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APOSTILA DE
PORTUGUÊS
PETROBRÁS 2008
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Ortografia oficial........................................................................................03
Acentuação Gráfica ..................................................................................08
Flexão nominal e verbal ............................................................................10
Pronomes: ................................................................................................15
emprego, formas de tratamento e colocação...........................................15
Emprego de tempos e modos verbais.......................................................20
Vozes do verbo .........................................................................................24
Concordância nominal e verbal.................................................................24
Regência nominal e verbal........................................................................27
Ocorrência de crase..................................................................................30
Pontuação.................................................................................................31
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e
incorretas ..............................................................................................36
Intelecção de texto....................................................................................40
PROVA........................................................................................46
GABARITO..................................................................................50
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ORTOGRAFIA OFICIAL
Para reproduzirmos na escrita as palavras de nossa língua, empregamos um certo número de sinais
gráficos chamados LETRAS.
O conjunto ordenado das letras de que nos servimos para transcrever os sons da linguagem falada
denomina-se ALFABETO.
O ALFABETO da língua portuguesa consta fundamentalmente das seguintes letras:
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z
Além dessas, há as letras k, w e y, que hoje só se empregam em dois casos:
a) na transcrição de nomes próprios estrangeiros e de seus derivados portugueses:
Franklin Wagner Byron
frankliano wagneriano byroniano
a) nas abreviaturas e nos símbolos de uso internacional:
b) (= potássio) kg (= quilograma) km (= quilômetro)
W. (= oeste) w (= watt) yd. (= jarda)
Observação:
O h usa-se apenas:
c) no início de certas palavras:
haver hoje homem
1. no fim de algumas interjeições:
ah! oh! uh!
a) no interior de palavras compostas, em que o segundo elemento, iniciado por h, se une ao primeiro por
meio de hífen:
anti-higiênico pré-histórico super-homem
d) nos dígrafos ch, lh, e nh:
chave talho banho
“m” antes do “p” e “b”
O “m” é usado antes das únicas consoantes que são o “p” e do “b”. Para lembrar,
faça de conta que o m é de mamãe, o p de papai e o b de bebê. Assim, “a mamãe
está sempre do lado (antes) do papai e do bebê.”
Exemplos:
BOMBOM CAMPO
SAMBA POMPOM
JAMBO PIMPOLHO
TAMBOR EMPADA
L E M B R E – S E: só usamos a letra m antes do b e p. Antes das demais consoantes
usamos n.
EXEMPLO: tampa, bomba, laranja
“h” inicial
No início das palavras, por razão etimológica (origem):
Ex.: haver, hélice, hábito, herói, hidrogênio, homem
A letra não se constitui propriamente como consoante, mas como símbolo ou sinal que se conserva
no início de várias palavras, em virtude da etimologia e da tradição escrita do idioma. Emprega-se no início
e no fim de algumas interjeições: haver, hélice, hospital, habitual, humilde, oh!, ah!, puh , etc.
“e” ou “i”; “o” ou “u”
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São SEMIVOGAIS (fonemas assilábicos) - São os fonemas “i” (em certos contextos “e”) e “u” (às
vezes “o”), quando representam o elemento assilábico do ditongo ou os elementos assilábicos do tritongo.
* A 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2ª pessoa do singular do imperativo dos
verbos terminados em -uir, escrevem-se com I.
Ex.: possui , possuis (possuir);
diminui , diminuis (diminuir);
constitui, constituis (constituir);
* A 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do subjuntivo e a 3ª pessoa do singular do imperativo dos
verbos em -UAR, escrevem-se com -E.
Ex.: habitue, habitues (habituar);
efetue, efetues (efetuar); etc.
Não é lícito o emprego de u final átomo em palavras de origem latina. Escreve-se por isso: tribo, em vez
de tríbu.
“sc”, “sç” ou “xc”
Os vocábulos conservarão o dígrafo sc medial quando já vierem assim formados para o
português: imprescindível, consciência, cônscio, rescisão, prescindir, oscila, transcende,
miscelânea, obsceno, etc. No início de vocábulos não se escreve o S do grupo SC. Ex.: ciência,
cena, etc. Nos nomes compostos em que o segundo elemento etimologicamente apresenta-se
dígrafo, o S não será grafado. Ex.: contracena, encenação, anticientífico, etc.
� som S também pode ser grafado com a letra X ou com o dígrafo XC. Veja:
EXCESSO - EXCEPCIONAL EXCELENTE
Sabemos que o dígrafo é o conjunto de letras representativo de um só fonema. O dígrafo, portanto, não
pode ser confundido com o encontro consonantal, visto que aquele representa fonema único. Neste cabe
como exemplo o SC ou SÇ: nascer / nasço.
“c”ou “ç” antes de vogais
Às vezes, o C e o Ç são confundidos com S ou SS.
• Algumas palavras com C: acender (iluminar), acento (tom de voz); alicerce, cacique, cear, cebola,
cê-cedilha, cédula, célula, censo (recenseamento), penicilina etc.
• Algumas palavras com Ç: aço, açúcar; alçapão etc,
Uso do Ç: o som "sê" de palavras de origem árabe, indígena e africano grafa-se com ç, ex.: açougue,
Paiçandu, caçula
a) nos nomes de formação correlata aos substantivos que possuam no primitivo a correlação to. ereto
- ereção correto - correção leito - eleição
b) nos nomes de formação correlata aos substantivos que possuam no primitivo a correlação ter:
ater - atenção reter - retenção deter - detenção
c) nos nomes em que vier antecedido por ditongo: eleição
“s” ou “ss”; “s” e “z”
Observe a grafia das palavras analisar - avisar - improvisar.
Perguntamos:
- Por que são grafadas com “S”?
- Porque as primitivas - análise, aviso e improviso - têm “S” no radical.
Correlacione montanha e montanhês: duque e duqueza; corte e cortês; burgo e burguês; china e
chinês – e deduza a norma ortográfica que determina o emprego de “es” e “esa” no fim das palavras.
Escrevem-se os sufixos “ES”, “ESA” com “S” quando a palavra base a que se juntam é um
substantivo.
Ex.: profeta: profetisa; poeta: poetisa; sacerdote: sacerdotisa.
Você grafa com “S” ou com “Z” a forma feminina dos substantivos acima?
Por quê?
A desinência “ISA”, formadora de femininos, é grafada com “s”.
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Deve-se distinguir rigorosamente os vocábulos parônimos (de sons semelhantes) e os de
dupla grafia, com E ou I, O ou U, c ou Q, CH ou X. G ou J, S, SS ou C, Ç, S ou X, S ou Z.
“g” e “j”; “g” e “gu” antes de vogais
O som Z pode ser representado pelas letras J ou G, quando seguidas pelas vogais E ou I. Veja como o
som é o mesmo, embora as letras usadas sejam diferentes:
JEITO - GESTO - JILÓ - FRÁGIL
GU - GUERRA / GUISADO
“ão” ou “am”
Compare:
Ali jogam, conversame nadam - presente
Ontem todos jogaram, conversaram e nadaram - passado
Amanhã eles jogarão, conversarão e nadarão - futuro.
Você notou que ao conjugar verbos só usamos ão no futuro? Notou também a diferença de
pronúncia? As formas verbais terminadas em am são paroxítonas e as terminadas em ão são oxítonas.
“l” e “u” em final de sílaba
A pronúncia do português falado na maior parte do Brasil não faz distinção entre o L e o U do final
das palavras, tanto que você não consegue distinguir isoladamente mal de mau. Esse fato acarreta grande
confusão na hora de escrever.
A 2ª e 3ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2ª pessoa do singular do imperativo dos
verbos terminados em -uir, escrevem-se com I.
Ex.: possui , possuis (possuir); diminui , diminuis (diminuir); constitui, constituis (constituir);
Grafam-se com a letra i :
• palavras com o prefixo anti - (prefixo grego que indica oposição, ação contraria): antiácido, anticristão,
antiestético
• a sílaba final de formas dos verbos terminados em -uir: atribui (atribuir), diminui (diminuir), possui
(possuir), substitui (substituir)
• as palavras: adiante, crânio, privilégio, piorar, réstia, requisito, ridículo, terebintina, inigualável
Escrevem-se com a letra u :
• acudir, bulir, bueiro, buzina, cueiro, curtume, cuspir, cumprimento(= saudação), cutia, escapulir, entupir,
jabuticaba, tulipa, urtiga, usufruto, tabuleiro, jabuti
“r” e “rr” ; “r” e “ou” no final de formas verbais
Duplicam-se o S e o RR em dois casos:
1. quando intervocálicos, representam os sons simples do R e S iniciais: carro, ferro, pêssego,
missão.
2. quando um elemento de composição terminado em vogal, seguir, sem interposição do hífen,
palavra começada por uma daquelas: derrogar, prerrogativa, prorrogação, pressentimento,
madressilva etc.
Exemplos de R e OU no final de formas verbais:
CHEGOU - CHEGAR
NEGOU - NEGAR
PEGOU - PEGAR
LIGOU - LIGAR
“lh”, “nh” e “ch”
No interior de um vocábulo e empregado em apenas dois casos:
quando parte de ch, lh ou nh (dígrafos) e nos nomes compostos separados por hífen: chave, molho,
rebanho, anti-higiênico, pré-histórico etc.
NOTAÇÕES LÉXICAS
Além das letras do alfabeto, servimo-nos, na língua escrita, de um certo número de sinais auxiliares,
destinados a indicar a pronúncia exata da palavra. Estes sinais acessórios da escrita, chamados NOTAÇÕES
LÉXICAS, são os seguintes:
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O ACENTO
O ACENTO pode ser AGUDO ( ´ ), GRAVE ( ` ) e CIRCUNFLEXO ( ^ )
2. O ACENTO AGUDO é empregado para assinalar:
3. as vogais tônicas fechadas i e u:
aí horrível físico
baú açúcar lúgubre
b) as vogais tônicas abertas e semi-abertas a, e e o:
há amável pálido
pé tivésseis exército
pó herói inóspito
• O ACENTO GRAVE é empregado para indicar a crase da preposição a com a forma feminina do
artigo (a, as) e com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo:
1) O ACENTO CIRCUNFLEXO é empregado para indicar o timbre semi-fechado das vogais tônicas a, e
e o:
câmara cânhamo hispânico
mês dêem fêmea
avô pôs cômoro
O TIL
O TIL ( ~ ) emprega-se sobre o a e o o para indicar a nasalidade dessas vogais:
maçã mãe pão
caixões põe sermões
O TREMA
O TREMA ( '' ) só se emprega na ortografia em vigor no Brasil, em que assinala o u que se
pronuncia nas sílabas gue, gui, que e qui:
O APÓSTROFO
O APÓSTROFO ( ‘ ) serve para assinalar a supressão de um fonema - geralmente a de
uma vogal - no verso, em certas pronúncias populares e em palavras compostas ligadas pela
proposição de:
esp'rança, minh’ alma, ‘stamos, por ⇒ esperança, coroa, minha alma, estamos.
Então:
O uso deste sinal gráfico limita-se aos seguintes casos:
a) Indicar a supressão de uma vogal nos versos, por exigências métricas, como ocorre, mais
freqüentemente entre poetas portugueses: c’roa.
b) Reproduzir certas pronúncias populares:
Olh ‘ ele aí ... (Guimarães Rosa)
Não s ‘ enxerga, enxerido! (Peregrino Jr.)
c) Indicar a supressão da vogal da preposição de em certas palavras compostas: copo-
d’água, pau-d’arco, estrela-d’alva , etc.
Não será usado o apóstrofo:
b) Na palavra pra, na forma reduzida da preposição para: Puxa! Você não presta nem pra tirar
gelo, Simão. (Origenes Lessa)
c) Nas contrações das preposições com artigos, pronomes e advérbios: dum, num, dalém,
doutro, doutrora, noutro, nalgum, naquele, nele, dele, daquilo, dacolá, doravante, co, cos,
coa, coas (com o, com os, com a, com as), pro, pra, pros, pras, (para o, para a, para
os, para as). Exemplos: escritores dalém-mar; costumes doutrora; ir pra beira do rio.
d) Nas combinações dos pronomes pessoais: mo, mos, ma, mas, to, lho, lhos, etc.
e) Nas expressões cujos elementos se aglutinaram numa unidade fonética e semântica:
dessarte, destarte, homessa, tarreneg, tesconjuro, vivalma.
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f) Nos títulos de livros, jornais etc.: a leitura dO Guarani, a campanha dO Globo, a reportagem
dA Noite.
A CEDILHA
A CEDILHA ( , ) coloca-se debaixo do c, antes de a, o e u, para representar a fricativa
linguodental surda [ s ]:
caçar maciço açúcar
praça cresço muçulmano
O HÍFEN
O HÍFEN ( - ) usa-se:
a) para ligar os elementos de palavras compostas ou derivados por prefixação:
couve-flor guarda-marinha pão-de-ló
pré-escolar super-homem ex-diretor
a) para unir pronomes átonos a verbos:
ofereceram-se retive-o levá-la-éi
c) para, no fim da linha, separar uma palavra em duas partes:
estudan- / te estu- / dante es- / tudante
EXERCÍCIO:
Complete os verbos com a terminação ão se tiverem no futuro e com am se estiverem no presente ou no
passado.
a) Chegar_______ ao Rio em 1990 e voltar______ em seguida.
b) Elas gosta _______ muito de sol, mas preferir_______ admirar as estrelas.
c) Com certeza vocês não se opor______ a nossa vida amanhã.
d) Fico feliz só em pensar nas coisas boas que me acontecer______ daqui para a frente.
e) Assim vocês destruir _______ a natureza e acabar ______ com os índios.
RESPOSTAS: a) am - am d) ão
b) am - am e) ão - ão
c) ão
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Paroxítonas terminadas em " ℓℓℓℓ " e " r ".
Oxítonas terminadas em " em " e " e ".
A - Observe as palavras abaixo.
res - pei - tá - vel
última
penúltima
pro - jé - til ca - dá - ver
última última
penúltima penúltima
Você observou que essas palavras receberam acento na penúltima sílaba. Isso
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ocorre porque elas são paroxítonas terminadas em " l " e " r ".
Assim:
Toda palavra paroxítona terminada em " l " e " r " receberá acento agudo (é) na
penúltima sílaba quando o som for aberto. E acento circunflexo ( ^ ) quando o som for
fechado.
B - Observe as palavras abaixo:
a - lém re - féns
última última
penúltima penúltima
vo – cê vo - cês
última última
penúltima penúltima
Você observou que essas palavras receberam o acento na última sílaba. Isso ocorre porque são
palavras oxítonas terminadas em " em " e " e " seguidas ou não de " s".
Assim:
Toda palavra oxítona terminada em " em " e " e " seguida ou não de " s " receberá acento
agudo ( ´ ) quando o som for aberto, e circunflexo ( ^ ) quando o som for fechado.
Acentuação das palavras monossílabas
Nas frases que seguem, observe as palavras sublinhadas:
“Seu dotô, só me parece
Que o sinhô não me conhece.”
Você deve ter percebido que são exemplos de palavras pronunciadas numa só emissãode voz, ou
seja, que possuem uma só sílaba e, por isso, são chamadas de monossílabas.
As palavras monossílabas que possuem por si só uma significação própria são chamadas de
monossílabas tônicas. Ex.: vê, meu, só
Todas as monossílabas tônicas terminadas em a, e, o (seguidas ou
não de s) são acentuadas. Ex.: vê, só.
Note que você usará o acento circunflexo ( ^ ) quando a pronúncia forte for fechada. Ex.: vê. E usará
o acento agudo ( ) quando a pronúncia forte for aberta.
Ex.: só.
Os fatores acústicos - intensidade, quantidade e tonalidade - incidem sobre as sílabas dos vocábulos.
Denomina-se, então, acento o destaque que se dá a uma sílaba do vocábulo mediante a utilização de um desses
fatores acústicos.
Em português, o destaque (acento) leva em consideração a intensidade, ou seja, em português o acento é
denominado tônico ou principal.
Esse acento tônico ou principal serve para caracterizar a sílaba tônica, isto é, aquela que deve ser
pronunciada com o máximo de intensidade.
Quanto ao posicionamento da sílaba tônica, o vocábulo pode ser:
• oxítono: se ela for a última sílaba do vocábulo. Ex.: verão, caracu, tupi, ananás, você, etc;
• paroxítona: se ela for a penúltima sílaba do vocábulo. Ex.: mesa, cadeira, órgão, revólver, etc;
• proparoxítona: se ela for a antepenúltima sílaba do vocábulo. Ex.: pássaro, relâmpago, tímido, etc;
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Existem também o acento secundário, cuja finalidade é mostrar a sílaba que
deve ser pronunciada com intensidade moderada, ou seja, mostrar a sílaba subtônica.
As demais sílabas do vocábulo, proferidas com o mínimo de intensidade, são
denominadas átonas. A sílaba átona é denominada de pretônica, quando vem
imediatamente antes da tônica, é denominada de postônica, quando vem
imediatamente após a tônica.
PRINCIPAIS REGRAS DE ACENTUAÇÃO
Acentuam-se:
1º) os monossílabos tônicos terminados em A, E, O, seguidos ou não de S: pá - pás, pá - pés, pó
- pós.
2º) os vocábulos oxítonos terminados em: A, E, 0, seguidos ou não de S, além dos terminados por
EM, ENS: Amapá, atrás, café, português, após, compôs, alguém, refém, parabéns, reféns.
3º) paroxítonos terminados em: R - U - X - I - N - L (“rouxinol”); o I e o U podem estar seguidos de
S: cadáver, júri, lápis, fácil, ônus, tórax.
Observação:
Note bem que a palavra paroxítona terminada em N
deve ser acentuada (hífen, éden, próton, íon), mas a
paroxítona terminada em ENS não deve ser
acentuada (hifens, edens, itens, homens). Note ainda
que paroxítona terminada em ONS é acentuada
normalmente (prótons, elétrons etc.
São acentuadas ainda, as palavras paroxítonas
terminadas em:
UM - UNS: álbum , álbuns, ...
A - AS - AO: órfã, órfãs, órgão, sótão, ...
PS: fórceps, bíceps ...
Ditongo crescente: comércio, negócios, violência,
experiência
4º) proparoxítonas: todas são acentuadas:
Palavras como ínterim, aríete e anátema são
proparoxítonas; porém, gratuito, circuito, rubrica,
látex, avaro e fluido (líquido) são palavras
paroxítonas.
antropófago, bípede, cômico, ...
5º) ditongo abertos ÉU, ÉI, ÓI, seguidos ou não de
S: réu, réus, ilhéus, papéis, réis, herói, heróico,
anzóis.
6º) o U dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI, da
seguinte forma:
• com a cento agudo, se for tônico: apazigúe,
averigúem;
• com trema, se for átono e pronunciado: tranqüilo,
freqüente, conseqüente.
7º) I ou U quando:
Formam hiato com a vogal anterior, aparecendo
sozinhos na sílaba ou seguidos de S (jamais por nh):
ra - í - zes mas: ra - iz
do - í - d o (dolorido) doi - do (louco)
ju - í - zes Ra-ul
e - go - í s - mo ra - i - nha
vi - ú - va ju - iz
8º) ÔO / ÊE:
a) no plural da 3ª pessoa dos verbos crer, dar, ler, ver
e seus derivados: crêem/descrêem; lêem/relêem;
dêem; vêem, ...
b) palavras como vôo, abençôo, enjôo ...
9º) os vocábulos homógrafos para diferenciar:
pôde (v . pretérito) / pode (v. presente);
pôr (verbo) / por (preposição);
pára (verbo) / para (preposição);
pêlo (substantivo) / pelo (preposição) / pélo
(verbo);
ele tem / eles têm;
ele vem / eles vêm;
ele mantém / eles mantêm;
ele intervém / eles intervêm.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL
FLEXÃO NOMINAL
Flexão nominal - é a variação de sentido do nome.
I - Gênero
Em geral, os substantivos femininos são caracterizados pela letra a; os masculinos não apresentam a
desinência a, mas isso não significa que todo o substantivo terminado em a seja feminino (poema, papa,
jesuíta). Por outro lado, nem todo o substantivo terminado em o e masculino (tribo).
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a) Substantivos biformes: são aqueles que apresentam uma forma para o feminino e outra para o masculino.
Isso pode se dar de duas maneiras:
a) o feminino apresenta o mesmo radical do masculino; a flexão é indicada pela desinência:
Ex.: menino - menina aluno - aluna
amigo - amiga pintor - pintora
b) o feminino apresenta um radical diferente daquele que forma o masculino.
Ex.: bode - cabra homem - mulher
genro - nora cavaleiro - amazona
pai - mãe cavalheiro - dama
b) Substantivos uniformes: são aqueles que apresentam uma só forma para o feminino e o masculino. Três
são as situações possíveis.
c) substantivo comum de dois gêneros apresenta uma só forma para os dois gêneros; a distinção entre o
masculino e o feminino é feita pelas palavras que acompanham o nome.
Ex.: o dentista/ a dentista;
aquele estudante/ aquela estudante
bela jovem; imigrante alemã; ótima pianista
d) substantivo sobrecomum: apresenta um só gênero, mas designa pessoas ou animais do sexo masculino
ou feminino.
Ex.: criança: é um substantivo feminino que serve para designar meninos e meninas; a distinção e dada
pelo contexto.
cadáver - cônjuge - bóia-fria - membro - vítima
sujeito - testemunha - pé-frio - criatura
e) substantivo epiceno: é aquele que serve para designar certos animais que não tenham forma própria para a
formação do masculino e feminino. Ex.: jacaré macho/jacaré fêmea; cobra macho/ cobra fêmea;
Nos substantivos epicenos, para distinguir o sexo do animal usamos as expressões macho e fêmea. Mas isso
não ocorre com: cão/ cadela; cachorro/ cachorra; boi/ vaca; leão/ leoa.
CASOS DUVIDOSOS
MASCULINOS FEMININOS
o dó (pena) o suéter a dinamite a libido
o eclipse o soprano a derme a cal
o champanha o grama (peso) a hélice a gênese
o sósia o quilograma a omoplata a pane
o clã o diagrama a cataplasma a celeuma
o hosana o hematoma a cólera (ira) a trama
o herpes o telefonema a mascote a grama (vegetação)
→ A questão semântica
“O cabeça da rebelião teve sua cabeça posta a prêmio.”
A mudança de gênero alterou o significado da palavra. Em muitos casos não chega a ocorrer uma
mudança de gênero, mas de etimologias.
Observe: grama (vegetação) - grama (peso)
origem latina origem grega
a) Palavras de mesma origem
masc.: o chefe, líder, pessoa inteligente
cabeça
fem.: parte do corpo
m.: livro contábil; funcionário da caixa
caixa
f.: recipiente; seção de pagamentos; estabelecimento financeiro
m.: riquezas, bens
capital
f.: cidade sede do poder executivo
m.: óleo para sacramentos
crisma
f.: cerimônia religiosa
m.: vigário
cura
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f.: ato ou efeito de curar
m.: quem serve de guia, cicerone
guia
f.: documento, formulário
m.: intérprete, poliglota
língua
f.:músculo do ap. fonador, idioma
m.: ânimo, brio
moral
f.: conjunto de regras de comportamento, bons costumes
m.: aparelho emissor/ receptor; elemento químico
rádio
f.: estação emissora
b) Palavras de etimologia distinta
m.:(grego schisma) separação, dissidência doutrinária
cisma
f.: (der. regressiva de cismar) devaneio, sonho, preocupação, suspeita
m.: (do grego Kôma) sonolência, apatia; nesse sentido, pode ser masculino ou feminino
coma
f.: (do grego Kome) cabeleira abundante.
subst. comum de dois gêneros: o espia, a espia;
der. regressiva de espiar
espia
f.: (spailha) amarra, cabo para atracar navios
m.: (latim radius) osso do antebraço
rádio
f.: abreviação vocabular de radiofonia
II - Número
O substantivo pode flexionar-se em singular e plural.
Alguns substantivos são usados apenas no plural, como é o caso de as núpcias, os óculos, as fezes, os
víveres etc. Outros substantivos apresentam uma única forma para o plural e para o singular: o/os tênis, o/os
vírus, o/os pires, etc.
a) Formação do Plural
1º) forma-se o plural acrescentando-se s aos nomes terminados por:
(A)vogal ou ditongo oral: livros, leis, bolas, ...
(B)ditongos nasais ãe/ão (átonos), mães, bênçãos, ...
(C)vogal nasal ã: ímãs irmãs, ..
(D)m ( grafando-se ns ): dom - dons, ...
2º) acrescenta-se es aos nomes terminados por:
- s ( tônico) as - ases, freguês - fregueses,...
- z ( tônico): luz - luzes, giz - gizes, ....
- r: cor - cores, revólver - revólveres, ....
3º) acrescenta-se e ou es aos nomes terminados em n:
- abdômen - abdomens /abdômenes
- espécimen - espécimens/espécimenes
- gérmen - germens /gérmenes
- hífen - hifens/hífenes
- pólen - polens/pólenes
4º) aos nomes terminados em ão:
f) substitui-se ão por ões (a maioria deles): coração - corações; melão - melões
g) substitui-se ão por ães: cão - cães; capelão - capelães; pão - pães
h) acrescenta-se s: chão - chãos; cidadão - cidadãos; cristão - cristãos
Observação:
Muitos nomes apresentam duas e até três formas de plurais:
aldeão - aldeãos/aldeões/aldeães
ancião - anciãos/anciões/anciães
corrimão - corrimãos/corrimões
cortesão - cortesãos/cortesões
refrão - refrãos/refrões
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sacristão - sacristãos/sacristães
5º) Nomes terminados em al, ol, ul:
* troca-se l por is: carnaval/carnavais; lençol /lençóis
Exceção:
(E)cônsul e mal - cônsules e males
(F)real (= moeda) - réis
6º) Nomes terminados em il:
i) quando o il for átono: il - eis: fóssil - fósseis; fútil - fúteis
j) quando o il for tônico: l - s: fuzil fuzis; barril - barris
Particularidades:
(G)Réptil e projétil (paroxítonos) - répteis - projéteis
(H)Reptil e projetil (oxítonos) - reptis - projetis
7º) Nomes terminados em el:
k) formam o plural em eis, se o final for átono: nível - níveis; móvel - móveis
l) formam o plural em éis, se o final for tônico: papel - papéis; coronel - coronéis
Plural com Metafonia
Metafonia: alteração do timbre - de o fechado para o aberto.
miolo (ô) - miolos (ó)
abrolhos - fogos - porcos - fornos - portos - caroços - postos - foros - jogos - povos - corpos - olhos - tijolos -
poços - esforços
Continuam com o fechado no plural:
acordos - esboços - logros - adornos - cachorros - forros - sogros - soldos
Plural dos Diminutivos
animais + zinhos = animaizinhos
flores + zinhas = florezinhas
corações + zinhos = coraçõezinhos
Plural dos Substantivos Compostos
Os substantivos compostos não separados por hífen formam o plural seguindo as mesmas regras dos
substantivos simples. Ex.: pontapé - pontapés; planalto - planaltos
Quando os substantivos compostos forem separados por hífen, a pluralização poderá ocorrer de 4
maneiras diferentes:
* 1º elemento: verbo ou palavra invariável
2º elemento: substantivo
somente o 2º elemento vai para o plural
Ex.: guarda-sol > guarda-sóis (guarda: verbo)
abaixo-assinado > abaixo-assinados
beija-flor > beija-flores
* 1º elemento: substantivo/adjetivo/numeral
2º elemento: substantivo/adjetivo/numeral
os dois elementos vão para o plural
Ex.: guarda-florestal > guardas-florestais (guarda: substantivo)
segunda-feira > segundas-feiras
obra-prima > obras-primas
* 1º e 2º elementos ligados por preposição apenas o 1º elemento vai para o plural
Ex.: mula-sem-cabeça > mulas-sem-cabeça
pé-de-moleque > pés-de-moleque
* 1º e 2º elementos formados por palavras repetidas ou onomatopaicas.
apenas o 2º elemento vai para o plural
Ex.: tico-tico > tico-ticos; tique-taque > tique-taques; bem-te-vi > bem-te-vis
III - Grau
A flexão em grau é indicada pela variação que ocorre no final dos substantivos, exprimindo idéia de aumento ou
diminuição de tamanho, tendo como referência o grau normal.
Formação do grau do substantivo
Para formar o aumentativo ou diminutivo do substantivos, utilizam-se 2 processos:
a) sintético - acrescentando um sufixo ao substantivo.
barcaça ( aum.)
barco
13
barquinho (dim.)
(*) Podem ser usados os sufixos nominais.
b) analítico - o substantivo é apresentado em grau normal, sendo modificado pelo adjetivo que expressar idéia
de aumento ou diminuição.
barco pequeno
barco
barco grande
Obs.: Às vezes usamos substantivos no aumentativo ou no diminutivo sintético para expressar não uma
modificação no tamanho, mas uma carga afetiva ou pejorativa. Ex.: Meu pai é um amigão.
A expressão amigão expressa um juízo de valor; tem conotação afetiva e não pode ser classificada
como flexão de grau.
FLEXÃO VERBAL
Flexão verbal - é a variação de sentido do verbo
Palavra que indica ação, estado, posse, fenômeno da natureza. Aceita flexões de pessoa , número,
tempo, modo e voz. Quanto à função, é o centro da declaração que se faz ou elemento de ligação entre um
nome e uma qualidade a ele atribuída. As flexões são:
1. Pessoa: variação de forma que indica a pessoa do discurso a que se refere a ação verbal.
1ª pessoa - pessoa que fala;
2ª pessoa - pessoa com quem se fala;
3ª pessoa - pessoa ou ser de quem se fala.
2. Número: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo é atribuída a um ser
(singular) ou a mais de um (plural).
3. Tempo: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo ocorre no momento em que
se fala (presente), antes (pretérito) ou depois (futuro).
4. Modo: variação de forma que indica se a ação expressa pelo verbo denota:
certeza (indicativo): Assistirei ao jogo no sábado.
dúvida (subjuntivo): Talvez assista ao jogo no sábado.
ordem ou pedido (imperativo): Vá ao jogo no sábado.
5. Voz: variação de forma que indica se a ação verbal foi:
praticada pelo sujeito (voz ativa): O jardineiro cortou a grama.
recebida pelo sujeito (voz passiva): A grama foi cortada pelo jardineiro.
praticada e recebida pelo sujeito (voz reflexiva): O jardineiro cortou-se.
Tempos verbais
Indicativo - é o modo que exprime um fato certo, positivo.
Presente - usado para exprimir um fato atual: eu viajo...
Pretérito perfeito - usado para exprimir um fato já concluído: eu viajei...
Imperfeito - usado para exprimir um fato passado, mas ainda não concluído: eu viajava...
Mais-que-perfeito - usado para exprimir um fato anterior a outro do passado: eu viajara...
Futuro do presente - usado para exprimir um fato que deve realizar-se: eu viajarei...
Futuro do pretérito - usado para exprimir um fato posterior hipotético condicionado a outro: eu
viajaria...
Subjuntivo -é o modo que exprime um fato duvidoso, hipotético.
Presente - usado para exprimir possibilidade, dúvida: que eu viaje...
Pretérito imperfeito - usado para exprimir uma condição: se eu viajasse...
Futuro - usado para exprimir um fato vindouro, dependente de outro também futuro: quando eu
viajar...
Imperativo - é o modo que expressa pedido, ordem ou desejo.
Imperativo Afirmativo: tu e vós (vêm do Presente do Indicativo sem s final). Ex.: tu amas - ama
tu; vós amais - amai vós; você, nós, vocês (iguais às do Presente do Subjuntivo: ame você, amemos nós,
amem vocês);
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Imperativo Negativo: tem todas as cinco formas, iguais às do Presente do Subjuntivo: não ames
tu, não ame você, não amemos nós, não ameis vós, não amem vocês.
Obs.: Os verbos que indicam fenômenos da natureza deixam de ser impessoais em orações do tipo:
"os céus chovem", pois se está atribuindo a eles um sujeito. O mesmo acontece quando
empregamos tais verbos em sentido figurado: As balzaquianas trovejam quando lhes dizem que
permanecerão inuptas.
Profª Maria Teresinha de Souza Pires. Instituto Serzedello Corrêa
PRONOMES:
EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO
EMPREGO DOS PRONOMES
Quando definimos pronome, afirmamos que ele pode substituir o substantivo ou pode acompanhá-lo. No
primeiro caso temos um pronome substantivo; no segundo caso, um pronome adjetivo. Observe a frase
seguinte e suas possíveis variações:
Aquele livro é novo (aquele = pronome adjetivo, porque vem seguido do substantivo livro).
Aquele que trabalha progride (aquele = pronome substantivo, porque não vem seguido de substantivo;
está empregado no lugar de um substantivo).
a) são EXCLUSIVAMENTE PRONOMES SUBSTANTIVOS: os pessoais, os demonstrativos, isto,
isso, aquilo; os indefinidos quem, alguém, ninguém, algo, outrem, tudo.
b) são EXCLUSIVAMENTE PRONOMES ADJETIVOS: os pronomes possessivos; o pronome relativo
cujo, os pronomes cada, certo.
PRONOMES são palavras que acompanham o substantivo ou o substituem indicando as pessoas do discurso.
Palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha um substantivo,
indicando-o como pessoa do discurso.
O sistema de pronomes do português é rico e complexo. São os seguintes os pronomes da língua
portuguesa:
1ª
Sing.
2ª
Sing.
3ª
Sing.
1ª
Plural
2ª
Plural
3ª
Plural
Reto eu tu ele
ela nós vós
eles
elas
Oblíquo OD o, lo, no
a, la, na
os, los, nos
as, las, nas
Átono me te lhe nos vos lhes
Reflexivo
átono me te se nos vos se
Tônico mim ti ele
ela nós vós
eles
elas
Reflexivo
tônico mim ti si nós vós si
Oblíquo
SSp
com+
pronome comigo contigo consigo conosco convosco consigo
15
Tratamento
Você
O Sr.
A Sra.
V.S.ª
V.Ex.ª
Vocês
Os Srs.
As Sras.
V.S.as
V.Ex.as
Pronome substantivo x pronome adjetivo
Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do contexto
frasal.
pronome substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)
pronome adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)
Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos
Pessoas do discurso
São três:
1ª pessoa: aquele que fala, emissor
2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor
3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente.
Há seis espécies de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e
interrogativos.
Tipos de pronomes
pessoal
possessivo
demonstrativo
relativo
indefinido
interrogativo
Pessoal
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar,
quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.
Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.
Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se
em retos e oblíquos.
Pronomes Pessoais
pronomes oblíquos número pessoa pronomes
retos tônicos átonos
singular
1a.
2a.
3a.
eu
tu
ele, ela
mim, comigo
ti, contigo
ele, ela, si, consigo
me
te
se, o, a, lhe
plural
1a.
2a.
3a.
nós
vós
eles, elas
nós, conosco
vós, convosco
eles, elas, si, consigo
nos
vos
se, os, as, lhes
Os pronomes pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos,
geralmente, de complemento.
Obs.: os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e
convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.
Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como
referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa.
Abreviatura Tratamento Uso
V. A. Vossa Alteza príncipes, arquiduques, duques
V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais
V. Ex.ª Vossa Excelência altas autoridades do governo e das classes armadas
V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades
V. M. Vossa Majestade reis, imperadores
V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral
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V. S. Vossa Santidade Papas
V. S.ª Vossa Senhoria funcionários públicos graduados, oficiais até coronel, pessoas
de cerimônia
Obs.: também são considerados pronomes de tratamento as formas você, vocês (provenientes da redução
de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.
Emprego
você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa
as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de
Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.
quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como
oblíquos
os pronomes acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no banco /
Encontramos todos eles ali)
as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm regidos das
preposições a ou para (não expressas)
eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no
infinitivo (Isto é para eu fazer ≠ para mim fazer)
me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo
se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco
si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo
conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com
modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral)
o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a
terminação verbal for em ditongo nasal
os pronomes pessoais retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo,
este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu, Senhor Jesus)
pode-se omitir o pronome sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical
plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal
num sujeito composto é de bom tom colocar o pronome de 1ª pessoa por último (José, Maria e eu fomos
ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se inicialmente a
1ª pessoa (Eu, José e Maria fomos os autores do erro)
não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de ele
continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele bem aqui)
os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro)
Possessivo
Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-ascomo possuidoras de algo. Concordam
em gênero e número com a coisa possuída.
Pronomes possessivos
pessoa um possuidor vários possuidores
1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s)
2ª teu (a/s) vosso (a/s)
3ª seu (a/s) seu (a/s)
EMPREGO
normalmente, vem antes do nome a que se
refere; podendo, também, vir depois do
substantivo que determina. Neste último caso,
pode até alterar o sentido da frase
seu (a/s) pode causar ambigüidade, para
desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s)
(Ele disse que Maria estava trancada em sua
casa - casa de quem?)
pode indicar aproximação numérica (ele tem lá
seus 40 anos)
nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem
valor de posse por ser uma alteração fonética de
Senhor
DEMONSTRATIVO
Indicam posição de algo em relação às pessoas
do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço.
São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s),
aquilo.
Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem
desempenhar papel de pronome demonstrativo.
EMPREGO
indicando localização no espaço - este (aqui),
esse (aí) e aquele (lá)
indicando localização temporal - este (presente),
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esse (passado próximo) e aquele (passado
remoto ou bastante vago)
fazendo referência ao que já foi ou será dito no
texto - este (ainda se vai falar) e esse (já
mencionado)
o, a, os, as são demonstrativos quando
equivalem a aquele (a/s)
tal é demonstrativo se puder ser substituído por
esse (a), este (a) ou aquele (a)
mesmo e próprio são demonstrativos quando
significarem "idêntico" ou "em pessoa".
Concordam com o nome a que se referem
podem apresentar valor intensificador ou
depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele
estava com aquela paciência / Aquilo é um
marido de enfeite)
nisso e nisto (em + pronome) podem ser usados
com valor de "então" ou "nesse momento"
(Nisso, ela entrou triunfante)
RELATIVO
Retoma um termo expresso anteriormente
(antecedente).
São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o
qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).
EMPREGO
quem será precedido de preposição se estiver
relacionado a pessoas ou seres personificados
quem = relativo indefinido quando é empregado
sem antecedente claro, não vindo precedido de
preposição
cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de
posse e não concorda com o antecedente e sim
com seu conseqüente
quanto (a/s) normalmente tem por antecedente
os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s)
INDEFINIDO
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando
considerada de modo vago, impreciso ou genérico.
Podem fazer referência a pessoas, coisas e
lugares. Alguns também podem dar idéia de
conjunto ou quantidade indeterminada.
Pronomes indefinidos
pessoas quem, alguém, ninguém, outrem
lugares onde, algures, alhures, nenhures
coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo
(a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum
(a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito
(a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um
(a/s), qualquer (s), cada
EMPREGO
algum, após o substantivo a que se refere,
assume valor negativo (= nenhum) (Computador
algum resolverá o problema)
cada deve ser sempre seguido de um
substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas
cada uma)
certo é indefinido se vier antes do nome a que
estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo
(Certas pessoas deveriam ter seus lugares
certos)
bastante pode vir como adjetivo também, se
estiver determinando algum substantivo
o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"
o pronome nada, colocado junto a verbos ou
adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não
está nada contente hoje)
o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se
equivaler a diferente" (Ela voltou outra das
férias)
existem algumas locuções pronominais
indefinidas - quem quer que seja, seja quem for,
cada um etc.
INTERROGATIVO
Usados na formulação de uma pergunta direta ou
indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso.
Na verdade, são os pronomes indefinidos que,
quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases
interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei
quem lhe contou)
FLEXÃO
Os pronomes são flexionados em pessoa,
gênero, número, e caso, embora o sistema
pronominal seja defectivo, como se observa no
quadro de pronomes, onde existem lacunas que
correspondem à ausência de algumas
possibilidades de flexão. A flexão em gênero, por
exemplo só existe para alguns pronomes de
terceira pessoa. Muitas flexões apresentam a
mesma forma que outras próximas no quadro.
A flexão de caso, em português, está presente
apenas nos pronomes, que comportam três casos:
reto, oblíquo OD e oblíquo SSp.
Reto. O caso reto é empregado quando o
pronome desempenha função de sujeito da frase.
Oblíquo OD. O caso oblíquo OD é usado
quando o pronome funciona como objeto direto na
frase.
Oblíquo SSp. O caso oblíquo SSp, por sua vez, é
usado em função de sintagma substantivo
preposicionado. Uma especialização do caso
oblíquo SSp são os pronomes reflexivos. O oblíquo
reflexivo é usado quando o pronome ocupa função
de objeto indireto e, além disso, o sujeito e o objeto
indireto da frase denotam o mesmo referente.
FORMAS DE TRATAMENTO
Os pronomes de tratamento são também pronomes pessoais, nome dado às palavras e expressões
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com que nos dirigimos a alguém. Esses pronomes servem para indicar o grau de formalidade existente em
determinadas situações.
Os pronomes de tratamento correspondem a pronomes pessoais e levam o verbo sempre para a 3ª
pessoa. Exemplos:
Você quer falar comigo?
O senhor precisa de ajuda?
Os pronomes de tratamento mais usados são VOCÊ, VOCÊS, SENHOR, SENHORA, SENHORES,
SENHORAS, mas há outros que se referem especificamente a determinadas pessoas e funções, como
mostramos a seguir:
PRONOMES DE TRATAMENTO
Singular / Abreviatura Plural / Abreviatura Uso
Vossa Alteza (V.A.)
Vossa Eminência (V. Em.ª)
Vossa Excelência (V. Ex.ª)
Vossa Magnificência (V. Mag.ª)
Vossa Majestade (V.M.)
Vossa Reverendíssima (V.Rev.ma)
Vossa Santidade (V.S.)
Vossa Senhoria (V.S,ª)
Senhor, Senhora (Sr. Sra.)
Vossas Altezas (VV.AA.)
Vossas Eminências (V. Em.as)
Vossas Excelências (V. Ex. as)
Vossas Magnificências (V. Mag. as)
Vossas Majestades (VV. MM.)
Vossas ReverendíssimaS (V.Rev.mas)
-------------------------------------------
Vossas Senhorias (V.S, as)
Senhores, Senhoras (Srs. Sras.)
príncipes, duques
cardeais
altas autoridades
reitores de universidades
reis, imperadores
sacerdotes
Papa
oficiais, funcionários graduados
e na linguagem comercial
Pessoas mais velhas que nós,
ou a quem queremos tratar com
respeito ou distanciamento; a
forma senhorita, (Srta.) já caída
em desuso, é empregada para
moças solteiras.
Usamos a forma Vossa quando estamos nos dirigindo diretamente à pessoa. Quando o tratamento
não é direto, substituímos a Vossa por Sua. Exemplos:
Presidente, Vossa Excelência pode me receber?
Sua Excelência, o presidente, visitará nossa capital.
O pronome de tratamento VOCÊ é o mais empregado nos anúncios, pois, além de passar uma idéia
de familiaridade com o consumidor, é capaz de estabelecer uma comunicação direta com ele.
Tanto podemos empregar TU como Você, as duas formas são válidas. O emprego em determinados
estados brasileiros é Você, enquanto que em outros é TU. O importante é não misturarmos as formas de
tratamento. Ou se usa apenas a 2ª pessoa (tu) ou somente a 3ª pessoa (Você). Contudo, na linguagem
coloquial, é muito comum haver mistura de tratamento. Por exemplo: “Te digo uma coisa, se os seus
olhos não estão verdes, você tem que seriamentereexaminar sua genética.”
No exemplo, o emprego do pronome TE indica que a pessoa se dirige ao outro tratando-o de TU, em
2ª pessoa. Mas, logo m seguida, diz: “você tem que (...)”, empregando VOCÊ, pronome de 3ª pessoa.
No caso, para empregar os pronomes de acordo com a norma culta, seria preciso dizer: “Digo-lhe
uma coisa (...) você tem que (...)” ou “Digo-te uma coisa (...) tu tens que (...).”
* OBSERVAÇÃO: Nas abreviaturas, basta substituir o V. pelo S.
COLOCAÇÃO
Em relação aos verbos, os pronomes átonos podem ser colocados em três posições: próclise, ênclise,
mesóclise.
A escolha da próclise, ênclise ou mesóclise constitui fundamentalmente uma questão estilística, isto é,
depende do ritmo, eufonia e expressividade que o autor pretende dar a frase. Com base nesse princípio
estilístico, a gramática sistematizou os principais casos de, obrigatoriedade do emprego de uma dessas três
19
possibilidades .
Próclise
A próclise é obrigatória sempre que o verbo é antecedido por uma das seguintes classes de palavras:
lª) Palavras de sentido negativo: não, nunca, nada, ninguém... Ex.: "Não te falei, cara?"
2ª) Advérbios: sempre, muito, mais, aqui . Ex.: Ele sempre lhe cutucava o peito.
3ª) Pronomes relativos: que, quem, cujo, onde, o qual ... Ex.: Preciso do livro que lhe emprestei .
4ª) Pronomes indefinidos: alguém, algum, tudo, qualquer ...Ex.: Alguém o avisou.
5ª) Conjunções subordinativas: que, quando, embora, porque, se, caso... Ex.: Não sei se nos veremos
novamente.
6ª) Pronomes ou advérbios interrogativos: quem, quando, onde, por que... Ex.: Quem te disse esta mentira?
7ª) Gerúndio antecedido da preposição EM. Ex.: Em se tratando de mulheres, fale com o chefe.
Ênclise
A ênclise é obrigatória:
1º) quando o pronome vem ligado a um verbo que inicia a oração.
Fez-se um profundo silêncio.
2ª) com verbos no imperativo.
"Levanta-te, que não dou em defuntos!"
3º) quando o pronome vem ligado a um gerúndio sem preposição.
"Sentados na pobreza daquele barraco de sonhos, o menino cutucava-lhe o peito.”
Mesóclise
A) Eu te perdoarei se apresentares as provas.
B) Perdoar-te-ei se apresentares as provas.
C) Eu te perdoaria se apresentasses as provas.
D) Perdoar-te-ia se apresentasses as provas.
Constatamos que:
1º) emprega-se a mesóclise (B e D) quando o verbo esta no futuro do presente (B) ou no futuro do pretérito (D);
2º) é obrigatória a mesóclise se o verbo está no início da oração.
Observação: não se admite a mesóclise do pronome átono se ocorre um dos casos de obrigatoriedade da
próclise. Ex.: Não te perdoarei, mesmo que apresentes as provas.
1º. Associados a verbos terminados em r, s, ou z , os pronomes o, a, os, as assumem as formas lo, la, los,
las, caindo aquelas consoantes. Ex: Mandaram prendê-lo. Ajudemo-la. (prender o) (ajudemos a)
2º. Associados a verbos terminados em ditongo nasal, am, em, ão, õe, os ditos pronomes tomam as formas
no, na, nos, nas. Ex: Trazem-no. Ajudavam-na. Põe-no aqui.
EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
TEMPO
O verbo denota AÇÃO, ESTADO, QUALIDADE ou EXISTÊNCIA de uma pessoa ou coisa, etc. O verbo
traz sempre em si uma noção temporal. O ato expresso pelo verbo pode ser executado em épocas diferentes,
o que acarretará a flexão temporal do verbo, que indica a época ou o tempo em que se realiza a ação verbal,
que pode ser no presente, no passado ou no futuro. Estas modalidades de tempo são indicadas por flexões
especiais, que recebem o nome de PRESENTE, PRETÉRITO (passado) e FUTURO.
PRESENTE
O tempo presente indica que a ação é praticada no mesmo tempo em que se fala. Ex.: eu faço
(atualmente, agora)
PRETÉRITO (PASSADO)
O pretérito indica que a ação expressa pelo verbo foi praticada antes do ato de falar. Ex.: falei, corri,
andei. Devemos distinguir três espécies de pretérito perfeito: pretérito “mais-que-perfeito”, pretérito “imperfeito”
e pretérito “perfeito”.
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FUTURO
O futuro indica que a ação expressa pelo verbo será praticada depois do ato da palavra ou depois de
realizada outra ação. Ex.: sairei, estarei, continuarei etc., e sairia, estaria, continuaria, etc. Divide-se o futuro em
futuro do presente e futuro do pretérito, possuindo, ambos, as formas nominais simples e composta.
Os tempos podem ser primitivos e derivados.
São chamados de tempos primitivos aqueles que dão origem a outros tempos verbais. São três os
tempos verbais primitivos: o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo
impessoal. Todos os demais tempos são chamados tempos derivados, pois se originam desses três tempos
verbais primitivos.
Tempos primitivos Tempos derivados
Presente do indicativo
presente do subjuntivo
imperativo afirmativo
imperativo negativo
Pretérito perfeito do indicativo
mais-que-perfeito do indicativo
imperfeito do subjuntivo
futuro do subjuntivo
Infinitivo impessoal
imperfeito do indicativo
futuro do presente do indicativo
futuro do pretérito do indicativo
infinitivo pessoal
particípio
gerúndio
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO AFIRMATIVO E NEGATIVO
Observe
Presente do Imperativo Presente do Imperativo
indicativo afirmativo subjuntivo Negativo
FALAR
fal-o
fal-as - s
fal-a
fal-amos
fal-ais - s
fal-am
-
fal-a
fal-e
fal-emos
fal-ai
fal-em
fal-e
fal-es
fal-e
fal-emos
fal-eis
fal-em
-
Não fal-es
Não fal-e
Não fal-emos
Não fal-eis
Não fal-em
ESCREVER
escrev-o
escrev-es - s
escrev-e
escrev-emos
escrev-eis -s
escrev-em
-
escrev-e
escrev-a
escrev-amos
escrev-ei
escrev-am
escrev-a
escrev-as
escrev-a
escrev-amos
escrev-ais
escrev-am
-
Não escrev-as
Não escrev-a
Não escrev-amos
Não escrev-ais
Não escrev-am
DIVIDIR
divid-o
divid-es -s
divid-e
divid-imos
divid-is -s
divid-em
-
divid-e
divid-a
divid-amos
divid-i
divid-am
divid-a
divid-as
divid-a
divid-amos
divid-ais
divid-am
-
Não divid-as
Não divid-a
Não divid-amos
Não divid-ais
Não divid-am
Constatamos que:
1) o imperativo afirmativo provém do:
d) presente do indicativo (2ª pessoa do singular e do plural menos o -s );
e) presente do subjuntivo (3ª pessoa do singular, 1ª pessoa do plural e 3ª pessoa do plural).
2) o imperativo negativo provém do presente do subjuntivo, com o acréscimo do não;
21
3) não se conjugam o imperativo afirmativo e o negativo na 1ª pessoa do singular.
Mais-que-perfeito
fize-ra
fize-ras
fize-ra
+ra fizé-ramos
Pretérito perfeito fizé-reis
do indicativo fize-ram
fiz
fizeste (-ste) - fize Imperfeito do
fez subjuntivo
fizemos + sse fize-sse
fizeste +r fize-sses
fizeram fize-sse
fizé-ssemos
Futuro do fizé-sseis
subjuntivo fize-ssem
fize-r
fize-res
fize-rfize-rmos
f ize-rdes
fize-rem
Tempos derivados do pretérito perfeito
O pretérito perfeito do indicativo dá origem aos seguintes tempos:
mais-que-perfeito do indicativo;
imperfeito do subjuntivo;
futuro do subjuntivo.
Formam-se esses tempos com o tema do pretérito perfeito do indicativo, obtido através da subtração
da desinência da 2ª pessoa do singular, acrescido das desinências dos tempos derivados.
Formas Nominais
O infinitivo, o gerúndio e o particípio são chamados de formas nominais, porque exercer a função
de nomes, isto é, podem ser substantivos ou adjetivos.
O infinitivo é a forma que nos apresenta o verbo, sem nenhuma discriminação, nem de modo, nem
de tempo, nem de número e, quando impessoal, nem de pessoa. Ex.: amar, confundir, contentar... O
infinitivo pode ser impessoal ou pessoal. No primeiro caso não se flexiona, é invariável, e no segundo
caso, poderá variar de acordo com o sujeito (aí será objeto do estudo da sintaxe).
O gerúndio é a forma nominal terminada em ndo. Ex.: amando, confundindo, contentando....
O particípio é a forma nominal terminada em –do (-ado para a 1ª conjugação e –ido para a 2ª e 3ª
conjugações).
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MODO
Na conjugação de um verbo, MODO vem a ser a maneira por que se realiza a ação expressa por esse
verbo. Podemos enunciar uma ação de três maneiras diferentes, daí os três modos verbais: INDICATIVO,
SUBJUNTIVO e IMPERATIVO.
Indicativo
Apresenta o fato de uma maneira real, certa, positiva. Exemplo: Eu estudo Geografia.
Subjuntivo
Exprime um desejo ou apresenta o fato como possível ou duvidoso.
Exemplos: Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro. Quando o relógio despertar, acorda-me.
SUBJUNTIVO: DÚVIDA INDICATIVO: CERTEZA
Talvez façamos isto. Faremos isto.
Duvido que faças tudo Tenho certeza que farás tudo.
Imperativo
Indica que a ação verbal se faz com ordem, súplica, conselho, pedido ou convite.
Exemplos: Limpa a cozinha, Maria. Senhor, tende piedade de nós. Vai-te daqui.
Tempos verbais do Indicativo
01) Presente: Indica fato que ocorre no dia-a-dia, corriqueiramente. Por exemplo:
Ex. Todos os dias, caminho no Parcão.
Estudo na UFRGS.
Confio em meus amigos.
02) Pretérito: Indica fatos que já ocorreram
A) Pretérito Perfeito: Indica fato que ocorreu no passado em determinado momento, observado
depois de concluído.
Ex. Ontem caminhei no Parcão.
Estudei na UFRGSno ano passado.
Confiei em pseudo-amigos.
B) Pretérito Imperfeito: Indica fato que ocorria com freqüência no passado, ou fato que não havia
chegado ao final no momento em que estava sendo observado.
Ex. Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Parcão.
Eu estudava na UFRGS, quando conheci Roberto.
Eu confiava naqueles amigos.
C) Pretérito Mais-que-perfeito: Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do
Indicativo.
Ex. Ontem, quando você foi ao Parcão, eu já caminhara 8 Km.
Eu já estudara na UFRGS, quando conheci Roberto.
Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim.
03) Futuro: Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala.
A) Futuro do Presente: Indica fato que, com certeza, ocorrerá.
Ex. Amanhã caminharei no Parcão pela manhã.
Estudarei na UFRGS, no ano que vem.
Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu a mim.
B) Futuro do Pretérito Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele.
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
Estudaria na UFRGS, se morasse em Porto Alegre.
Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair.
Tempos verbais do Subjuntivo:
01) Presente: Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala.
Ex. Espero que eu caminhe bastante no ano que vem.
O meu desejo é que eu estude na UFRGS ainda.
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Duvido de que eu confie nele novamente.
02) Pretérito Imperfeito: Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do
Indicativo.
Ex.: Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
Estudaria na UFRGS, se morasse em Porto Alegre
Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair.
03) Futuro: Indica hipótese futura.
Ex.: Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-ei melhor.
Quando eu estudar pela Alternativa, aprenderei mais coisas.
Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei a confiar nele.
Modo Imperativo
O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho
Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
Estude pela Alternativa!
Confie em mim!
PESSOA
Há três pessoas verbais que são as mesmas do discurso:
É aquela que fala. Corresponde aos pronomes pessoais eu – nós
Ex.: estudo
estudamos
É aquela com quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais tu – vós
Ex.: estudas
estudais
É aquela de quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais ele, ela, eles, elas.
Ex.: estuda
estudam
A terminação varia conforme a pessoa.
VOZES DO VERBO
Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, ou recebe, ou pratica e recebe a ação
verbal. É a maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. São três as vozes
verbais:
Ativa - o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem pratica a ação. Ex.: Ele quebrou o copo.
Passiva - o sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa pelo verbo. Ex.: O copo foi quebrado por
ele.
Reflexiva - o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre a
ação expressa pelo verbo. Ex.: O garoto cortou-se.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Os adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero e número com os
substantivos determinados (CONCORDÂNCIA NOMINAL). O verbo concordará com o seu sujeito
em número e pessoa (CONCORDÂNCIA VERBAL).
CONCORDÂNCIA NOMINAL
O artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos.
* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE MESMO GÊNERO + ADJETIVO
O adjetivo vai para o plural (figura) ou concorda com o mais próximo.
Ex.: Aquele foi um beijo e um abraço demorado.
* VÁRIOS SUBSTANTIVOS DE GÊNEROS DIFERENTES + ADJETIVO
O adjetivo pode ir para o masculino plural ou concordar com o substantivo
mais próximo.
Ex.: A região oferece água e ar puros.
A região oferece água e ar puro.
A palavra sempre está
relacionada a outra ou a outras,
a fim de trazer clareza,
objetividade na exposição de
idéias.
Concordância é o princípio
sintático segundo o qual as
palavras dependentes se
harmonizam, nas suas flexões,
com as palavras de que
dependem.
É a subordinação de flexão de
determinadas palavras a outras,
de que dependem. É palavra
subordinante a que dita a flexão
de outra, a subordinada.
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* ADJETIVO + VÁRIOS SUBSTANTIVOS (QUALQUER GÊNERO)
O adjetivo concorda com o primeiro substantivo.
Ex.: O cirurgião utilizou novas técnicas e métodos.
(adjetivo)
O cirurgião utilizou novo método e técnicas.
(adjetivo)
* UM E OUTRO + SUBSTANTIVO + ADJETIVO
O substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.
Ex .: O aluno resolveu uma e outra questão fáceis.
SUBSTANTIVO + ADJETIVO COMPOSTO
Quando o adjetivo composto é constituído por outros adjetivos, somente o último concorda com o substantivo.
Ex.: O mundo vive graves crises sócio-econômicas.
O terceiro mundo vivegraves crises econômico-financeiras.
* MESMO
Quando pronome, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: Elas mesmas promoveram a festa.
Significando realmente, é invariável. Ex.: Elas promoveram mesmo a festa.
* OBRIGADO
Deve concordar com o gênero da pessoa que esteja utilizando.
Ex.: A professora disse: muito obrigada.
O rapaz agradeceu dizendo: obrigado.
* ANEXO/INCLUSO
São adjetivos; devem concordar com o nome a que se referem.
Ex.: Segue anexa a fotografia.
Vão inclusas as procurações.
* BASTANTE
Quando é pronome indefinido, concorda com o substantivo a que refere. Ex.: Bastantes pessoas
compareceram à reunião. (= muitas)
Quando for advérbio, será invariável. Ex.: Elas são bastante simpáticas. (= muito)
* MEIO
Quando significa metade, concorda com o nome a que se refere. Ex.: Era um homem de meias palavras.
Como advérbio, é invariável (sem feminino nem plural). Ex.: A criança estava meio doente.
* SÓ
Quando adjetivo, concorda com a palavra a que se refere. Ex.: As crianças ficaram sós em casa. (= sozinhas)
Quando significa somente/apenas é invariável. Ex .: SÓ os políticos pensam assim. (= apenas )
É BOM / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO + SUBSTANTIVO
Não variam, se o substantivo não possuir artigo.
Ex.: Bebida alcoólica é proibido para menores.
A bebida alcoólica é proibida para menores.
Água mineral é bom.
A água mineral é boa.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Considera as flexões de número e de pessoa entre o verbo e o sujeito.
1º) SUJEITO SIMPLES - Quando o sujeito possuir um só núcleo, o verbo concordará com ele em número
(singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª).
Ex.: O jornal está aqui. Os jornais estão aqui.
(sujeito) (verbo) ( sujeito) (verbo)
(3ª p. sing.) (3ª p. sing.) (3ª p. pl.) (3ª p. pl.)
2º) SUJEITO COMPOSTO
Se posicionado antes do verbo, leva este para o plural.
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Ex.: O jornal e a revista estão aqui.
(suj. composto) (v. pl.)
Quando os núcleos do sujeito forem sinônimos, o verbo poderá estar tanto no singular como no plural.
Ex.: O heroísmo e a coragem fazem (faz) dele um homem incomum.
(suj. composto) (núcleos sinônimos)
Quando os núcleos do sujeito formarem uma enumeração gradativa, o verbo poderá estar no plural ou no
singular.
Ex.: Um olhar, um sorriso, um carinho acalmam (acalma) a criança.
(suj. composto - em gradação)
Quando os núcleos vierem seguidos por palavras com força de resumo: tudo, nada, ninguém, alguém - o
verbo ficará no singular.
Ex.: As jóias, as roupas, as cobertas, tudo sumiu.
(sujeito composto) (pal. resumitiva) (v. sing.)
Quando o sujeito composto estiver posicionado após o verbo, o verbo poderá ir para o plural ou concordar
com o primeiro núcleo.
Ex.: Sumiram o policial e seu auxiliar.
(v. plural ) ( sujeito composto )
ou
(1º núcleo)
Sumiu o policial e seu auxiliar.
(v. sing.) (sujeito composto)
3º) SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES
* verbo na 1ª pessoa do plural: - eu + tu + ele (s) = nós
- eu + tu = nós
- eu + ele = nós
* verbo na 2ª ou 3ª pessoa do plural: - tu + ele ( s ) = vós ou vocês
Ex.: Tu, ele e eu somos os vencedores.
(suj. comp. - tu + eles) (v. p. pl.)
Ex.: Tu e teus amigos ires à festa.
(suj. composto) (v. 2ª p. pl.)
4º) A MAIOR PARTE DE, UMA PORÇÃO DE, GRANDE PARTE DE
Ex .: A maioria dos professores aderiram (aderiu ) a greve.
5º) SUJEITO REPRESENTADO PELO PRONOME RELATIVO QUE
O verbo deve concordar com a palavra que antecede o que.
Ex .: Sempre fomos nós que decidimos tudo.
(suj.)
Obs.: quando o sujeito for representado pelo pronome relativo quem, o verbo pode tanto ficar na 3ª
pessoa do singular, como concordar com a palavra que antecede.
Ex .: Fui eu quem fez a lição.
(1ª p. sing.) (suj.) (3ª p. sing.)
Fui eu quem fiz a lição.
(1ª p. sing.) (suj.) (1ª p.sing.)
6º) SUJEITO REPRESENTADO POR NOME PRÓPRIO NO PLURAL
Neste caso, o verbo:
permanece no singular, se o nome não apresentar artigo. Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral baiano.
concorda com o artigo, se este aparecer antes do nome próprio. Ex.: Os Estados Unidos participaram
do último conflito mundial.
ATENÇÃO! Se o artigo fizer parte de títulos de obras, o verbo poderá estar no plural ou singular.
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EXPRESSÕES COMO:
MAIS DE / MENOS DE + NUMERAL,
UM DOS QUE / UMAS DAS QUE,
UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO
Ex.: Os Sertões narram (narra) o massacre de canudos.
(nome do livro)
7º) VERBOS INDICATIVOS DE HORAS (DAR, SOAR, BATER) CONCORDAM NORMALMENTE COM O
SUJEITO
Ex.: Soaram duas horas naquele relógio.
(sujeito) (adj. adv. lugar)
Deu três horas o relógio da matriz.
(obj. dir. ) ( sujeito)
Ex.: Mais de um jurado fez justiça à minha música.
(suj.)
Mais de cinco atletas desistiram.
(suj.)
Ele é um dos autores que viajou (viajaram).
Ele é um dos que não faltou (faltaram).
Um e outro texto me satisfaz (satisfazem).
Obs.: a expressão um ou outro pede verbo no singular. Ex.: Um ou outro livro deleitava o meu lazer.
8º) CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER
Normalmente o verbo concorda com o sujeito, porém o verbo SER pode também concordar com o
predicativo. Ex.: A velhice seria (seriam) apenas recordações?
Neste exemplo, o sujeito e o predicativo são nomes de coisas e um deles está no singular (velhice) e o
outro no plural (recordações), permite ao verbo concordar com um ou com outro.
Se o sujeito for pessoa (não coisa), o verbo SER só poderá concordar com o nome.
Ex.: Frederico é as alegrias do pai.
Os filhos doentes são a preocupação da mãe.
É muito/é pouco/é demais (peso, quantidade, medida).
O verbo SER fica no singular.
Ex.: Duas horas não é tanto assim.
Oitocentos gramas é muito.
Dois séculos seria pouco para esquecê-lo.
Horas/datas/distâncias.
O verbo ser é impessoal; concorda com o predicativo.
Ex.: Hoje são quatorze de março. / Hoje é dia quatorze de março.
(predicativo) (predicativo)
Daqui a São Paulo são mil quilômetros.
Obs.: Hoje é 2 de abril. ou Hoje são 2 de abril.
(Hoje é (dia) 2 de abril) (Hoje são 2 (dias) de abril )
9º) CONCORDÂNCIA COM SE:
VERBO + SE (pron. apassivador): o verbo concorda com o sujeito.
Ex.: Vende-se um apartamento. / Vendem-se alguns apartamentos.
( suj. sing.) (suj. pl.)
VERBO + SE (ind. indeterm. sujeito): verbo na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Desconfiava-se de algumas pessoas.
( 3ª p. sing.) (obj. ind. - pl.)
Precisa-se de funcionários.
(3ª p. sing.) (obj. ind. - pl.)
O verbo pode
ficar tanto no
plural como no
singular.
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REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro. A palavra que depende
é chamada de termo regido e a palavra da qual a outra depende é chamada termo regente.
TERMO REGENTE →→→→ é o elemento que pede outro para lhe completar o sentido.
TERMO REGIDO →→→→ é o elemento que completa o sentido de outro e que pode ser ligado ao regente por meio
de preposição.
Exemplo: A menina gosta de maçã.
(regente) preposição (regido)
A regência classifica-se em: REGÊNCIA NOMINAL e VERBAL.
REGÊNCIA NOMINAL
Ocupa-se do nome e seus complementos.
Regência de alguns nomes:
ACESSO > a = aproximação AMOR > a / de
em = promoção para/para com
para = passagem
APTO > para AVERSÃO > a / em
a para/por
ESTIMA > a / por = amizade FIEL / DIGNO > a / em = leal
de = consideração de
OBEDIÊNCIA > a alguém ÂNSIA > de / por
ACOSTUMADO > com / a = habituado ANSIOSO > de / para / por
JEITO > de = maneira ATENCIOSO > a = atento
para = habilidade com / para com = cortês
ATENÇÃO > a / para / sobre = cuidado FALTA > a - ausência
com / para com = respeito com / contra / para com = culpa leve
GOSTO > a = simpatia PRÓDIGO > com = generoso
de / para / por = afeição de / em = que distribui
em = prazer
REGÊNCIA VERBAL
Vejamos exemplo da regência verbal.
Todas as crianças gostam de doces.
(v. t indireto). (objeto indireto)
O verbo gostar rege um objeto indireto. Ex.: João namora Maria .
(v. t. dir.) (obj. dir.)
Regência de alguns verbos:
VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS INDIRETOS (exigem preposição)
Obedecer
Todos obedeceram ao regulamento.
Todos lhe obedeceram.
Simpatizar
Não simpatizo com esta mulher.
Não simpatizo com ela.
Desobedecer
Ninguém desobedeceu ao chefe.
Ninguém lhe desobedeceu
Pertencer
Este livro pertence a você.
Este livro lhe pertence.
O verbo namorar
rege o objeto
direto.
Regência é a
parte da sintaxe,
que estuda as
relações de
determinação,
existentes entre
as partes ou
elementos da
oração, ou ainda,
é a propriedade
de ter uma
palavra, sob sua
dependência,
outra ou outras
que lhe
completem o
sentido.
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Desagradar
As palavras desagradaram ao mestre.
As palavras lhe desagradaram.
VERBOS QUE SÃO SEMPRE TRANSITIVOS DIRETOS (sem preposição)
Ajudar, amar, convidar, cumprimentar, estimar e idolatrar.
Portanto escreve-se:
Ajuda-a. não: Ajuda-lhe.
Amei-a. Amei-lhe.
Convidamo-lo. Convidamos-lhe.
Cumprimentei-os Cumprimentei-lhes.
Estimo-o. Estimo-lhe.
Idolatrava-o. Idolatrava-lhe.
E mais: conhecer, convocar, encontrar, entender, visitar, ouvir, procurar, ver,...(todos sem preposição).
Ex.: Nós conhecemos a verdade.
Ele não encontrou a amada.
Ontem, quando visitava a minha namorada, vi a sua irmã.
A multidão ouvia o líder com atenção.
Você os prejudicou! Agora, procure entendê-los.
VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA
AVISAR, PREVENIR, INFORMAR, CERTIFICAR
* alguém de alguma coisa:
(obj. dir.) (objeto indireto)
Ex.: Avisara-o de seus defeitos.
Certifiquei-a do dever assumido.
Informei-o de que chegaram os documentos.
* a alguém alguma coisa:
(obj. indir.) (objeto direto)
Ex.: Informaram-lhe que seria preso.
Avisara à esposa que não voltaria cedo.
VERBOS COM VARIAS REGÊNCIAS
ASPIRAR
* pretender, desejar (transitivo indireto) Ex.: O time aspira a uma vitória,
Muitas são as coisas a que aspiro.
* respirar, inalar (transitivo direto) Ex.: A menina aspirou o gás tóxico.
O gás tóxico que a menina aspirou era forte.
Cuidado! O verbo aspirar, como transitivo direto, não aceita o pronome oblíquo lhe:
Ex.: Você aspirava ao diploma?
Sim, eu aspirava a ele, (e jamais: “aspirava-lhe”)
ASSISTIR
* presenciar, estar presente (transitivo indireto) Ex.: Muitas crianças presenciaram ao show.
* socorrer, prestar assistência (transitivo direto) Ex.: A enfermeira assiste o doente.
* caber, pertencer (transitivo indireto) Ex.: O direito de protestar assiste a todo jovem.
AGRADAR
* contentar, satisfazer (transitivo indireto) Ex.: Sua atitude não agradou à família.
* acariciar, fazer carinho (transitivo direto) Ex.: O menino agradava o pequeno animal.
VISAR
* pretender, ter em vista (transitivo indireto) Ex.: Você sempre visou a este cargo.
* pôr o visto, assinar (transitivo direto) Ex.: O fiscal visou o passaporte.
* mirar, dirigir a pontaria ( transitivo direto) Ex.: O caçador visava o coração do animal.
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QUERER
* desejar, tomar posse (transitivo direto) Ex.: O menino queria o brinquedo.
Ninguém o queria.
* gostar, querer bem (transitivo indireto) Ex.: Sempre quis aos meus pais.
Estas são as pessoas a quem queremos bem.
ESQUECER/ LEMBRAR
* Transitivo Indireto: quando acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Eu me esqueci da data.
Todos se lembraram do fato.
* Transitivo Direto: quando não acompanhado pelo pronome oblíquo. Ex.: Esqueci a data.
Lembraram o fato
OCORRÊNCIA DE CRASE
Quando a preposição se encontra com o artigo ou com o pronome demonstrativo feminino a, as e
ainda com os pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a qual e as quais, fundem-se os dois sons
em um só, é o fenômeno da crase, assinalado, na escrita, com o acento grave.
É a fusão de duas vogais em uma só. Neste caso, é a fusão da preposição A + artigo A = A.
Há crase:
a) diante de nomes de cidades ou de países que se enquadram na regra prática:
Vou à , se puder voltar da
Ex.: Vou à Itália. (Volto da Itália.)
Vou a Paris. (Volto de Paris.)
Vou à Paris maravilhosa. (Volto da Paris maravilhosa.)
b) diante de palavra feminina que exigir PARA A:
Ex.: Vou à Igreja. (Vou para a Igreja.)
c) antes de numeral, indicando horas:
Ex.: Chegarei às duas horas.
d) antes de substantivo, quando se omite a palavra maneira ou moda:
Ex.: Veste-se à Luís XV. ( . . . à maneira Luís XV.)
e) nas locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas femininas:
Ex.: Saiu às pressas.
Saímos à procura dele.
f) antes de pronomes demonstrativos,quando for possível substituir por a essa, a isto, a esta.
Ex.: Ele quer ir àquela festa. ( = a esta festa)
Ele conhece àquela loja. ( = essa)
Você tem soluções para saber se usa a crase ou não.
1) Substitua o a por ao e a palavra feminina por palavra masculina (da mesma classe gramatical).
Veja: Ele é sensível à estima. (= ao elogio )
Estas são as pessoas às quais me referi . (= os homens os quais me referi)
2) Troque a preposição por :
- para a
- da (com crase)
- na
Ex.: Dei um presente à menina. (= para a menina)
3) Nunca troque por:
- para
- de (sem crase)
- em
Ex .: Dei um presente a ela. (= para ela)
Você não deve usar crase:
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* Diante de palavra masculina.
* Antes de artigo indefinido uma.
* Antes da palavra casa, quando significa residência própria.
* Antes da palavra terra, quando em sentido oposto a bordo.
* Antes de pronomes que não admitem artigo (a esta . . .).
* Antes de verbo.
O uso da crase é facultativo:
* Antes de pronome possessivo. Ex.: Irei a (à) sua casa.
* Antes de nome próprio de pessoa . Ex.: Entregue a (à) Maria do 3º ano.
A T E N Ç Ã O !
Com relação às locuções adverbiais de instrumento, quando femininas, há gramáticos que admitem o
uso da crase, apesar de reconhecer que há apenas a preposição A. Essa possibilidade existe e é usada por
muitos devido a ambigüidade que existe em expressões como:
pintar a mão = pintar a própria mão (artigo)
pintar à mão = pintar com a mão (preposição)
ou ainda:
matar a fome = saciar, terminar com a fome (artigo)
matar à fome = matar alguém pela fome (preposição)
Observe que, se substituirmos por uma palavra masculina, obteremos apenas a preposição:
pintar a lápis (preposição)
matar a tiro (preposição)
Nem todos reconhecem tal possibilidade; há gramáticos que continuam pela Nomenclatura Gramatical
Brasileira, a qual diz que nesses casos não há crase.
Em expressões como:
frente a frente ou cara a cara
Não há crase, sem dúvida alguma.
Ex.: Ela esteve frente a frente com o assassino.
Nem em:
Ele fez referência a coisas sem importância.
(= a fatos)
Conheço a pessoa a quem você se referiu.
(= o homem a quem)
ou ainda:
Cheguei cedo a casa. (= em casa)
mas:
Voltei sem demora à casa de meus pais. (= para a casa de meus pais) (= da casa de meus pais)
Não há crase em:
O nadador voltou a terra exausto. ( = para terra)
Mas há em:
Voltarei à terra de meus pais. (= para a)
PONTUAÇÃO
Para reproduzirmos, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com uma série
de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. São eles:
o ponto ( . ) o ponto de interrogação ( ? ) o ponto de exclamação ( ! ) a vírgula ( , ) o ponto
e vírgula ( ; ) os dois pontos ( : ) as aspas (" ") o travessão (-) as reticências (. . .) os
parênteses ( ( )
Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o ponto, a vírgula e o
ponto e vírgula); outros têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala (ponto de exclamação,
ponto de interrogação, etc.).
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Não é fácil fixar regras para o emprego correto dos sinais de pontuação, uma vez que, além dos
casos em que o uso de determinados sinais é obrigatório, existem também razões de ordem subjetiva para
sua utilização.
VÍRGULA
A vírgula é o sinal de pontuação que indica uma pausa de curta duração, sem marcar o fim do
enunciado. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração (vírgula no interior da oração)
ou para separar orações de um período (vírgula entre orações).
Vírgula no interior da oração
Em português, a ordem normal dos termos na frase é a seguinte:
sujeito - verbo - complementos do verbo - adjuntos adverbiais. Quando os termos da oração se dispõem
nessa ordem, dizemos que ocorre ordem direta (ou ordem lógica).
Muitos alunos
estudaram
a matéria da prova com afinco.
sujeito verbo ob. direto adj. adverbial
Quando ocorre qualquer alteração na seqüência lógica dos termos, temos a ordem indireta.
Com afinco, muitos alunos estudaram a matéria da prova.
termo deslocado
Quando a oração se dispõe em ordem direta, não se separam por vírgulas seus termos imediatos.
Assim, não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, e entre o nome e
seu complemento ou adjunto.
Muitos imigrantes europeus chegaram ao Brasil naquele ano.
sujeito predicado
Todos os alunos apresentaram a redação ao professor
verbo complemento
A áspera resposta ao candidato deixou-o magoado.
adj. Adnom nome compl. nominal
Usa-se vírgula no interior da oração para:
1. marcar intercalações
Os termos que se intercalam na ordem direta, quebrando a seqüência natural da frase, devem vir
isolados por vírgulas.
Assim, separam-se
a) o aposto intercalado:
Misha, símbolo das Olimpíadas, é um ursinho simpático.
aposto
b) expressões de caráter explicativo ou corretivo:
A sua
atitude,
isto é, o seu comportamento na aula merece
elogios.
expressão
explicativa
c) conjunções coordenativas intercaladas:
A sua atitude, no entanto, causou sérios
desentendimentos.
conj. intercalada
d) adjuntos adverbiais intercalados:
Os candidatos, naquele dia, receberam a imprensa.
adj. adv.intercalado
OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão (um simples advérbio, por
exemplo), não se usa a vírgula, uma vez que não houve quebra da seqüência lógica do enunciado.
Ex.: Os candidatos sempre receberam a imprensa.
advérbio
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2. marcar termos deslocados
Normalmente, quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase, deve vir separado por
vírgula. Nesse sentido, separam-se:
a) o adjunto adverbial anteposto
Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa.
adj. adv.anteposto
OBSERVAÇÃO: Se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável.
Ex.: Hoje os candidatos deverão receber os jornalistas credenciados.
advérbio
b) o complemento pleonástico antecipado:
Este assunto, já o li em algum lugar.
compl. pleonático anteposto
c) o nome do lugar na indicação de datas:
São Paulo, 28 de agosto de 1966.
Roma, 14 de fevereiro de 1989.
3. marcar a omissão de uma palavra (geralmente o verbo)
Ela prefere cinema e eu, teatro.
4. marcar o vocativo
“Meus amigos, a ordem é a base do governo.”(Machado de Assis)
vocativo
Pode-se, em vez de vírgula, marcar o vocativo com um ponto de exclamação a fim de dar ênfase.
Ex.: “Deus, ó Deus! onde estás que não respondes?” (Castro Alves )
5. separar termos coordenados assindéticos
Aquela paisagem nos desperta confiança, tranqüilidade, calma.
“Quaresma convalesce longamente, demoradamente, melancolicamente”. (Lima Barreto)
OBSERVAÇÃO: Se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a
vírgula.
Ex.: Aquela paisagemnos desperta confiança, tranqüilidade e calma.
Pedro ou Paulo casará com Heloísa.
Não necessitam de dinheiro nem de auxílio.
Se essas conjunções vierem repetidas, para dar idéia de ênfase, usa-se a vírgula.
Ex.: E os pais, e os amigos, e os vizinhos magoaram-no.
Não caminhava por montanhas, ou florestas, ou cavernas.
Não estudava Física, nem Química, nem Matemática, nem História.
Vírgula entre orações
1. orações subordinadas adjetivas explicativas
As orações subordinadas adjetivas explicativas sempre são separadas por vírgula.
O homem, que é um ser racional, vive pouco.
o. p. or. sub. adj. explicativa o. p.
OBSERVAÇÃO: As orações subordinadas adjetivas restritivas normalmente não se separam por vírgulas.
Podem terminar por vírgula (mas nunca começar por ela!):
(A)quando tiverem uma certa extensão: O homem que encontramos ontem à noite perto do lago, parecia
aborrecido.
(B) quando os verbos e seguirem: O homem que fuma, vive pouco. Quem estuda, aprende.
2. orações subordinadas adverbiais
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Orações dessa modalidade (sobretudo quando estiverem antecipadas) separam-se por vírgula.
Quando o cantor entrou no palco, todos aplaudiram.
or. sub. adverbial o. p.
“Matias estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico”. (Machado de Assis)
o. p. or. sub. adverbial
3. orações subordinadas substantivas
Orações desse tipo (com exceção das apositivas) não se separam da principal por vírgula.
Espero que você me telefone.
o. p. or. sub. substantiva
4. orações coordenadas
As orações coordenadas (exceto as iniciadas pela conjunção aditiva
e) separam-se por vírgula.
Duvido, logo penso. Penso, logo existo.
or. coord. or. coord. or. coord. or. coord.
OBSERVAÇÃO: Pode-se usar vírgula antes da conjunção e quando:
(C) as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Os ignorantes falavam demais, e os sábios se
mantinham em silêncio.
(D)quando a conjunção e vier repetida enfaticamente (polissíndeto). E volta, e recomeça, e se esforça, e
consegue.
(E) quando a conjunção e assumir outros valores (adversidade, conseqüência, etc.). Ele estudou muito, e
não conseguiu passar. Esforçou-se muito, e conseguiu a aprovação.
5. orações intercaladas
São sempre separadas por vírgulas ou duplo travessão.
Eu, disse o orador, não concordo.
or. Intercalada
PONTO
É utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações interrogativas. É
um dos sinais que indica maior pausa.
Anoitecia. Eu sou estudante. Refiz as contas e não descobri onde errei.
O ponto é também usado para indicar abreviação de palavras.
Sr., Sra., Srtª., V. Exª., Obs., Ex....
PONTO-E-VÍRGULA
O ponto-e-vírgula marca uma pausa mais longa que a vírgula, no entanto, menor que a do ponto.
Justamente por ser um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto, fica difícil sistematizar seu emprego.
Entretanto, há algumas normas para sua utilização.
Emprega-se o ponto-e-vírgula para:
(A) Separar orações coordenadas que já venham quebradas no seu interior por vírgula. Os
indignados réus mostravam suas razões para as autoridades de forma firme; alguns, no entanto,
por receio de punições, escondiam detalhes aos policiais. Os indignados réus protestaram; os
severos juízes, no entanto, não cederam.
(B) Separar orações coordenadas que se contrabalançam em forma expressiva (formando antítese,
por exemplo). Muitos se esforçam; poucos conseguem. Uns trabalham, outros descansam.
(C) Separar orações coordenadas que tenham certa extensão. Os excelentes jogadores de futebol
olímpico reclamaram com razão das constantes críticas do técnico; porém o teimoso ficou
completamente indiferente aos constantes pedidos dos jogadores.
(D) Separar os diversos itens de um considerando ou de uma enumeração.
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Considerando:
(E) a alta taxa de desemprego no país;
(F) a excessiva inflação;
(G) a recessão econômica;
Art. 92. São órgãos do poder judiciário:
(A) o Supremo Tribunal Federal;
(B) o Supremo Tribunal de Justiça;.......
EMPREGO DOS SINAIS MELÓDICOS
DOIS-PONTOS
Os dois pontos marcam uma sensível
suspensão da melodia de uma frase para introduzir
algo bastante importante. Nesse sentido, utilizam-
se os dois-pontos para:
a) dar início a fala ou citação textual de outrem.
Já dizia o poeta: “A vida é a arte do
encontro . . .”
“A porta abriu-se, um brado ressoou:
- Até que enfim, meu rapaz !” (Eça de
Queirós - Os Maias)
b) dar início a uma seqüência que explica,
esclarece, identifica, desenvolve ou discrimina uma
idéia anterior.
Descobri a grande razão da minha vida: você.
Já lhe dei tudo: amor, carinho, compreensão
apoio.
Tivemos uma ótima idéia: abandonar a sala.
O resultado não se fez esperar: fomos
chamados a diretoria.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
É usado no fim de orações interrogativas
diretas. Nunca é colocado no fim de uma oração
interrogativa indireta.
Entendeu?
Se eu terminar os exercícios, posso ir com
você?
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É colocado após determinadas palavras,
como as interjeições, e após orações enunciadas
com entoação exclamativa. Denota, entre outras
coisas, entusiasmo, alegria, dor, surpresa,
espanto, ordem.
Olá! Ah! Entendi! Ótimo! Que susto! Mãos
ao alto! Não toque em nada!
RETICÊNCIAS
As reticências marcam uma interrupção da
seqüência lógica da frase. Podem ser usadas com
valor estilístico, isto é, com a intenção deliberada
de permitir que o leitor complete o pensamento que
foi suspenso, ou para marcar fala quebrada e
desconexa, própria de quem está nervoso ou
inseguro.
Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter
percebido que ele . . .
- Bem . . . Sabe . . .Pois é . . . Quer dizer . . . Não
era bem assim . . . Sei lá . . .
Usam-se também as reticências (de preferência,
entre parênteses) para indicar que parte de uma
citação foi omitida.
“O sertanejo é ( . . . ) um forte.” (Euclides da
Cunha - Os Sertões)
ASPAS
Empregam-se as aspas para:
a) isolar citação textual colhida a outrem.
Como afirma Caio Prado Jr. em História
Econômica do Brasil: “A questão da imigração
européia do século passado esta intimamente
ligada a da escravidão”.
Diz Thomas Mann, em A Montanha Mágica:
“Todo caminho que trilhamos pela primeira vez é
muito mais longo e difícil do que o mesmo caminho
quando já o conhecemos.”
Observe que os títulos de obras literárias ou
artísticas devem vir entre aspas se o material é
manuscrito ou datilografado; se o material é
impresso, o procedimento normal é pontuação
quando abrange todo o período.
“Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela
não se meta a enganar-te com a malícia que
aprender de ti.” (Machado de Assis)
b) isolar palavras ou expressões estranhas a língua
culta, mais como: gírias e expressões populares,
estrangeirismos, neologismos, arcaísmos etc.
Ele era um “gentleman”. O rapaz ficou “grilado”
com o resultado.
Ele estava “numa boa”. Emocionado, o rapaz
deu-lhe um ‘ósculo” ardente.
c) mostrar que uma palavra está em sentido diverso
do usual (geralmente, em sentido irônico).
Fizeste “excelente” serviço. Sua idéia é mesmo
“fantástica“.
OBSERVAÇÃO: Podem-se ainda utilizar as aspas
para dar destaque a uma palavra ou expressão.
Já entendi o “porquê” do seu projeto; só não
percebo “como” executá-lo.
PARÊNTESES
Os parênteses servem para isolar explicações,
indicaçõesou comentários acessórios.
“Aborrecido, aporrinhado, recorri a um bacharel
(trezentos mil réis, fora despesas miúdas com
automóveis gorjetas, etc.) e embarquei vinte e
quatro horas depois ( . . . )” (Graciliano Ramos -
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São Bernardo)
TRAVESSÃO
O travessão simples (-) serve para indicar que
alguém está falando de viva voz (discurso direto).
Emprega-se, pois, o travessão para marcar a
mudança de interlocutor nos diálogos.
“ - De quem são as pernas?
- Da Madalena, respondeu Gondim.
- Quem?
- Uma professora. Não conhece? Bonita.
- Educada, atalhou João Nogueira.
- Bonita, disse outra vez Gondim. Uma lourinha aí,
de uns trinta anos.” (Graciliano Ramos - São
Bernardo)
Pode-se usar o duplo travessão (- -) para
substituir dupla vírgula, sobretudo quando se quer
dar ênfase ou destaque ao termo intercalado.
O ministro - profundo conhecedor do mercado
internacional - está consciente das dificuldades.
Machado de Assis - grande romancista
brasileiro - também escreveu contos.
OBSERVAÇÃO: As orações intercaladas podem vir
separadas por vírgulas ou duplo travessão.
Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão.
ou
Eu - disse o eminente jurista - não aceito tal
decisão.
REDAÇÃO
(CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS
E INCORRETAS)
De modo geral, um texto é constituído por mais de uma frase. Há, em cada frase pequena ou grande -
certa dose de informação. Como sabemos, as frases estão interligadas e, de tal maneira interligadas que um
conteúdo informativo já apresentado numa frase cria condições para estruturar o conteúdo informativo que
estará contido na frase seguinte, desde que haja um relacionamento entre as duas frases. Também a
informação existente numa frase pode apontar para uma informação já conhecida ou a conhecer. No
primeiro caso, estamos diante de uma anáfora, no segundo caso, diante de uma catáfora. Obtida uma
informação, denomina-se informação contextual ou, como preferem alguns, co-texto aquela informação que
vem antes da informação obtida, ou que vem depois da informação obtida, ou que vem antes e depois da
informação obtida.
As frases são os blocos de idéias, que precisam ser estruturados adequadamente, como os blocos de
tijolos em uma construção, para que seu texto realmente fique de pé. A organização das frases representa a
organização de suas próprias idéias.
A estrutura e a composição do parágrafo se relacionam com as idéias que queremos
expressar. Temos idéias reunidas num parágrafo, quando elas se relacionam entre si pelo seu sentido.
Dentro do mesmo parágrafo podemos ter diferentes idéias, desde que elas, reunidas, formem uma idéia
maior. São qualidades principais do parágrafo, a unidade e a coerência.
O período contém um pensamento completo que, embora se relacionando com os anteriores ou se
ampliando nos posteriores, forma um sentido completo.
Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma
bruxa ou outro qualquer desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma
borboleta amarela.
(Rubem Braga)
Temos aqui um parágrafo, com dois períodos. O primeiro período tem apenas uma idéia. O segundo,
tem várias, mas forma um todo. No total, o primeiro e o segundo período formam um bloco homogêneo, o
parágrafo.
O período pode ser simples (como, no exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou composto (como a
frase: “Passou roçando (...) borboleta amarela”). No período simples temos apenas uma oração, no período
composto temos várias orações articuladas entre si.
A predominância de períodos longos ou curtos na composição de um texto depende muito do estilo de
quem escreve. Na linguagem moderna predomina o uso de períodos curtos.
Depois, as coisas mudaram. Há duas explicações para isso. Primeira, que nos tornamos
homens, isto é, bichos de menor sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu demais na
pauta dos feriados, tirando-lhes o caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada do ano...
Multiplicaram-se os feriados enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afinal, o
espírito dos feriados.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Nesse parágrafo de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os períodos
curtos predominam. Em escritores do Romantismo, os períodos longos eram freqüentes e abundantes,
como, por exemplo, neste trecho de José de Alencar:
Felizmente todo o deserto tem seus oásis, nos quais a natureza, por um faceiro
capricho, parece esmerar-se em criar um pequeno berço de flores e de verdura
concentrando nesses cantinhos de terra toda a força de seiva necessária para fecundar
as vastas planícies.
O uso de períodos curtos oferece a vantagem de maior clareza de pensamento (e, em última análise,
de comunicação), evitando-se o perigoso entrelaçamento de frases em que se pode perder quem utiliza
períodos muito longos.
No período composto os pensamentos podem se articular por coordenação ou subordinação.
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da
frase, "a menor unidade autônoma da comunicação", na definição de Celso Pedro Luft.
A função essencial da frase é desempenhada pelo predicado, que para Adriano da Gama Kury pode
ser entendido como "a enunciação pura de um fato qualquer". Sempre que a frase possuir pelo menos um
verbo, recebe o nome de período, que terá tantas orações quantos forem os verbos não auxiliares que o
constituem.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indispensável, pois há orações sem sujeito, ditas
impessoais –, de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. Sempre que o verbo o exigir,
teremos nas orações substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função de complementos
(objetos direto e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função acessória desempenham os
adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da oração, mas que podem ser ou intercalados aos
elementos que desempenham as outras funções, ou deslocados para o início da oração.
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração (os
parênteses indicam os elementos que podem não ocorrer):
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Podem ser identificados seis padrões básicos para as orações pessoais (i. é, com sujeito) na língua
portuguesa (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode ocorrer em ordem diversa):
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
O Presidente - regressou - (ontem).
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial)
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã de terça-feira).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial).
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores).
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj. indireto - (adj. Adv.)
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso).
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento adverbial - (adjunto adverbial)
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Aires - (na próxima semana).
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial)
O problema - será - resolvido - prontamente.
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, as frases que possuem apenas um verbo
conjugado. Na construção de períodos, as várias funções podem ocorrer em ordem inversa à mencionada,
misturando-se e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões existentes na
língua portuguesa. O que importa é fixar a ordemnormal dos elementos nesses seis padrões básicos.
Acrescente-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou mais orações, em geral podem ser
reduzidos aos padrões básicos (de que derivam).
Os problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má
pontuação, à ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação,
etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a seguir, alguns
desses defeitos mais comuns e recorrentes na construção de frases, registrados em documentos oficiais.
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Reestruturar ou reescritura de uma frase – ou um texto –, é escrevê-lo novamente.
Para garantir a clareza do texto podemos utilizar os seguintes recursos:
• completar informações, eliminar repetições, separar as idéias por parágrafos, utilizando pontuação
adequada e recursos coesivos (palavras que ligam palavras, frases, parágrafos).
Nota: Para proceder a reescritura de textos devemos observar o que segue:
• unidade temática (as idéias devem se referir ao tema central);
• seqüência lógica (deve apresentar uma seqüência de idéias ou fatos);
• paragrafação (as idéias do assunto devem ser apresentadas em parágrafos visualizados na escrita
através de um espaço inicial);
• apresentação (deve apresentar título ou vocativo – o nome a quem se dirige – data, assinatura, margem,
espaço para parágrafo);
• espaçamento (as palavras devem estar separadas pelo espaço convencional);
• legibilidade (a letra deve ser de fácil compreensão);
• ortografia (as palavras devem estar escritas de acordo com a norma padrão – letras maiúsculas,
minúsculas, sinais de pontuação e acentuação, sinais gráficos – cedilha, hífen, til);
• concordância nominal (as palavras devem concordar em gênero e número);
• concordância verbal (o verbo deve concordar com o sujeito);
• argumentação (há argumentos na defesa das idéias, “os porquês”, exemplos);
• elementos coesivos (usa-se de forma adequada palavras que fazem ligação entre palavras, frases,
parágrafos, tais como os pronomes, conjunções, preposições, advérbios).
EXERCÍCIO
E agora?
Após receber o convite de seu cliente, Guedim, entre surpreso e feliz, pôs-se a engraxar seus próprios
sapatos. E agora? Que decisão ele tomará?
A euforia de Marcos foi mesmo contagiante. Desde o momento que ele passou pelo aeroporto, a
irritação e o mau humor do engraxate deram lugar a uma alegria expansiva.
Seus pensamentos iam a mil por hora, neles não havia mais carro zero, nem telefone celular. Havia
apenas o nome de uma rua, um horário e um número de telefone. Por esse número Guedim esperava obter
uma série de respostas para suas perguntas, como: Precisaria comprar material? Haveria diploma? Quanto
tempo de duração? Em que bairro se localizaria aquela rua? Que ônibus passaria próximo? Teria um
computador só pra ele? Quanto tempo ainda teria de trabalhar como engraxate?Essa última pergunta era
praticamente um grito de alívio. Encontrara a luz no fim do túnel! Com obsessão ele conferia o cartão em
seu bolso, apesar de já ter decorado o que nele estava escrito. Um pedacinho de papel era a conexão
concreta entre seu sonho e a realidade.
Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichas telefônicas. A
secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residência não estou autorizada. Mesmo
se você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, as turmas já estão completas.”
E agora? Onde enfiaria aquele monte de fichas e de planos? Se pelo menos tivesse a chance de falar
com seu freguês, mas aquela secretária era como um osso duro de roer. Nova onda de alegria: o
sobrenome escrito no cartão poderia levá-lo ao número do telefone negado.
Apenas duas fichas foram necessárias para que Marcos sugerisse que Guedim o encontrasse no
endereço indicado no cartão. Lá conversariam e o garoto seria apresentado à secretária para que a
matrícula e a mensalidade não fossem cobradas. A ficha teria que ser preenchida, a taxa de material paga.
Guedim até poderia começar a freqüentar as aulas naquela tarde mesmo.
As primeiras aulas são fundamentais. – esclareceu o seu freguês.
Logo Guedim desligou o telefone.
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E agora? Não passou pela sua cabeça que tudo seria assim, tão imediato. O dinheiro que tinha era
curto, o curso ficava longe. Não queria gastar dinheiro com dois ônibus. E agora?
— Pernas pra que te quero! – gritou Guedim, iniciando uma corrida até o ponto de ônibus que o levaria
até o endereço do cartão.
Releia o seguinte trecho do texto: “Com obsessão ele conferia o cartão em seu bolso (...)”
Veja como as palavras em destaque aparecem no dicionário:
obsessão. [Do lat. obsessione.] s. f. 1. Impertinência, perseguição, vexação. 2. fig. Preocupação com
determinada idéia que domina doentiamente o espírito; idéia fixa; mania.
1. Reescreva a frase destacada no texto, substituindo a palavra obsessão por outra que tenha um
sentido apropriado.
..................................................................................................................................
2. Indique o sentido em que a palavra obsessão foi usada na seguinte frase: Ele queria mudar de
profissão e esse desejo já se tornara uma obsessão.
..................................................................................................................................
A palavra cartão é muito significativa neste texto, pois representa o elo de ligação entre o sonho de
Guedim e sua realidade. É também o cartão que faz surgir todos os conflitos e emoções do personagem.
cartão. [Do it. cartone.] s. m. 1. ind. pap. Folha composta de camadas de papel coladas entre si e que
segundo a grossura se classifica como cartolina ou papelão (neste último caso, usualmente quando supera
meio milímetro). 2. Retângulo de cartão que utilizamos para escrever. 3. Bilhete, ingresso, senha.
Veja outras expressões em que essa palavra aparece, bem como seus respectivos significados:
* cartão de crédito dito: Documento dado pelas casas bancárias ou quaisquer outras instituições
financeiras e que autoriza o usuário a ser debitado em compras ou outros serviços prestados.
* cartão-postal postal: Retângulo de papel que tem numa das faces uma fotografia ou uma ilustração e
na outra um espaço reservado para correspondência.
* cartão-folha folha: Papelão amarelado, feito com pasta de palha e usada no fabrico de caixas.
* cartão de visita visita: Pequeno retângulo de cartolina onde está impresso o nome do seu dono (por
vezes trazendo endereço, profissão e telefone) que o entrega a alguém em sinal de anúncio de visita ou
mesmo para indicar a sua residência.
3. Leia as frases seguintes e indique a que tipo de cartão elas se referem:
a) Fazia tempo que Guedim não via o freguês que lhe deixara o cartão.
..................................................................................................................................
b) O Marcos foi às compras, levando o cartão.
..................................................................................................................................
c) Ao viajar, Marcos prometeu-lhe mandar algum cartão.
..................................................................................................................................
4. Consulte no dicionário o significado da palavra conexão.
..................................................................................................................................
Há no texto a seguinte frase: “Seus pensamentos iam a mil por hora (...)”
Além da indicação dessa frase, podemos perceber o ritmo dos pensamentos de Guedim pela forma
como certas partes da história foram narradas. Repare que quasenão há explicações ou considerações, a
passagem de uma cena para outra é feita de uma forma meio abrupta. Como se faltassem partes da
história.
Veja, por exemplo, o seguinte parágrafo:
“Parada para o almoço. Guedim entrou na lanchonete e comprou muitas fichas telefônicas. A
secretária parecia não querer ajudá-lo: “Infelizmente, telefone da residência não estou autorizada. Mesmo se
você conseguir falar com ele não sei se vai adiantar, as turmas já estão completas.”
Que tal reescrevê-lo de modo que a sensação do ritmo rápido desapareça?
Para isso, basta que você crie explicações que liguem as frases e idéias, esclarecendo melhor os
fatos.
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Continue após o início:
No horário do almoço, Guedim resolveu telefonar para a firma do Marcos a fim de confirmar o convite
e esclarecer algumas dúvidas. Foi à lanchonete mais próxima e comprou algumas fichas telefônicas, com as
quais fez a ligação na tentativa de falar com seu freguês...
..................................................................................................................................................
INTELECÇÃO DE TEXTO
A capacidade comunicativa que permite ao usuário de uma língua compreender e produzir textos
surge na infância mas pode, deve e tem de ser alargada ao longo da vida. Quem acha que tudo o que se
pode aprender em leitura se esgota no Primeiro Grau pensa
que ler é operação destinada apenas a decodificar signos
lingüísticos e descobrir um sentido único para o texto.
No entanto, o leitor não só recebe sentidos do texto,
como também lhe atribui sentidos: ele dialoga com o autor. E
mais: para interpretar o texto e atribuir-lhe significado, lança
mão de conhecimentos extra-linguísticos: do mundo, do
assunto em questão, de outros textos que contribuem para
sua interpretação. Em suma, o leitor torna-se mais eficiente à
medida que lê mais, de maneira cada vez mais ativa e
inquisidora.
Assim, adote os seguintes passos para uma boa compreensão de textos:
• Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para encontrar a resposta correta;
• Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se destacar as palavras e expressões-chave.
• É necessário limitar-se às informações contidas no texto.
• Tente compreender o texto, fragmentando-o em parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais fácil
interpretar.
• Sempre restam duas alternativas consideradas possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova leitura.
São variados os textos para interpretação.
Basicamente, todos os textos oferecem cinco alternativas das quais somente uma nos interessa. Essa
alternativa poderá referir-se:
à significação de palavras;
à identificação de uma idéia (entre várias) do texto;
à idéia básica (síntese) do texto.
De acordo com Dubois, texto é a palavra que “designa um enunciado qualquer falado ou escrito,
longo ou curto, velho ou novo”.
O texto constitui uma unidade dupla: temática (o mesmo assunto) e estrutural (organização das
partes, isto é, as partes aparecem seqüenciadas e interligadas).
A finalidade de um texto é a transmissão de uma mensagem, uma vez que ambas as unidades - a
temática e a estrutura - formam um todo significativo apto a introduzir interação comunicatória.
Um texto gira em torno de um assunto. Sobre esse assunto, há uma idéia principal e uma ou algumas
idéias secundárias, ao interpretar o texto, é preciso que o raciocínio trabalhe sobre essa idéia ou idéias
secundárias. É necessário que todo o raciocínio empregado na interpretação do texto baseie-se
unicamente no texto.
Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir
do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.
Ora, sabe-se que a verdadeira aprendizagem é realmente válida na medida em que se atinja, de modo
permanente, a constituição de estruturas mentais. Embora a forma adotada pelos órgãos responsáveis na
elaboração de provas (concursos, ...) possa merecer reparos, posto que as questões formuladas a partir de textos já
vêm “mastigadas”, impedindo muitas vezes que o estudante reelabore o que leu, ainda assim, esse tipo de avaliação
propicia de modo positivo o exercício da inteligência, da relação, da empatia, pois o texto é, ao mesmo tempo,
representação e interpretação de uma realidade.
No entanto, o que ocorre com a interpretação de um texto nada mais é do que a reprodução de
experiências que, diariamente, vivenciamos. Qualquer pessoa, de modo natural, é capaz, quando solicitada,
de manifestar-se positivamente em face de uma situação. Todavia, se essa mesma colocação for feita por
meio de um texto, fatalmente haverá uma reação e a coisa em si, de simples, passará a ser encarada como
difícil.
Para falar uma língua não basta conhecer seu vocabulário; é necessário também ter domínio de suas
leis combinatórias. Vejamos porque. Não podemos, por exemplo, conhecer o sentido de cada uma das
O texto é uma apreensão da realidade.
Interpretar é o modo de ler, usufruindo o
texto naquilo que ele tem de significativo.
Para chegar à apreensão de tudo o que
o texto oferece, há, naturalmente, um
caminho a seguir. Justamente esse
trajeto é o grande problema do aluno.
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palavras desta frase:
- Bem vai olá como tudo?
Mas ela nada significa para nós porque nela não foram respeitadas as leis de combinação das palavras.
Observe como muda o sentido da frase, se combinarmos as mesmas palavras desta forma:
- Olá, como vai, tudo bem?
Assim, concluímos que: a língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por
maio do qual as pessoas se comunicam e interagem.
Quando não há a comunicação de forma plena o leitor (no caso da escrita), ou o ouvinte (no caso da
fala) não entendeu as intenções do autor. Para haver a comunicação, além de se conhecer o vocabulário e
as leis combinatórias, necessitamos perceber a situação em que se dá a comunicação, isto é, ter
consciência do contexto.
Contexto, então é, a situação de comunicação em que se dá a produção da linguagem, isto é, o conjunto de
elementos que atuam quando falamos, tais como: quem fala, o que fala, com quem fala, quando, onde e como
fala e, finalmente, com que intenção fala.
Para interpretar um texto, precisamos ser capazes não apenas de entender o que se lê, mas também de
perceber a intenção do que está escrito, notando o que está implícito no texto.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO: RECURSOS DE COESÃO
Esses termos referem-se à trama e ao encadeamento semânticos, respectivamente, de um texto. Para
definirmos de maneira mais específica, podemos dizer que a coesão é uma forma de recuperar, em uma sentença
B, um termo presente na sentença A.
Vejamos um exemplo:
“Pegue algumas peras. Coloque-as sobre a mesa.”
Nesse caso, o elemento responsável pela coesão textual, ou seja, pela ligação existente entre as duas orações
é o pronome as, porque ele recupera, semanticamente, na segunda sentença, o termo algumas peras.
Quando se trata de coesão e textualidade, o mais comum, no que se refere a um texto, é o uso de mesmo e
referido, para a coesão. Ex.:
Pegue algumas peras. Coloque as mesmas sobre a mesa.
João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do
celibato.
O uso das palavras mencionadas acima, todavia, é um procedimento
desagradável, que pode e deve ser evitado, pois a língua dispõe de muitos outros
recursos para constituir a textualidade. Mesmo, referido, ou expressões semelhantes
são recursos que evidenciam a pobreza vocabular do autor, além de afetar a qualidade
do texto. Ex.:
João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, ele disse que a Igreja continua a
favor do celibato.
Essa coesão pode ser feita através de sinônimos.Ex.: João Paulo II esteve,
ontem, em Varsóvia. Na capital da Polônia, o Papa disse que a Igreja ...
Uma outra maneira de obter coesão é através do uso da metonímia (empregar uma parte para
significar um todo). Ex.:
O presidente Reagan (1) deverá reunir-se ainda nesta semana com o premier Gorbatchev (2). Fontes bem-
informadas acreditam, entretanto, que não será ainda desta vez que Moscou (2) cederá as pressões da casa Branca
(1).
(1) Representam o governo americano.
(2) Representam o governo soviético.
Em se tratando de Brasil, podemos dizer, o Planalto ainda não decidiu sobre as novas medidas econômicas
ou Brasília é contra o acordo.
Observe um último exemplo em três versões:
“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os automóveis mais
caros. O cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o automóvel, desiste de comprar o
automóvel e as revendedoras de automóveis tem prejuízo.”
Através de sinônimos, podemos obter o seguinte texto:
“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os carros para vendê-los mais caro. O
cliente vai lá com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro o produto, desiste e as agências têm
prejuízo.”
Coesão é um
processo que cuida
da articulação
semântica entre as
sentenças de um
texto.
41
Usando o recurso da elipse, obtemos outra versão:
“As revendedoras de automóveis não estão mais equipando-os para vendê-los mais caro. O cliente vai lá com
pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais, desiste e as revendedoras têm prejuízo.”
Como vimos anteriormente, a coesão é um processo que cuida da articulação semântica entre as sentenças
de um texto. Há ainda, um outro mecanismo que cuida da ligação sintática das sentenças: é a articulação sintática,
e pode ser de:
OPOSIÇÃO - quando se faz por meio de dois processos:
a coordenação adversativa;
a subordinação concessiva.
- empregando os seguintes articuladores (conjunções):
- mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
- embora, ainda que, apesar de, conquanto,
Vejamos alguns casos:
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões, mas as jóias ainda não foram recuperadas.
→ no lugar de mas poderíamos usar qualquer um outro articulador da coordenação adversativa, em outras posições.
Ex.: A polícia conseguiu prender os ladrões; as jóias, entretanto, ainda não foram recuperadas.
... as jóias ainda não foram, entretanto, recuperadas.
... entretanto, as jóias ainda não foram recuperadas.
Utilizando articuladores de subordinação concessiva podemos conseguir um bom efeito.
Ex.: Embora a polícia tenha conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas.
Apesar de a polícia ter conseguido prender todos os ladrões, as jóias ainda não foram recuperadas.
Observe o seguinte: quando empregamos conjunções concessivas, o verbo da oração subordinada está no
modo subjuntivo, o que não ocorre no uso de locuções prepositivas (apesar de, a despeito de, não obstante),
pois, nesse caso, o verbo vai para o infinitivo.
Quando empregar uma ou outra?
A coordenação adversativa, quando empregada, faz um encaminhamento argumentativo contrário ao da
oração anterior frustrando a expectativa do destinatário.
Imaginemos uma situação em que determinada pessoa tenha solicitado um empréstimo bancário e, voltando
ao banco para saber sobre a aprovação do cadastro obtém a seguinte resposta:
- Fizemos um grande esforço para conceder-lhe este empréstimo.
Até esse momento da frase ele não sabe se conseguiu ou não o empréstimo; a conclusão poderá ser ou não
favorável.
. . . portanto, você poderá levar, ainda hoje, o dinheiro.
ou
. . . mas você não poderá levar o dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.
Utilizando um articulador subordinativo concessivo:
Ex.: Embora tenhamos feito um grande esforço para conceder-lhe o empréstimo, você não poderá levar o
dinheiro por motivos alheios a nossa vontade.
CAUSA - principais articuladores sintáticos de causa:
* Conjunções e locuções conjuntivas (o verbo e conjugado normalmente): porque, pois, como, por isso que, já que
. . .
* Preposições e Locuções Prepositivas (verbo assume a forma de infinitivo): por, por causa de, em vista de, em
virtude de, devido a, em conseqüência de, . . .
Ex.: Não fui visitá-lo, porque estava com pressa de voltar.
Não fui visitá-lo, em virtude de estar com pressa de voltar.
ou
Em virtude de estar com pressa de voltar, não fui visitá-lo.
CONDIÇÃO - o principal articulador de condição é o se; leva o verbo para o futuro do subjuntivo ou para o
presente do indicativo com valor de futuro. Ex.:
Se você enviar hoje, poderei receber amanhã.
Se você enviar hoje, posso receber amanhã.
Outros articuladores de condição: caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que. Ex.:
D’REIS VENDAS
Denner_reis@globo.com 42
Caso você envie hoje, poderei receber amanhã.
(pres. Subj.)
A menos que você preste atenção, vai errar.
(Observe que o advérbio não é desnecessário.)
FIM - a forma mais comum de manifestar finalidade é utilizando preposição para. HÁ, ainda: a fim de, com o
propósito de, com a intenção de, com o intuito de, etc. Ex.:
Os preços precisam subir, para que haja uma recuperação dos custos.
Os preços precisam subir, para haver uma recuperação dos custos.
Jorge promoveu Jonas, com o objetivo de angariar mais votos.
CONCLUSÃO - Logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo que, ....
Ex.:
Ele vendeu a moto, logo só poderá viajar de ônibus.
Aníbal comprou um carro, poderá, pois, viajar mais cedo.
Aníbal comprou um jatinho, de modo que poderá visitá-lo com maior freqüência.
Há, ainda, uma forma de articulação que usa simplesmente o verbo gerúndio sob forma de orações reduzidas.
Ex.:
Estando com pressa de voltar, não fui visitá-la. (causa)
Enviando hoje, poderei receber amanhã. (condição)
Jorge promoveu Carlos, objetivando angariar mais votos. (fim)
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES
Ao fazer uma interpretação de texto, é preciso ter muito cuidado para não se envolver emocionalmente;
mantenha um distanciamento crítico e objetivo em relação a mensagem.
Ainda que você não concorde com o posicionamento do autor, não é o momento para discordar. Procure ater-
se a informação apresentada, sem se deixar perturbar por outras idéias. As respostas às questões interpretativas
exigem imparcialidade do leitor.
É preciso sempre considerar o significado da palavra dentro do texto e não o seu conteúdo individual.
Como deve ser de seu conhecimento, uma mesma palavra pode ter muitos significados. Veja o caso de
palavras como MANGA, PENA, etc.
Assim como elas, outras palavras também têm seu significado determinado conforme o objetivo do autor ou o
“espírito” do texto.
Uma palavra sempre deve ser analisada em função de sua posição dentro do texto. O mesmo pode ser dito
em relação as expressões.
A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem.
Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa, sua intenção é colocar ou comprovar uma idéia -
ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos, enredos.
Num concurso, o texto pode servir a dois objetivos distintos: para a interpretação de texto através de
respostas ou como proposta para a redação.
Quando se tratar de responder as questões interpretativas, há alguns elementos que são comuns aos textos e
se apresentam, normalmente da seguinte forma:
a) a idéia básica do texto:
O que o autor pretende provar com este texto?
Se você interpretar corretamente, a resposta será a idéia básica. Ela pode estar claramente estampada nafrase-chave (se for um texto dissertativo), ou, então pode ser depreendida através da leitura de todo o texto.
b) os argumentos:
O autor usa a argumentação com o objetivo de reforçar a idéia básica.
Os argumentos apresentam-se como afirmações secundárias, idéias e afirmações que o autor usa para
convencer o leitor quanto a validade de sua tese.
Muitas vezes, o autor também usa a exemplificação e as citações de outros autores como recurso
argumentativo.
c) as objeções:
Normalmente, o autor já conhece a contra-argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É como se o
autor estivesse tentando adivinhar as objeções que o leitor possa fazer quanto a validade de seu pensamento.
Através desse recurso, o escritor pode tornar mais consistente e
convincente a argumentação. A partir desse esquema, torna-
se mais fácil distinguir o
essencial (a idéia básica) do
secundário (justificativas e
exemplificações).
43
Além disso, a melhor forma de realizar um bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas:
1 - Leitura atenta do texto, procurando focalizar o seu núcleo, a sua idéia central.
2 - Reconhecimento dos argumentos que dão sustentação à idéia básica.
3 - Levantamento das possíveis objeções à idéia básica.
4 - Levantamento das possíveis exemplificações usadas para reforçar a idéia central.
*****EXERCÍCIOS*****
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2.
Texto I
História para ninar executivos
Havia um pastor chamado Pedro – como aliás se chamam todos os pastores de histórias como esta.
Ele tinha um jeito todo especial para cuidar de seu rebanho. Até parece que os bichinhos reconheciam
esse talento e o admiravam por isso. Acho que se pudessem falar e escolher o próprio pastor, sem dúvida
Pedro seria o favorito. Ele sabia criar um clima organizacional muito especial, como, por exemplo, dar
nome para cada carneirinho e ovelhinha, respeitando os hábitos e costumes de cada um.
Ao longo dos anos, Pedro acabou desenvolvendo uma sensibilidade muito apurada em seu trabalho.
Graças a essa habilidade, aprendeu a identificar com rapidez quando havia uma ovelha mais estressada
no grupo. Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim. O que realmente interessava
era, fosse qual fosse a circunstância, neutralizar o problema. Se não agisse com vigor, o rebanho inteiro
poderia se contaminar com o comportamento de uma ovelha, tornando-se incontrolável em alguns
minutos.
Para se defender de situações como essa, Pedro cercou-se de uma série de ferramentas. A primeira
delas foi estabelecer sensores que o alertassem com antecedência sobre fatos muitas vezes
despercebidos, mas com potencial para se transformarem em sérios problemas para o rebanho.
Assim, se uma ovelha apresentasse uma tendência à histeria, berrando desnecessariamente e
provocando contínua ansiedade no grupo, era implacável na punição.
Também sabia reconhecer e premiar os melhores colaboradores.
Fábio Steinberg. Exame, 17/12/97, p. 71-2 (com adaptações).
QUESTÃO 1
Os trechos destacados em negrito, a seguir, constam no texto original do autor e devem retornar a seus
lugares. A esse respeito, julgue os seguintes itens.
É correta a inserção de Pois animais, assim como os homens, têm as suas idiossincrasias. no final do
primeiro parágrafo, na forma de um comentário ao que havia sido exposto anteriormente.
É correto inserir As razões, a experiência o ensinou, podiam ser múltiplas. Ora um ferimento ou um
problema orgânico, ora uma ameaça externa, como a proximidade de um predador. no segundo
parágrafo, imediatamente após o segundo período.
É correto inserir Paralelamente, uma vez identificado, liquidava com presteza o foco do problema,
evitando futuros aborrecimentos ou recorrências. imediatamente após o primeiro período do terceiro
parágrafo.
É correta a inserção de Foi assim até mesmo com Elvira, a sua ovelha favorita, que foi transformada em
costeletas, por mais que isso tenha entristecido Pedro. no final do quarto parágrafo, por ser a
exemplificação da afirmativa nele contida.
O trecho Quando Eduardo, um carneiro caolho e coxo, alertou o rebanho com seus frágeis e
desafinados balidos sobre a proximidade de um lobo, Pedro não só deixou de castrá-lo como também
assegurou sua aposentadoria por velhice. O que, convenhamos, no mundo ovino, não é pouca coisa!,
por não ter relação com a última idéia expressa, deve constituir um sexto parágrafo.
QUESTÃO 2
A respeito das idéias contidas no texto, julgue os itens que se seguem.
O texto classifica-se como uma fábula ou um apólogo, por atribuir a seres inanimados características de seres
humanos.
O texto apresenta uma forte conotação religiosa, haja vista a inserção, já no início da narrativa, do nome bíblico
“Pedro”.
Pelo emprego de algumas palavras e expressões, percebe-se o tom irônico empregado na história.
Com o trecho “Mas descobriu também que a causa não era tão importante assim” (L. 9-10), há uma crítica ao
tratamento dispensado aos empregados pelos patrões.
As atitudes do pastor estão fundadas na seguinte máxima: uma ovelha ruim põe a perder todo o rebanho.
D’REIS VENDAS
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Leia o texto abaixo, que apresenta lacunas a serem preenchidas, para responder às questões 3 e 4.
Texto II
Um dia, o dono do pasto decidiu desfazer-se do negócio e vendeu a área para uma construtora, que
resolveu fazer um condomínio de lazer de luxo. Mas era preciso dar um ar de natureza sem os seus
problemas inerentes, como insetos em geral e animais que pudessem sujar o ambiente. ___I___, criar
ovelhas, até pela falta de espaço, não se enquadrava no novo cenário. Assim, o dono indenizou Pedro e
vendeu o rebanho para um frigorífico, congelando o assunto.
Pedro, nessa altura, decide mudar-se para a capital. Passam-se os anos e, para resumir a história,
vamos encontrá-lo trabalhando numa grande empresa, num setor que na época se chamava
departamento de pessoal – ou DP, que alguns maldosamente diziam ser as iniciais de departamento de
polícia. Hoje, com tanta gente sofisticada trabalhando na área, ninguém mais se refere a DP, mas a
recursos humanos.
Pedro foi inicialmente contratado para anotar alterações funcionais dos empregados nas suas
carteiras de trabalho. Nessa função mecânica, sobrava-lhe tempo para pensar. Sentiu saudades das
ovelhas e dos carneiros. Mais para se distrair, passou a imaginar que cada um dos empregados
fotografados naquelas carteiras de trabalho era um membro de seu falecido rebanho.
___II___, quando começava a se afeiçoar aos rostos, eles eram trocados. Descobriu que ___III___
era o acentuado número de demissões de funcionários, muitos praticamente recém-contratados. Veio-lhe
a lembrança desagradável dos tempos de pasto, quando o mesmo fato ocorria toda vez que o dono
resolvia vender parte do rebanho para abate. Neste caso, ___IV___, tinha como interferir.
Procurou o diretor da empresa e se ofereceu para cuidar do processo de seleção. Sua tese era que
uma escolha correta evitava um desligamento profissional desnecessário. A estratégia deu certo, as
demissões diminuíram, e ele foi promovido para o lugar de seu chefe.
Agora, tinha de administrar um rebanho de gente. Lembrou-se do seu modelo de punições e
recompensas e o adaptou às novas circunstâncias. Adotou também o critério de chamar a todos pelos
seus nomes, ___V___ os encontrava casualmente nos corredores da empresa.
Pedro não se esquecera das lições do pasto. Suas ferramentas, incluindo os sensores que o
alertavam a respeito de problemas em potencial, continuavam a ser adotadas. Inventou vários sensores,
mas, o mais importante, manteve o rebanho sob controle. Fosse ele constituído de gente ou de carneiros,
era fundamental evitar futuros problemas.
Idem, ibidem.
QUESTÃO 3
Julgue os itens a seguir, de acordo com aadequação sintática e semântica dos termos ao contexto.
Definitivamente é uma palavra adequada ao preenchimento da lacuna I.
No entanto, Todavia e Contudo são conectivos adversativos que servem para ocupar a lacuna II.
A expressão a conseqüência, ou outra sinônima, completa adequadamente a lacuna III.
Qualquer conjunção ou locução conjuntiva que apresente circunstância proporcional completa adequadamente
a lacuna IV.
A conjunção quando ou a locução adverbial temporal sempre que completam adequadamente a lacuna V.
QUESTÃO 4
Ainda com referência às relações morfossintáticas e semânticas do texto, julgue os itens a seguir.
Na linha 4, após a palavra “frigorífico”, o vocábulo “congelando” está empregado em sentido conotativo.
A substituição de “Mais” (L. 14) por Mas não altera o sentido do período.
Substituindo o verbo “afeiçoar” (L. 17) por acostumar ou habituar, perde-se a crítica colocada pelo autor à
conduta de Pedro.
Na linha 19, “lembrança” traz o sentido de recordação e exerce a função sintática de núcleo do sujeito do
verbo vir.
A mudança de “era fundamental evitar futuros problemas” (L. 33) para evitarem-se futuros problemas era
fundamental não acarreta alterações de sentido e está sintaticamente correta.
QUESTÃO 5
Texto III
Pois bem, meus jovens colegas. Assim foi que Pedro se tornou um bem-sucedido executivo de
recursos humanos – nome para o qual, aliás, foi um dos pioneiros a propor que a área fosse rebatizada.
Nunca mais sentiu saudade nem do antigo DP nem do campo. Isso me faz pensar que, no fundo, a
humanidade caminha em grandes círculos. Por vezes, as respostas aos problemas mais complexos com
que defrontamos nas empresas já foram encontradas em circunstâncias bem mais simplórias e por alguns
de nossos menos nobres antepassados. Afinal, tudo se passa como se estivéssemos num velho teatro
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onde o público tem a sensação de estar vendo novas peças. Na realidade, o que muda é apenas o
cenário, pois o enredo é rigorosamente o mesmo!
Idem, ibidem.
Este parágrafo apresenta-se distribuído nos itens abaixo, com mudanças estruturais. Julgue-os quanto à
correção gramatical.
Pois bem, meus jovens colegas, foi assim que Pedro se tornou um bem sucedido executivo: trabalhou em
recursos humanos, nome que, aliás, foi um dos pioneiros a propor para a sua área.
Nunca mais sentiu saudades: nem do antigo DP e nem do campo, o que me faz pensar que no fundo, a
humanidade caminha em grandes círculos.
Por vezes, as respostas aos problemas de maior complexidade com que nos defrontamos nas empresas já
foram encontradas em circunstâncias bem mais simples e por alguns dos nossos menos nobres antepassados.
Afinal, tudo se passa como se nos encontrássemos em um velho teatro em que nós, o público, tivéssemos a
impressão de estar vendo peças novas.
Haja vista que o enredo é rigorosamente o mesmo, na realidade muda apenas o cenário!
GABARITO
1: C-C-E-C-E 2: E-E-C-C-C 3: C-C-E-E-C 4: C-E-C-C-C 5: E-E-C-C-C
PROVA
Um arriscado esporte nacional
Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de
médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais
adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente.
Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra
para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de
material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas
farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se
automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e
importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus
produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.
Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a
população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que
necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão
para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais
em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se
automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo
maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar
manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados
podem ser danosos.
É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe
banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas
de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com
indicação precisa.
Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes
a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este
não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que
chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique
uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso,
poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio,
vitamina C, produtos aromáticos – tudo sem saber dos riscos que
corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação.
Dr. Geraldo Medeiros – Veja – 1995
01. Sobre o título dado ao texto – um arriscado
esporte nacional -, a única afirmação correta é:
• mostra que a automedicação é tratada
como um esporte sem riscos;
• indica quais são os riscos enfrentados
por aqueles que se automedicam;
• denuncia que a atividade esportiva
favorece a automedicação;
• condena a pouca seriedade daqueles
que consomem remédio por conta própria;
• assinala que o principal motivo da
automedicação é a tentativa de manter-se a
10
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juventude.
02. Os leigos sempre se medicaram por conta
própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO
eqüivale semanticamente a:
• Os leigos, por conta própria, sempre se
medicaram;
• Por conta própria os leigos sempre se
medicaram;
• Os leigos se medicaram sempre por
conta própria;
• Sempre se medicaram os leigos por conta
própria;
• Sempre os leigos, por conta própria, se
medicaram.
03. O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a
abordar o tema da automedicação, segundo o
que declara no primeiro parágrafo do texto, foi:
• a tradição que sempre tiveram os
brasileiros de automedicar-se;
• os lucros imensos obtidos pela indústria
farmacêutica com a venda “livre” de remédios;
• a maior gravidade atingida hoje pelo
hábito brasileiro da automedicação;
• a preocupação com o elevado número de
óbitos decorrente da automedicação;
• aumentar o lucro dos médicos,
incentivando as consultas.
04. Um grupo de vocábulos do texto possui
componentes sublinhados cuja significação é
indicada a seguir; o único item em que essa
indicação está ERRADA é:
(A) bélico – guerra;
(B) metrópoles – cidade;
(C) antibióticos – vida;
(D) glicose – açúcar;
(E) cálcio – osso.
05. O item em que o segmento sublinhado tem
forma equivalente corretamente indicada é:
• ...já que de médico e louco todos temos
um pouco. – uma vez que;
• ...vendas realizadas pelas farmácias... –
entre as;
• ...sem que necessariamente faça junto
com essas advertências... – embora;
• ...para que os entusiastas da
automedicação... – afim;
• Quem age assim está ensinando
bactérias... – mal.
06. ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes
no Brasil como atualmente; ...sem que
necessariamente faça junto com essas
advertências...; ...quando realmente precisar de
remédio...; os advérbios sublinhados indicam,
respectivamente:
(A) tempo, modo, afirmação;
(B) tempo, modo, tempo;
(C) tempo, tempo, tempo;
(D) modo, tempo, modo;
(E) modo, modo, afirmação.
07. O item em que o par de palavras NÃO está
acentuado em função da mesma regra
ortográfica é:
(A) própria / advertências;
(B) farmácia / bactérias;
(C) indústria / cálcio;
(D) importância / raízes;
(E) remédio / circunstância.
08. Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo
semântico das demais é:
(A)arsenal;
(B) armas;
(C) guerra;
(D) combater;
(E) inveja.
09. Termo sublinhado que exerce função
diferente dos demais é:
(A) ...venda de seus produtos...;
(B) ...dever de alertar...;
(C) ...sugestão de amigos...;
(D) ...fascinação pelo mundo...;
(E) ...fazer inveja à indústria.....
1. . Ao indicar as prováveis razões pelas
quais os brasileiros se automedicam, o Dr.
Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado
em opinião e não numa certeza; o segmento que
comprova essa afirmação é:
1. É comum...(l.20);
1. Acredito...(l.15);
2. ...por exemplo...(l.20);
3. Com isso...(l.28);
4. Qualquer que...(l.18).
11. A indústria farmacêutica de menor porte e
importância retira 80% de seu faturamento da
venda “livre” de seus produtos, isto é, das
vendas realizadas sem receita médica. (l.08/10).
A expressão isto é, neste fragmento do texto,
inicia uma:
(A) retificação;
(B) explicação;
(C) comparação;
(D) conclusão;
(E) dúvida.
12....reservados para infecções
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graves...(l.22/23); o desdobramento correto
desta oração é:
(A) que são reservados para infecções graves;
(B) porque reservados para infecções graves;
(C) porquanto reservados para infecções graves;
(D) quando reservados para infecções graves;
(E) conforme reservados para infecções graves.
13. Acredito que a maioria das pessoas se
automedica por sugestão de amigos, leitura,
fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas
“novas”... (l.15/17); as vírgulas utilizadas neste
segmento do texto têm a mesma explicação que
as utilizadas em:
1. ...venda “livre” de seus produtos, isto é,
das vendas realizadas sem receita médica.
(l.09/10);
1. É comum, por exemplo, que um simples
resfriado ou uma gripe banal...(l.20);
2. E quem não conhece aquele tipo de
gripado, que chega a uma farmácia e pede ao
rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na
veia, para cortar a gripe pela raiz? (l.25/28);
3. Com isso, poderá receber na corrente
sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina
C, produtos aromáticos...(l.28/30);
4. Um dia, quando realmente precisar de
remédio, este não funcionará.(l.24/25).
14. A palavra que melhor define o objetivo
central deste texto é:
(A) publicidade;
(B) advertência;
(C) conselho;
(D) elogio;
(E) repressão.
15. ...sem que necessariamente faça junto com
essas advertências uma sugestão para que os
entusiastas da automedicação passem a gastar
mais em consultas médicas.(l.12/15); este
comentário do autor do texto se faz necessário
por razões:
� éticas;
a) legais;
b) religiosas;
c) econômicas;
d) políticas.
16. Assinale a alternativa em que todas as
palavras estão grafadas corretamente:
A. prezidio - rez - obiséquio.
B. análise - pêsames - usina.
C. fuzível - gaz - cortesia.
D. através - aliás - requizito.
17. Assinale a alternativa em que todas as
palavras devem levar acento tônico:
A. veu - saci - guarani.
B. taxi - veu - saci.
C. veu - guarani - taxi.
D. taxi - benção - ardua.
18. Assinale a alternativa em que o sinal
indicativo da crase tenha sido indevidamente
utilizado:
A. Saí às 18:00 horas.
B. Vou à Bahia nas férias.
C. Fui com às meninas ao clube.
D. Ele fugiu às pressas.
19. As palavras que melhor substituem “sessão
musical, cortar e acelerar” são:
A. concerto - segar - apressar.
B. concerto - cegar - apressar.
C. conserto - cegar - apressar.
D. concerto - segar - apreçar.
20. A melhor alternativa que completa a frase “
O _____ professor fez uma _____do fato” é:
A. iminente - discrição.
B. eminente - descrição.
C. eminente - discrição.
D. iminente - descrição.
21. A oração na qual a vírgula está devidamente
usada é:
A. Ele, às três da tarde, saiu e comprou um livro.
B. Ele saiu e, comprou um livro.
C. Ele saiu e comprou, um livro.
D. Ele, saiu e comprou um livro.
22. Assinale a alternativa que apresenta uma
palavra com dígrafo e uma com encontro
consonantal, sucessivamente:
A. clima - duplo.
B. pacto - clima.
C. chapéu - clima.
D. clima - chapéu.
23. Assinale a alternativa cuja palavra tenha
hiato:
A. água.
B. autêntica.
C. anônimo.
D. sueco.
24. Assinale a alternativa em que ambas as
palavras são dissílabas:
A. caí - pão.
B. roer - pão.
C. saúde - caí.
D’REIS VENDAS
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D. caí - roer.
25. Sabendo-se que paroxítona é a palavra cujo
acento tônico recai na penúltima sílaba,
assinale a alternativa em que todas as
palavras possuem essa característica:
A. árvore - escritor - maracujá.
B. montanha - lápis - mesa.
C. montanha - quilômetro - árvore.
D. montanha - lápis - árvore.
26. Assinale a alternativa que melhor completa a
oração: “_____ tarde, ela dizia____ ele que
____ deixasse”.
A. Toda - à - à.
B. Toda - a - a.
C. Toda - a - à.
D. Toda - à - a.
27. Assinale a alternativa que contém um erro na
separação das sílabas:
A. jóia: jói-a.
B. sublime: su-bli-me.
C. diarréia: di-ar-réi-a.
D. grécia: gré-ci-a.
28. Assinale a alternativa que melhor completa
as orações abaixo:
I - _____ grama do ouro está caro.
II - O religioso sentiu_____ dó muito grande do
ladrão.
A. A - uma.
B. A - um.
C. O - um.
D. A - a.
29. O plural de “cidadão” e “fuzil” é,
respectivamente:
A. cidadãos - fuzis.
B. cidadões - fuzis.
C. cidadões - fuzíveis.
D. cidadãos - fuzíveis.
30. O feminino de “réu” e “cortesão” é:
A. ré - cortesoa.
B. rea - cortesoa.
C. réa - cortesa.
D. ré - cortesã.
31. Observe a frase abaixo:
“Ele é mesmo um professorzinho, ninguém
aprende nada em suas aulas!”
O valor expresso pelo diminutivo é:
A) carinho.
B) desprezo.
C) zombaria.
D) diminuição.
32. Assinale a alternativa cujos pronomes
completam adequadamente a oração:
“Pedro comprou um livro para ______ ler, mas
eu não _____ fiz”.
a) mim - lhe.
b) mim - o.
c) eu - o.
d) eu - lhe.
33. Complete a oração abaixo com a forma
verbal adequada:
“Eu _____ aqui, mas você não ______”.
A. caibo - cabe.
B. cabo - cabes.
C. caibo - cabes.
D. cabo - cabe.
34. Assinale a alternativa que completa os
períodos abaixo, de acordo com o padrão
culto: “_____ livros ali ontem. Hoje não
____mais”.
A. Haviam - tem.
B. Havia - há.
C. Havia - tem.
D. Tem - tem.
35. A alternativa na qual o verbo em destaque
está no futuro do presente é:
A. Ele “voltou” do clube ontem.
B. Ele “voltaria” do clube, se tivesse companhia.
C. Ele “voltará” do clube cedo.
D. Ele “volta” sempre do clube às 10:00.
36. Assinale a alternativa que melhor completa a
oração: “Prefiro doce ______ salgado”.
A. do que.
B. mais que.
C. que.
D. a.
37. Observe: “Ele sentou-se entre ____ e Lúcio,
porque não pode viver sem _____”. A
alternativa que completa a oração acima, de
acordo com o padrão culto, é:
A. mim - mim.
B. mim - eu.
C. eu - mim.
D. eu - eu.
38. A alternativa que completa a oração abaixo,
de acordo com o padrão culto, é: “Laura
beijou-____ e ele retribuiu-_____ o carinho”.
A) lhe - o.
B) lhe - lhe.
C) o - lhe.
D) o - o.
49
39. Indique a alternativa correta que contém o
plural das orações abaixo:
I – Vende-se casa.
II – Precisa-se de empregado.
a) Vendem-se casas; precisam-se de empregados.
b) Vendem-se casa; precisa-se de empregados.
c) Vendem-se casas; precisa-se de empregados.
d) Vende-se casas; precisa-se de empregados.
40. Leia atentamente: “Aqui” se estuda “todo
dia”. Os termos destacados expressam,
respectivamente, noção de:
a) lugar - tempo.
b) lugar - intensidade.
c) tempo - tempo.
d) lugar - lugar.
GABARITO
01. D 02.D 03. C 04. E 05. A 06. A 07. D 08. E 09. C 10. B
11. B 12. A 13. D 14. B 15. A 16. B 17. D 18. C 19. A 20. B
21. A 22. C 23. D 24. D 25. B 26. B 27. D 28. C 29. A 30. D
31. B 32. C 33. A 34. B 35. C 36. D 37. A 38. C 39. C 40. A