem árabe, indígena e africano grafa-se com ç, ex.: açougue, 
Paiçandu, caçula 
a) nos nomes de formação correlata aos substantivos que possuam no primitivo a correlação to. ereto 
- ereção correto - correção leito - eleição 
b) nos nomes de formação correlata aos substantivos que possuam no primitivo a correlação ter: 
ater - atenção reter - retenção deter - detenção 
c) nos nomes em que vier antecedido por ditongo: eleição 
 
“s” ou “ss”; “s” e “z” 
 Observe a grafia das palavras analisar - avisar - improvisar. 
 Perguntamos: 
 - Por que são grafadas com “S”? 
 - Porque as primitivas - análise, aviso e improviso - têm “S” no radical. 
 Correlacione montanha e montanhês: duque e duqueza; corte e cortês; burgo e burguês; china e 
chinês – e deduza a norma ortográfica que determina o emprego de “es” e “esa” no fim das palavras. 
 Escrevem-se os sufixos “ES”, “ESA” com “S” quando a palavra base a que se juntam é um 
substantivo. 
 Ex.: profeta: profetisa; poeta: poetisa; sacerdote: sacerdotisa. 
 Você grafa com “S” ou com “Z” a forma feminina dos substantivos acima? 
 Por quê? 
 A desinência “ISA”, formadora de femininos, é grafada com “s”. 
 
5 
Deve-se distinguir rigorosamente os vocábulos parônimos (de sons semelhantes) e os de 
dupla grafia, com E ou I, O ou U, c ou Q, CH ou X. G ou J, S, SS ou C, Ç, S ou X, S ou Z. 
 
“g” e “j”; “g” e “gu” antes de vogais 
 O som Z pode ser representado pelas letras J ou G, quando seguidas pelas vogais E ou I. Veja como o 
som é o mesmo, embora as letras usadas sejam diferentes: 
 JEITO - GESTO - JILÓ - FRÁGIL 
 GU - GUERRA / GUISADO 
“ão” ou “am” 
 Compare: 
 Ali jogam, conversame nadam - presente 
 Ontem todos jogaram, conversaram e nadaram - passado 
 Amanhã eles jogarão, conversarão e nadarão - futuro. 
 Você notou que ao conjugar verbos só usamos ão no futuro? Notou também a diferença de 
pronúncia? As formas verbais terminadas em am são paroxítonas e as terminadas em ão são oxítonas. 
“l” e “u” em final de sílaba 
 A pronúncia do português falado na maior parte do Brasil não faz distinção entre o L e o U do final 
das palavras, tanto que você não consegue distinguir isoladamente mal de mau. Esse fato acarreta grande 
confusão na hora de escrever. 
 A 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2ª pessoa do singular do imperativo dos 
verbos terminados em -uir, escrevem-se com I. 
Ex.: possui , possuis (possuir); diminui , diminuis (diminuir); constitui, constituis (constituir); 
Grafam-se com a letra i : 
• palavras com o prefixo anti - (prefixo grego que indica oposição, ação contraria): antiácido, anticristão, 
antiestético 
• a sílaba final de formas dos verbos terminados em -uir: atribui (atribuir), diminui (diminuir), possui 
(possuir), substitui (substituir) 
• as palavras: adiante, crânio, privilégio, piorar, réstia, requisito, ridículo, terebintina, inigualável 
Escrevem-se com a letra u : 
• acudir, bulir, bueiro, buzina, cueiro, curtume, cuspir, cumprimento(= saudação), cutia, escapulir, entupir, 
jabuticaba, tulipa, urtiga, usufruto, tabuleiro, jabuti 
“r” e “rr” ; “r” e “ou” no final de formas verbais 
Duplicam-se o S e o RR em dois casos: 
1. quando intervocálicos, representam os sons simples do R e S iniciais: carro, ferro, pêssego, 
missão. 
2. quando um elemento de composição terminado em vogal, seguir, sem interposição do hífen, 
palavra começada por uma daquelas: derrogar, prerrogativa, prorrogação, pressentimento, 
madressilva etc. 
 Exemplos de R e OU no final de formas verbais: 
 CHEGOU - CHEGAR 
 NEGOU - NEGAR 
 PEGOU - PEGAR 
 LIGOU - LIGAR 
 
“lh”, “nh” e “ch” 
 No interior de um vocábulo e empregado em apenas dois casos: 
quando parte de ch, lh ou nh (dígrafos) e nos nomes compostos separados por hífen: chave, molho, 
rebanho, anti-higiênico, pré-histórico etc. 
 
NOTAÇÕES LÉXICAS 
Além das letras do alfabeto, servimo-nos, na língua escrita, de um certo número de sinais auxiliares, 
destinados a indicar a pronúncia exata da palavra. Estes sinais acessórios da escrita, chamados NOTAÇÕES 
LÉXICAS, são os seguintes: 
 
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6 
O ACENTO 
O ACENTO pode ser AGUDO ( ´ ), GRAVE ( ` ) e CIRCUNFLEXO ( ^ ) 
2. O ACENTO AGUDO é empregado para assinalar: 
3. as vogais tônicas fechadas i e u: 
 aí horrível físico 
 baú açúcar lúgubre 
 
b) as vogais tônicas abertas e semi-abertas a, e e o: 
 há amável pálido 
 pé tivésseis exército 
 pó herói inóspito 
 
• O ACENTO GRAVE é empregado para indicar a crase da preposição a com a forma feminina do 
artigo (a, as) e com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo: 
 
1) O ACENTO CIRCUNFLEXO é empregado para indicar o timbre semi-fechado das vogais tônicas a, e 
e o: 
 câmara cânhamo hispânico 
 mês dêem fêmea 
 avô pôs cômoro 
 
O TIL 
O TIL ( ~ ) emprega-se sobre o a e o o para indicar a nasalidade dessas vogais: 
 maçã mãe pão 
 caixões põe sermões 
 
O TREMA 
O TREMA ( '' ) só se emprega na ortografia em vigor no Brasil, em que assinala o u que se 
pronuncia nas sílabas gue, gui, que e qui: 
 
O APÓSTROFO 
O APÓSTROFO ( ‘ ) serve para assinalar a supressão de um fonema - geralmente a de 
uma vogal - no verso, em certas pronúncias populares e em palavras compostas ligadas pela 
proposição de: 
esp'rança, minh’ alma, ‘stamos, por ⇒ esperança, coroa, minha alma, estamos. 
 
Então: 
O uso deste sinal gráfico limita-se aos seguintes casos: 
a) Indicar a supressão de uma vogal nos versos, por exigências métricas, como ocorre, mais 
freqüentemente entre poetas portugueses: c’roa. 
b) Reproduzir certas pronúncias populares: 
 Olh ‘ ele aí ... (Guimarães Rosa) 
 Não s ‘ enxerga, enxerido! (Peregrino Jr.) 
c) Indicar a supressão da vogal da preposição de em certas palavras compostas: copo-
d’água, pau-d’arco, estrela-d’alva , etc. 
 
Não será usado o apóstrofo: 
b) Na palavra pra, na forma reduzida da preposição para: Puxa! Você não presta nem pra tirar 
gelo, Simão. (Origenes Lessa) 
c) Nas contrações das preposições com artigos, pronomes e advérbios: dum, num, dalém, 
doutro, doutrora, noutro, nalgum, naquele, nele, dele, daquilo, dacolá, doravante, co, cos, 
coa, coas (com o, com os, com a, com as), pro, pra, pros, pras, (para o, para a, para 
os, para as). Exemplos: escritores dalém-mar; costumes doutrora; ir pra beira do rio. 
d) Nas combinações dos pronomes pessoais: mo, mos, ma, mas, to, lho, lhos, etc. 
e) Nas expressões cujos elementos se aglutinaram numa unidade fonética e semântica: 
dessarte, destarte, homessa, tarreneg, tesconjuro, vivalma. 
 
7 
f) Nos títulos de livros, jornais etc.: a leitura dO Guarani, a campanha dO Globo, a reportagem 
dA Noite. 
A CEDILHA 
A CEDILHA ( , ) coloca-se debaixo do c, antes de a, o e u, para representar a fricativa 
linguodental surda [ s ]: 
caçar maciço açúcar 
praça cresço muçulmano 
 
O HÍFEN 
O HÍFEN ( - ) usa-se: 
a) para ligar os elementos de palavras compostas ou derivados por prefixação: 
 couve-flor guarda-marinha pão-de-ló 
 pré-escolar super-homem ex-diretor 
 
a) para unir pronomes átonos a verbos: 
 ofereceram-se retive-o levá-la-éi 
 
c) para, no fim da linha, separar uma palavra em duas partes: 
 estudan- / te estu- / dante es- / tudante 
 
EXERCÍCIO: 
Complete os verbos com a terminação ão se tiverem no futuro e com am se estiverem no presente ou no 
passado. 
 
a) Chegar_______ ao Rio em 1990 e voltar______ em seguida. 
b) Elas gosta _______ muito de sol, mas preferir_______ admirar as estrelas. 
c) Com certeza vocês não se opor______ a nossa vida amanhã. 
d) Fico feliz só em pensar nas coisas boas que me acontecer______ daqui para a frente. 
e) Assim vocês destruir _______ a natureza e acabar ______ com os índios. 
 
 
RESPOSTAS: a) am - am d) ão 
 b) am - am e) ão - ão 
 c) ão 
 
 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
Paroxítonas terminadas em " ℓℓℓℓ " e " r ". 
Oxítonas terminadas em " em " e " e ". 
 
A - Observe as palavras abaixo. 
res - pei - tá - vel 
última 
penúltima 
 
pro - jé - til ca - dá - ver 
última última 
 penúltima penúltima 
 
Você observou que essas palavras receberam acento na penúltima sílaba. Isso 
D’REIS VENDAS 
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8 
ocorre porque elas são paroxítonas terminadas em " l " e " r ". 
Assim: 
Toda palavra paroxítona terminada em " l " e " r " receberá acento agudo (é) na 
penúltima sílaba quando o som for aberto. E acento circunflexo ( ^ ) quando o som for 
fechado. 
B - Observe as palavras abaixo: 
a - lém re - féns 
última última 
penúltima penúltima 
 
vo – cê vo - cês 
 última última 
penúltima penúltima 
 
Você observou que essas palavras receberam o acento na última sílaba. Isso ocorre porque são 
palavras oxítonas terminadas em " em " e " e " seguidas ou não de " s". 
Assim: 
Toda palavra oxítona terminada em " em " e " e " seguida ou não de " s " receberá acento 
agudo ( ´ ) quando o som for aberto, e circunflexo ( ^ ) quando o som for fechado. 
 
Acentuação das palavras monossílabas 
Nas frases que seguem, observe as palavras sublinhadas: 
“Seu dotô, só me parece 
Que o sinhô não me conhece.” 
 
Você deve ter percebido que são exemplos de palavras pronunciadas numa só emissãode voz, ou 
seja, que possuem uma só sílaba e, por isso, são chamadas de monossílabas. 
As palavras monossílabas que possuem por si só uma significação própria são chamadas de 
monossílabas tônicas. Ex.: vê, meu, só 
 
Todas as monossílabas tônicas terminadas em a, e, o (seguidas ou 
não de s) são acentuadas. Ex.: vê, só. 
 
Note que você usará o acento circunflexo ( ^ ) quando a pronúncia forte for fechada. Ex.: vê. E usará 
o acento agudo ( ) quando a pronúncia forte for aberta. 
Ex.: só. 
 
 Os fatores acústicos - intensidade, quantidade e tonalidade - incidem sobre as sílabas dos vocábulos. 
Denomina-se, então, acento o destaque que se dá a uma sílaba do vocábulo mediante a utilização de um desses 
fatores acústicos. 
 Em português, o destaque (acento) leva em consideração a intensidade, ou seja, em português o acento é 
denominado tônico ou principal. 
 Esse acento tônico ou principal serve para caracterizar a sílaba tônica, isto é, aquela que deve ser 
pronunciada com o máximo de intensidade. 
 
Quanto ao posicionamento da sílaba tônica, o vocábulo pode ser: 
• oxítono: se ela for a última sílaba do vocábulo. Ex.: verão, caracu, tupi, ananás, você, etc; 
• paroxítona: se ela for a penúltima sílaba do vocábulo. Ex.: mesa, cadeira, órgão, revólver, etc; 
• proparoxítona: se ela for a antepenúltima sílaba do vocábulo. Ex.: pássaro, relâmpago, tímido, etc; 
 
 
 
9 
Existem também o acento secundário, cuja finalidade é mostrar a sílaba que 
deve ser pronunciada com intensidade moderada, ou seja, mostrar a sílaba subtônica. 
As demais sílabas do vocábulo, proferidas com o mínimo de intensidade, são 
denominadas átonas. A sílaba átona é denominada de pretônica, quando vem 
imediatamente antes da tônica, é denominada de postônica, quando vem 
imediatamente após a tônica. 
 
 
PRINCIPAIS REGRAS DE ACENTUAÇÃO 
 
Acentuam-se: 
1º) os monossílabos tônicos terminados em A, E, O, seguidos ou não de S: pá - pás, pá - pés, pó 
- pós. 
 
2º) os vocábulos oxítonos terminados em: A, E, 0, seguidos ou não de S, além dos terminados por 
EM, ENS: Amapá, atrás, café, português, após, compôs, alguém, refém, parabéns, reféns. 
 
3º) paroxítonos terminados em: R - U - X - I - N - L (“rouxinol”); o I e o U podem estar seguidos de 
S: cadáver, júri, lápis, fácil, ônus, tórax. 
 
 
Observação: 
Note bem que a palavra paroxítona terminada em N 
deve ser acentuada (hífen, éden, próton, íon), mas a 
paroxítona terminada em ENS não deve ser 
acentuada (hifens, edens, itens, homens). Note ainda 
que paroxítona terminada em ONS é acentuada 
normalmente (prótons, elétrons etc. 
 
São acentuadas ainda, as palavras paroxítonas 
terminadas em: 
UM - UNS: álbum , álbuns, ... 
A - AS - AO: órfã, órfãs, órgão, sótão, ... 
PS: fórceps, bíceps ... 
Ditongo crescente: comércio, negócios, violência, 
experiência 
 
4º) proparoxítonas: todas são acentuadas: 
 Palavras como ínterim, aríete e anátema são 
proparoxítonas; porém, gratuito, circuito, rubrica, 
látex, avaro e fluido (líquido) são palavras 
paroxítonas. 
antropófago, bípede, cômico, ... 
 
5º) ditongo abertos ÉU, ÉI, ÓI, seguidos ou não de 
S: réu, réus, ilhéus, papéis, réis, herói, heróico, 
anzóis. 
 
6º) o U dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI, da 
seguinte forma: 
• com a cento agudo, se for tônico: apazigúe, 
averigúem; 
• com trema, se for átono e pronunciado: tranqüilo, 
freqüente, conseqüente. 
 
7º) I ou U quando: 
Formam hiato com a vogal anterior, aparecendo 
sozinhos na sílaba ou seguidos de S (jamais por nh): 
ra - í - zes mas: ra - iz 
do - í - d o (dolorido) doi - do (louco) 
ju - í - zes Ra-ul 
e - go - í s - mo ra - i - nha 
vi - ú - va ju - iz 
 
8º) ÔO / ÊE: 
a) no plural da 3ª pessoa dos verbos crer, dar, ler, ver 
e seus derivados: crêem/descrêem; lêem/relêem; 
dêem; vêem, ... 
b) palavras como vôo, abençôo, enjôo ... 
 
9º) os vocábulos homógrafos para diferenciar: 
 pôde (v . pretérito) / pode (v. presente); 
 pôr (verbo) / por (preposição); 
 pára (verbo) / para (preposição); 
 pêlo (substantivo) / pelo (preposição) / pélo 
(verbo); 
 ele tem / eles têm; 
 ele vem / eles vêm; 
 ele mantém / eles mantêm; 
 ele intervém / eles intervêm.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL 
FLEXÃO NOMINAL 
Flexão nominal - é a variação de sentido do nome. 
 I - Gênero 
 Em geral, os substantivos femininos são caracterizados pela letra a; os masculinos não apresentam a 
desinência a, mas isso não significa que todo o substantivo terminado em a seja feminino (poema, papa, 
jesuíta). Por outro lado, nem todo o substantivo terminado em o e masculino (tribo). 
 
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a) Substantivos biformes: são aqueles que apresentam uma forma para o feminino e outra para o masculino. 
Isso pode se dar de duas maneiras: 
a) o feminino apresenta o mesmo radical do masculino; a flexão é indicada pela desinência: 
 Ex.: menino - menina aluno - aluna 
 amigo - amiga pintor - pintora 
b) o feminino apresenta um radical diferente daquele que forma o masculino. 
 Ex.: bode - cabra homem - mulher 
 genro - nora cavaleiro - amazona 
 pai - mãe cavalheiro - dama 
 
b) Substantivos uniformes: são aqueles que apresentam uma só forma para o feminino e o masculino. Três 
são as situações possíveis. 
c) substantivo comum de dois gêneros apresenta uma só forma para os dois gêneros; a distinção entre o 
masculino e o feminino é feita pelas palavras que acompanham o nome. 
 Ex.: o dentista/ a dentista; 
 aquele estudante/ aquela estudante 
 bela jovem; imigrante alemã; ótima pianista 
d) substantivo sobrecomum: apresenta um só gênero, mas designa pessoas ou animais do sexo masculino 
ou feminino. 
 Ex.: criança: é um substantivo feminino que serve para designar meninos e meninas; a distinção e dada 
pelo contexto. 
 cadáver - cônjuge - bóia-fria - membro - vítima 
 sujeito - testemunha - pé-frio - criatura 
e) substantivo epiceno: é aquele que serve para designar certos animais que não tenham forma própria para a 
formação do masculino e feminino. Ex.: jacaré macho/jacaré fêmea; cobra macho/ cobra fêmea; 
 
Nos substantivos epicenos, para distinguir o sexo do animal usamos as expressões macho e fêmea. Mas isso 
não ocorre com: cão/ cadela; cachorro/ cachorra; boi/ vaca; leão/ leoa. 
 
CASOS DUVIDOSOS 
MASCULINOS FEMININOS 
o dó (pena) o suéter a dinamite a libido 
o eclipse o soprano a derme a cal 
o champanha o grama (peso) a hélice a gênese 
o sósia o quilograma a omoplata a pane 
o clã o diagrama a cataplasma a celeuma 
o hosana o hematoma a cólera (ira) a trama 
o herpes o telefonema a mascote a grama (vegetação) 
 
→ A questão semântica 
 “O cabeça da rebelião teve sua cabeça posta a prêmio.” 
 A mudança de gênero alterou o significado da palavra. Em muitos casos não chega a ocorrer uma 
mudança de gênero, mas de etimologias. 
Observe: grama (vegetação) - grama (peso) 
 origem latina origem grega 
a) Palavras de mesma origem 
 masc.: o chefe, líder, pessoa inteligente 
cabeça 
 fem.: parte do corpo 
 m.: livro contábil; funcionário da caixa 
caixa 
 f.: recipiente; seção de pagamentos; estabelecimento financeiro 
 m.: riquezas, bens 
capital 
 f.: cidade sede do poder executivo 
 m.: óleo para sacramentos 
crisma 
 f.: cerimônia religiosa 
 m.: vigário 
cura 
 
11 
 f.: ato ou efeito de curar 
 m.: quem serve de guia, cicerone 
guia 
 f.: documento, formulário 
 m.: intérprete, poliglota 
língua 
 f.:músculo do ap. fonador, idioma 
 m.: ânimo, brio 
moral 
 f.: conjunto de regras de comportamento, bons costumes 
 m.: aparelho emissor/ receptor; elemento químico 
rádio 
 f.: estação emissora 
b) Palavras de etimologia distinta 
 m.:(grego schisma) separação, dissidência doutrinária 
cisma 
 f.: (der. regressiva de cismar) devaneio, sonho, preocupação, suspeita 
 m.: (do grego Kôma) sonolência, apatia; nesse sentido, pode ser masculino ou feminino 
coma 
 f.: (do grego Kome) cabeleira abundante. 
 subst. comum de dois gêneros: o espia, a espia; 
 der. regressiva de espiar 
espia 
 f.: (spailha) amarra, cabo para atracar navios 
 m.: (latim radius) osso do antebraço 
rádio 
 f.: abreviação vocabular de radiofonia 
II - Número 
 O substantivo pode flexionar-se em singular e plural. 
 Alguns substantivos são usados apenas no plural, como é o caso de as núpcias, os óculos, as fezes, os 
víveres etc. Outros substantivos apresentam uma única forma para o plural e para o singular: o/os tênis, o/os 
vírus, o/os pires, etc. 
a) Formação do Plural 
1º) forma-se o plural acrescentando-se s aos nomes terminados por: 
(A)vogal ou ditongo oral: livros, leis, bolas, ... 
(B)ditongos nasais ãe/ão (átonos), mães, bênçãos, ... 
(C)vogal nasal ã: ímãs irmãs, .. 
(D)m ( grafando-se ns ): dom - dons, ... 
2º) acrescenta-se es aos nomes terminados por: 
- s ( tônico) as - ases, freguês - fregueses,... 
- z ( tônico): luz - luzes, giz - gizes, .... 
- r: cor - cores, revólver - revólveres, .... 
3º) acrescenta-se e ou es aos nomes terminados em n: 
- abdômen - abdomens /abdômenes 
- espécimen - espécimens/espécimenes 
- gérmen - germens /gérmenes 
- hífen - hifens/hífenes 
- pólen - polens/pólenes 
4º) aos nomes terminados em ão: 
f) substitui-se ão por ões (a maioria deles): coração - corações; melão - melões 
g) substitui-se ão por ães: cão - cães; capelão - capelães; pão - pães 
h) acrescenta-se s: chão - chãos; cidadão - cidadãos; cristão - cristãos 
Observação: 
Muitos nomes apresentam duas e até três formas de plurais: 
 aldeão - aldeãos/aldeões/aldeães 
 ancião - anciãos/anciões/anciães 
 corrimão - corrimãos/corrimões 
 cortesão - cortesãos/cortesões 
 refrão - refrãos/refrões 
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 sacristão - sacristãos/sacristães 
5º) Nomes terminados em al, ol, ul: 
* troca-se l por is: carnaval/carnavais; lençol /lençóis 
Exceção: 
(E)cônsul e mal - cônsules e males 
(F)real (= moeda) - réis 
6º) Nomes terminados em il: 
i) quando o il for átono: il - eis: fóssil - fósseis; fútil - fúteis 
j) quando o il for tônico: l - s: fuzil fuzis; barril - barris 
 Particularidades: 
(G)Réptil e projétil (paroxítonos) - répteis - projéteis 
(H)Reptil e projetil (oxítonos) - reptis - projetis 
7º) Nomes terminados em el: 
k) formam o plural em eis, se o final for átono: nível - níveis; móvel - móveis 
l) formam o plural em éis, se o final for tônico: papel - papéis; coronel - coronéis 
Plural com Metafonia 
Metafonia: alteração do timbre - de o fechado para o aberto. 
miolo (ô) - miolos (ó) 
abrolhos - fogos - porcos - fornos - portos - caroços - postos - foros - jogos - povos - corpos - olhos - tijolos - 
poços - esforços 
 Continuam com o fechado no plural: 
acordos - esboços - logros - adornos - cachorros - forros - sogros - soldos 
 
 Plural dos Diminutivos 
 animais + zinhos = animaizinhos 
 flores + zinhas = florezinhas 
 corações + zinhos = coraçõezinhos 
 
 Plural dos Substantivos Compostos 
 Os substantivos compostos não separados por hífen formam o plural seguindo as mesmas regras dos 
substantivos simples. Ex.: pontapé - pontapés; planalto - planaltos 
 Quando os substantivos compostos forem separados por hífen, a pluralização poderá ocorrer de 4 
maneiras diferentes: 
 * 1º elemento: verbo ou palavra invariável 
 2º elemento: substantivo 
 somente o 2º elemento vai para o plural 
 Ex.: guarda-sol > guarda-sóis (guarda: verbo) 
 abaixo-assinado > abaixo-assinados 
 beija-flor > beija-flores 
 * 1º elemento: substantivo/adjetivo/numeral 
 2º elemento: substantivo/adjetivo/numeral 
 os dois elementos vão para o plural 
Ex.: guarda-florestal > guardas-florestais (guarda: substantivo) 
segunda-feira > segundas-feiras 
obra-prima > obras-primas 
 * 1º e 2º elementos ligados por preposição apenas o 1º elemento vai para o plural 
Ex.: mula-sem-cabeça > mulas-sem-cabeça 
 pé-de-moleque > pés-de-moleque 
 * 1º e 2º elementos formados por palavras repetidas ou onomatopaicas. 
 apenas o 2º elemento vai para o plural 
 Ex.: tico-tico > tico-ticos; tique-taque > tique-taques; bem-te-vi > bem-te-vis 
 
III - Grau 
A flexão em grau é indicada pela variação que ocorre no final dos substantivos, exprimindo idéia de aumento ou 
diminuição de tamanho, tendo como referência o grau normal. 
 
Formação do grau do substantivo 
 Para formar o aumentativo ou diminutivo do substantivos, utilizam-se 2 processos: 
a) sintético - acrescentando um sufixo ao substantivo. 
 barcaça ( aum.) 
 barco 
 
13 
 barquinho (dim.) 
 (*) Podem ser usados os sufixos nominais. 
b) analítico - o substantivo é apresentado em grau normal, sendo modificado pelo adjetivo que expressar idéia 
de aumento ou diminuição. 
 barco pequeno 
 barco 
 barco grande 
 
Obs.: Às vezes usamos substantivos no aumentativo ou no diminutivo sintético para expressar não uma 
modificação no tamanho, mas uma carga afetiva ou pejorativa. Ex.: Meu pai é um amigão. 
 A expressão amigão expressa um juízo de valor; tem conotação afetiva e não pode ser classificada 
como flexão de grau. 
 
FLEXÃO VERBAL 
Flexão verbal - é a variação de sentido do verbo 
Palavra que indica ação, estado, posse, fenômeno da natureza. Aceita flexões de pessoa , número, 
tempo, modo e voz. Quanto à função, é o centro da declaração que se faz ou elemento de ligação entre um 
nome e uma qualidade a ele atribuída. As flexões são: 
1. Pessoa: variação de forma que indica a pessoa do discurso a que se refere a ação verbal. 
1ª pessoa - pessoa que fala; 
2ª pessoa - pessoa com quem se fala; 
3ª pessoa - pessoa ou ser de quem se fala. 
 
2. Número: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo é atribuída a um ser 
(singular) ou a mais de um (plural). 
 
3. Tempo: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo ocorre no momento em que 
se fala (presente), antes (pretérito) ou depois (futuro). 
 
4. Modo: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo denota: 
 certeza (indicativo): Assistirei ao jogo no sábado. 
 dúvida (subjuntivo): Talvez assista ao jogo no sábado. 
 ordem ou pedido (imperativo): Vá ao jogo no sábado. 
5. Voz: variação de forma que indica se a ação verbal foi: 
 praticada pelo sujeito (voz ativa): O jardineiro cortou a grama. 
 recebida pelo sujeito (voz passiva): A grama foi cortada pelo jardineiro. 
 praticada e recebida pelo sujeito (voz reflexiva): O jardineiro cortou-se. 
 
Tempos verbais 
Indicativo - é o modo que exprime um fato certo, positivo. 
 Presente - usado para exprimir um fato atual: eu viajo... 
 Pretérito perfeito - usado para exprimir um fato já concluído: eu viajei... 
 Imperfeito - usado para exprimir um fato passado, mas ainda não concluído: eu viajava... 
 Mais-que-perfeito - usado para exprimir um fato anterior a outro do passado: eu viajara... 
 Futuro do presente - usado para exprimir um fato que deve realizar-se: eu viajarei... 
 Futuro do pretérito - usado para exprimir um fato posterior hipotético condicionado a outro: eu 
viajaria... 
 
Subjuntivo -é o modo que exprime um fato duvidoso, hipotético. 
 Presente - usado para exprimir possibilidade, dúvida: que eu viaje... 
 Pretérito imperfeito - usado para exprimir uma condição: se eu viajasse... 
 Futuro - usado para exprimir um fato vindouro, dependente de outro também futuro: quando eu 
viajar... 
 
Imperativo - é o modo que expressa pedido, ordem ou desejo. 
 Imperativo Afirmativo: tu e vós (vêm do Presente do Indicativo sem s final). Ex.: tu amas - ama 
tu; vós amais - amai vós; você, nós, vocês (iguais às do Presente do Subjuntivo: ame você, amemos nós, 
amem vocês); 
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 Imperativo Negativo: tem todas as cinco formas, iguais às do Presente do Subjuntivo: não ames 
tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem vocês. 
 
Obs.: Os verbos que indicam fenômenos da natureza deixam de ser impessoais em orações do tipo: 
"os céus chovem", pois se está atribuindo a eles um sujeito. O mesmo acontece quando 
empregamos tais verbos em sentido figurado: As balzaquianas trovejam quando lhes dizem que 
permanecerão inuptas. 
 
Profª Maria Teresinha de Souza Pires. Instituto Serzedello Corrêa 
 
PRONOMES: 
EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO 
EMPREGO DOS PRONOMES 
 Quando definimos pronome, afirmamos que ele pode substituir o substantivo ou pode acompanhá-lo. No 
primeiro caso temos um pronome substantivo; no segundo caso, um pronome adjetivo. Observe a frase 
seguinte e suas possíveis variações: 
 Aquele livro é novo (aquele = pronome adjetivo, porque vem seguido do substantivo livro). 
 Aquele que trabalha progride (aquele = pronome substantivo, porque não vem seguido de substantivo; 
está empregado no lugar de um substantivo). 
 
a) são EXCLUSIVAMENTE PRONOMES SUBSTANTIVOS: os pessoais, os demonstrativos, isto, 
isso, aquilo; os indefinidos quem, alguém, ninguém, algo, outrem, tudo. 
b) são EXCLUSIVAMENTE PRONOMES ADJETIVOS: os pronomes possessivos; o pronome relativo 
cujo, os pronomes cada, certo. 
 PRONOMES são palavras que acompanham o substantivo ou o substituem indicando as pessoas do discurso. 
Palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo, 
indicando-o como pessoa do discurso. 
O sistema de pronomes do português é rico e complexo. São os seguintes os pronomes da língua 
portuguesa: 
 
1ª 
Sing. 
2ª 
Sing. 
3ª 
Sing. 
1ª 
Plural 
2ª 
Plural 
3ª 
Plural 
Reto eu tu ele 
ela nós vós 
eles 
elas 
Oblíquo OD o, lo, no 
a, la, na 
os, los, nos 
as, las, nas 
Átono me te lhe nos vos lhes 
Reflexivo 
átono me te se nos vos se 
Tônico mim ti ele 
ela nós vós 
eles 
elas 
Reflexivo 
tônico mim ti si nós vós si 
Oblíquo 
SSp 
com+ 
pronome comigo contigo consigo conosco convosco consigo 
 
15 
Tratamento 
Você 
O Sr. 
A Sra. 
V.S.ª 
V.Ex.ª 
 
Vocês 
Os Srs. 
As Sras. 
V.S.as 
V.Ex.as 
Pronome substantivo x pronome adjetivo 
Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto 
frasal. 
pronome substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro) 
pronome adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo) 
Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos 
Pessoas do discurso 
São três: 
1ª pessoa: aquele que fala, emissor 
2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor 
3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente. 
 
Há seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e 
interrogativos. 
 
Tipos de pronomes 
 pessoal 
 possessivo 
 demonstrativo 
 relativo 
 indefinido 
 interrogativo 
Pessoal 
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, 
quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa. 
Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe. 
Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se 
em retos e oblíquos. 
 
Pronomes Pessoais 
pronomes oblíquos número pessoa pronomes 
retos tônicos átonos 
 
singular 
1a. 
2a. 
3a. 
eu 
tu 
ele, ela 
mim, comigo 
ti, contigo 
ele, ela, si, consigo 
me 
te 
se, o, a, lhe 
 
plural 
1a. 
2a. 
3a. 
nós 
vós 
eles, elas 
nós, conosco 
vós, convosco 
eles, elas, si, consigo 
nos 
vos 
se, os, as, lhes 
Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, 
geralmente, de complemento. 
Obs.: os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e 
convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome. 
Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como 
referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. 
 
Abreviatura Tratamento Uso 
V. A. Vossa Alteza príncipes, arquiduques, duques 
V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais 
V. Ex.ª Vossa Excelência altas autoridades do governo e das classes armadas 
V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades 
V. M. Vossa Majestade reis, imperadores 
V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral 
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V. S. Vossa Santidade Papas 
V. S.ª Vossa Senhoria funcionários públicos graduados, oficiais até coronel, pessoas 
de cerimônia 
Obs.: também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução 
de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita. 
Emprego 
 você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa 
 as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de 
Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S. 
 quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como 
oblíquos 
 os pronomes acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco / 
Encontramos todos eles ali) 
 as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos das 
preposições a ou para (não expressas) 
 eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no 
infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer) 
 me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo 
 se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco 
si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo 
conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com 
modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral) 
o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a 
terminação verbal for em ditongo nasal 
os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo, 
este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus) 
pode-se omitir o pronome sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical 
plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal 
num sujeito composto é de bom tom colocar o pronome de 1ª pessoa por último (José, Maria e eu fomos 
ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a 
1ª pessoa (Eu, José e Maria fomos os autores do erro) 
não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele 
continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui) 
os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro) 
Possessivo 
Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-ascomo possuidoras de algo. Concordam 
em gênero e número com a coisa possuída. 
Pronomes possessivos 
pessoa um possuidor vários possuidores 
1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s) 
2ª teu (a/s) vosso (a/s) 
3ª seu (a/s) seu (a/s) 
 
 
EMPREGO 
 normalmente, vem antes do nome a que se 
refere; podendo, também, vir depois do 
substantivo que determina. Neste último caso, 
pode até alterar o sentido da frase 
 seu (a/s) pode causar ambigüidade, para 
desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) 
(Ele disse que Maria estava trancada em sua 
casa - casa de quem?) 
 pode indicar aproximação numérica (ele tem lá 
seus 40 anos) 
 nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem 
valor de posse por ser uma alteração fonética de 
Senhor 
 
DEMONSTRATIVO 
Indicam posição de algo em relação às pessoas 
do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço. 
São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), 
aquilo. 
Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem 
desempenhar papel de pronome demonstrativo. 
EMPREGO 
 indicando localização no espaço - este (aqui), 
esse (aí) e aquele (lá) 
 indicando localização temporal - este (presente), 
 
17 
esse (passado próximo) e aquele (passado 
remoto ou bastante vago) 
 fazendo referência ao que já foi ou será dito no 
texto - este (ainda se vai falar) e esse (já 
mencionado) 
 o, a, os, as são demonstrativos quando 
equivalem a aquele (a/s) 
 tal é demonstrativo se puder ser substituído por 
esse (a), este (a) ou aquele (a) 
 mesmo e próprio são demonstrativos quando 
significarem "idêntico" ou "em pessoa". 
Concordam com o nome a que se referem 
 podem apresentar valor intensificador ou 
depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele 
estava com aquela paciência / Aquilo é um 
marido de enfeite) 
 nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados 
com valor de "então" ou "nesse momento" 
(Nisso, ela entrou triunfante) 
 
RELATIVO 
Retoma um termo expresso anteriormente 
(antecedente). 
São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o 
qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s). 
EMPREGO 
 quem será precedido de preposição se estiver 
relacionado a pessoas ou seres personificados 
 quem = relativo indefinido quando é empregado 
sem antecedente claro, não vindo precedido de 
preposição 
 cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de 
posse e não concorda com o antecedente e sim 
com seu conseqüente 
 quanto (a/s) normalmente tem por antecedente 
os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s) 
 
INDEFINIDO 
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando 
considerada de modo vago, impreciso ou genérico. 
Podem fazer referência a pessoas, coisas e 
lugares. Alguns também podem dar idéia de 
conjunto ou quantidade indeterminada. 
 
Pronomes indefinidos 
pessoas quem, alguém, ninguém, outrem 
lugares onde, algures, alhures, nenhures 
coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo 
(a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum 
(a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito 
(a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um 
(a/s), qualquer (s), cada 
EMPREGO 
 algum, após o substantivo a que se refere, 
assume valor negativo (= nenhum) (Computador 
algum resolverá o problema) 
 cada deve ser sempre seguido de um 
substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas 
cada uma) 
 certo é indefinido se vier antes do nome a que 
estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo 
(Certas pessoas deveriam ter seus lugares 
certos) 
 bastante pode vir como adjetivo também, se 
estiver determinando algum substantivo 
 o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa" 
 o pronome nada, colocado junto a verbos ou 
adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não 
está nada contente hoje) 
 o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se 
equivaler a diferente" (Ela voltou outra das 
férias) 
 existem algumas locuções pronominais 
indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, 
cada um etc. 
 
INTERROGATIVO 
Usados na formulação de uma pergunta direta ou 
indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso. 
Na verdade, são os pronomes indefinidos que, 
quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases 
interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei 
quem lhe contou) 
FLEXÃO 
Os pronomes são flexionados em pessoa, 
gênero, número, e caso, embora o sistema 
pronominal seja defectivo, como se observa no 
quadro de pronomes, onde existem lacunas que 
correspondem à ausência de algumas 
possibilidades de flexão. A flexão em gênero, por 
exemplo só existe para alguns pronomes de 
terceira pessoa. Muitas flexões apresentam a 
mesma forma que outras próximas no quadro. 
A flexão de caso, em português, está presente 
apenas nos pronomes, que comportam três casos: 
reto, oblíquo OD e oblíquo SSp. 
 Reto. O caso reto é empregado quando o 
pronome desempenha função de sujeito da frase. 
 Oblíquo OD. O caso oblíquo OD é usado 
quando o pronome funciona como objeto direto na 
frase. 
Oblíquo SSp. O caso oblíquo SSp, por sua vez, é 
usado em função de sintagma substantivo 
preposicionado. Uma especialização do caso 
oblíquo SSp são os pronomes reflexivos. O oblíquo 
reflexivo é usado quando o pronome ocupa função 
de objeto indireto e, além disso, o sujeito e o objeto 
indireto da frase denotam o mesmo referente. 
 
FORMAS DE TRATAMENTO 
Os pronomes de tratamento são também pronomes pessoais, nome dado às palavras e expressões 
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com que nos dirigimos a alguém. Esses pronomes servem para indicar o grau de formalidade existente em 
determinadas situações. 
Os pronomes de tratamento correspondem a pronomes pessoais e levam o verbo sempre para a 3ª 
pessoa. Exemplos: 
Você quer falar comigo? 
O senhor precisa de ajuda? 
Os pronomes de tratamento mais usados são VOCÊ, VOCÊS, SENHOR, SENHORA, SENHORES, 
SENHORAS, mas há outros que se referem especificamente a determinadas pessoas e funções, como 
mostramos a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
PRONOMES DE TRATAMENTO 
Singular / Abreviatura Plural / Abreviatura Uso 
Vossa Alteza (V.A.) 
Vossa Eminência (V. Em.ª) 
Vossa Excelência (V. Ex.ª) 
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) 
Vossa Majestade (V.M.) 
Vossa Reverendíssima (V.Rev.ma) 
Vossa Santidade (V.S.) 
Vossa Senhoria (V.S,ª) 
 
Senhor, Senhora (Sr. Sra.) 
Vossas Altezas (VV.AA.) 
Vossas Eminências (V. Em.as) 
Vossas Excelências (V. Ex. as) 
Vossas Magnificências (V. Mag. as) 
Vossas Majestades (VV. MM.) 
Vossas ReverendíssimaS (V.Rev.mas) 
------------------------------------------- 
Vossas Senhorias (V.S, as) 
 
Senhores, Senhoras (Srs. Sras.) 
príncipes, duques 
cardeais 
altas autoridades 
reitores de universidades 
reis, imperadores 
sacerdotes 
Papa 
oficiais, funcionários graduados 
e na linguagem comercial 
Pessoas mais velhas que nós, 
ou a quem queremos tratar com 
respeito ou distanciamento; a 
forma senhorita, (Srta.) já caída 
em desuso, é empregada para 
moças solteiras. 
 
 Usamos a forma Vossa quando estamos nos dirigindo diretamente à pessoa. Quando o tratamento 
não é direto, substituímos a Vossa por Sua. Exemplos: 
Presidente, Vossa Excelência pode me receber? 
Sua Excelência, o presidente, visitará nossa capital. 
 
O pronome de tratamento VOCÊ é o mais empregado nos anúncios, pois, além de passar uma idéia 
de familiaridade com o consumidor, é capaz de estabelecer uma comunicação direta com ele. 
Tanto podemos empregar TU como Você, as duas formas são válidas. O emprego em determinados 
estados brasileiros é Você, enquanto que em outros é TU. O importante é não misturarmos as formas de 
tratamento. Ou se usa apenas a 2ª pessoa (tu) ou somente a 3ª pessoa (Você). Contudo, na linguagem 
coloquial, é muito comum haver mistura de tratamento. Por exemplo: “Te digo uma coisa, se os seus 
olhos não estão verdes, você tem que seriamentereexaminar sua genética.” 
No exemplo, o emprego do pronome TE indica que a pessoa se dirige ao outro tratando-o de TU, em 
2ª pessoa. Mas, logo m seguida, diz: “você tem que (...)”, empregando VOCÊ, pronome de 3ª pessoa. 
No caso, para empregar os pronomes de acordo com a norma culta, seria preciso dizer: “Digo-lhe 
uma coisa (...) você tem que (...)” ou “Digo-te uma coisa (...) tu tens que (...).” 
 
* OBSERVAÇÃO: Nas abreviaturas, basta substituir o V. pelo S. 
 
COLOCAÇÃO 
 Em relação aos verbos, os pronomes átonos podem ser colocados em três posições: próclise, ênclise, 
mesóclise. 
 A escolha da próclise, ênclise ou mesóclise constitui fundamentalmente uma questão estilística, isto é, 
depende do ritmo, eufonia e expressividade que o autor pretende dar a frase. Com base nesse princípio 
estilístico, a gramática sistematizou os principais casos de, obrigatoriedade do emprego de uma dessas três 
 
19 
possibilidades . 
 
Próclise 
A próclise é obrigatória sempre que o verbo é antecedido por uma das seguintes classes de palavras: 
lª) Palavras de sentido negativo: não, nunca, nada, ninguém... Ex.: "Não te falei, cara?" 
2ª) Advérbios: sempre, muito, mais, aqui . Ex.: Ele sempre lhe cutucava o peito. 
3ª) Pronomes relativos: que, quem, cujo, onde, o qual ... Ex.: Preciso do livro que lhe emprestei . 
4ª) Pronomes indefinidos: alguém, algum, tudo, qualquer ...Ex.: Alguém o avisou. 
5ª) Conjunções subordinativas: que, quando, embora, porque, se, caso... Ex.: Não sei se nos veremos 
novamente. 
6ª) Pronomes ou advérbios interrogativos: quem, quando, onde, por que... Ex.: Quem te disse esta mentira? 
7ª) Gerúndio antecedido da preposição EM. Ex.: Em se tratando de mulheres, fale com o chefe. 
 
 
Ênclise 
 A ênclise é obrigatória: 
1º) quando o pronome vem ligado a um verbo que inicia a oração. 
 Fez-se um profundo silêncio. 
2ª) com verbos no imperativo. 
 "Levanta-te, que não dou em defuntos!" 
3º) quando o pronome vem ligado a um gerúndio sem preposição. 
 "Sentados na pobreza daquele barraco de sonhos, o menino cutucava-lhe o peito.” 
 
Mesóclise 
A) Eu te perdoarei se apresentares as provas. 
B) Perdoar-te-ei se apresentares as provas. 
C) Eu te perdoaria se apresentasses as provas. 
D) Perdoar-te-ia se apresentasses as provas. 
 
Constatamos que: 
1º) emprega-se a mesóclise (B e D) quando o verbo esta no futuro do presente (B) ou no futuro do pretérito (D); 
2º) é obrigatória a mesóclise se o verbo está no início da oração. 
Observação: não se admite a mesóclise do pronome átono se ocorre um dos casos de obrigatoriedade da 
próclise. Ex.: Não te perdoarei, mesmo que apresentes as provas. 
1º. Associados a verbos terminados em r, s, ou z , os pronomes o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, 
las, caindo aquelas consoantes. Ex: Mandaram prendê-lo. Ajudemo-la. (prender o) (ajudemos a) 
2º. Associados a verbos terminados em ditongo nasal, am, em, ão, õe, os ditos pronomes tomam as formas 
no, na, nos, nas. Ex: Trazem-no. Ajudavam-na. Põe-no aqui. 
 
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS 
TEMPO 
O verbo denota AÇÃO, ESTADO, QUALIDADE ou EXISTÊNCIA de uma pessoa ou coisa, etc. O verbo 
traz sempre em si uma noção temporal. O ato expresso pelo verbo pode ser executado em épocas diferentes, 
o que acarretará a flexão temporal do verbo, que indica a época ou o tempo em que se realiza a ação verbal, 
que pode ser no presente, no passado ou no futuro. Estas modalidades de tempo são indicadas por flexões 
especiais, que recebem o nome de PRESENTE, PRETÉRITO (passado) e FUTURO. 
 
PRESENTE 
O tempo presente indica que a ação é praticada no mesmo tempo em que se fala. Ex.: eu faço 
(atualmente, agora) 
 
PRETÉRITO (PASSADO) 
O pretérito indica que a ação expressa pelo verbo foi praticada antes do ato de falar. Ex.: falei, corri, 
andei. Devemos distinguir três espécies de pretérito perfeito: pretérito “mais-que-perfeito”, pretérito “imperfeito” 
e pretérito “perfeito”. 
 
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FUTURO 
O futuro indica que a ação expressa pelo verbo será praticada depois do ato da palavra ou depois de 
realizada outra ação. Ex.: sairei, estarei, continuarei etc., e sairia, estaria, continuaria, etc. Divide-se o futuro em 
futuro do presente e futuro do pretérito, possuindo, ambos, as formas nominais simples e composta. 
 
 
 Os tempos podem ser primitivos e derivados. 
 São chamados de tempos primitivos aqueles que dão origem a outros tempos verbais. São três os 
tempos verbais primitivos: o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo 
impessoal. Todos os demais tempos são chamados tempos derivados, pois se originam desses três tempos 
verbais primitivos. 
 
 
 
Tempos primitivos Tempos derivados 
 
Presente do indicativo 
presente do subjuntivo 
imperativo afirmativo 
imperativo negativo 
 
Pretérito perfeito do indicativo 
mais-que-perfeito do indicativo 
imperfeito do subjuntivo 
futuro do subjuntivo 
 
 
Infinitivo impessoal 
imperfeito do indicativo 
futuro do presente do indicativo 
futuro do pretérito do indicativo 
infinitivo pessoal 
particípio 
gerúndio 
 
 
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO AFIRMATIVO E NEGATIVO 
 
Observe 
 Presente do Imperativo Presente do Imperativo 
 indicativo afirmativo subjuntivo Negativo 
 
 
FALAR 
 
 
fal-o 
fal-as - s 
fal-a 
fal-amos 
fal-ais - s 
fal-am 
- 
fal-a 
fal-e 
fal-emos 
fal-ai 
fal-em 
fal-e 
fal-es 
fal-e 
fal-emos 
fal-eis 
fal-em 
- 
Não fal-es 
Não fal-e 
Não fal-emos 
Não fal-eis 
Não fal-em 
 
 
ESCREVER 
 
 
escrev-o 
escrev-es - s 
escrev-e 
escrev-emos 
escrev-eis -s 
escrev-em 
- 
escrev-e 
escrev-a 
escrev-amos 
escrev-ei 
escrev-am 
escrev-a 
escrev-as 
escrev-a 
escrev-amos 
escrev-ais 
escrev-am 
- 
Não escrev-as 
Não escrev-a 
Não escrev-amos 
Não escrev-ais 
Não escrev-am 
 
 
DIVIDIR 
 
 
divid-o 
divid-es -s 
divid-e 
divid-imos 
divid-is -s 
divid-em 
- 
divid-e 
divid-a 
divid-amos 
divid-i 
divid-am 
divid-a 
divid-as 
divid-a 
divid-amos 
divid-ais 
divid-am 
- 
Não divid-as 
Não divid-a 
Não divid-amos 
Não divid-ais 
Não divid-am 
Constatamos que: 
1) o imperativo afirmativo provém do: 
d) presente do indicativo (2ª pessoa do singular e do plural menos o -s ); 
e) presente do subjuntivo (3ª pessoa do singular, 1ª pessoa do plural e 3ª pessoa do plural). 
2) o imperativo negativo provém do presente do subjuntivo, com o acréscimo do não; 
 
21 
3) não se conjugam o imperativo afirmativo e o negativo na 1ª pessoa do singular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mais-que-perfeito 
 fize-ra 
 fize-ras 
 fize-ra 
 +ra fizé-ramos 
 Pretérito perfeito fizé-reis 
 do indicativo fize-ram 
 fiz 
 fizeste (-ste) - fize Imperfeito do 
 fez subjuntivo 
 fizemos + sse fize-sse 
 fizeste +r fize-sses 
 fizeram fize-sse 
 fizé-ssemos 
 Futuro do fizé-sseis 
 subjuntivo fize-ssem 
 fize-r 
 fize-res 
 fize-rfize-rmos 
 f ize-rdes 
 fize-rem 
 
Tempos derivados do pretérito perfeito 
 O pretérito perfeito do indicativo dá origem aos seguintes tempos: 
 mais-que-perfeito do indicativo; 
 imperfeito do subjuntivo; 
 futuro do subjuntivo. 
 
 Formam-se esses tempos com o tema do pretérito perfeito do indicativo, obtido através da subtração 
da desinência da 2ª pessoa do singular, acrescido das desinências dos tempos derivados. 
 
Formas Nominais 
O infinitivo, o gerúndio e o particípio são chamados de formas nominais, porque exercer a função 
de nomes, isto é, podem ser substantivos ou adjetivos. 
O infinitivo é a forma que nos apresenta o verbo, sem nenhuma discriminação, nem de modo, nem 
de tempo, nem de número e, quando impessoal, nem de pessoa. Ex.: amar, confundir, contentar... O 
infinitivo pode ser impessoal ou pessoal. No primeiro caso não se flexiona, é invariável, e no segundo 
caso, poderá variar de acordo com o sujeito (aí será objeto do estudo da sintaxe). 
O gerúndio é a forma nominal terminada em ndo. Ex.: amando, confundindo, contentando.... 
O particípio é a forma nominal terminada em –do (-ado para a 1ª conjugação e –ido para a 2ª e 3ª 
conjugações). 
 
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MODO 
 Na conjugação de um verbo, MODO vem a ser a maneira por que se realiza a ação expressa por esse 
verbo. Podemos enunciar uma ação de três maneiras diferentes, daí os três modos verbais: INDICATIVO, 
SUBJUNTIVO e IMPERATIVO. 
 
Indicativo 
 Apresenta o fato de uma maneira real, certa, positiva. Exemplo: Eu estudo Geografia. 
 
Subjuntivo 
 Exprime um desejo ou apresenta o fato como possível ou duvidoso. 
 Exemplos: Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro. Quando o relógio despertar, acorda-me. 
 
SUBJUNTIVO: DÚVIDA INDICATIVO: CERTEZA 
Talvez façamos isto. Faremos isto. 
Duvido que faças tudo Tenho certeza que farás tudo. 
 
Imperativo 
 Indica que a ação verbal se faz com ordem, súplica, conselho, pedido ou convite. 
 Exemplos: Limpa a cozinha, Maria. Senhor, tende piedade de nós. Vai-te daqui. 
 
Tempos verbais do Indicativo 
01) Presente: Indica fato que ocorre no dia-a-dia, corriqueiramente. Por exemplo: 
Ex. Todos os dias, caminho no Parcão. 
 Estudo na UFRGS. 
 Confio em meus amigos. 
 
02) Pretérito: Indica fatos que já ocorreram 
 A) Pretérito Perfeito: Indica fato que ocorreu no passado em determinado momento, observado 
depois de concluído. 
Ex. Ontem caminhei no Parcão. 
 Estudei na UFRGSno ano passado. 
 Confiei em pseudo-amigos. 
 
 B) Pretérito Imperfeito: Indica fato que ocorria com freqüência no passado, ou fato que não havia 
chegado ao final no momento em que estava sendo observado. 
Ex. Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Parcão. 
 Eu estudava na UFRGS, quando conheci Roberto. 
 Eu confiava naqueles amigos. 
 
 C) Pretérito Mais-que-perfeito: Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do 
Indicativo. 
Ex. Ontem, quando você foi ao Parcão, eu já caminhara 8 Km. 
 Eu já estudara na UFRGS, quando conheci Roberto. 
 Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim. 
 
03) Futuro: Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala. 
 A) Futuro do Presente: Indica fato que, com certeza, ocorrerá. 
Ex. Amanhã caminharei no Parcão pela manhã. 
 Estudarei na UFRGS, no ano que vem. 
 Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu a mim. 
 
 B) Futuro do Pretérito Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele. 
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto. 
 Estudaria na UFRGS, se morasse em Porto Alegre. 
 Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair. 
 
Tempos verbais do Subjuntivo: 
01) Presente: Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala. 
Ex. Espero que eu caminhe bastante no ano que vem. 
 O meu desejo é que eu estude na UFRGS ainda. 
 
23 
 Duvido de que eu confie nele novamente. 
 
02) Pretérito Imperfeito: Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do 
Indicativo. 
Ex.: Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto. 
 Estudaria na UFRGS, se morasse em Porto Alegre 
 Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair. 
03) Futuro: Indica hipótese futura. 
Ex.: Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-ei melhor. 
 Quando eu estudar pela Alternativa, aprenderei mais coisas. 
 Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei a confiar nele. 
Modo Imperativo 
O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho 
Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar. 
 Estude pela Alternativa! 
 Confie em mim! 
PESSOA 
 Há três pessoas verbais que são as mesmas do discurso: 
É aquela que fala. Corresponde aos pronomes pessoais eu – nós 
 Ex.: estudo 
 estudamos 
 
É aquela com quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais tu – vós 
 Ex.: estudas 
 estudais 
 
É aquela de quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais ele, ela, eles, elas. 
 Ex.: estuda 
 estudam 
 A terminação varia conforme a pessoa. 
VOZES DO VERBO 
Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe a ação 
verbal. É a maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. São três as vozes 
verbais: 
Ativa - o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem pratica a ação. Ex.: Ele quebrou o copo. 
Passiva - o sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa pelo verbo. Ex.: O copo foi quebrado por 
ele. 
Reflexiva - o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre a 
ação expressa pelo verbo. Ex.: O garoto cortou-se. 
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL 
Os adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero e número com os 
substantivos determinados (CONCORDÂNCIA NOMINAL). O verbo concordará com o seu sujeito 
em número e pessoa (CONCORDÂNCIA VERBAL). 
CONCORDÂNCIA NOMINAL 
O artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o nome a que se referem. 
Ex.: Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos. 
 
* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE MESMO GÊNERO + ADJETIVO 
 O adjetivo vai para o plural (figura) ou concorda com o mais próximo. 
 Ex.: Aquele foi um beijo e um abraço demorado. 
 
* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE GÊNEROS DIFERENTES + ADJETIVO 
 O adjetivo pode ir para o masculino plural ou concordar com o substantivo 
mais próximo. 
 Ex.: A região oferece água e ar puros. 
A região oferece água e ar puro. 
A palavra sempre está 
relacionada a outra ou a outras, 
a fim de trazer clareza, 
objetividade na exposição de 
idéias. 
 
Concordância é o princípio 
sintático segundo o qual as 
palavras dependentes se 
harmonizam, nas suas flexões, 
com as palavras de que 
dependem. 
 
É a subordinação de flexão de 
determinadas palavras a outras, 
de que dependem. É palavra 
subordinante a que dita a flexão 
de outra, a subordinada. 
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* ADJETIVO + VÁRIOS SUBSTANTIVOS (QUALQUER GÊNERO) 
 O adjetivo concorda com o primeiro substantivo. 
 Ex.: O cirurgião utilizou novas técnicas e métodos. 
 (adjetivo) 
 O cirurgião utilizou novo método e técnicas. 
 (adjetivo) 
 
* UM E OUTRO + SUBSTANTIVO + ADJETIVO 
 O substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural. 
 Ex .: O aluno resolveu uma e outra questão fáceis. 
 
SUBSTANTIVO + ADJETIVO COMPOSTO 
 Quando o adjetivo composto é constituído por outros adjetivos, somente o último concorda com o substantivo. 
 Ex.: O mundo vive graves crises sócio-econômicas. 
 O terceiro mundo vivegraves crises econômico-financeiras. 
* MESMO 
 Quando pronome, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: Elas mesmas promoveram a festa. 
 Significando realmente, é invariável. Ex.: Elas promoveram mesmo a festa. 
 
* OBRIGADO 
 Deve concordar com o gênero da pessoa que esteja utilizando. 
 Ex.: A professora disse: muito obrigada. 
 O rapaz agradeceu dizendo: obrigado. 
 
* ANEXO/INCLUSO 
 São adjetivos; devem concordar com o nome a que se referem. 
 Ex.: Segue anexa a fotografia. 
 Vão inclusas as procurações. 
 
* BASTANTE 
 Quando é pronome indefinido, concorda com o substantivo a que refere. Ex.: Bastantes pessoas 
compareceram à reunião. (= muitas) 
 Quando for advérbio, será invariável. Ex.: Elas são bastante simpáticas. (= muito) 
 
* MEIO 
 Quando significa metade, concorda com o nome a que se refere. Ex.: Era um homem de meias palavras. 
 Como advérbio, é invariável (sem feminino nem plural). Ex.: A criança estava meio doente. 
 
* SÓ 
 Quando adjetivo, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: As crianças ficaram sós em casa. (= sozinhas) 
 Quando significa somente/apenas é invariável. Ex .: SÓ os políticos pensam assim. (= apenas ) 
 
 É BOM / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO + SUBSTANTIVO 
 Não variam, se o substantivo não possuir artigo. 
 Ex.: Bebida alcoólica é proibido para menores. 
 A bebida alcoólica é proibida para menores. 
 Água mineral é bom. 
 A água mineral é boa. 
CONCORDÂNCIA VERBAL 
 Considera as flexões de número e de pessoa entre o verbo e o sujeito. 
1º) SUJEITO SIMPLES - Quando o sujeito possuir um só núcleo, o verbo concordará com ele em número 
(singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). 
 Ex.: O jornal está aqui. Os jornais estão aqui. 
 (sujeito) (verbo) ( sujeito) (verbo) 
 (3ª p. sing.) (3ª p. sing.) (3ª p. pl.) (3ª p. pl.) 
 
2º) SUJEITO COMPOSTO 
 Se posicionado antes do verbo, leva este para o plural. 
 
25 
Ex.: O jornal e a revista estão aqui. 
 (suj. composto) (v. pl.) 
 Quando os núcleos do sujeito forem sinônimos, o verbo poderá estar tanto no singular como no plural. 
Ex.: O heroísmo e a coragem fazem (faz) dele um homem incomum. 
 (suj. composto) (núcleos sinônimos) 
 Quando os núcleos do sujeito formarem uma enumeração gradativa, o verbo poderá estar no plural ou no 
singular. 
Ex.: Um olhar, um sorriso, um carinho acalmam (acalma) a criança. 
 (suj. composto - em gradação) 
 Quando os núcleos vierem seguidos por palavras com força de resumo: tudo, nada, ninguém, alguém - o 
verbo ficará no singular. 
 Ex.: As jóias, as roupas, as cobertas, tudo sumiu. 
 (sujeito composto) (pal. resumitiva) (v. sing.) 
 Quando o sujeito composto estiver posicionado após o verbo, o verbo poderá ir para o plural ou concordar 
com o primeiro núcleo. 
 Ex.: Sumiram o policial e seu auxiliar. 
 (v. plural ) ( sujeito composto ) 
 ou 
 (1º núcleo) 
Sumiu o policial e seu auxiliar. 
 (v. sing.) (sujeito composto) 
 
3º) SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES 
* verbo na 1ª pessoa do plural: - eu + tu + ele (s) = nós 
 - eu + tu = nós 
 - eu + ele = nós 
 
* verbo na 2ª ou 3ª pessoa do plural: - tu + ele ( s ) = vós ou vocês 
 Ex.: Tu, ele e eu somos os vencedores. 
 (suj. comp. - tu + eles) (v. p. pl.) 
 Ex.: Tu e teus amigos ires à festa. 
 (suj. composto) (v. 2ª p. pl.) 
 
4º) A MAIOR PARTE DE, UMA PORÇÃO DE, GRANDE PARTE DE 
 Ex .: A maioria dos professores aderiram (aderiu ) a greve. 
 
5º) SUJEITO REPRESENTADO PELO PRONOME RELATIVO QUE 
 O verbo deve concordar com a palavra que antecede o que. 
 
 
 Ex .: Sempre fomos nós que decidimos tudo. 
 (suj.) 
 
 Obs.: quando o sujeito for representado pelo pronome relativo quem, o verbo pode tanto ficar na 3ª 
pessoa do singular, como concordar com a palavra que antecede. 
 Ex .: Fui eu quem fez a lição. 
 (1ª p. sing.) (suj.) (3ª p. sing.) 
 
 
 Fui eu quem fiz a lição. 
 (1ª p. sing.) (suj.) (1ª p.sing.) 
 
6º) SUJEITO REPRESENTADO POR NOME PRÓPRIO NO PLURAL 
 Neste caso, o verbo: 
permanece no singular, se o nome não apresentar artigo. Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral baiano. 
concorda com o artigo, se este aparecer antes do nome próprio. Ex.: Os Estados Unidos participaram 
do último conflito mundial. 
 
ATENÇÃO! Se o artigo fizer parte de títulos de obras, o verbo poderá estar no plural ou singular. 
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EXPRESSÕES COMO: 
 MAIS DE / MENOS DE + NUMERAL, 
 UM DOS QUE / UMAS DAS QUE, 
 UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO 
 Ex.: Os Sertões narram (narra) o massacre de canudos. 
 (nome do livro) 
 
7º) VERBOS INDICATIVOS DE HORAS (DAR, SOAR, BATER) CONCORDAM NORMALMENTE COM O 
SUJEITO 
 Ex.: Soaram duas horas naquele relógio. 
 (sujeito) (adj. adv. lugar) 
 Deu três horas o relógio da matriz. 
 (obj. dir. ) ( sujeito) 
 
 
 
 
 
 
 
Ex.: Mais de um jurado fez justiça à minha música. 
 (suj.) 
 Mais de cinco atletas desistiram. 
 (suj.) 
 Ele é um dos autores que viajou (viajaram). 
 Ele é um dos que não faltou (faltaram). 
 Um e outro texto me satisfaz (satisfazem). 
 
Obs.: a expressão um ou outro pede verbo no singular. Ex.: Um ou outro livro deleitava o meu lazer. 
 
8º) CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER 
 Normalmente o verbo concorda com o sujeito, porém o verbo SER pode também concordar com o 
predicativo. Ex.: A velhice seria (seriam) apenas recordações? 
 Neste exemplo, o sujeito e o predicativo são nomes de coisas e um deles está no singular (velhice) e o 
outro no plural (recordações), permite ao verbo concordar com um ou com outro. 
 
 Se o sujeito for pessoa (não coisa), o verbo SER só poderá concordar com o nome. 
 Ex.: Frederico é as alegrias do pai. 
 Os filhos doentes são a preocupação da mãe. 
 
 É muito/é pouco/é demais (peso, quantidade, medida). 
 O verbo SER fica no singular. 
 Ex.: Duas horas não é tanto assim. 
 Oitocentos gramas é muito. 
 Dois séculos seria pouco para esquecê-lo. 
 
 Horas/datas/distâncias. 
 O verbo ser é impessoal; concorda com o predicativo. 
 Ex.: Hoje são quatorze de março. / Hoje é dia quatorze de março. 
 (predicativo) (predicativo) 
 Daqui a São Paulo são mil quilômetros. 
 Obs.: Hoje é 2 de abril. ou Hoje são 2 de abril. 
 (Hoje é (dia) 2 de abril) (Hoje são 2 (dias) de abril ) 
 
9º) CONCORDÂNCIA COM SE: 
 VERBO + SE (pron. apassivador): o verbo concorda com o sujeito. 
 Ex.: Vende-se um apartamento. / Vendem-se alguns apartamentos. 
 ( suj. sing.) (suj. pl.) 
 VERBO + SE (ind. indeterm. sujeito): verbo na 3ª pessoa do singular. 
 Ex.: Desconfiava-se de algumas pessoas. 
 ( 3ª p. sing.) (obj. ind. - pl.) 
 Precisa-se de funcionários. 
 (3ª p. sing.) (obj. ind. - pl.) 
O verbo pode 
ficar tanto no 
plural como no 
singular. 
 
27 
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL 
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra que depende 
é chamada de termo regido e a palavra da qual a outra depende é chamada termo regente. 
 TERMO REGENTE →→→→ é o elemento que pede outro para lhe completar o sentido. 
 TERMO REGIDO →→→→ é o elemento que completa o sentido de outro e que pode ser ligado ao regente por meio 
de preposição. 
 
 Exemplo: A menina gosta de maçã. 
 
 (regente) preposição (regido) 
 
 A regência classifica-se em: REGÊNCIA NOMINAL e VERBAL. 
 
REGÊNCIA NOMINAL 
 Ocupa-se do nome e seus complementos. 
 Regência de alguns nomes: 
 
 ACESSO > a = aproximação AMOR > a / de 
 em = promoção para/para com 
 para = passagem 
 
 APTO > para AVERSÃO > a / em 
 a para/por 
 
 ESTIMA > a / por = amizade FIEL / DIGNO > a / em = leal 
 de = consideração de 
 
 OBEDIÊNCIA > a alguém ÂNSIA > de / por 
 
 ACOSTUMADO > com / a = habituado ANSIOSO > de / para / por 
 
 JEITO > de = maneira ATENCIOSO > a = atento 
 para = habilidade com / para com = cortês 
 
 ATENÇÃO > a / para / sobre = cuidado FALTA > a - ausência 
 com / para com = respeito com / contra / para com = culpa leve 
 
 GOSTO > a = simpatia PRÓDIGO > com = generoso 
 de / para / por = afeição de / em = que distribui 
 em = prazer 
 
REGÊNCIA VERBAL 
 Vejamos exemplo da regência verbal. 
 Todas as crianças gostam de doces. 
 (v. t indireto). (objeto indireto) 
 
 O verbo gostar rege um objeto indireto. Ex.: João namora Maria . 
 (v. t. dir.) (obj. dir.) 
 
Regência de alguns verbos: 
VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS INDIRETOS (exigem preposição) 
Obedecer 
Todos obedeceram ao regulamento. 
Todos lhe obedeceram. 
Simpatizar 
Não simpatizo com esta mulher. 
Não simpatizo com ela. 
 
Desobedecer 
Ninguém desobedeceu ao chefe. 
Ninguém lhe desobedeceu 
Pertencer 
Este livro pertence a você. 
Este livro lhe pertence. 
 
O verbo namorar 
rege o objeto 
direto. 
Regência é a 
parte da sintaxe, 
que estuda as 
relações de 
determinação, 
existentes entre 
as partes ou 
elementos da 
oração, ou ainda, 
é a propriedade 
de ter uma 
palavra, sob sua 
dependência, 
outra ou outras 
que lhe 
completem o 
sentido. 
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Desagradar 
As palavras desagradaram ao mestre. 
As palavras lhe desagradaram. 
 
VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS DIRETOS (sem preposição) 
 Ajudar, amar, convidar, cumprimentar, estimar e idolatrar. 
 Portanto escreve-se: 
 Ajuda-a. não: Ajuda-lhe. 
 Amei-a. Amei-lhe. 
 Convidamo-lo. Convidamos-lhe. 
 Cumprimentei-os Cumprimentei-lhes. 
 Estimo-o. Estimo-lhe. 
 Idolatrava-o. Idolatrava-lhe. 
 
 E mais: conhecer, convocar, encontrar, entender, visitar, ouvir, procurar, ver,...(todos sem preposição). 
 Ex.: Nós conhecemos a verdade. 
 Ele não encontrou a amada. 
 Ontem, quando visitava a minha namorada, vi a sua irmã. 
 A multidão ouvia o líder com atenção. 
 Você os prejudicou! Agora, procure entendê-los. 
 
VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA 
 AVISAR, PREVENIR, INFORMAR, CERTIFICAR 
 * alguém de alguma coisa: 
 (obj. dir.) (objeto indireto) 
 Ex.: Avisara-o de seus defeitos. 
 Certifiquei-a do dever assumido. 
 Informei-o de que chegaram os documentos. 
 
 
 * a alguém alguma coisa: 
 (obj. indir.) (objeto direto) 
 Ex.: Informaram-lhe que seria preso. 
 Avisara à esposa que não voltaria cedo. 
 
VERBOS COM VARIAS REGÊNCIAS 
ASPIRAR 
* pretender, desejar (transitivo indireto) Ex.: O time aspira a uma vitória, 
 Muitas são as coisas a que aspiro. 
* respirar, inalar (transitivo direto) Ex.: A menina aspirou o gás tóxico. 
 O gás tóxico que a menina aspirou era forte. 
 
Cuidado! O verbo aspirar, como transitivo direto, não aceita o pronome oblíquo lhe: 
 Ex.: Você aspirava ao diploma? 
 Sim, eu aspirava a ele, (e jamais: “aspirava-lhe”) 
 
ASSISTIR 
* presenciar, estar presente (transitivo indireto) Ex.: Muitas crianças presenciaram ao show. 
* socorrer, prestar assistência (transitivo direto) Ex.: A enfermeira assiste o doente. 
* caber, pertencer (transitivo indireto) Ex.: O direito de protestar assiste a todo jovem. 
 
AGRADAR 
* contentar, satisfazer (transitivo indireto) Ex.: Sua atitude não agradou à família. 
* acariciar, fazer carinho (transitivo direto) Ex.: O menino agradava o pequeno animal. 
 
VISAR 
* pretender, ter em vista (transitivo indireto) Ex.: Você sempre visou a este cargo. 
* pôr o visto, assinar (transitivo direto) Ex.: O fiscal visou o passaporte. 
* mirar, dirigir a pontaria ( transitivo direto) Ex.: O caçador visava o coração do animal. 
 
29 
 
QUERER 
* desejar, tomar posse (transitivo direto) Ex.: O menino queria o brinquedo. 
 Ninguém o queria. 
* gostar, querer bem (transitivo indireto) Ex.: Sempre quis aos meus pais. 
 Estas são as pessoas a quem queremos bem. 
 
ESQUECER/ LEMBRAR 
* Transitivo Indireto: quando acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Eu me esqueci da data. 
 Todos se lembraram do fato. 
* Transitivo Direto: quando não acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Esqueci a data. 
 Lembraram o fato 
OCORRÊNCIA DE CRASE 
Quando a preposição se encontra com o artigo ou com o pronome demonstrativo feminino a, as e 
ainda com os pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a qual e as quais, fundem-se os dois sons 
em um só, é o fenômeno da crase, assinalado, na escrita, com o acento grave. 
 
É a fusão de duas vogais em uma só. Neste caso, é a fusão da preposição A + artigo A = A. 
 
 Há crase: 
a) diante de nomes de cidades ou de países que se enquadram na regra prática: 
 Vou à , se puder voltar da 
 Ex.: Vou à Itália. (Volto da Itália.) 
 Vou a Paris. (Volto de Paris.) 
 Vou à Paris maravilhosa. (Volto da Paris maravilhosa.) 
b) diante de palavra feminina que exigir PARA A: 
 Ex.: Vou à Igreja. (Vou para a Igreja.) 
c) antes de numeral, indicando horas: 
 Ex.: Chegarei às duas horas. 
d) antes de substantivo, quando se omite a palavra maneira ou moda: 
 Ex.: Veste-se à Luís XV. ( . . . à maneira Luís XV.) 
e) nas locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas femininas: 
 Ex.: Saiu às pressas. 
 Saímos à procura dele. 
f) antes de pronomes demonstrativos,quando for possível substituir por a essa, a isto, a esta. 
 Ex.: Ele quer ir àquela festa. ( = a esta festa) 
 Ele conhece àquela loja. ( = essa) 
 
 Você tem soluções para saber se usa a crase ou não. 
1) Substitua o a por ao e a palavra feminina por palavra masculina (da mesma classe gramatical). 
 Veja: Ele é sensível à estima. (= ao elogio ) 
 Estas são as pessoas às quais me referi . (= os homens os quais me referi) 
 
2) Troque a preposição por : 
 - para a 
 - da (com crase) 
 - na 
 Ex.: Dei um presente à menina. (= para a menina) 
 
3) Nunca troque por: 
 - para 
 - de (sem crase) 
 - em 
 Ex .: Dei um presente a ela. (= para ela) 
 
Você não deve usar crase: 
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 * Diante de palavra masculina. 
 * Antes de artigo indefinido uma. 
 * Antes da palavra casa, quando significa residência própria. 
 * Antes da palavra terra, quando em sentido oposto a bordo. 
 * Antes de pronomes que não admitem artigo (a esta . . .). 
 * Antes de verbo. 
 
O uso da crase é facultativo: 
 * Antes de pronome possessivo. Ex.: Irei a (à) sua casa. 
 * Antes de nome próprio de pessoa . Ex.: Entregue a (à) Maria do 3º ano. 
 
A T E N Ç Ã O ! 
 Com relação às locuções adverbiais de instrumento, quando femininas, há gramáticos que admitem o 
uso da crase, apesar de reconhecer que há apenas a preposição A. Essa possibilidade existe e é usada por 
muitos devido a ambigüidade que existe em expressões como: 
 pintar a mão = pintar a própria mão (artigo) 
 pintar à mão = pintar com a mão (preposição) 
ou ainda: 
 matar a fome = saciar, terminar com a fome (artigo) 
 matar à fome = matar alguém pela fome (preposição) 
 
 Observe que, se substituirmos por uma palavra masculina, obteremos apenas a preposição: 
 pintar a lápis (preposição) 
 matar a tiro (preposição) 
 
 Nem todos reconhecem tal possibilidade; há gramáticos que continuam pela Nomenclatura Gramatical 
Brasileira, a qual diz que nesses casos não há crase. 
 Em expressões como: 
 frente a frente ou cara a cara 
 Não há crase, sem dúvida alguma. 
 Ex.: Ela esteve frente a frente com o assassino. 
 
 Nem em: 
 Ele fez referência a coisas sem importância. 
 (= a fatos) 
 Conheço a pessoa a quem você se referiu. 
 (= o homem a quem) 
ou ainda: 
 Cheguei cedo a casa. (= em casa) 
 
 mas: 
 Voltei sem demora à casa de meus pais. (= para a casa de meus pais) (= da casa de meus pais) 
 
 Não há crase em: 
 O nadador voltou a terra exausto. ( = para terra) 
 
 Mas há em: 
 Voltarei à terra de meus pais. (= para a) 
PONTUAÇÃO 
Para reproduzirmos, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com uma série 
de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. São eles: 
 
o ponto ( . ) o ponto de interrogação ( ? ) o ponto de exclamação ( ! ) a vírgula ( , ) o ponto 
e vírgula ( ; ) os dois pontos ( : ) as aspas (" ") o travessão (-) as reticências (. . .) os 
parênteses ( ( ) 
 
Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o ponto, a vírgula e o 
ponto e vírgula); outros têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala (ponto de exclamação, 
ponto de interrogação, etc.). 
 
31 
 Não é fácil fixar regras para o emprego correto dos sinais de pontuação, uma vez que, além dos 
casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem também razões de ordem subjetiva para 
sua utilização. 
VÍRGULA 
 A vírgula é o sinal de pontuação que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o fim do 
enunciado. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração (vírgula no interior da oração) 
ou para separar orações de um período (vírgula entre orações). 
 
Vírgula no interior da oração 
Em português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte: 
sujeito - verbo - complementos do verbo - adjuntos adverbiais. Quando os termos da oração se dispõem 
nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou ordem lógica). 
 Muitos alunos 
estudaram 
a matéria da prova com afinco. 
 sujeito verbo ob. direto adj. adverbial 
 Quando ocorre qualquer alteração na seqüência lógica dos termos, temos a ordem indireta. 
 Com afinco, muitos alunos estudaram a matéria da prova. 
termo deslocado 
 
 Quando a oração se dispõe em ordem direta, não se separam por vírgulas seus termos imediatos. 
Assim, não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e 
seu complemento ou adjunto. 
Muitos imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano. 
 sujeito predicado 
 
Todos os alunos apresentaram a redação ao professor 
 verbo complemento 
 
A áspera resposta ao candidato deixou-o magoado. 
adj. Adnom nome compl. nominal 
 
 Usa-se vírgula no interior da oração para: 
 1. marcar intercalações 
 Os termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a seqüência natural da frase, devem vir 
isolados por vírgulas. 
 Assim, separam-se 
 a) o aposto intercalado: 
Misha, símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático. 
 aposto 
 
 b) expressões de caráter explicativo ou corretivo: 
A sua 
atitude, 
 isto é, o seu comportamento na aula merece 
elogios. 
 
expressão 
explicativa 
 
 
 c) conjunções coordenativas intercaladas: 
A sua atitude, no entanto, causou sérios 
desentendimentos. 
 
conj. intercalada 
 
 d) adjuntos adverbiais intercalados: 
Os candidatos, naquele dia, receberam a imprensa. 
 
adj. adv.intercalado 
 
OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um simples advérbio, por 
exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da seqüência lógica do enunciado. 
Ex.: Os candidatos sempre receberam a imprensa. 
 advérbio 
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 2. marcar termos deslocados 
 Normalmente, quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase, deve vir separado por 
vírgula. Nesse sentido, separam-se: 
 
a) o adjunto adverbial anteposto 
 
Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa. 
adj. adv.anteposto 
 
OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável. 
Ex.: Hoje os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados. 
 advérbio 
 
b) o complemento pleonástico antecipado: 
Este assunto, já o li em algum lugar. 
compl. pleonático anteposto 
 
c) o nome do lugar na indicação de datas: 
 São Paulo, 28 de agosto de 1966. 
 Roma, 14 de fevereiro de 1989. 
 
 3. marcar a omissão de uma palavra (geralmente o verbo) 
 Ela prefere cinema e eu, teatro. 
 
 4. marcar o vocativo 
 “Meus amigos, a ordem é a base do governo.”(Machado de Assis) 
vocativo 
 
Pode-se, em vez de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de dar ênfase. 
Ex.: “Deus, ó Deus! onde estás que não respondes?” (Castro Alves ) 
 
 5. separar termos coordenados assindéticos 
 Aquela paisagem nos desperta confiança, tranqüilidade, calma. 
 “Quaresma convalesce longamente, demoradamente, melancolicamente”. (Lima Barreto) 
 
OBSERVAÇÃO: Se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a 
vírgula. 
Ex.: Aquela paisagemnos desperta confiança, tranqüilidade e calma. 
 Pedro ou Paulo casará com Heloísa. 
 Não necessitam de dinheiro nem de auxílio. 
Se essas conjunções vierem repetidas, para dar idéia de ênfase, usa-se a vírgula. 
Ex.: E os pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no. 
 Não caminhava por montanhas, ou florestas, ou cavernas. 
 Não estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História. 
 
Vírgula entre orações 
 1. orações subordinadas adjetivas explicativas 
 As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula. 
O homem, que é um ser racional, vive pouco. 
o. p. or. sub. adj. explicativa o. p. 
 
OBSERVAÇÃO: As orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se separam por vírgulas. 
Podem terminar por vírgula (mas nunca começar por ela!): 
(A)quando tiverem uma certa extensão: O homem que encontramos ontem à noite perto do lago, parecia 
aborrecido. 
(B) quando os verbos e seguirem: O homem que fuma, vive pouco. Quem estuda, aprende. 
 
 2. orações subordinadas adverbiais 
 
33 
 Orações dessa modalidade (sobretudo quando estiverem antecipadas) separam-se por vírgula. 
Quando o cantor entrou no palco, todos aplaudiram. 
or. sub. adverbial o. p. 
 
“Matias estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico”. (Machado de Assis) 
o. p. or. sub. adverbial 
 
 
 
3. orações subordinadas substantivas 
 Orações desse tipo (com exceção das apositivas) não se separam da principal por vírgula. 
Espero que você me telefone. 
 o. p. or. sub. substantiva 
 
 4. orações coordenadas 
 As orações coordenadas (exceto as iniciadas pela conjunção aditiva 
 
e) separam-se por vírgula. 
 
 Duvido, logo penso. Penso, logo existo. 
 or. coord. or. coord. or. coord. or. coord. 
 
OBSERVAÇÃO: Pode-se usar vírgula antes da conjunção e quando: 
(C) as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Os ignorantes falavam demais, e os sábios se 
mantinham em silêncio. 
(D)quando a conjunção e vier repetida enfaticamente (polissíndeto). E volta, e recomeça, e se esforça, e 
consegue. 
(E) quando a conjunção e assumir outros valores (adversidade, conseqüência, etc.). Ele estudou muito, e 
não conseguiu passar. Esforçou-se muito, e conseguiu a aprovação. 
 
5. orações intercaladas 
 São sempre separadas por vírgulas ou duplo travessão. 
 Eu, disse o orador, não concordo. 
 or. Intercalada 
 
PONTO 
É utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações interrogativas. É 
um dos sinais que indica maior pausa. 
Anoitecia. Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei. 
 
O ponto é também usado para indicar abreviação de palavras. 
Sr., Sra., Srtª., V. Exª., Obs., Ex.... 
 
PONTO-E-VÍRGULA 
 O ponto-e-vírgula marca uma pausa mais longa que a vírgula, no entanto, menor que a do ponto. 
Justamente por ser um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil sistematizar seu emprego. 
 Entretanto, há algumas normas para sua utilização. 
 
 Emprega-se o ponto-e-vírgula para: 
(A) Separar orações coordenadas que já venham quebradas no seu interior por vírgula. Os 
indignados réus mostravam suas razões para as autoridades de forma firme; alguns, no entanto, 
por receio de punições, escondiam detalhes aos policiais. Os indignados réus protestaram; os 
severos juízes, no entanto, não cederam. 
(B) Separar orações coordenadas que se contrabalançam em forma expressiva (formando antítese, 
por exemplo). Muitos se esforçam; poucos conseguem. Uns trabalham, outros descansam. 
(C) Separar orações coordenadas que tenham certa extensão. Os excelentes jogadores de futebol 
olímpico reclamaram com razão das constantes críticas do técnico; porém o teimoso ficou 
completamente indiferente aos constantes pedidos dos jogadores. 
(D) Separar os diversos itens de um considerando ou de uma enumeração. 
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Considerando: 
(E) a alta taxa de desemprego no país; 
(F) a excessiva inflação; 
(G) a recessão econômica; 
 Art. 92. São órgãos do poder judiciário: 
(A) o Supremo Tribunal Federal; 
(B) o Supremo Tribunal de Justiça;....... 
 
EMPREGO DOS SINAIS MELÓDICOS 
DOIS-PONTOS 
 Os dois pontos marcam uma sensível 
suspensão da melodia de uma frase para introduzir 
algo bastante importante. Nesse sentido, utilizam-
se os dois-pontos para: 
a) dar início a fala ou citação textual de outrem. 
 Já dizia o poeta: “A vida é a arte do 
encontro . . .” 
 “A porta abriu-se, um brado ressoou: 
 - Até que enfim, meu rapaz !” (Eça de 
Queirós - Os Maias) 
b) dar início a uma seqüência que explica, 
esclarece, identifica, desenvolve ou discrimina uma 
idéia anterior. 
 Descobri a grande razão da minha vida: você. 
 Já lhe dei tudo: amor, carinho, compreensão 
apoio. 
 Tivemos uma ótima idéia: abandonar a sala. 
 O resultado não se fez esperar: fomos 
chamados a diretoria. 
 
PONTO DE INTERROGAÇÃO 
 É usado no fim de orações interrogativas 
diretas. Nunca é colocado no fim de uma oração 
interrogativa indireta. 
 Entendeu? 
 Se eu terminar os exercícios, posso ir com 
você? 
 
PONTO DE EXCLAMAÇÃO 
 É colocado após determinadas palavras, 
como as interjeições, e após orações enunciadas 
com entoação exclamativa. Denota, entre outras 
coisas, entusiasmo, alegria, dor, surpresa, 
espanto, ordem. 
 Olá! Ah! Entendi! Ótimo! Que susto! Mãos 
ao alto! Não toque em nada! 
 
RETICÊNCIAS 
 As reticências marcam uma interrupção da 
seqüência lógica da frase. Podem ser usadas com 
valor estilístico, isto é, com a intenção deliberada 
de permitir que o leitor complete o pensamento que 
foi suspenso, ou para marcar fala quebrada e 
desconexa, própria de quem está nervoso ou 
inseguro. 
 Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter 
percebido que ele . . . 
 - Bem . . . Sabe . . .Pois é . . . Quer dizer . . . Não 
era bem assim . . . Sei lá . . . 
 Usam-se também as reticências (de preferência, 
entre parênteses) para indicar que parte de uma 
citação foi omitida. 
 “O sertanejo é ( . . . ) um forte.” (Euclides da 
Cunha - Os Sertões) 
 
ASPAS 
 Empregam-se as aspas para: 
a) isolar citação textual colhida a outrem. 
 Como afirma Caio Prado Jr. em História 
Econômica do Brasil: “A questão da imigração 
européia do século passado esta intimamente 
ligada a da escravidão”. 
 Diz Thomas Mann, em A Montanha Mágica: 
“Todo caminho que trilhamos pela primeira vez é 
muito mais longo e difícil do que o mesmo caminho 
quando já o conhecemos.” 
 Observe que os títulos de obras literárias ou 
artísticas devem vir entre aspas se o material é 
manuscrito ou datilografado; se o material é 
impresso, o procedimento normal é pontuação 
quando abrange todo o período. 
 “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela 
não se meta a enganar-te com a malícia que 
aprender de ti.” (Machado de Assis) 
 
b) isolar palavras ou expressões estranhas a língua 
culta, mais como: gírias e expressões populares, 
estrangeirismos, neologismos, arcaísmos etc. 
 Ele era um “gentleman”. O rapaz ficou “grilado” 
com o resultado. 
 Ele estava “numa boa”. Emocionado, o rapaz 
deu-lhe um ‘ósculo” ardente. 
 
c) mostrar que uma palavra está em sentido diverso 
do usual (geralmente, em sentido irônico). 
 Fizeste “excelente” serviço. Sua idéia é mesmo 
“fantástica“. 
 
OBSERVAÇÃO: Podem-se ainda utilizar as aspas 
para dar destaque a uma palavra ou expressão. 
Já entendi o “porquê” do seu projeto; só não 
percebo “como” executá-lo. 
 
PARÊNTESES 
 Os parênteses servem para isolar explicações, 
indicaçõesou comentários acessórios. 
 “Aborrecido, aporrinhado, recorri a um bacharel 
(trezentos mil réis, fora despesas miúdas com 
automóveis gorjetas, etc.) e embarquei vinte e 
quatro horas depois ( . . . )” (Graciliano Ramos - 
 
35 
São Bernardo) 
 
TRAVESSÃO 
O travessão simples (-) serve para indicar que 
alguém está falando de viva voz (discurso direto). 
Emprega-se, pois, o travessão para marcar a 
mudança de interlocutor nos diálogos. 
“ - De quem são as pernas? 
- Da Madalena, respondeu Gondim. 
- Quem? 
- Uma professora. Não conhece? Bonita. 
- Educada, atalhou João Nogueira. 
- Bonita, disse outra vez Gondim. Uma lourinha aí, 
de uns trinta anos.” (Graciliano Ramos - São 
Bernardo) 
 
 Pode-se usar o duplo travessão (- -) para 
substituir dupla vírgula, sobretudo quando se quer 
dar ênfase ou destaque ao termo intercalado. 
 O ministro - profundo conhecedor do mercado 
internacional - está consciente das dificuldades. 
 Machado de Assis - grande romancista 
brasileiro - também escreveu contos. 
 
OBSERVAÇÃO: As orações intercaladas podem vir 
separadas por vírgulas ou duplo travessão. 
Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão. 
 ou 
Eu - disse o eminente jurista - não aceito tal 
decisão.
REDAÇÃO 
(CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS 
E INCORRETAS) 
 De modo geral, um texto é constituído por mais de uma frase. Há, em cada frase pequena ou grande - 
certa dose de informação. Como sabemos, as frases estão interligadas e, de tal maneira interligadas que um 
conteúdo informativo já apresentado numa frase cria condições para estruturar o conteúdo informativo que 
estará contido na frase seguinte, desde que haja um relacionamento entre as duas frases. Também a 
informação existente numa frase pode apontar para uma informação já conhecida ou a conhecer. No 
primeiro caso, estamos diante de uma anáfora, no segundo caso, diante de uma catáfora. Obtida uma 
informação, denomina-se informação contextual ou, como preferem alguns, co-texto aquela informação que 
vem antes da informação obtida, ou que vem depois da informação obtida, ou que vem antes e depois da 
informação obtida. 
As frases são os blocos de idéias, que precisam ser estruturados adequadamente, como os blocos de 
tijolos em uma construção, para que seu texto realmente fique de pé. A organização das frases representa a 
organização de suas próprias idéias. 
 A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as idéias que queremos 
expressar. Temos idéias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu sentido. 
Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes idéias, desde que elas, reunidas, formem uma idéia 
maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência. 
 O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se 
ampliando nos posteriores, forma um sentido completo. 
 
Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma 
bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma 
borboleta amarela. 
(Rubem Braga) 
 
Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma idéia. O segundo, 
tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o 
parágrafo. 
 O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou composto (como a 
frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos apenas uma oração, no período 
composto temos várias orações articuladas entre si. 
 A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de 
quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos. 
Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos 
homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na 
pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano... 
Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o 
espírito dos feriados. 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
D’REIS VENDAS 
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 Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos 
curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram freqüentes e abundantes, 
como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar: 
 
Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro 
capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de verdura 
concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar 
as vastas planícies. 
 
 O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise, 
de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza 
períodos muito longos. 
 No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou subordinação. 
 
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da 
frase, "a menor unidade autônoma da comunicação", na definição de Celso Pedro Luft. 
A função essencial da frase é desempenhada pelo predicado, que para Adriano da Gama Kury pode 
ser entendido como "a enunciação pura de um fato qualquer". Sempre que a frase possuir pelo menos um 
verbo, recebe o nome de período, que terá tantas orações quantos forem os verbos não auxiliares que o 
constituem. 
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indispensável, pois há orações sem sujeito, ditas 
impessoais –, de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. Sempre que o verbo o exigir, 
teremos nas orações substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função de complementos 
(objetos direto e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função acessória desempenham os 
adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados aos 
elementos que desempenham as outras funções, ou deslocados para o início da oração. 
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração (os 
parênteses indicam os elementos que podem não ocorrer): 
 (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial). 
 
Podem ser identificados seis padrões básicos para as orações pessoais (i. é, com sujeito) na língua 
portuguesa (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode ocorrer em ordem diversa): 
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial) 
O Presidente - regressou - (ontem). 
 
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial) 
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã de terça-feira). 
 
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial). 
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores). 
 
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - (adj. Adv.) 
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso). 
 
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento adverbial - (adjunto adverbial) 
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Aires - (na próxima semana). 
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) 
 
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial) 
O problema - será - resolvido - prontamente. 
 
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, as frases que possuem apenas um verbo 
conjugado. Na construção de períodos, as várias funções podem ocorrer em ordem inversa à mencionada, 
misturando-se e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões existentes na 
língua portuguesa. O que importa é fixar a ordemnormal dos elementos nesses seis padrões básicos. 
Acrescente-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou mais orações, em geral podem ser 
reduzidos aos padrões básicos (de que derivam). 
Os problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má 
pontuação, à ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação, 
etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a seguir, alguns 
desses defeitos mais comuns e recorrentes na construção de frases, registrados em documentos oficiais. 
 
37 
Reestruturar ou reescritura de uma frase – ou um texto –, é escrevê-lo novamente. 
Para garantir a clareza do texto podemos utilizar os seguintes recursos: 
• completar informações, eliminar repetições, separar as idéias por parágrafos, utilizando pontuação 
adequada e recursos coesivos (palavras que ligam palavras, frases, parágrafos). 
Nota: Para proceder a reescritura de textos devemos observar o que segue: 
• unidade temática (as idéias devem se referir ao tema central); 
• seqüência lógica (deve apresentar uma seqüência de idéias ou fatos); 
• paragrafação (as idéias do assunto devem ser apresentadas em parágrafos visualizados na escrita 
através de um espaço inicial); 
• apresentação (deve apresentar título ou vocativo – o nome a quem se dirige – data, assinatura, margem, 
espaço para parágrafo); 
• espaçamento (as palavras devem estar separadas pelo espaço convencional); 
• legibilidade (a letra deve ser de fácil compreensão); 
• ortografia (as palavras devem estar escritas de acordo com a norma padrão – letras maiúsculas, 
minúsculas, sinais de pontuação e acentuação, sinais gráficos – cedilha, hífen, til); 
• concordância nominal (as palavras devem concordar em gênero e número); 
• concordância verbal (o verbo deve concordar com o sujeito); 
• argumentação (há argumentos na defesa das idéias, “os porquês”, exemplos); 
• elementos coesivos (usa-se de forma adequada palavras que fazem ligação entre palavras, frases, 
parágrafos, tais como os pronomes, conjunções, preposições, advérbios). 
 
EXERCÍCIO 
E agora? 
Após receber o convite de seu cliente, Guedim, entre surpreso e feliz, pôs-se a engraxar seus próprios 
sapatos. E agora? Que decisão ele tomará? 
A euforia de Marcos foi mesmo contagiante. Desde o momento que ele passou pelo aeroporto, a 
irritação e o mau humor do engraxate deram lugar a uma alegria expansiva. 
Seus pensamentos iam a mil por hora, neles não havia mais carro zero, nem telefone celular. Havia 
apenas o nome de uma rua, um horário e um número de telefone. Por esse número Guedim esperava obter 
uma série de respostas para suas perguntas, como: Precisaria comprar material? Haveria diploma? Quanto 
tempo de duração? Em que bairro se localizaria aquela rua? Que ônibus passaria próximo? Teria um 
computador só pra ele? Quanto tempo ainda teria de trabalhar como engraxate?Essa última pergunta era 
praticamente um grito de alívio. Encontrara a luz no fim do túnel! Com obsessão ele conferia o cartão em 
seu bolso, apesar de já ter decorado o que nele estava escrito. Um pedacinho de papel era a conexão 
concreta entre seu sonho e a realidade. 
Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichas telefônicas. A 
secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residência não estou autorizada. Mesmo 
se você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, as turmas já estão completas.” 
 
E agora? Onde enfiaria aquele monte de fichas e de planos? Se pelo menos tivesse a chance de falar 
com seu freguês, mas aquela secretária era como um osso duro de roer. Nova onda de alegria: o 
sobrenome escrito no cartão poderia levá-lo ao número do telefone negado. 
Apenas duas fichas foram necessárias para que Marcos sugerisse que Guedim o encontrasse no 
endereço indicado no cartão. Lá conversariam e o garoto seria apresentado à secretária para que a 
matrícula e a mensalidade não fossem cobradas. A ficha teria que ser preenchida, a taxa de material paga. 
Guedim até poderia começar a freqüentar as aulas naquela tarde mesmo. 
As primeiras aulas são fundamentais. – esclareceu o seu freguês. 
Logo Guedim desligou o telefone. 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 38 
E agora? Não passou pela sua cabeça que tudo seria assim, tão imediato. O dinheiro que tinha era 
curto, o curso ficava longe. Não queria gastar dinheiro com dois ônibus. E agora? 
— Pernas pra que te quero! – gritou Guedim, iniciando uma corrida até o ponto de ônibus que o levaria 
até o endereço do cartão. 
 
Releia o seguinte trecho do texto: “Com obsessão ele conferia o cartão em seu bolso (...)” 
Veja como as palavras em destaque aparecem no dicionário: 
obsessão. [Do lat. obsessione.] s. f. 1. Impertinência, perseguição, vexação. 2. fig. Preocupação com 
determinada idéia que domina doentiamente o espírito; idéia fixa; mania. 
 
1. Reescreva a frase destacada no texto, substituindo a palavra obsessão por outra que tenha um 
sentido apropriado. 
.................................................................................................................................. 
2. Indique o sentido em que a palavra obsessão foi usada na seguinte frase: Ele queria mudar de 
profissão e esse desejo já se tornara uma obsessão. 
.................................................................................................................................. 
 
A palavra cartão é muito significativa neste texto, pois representa o elo de ligação entre o sonho de 
Guedim e sua realidade. É também o cartão que faz surgir todos os conflitos e emoções do personagem. 
 
cartão. [Do it. cartone.] s. m. 1. ind. pap. Folha composta de camadas de papel coladas entre si e que 
segundo a grossura se classifica como cartolina ou papelão (neste último caso, usualmente quando supera 
meio milímetro). 2. Retângulo de cartão que utilizamos para escrever. 3. Bilhete, ingresso, senha. 
 
Veja outras expressões em que essa palavra aparece, bem como seus respectivos significados: 
* cartão de crédito dito: Documento dado pelas casas bancárias ou quaisquer outras instituições 
financeiras e que autoriza o usuário a ser debitado em compras ou outros serviços prestados. 
* cartão-postal postal: Retângulo de papel que tem numa das faces uma fotografia ou uma ilustração e 
na outra um espaço reservado para correspondência. 
* cartão-folha folha: Papelão amarelado, feito com pasta de palha e usada no fabrico de caixas. 
* cartão de visita visita: Pequeno retângulo de cartolina onde está impresso o nome do seu dono (por 
vezes trazendo endereço, profissão e telefone) que o entrega a alguém em sinal de anúncio de visita ou 
mesmo para indicar a sua residência. 
 
3. Leia as frases seguintes e indique a que tipo de cartão elas se referem: 
a) Fazia tempo que Guedim não via o freguês que lhe deixara o cartão. 
.................................................................................................................................. 
b) O Marcos foi às compras, levando o cartão. 
.................................................................................................................................. 
c) Ao viajar, Marcos prometeu-lhe mandar algum cartão. 
.................................................................................................................................. 
 
4. Consulte no dicionário o significado da palavra conexão. 
.................................................................................................................................. 
 
Há no texto a seguinte frase: “Seus pensamentos iam a mil por hora (...)” 
Além da indicação dessa frase, podemos perceber o ritmo dos pensamentos de Guedim pela forma 
como certas partes da história foram narradas. Repare que quasenão há explicações ou considerações, a 
passagem de uma cena para outra é feita de uma forma meio abrupta. Como se faltassem partes da 
história. 
 
Veja, por exemplo, o seguinte parágrafo: 
“Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichas telefônicas. A 
secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residência não estou autorizada. Mesmo se 
você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, as turmas já estão completas.” 
 
Que tal reescrevê-lo de modo que a sensação do ritmo rápido desapareça? 
Para isso, basta que você crie explicações que liguem as frases e idéias, esclarecendo melhor os 
fatos. 
 
 
39 
Continue após o início: 
No horário do almoço, Guedim resolveu telefonar para a firma do Marcos a fim de confirmar o convite 
e esclarecer algumas dúvidas. Foi à lanchonete mais próxima e comprou algumas fichas telefônicas, com as 
quais fez a ligação na tentativa de falar com seu freguês... 
.................................................................................................................................................. 
INTELECÇÃO DE TEXTO 
 A capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e produzir textos 
surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem acha que tudo o que se 
pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa 
que ler é operação destinada apenas a decodificar signos 
lingüísticos e descobrir um sentido único para o texto. 
 No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto, 
como também lhe atribui sentidos: ele dialoga com o autor. E 
mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança 
mão de conhecimentos extra-linguísticos: do mundo, do 
assunto em questão, de outros textos que contribuem para 
sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à 
medida que lê mais, de maneira cada vez mais ativa e 
inquisidora. 
 Assim, adote os seguintes passos para uma boa compreensão de textos: 
• Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta; 
• Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave. 
• É necessário limitar-se às informações contidas no texto. 
• Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais fácil 
interpretar. 
• Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova leitura. 
 
São variados os textos para interpretação. 
Basicamente, todos os textos oferecem cinco alternativas das quais somente uma nos interessa. Essa 
alternativa poderá referir-se: 
 à significação de palavras; 
 à identificação de uma idéia (entre várias) do texto; 
 à idéia básica (síntese) do texto. 
 
 De acordo com Dubois, texto é a palavra que “designa um enunciado qualquer falado ou escrito, 
longo ou curto, velho ou novo”. 
 O texto constitui uma unidade dupla: temática (o mesmo assunto) e estrutural (organização das 
partes, isto é, as partes aparecem seqüenciadas e interligadas). 
 A finalidade de um texto é a transmissão de uma mensagem, uma vez que ambas as unidades - a 
temática e a estrutura - formam um todo significativo apto a introduzir interação comunicatória. 
 Um texto gira em torno de um assunto. Sobre esse assunto, há uma idéia principal e uma ou algumas 
idéias secundárias, ao interpretar o texto, é preciso que o raciocínio trabalhe sobre essa idéia ou idéias 
secundárias. É necessário que todo o raciocínio empregado na interpretação do texto baseie-se 
unicamente no texto. 
 Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir 
do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas. 
 Ora, sabe-se que a verdadeira aprendizagem é realmente válida na medida em que se atinja, de modo 
permanente, a constituição de estruturas mentais. Embora a forma adotada pelos órgãos responsáveis na 
elaboração de provas (concursos, ...) possa merecer reparos, posto que as questões formuladas a partir de textos já 
vêm “mastigadas”, impedindo muitas vezes que o estudante reelabore o que leu, ainda assim, esse tipo de avaliação 
propicia de modo positivo o exercício da inteligência, da relação, da empatia, pois o texto é, ao mesmo tempo, 
representação e interpretação de uma realidade. 
No entanto, o que ocorre com a interpretação de um texto nada mais é do que a reprodução de 
experiências que, diariamente, vivenciamos. Qualquer pessoa, de modo natural, é capaz, quando solicitada, 
de manifestar-se positivamente em face de uma situação. Todavia, se essa mesma colocação for feita por 
meio de um texto, fatalmente haverá uma reação e a coisa em si, de simples, passará a ser encarada como 
difícil. 
 Para falar uma língua não basta conhecer seu vocabulário; é necessário também ter domínio de suas 
leis combinatórias. Vejamos porque. Não podemos, por exemplo, conhecer o sentido de cada uma das 
O texto é uma apreensão da realidade. 
Interpretar é o modo de ler, usufruindo o 
texto naquilo que ele tem de significativo. 
Para chegar à apreensão de tudo o que 
o texto oferece, há, naturalmente, um 
caminho a seguir. Justamente esse 
trajeto é o grande problema do aluno. 
D’REIS VENDAS 
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palavras desta frase: 
 - Bem vai olá como tudo? 
 
 Mas ela nada significa para nós porque nela não foram respeitadas as leis de combinação das palavras. 
Observe como muda o sentido da frase, se combinarmos as mesmas palavras desta forma: 
 - Olá, como vai, tudo bem? 
 Assim, concluímos que: a língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por 
maio do qual as pessoas se comunicam e interagem. 
Quando não há a comunicação de forma plena o leitor (no caso da escrita), ou o ouvinte (no caso da 
fala) não entendeu as intenções do autor. Para haver a comunicação, além de se conhecer o vocabulário e 
as leis combinatórias, necessitamos perceber a situação em que se dá a comunicação, isto é, ter 
consciência do contexto. 
Contexto, então é, a situação de comunicação em que se dá a produção da linguagem, isto é, o conjunto de 
elementos que atuam quando falamos, tais como: quem fala, o que fala, com quem fala, quando, onde e como 
fala e, finalmente, com que intenção fala. 
Para interpretar um texto, precisamos ser capazes não apenas de entender o que se lê, mas também de 
perceber a intenção do que está escrito, notando o que está implícito no texto. 
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO: RECURSOS DE COESÃO 
Esses termos referem-se à trama e ao encadeamento semânticos, respectivamente, de um texto. Para 
definirmos de maneira mais específica, podemos dizer que a coesão é uma forma de recuperar, em uma sentença 
B, um termo presente na sentença A. 
 Vejamos um exemplo: 
 “Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.” 
 Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as duas orações 
é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o termo algumas peras. 
 Quando se trata de coesão e textualidade, o mais comum, no que se refere a um texto, é o uso de mesmo e 
referido, para a coesão. Ex.: 
 Pegue algumas peras. Coloque as mesmas sobre a mesa. 
 João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do 
celibato. 
 
 O uso das palavras mencionadas acima, todavia, é um procedimento 
desagradável, que pode e deve ser evitado, pois a língua dispõe de muitos outros 
recursos para constituir a textualidade. Mesmo, referido, ou expressões semelhantes 
são recursos que evidenciam a pobreza vocabular do autor, além de afetar a qualidade 
do texto. Ex.: 
 João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a Igreja continua a 
favor do celibato. 
 Essa coesão pode ser feita através de sinônimos.Ex.: João Paulo II esteve, 
ontem, em Varsóvia. Na capital da Polônia, o Papa disse que a Igreja ... 
 
Uma outra maneira de obter coesão é através do uso da metonímia (empregar uma parte para 
significar um todo). Ex.: 
 O presidente Reagan (1) deverá reunir-se ainda nesta semana com o premier Gorbatchev (2). Fontes bem-
informadas acreditam, entretanto, que não será ainda desta vez que Moscou (2) cederá as pressões da casa Branca 
(1). 
(1) Representam o governo americano. 
(2) Representam o governo soviético. 
 Em se tratando de Brasil, podemos dizer, o Planalto ainda não decidiu sobre as novas medidas econômicas 
ou Brasília é contra o acordo. 
 Observe um último exemplo em três versões: 
 “As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os automóveis mais 
caros. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o 
automóvel e as revendedoras de automóveis tem prejuízo.” 
 
Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto: 
 “As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O 
cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências têm 
prejuízo.” 
Coesão é um 
processo que cuida 
da articulação 
semântica entre as 
sentenças de um 
texto. 
 
41 
 
Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão: 
 “As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com 
pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.” 
 Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças 
de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das sentenças: é a articulação sintática, 
e pode ser de: 
 
OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos: 
a coordenação adversativa; 
a subordinação concessiva. 
- empregando os seguintes articuladores (conjunções): 
- mas, porém, contudo, todavia, entretanto, 
- embora, ainda que, apesar de, conquanto, 
 
 Vejamos alguns casos: 
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as jóias ainda não foram recuperadas. 
→ no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação adversativa, em outras posições. 
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as jóias, entretanto, ainda não foram recuperadas. 
 ... as jóias ainda não foram, entretanto, recuperadas. 
 ... entretanto, as jóias ainda não foram recuperadas. 
 
 Utilizando articuladores de subordinação concessiva podemos conseguir um bom efeito. 
 Ex.: Embora a polícia tenha conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas. 
 Apesar de a polícia ter conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas. 
 Observe o seguinte: quando empregamos conjunções concessivas, o verbo da oração subordinada está no 
modo subjuntivo, o que não ocorre no uso de locuções prepositivas (apesar de, a despeito de, não obstante), 
pois, nesse caso, o verbo vai para o infinitivo. 
 Quando empregar uma ou outra? 
 A coordenação adversativa, quando empregada, faz um encaminhamento argumentativo contrário ao da 
oração anterior frustrando a expectativa do destinatário. 
 Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo bancário e, voltando 
ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte resposta: 
 - Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo. 
 Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá ser ou não 
favorável. 
 . . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro. 
 ou 
 . . . mas você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade. 
 Utilizando um articulador subordinativo concessivo: 
 Ex.: Embora tenhamos feito um grande esforço para conceder-lhe o empréstimo, você não poderá levar o 
dinheiro por motivos alheios a nossa vontade. 
 
CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa: 
* Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como, por isso que, já que 
. . . 
* Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de, em vista de, em 
virtude de, devido a, em conseqüência de, . . . 
Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar. 
Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar. 
 ou 
Em virtude de estar com pressa de voltar, não fui visitá-lo. 
 
CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do subjuntivo ou para o 
presente do indicativo com valor de futuro. Ex.: 
Se você enviar hoje, poderei receber amanhã. 
Se você enviar hoje, posso receber amanhã. 
 
Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. Ex.: 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 42 
Caso você envie hoje, poderei receber amanhã. 
 (pres. Subj.) 
A menos que você preste atenção, vai errar. 
(Observe que o advérbio não é desnecessário.) 
 
FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a fim de, com o 
propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.: 
 Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos. 
 Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos. 
 Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos. 
 
CONCLUSÃO - Logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo que, .... 
Ex.: 
 Ele vendeu a moto, logo só poderá viajar de ônibus. 
 Aníbal comprou um carro, poderá, pois, viajar mais cedo. 
 Aníbal comprou um jatinho, de modo que poderá visitá-lo com maior freqüência. 
 Há, ainda, uma forma de articulação que usa simplesmente o verbo gerúndio sob forma de orações reduzidas. 
Ex.: 
 Estando com pressa de voltar, não fui visitá-la. (causa) 
 Enviando hoje, poderei receber amanhã. (condição) 
 Jorge promoveu Carlos, objetivando angariar mais votos. (fim) 
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES 
 Ao fazer uma interpretação de texto, é preciso ter muito cuidado para não se envolver emocionalmente; 
mantenha um distanciamento crítico e objetivo em relação a mensagem. 
 Ainda que você não concorde com o posicionamento do autor, não é o momento para discordar. Procure ater-
se a informação apresentada, sem se deixar perturbar por outras idéias. As respostas às questões interpretativas 
exigem imparcialidade do leitor. 
 É preciso sempre considerar o significado da palavra dentro do texto e não o seu conteúdo individual. 
 Como deve ser de seu conhecimento, uma mesma palavra pode ter muitos significados. Veja o caso de 
palavras como MANGA, PENA, etc. 
 Assim como elas, outras palavras também têm seu significado determinado conforme o objetivo do autor ou o 
“espírito” do texto. 
 Uma palavra sempre deve ser analisada em função de sua posição dentro do texto. O mesmo pode ser dito 
em relação as expressões. 
 A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem. 
 Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa, sua intenção é colocar ou comprovar uma idéia - 
ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos, enredos. 
 Num concurso, o texto pode servir a dois objetivos distintos: para a interpretação de texto através de 
respostas ou como proposta para a redação. 
 Quando se tratar de responder as questões interpretativas, há alguns elementos que são comuns aos textos e 
se apresentam, normalmente da seguinte forma: 
 
a) a idéia básica do texto: 
 O que o autor pretende provar com este texto? 
 Se você interpretar corretamente, a resposta será a idéia básica. Ela pode estar claramente estampada nafrase-chave (se for um texto dissertativo), ou, então pode ser depreendida através da leitura de todo o texto. 
 
b) os argumentos: 
 O autor usa a argumentação com o objetivo de reforçar a idéia básica. 
 Os argumentos apresentam-se como afirmações secundárias, idéias e afirmações que o autor usa para 
convencer o leitor quanto a validade de sua tese. 
 Muitas vezes, o autor também usa a exemplificação e as citações de outros autores como recurso 
argumentativo. 
 
c) as objeções: 
 Normalmente, o autor já conhece a contra-argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É como se o 
autor estivesse tentando adivinhar as objeções que o leitor possa fazer quanto a validade de seu pensamento. 
Através desse recurso, o escritor pode tornar mais consistente e 
convincente a argumentação. A partir desse esquema, torna-
se mais fácil distinguir o 
essencial (a idéia básica) do 
secundário (justificativas e 
exemplificações). 
 
43 
 Além disso, a melhor forma de realizar um bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas: 
1 - Leitura atenta do texto, procurando focalizar o seu núcleo, a sua idéia central. 
2 - Reconhecimento dos argumentos que dão sustentação à idéia básica. 
3 - Levantamento das possíveis objeções à idéia básica. 
4 - Levantamento das possíveis exemplificações usadas para reforçar a idéia central. 
 
*****EXERCÍCIOS***** 
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2. 
Texto I 
História para ninar executivos 
Havia um pastor chamado Pedro – como aliás se chamam todos os pastores de histórias como esta. 
Ele tinha um jeito todo especial para cuidar de seu rebanho. Até parece que os bichinhos reconheciam 
esse talento e o admiravam por isso. Acho que se pudessem falar e escolher o próprio pastor, sem dúvida 
Pedro seria o favorito. Ele sabia criar um clima organizacional muito especial, como, por exemplo, dar 
nome para cada carneirinho e ovelhinha, respeitando os hábitos e costumes de cada um. 
Ao longo dos anos, Pedro acabou desenvolvendo uma sensibilidade muito apurada em seu trabalho. 
Graças a essa habilidade, aprendeu a identificar com rapidez quando havia uma ovelha mais estressada 
no grupo. Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim. O que realmente interessava 
era, fosse qual fosse a circunstância, neutralizar o problema. Se não agisse com vigor, o rebanho inteiro 
poderia se contaminar com o comportamento de uma ovelha, tornando-se incontrolável em alguns 
minutos. 
Para se defender de situações como essa, Pedro cercou-se de uma série de ferramentas. A primeira 
delas foi estabelecer sensores que o alertassem com antecedência sobre fatos muitas vezes 
despercebidos, mas com potencial para se transformarem em sérios problemas para o rebanho. 
Assim, se uma ovelha apresentasse uma tendência à histeria, berrando desnecessariamente e 
provocando contínua ansiedade no grupo, era implacável na punição. 
Também sabia reconhecer e premiar os melhores colaboradores. 
Fábio Steinberg. Exame, 17/12/97, p. 71-2 (com adaptações). 
 
QUESTÃO 1 
Os trechos destacados em negrito, a seguir, constam no texto original do autor e devem retornar a seus 
lugares. A esse respeito, julgue os seguintes itens. 
É correta a inserção de Pois animais, assim como os homens, têm as suas idiossincrasias. no final do 
primeiro parágrafo, na forma de um comentário ao que havia sido exposto anteriormente. 
É correto inserir As razões, a experiência o ensinou, podiam ser múltiplas. Ora um ferimento ou um 
problema orgânico, ora uma ameaça externa, como a proximidade de um predador. no segundo 
parágrafo, imediatamente após o segundo período. 
É correto inserir Paralelamente, uma vez identificado, liquidava com presteza o foco do problema, 
evitando futuros aborrecimentos ou recorrências. imediatamente após o primeiro período do terceiro 
parágrafo. 
É correta a inserção de Foi assim até mesmo com Elvira, a sua ovelha favorita, que foi transformada em 
costeletas, por mais que isso tenha entristecido Pedro. no final do quarto parágrafo, por ser a 
exemplificação da afirmativa nele contida. 
O trecho Quando Eduardo, um carneiro caolho e coxo, alertou o rebanho com seus frágeis e 
desafinados balidos sobre a proximidade de um lobo, Pedro não só deixou de castrá-lo como também 
assegurou sua aposentadoria por velhice. O que, convenhamos, no mundo ovino, não é pouca coisa!, 
por não ter relação com a última idéia expressa, deve constituir um sexto parágrafo. 
 
QUESTÃO 2 
A respeito das idéias contidas no texto, julgue os itens que se seguem. 
O texto classifica-se como uma fábula ou um apólogo, por atribuir a seres inanimados características de seres 
humanos. 
O texto apresenta uma forte conotação religiosa, haja vista a inserção, já no início da narrativa, do nome bíblico 
“Pedro”. 
Pelo emprego de algumas palavras e expressões, percebe-se o tom irônico empregado na história. 
Com o trecho “Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim” (L. 9-10), há uma crítica ao 
tratamento dispensado aos empregados pelos patrões. 
As atitudes do pastor estão fundadas na seguinte máxima: uma ovelha ruim põe a perder todo o rebanho. 
 
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Leia o texto abaixo, que apresenta lacunas a serem preenchidas, para responder às questões 3 e 4. 
Texto II 
Um dia, o dono do pasto decidiu desfazer-se do negócio e vendeu a área para uma construtora, que 
resolveu fazer um condomínio de lazer de luxo. Mas era preciso dar um ar de natureza sem os seus 
problemas inerentes, como insetos em geral e animais que pudessem sujar o ambiente. ___I___, criar 
ovelhas, até pela falta de espaço, não se enquadrava no novo cenário. Assim, o dono indenizou Pedro e 
vendeu o rebanho para um frigorífico, congelando o assunto. 
Pedro, nessa altura, decide mudar-se para a capital. Passam-se os anos e, para resumir a história, 
vamos encontrá-lo trabalhando numa grande empresa, num setor que na época se chamava 
departamento de pessoal – ou DP, que alguns maldosamente diziam ser as iniciais de departamento de 
polícia. Hoje, com tanta gente sofisticada trabalhando na área, ninguém mais se refere a DP, mas a 
recursos humanos. 
Pedro foi inicialmente contratado para anotar alterações funcionais dos empregados nas suas 
carteiras de trabalho. Nessa função mecânica, sobrava-lhe tempo para pensar. Sentiu saudades das 
ovelhas e dos carneiros. Mais para se distrair, passou a imaginar que cada um dos empregados 
fotografados naquelas carteiras de trabalho era um membro de seu falecido rebanho. 
___II___, quando começava a se afeiçoar aos rostos, eles eram trocados. Descobriu que ___III___ 
era o acentuado número de demissões de funcionários, muitos praticamente recém-contratados. Veio-lhe 
a lembrança desagradável dos tempos de pasto, quando o mesmo fato ocorria toda vez que o dono 
resolvia vender parte do rebanho para abate. Neste caso, ___IV___, tinha como interferir. 
Procurou o diretor da empresa e se ofereceu para cuidar do processo de seleção. Sua tese era que 
uma escolha correta evitava um desligamento profissional desnecessário. A estratégia deu certo, as 
demissões diminuíram, e ele foi promovido para o lugar de seu chefe. 
Agora, tinha de administrar um rebanho de gente. Lembrou-se do seu modelo de punições e 
recompensas e o adaptou às novas circunstâncias. Adotou também o critério de chamar a todos pelos 
seus nomes, ___V___ os encontrava casualmente nos corredores da empresa. 
Pedro não se esquecera das lições do pasto. Suas ferramentas, incluindo os sensores que o 
alertavam a respeito de problemas em potencial, continuavam a ser adotadas. Inventou vários sensores, 
mas, o mais importante, manteve o rebanho sob controle. Fosse ele constituído de gente ou de carneiros, 
era fundamental evitar futuros problemas. 
Idem, ibidem. 
 
QUESTÃO 3 
Julgue os itens a seguir, de acordo com aadequação sintática e semântica dos termos ao contexto. 
Definitivamente é uma palavra adequada ao preenchimento da lacuna I. 
No entanto, Todavia e Contudo são conectivos adversativos que servem para ocupar a lacuna II. 
A expressão a conseqüência, ou outra sinônima, completa adequadamente a lacuna III. 
Qualquer conjunção ou locução conjuntiva que apresente circunstância proporcional completa adequadamente 
a lacuna IV. 
A conjunção quando ou a locução adverbial temporal sempre que completam adequadamente a lacuna V. 
 
QUESTÃO 4 
Ainda com referência às relações morfossintáticas e semânticas do texto, julgue os itens a seguir. 
Na linha 4, após a palavra “frigorífico”, o vocábulo “congelando” está empregado em sentido conotativo. 
A substituição de “Mais” (L. 14) por Mas não altera o sentido do período. 
Substituindo o verbo “afeiçoar” (L. 17) por acostumar ou habituar, perde-se a crítica colocada pelo autor à 
conduta de Pedro. 
Na linha 19, “lembrança” traz o sentido de recordação e exerce a função sintática de núcleo do sujeito do 
verbo vir. 
A mudança de “era fundamental evitar futuros problemas” (L. 33) para evitarem-se futuros problemas era 
fundamental não acarreta alterações de sentido e está sintaticamente correta. 
 
QUESTÃO 5 
Texto III 
Pois bem, meus jovens colegas. Assim foi que Pedro se tornou um bem-sucedido executivo de 
recursos humanos – nome para o qual, aliás, foi um dos pioneiros a propor que a área fosse rebatizada. 
Nunca mais sentiu saudade nem do antigo DP nem do campo. Isso me faz pensar que, no fundo, a 
humanidade caminha em grandes círculos. Por vezes, as respostas aos problemas mais complexos com 
que defrontamos nas empresas já foram encontradas em circunstâncias bem mais simplórias e por alguns 
de nossos menos nobres antepassados. Afinal, tudo se passa como se estivéssemos num velho teatro 
 
45 
onde o público tem a sensação de estar vendo novas peças. Na realidade, o que muda é apenas o 
cenário, pois o enredo é rigorosamente o mesmo! 
Idem, ibidem. 
Este parágrafo apresenta-se distribuído nos itens abaixo, com mudanças estruturais. Julgue-os quanto à 
correção gramatical. 
Pois bem, meus jovens colegas, foi assim que Pedro se tornou um bem sucedido executivo: trabalhou em 
recursos humanos, nome que, aliás, foi um dos pioneiros a propor para a sua área. 
Nunca mais sentiu saudades: nem do antigo DP e nem do campo, o que me faz pensar que no fundo, a 
humanidade caminha em grandes círculos. 
Por vezes, as respostas aos problemas de maior complexidade com que nos defrontamos nas empresas já 
foram encontradas em circunstâncias bem mais simples e por alguns dos nossos menos nobres antepassados. 
Afinal, tudo se passa como se nos encontrássemos em um velho teatro em que nós, o público, tivéssemos a 
impressão de estar vendo peças novas. 
Haja vista que o enredo é rigorosamente o mesmo, na realidade muda apenas o cenário! 
GABARITO 
1: C-C-E-C-E 2: E-E-C-C-C 3: C-C-E-E-C 4: C-E-C-C-C 5: E-E-C-C-C 
PROVA 
Um arriscado esporte nacional 
 Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de 
médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais 
adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. 
Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra 
para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de 
material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas 
farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se 
automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e 
importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus 
produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica. 
 Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a 
população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que 
necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão 
para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais 
em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se 
automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo 
maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar 
manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados 
podem ser danosos. 
 É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe 
banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas 
de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com 
indicação precisa. 
 
Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes 
a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este 
não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que 
chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique 
uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, 
poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, 
vitamina C, produtos aromáticos – tudo sem saber dos riscos que 
corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. 
Dr. Geraldo Medeiros – Veja – 1995 
 
01. Sobre o título dado ao texto – um arriscado 
esporte nacional -, a única afirmação correta é: 
• mostra que a automedicação é tratada 
como um esporte sem riscos; 
• indica quais são os riscos enfrentados 
por aqueles que se automedicam; 
• denuncia que a atividade esportiva 
favorece a automedicação; 
• condena a pouca seriedade daqueles 
que consomem remédio por conta própria; 
• assinala que o principal motivo da 
automedicação é a tentativa de manter-se a 
10 
05 
15 
20 
25 
30 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 46 
juventude. 
 
02. Os leigos sempre se medicaram por conta 
própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO 
eqüivale semanticamente a: 
• Os leigos, por conta própria, sempre se 
medicaram; 
• Por conta própria os leigos sempre se 
medicaram; 
• Os leigos se medicaram sempre por 
conta própria; 
• Sempre se medicaram os leigos por conta 
própria; 
• Sempre os leigos, por conta própria, se 
medicaram. 
 
03. O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a 
abordar o tema da automedicação, segundo o 
que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: 
• a tradição que sempre tiveram os 
brasileiros de automedicar-se; 
• os lucros imensos obtidos pela indústria 
farmacêutica com a venda “livre” de remédios; 
• a maior gravidade atingida hoje pelo 
hábito brasileiro da automedicação; 
• a preocupação com o elevado número de 
óbitos decorrente da automedicação; 
• aumentar o lucro dos médicos, 
incentivando as consultas. 
 
04. Um grupo de vocábulos do texto possui 
componentes sublinhados cuja significação é 
indicada a seguir; o único item em que essa 
indicação está ERRADA é: 
 (A) bélico – guerra; 
(B) metrópoles – cidade; 
(C) antibióticos – vida; 
(D) glicose – açúcar; 
(E) cálcio – osso. 
 
05. O item em que o segmento sublinhado tem 
forma equivalente corretamente indicada é: 
• ...já que de médico e louco todos temos 
um pouco. – uma vez que; 
• ...vendas realizadas pelas farmácias... – 
entre as; 
• ...sem que necessariamente faça junto 
com essas advertências... – embora; 
• ...para que os entusiastas da 
automedicação... – afim; 
• Quem age assim está ensinando 
bactérias... – mal. 
 
06. ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes 
no Brasil como atualmente; ...sem que 
necessariamente faça junto com essas 
advertências...; ...quando realmente precisar de 
remédio...; os advérbios sublinhados indicam, 
respectivamente: 
(A) tempo, modo, afirmação; 
(B) tempo, modo, tempo; 
(C) tempo, tempo, tempo; 
(D) modo, tempo, modo; 
(E) modo, modo, afirmação. 
 
07. O item em que o par de palavras NÃO está 
acentuado em função da mesma regra 
ortográfica é: 
(A) própria / advertências; 
(B) farmácia / bactérias; 
(C) indústria / cálcio; 
(D) importância / raízes; 
(E) remédio / circunstância. 
 
08. Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo 
semântico das demais é: 
(A)arsenal; 
(B) armas; 
(C) guerra; 
(D) combater; 
(E) inveja. 
 
09. Termo sublinhado que exerce função 
diferente dos demais é: 
(A) ...venda de seus produtos...; 
(B) ...dever de alertar...; 
(C) ...sugestão de amigos...; 
(D) ...fascinação pelo mundo...; 
(E) ...fazer inveja à indústria..... 
 
1. . Ao indicar as prováveis razões pelas 
quais os brasileiros se automedicam, o Dr. 
Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado 
em opinião e não numa certeza; o segmento que 
comprova essa afirmação é: 
1. É comum...(l.20); 
1. Acredito...(l.15); 
2. ...por exemplo...(l.20); 
3. Com isso...(l.28); 
4. Qualquer que...(l.18). 
 
11. A indústria farmacêutica de menor porte e 
importância retira 80% de seu faturamento da 
venda “livre” de seus produtos, isto é, das 
vendas realizadas sem receita médica. (l.08/10). 
A expressão isto é, neste fragmento do texto, 
inicia uma: 
 (A) retificação; 
(B) explicação; 
(C) comparação; 
(D) conclusão; 
(E) dúvida. 
 
12....reservados para infecções 
 
47 
graves...(l.22/23); o desdobramento correto 
desta oração é: 
 (A) que são reservados para infecções graves; 
(B) porque reservados para infecções graves; 
(C) porquanto reservados para infecções graves; 
(D) quando reservados para infecções graves; 
(E) conforme reservados para infecções graves. 
 
13. Acredito que a maioria das pessoas se 
automedica por sugestão de amigos, leitura, 
fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas 
“novas”... (l.15/17); as vírgulas utilizadas neste 
segmento do texto têm a mesma explicação que 
as utilizadas em: 
1. ...venda “livre” de seus produtos, isto é, 
das vendas realizadas sem receita médica. 
(l.09/10); 
1. É comum, por exemplo, que um simples 
resfriado ou uma gripe banal...(l.20); 
2. E quem não conhece aquele tipo de 
gripado, que chega a uma farmácia e pede ao 
rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na 
veia, para cortar a gripe pela raiz? (l.25/28); 
3. Com isso, poderá receber na corrente 
sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina 
C, produtos aromáticos...(l.28/30); 
4. Um dia, quando realmente precisar de 
remédio, este não funcionará.(l.24/25). 
 
14. A palavra que melhor define o objetivo 
central deste texto é: 
 (A) publicidade; 
(B) advertência; 
(C) conselho; 
(D) elogio; 
(E) repressão. 
 
15. ...sem que necessariamente faça junto com 
essas advertências uma sugestão para que os 
entusiastas da automedicação passem a gastar 
mais em consultas médicas.(l.12/15); este 
comentário do autor do texto se faz necessário 
por razões: 
� éticas; 
a) legais; 
b) religiosas; 
c) econômicas; 
d) políticas. 
 
16. Assinale a alternativa em que todas as 
palavras estão grafadas corretamente: 
A. prezidio - rez - obiséquio. 
B. análise - pêsames - usina. 
C. fuzível - gaz - cortesia. 
D. através - aliás - requizito. 
 
17. Assinale a alternativa em que todas as 
palavras devem levar acento tônico: 
A. veu - saci - guarani. 
B. taxi - veu - saci. 
C. veu - guarani - taxi. 
D. taxi - benção - ardua. 
 
18. Assinale a alternativa em que o sinal 
indicativo da crase tenha sido indevidamente 
utilizado: 
A. Saí às 18:00 horas. 
B. Vou à Bahia nas férias. 
C. Fui com às meninas ao clube. 
D. Ele fugiu às pressas. 
 
19. As palavras que melhor substituem “sessão 
musical, cortar e acelerar” são: 
A. concerto - segar - apressar. 
B. concerto - cegar - apressar. 
C. conserto - cegar - apressar. 
D. concerto - segar - apreçar. 
 
20. A melhor alternativa que completa a frase “ 
O _____ professor fez uma _____do fato” é: 
A. iminente - discrição. 
B. eminente - descrição. 
C. eminente - discrição. 
D. iminente - descrição. 
 
21. A oração na qual a vírgula está devidamente 
usada é: 
A. Ele, às três da tarde, saiu e comprou um livro. 
B. Ele saiu e, comprou um livro. 
C. Ele saiu e comprou, um livro. 
D. Ele, saiu e comprou um livro. 
 
22. Assinale a alternativa que apresenta uma 
palavra com dígrafo e uma com encontro 
consonantal, sucessivamente: 
A. clima - duplo. 
B. pacto - clima. 
C. chapéu - clima. 
D. clima - chapéu. 
 
23. Assinale a alternativa cuja palavra tenha 
hiato: 
A. água. 
B. autêntica. 
C. anônimo. 
D. sueco. 
 
24. Assinale a alternativa em que ambas as 
palavras são dissílabas: 
A. caí - pão. 
B. roer - pão. 
C. saúde - caí. 
D’REIS VENDAS 
Denner_reis@globo.com 48 
D. caí - roer. 
 
25. Sabendo-se que paroxítona é a palavra cujo 
acento tônico recai na penúltima sílaba, 
assinale a alternativa em que todas as 
palavras possuem essa característica: 
A. árvore - escritor - maracujá. 
B. montanha - lápis - mesa. 
C. montanha - quilômetro - árvore. 
D. montanha - lápis - árvore. 
 
26. Assinale a alternativa que melhor completa a 
oração: “_____ tarde, ela dizia____ ele que 
____ deixasse”. 
A. Toda - à - à. 
B. Toda - a - a. 
C. Toda - a - à. 
D. Toda - à - a. 
 
27. Assinale a alternativa que contém um erro na 
separação das sílabas: 
A. jóia: jói-a. 
B. sublime: su-bli-me. 
C. diarréia: di-ar-réi-a. 
D. grécia: gré-ci-a. 
 
28. Assinale a alternativa que melhor completa 
as orações abaixo: 
I - _____ grama do ouro está caro. 
II - O religioso sentiu_____ dó muito grande do 
ladrão. 
A. A - uma. 
B. A - um. 
C. O - um. 
D. A - a. 
 
29. O plural de “cidadão” e “fuzil” é, 
respectivamente: 
A. cidadãos - fuzis. 
B. cidadões - fuzis. 
C. cidadões - fuzíveis. 
D. cidadãos - fuzíveis. 
 
30. O feminino de “réu” e “cortesão” é: 
A. ré - cortesoa. 
B. rea - cortesoa. 
C. réa - cortesa. 
D. ré - cortesã. 
 
31. Observe a frase abaixo: 
 “Ele é mesmo um professorzinho, ninguém 
aprende nada em suas aulas!” 
O valor expresso pelo diminutivo é: 
A) carinho. 
B) desprezo. 
C) zombaria. 
D) diminuição. 
 
32. Assinale a alternativa cujos pronomes 
completam adequadamente a oração: 
“Pedro comprou um livro para ______ ler, mas 
eu não _____ fiz”. 
a) mim - lhe. 
b) mim - o. 
c) eu - o. 
d) eu - lhe. 
 
33. Complete a oração abaixo com a forma 
verbal adequada: 
“Eu _____ aqui, mas você não ______”. 
A. caibo - cabe. 
B. cabo - cabes. 
C. caibo - cabes. 
D. cabo - cabe. 
 
34. Assinale a alternativa que completa os 
períodos abaixo, de acordo com o padrão 
culto: “_____ livros ali ontem. Hoje não 
____mais”. 
A. Haviam - tem. 
B. Havia - há. 
C. Havia - tem. 
D. Tem - tem. 
 
35. A alternativa na qual o verbo em destaque 
está no futuro do presente é: 
A. Ele “voltou” do clube ontem. 
B. Ele “voltaria” do clube, se tivesse companhia. 
C. Ele “voltará” do clube cedo. 
D. Ele “volta” sempre do clube às 10:00. 
 
36. Assinale a alternativa que melhor completa a 
oração: “Prefiro doce ______ salgado”. 
A. do que. 
B. mais que. 
C. que. 
D. a. 
 
37. Observe: “Ele sentou-se entre ____ e Lúcio, 
porque não pode viver sem _____”. A 
alternativa que completa a oração acima, de 
acordo com o padrão culto, é: 
A. mim - mim. 
B. mim - eu. 
C. eu - mim. 
D. eu - eu. 
 
38. A alternativa que completa a oração abaixo, 
de acordo com o padrão culto, é: “Laura 
beijou-____ e ele retribuiu-_____ o carinho”. 
A) lhe - o. 
B) lhe - lhe. 
C) o - lhe. 
D) o - o. 
 
49 
 
39. Indique a alternativa correta que contém o 
plural das orações abaixo: 
I – Vende-se casa. 
II – Precisa-se de empregado. 
a) Vendem-se casas; precisam-se de empregados. 
b) Vendem-se casa; precisa-se de empregados. 
c) Vendem-se casas; precisa-se de empregados. 
d) Vende-se casas; precisa-se de empregados. 
 
40. Leia atentamente: “Aqui” se estuda “todo 
dia”. Os termos destacados expressam, 
respectivamente, noção de: 
a) lugar - tempo. 
b) lugar - intensidade. 
c) tempo - tempo. 
d) lugar - lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
01. D 02.D 03. C 04. E 05. A 06. A 07. D 08. E 09. C 10. B 
11. B 12. A 13. D 14. B 15. A 16. B 17. D 18. C 19. A 20. B 
21. A 22. C 23. D 24. D 25. B 26. B 27. D 28. C 29. A 30. D 
31. B 32. C 33. A 34. B 35. C 36. D 37. A 38. C 39. C 40. A

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