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1 ENSAIO DE DUREZA ROCKWELL 1.0 – OBJETIVO a) Medição da dureza de diversos materiais metálicos. b) Avaliação e conhecimento do método de Ensaio de Dureza Rockwell, para comparação com outros métodos. 2.0 – TEORIA 2.1 – Definições de Dureza Para o engenheiro metalurgista, dureza significa, a resistência a deformação plástica permanente, enquanto que o engenheiro mecânico, define dureza como sendo a resistência à penetração de um metal duro no outro. Já para o projetista, dureza é considerada uma base de medida para o conhecimento da resistência e do tratamento térmico ou mecânico de um metal, e sua resistência ou desgaste. Portanto, não é possível encontrar uma definição única que englobe todos os conceitos acima mencionados. 2.2 – O Ensaio Rockwell: Descrição O ensaio consiste na aplicação de uma carga num penetrador, cujo material pode ser Diamante, Aço Temperado ou Carboneto de Tungstênio Sintetizado e este sobre (sic), sendo que a dureza Rockwell é dada em função do incremento de penetração permanente. Na figura ao lado temos as escalas de dureza Rockwell. 2 2.3 – Tipos de Penetradores Dois tipos de penetrador estão previstos: a)Penetradores Esféricos de diâmetro 1,588 +- 0,003 mm (1/16”) e de dureza Vickers superior a 800 HV. b)Penetrador de Diamante em forma de cone reto com ângulo de 120º + ou – 0,1º e vértice arredondado com raio de 0,2 + - 0,01mm. O motivo da existência de diferentes penetradores é decorrente das diferentes escalas e cargas aplicadas, que variam conforme a dureza do material a ser ensaiado. 2.4 – Execução do Ensaio O ensaio é realizado em três etapas: a) Aplica-se uma pré-carga de valor 29,4 + - 0,6 N (3Kgf), ensaio de dureza Rockwell superficial, ou 9,8+-2N (10Kgf), ensaio de Dureza Rockwell Normal, cuja finalidade é assentar a superfície ensaiada, eliminando-se erros devido a irregularidades superficiais do CP, eventuais folgas existentes na máquina de ensaio, causando uma pequena deformação permanente, eliminando os erros causados pela deformação elástica. b) A escala do aparelho é colocada em zero, aplicando-se uma carga complementar cujos valores são: _______ (15 Kgf), ___________ (30 Kgf), _____________ (45 Kgf), para ensaio de dureza Rockwell Superficial e________ 60 Kgf______, 100 Kgf, ______ 150 Kgf para ensaio de Dureza Rockwell Normal, durante 15 segundos. c)Retira-se a carga complementar, mantendo-se a pré-carga e efetua-se a leitura da dureza na escala pré-estabelecida. Estas figuras mostram os dois penetradores utilizados no ensaio Rockwell. A escolha do penetrador esta relacionada com o tipo de material a ser analisado. Veja tabela do item 3. desta apostila. 3 O valor da Dureza Rockwell é um número arbitrário proporcional à profundidade de penetração. O número de dureza é sempre citado com o símbolo HR, seguido da escala utilizada. Exemplo: 68 HRC, 60 HRB, etc. A dureza Rockwell pode ser calculada como sendo: a)Penetrador Cone de Diamante Dureza Rockwell Comum: p = (100-HR)x 0,002 Dureza Rockwell Superficial : p = (100-HR)x0,001 b) Penetrador Esférico Dureza Rockwell Comum: p = (130-HR)x 0,002 Dureza Rockwell Superficial : p = (100-HR)x0,001 O número de dureza obtido é adimensional. 2.5 – Escalas Usadas e Precauções Exigidas A tabela a seguir mostra as escalas de dureza Rockwell e aplicações típicas. Escala Penetrador Carga (kgf) Leitura Aplicações B Esfera de 1/16” 100 Vermelha Ligas de cobre, aços mole, ligas de alumínio, ferro maleável. C Diamante 150 Preta Aço, fofo duro, fofo maleável perlítico, titânio, aço endurecido e outros metais mais duros que HRB = 100. A Diamante 60 Preta Carbonetos cementados, aço fino, e aços endurecidos de baixa camada de endurecimento. D Diamante 100 Preta Aplicações de aços com camada de endurecimento entre os dois casos acima mencionados, fofo maleável perlítico. E Esfera de 1/8” 100 Vermelha Fofo, ligas de Al e Mg, metais para mancais F Esfera de 1/16” 60 Vermelha Ligas de Cu recozidas, chapas finas de metais moles. G Esfera de 1/16” 150 Vermelha Fofo maleável, liga Cu-Ni-Zn, cuproníqueis. Aplicações até HRG = 92 para evitar achatamento da esfera. K Esfera de 1/8” 150 Vermelha Metais para mancais e outros metais muito moles ou finos. 4 A espessura mínima para Dureza Rockwell Comum deve ser de 10 vezes a profundidade da impressão. Se a impressão perfurar ou mesmo se ela puder notada do outro lado do CP deve-se passar para uma escala menor ou para a Dureza Rockwel Superficial. O espaçamento mínimo entre as impressões deve ser de no mínimo 3 vezes o diâmetro da impressão. O início e fim para a utilização das escalas é de: a) Para HRC: 20 HRC 70 b) Para HRB: 50 HRB 100 c) Para HRF: 73 HRF 116,5 A superfície da amostra deve ser lixada para eliminar irregularidades que possam ocasionar erros. 3.0 – EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 3.1 - Equipamentos A fotografia abaixo mostra as máquinas utilizadas no ensaio de dureza Rockwell, Mitutoyo 963-101 – Máquina à esquerda Microtest 737 – Máquina à direita 5 3.2 – Materiais Corpos de prova de materiais diversos: Alumínio, Cobre, latão, Aço, etc. 4.0 – PROCEDIMENTO 4.1 – Normas de Referência 4.11 – ABNT NBR 6671 – Determinação da dureza Rockwell. 4.12 – Outras Normas ASTM A 370 – Standard Methods and Definitions for Mechanical Tests on Steel Products. ASTM E 140 - Standard Hardness Conversion Tables for Metals. ASTM E 18 – Standard Test Method for Rockwell Hardness and Rockwell Superficial Hardness of Metallic Materials Abaixo estão descritos os procedimentos que devem ser seguidos, etapa por etapa, para a realização do ensaio de dureza Rockwell. 4.2 – Descrição do Procedimento 4.2.1 - Máquina Mitutoyo 963-101 1. Colocar o penetrador conveniente introduzindo-o no orifício sob o mostrador, de modo que fique firme. 2. Colocar a base conveniente introduzindo-a no orifício da haste sobre o volante. 3. Prender, delicadamente, o gancho da haste do massor na parte traseira da máquina. 4. Colocar, convenientemente o(s) massor(es) na haste se necessário, de modo que o valor da carga fique virado para cima. Para a carga de 60 deve-se colocar apenas a haste, para a carga de 100 deve-se colocar a haste e o massor de 100 e para a carga de 150 a haste e os massores de 100 e 150. 5. Colocar a peça sobre a base, com a face a ser ensaiada voltada para o penetrador. 6 6. Girar o volante no sentido horário de modo a aproximar a peça do penetrador, fazendo com que fique sob ele a parte da peça a ser ensaiada, que deve estar distante de alguma marca que porventura tenha sido causada por ensaios anteriores. 7. Girar o volante no sentido anti-horário pressionando o penetrador contra a peça até que os ponteiros do mostrador se sobreponham na marca zero. 8. Dar um leve toque para cima na alavanca a direita até esta se mover. Aguardar 15 segundos. 9. Mover a alavanca à posição original e ler no mostrador o valor fornecido pelo ponteiro reto. 10. Girar o volante no sentido anti-horário, retirar a peça, o penetrador, as cargas, a haste e cobrir a máquina. 4.2.2 – Máquina Microtest 737 1. Colocar o penetrador conveniente introduzindo-o no orifício sob o mostrador, travando-o,apertando o parafuso com a chave sextavada. 2. Colocar a base conveniente introduzindo-a no orifício da haste sobre o volante. 3. Abria a portinhola da parte lateral da máquina. 4. Colocar, convenientemente, o(s) massor(es) na haste, de modo que o valor da carga fique virado para cima. Os massores de 20 + 31,25 + 60 + 2,5 + 100 + 125 + 150. 5. Colocar a peça com a face a ser ensaiada voltada para o penetrador sobre a base. 6. Girar o volante no sentido horário de modo a aproximar a peça do penetrador, fazendo com que fique sob ele a parte da peça a ser ensaiada, que deve estar distante de alguma marca que por ventura tenha sido causada por ensaios anteriores. 7. Girar o volante no sentido horário pressionando o penetrador contra a peça até que o ponteiro do mostrador menor esteja no vermelho. 8. Dar um toque para frente na alavanca a direita até esta se mover. Aguardar 215 segundos. 9. Mover a alavanca à posição original e ler no mostrador o valor fornecido pelo ponteiro maior. 10. Girar o volante no sentido anti-horário, retirar a peça, o penetrador, as cargas e cobrir a maquina. 7 4.3 - Instruções para a determinação de dureza Rockwell 1. A amostra deverá estar preparada para a execução do ensaio, ou seja, a superfície deve estar lisa e livre de imperfeições. 2. Escolher convenientemente a base onde a amostra irá ser de acordo com geometria da peça a ser ensaiada, ou seja, para se ensaiar superfícies planas deve-se utilizar a base plana e para superfícies cilíndricas deve utilizar a base em “V”. 3. Escolher a escala de dureza Rockwell, o penetrador, a carga e a leitura feita na máquina pelo tipo de material a ser ensaiado conforme a tabela abaixo: 4. Aos se fazer uma dureza num material desconhecido, deve-se primeiro tentar uma escala mais alta para evitar danificação no penetrador. Utilizar primeiro a escala HRC para depois tentar as outras, caso o intervalo caia fora do intervalo de dureza HRC. A escala HRC tem seus valores práticos entre 20 e 70. Abaixo de 20 deve-se empregar a escala HRB (de 50 a 100), e acima da escala HRC deve-se utilizar a escala HRF (de 73 a 116,5). 5.0 – QUESTÕES 1. Critique o procedimento utilizado e faça sugestões para torná-lo mais claro e objetivo. 2. Comente as vantagens e desvantagens do método do ensaio Rockwell em relação aos métodos Brinell e Vickers. 3. Compare os valores de dureza encontrados em cada CP. Ele é homogêneo relativamente à dureza? Justifique. 4. Efetuou-se um ensaio de dureza Rockwell em uma chapa cuja espessura é de 1.0 mm. O valor obtido foi HRC 21. O resultado é válido? Justifique. 6.0 - BIBLIOGRAFIA Souza, S.A. Ensaios Mecânicos de Matérias metálicos. São Paulo, Editora Edgar Blücher, 1974 páginas 2-87. Garcia, A; SPIM J.A., Santos, C.A. Ensaio dos Materiais, LTC, 2000, páginas 77-80. Controle de Qualidade: Ensaio de Dureza. São Paulo, Panambra, 1974. 8 Caruso, A. Ensaios Tecnológicos. CEFET-SP Área EletroMecânica, 1997 – 2000. Site Visitado: www.mitutoyo.com.br