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Rococó Rococó O estilo artístico que surgiu na França a partir do barroco é chamado de Rococó. É considerado um estilo mais leve e intimista, e foi usado inicialmente em decoração de interiores. Teve início na França do século XVIII mas logo se difundiu pela Europa e chegou no Brasil por meio da colonização portuguesa. Influenciou especialmente o mobiliário, inclusive batizando o estilo ”Dom João V”. Na França, o rococó é chamado também de estilo Luís XV e Luís XVI. Perdurou aproximadamente de 1720 a 1780 através da Franca para toda a Europa chegando em Portugal, na Prússia e na Alemanha católica. O termo rococó deriva do francês rocaille, que poderia ser traduzido como “concha”, pode-se perceber as linhas de uma concha associadas a alguns de seus elementos decorativos. A palavra também pode ser associado ao termo “embrechado” que é uma técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizados originariamente na decoração de grutas artificiais. Após a morte do centralizador e autoritário Luís XIV, que impunha a arte com padrões clássicos, a corte saiu de versalhes e em París reuniu-se com ricos banqueiros, que não eram aristocratas, mas tinham o hábito de proteger os artistas lhes garantindo prestígio e aceitação dos metidos a besta, digo dos aristocratas. Ganharam a preferência dos artistas e em um quase mecenato pequenas estatuetas de porcelana para uso doméstico e pequenos quadros demonstravam a preferência da época. O objetivo da arte era dar prazer e distrair a mente dos problemas da vida, o que demonstrava a futilidade da sociedade. Os temas variavam do erotismo, vida cortesã, mitolologia, teatro, religião e naturismo vegetal em suas molduras. O rococó é característico na ourivesaria, no mobiliário, na decoração de interiores dos hotéis aristocratas de París, com suas linhas curvas e fluídas, a suavidade nas cores e o lúdico e o mundano, nas festas exuberantes retratando os costumes e atitudes da sociedade em busca do prazer sensorial. Algumas de suas características são a elegância, a exube- rância, a alegria e a frivolidade. Arquitetura Após o declínio do Barroco se tornou a principal manifestação artística já no Iluminismo, a “Meca Cultural” se deslocou de Roma para París. Surgiu na França com a obra do decorador Pierre Lepautre. As principais características da arquitetura rococó no ex- terior são: Construções de proporções menores, edifícios com apenas dois andares baixos mormalmente; Fachadas mais alinhadas e alisadas, renegando os elementos clássicos decorativos (colunas, frontões e esculturas), mas foram mantidas balaustradas, as cornijas e os entablamentos, os ângulos retos foram suavizados por curvas; Telhados de duas águas; Portas e janelas maiores e com arcos de volta-perfeita; Decoração exterior concentra-se nas portas e janelas, nas consolas (peça arquitetônica saliente que serva para colocar estatuetas e vasos, também chamadas de mísulas); e Utilização de ferro forjado, em grades para jardins, lagos, portas e varandas. Os jardins continuam a ser parte da arquitetura civil, tal como no barroco, e compõe-se de grandes relvados com arvoredos, esculturas, rampas e lagos, pavilhões de caça, pequenos apartamentos, pagodes chineses e quiosques turcos. Estes espaços servem de locais de reuniões íntimas com fogos de artificio, festas de máscaras e celebrações públicas. No salão principal temos o centro das dependências, e em sua volta salas secundárias e escadaria para o andar superior, onde ficavam os quartos; A decoração das divisões é feita com diferentes tipos de móveis: cômodas, escrivaninhas, grandes relógios, poltronas, etc. Em cima deles eram colocados bibelôs de prata e porcelana; Uso de materiais que pintados imitam mármores; Nas paredes a decoração é repleta de cores claras, dourado e prateado das molduras das telas, tapeçarias, afrescos e relevos; e Os cantos e os limites das paredes desaparecem totalmente sob esta decoração imensa e pela utilização dos sofitos – superfícies curvas que ligam o teto às paredes. São exemplos dessa arquitetura, o Hôtel de Soubise, construído por Germain Boffrand e decorado por Nicolas Pineau, em Paris, entre 1736 e 1739 e o Petit Trianon, construído por Jacques-Ange Gabriel, em Versalhes, entre 1762 e 1768. O estilo rococó alemão e italiano são facilmente confundidos, pois foi penetrando lentamente e demorou a se firmar como estilo Os irmãos Asam – Cosmas Damian (1686- 1739), pintor de afrescos e o escultor Egid Quirin Asam (1692-1750) – combinaram seus talentos em igrejas com iluminação melodramática, espaços ilusórios e apelo emocional. O altar da Igreja do Mosteiro de Assunção, em Rohr, inclui uma imagem da Virgem Maria, que realmente paira no ar. Iluminada lateralmente e sustentada por barras ocultas, ela levita como se por milagre. Os irmãos Zimmermann – Dominikus e Johann – projetaram abadias e igrejas de peregrinação em estilo rococó, como o famoso Die Wies (1745-54), na Bavá- ria. A mistura das cores branca e rosa, delicada como porcelana predominou na igreja que se assemelha a uma caixa de joias. O mais rococó de todos foi o Pavilhão de Amalienburg de François Cuvilliés (1734-39), em Nymphenburg. O antigo anão da corte e brilhante projetista criou uma sala circular, com aproximadamente 15m de diâmetro, revestida por vidros. Madeiras esculpidas e filigranas em prata descem pelas paredes com displicência. Os ornamentos em estuque (esculpido por Johann Zimmermann), como harpas, violinos, borboletas e pássaros empres- tam uma aparência suave. Com fundo em azul pálido, a sala possui uma delicadeza etérea que desmente o seu propósito. O exterior da agra- dável cúpula do pavilhão era um posto de caça ao faisão. O maior mestre barroco da Alemanha foi Balthasar Neumann (1687-1753). Enge- nheiro por treinamento, ele projetou o Palácio Episcopal em Würzburg, entre 1737 e 1742. Outra obra-prima de Neumann é a igreja de Vierzeh- nheiligen (Igreja dos Catorze Santos Auxiliares), erguida na Baviera entre 1732 e 1772. Ela é formada por planos ovais contínuos do piso à abóboda, com iluminação entrando pelas janelas transparentes. A decoração rococó invade o espaço, criando uma sensação de movimento. Entre aproximadamente 1690 e 1730, a Áustria produziu a sua cota de fantásticos edifícios nos estilos barroco e rococó. Johann Fischer Von Erlach (1656-1723) foi um classicista que combinou a contida decoração interior com elementos fantásticos da Antiguidade. No lado externo do pórtico em forma de Panteon do seu Karlskirche (ini- ciado em 1716), em Viena, encontram-se duas torres gêmeas, como algo nunca visto desde as Colunas de Trajano. Em Potsdam, nos arredores de Berlim, fica o fabuloso Parque Sanssouci, um dos mais belos complexos palacianos da Europa. O Palácio Sanssouci é a construção mais antiga do enorme parque, que possui 287 hectares. Construído em estilo rococó entre 1745 e 1747 para ser a residência de verão de Frederico, o Grande, rei da Prússia. O palácio possui um belo jardim, a leve colina foi cortada em terraços e cada degrau recebeu videiras protegidas por 168 portas envidraçadas. Pintura Jean-Antoine Watteau (1684-1721) foi um verdadeiro mestre da pintura rococó francesa com seus personagens joviais em busca das coisas boas da vida Pintava uma vida fictícia de alegres pi- queniques em parques des sonhos onde nunca chove, de saraus musicais onde todas as damas são belas e todos os enamorados graciosos, uma sociedade em que todos se vestem de sedas sem ostentação, e onde a vida dos pastores e pastoras parece ser uma sucessão de minuetos. Mas há um toque de tristeza e melancolia, certo ar de tédio em meio ao prazer. Tal como Rubens, a quem ele admirava. Watteauera capaz de transmitir a impressão de carne palpitante através de uma pitada de giz ou cor. François Bou- cher (1703-1770) pintou expressões ingênuas e mali- ciosas em suas nu- merosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evo- cavam a solenidade clássica, mas a ale- gre descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou, sempre com grande perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens (“O Casario de Issei”) e cenas de interior (“O pintor em seu estúdio”). Jean-Honoré Fragonard (1732-1806), francês, desenhista e retratista de talento, Frago- nard destacou-se principalmente como pintor do amor e da natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos últimos expoentes do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos mais antigos precursores do impressionismo.