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�PAGE � agradecimentos A Deus, por toda benção e proteção e por me permitir realizar um dos meus sonhos. A minha mãe D. Lala com sua paciência, sabedoria, incentivo, que consegue nos individualizar, que nos fortalece em cada momento, na diversidade de cada um á sua volta. Ao meu pai Ademar (In memória) uma ausência-presença. Com sua partida, não pode estar presente, mas esta no meu coração e na minha mente. Aos meus irmãos: lusa, Mazim, Demir, Leni, Mamedes (In memória), Aldonei, Altemar, Claudinha e Aldo, agradeço a Deus por fazer parte dessa família. Aos meus sobrinhos: Maicou, Ticyana, Iahana, Carol, Edgar, João Gabriel, João Lucas, Juninho, Júlia, Eduardo, Lunna, Mariana e Pandora minha cachorrinha todos vocês são muito importantes pra mim. Aos meus tio e tias em especial tia Aldinha sempre presente em todas as horas dando carinho, atenção agradeço todas as orações. Aos amigos Ana Martins, Daniela Dantas, João Paulo e Tiago que são como anjos sem a ajuda deles não conseguiria chegar até aqui e não me esquecendo das colegas de portfólio de grupo Juliana e Silvanei e aos demais colegas do curso. Aos amigos da prefeitura: Socorro, Núcia, Osana, Beta, Paloma, Erick, Liandro, Joílson e os demais desde o porteiro ao prefeito meus agradecimentos. A minha tutora de sala Margarete Gomes de Araújo que sempre incentivou, acreditou no potencial de cada aluno, pois conhece as fragilidades e potencialidade de cada um e pode compartilhar suas experiências feitas ao longo de seu exercício profissional desde já muito obrigado. A orientadora de campo Adriana de Abreu que me recebeu de braços aberto e que cumpriu com sucesso as suas orientações. Onde pude ver de perto as mazelas, demandas e as dificuldades que o assistente social do nosso município enfrenta e o quanto teoria e a pratica são importante para nos dar uma bagagem para o enfrentamento da realidade do nosso município. Aos professores do curso desde o primeiro ao ultimo semestre meu muito obrigado. Quero agradecer também aos amigos de infância: Leninha, Rita, Ué, Edileusa, Monalisa, Safira, Márcia, Mirian, Amanda e em especial Luseni que tenho como irmã de coração. Aos meus vizinhos que ainda são os mesmos desde que me entendo por gente. Enfim toda minha família e amigos, que tanto torceram para que esse momento acontecesse meus sinceros agradecimentos. Que todos que eu amo sejam amados mesmo distantes. ROCHA, Luciana Brito. ALZHEIMER DOENÇA DA ALMA. 2015. 56. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Barra do Mendes, 2015. RESUMO A Doença de Alzheimer (DA) é uma demência que ocorre com pessoas idosas e provoca a degeneração do cérebro. Esta doença afeta cerca de 10% dos indivíduos com idade de 65 anos e 40% estão acima de 80 anos. A DA é caracterizado pela neurodegeneração que provoca uma deficiência progressiva e uma eventual incapacitação. Este trabalho visa orientar o idoso e sua família sobre os sintomas, fases e os direitos garantidos no Estatuto do Idoso com o intuito de orientar e promover atividades buscando assim, esclarecer sobre os direitos na saúde, benefícios entre outros. Conclui-se que informar a sociedade sobre as características, tratamentos e prevenções da patologia é a melhor maneira de combater os altos índices da Doença de Alzheimer. Proporciona informações úteis e técnicas sobre como lidar com a doença e como organizar a autoajuda e apoio mútuo a famílias com membros afetados por demência. Palavras-chave: Alzheimer 1. Família 2. Direitos 3. Serviço Social 4. Sociedade 5. � ROCHA, Luciana Brito. ALZHEIMER DISEASE SOUL. 2015. 56. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Barra do Mendes, 2015. ABSTRACT Alzheimer's Disease (AD) is a dementia that occurs with elderly people and causes brain degeneration. This disease affects about 10% of individuals aged 65 years and 40% are above 80 years. AD is characterized by progressive neurodegeneration leading to a possible impairment and disability. This work aims to guide the elderly and their families about the symptoms, phases and the rights guaranteed in the Elderly in order to guide and promote activities thus seeking to clarify the rights in health, among other benefits. It is concluded that informing society about the characteristics, treatments and preventions of the disease is the best way to combat the high rates of Alzheimer's disease. Provides useful information and techniques on how to deal with the disease and how to organize self-help and mutual support to families with members affected by dementia. Key-words: Alzheimer's 1. Family 2. Rights 3. Social service 4. Society 5. SUMÁRIO 10INTRODUÇÃO � 121 A FACE ESQUECIDA DO ALZHEIMER � 121.1 O QUE É O ALZHEIMER? � 161.2 FATORES DE RISCO QUE PODEM OCASIONAR A DOENÇA � 181.3 COMO É FEITO O DIAGNOSTICO DA DOENÇA � 221.4 FASES DA DOENÇA DE ALZHEIMER � 291.5 PREVENÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER � 301.6 A BUSCA PELA CURA DA DOENÇA DE ALZHEIMER � 322 A FAMÍLIA E OS DIREITOS DAS PESSOAS COM ALZHEIMER � 322.1 A FAMÍLIA DIANTE DA DOENÇA � 402.2 PROGRAMAS SOCIAIS VOLTADOS AOS PORTADORES DA DOENÇA � 462.3 O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE � 513 CONSIDERAÇÕES FINAIS � 53REFERÊNCIAS � �� INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional mundial, incluindo o da população brasileira, aponta maior incidência de doenças crônicas degenerativas que causam demência e entre elas está à Doença de Alzheimer que ganha destaque por ser a causa mais comum de demências em idosos (VILELA e CARAMELLI, 2006). A doença de Alzheimer é um tipo de demência, conhecida internacionalmente pela sigla DA e foi reconhecida em 1907 pelo psiquiatra alemão Dr. Alois Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que se inicia por um distúrbio progressivo da memoria, comprometendo a integridade mental, física e social do individuo, acarretando uma situação de dependência total de um cuidador (LUZARDO; GORINI; SILVA, 2006; FORLENZA, 2005). A doença de Alzheimer (D.A.) se caracteriza por uma diminuição das atividades mentais em especial da memória, afetando a formação hipocampal, o centro da memória de curto prazo, com posterior comprometimento de áreas corticais associativas. Além de comprometer a memória, interfere na orientação, na atenção, na linguagem, na capacidade para resolver problemas e nas habilidades para desempenhar as atividades da vida diária, tornando o paciente dependente dos cuidados de outras pessoas, principalmente, dos familiares (GORINI; SILVA, 2006). Apesar de a doença afetar idosos, não há constatações de que ela esta integrada ao processo de envelhecimento, os idosos afetados por esta doença sofrem de graves esquecimentos e depressão. Quanto mais idoso o individuo, maior será a incidência da doença. Atualmente por causa dos avanços tecnológicos o idoso acometido de Alzheimer tem melhor atendimento médico aumentando sua qualidade e expectativa de vida. O projeto apresenta como objetivo principal abordar a Doença de Alzheimer nos aspectos fisiopatológicos, diagnósticos e terapêuticos e descrever a assistência de enfermagem ao portador da doença e ao cuidador, mostrando as causas e consequências, e quais os direitos garantidos mediante a Constituição Federal de 1988. Tendo como objetivos específicos identificar as características e as condições sociais e de saúde, Informar aos idosos sobre o Alzheimer com a finalidade de contribuir para uma melhor qualidade de vida e prevenção diante dos sintomas da doença. A pesquisa realizada se classifica como projeto de pesquisa e busca o esclarecimento e melhor compreensão do tema abordado através de revisão bibliográfica de livros, revistas e artigos científicosque abordam o presente assunto. Visando a importância da assistência social na vida dos idosos, resultando na garantia dos direitos e promovendo o exercício da cidadania. A intervenção do assistente social frente à garantia dos direitos das pessoas com Alzheimer e as mais diversas demandas nessa área. Já que essa é uma doença que afeta principalmente a população idosa. A doença não tem cura e sua causa ainda é desconhecida, sabe-se apenas que ela provoca lesões cerebrais, levando à morte de neurônios e a perda progressiva da memória e de demais funções cognitivas, impossibilitando a pessoa de realizar diversas tarefas cotidianas. (MASUMOTO et. al., 2010). A FACE ESQUECIDA DO ALZHEIMER O QUE É O ALZHEIMER? Doença de Alzheimer é uma afecção neurodegenerativa, progressiva, irreversível, a qual apresenta perda de memória e variadas formas de distúrbios cognitivos, com início de forma insidiosa. Podendo se apresentar com a forma de acometimento tardio que ocorre de maneira esporádica e tem incidência maior ao redor dos 60 anos de idade ou a forma de acometimento precoce que tem sua incidência ao redor dos 40 anos e mostra recorrência familiar (SMITH, 1999). É caracterizada como uma síndrome clínica de deterioração das funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento, afetando desta forma o desempenho social do indivíduo (COHEN, 1995). Recebeu este nome em homenagem ao seu descobridor, o Dr. Alois Alzheimer, um neurologista alemão (1864-1915), que , em 1906, observou alterações no tecido cerebral de uma mulher que consideravam ter morrido por uma doença mental rara. Nos dias atuais, sabe-se que estas mudanças anormais no tecido cerebral são características inerentes da Doença De Alzheimer (COHEN, 1995; CAYTON; WARNER; GRAHAM, 2000). No passado, costumava-se usar o termo doença de Alzheimer em referência a uma forma de demência pré-senil, oposta à demência senil, mas agora, permanece, uma melhor concepção de que a doença afeta pessoas tanto abaixo, como acima dos 65 anos de idade. Portanto, é referida como uma demência pré-senil, ou senil, de tipo Alzheimer, dependendo da idade da pessoa em causa. Os problemas de memoria devem estar presentes para dar suporte ao diagnóstico de doença de Alzheimer. Normalmente, a memoria e o primeiro domínio cognitivo a ser afetada pela doença, a perda da memoria deve representar um declínio cognitivo a ser afetado. A perda da memoria deve representar um declínio na capacidade normal de retenção do individuo, e difere da queija estática de falta de memoria que muitos indivíduos normais relatam, também difere daquele enfraquecimento ocasional da memoria que pode ocorrer com o envelhecimento normal. Na doença de Alzheimer, esse problema é constante, ocorre com dificuldades em pelo menos outra área da cognição com o declínio na rotina diária. A perda da memória recente, dificuldade para aprender e reter novas informações, distúrbios de linguagem, dificuldade progressiva para as tarefas da vida diária, falta de cuidado com a aparência pessoal, irritabilidade, desorientação. Nesta fase os pacientes ainda apresentam boa qualidade de vida social, permanecendo alerta. A doença é progressiva e muitos outros sintomas se desenvolvem em decorrência de seu avanço. A degeneração começa pelo núcleo basal de Meynert, que é o principal centro cerebral dos neurônios colinérgicos (Ach), porem ela se expande para outras áreas, provocando outros sintomas característicos das áreas afetadas (STAHL 2002). A doença afeta primeiramente a formação hipocampal, memória de curto prazo e, posteriormente comprometimento de áreas corticais associadas. Além da memória afeta também a atenção, orientação, linguagem, capacidades de resolver problemas e habilidades para realização de atividade de vida diária dentre outras (LUZARDO et al., 2006). Baron (2003) coloca que esta doença está relacionada com a atrofia do hipocampo. O hipocampo é uma parte do cérebro localizada no lobo temporal, esta área é responsável pela transferência da memória de curto prazo para a memória de longo prazo, sendo assim é o principal centro da memória. O envelhecimento prematuro do cérebro e a degeneração neurofibrilar dos neurônios: Desde a descrição de Alois Alzheimer em 1907, pensou-se que havia uma destruição acelerada das células do cérebro e que se acumulavam muitas proteínas dentro e fora dos neurônios. Esses processos podem aparecer debilmente em anciãos, mas são intensos na DA. Tenta-se impedir o desenvolvimento do processo de involução celular e da formação de placas, já que é muito lento (superior a 30 anos) e poderia realizar-se um bom trabalho de prevenção obtendo resultados na investigação em andamento (CORREA, 1996). É uma patologia neurodegenerativa de progressão rápida, irreversível com destruições de neurônios, perda cognitiva e demência, a qual incapacita os idosos de realizarem o auto cuidado, dependendo assim de profissionais da Enfermagem e de familiares, para a realização dessas tarefas cotidianas como, por exemplo, alimentação e higienização. Foram demonstradas possíveis causas para a etiologia do Alzheimer, como a diminuição da acetilcolina presentes nos cérebros de clientes com essa doença provocando a falta de memória e cognição, depósito da proteína beta-ameloide formando placas, aparecimento de emaranhados neurofibrilares o qual é marca registrada no cérebro para a progressão da patologia e fatores genéticos que causam seu aparecimento precoce (PIVETTA, 2008; ROACH, 2003). Segunda Pivetta (2008) a Doença é a principal causa de demência entre os idosos, correspondendo por 60% dos casos. É uma síndrome caracterizada por declínio de memoria associado a déficit de pelo menos outra função cognitiva (linguagem, gnosias, práxis ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do individuo. O Alzheimer não prejudica apenas as funções cognitivas, mas também pode desenvolve distúrbios comportamentais, como agressividade, irritabilidade, hiperatividade, depressão e em um desenvolvimento muito avançado, pode apresentar sintomas psicóticos, como alucinações. Outros sintomas como a apatia, a lentificação da marcha e do discurso, a dificuldade de concentração, a perda de peso e insônia também podem acompanhar o avanço da doença. (SERENIKI e VITAL, 2008). À medida que a doença avança, os indivíduos necessitam, cada vez mais, de cuidados e de supervisão nas tarefas que antes realizam rotineiramente, sendo que a dependência tanto física quanto mental logo se torna uma realidade, uma vez que as suas capacidades cognitivas se tornam altamente comprometidas. (CAYTON, WARNER e GRAHAN, 2000) De acordo com Pereira (2006), é uma das principais doenças que causam problemas de memória, perda de habilidades motoras, problemas de comportamento e confusão mental. Normalmente o paciente afetado pelo Mal de Alzheimer não consegue efetuar habilidades simples como se vestir, cozinhar, dirigir o carro ou lidar com dinheiro. A memoria antiga, contendo fatos ocorridos há muitos anos na vida do individuo com a D.A, tende a ser preservada no principio, assim como os atos automáticos (CAOVILLA; CANINEU, 2002). Algumas alterações de memoria e de outras funções cognitivas ocorrem como consequência natural do envelhecimento. Essas mudanças, praticamente, podem ser diferenciadas da demência de acordo de acordo com sua significância funcional. Na demência, o declínio cognitivo resulta na perda da função, ou seja, no declínio das habilidades de administrar as responsabilidades em casa e no trabalho, nas atividades sociais ou mesmo nas atividades sociais ou mesmo nas atividades da vida diária. A demência de memória é causa necessária, mas não suficiente para o diagnóstico de demência, sendo necessário ainda o declínio em pelo menos outra área de função cognitiva. Para se tornar critérios de diagnóstico essas deficiências devem provocar dificuldadesno funcionamento social, ocupacional ou dia-a-dia. Estudos realizados em 1977 falam que em 10% das pessoas maiores de 65 anos sofrem de lesões cerebrais orgânicas que se relacionam com a senilidade. Destas lesões em 75% se diagnostica como DA e em 25% do restante se corresponde com alterações cerebrais produzidas por infartos múltiplos (ARAÚJO et al., 2001). No mundo, de acordo com Pereira (2006), existem 18 milhões de idosos que sofrem com demência, 61% desses números estão em países do terceiro mundo. Daqui a 25 anos serão em torno de 34 milhões de idosos nessas condições e a esmagadora maioria, cerca de 71%, nos países de terceiro mundo. Nos dias atuais, no Brasil, são 1,2 milhão de idosos com maior ou menor grau de demência. Sabe-se que muitos idosos padecem em clínicas públicas ou particulares e até mesmo em suas residências com a Doença de Alzheimer. São as teorias mais recentes e estudadas atualmente, são baseadas na constatação de vários casos de transmissão genética dentro de certo número de famílias. Investigadores identificaram a maioria dos genes responsáveis pela DA de começo cedo. Estes se encontram no cromossomo 14 (responsável em 70% dos pacientes com cedo desenvolvimento), cromossomo 1 (cerca de 25% dos casos) e cromossomo 21 (5%), segundo Araújo et al. (2001). Demência é o termo médico para denominar as disfunções cognitivas globais. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência no mundo todo, abrangendo mais de 50% dos casos. A maioria dos casos remanescentes é atribuída a Acidente Vascular Cerebral (AVC) (demência vascular) ou combinação de AVC mais doença de Alzheimer (demência mista). Para Corrêa (1996), a demência do tipo Alzheimer é definida pela CID-10 como uma doença cerebral degenerativa primária de etiologia desconhecida, com aspectos neuropatológicos e neuroquímicos característicos. Usualmente é de natureza crônica ou progressiva, na qual há perturbação de múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e julgamento. Os comprometimentos de função cognitiva são normalmente acompanhados, e casualmente precedidos, por deterioração no controle emocional, comportamento social ou motivação. Segundo Machado (2002), pode ser definida como uma síndrome caracterizada pelo comprometimento de múltiplas funções corticais superiores. Entre os déficits cognitivos, incluem-se os da memória, do pensamento, da orientação, da compreensão, da linguagem, do cálculo, da capacidade de aprendizagem, do pensamento abstrato e do julgamento. A deterioração não é necessariamente difusa nem global e o comprometimento das funções cognitivas usualmente é acompanhado e, às vezes, antecedido por alterações psicológicas, do comprometimento e da personalidade. Em essência, a Doença de Alzheimer é o resultado do mau funcionamento do cérebro provocado pela má configuração de duas proteínas chamada amiloide beta e tau. Não possui causa conhecida pela ciência podendo evoluir para demência profunda num período de cinco a dez anos e, por se tratar de uma doença progressiva caminha para incapacidade completa e morte do indivíduo, que na sua maioria morre de quatro a dez anos após diagnóstico. (BASTOS et al., 2003). FATORES DE RISCO QUE PODEM OCASIONAR A DOENÇA Um fator de risco muito importante relacionado a doença é a idade, onde é impressionante relação entre idade do individuo e a probabilidade de vir a desenvolver a DA é uma características mais óbvias dessa doença. A DA é relativamente incomum em indivíduos com idade entre 65 e 69 anos, sendo sua incidência, porém mais do que dez vezes maior em pessoas com idade acima de 80 anos. Uma combinação de fatores pode causar o desencadeamento: Idade: quanto mais avançada à idade, maior a porcentagem de idosos com demência. Aos 65 anos, a cifra é de 2-3% dos idosos, chegando a 40%, quando se chega acima de 85-90 anos. Outro fator a ser citado é a idade materna, onde filhos que nasceram de mães com mais de 40 anos, podem ter mais tendência a problemas demenciais na terceira idade. O fator sexo também é desencadeante. Alguns estudos têm sugerido que a doença afeta mais as mulheres do que os homens. No entanto, isto pode ser induzir em erro, porque as mulheres, enquanto grupo, vivem mais tempo do que os homens. Isto significa que se os homens vivessem tanto tempo como as mulheres, e não morresse de outras doenças, o número afetado pela doença de Alzheimer seria sensivelmente igual ao das mulheres. Fatores genéticos/hereditariedade também são estudados, onde para um número extremamente limitado de famílias, a doença de Alzheimer é uma disfunção genética. Os membros dessas famílias herdam de um dos pais a parte do DNA (a configuração genética) que provoca a doença. Em média, metade das crianças de um pai afetado vai desenvolver a doença. Para os membros dessas famílias que desenvolvem a doença de Alzheimer, a idade de incidência costuma ser relativamente baixa, normalmente entre os 35 e os 60. A incidência é razoavelmente constante dentro da família. Fatores genéticos/hereditariedade: Para um número extremamente limitado de famílias, a doença de Alzheimer é uma disfunção genética. Os membros dessas famílias herdam de um dos pais a parte do DNA (a configuração genética) que provoca a doença. Em média, metade das crianças de um pai afetado vai desenvolver a doença. Para os membros dessas famílias que desenvolvem a doença de Alzheimer, a idade de incidência costuma ser relativamente baixa, normalmente entre os 35 e os 60. A incidência é razoavelmente constante dentro da família. Traumatismos cranianos também é fator de risco. Tem sido referido que uma pessoa que tenha sofrido um traumatismo craniano severo corre o risco de desenvolver doença de Alzheimer. O risco torna-se maior se, na altura da lesão, a pessoa tiver mais de 50 anos, tiver um gene específico (apo E4) e tiver perdido os sentidos logo após o acidente. Outros fatores: Não se chegou ainda à conclusão se um determinado grupo de pessoas, em particular, é mais ou menos propenso à doença de Alzheimer. Raça, profissão, situações geográficas e socioeconômicas, não determinam a doença. No entanto, há já muitos dados que sugerem que pessoas com um elevado nível de educação tenham um risco menor do que as que possuem um nível baixo de educação. Além da idade, há outros fatores de risco importante para a DA como o histórico familiar de DA e a presença de uma forma especifica de gene para a substancia denominada apo lipoproteína. Que também são fatores de risco definitivo para essa doença. Vários fatores de risco foram implicados no desenvolvimento da doença. Apesar de nenhum deles poder predizer com certeza o desenvolvimento da doença a informação pode ser clinicamente significativa e importante para o esforço da pesquisa. Descobriu-se uma ligação entre o cromossoma 21 e a doença de Alzheimer. Uma vez que a síndrome de Down é causada por uma anomalia neste cromossoma, muitas crianças com a síndrome de Down virão a desenvolver a doença de Alzheimer, se alcançar a idade média, apesar de não manifestarem todo o tipo de sintomas. A pesquisa também implica que os níveis elevados de colesterol, pressão arterial, diabetes, depressão, obesidade estilo de vida fatores ligados a doenças cardíacas e acidente vascular cerebral, pode ainda aumentar o risco de desenvolver a doença. É provável que controlar essas condições possa diminuir o risco de desenvolver o Alzheimer. Assim como em qualquer doença com algum componente genético, a história familiar de DA geralmente aumenta a probabilidade de a pessoa desenvolver a doença. No entanto, a relação entre a história familiar e probabilidade da DA é afetada pela idade da doença em um membro da família que tenha sofrido dela: uma idade inicial relativamente jovem para esse mal indica um componente genético mais forte. Ou seja, família que tenha pai ou mãe com a DA teria uma probabilidade de 50¢de também desenvolver adoença. Essas linhagens são extremamente raras e se caracterizam por idade bastante precoce de inicio da DA, situando-se algumas vezes essa idade em menos de 50 anos. COMO É FEITO O DIAGNOSTICO DA DOENÇA Expor o diagnostico da doença de Alzheimer é praticamente um desafio, por várias razões, porque para muitas pessoas esse mal traz consigo conotações profundamente negativas, significando senilidade, perda de controle e dependência total. Porque o diagnostico quase nunca pode ser declarado definitivo, a conversação torna-se ainda mais complicada diante da incerteza desta afirmação: “Provavelmente se trata de doença de Alzheimer”. Além disse, o próprio individuo afetado em geral nega a existência de qualquer problema, podendo ser então capaz de entender ou reter informações relevantes que lhe seriam passadas pelo médico. O diagnóstico é feito por exclusão de outras doenças assim como pelo exame minucioso do estado físico e mental desse paciente. Incluem também exames de sangue, ressonância magnética, tomografia computadorizada, biópsia do tecido cerebral (BASTOS et al., 2003). Avaliação de memória, da linguagem, das funções executivas, avaliação das funções visuo-perceptivas avaliações da atenção, habilidades construtivas, conceituação e abstração, avaliação das praxias. (NITRINI et al., 2005). Segundo Neto et al. (2005), existem alguns critérios para o diagnóstico clinico de doença de Alzheimer, que auxiliam na verificação da probabilidade da mesma, entre estes critérios estão o déficits em duas ou mais áreas da cognição, demência estabelecida por exame clínico, inicio entre os 40 e 90 anos, ausência de doenças sistêmicas ou outras doenças cerebrais que podem provocar declínio progressivo de memória e cognição, ausência de distúrbio da consciência e piora progressiva da memória e outras funções cognitivas. O diagnostico de demência exige, necessariamente, a ocorrência de comprometimento da memoria embora essa função possa estar relativamente preservada nas fases iniciais de algumas formas de demência (CARAMELLI; BARBOSA, 2002). A demência do tipo Alzheimer caracteriza-se por um diagnóstico clínico e patológico combinado, que só pode ser atingido de forma definitiva quando um paciente satisfaz os critérios clínicos e apresentam na biópsia cerebral ou exame post mortem as alterações histológicas da doença (inúmeras placas neuríticas e emaranhadas neurofibrilares no hipocampo e neocórtex), segundo (CHAVES, 2000, p. 88) Quando os médicos diagnosticam a doença, estão de fato indicando que o paciente atende aos critérios clínicos para o diagnóstico de doença de Alzheimer provável. A união do exame físico e neuropsicológico, com os dados levantados pelo enfermeiro, é primordial para um diagnostico de Alzheimer preciso (cerca de 90%), mostrando nitidamente um dos importantes papéis desempenhado pela Enfermagem (ROACH, 2003). A patologia é um processo natural do envelhecimento, mas um transtorno mental caracterizado por uma atrofia cerebral, que apresenta configuração cerebral com sulcos corticais mais largos e ventrículos cerebrais maiores do que o esperado pelo processo normal de envelhecimento, demonstrado a partir de Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM) (APA, 2002). O exame macroscópico do cérebro na DA revela atrofia mais proeminente nas regiões frontais, temporais e parietais; afetando, sobretudo as áreas corticais associativas (CARAMELLI, 2000). É possível também visualizar alterações histopatológicas com o exame microscópico, que podem incluir perda neuronal e degeneração sináptica intensa, principalmente nas camadas piramidais do córtex cerebral, estruturas límbicas e os córtices associativos; com relativa preservação das áreas corticais primárias (motora, somatosensitiva e visual) (Caramelli, 2000). O exame microscópico aponta para a presença de lesões principais como placas senis e emaranhadas neurofibrilares, degeneração granulovascular, glicose astrocítica e angiopatia amilóide. A presença de corpúsculos de Lewy nos neurônios corticais ocorre ocasionalmente na doença (APA, 2002). Segundo Doroteas Cuevas Fracalanza (1998), Diferentemente do câncer, cujo diagnostico é evidente pelos exames laboratoriais, a Síndrome de Alzheimer não fornece claros sinais de sua chegada ao cérebro de uma pessoa. Há certa fluidez nessa chegada, que começa a desequilibrar em extrema câmara lenta a vida do paciente e, por extensão, a de seus familiares, com ênfase maior em sua linha de descendência. Surge uma região psicológica que vai ser tornando cada vez mais cinzenta, parda, semeando dúvidas e inquietações no âmbito de toda a organização familiar. Certos achados em tais exames, especialmente a atrofia ou perda do volume do hipocampo, podem corroborar o diagnóstico de doença de Alzheimer; entretanto, não há achados específicos indicativos da doença de Alzheimer observáveis em qualquer dos procedimentos de imagem. O objetivo primordial de se incluir a imagem cerebral na avaliação é procurar evidências de um diagnóstico alternativo, tal como doença vascular ou hidrocefalia de pressão normal (HPN). Atualmente, o diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer somente se pode fazer após exame cuidadoso do tecido cerebral. Tal exame só pode ser feito com tecido obtido após o óbito, durante a autópsia, ou mediante biópsia (amostragem) do tecido cerebral do paciente vivo. A biópsia cerebral raramente se realiza. Portanto, o diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer raramente se torna possível antes do óbito do paciente. (DR. PAUL S. AISEN, 2001) Atualmente, o diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer somente se pode fazer após exame cuidadoso do tecido cerebral. Tal exame só pode ser feito com tecido obtido após o óbito, durante a autópsia, ou mediante biópsia (amostragem) do tecido cerebral do paciente vivo. A biópsia cerebral raramente se realiza. Portanto, o diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer raramente se torna possível antes do óbito do paciente. (DR. PAUL S. AISEN, 2001) Existem três possibilidades para um diagnóstico da doença de Alzheimer: doença de Alzheimer possível, provável e definitiva. Doença de Alzheimer possível: O diagnóstico da doença de Alzheimer possível baseia-se na observação de sintomas clínicos e na deterioração de duas ou mais funções cognitivas (por exemplo, memória, linguagem ou pensamento) quando existe uma segunda doença que não seja considerada como causa de demência, mas que torna o diagnóstico da doença de Alzheimer menos certo. Doença de Alzheimer provável: O diagnóstico é classificado de provável com base nos mesmos critérios utilizados no diagnóstico da doença de Alzheimer possível, mas na ausência de uma segunda doença. Doença de Alzheimer definitiva: A identificação de placas e entrançados característicos, no cérebro, é a única forma de confirmar, com certeza, o diagnóstico da doença de Alzheimer. Por este motivo, o terceiro diagnóstico, determinante da doença de Alzheimer, só pode ser efetuado através de biopsia ao cérebro ou depois da autópsia. Estudo recente desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard descreveu um exame que utiliza um colírio comumente usado para distinguir pacientes com a doença de Alzheimer de outros. O colírio contém uma medicação anticolinérgica (ou seja, a droga bloqueadora do efeito da acetilcolina), que dilata a pupila ocular do individuo. Pacientes com doença de Alzheimer são, em geral, anormalmente sensível ás medicações anticolinérgicas, pois o próprio processo patológico defleta a acetilcolina cerebral (a acetilcolina é o medidor químico mais importante da memória, como se vê abaixo). Os pesquisadores descobriram que os pacientes com doença de Alzheimer apresentavam maior dilatação pupilar do que os outros do estudo, sugerindo que a resposta ao colírio pode ser útil param se estabelecer o diagnóstico da doença de Alzheimer. Essa pesquisa atraiu muita atenção, pois há, com certeza, necessidade de melhoresferramentas diagnosticas e o exame do colírio é rápido e fácil de executar. Entretanto, antes de qualquer exame diagnóstico sugerido ser aceito e incorporado ás práticas médicas, sua utilidade deve ser confirmada por vários estudos em cenários diferentes. Todavia ainda não foi criada uma prova definitiva para diagnosticar a DA em pacientes mostrando sinais de demência. Um exame de sangue para o gene Apo E4 pode ser útil em pacientes que tem sintomas de Alzheimer para poder concluir o diagnóstico, porém, um resultado positivo não pode ser considerado um diagnóstico definitivo (SELMES, 1990). Ainda não existe tratamento que possa curar ou reverter à deterioração causada pela Doença de Alzheimer, as opções disponíveis visam aliviar as alterações de comportamento, déficits cognitivos por meio da utilização de medicação (BOTTINO et al., 2002). O tratamento farmacológico recebeu grande impulso, depois da introdução de anticolinesterásicos como o donepezil, rivastigmina, epstatigmina e galantamina (BOTTINO et al., 2002) que fazem parte da segunda geração desses medicamentos que tendem retardar a progressão da doença e melhorar as funções cognitivas (CALIMAN e OLIVEIRA, 2005). FASES DA DOENÇA DE ALZHEIMER Segundo o Dr. Dráuzio Varella (2011) de acordo com a intensidade do quadro degenerativo há três estágios clínicos: leve, moderado ou grave. Existe grande variabilidade na duração desses estágios. Em alguns casos os sintomas evoluem lentamente possibilitando a manutenção de níveis funcionais razoáveis por muitos anos; em outros, a deterioração é mais rápida, mas ocorre em velocidade constante; em outros, ainda, a doença evolui em surtos de piora seguidos de fases de estabilidade que chegam há durar um ano ou mais. A perda da memoria pode afetar a capacidade de realizar as atividades diárias, como fazer compras, cozinhar ou ir a um compromisso. Relembrar eventos com o paciente ou dizer o nome do amigo num encontro social pode ser muito útil. Na pesquisa do Dr. Dráuzio Varella (2011), os estudos mostram que a duração de cada estágio também é extremamente variável. Em média, o primeiro estágio tem duração de 2 a 10 anos; o segundo, de 1 a 3 anos; e o terceiro, de 8 a 12 anos. Estágio leve: O primeiro estágio costuma distinguir-se por dificuldades moderados de memória, tais como o esquecimento de nomes e de números de telefone, mas dada à natureza sutil destes problemas, pode não ser prontamente detectável. A pessoa em razão pode, por constrangimento ou por receio, tentar evitar que os outros percebam. Da mesma forma, os familiares, ou os amigos, podem tentar subestimar a seriedade do problema, talvez devido à crença de que o esquecimento é uma decorrência natural do envelhecimento. Apesar disso, os problemas de memória percebidos pelos pacientes mais jovens têm menor possibilidade de passar despercebidos, em particular se essas pessoas ocuparem um posto, no qual precisem usar a memória. A doença começa, geralmente, entre os 40 e 90 anos. No começo são os pequenos esquecimentos, normalmente aceitos pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que vão agravando gradualmente. Consciente destes esquecimentos, o indivíduo pode se tornar confusos e por vezes agressivos causando mudanças de humor, de personalidade, distúrbios de conduta e chegando até não conhecer a si mesmo diante do espelho gerando um quadro de ansiedade e depressão. O paciente de Alzheimer pode estar totalmente orientado em relação á data e a localização espacial exata e consigo mesmo. As relações de tempo (quanto a eventos realmente aconteceram), no entanto, podem estar levemente alteradas. Por exemplo, um paciente em estágio leve de Alzheimer pode preparar-se para um compromisso horas ou até mesmo dias antes da data programada. Ele também pode reiteradamente perguntar pelo horário de um evento social que está por acontecer. A orientação espacial no ambiente familiar, em geral, é muito boa, podendo ocorre leves dificuldades em ambientes não familiares, sendo possível que o paciente tenha dificuldade de se locomover a outro lugar fora de seu bairro. Segundo Dr. Deborah b. Marin e Jennifer Hoblyn (2007), no estágio leve da doença de Alzheimer, a perda da memória geralmente se restringe a eventos recentes, enquanto a lembrança de eventos passados é preservada. Esse problema de memória faz com que o paciente de Alzheimer faça repetidamente a mesma pergunta. O individuo pode lembrar-se muito bem de alguns eventos ou recordar-se de partes deles, os problemas ocorrem em função de uma alteração na capacidade do cérebro para aprender novas informações, como numero de telefone, o nome ou local de um compromisso. A dificuldade é posteriormente agravada com problemas concomitantes com a atenção. Uma combinação destes problemas pode conduzir a dificuldades em exercer tarefas que impliquem vários sub estágios, e até mesmo em seguir o curso de uma conversa, que, possivelmente, numa situação de trabalho não passaria despercebida por muito tempo. Outra implicação é que o paciente dá por si próprio à procura de palavras, na prática, apesar disto não afetar o interesse da pessoa em comunicar, tende a usar palavras mais simples e frases curtas. Por fim, os pacientes começam a ter problemas com a representação abstrata. O dinheiro, por exemplo, perde a sua figura simbólica, o que faz com que alguns bens ou serviços sejam pagos mais do que uma vez. Os problemas acima aludidos podem ser mais ou menos evidentes, dependendo de um número de fatores, tais como o trabalho do paciente, a família, o estilo de vida e a personalidade. Este estágio pode tornar-se muito desgastante para o paciente, se ele perceber o que está acontecendo. Estagio Moderado: No segundo estágio, o agravamento dos sintomas leva, comumente, os pacientes a desistirem do seu emprego e a deixarem de conduzir. Em decorrência disto, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros. No estagio moderado da doença de Alzheimer, a rememoração de eventos recentes é mais limitada. Nesse ponto, o individuo quase que certamente não se lembra de conversas ou atividades recentes. Em geral, apenas o material de alto registro é retido, como por exemplo, a data e o local de nascimento. O paciente pode não se lembrar de sempre do nome ou da identidade de familiares e amigos de longa data. Essa perda de memoria causa grande preocupação nas pessoas próximas ao paciente. Nesse estágio, a recomendação de experiências agradáveis pode ser muito terapêutica para o paciente. Essas interações oferecem uma oportunidade de se concentrar em lembranças que tem maior probabilidade de estar intactas. Os problemas de memória acentuam-se, com dominação de afecção para a lembrança de eventos recentes e afastados, embora a memória para acontecimentos remotos permaneça ilesa por mais tempo. Uma consequência disto é que, ao ver os seus netos, alguns pacientes lembram-se de parentes que já faleceram o que pode os perturbar e levar os outros a pensar que são incapazes de diferenciar entre o vivo e o morto. A perda de memória pode levar os pacientes a pensarem que os seus familiares e amigos já não os visitam há muito tempo quando, de fato, acabaram de sair. Acresce o fato dos pacientes terem, repetidamente, dificuldade em reconhecer a sua própria família, uma vez desaparecida a associação entre o rosto e o nome. Segundo Dr. Deborah b. Marin e Jennifer Hoblyn (2007): No estágio moderado, o paciente de DA muitas vezes perde a noção de tempo e frequentemente não sabe em que dia, mês ou ano está. A desorientação em relação ao tempo pode-se manifestar como se a pessoa estivesse vivendo em um período anterior de sua vida, podendo acreditar que parentes falecidos ainda estejam vivos e que os filhos adultos ainda sejam crianças. O estágio moderado caracteriza-se pelo agravamento dos sintomas apresentados na fase inicial, podendo ocorrer outras manifestações, como dificuldade em reconhecer familiares e ambientes conhecidos e necessidade de maior ajuda ao executar as tarefasde rotina por perder a capacidade de funcionar de um modo independente, tornando-se dependente de um cuidador (MAGNIÉ, 1998). Nesse estagio a dificuldade de encontrar a palavra certa é mais perceptível. A fala da pessoa é menos espontânea e complexa. Como a qualidade da fala é menor, a pessoa pode parecer retraída. A Substituição de palavras começa a se tornar mais comum: por exemplo, a expressão “a coisa que marca o tempo” pode ser usada para “relógio”. Às vezes a pessoa pode ter dificuldades de entendimento. Como as frases usadas com frequência podem não ser afetadas, o paciente pode usá-las muito nas suas conversas. De um modo geral, nessa fase se observa diminuição dos movimentos superiores ao andar, instabilidade postural, emagrecimento, fala repetitiva, dificuldades motoras e perambulação durante o dia e a noite. Pode ocorrer incontinência fecal e urinária. Instalam-se as afasias (perda de expressão pela fala e pela escrita), as apraxias (incapacidade de executar movimentos) e as agnosias (perda do reconhecimento perceptivo, auditivo, visual, tátil, etc.) (SAYEG et al., 1993; MAGNIÉ, 1998). Segundo Dr. Ananya Mandal (2014): Os problemas de Memória tornam-se mais severos e o paciente pode mesmo não reconhece membros da família ou amigos. Outros sintomas incluem: Comportamento obsessivo, repetitivo, desilusão, problemas do discurso e de língua, desorientação, tendência esquecer onde estão ou porque, sono interrompido, balanços de humor e sentimentos crescentes da ansiedade e da depressão julgamento deficiente da distância, visão deficiente e alucinação. Por esta fase, o paciente exige geralmente o auxílio do dia a dia com tarefas de execução tais como a lavagem, o pinga mento, comer e usar do toalete. Os problemas de linguagem aparecem mais assinalados, incluindo a incapacidade para compreender a palavra falada e escrita, assim como a dificuldade em falar e escrever. Neste estádio, não é invulgar que os pacientes repitam constantemente as mesmas palavras ou frases. O paciente é completamente incapaz de aprender e reter novas informações. A pessoa se torna cada vez mais dependentes de terceiros, iniciam-se as dificuldades de locomoção, a comunicação se inviabiliza e passam a necessitar de cuidados e supervisão integral, até mesmo para as atividades elementares do cotidiano como alimentação, higiene, vestuário, etc. Inicia perda do controle da bexiga (incontinência). Estagio grave: No terceiro estádio, pode-se falar que o paciente padece de demência grave, as funções cognitivas desapareceram quase por completo. O paciente perde a competência de perceber ou utilizar a linguagem e pode facilmente reproduzir os finais das frases, sem compreender o sentido das palavras. A incontinência passa a ser total, e perde-se a capacidade para andar, sentar, sorrir e engolir. O doente está cada vez mais vulnerável a uma pneumonia, e corre o risco de fazer feridas de decúbito, caso não seja regularmente arrumado. Tornam-se intransigentes, perdem os reflexos aos estímulos, e podem-se tornar agitados e irritáveis. Um acompanhamento constante é claramente necessário. Entretanto, apesar do agravamento dos sintomas neste estádio, os pacientes ainda costumam responder bem ao toque e a vozes delicadas dos familiares. No estagio grave, o individuo sente dificuldades em terminar uma frase. A fala, em geral, é difícil de entender e não esta necessariamente relacionada a eventos do momento. O paciente nesse estagio pode comunicar-se melhor de modo não verbal. Os pacientes podem apresentar um padrão da fala caracterizado por ecolalia, isto é, a repetição daquilo que escutou, ou paliativa, isto é a repetição varias vezes de sons ou palavras. O paciente apresenta também uma grande dificuldade com a memória de longo prazo. O individuo tem mais probabilidade de esquecer o nome de pessoas que conhece já há muitos anos. Por outro lado, uma interação carinhosa (por exemplo, segura as mãos do paciente, cantar ou conversar sobre assuntos amenos) está geralmente associada a uma resposta positiva do paciente. Ele é incapaz de dizer a data correta, precisando de ajuda constante para voltar a casa. O paciente pode responder quando é chamado pelo nome, mas tem dificuldade em repeti-lo. O reconhecimento de membros da família é primordialmente não verbal. Nesse estágio, manter um ambiente constante em casa e conversar as rotinas diárias é calmante para o paciente. Esses estágios podem ser subdivididos em sete outros, com as seguintes características: Pré-clínico: silencioso; sem perda cognitiva observável; Transtorno cognitivo leve: primeiras evidências de perda cognitiva; Forma leve: esquecimentos; familiares e amigos notam o problema; Forma moderada: confusão mental; agitação; ansiedade; apatia; Forma moderadamente grave: não consegue lidar com afazeres pessoais; desorientação no tempo e espaço; dependência; Forma grave: necessita de cuidados em tempo integral; incontinência urinária e fecal; delírios; obsessões; frequentemente requer internação; Forma muito grave: perda da fala; incapacidade de locomoção; perda da consciência. Segundo Elizabeth Fine e Deborah B. Marin (2007): Delirium é um estado de disfunção cerebral generalizada, causada por problema clinico ou físico agudo. É particularmente comum em pacientes com transtorno mental crônico subjacente, como a DA. A maioria ou praticamente todos os pacientes com a DA sofrem surtos repetidos de delirium durante o curso da enfermidade. Portanto, é importante que os cuidadores, familiares e médicos conheçam as características típicas do delirium. Outros sintomas incluem: Absorção da Dificuldade; Mover-se Difícil ao redor independente; Perda de Peso; Incontinência; Perda do Discurso; Diminuição Significativa na memória de curto e em longo prazo. No estágio grave da doença, o paciente perde gradualmente todas as esferas de orientação. Ele é incapaz de dizer a data correta, precisando de ajuda constante para voltar a casa. O paciente pode responder quando é chamado pelo nome, mas tem dificuldade em repeti-lo. O primeiro indício é geralmente um controle menor na memória, com uma tensão individual perder sobre uma conversação recente, o acontecimento ou o nome de um objeto ou de um lugar, por exemplo. Gradativamente, os problemas de memória agravam-se e outros sintomas começam tornar-se como a confusão, a agressão acrescida ou as outras mudanças da personalidade. O indivíduo afetado pode igualmente experimentar alucinação e dificuldade com língua e discurso. Enquanto a circunstância se agrava, o paciente eventualmente encontra difícil mover-se ao redor independente e torna-se dependente dos cuidadores em sua vida do dia a dia. Os Sinais eventualmente tornam-se severos e podem-se ser extremamente estressantes para o paciente e sua família e amigos. A alucinação e o pensamento delusório podem agravar-se, com o paciente que se torna agressivo e suspeito dos povos em torno deles. Nesta fase, os pacientes repetidamente se levantam um perigo e exige-nos o cuidado a tempo completo outros sintomas incluem: Absorção da dificuldade mover-se difícil ao redor independente, perda de peso, incontinência, perda do discurso, diminuição, significativa na memoria curto e em longo prazo e negligência da higiene pessoal. Enquanto a doença de Alzheimer se espalha por meio do córtex cerebral (a camada exterior do cérebro), a capacidade de crítica e julgamento cai, crises emocionais podem ocorrer e a linguagem se afeta. A progressão da doença acarreta à morte de maior parte de tecido nervoso, proporcionando significativas mudanças do comportamento, tais como vaguear sem rumo e agitação. PREVENÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Determinados fatores podem auxiliar a variação do curso do mal de Alzheimer, apesar de não existir um estilo integralmente eficaz de prevenção, esses fatores auxiliam a combater o envelhecimento do cérebro. Pessoas com alto grau de escolaridade e atividade intelectual intensa exibem sintomas apenas quando as lesões cerebraisestão em um estágio mais avançado do que em pessoas com baixa escolaridade. Isso quer dizer que em pessoas com maior atividade intelectual é necessária uma maior perda de neurônios para que apareçamos mesmos sintomas de pessoas com menor atividade intelectual (BERTOLUCCI, 2001; VITÓRIA E PAIVA, 2001). Oliveira (2012), afirma que uma vida ativa é essencial para a saúde mental e que idosos ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais, incluindo as demências, como o Alzheimer. Levar uma vida ativa, praticando atividades físicas ajuda a retardar o avanço desta doença, a prolongar a autonomia destes idosos e a melhorar suas capacidades funcionais. Segundo Ellen White (2005): O exercício facilita a perda sustentável de peso, melhora a postura e a aparência. Também reduz o risco e a progressão de doenças cardíacas, do diabetes, de câncer e do mal de Alzheimer, bem como de morte prematura. O exercício aumenta a flexibilidade do corpo, fortalece ossos e juntas, protege contra fraturas e constrói músculos saudáveis. O preparo físico facilita a recuperação. Refletimos sobre as vantagens físicas do exercício, uma boa caminhada no parque ou uma corrida em volta do quarteirão melhora o aprendizado, a memória e o funcionamento da mente de modo geral. Também alivia muito o estresse e aperfeiçoa a saúde psicológica. Diminui o risco de depressão e aumenta a autoestima dos que se exercitam. Segundo Masumoto et. al. (2010), praticar exercícios pode aumentar os níveis de neurotransmissores, melhorando assim a atividade cognitiva em indivíduos com prejuízo mental. A ação da prática de atividades físicas também pode ser preventiva, pois auxilia no tratamento de danos traumáticos cerebrais, principalmente em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, estimulando a neurogênese e a plasticidade cerebral. A atividade física é essencial para o ser humano, pois promove bem-estar, garantindo melhora na qualidade de vida, aumentando a autoestima, as capacidades físicas, motoras e sociais. As funções cognitivas também são melhoradas com as atividades físicas, principalmente a atenção, percepção, raciocínio e a memória. De acordo com Antunes et al. (2006), atividades físicas influenciam na função cognitiva, aumentando a velocidade de processamento cognitivo através do aumento do fluxo sanguíneo cerebral, aumentando assim a oxigenação do cérebro. Os exercícios físicos também promovem o aumento dos níveis de neurotransmissores e a melhora na flexibilidade mental e tensional nos idosos. A BUSCA PELA CURA DA DOENÇA DE ALZHEIMER Buscar a cura da doença de Alzheimer é uma ambição mais do que válida para a pesquisa médica. Mas, no curto prazo, talvez seja mais realista pensar em formas de retardar a progressão das lesões cerebrais que levam ao Alzheimer e de postergar o máximo possível o aparecimento dos problemas cognitivos que, aos poucos, reduzem a qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, a medicina reduziria o período de morbidade da doença. “Se conseguirmos atrasar em dez anos o aparecimento dos sintomas clínicos da doença de Alzheimer, isso equivalerá a praticamente não ter a doença para muitos idosos”, explica o neurologista Ricardo Nitrini, da FMUSP (2011), outro autor do estudo. Infelizmente, a administração de drogas anticolinérgicas para tratar os sintomas extrapiramidais geralmente resulta na piora da função cognitiva, principalmente quando há um déficit colinérgico pré-existente o que se constata nos pacientes com doença de Alzheimer. Por isso, sempre é preferível tratar os efeitos colaterais extrapiramidais da medicação neuroléptica. Cada uma dessa característica pode também estar presente na doença de Alzheimer, podendo, portanto ser difícil distinguir-se entre esses dois tipos de demência baseando-se somente na história clínica e nos exames. É difícil a luta contra a doença Alzheimer, visto que do momento em que surgem as lesões iniciais no cérebro até o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos da perda de cognição, mais de uma década pode ter transcorrido. O diagnóstico final da D.A ainda é possível apenas através de uma autópsia do cérebro para procurar as alterações anatômicas típicas da doença. Clinicamente, antes da realização da autópsia, é impossível ter 100% de certeza de que um idoso sofre de Alzheimer (PIVETTA, 2008). Busca a cura da doença de Alzheimer é uma ambição mais do que válida para a pesquisa médica. Mas, no curto prazo, talvez seja mais realista pensar em formas de retardar a progressão das lesões cerebrais que levam ao Alzheimer e de postergar o máximo possível o aparecimento dos problemas cognitivos que, aos poucos, reduzem a qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, a medicina reduziria o período de morbidade da doença. “Se conseguirmos atrasar em dez anos o aparecimento dos sintomas clínicos da doença de Alzheimer, isso equivalerá a praticamente não ter a doença para muitos idosos”, explica o neurologista Ricardo Nitrini, da FMUSP (2011), outro autor do estudo. Segundo Elizabeth Fine e Deborah B Marin (2007): Pequenos avanços têm sido feitos na identificação de tratamentos que retardem o curso da DA. Portanto, a questão de quando devemos iniciar a terapêutica torna-se bastante relevante. Presumivelmente, quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, melhor o prognóstico. Mas o tratamento precoce depende dos avanços da ciência no diagnostico da doença. Atualmente, um diagnostico de DA só se faz quando o paciente já tenha sintomas claros pelo menos cognitivos, havendo já comprovação da evolução da doença. Ainda não existe tratamento que possa curar ou reverter os estragos causados pela doença, as opções disponíveis visam avaliar as alterações de comportamento, déficits cognitivos por meio da utilização de medicamentos. (BOTTINO et at., 2002). A FAMÍLIA E OS DIREITOS DAS PESSOAS COM ALZHEIMER A FAMÍLIA DIANTE DA DOENÇA Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz, 2001), aceitar a nova realidade será um processo construído aos poucos a partir do convívio com a nova situação e das adaptações graduais que serão realizadas. Aos poucos, aceitando o processo de adoecimento e enfrentando o dia a dia, os sintomas e obstáculos, muitas alternativas são vislumbradas e novas relacionamentos estabelecidos. Além de um tempo de adaptação, os familiares-cuidadores precisam de informação, reflexão sobre escolhas e decisões e apoio emocional e social. O principal motivo pelo qual as famílias optam por não revelar o diagnóstico é visando a preservar o paciente da realidade de perdas que a doença implica. Em outras palavras, famílias costumam ser contrárias à revelação do diagnóstico de DA ao paciente para evitar consequências emocionais negativas, como por exemplo, reações depressivas. Tais reações de fato podem acontecer, principalmente quando o paciente ainda está com a crítica preservada e, portanto, consegue entender sobre sua situação e as repercussões negativas da doença. (ABRAZ, 2001) A família tem que ter o cuidado de explicar ao paciente sobre sua condição em linguagem simples, para garantir o entendimento, e, também, repetir a informação do diagnóstico no dia a dia, visando ao registro e aproveitamento do dado. Assim, outra desvantagem à revelação é o fato de que não é garantido que a compreensão do paciente sobre sua condição aconteça. (ABRAZ, 2001) A assistência domiciliar á saúde é uma categoria da atenção domiciliar á saúde que pode ser também denominada atendimento ou cuidado domiciliar e baseia-se na plena interação do profissional com o paciente, sua família e com cuidador, quando esse existe. Ela constitui um conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas, desenvolvidas em domicílio, e pode ser instrumentalizada pela visita ou internação domiciliar (GIACOMOZZI, 2007, p.646). A noticia sobre o diagnóstico de doença de Alzheimer está sempre associado à ansiedade e desconforto, e perguntas sem resposta vêm agravar ainda mais a situação, por trazerem descontentamentoe frustração. Quando o médico chega ao diagnóstico de doença de Alzheimer provável, as condições e planos são expostos ao paciente e á sua família. Obviamente, é importante que o médico se dirija diretamente ao paciente, nunca se reportando a ele pela terceira pessoa. Depois de uma exposição adequada sobre o diagnóstico, o paciente e a família podem então começar a planejar adequadamente a assistência ao doente, com medidas de segurança e opções de tratamento. Após a reação inicial negativa da notícia do diagnóstico, os pacientes informados sobre a sua condição tendem a aceitar a doença e se colocarem em uma posição de enfrentamento do processo de adoecimento, contribuindo para uma melhor adesão ao tratamento. Há a tendência à percepção e ao reconhecimento das dificuldades e à maior aceitação de cuidados e regras envolvendo proteção e redução de riscos. Quando o paciente sabe sobre a doença, ele pode participar antecipadamente e em conjunto com a família de decisões e preparação do futuro de maneira compartilhada. O comprometimento de memória, como qualquer outro aspecto cognitivo e de comportamento no âmbito dessa doença, não pode ser controlada pelo paciente. E prejudicial, ao invés de útil, que os amigos e familiares critiquem o paciente por essas deficiências. Os familiares sempre perceberam que seus parentes com doença de Alzheimer podem tornar-se excessivamente irritados quando confrontados com a perda da memória. Para o idoso, o contato com a família tende a ser a principal fonte de convívio e satisfação a partir de interação social, diante das dificuldades dos idosos com Alzheimer, pode parecer que as alternativas de contato fiquem limitadas a ponto de inviabilizar o relacionamento. Isso não é verdade, há muitas maneiras de relacionamento de qualidade com alcance mútuo de satisfação: resgatar histórias antigas, especialmente envolvendo lembranças agradáveis e que tenham relevância familiar, contato físico e afetuoso bem como acompanhamento de rotina e atividades diárias, são esses os tipos de tarefas que o paciente tende a ficar mais à vontade e aproveitar melhor o momento de encontro com familiares. Em geral, os pacientes não tem noção da intensidade do seu problema de memoria. Portanto, uma pessoa querida, ou que conviva com o doente e que se preocupe com a memoria do individuo, talvez deva estar presente nas primeiras consultas do paciente com o médico. Seja qual for à configuração familiar, é importante que a pessoa portadora de D.A. saiba qual é a sua família uma vez que os familiares funcionam como pontos de referência, os cuidados prestados por este grupo são de extrema importância para o enfrentamento da doença uma vez que o sistema fica abalado e a família via de regra precisará recorrer a seus recursos internos e externos para atuar com a doença (DIAS, 1992). A família funciona como uma totalidade, como uma teia ou uma rede e uma modificação em qualquer de suas partes afeta o todo. Apesar de existirem diversos tipos de família e de relacionamento familiar, em todas elas existem papéis estabelecidos que as mantenham em certo equilíbrio. A necessidade de cuidar do paciente pode interferir em diversos aspectos da vida do cuidador e dos outros membros da família. A situação é agravada porque os cuidados com pacientes que tem demências podem durar muitos anos, tornando as trocas nas famílias cada vez mais complexas. Segundo Teresinha Mello Silveira (2000): Cuidar de um idoso dependente é um dos eventos mais estressantes e perturbadores no ciclo de vida familiar. Alguns familiares se distanciam para evitar confrontos, compromissos desagradáveis e a redefinição dos papéis estabelecidos. Outro motivo pode ser o medo: conviver com uma pessoa demente, ainda mais sendo parente, implica estar a todo o momento experimentado o medo de também ter a doença embora alguns casos cuidar também possa ser uma maneira de não se dar conta do próprio medo de adoecer (SILVEIRA, 2000, p. 20). A doença é uma tragédia que atinge toda a família. “O primeiro olhar dos parentes é de quem olha um louco”, afirma. “De uma hora para outra, alguém que tinha um comportamento normal começa a esquecer de tudo, confundir as pessoas, tirar a roupa em qualquer lugar ou falar palavrões.” Rosilene é pioneira no tratamento conjunto de familiares e cuidadores no Brasil. “Tratar do portador de Alzheimer é também cuidar de quem está em torno dele”, diz. É preciso ensinar a lidar com a culpa, o cansaço, a impaciência, a angústia e a tristeza. “Tratar do portador de Alzheimer é também cuidar de quem está em torno dele”, diz. É preciso ensinar a lidar com a culpa, o cansaço, a impaciência, a angústia e a tristeza. “Quem não conhece talvez não entenda quando os familiares do doente em estágio avançado dizem que se trata do luto em vida”. Afirma Rosilene Souza lima, gerontologia e psicóloga da ABRAz (2001). Frente à situação de crise ocasionada pela doença e pelas limitações por ela causadas a família pode apresentar três tipos de reação: primeiro uma reação com o intuito de resgate de seu estado anterior. No caso das doenças crônicas e progressivas, esse estado anterior não pode ser resgatado exigindo que a família alcance outra identidade no processo de acomodar a enfermidade. O segundo tipo de reação é a paralisação frente ao impacto da crise que é proporcional à importância que o indivíduo possuía no equilíbrio dinâmico do sistema. O terceiro tipo é quando o sistema identifica “benefícios” advindos da crise e se mobiliza para mantê-la, o doente é colocado como bode expiatório, sendo o depositário de todas as patologias das relações dentro da família. De acordo com Lozano (1997), aproximadamente em 80% dos casos é a família quem se responsabiliza pelo enfermo. Em muitas vezes isso é feito em condições dramáticas e sem nenhum tipo de ajuda, subvenção (subsídio ou auxílio pecuniário), informação, apoio ou consideração. O problema tem dimensão psicológica muito importante no que diz respeito a manutenção do equilíbrio psicológico da família. Em certa porcentagem de casos, a família que atende o idoso demente, sofre desequilíbrios ou disfunções em todos os membros que a integram, levando, inclusive a ruptura total da família, com o qual gerando uma problemática psicopatológica muito mais ampla do que se tentava corrigir. Por isso é necessário, cada vez mais, desenvolver programas terapêuticos integrais na família, baseados na monitoração, na ajuda e sempre, também, na possibilidade de ajudas econômicas adequadas. No caso da doença crônica, também o paciente terá dificuldades em se adaptar à nova realidade, com suas limitações e perdas, devido ao fato de o sistema não abrir espaço para que ele se coloque (SANTOS & SEBASTIANI, 2001). A fase mais difícil do Alzheimer é enfrentada pela família do paciente que acompanha todo o desenvolvimento da doença, é necessário que a família conheça sobre a doença, como se manifesta, quais os sintomas, como será sua evolução e saber o que fazer em determinadas situações beneficiando a qualidade de vida do idoso. Referente a isso Harvins e Rabins (1989) apud Caldas (2002), diz que: Destacam que a assistência ao paciente demenciados pode ser muito estressante e pode levar muitos familiares a desequilíbrios físicos e psicológicos. Os cuidadores apresentam vários sintomas de stress, geralmente têm um balanço afetivo negativo e, em relação à população em geral, eles apresentam menor nível de satisfação de viver (HARVINS e RABINS, 1989, p. 9, apud CALDAS, 2002, p.22). Á medida que o paciente regride, há um grande risco de se desconsiderar a sua dignidade, individualidade e liberdade quando os familiares passam a encarar o paciente como um estranho vivendo num corpo que anteriormente abrigou a pessoa que eles conheciam, sem levar em conta sua história pessoal de vida. Há, portanto, o risco do paciente ser tratado de uma forma impessoal e até desumanizada, apesar de todo cuidado físico. De acordo com Santos (2003, p. 82) “as dificuldadesde interação entre os familiares cuidadores e os portadores de Alzheimer geralmente provocam muitos conflitos que favorecem o gradual distanciamento entre familiar e portador”. Entretanto, a maneira como os portadores experiência a doença está também relacionada com os significados que os familiares atribuem ao seu empenho. Á medida que os cuidadores vão construindo a demência como uma doença e vão reinterpretando seus significados passam também a resinificará seu papel junto ao seu familiar. Então, operam-se mudanças importantes em suas relações, na dinâmica e na estrutura familiar onde se consolida a redefinição ou troca de papéis. Os relacionamentos prejudiciais dentro do lar podem causar mudanças em nosso cérebro. As partes mais afetadas são aquelas que desempenham funções importantes na memória de longo e curto prazo. Além disso, idosos que são vítimas de violência familiar costumam sentir medo, vergonha e culpa. Tais emoções negativas contribuem para problemas mentais e emocionais que incluem depressão, transtorno bipolar e transtorno de estresse pós-traumático em homens e mulheres. A vivência de maus-tratos aos idosos e a pobreza danificam o sistema imunológico. O corpo daqueles que passaram por essas experiências costuma mostrar um controle anormal da inflamação por problemas de imunidade quando se tornam idosos, eles também correm mais risco de contrair diabetes. A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de outros profissionais de saúde: psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas. Portanto, é importante que o cuidador verifique se o paciente está tomando corretamente a medicação. Esse é um dos motivos de fracasso terapêutico e se preciso, deve-se monitorar o paciente desde a fase inicial da doença, não esquecendo que algumas vezes podem ocorrer efeitos colaterais, o médico é o único que poderá orientar sobre isso. É sempre uma tarefa difícil para o médico transmitir ao paciente um diagnóstico associado a medo e apreensão. Em décadas passadas, muitos médicos protegiam seus pacientes de “más notícias”, como em diagnósticos de câncer, para minimizar o sofrimento. As decisões médicas eram tomadas pelo profissional, algumas vezes consultando-se antes membros da família. À medida que os cuidadores aceitam e passam conhecer melhor a doença, menos penoso fica lidar com ela. Os grupos de apoio ajudam a aliviar o sofrimento. Neles, os familiares compartilham sentimentos, pedem conselhos e desabafam. Eles aprendem que é bom dividir as tarefas em família, e não sobrecarregar um único cuidador. Geralmente, as atribuições recaem sobre as filhas solteiras, as viúvas ou os que supostamente têm mais tempo e condições financeiras. É comum as famílias brigarem por causa disso. “A doença pode desagregar a família, porque mobiliza muitos sentimentos: raiva, competição, onipotência. O filho que vê a mãe doente apenas no fim de semana não percebe a degradação dela e acha que o cuidador exagera no tratamento”, diz a psicóloga Rosilene. Para responder ás particularidades do cuidado á pessoa idosa, o profissional de saúde deve estar preparado para reconhecer na pessoa idosa a sua potencialidade para o autocuidado, a necessidade de interdependência para o cuidado e a importância de preservar a autonomia para que o processo de envelhecimento seja com qualidade de vida. (RET-SUS, 2014). As relações familiares nesta etapa da vida, a que ela se referiu como fase Ultima, serão marcas por uma reestruturação de papeis. Alguns membros saem fisicamente do núcleo familiar e outros, como genro, noras e netos entram, formando um novo contexto. E na medida em que a família na fase ultima envelhece, pode haver uma pera de autonomia do idoso, que “chama pela capacidade dos parentes (principalmente dos filhos) de lidar com uma nova e delicada situação a do cuidar” (CERVENY, 1997). A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de outros profissionais de saúde: psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas. A assistência domiciliar á saúde é uma categoria que pode ser também denominada atendimento ou cuidado domiciliar e baseia-se na plena interação do profissional com o paciente, sua família e com cuidador, quando esse existe. Ela constitui um conjunto de atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas, desenvolvidas em domicílio, e pode ser instrumentalizada pela visita ou internação domiciliar. (GIACOMOZZI, 2007) Em investigação conduzida na Suécia, junto a cuidadores familiares e profissionais acerca do que consideram ser o melhor cuidado para idosos em processo demencial, Ericson et al. (2001) obtiveram resultados que sugerem que ambos os grupos de cuidadores precisam trabalhar muito unidos caso se deseje que o cuidado centrado na pessoa se torne realidade. Nolan (2001) enfatiza a necessidade de “pensar no cuidador” e de ser proativo em oferecer informações e treinamento suficiente, de tal maneira que membros familiares se sintam confiante nas suas habilidades para prover o padrão de cuidado que eles gostariam de oferecer. Não há no Brasil ao nível da rede pública um programa de atendimento específico ao idoso portador de demência e/ou transtornos cognitivos, com equipe treinada para aconselhar, dar sugestões sobre como administrar os problemas e ajudar a obter acesso a outros tipos de apoios em termos sociais e de saúde. A ausência de esquemas organizados de atendimento domiciliar certamente sobrecarrega a família, pondo em risco o bem-estar e a qualidade de vida não só do idoso, mas de todos os membros. Quando do acometimento da Doença de Alzheimer em um de seus membros, a vida familiar sofre uma reviravolta que se assemelha à invasão provocada por um tsunami. Há mudanças nos papéis, onde os filhos passam a cuidar dos pais, nas funções e em todo o funcionamento do sistema que, em meio ao caos, busca formas de adaptação. As fronteiras entre os membros tendem a se redefinir, mudando toda a estrutura a que a família está acostumada a funcionar. O aparecimento da doença faz com que a rotina familiar sofra mudanças e altere fortemente o psiquismo de sua constelação. Quase que inconscientemente o grupo familiar elege um membro, que se deixa colocar no lugar de cuidador, aquele que vai cuidar do outro que foi atingido pela doença, auxiliando-o em suas atividades da vida diária e que também vai ser alvo das dores produzidas na família, tendo que suportar as exigências impostas pela D.A., pela família e por si mesmo. Essa escolha na maioria das vezes recai sobre um membro da família que já mora com o idoso, um familiar próximo que no início também acha que essa missão naturalmente é sua. O que ele não sabe é o que o espera nem o quanto lhe será exigido. Quem mais assume o papel de cuidador responsável são as mulheres: a esposa, a filha, a irmã, a sobrinha, a cuidadora profissional, a enfermeira. Nem todas as pessoas são talhadas para serem cuidadoras e aqueles que se veem compelidos a assumir tal missão muitas vezes estão à procura de si no espelho do Outro, paraalém dos valores interiorizados, ou mesmo, encontram nessa atitude uma maneira de ganhar atenção e consideração por parte de pessoas que por eles são supervalorizadas (ROMERO, 1994). Cuidar de alguém pressupõe contato, proximidade, encontro, disposição para amar. De acordo com a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA, 2003) algumas atitudes podem propiciar uma melhor qualidade na relação entre o cuidador e a pessoa portadora de D.A., que estão descritas a seguir. Portanto, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz, 2001), a solidariedade e o convívio em família são de fundamental importância para que o tratamento alcance um melhor efeito. As associações de apoio também desempenham um papel importante, à medida que orientam aos pacientes e a família para que possam aceitar melhor a situação e possam perceber que não são os únicos a terem o problema. Portanto, é importante que o cuidador averigue se o paciente está tomando perfeitamente a medicação. Essa é uma das causas de fracasso terapêutico e se preciso, deve-se monitorar o paciente desde a fase inicial da doença, não esquecendo que algumas vezes podem acontecer efeitos colaterais. O médico é o único que poderá orientar sobre isso. Outro fator indispensável e é em relação à adaptação do ambiente onde residem o paciente e o cuidador sendo de essencial importância na prevenção de acidentes. Os cuidados necessitam ser em relação à reorganização da rotina diária porque as casas estão levantadas e mobiliadas de maneira que estabelecem verdadeiras armadilhas. A palavra-chave nesse caso é adaptar e não mudar totalmente. Com isso, as obrigações do cuidador e do paciente precisam ser balanceadas beneficiando o bem-estar e conforto destes. PROGRAMAS SOCIAIS VOLTADOS AOS PORTADORES DA DOENÇA A expectativa de vida aumentou em consequência dos avanços científicos e tecnológicos, da melhoria das condições socioeconômicas, entre distintos fatores. O envelhecimento da população nasceu como fenômeno mundial, que aconteceu de forma lenta e gradual entre os países desenvolvidos e atualmente atinge rápida e intensamente os países em desenvolvimento. A garantia do envelhecimento “digno” se tornou um desafio a as políticas públicas. A Constituição Federal trouxe considerável progresso para a proteção dos idosos no Brasil. Foi implantado um conceito de seguridade social segundo o qual a proteção social não está mais acoplada ao contexto estritamente social trabalhista, passando a ser uma expressão da cidadania. Garantiu-se o acesso à saúde e à educação para toda a população e, ainda, a assistência social para os necessitados. No princípio relativo à Ordem Social, tratou da família, da criança, do adolescente e do idoso, garantiu aos idosos a participação social, garantindo a relativa dignidade, bem-estar e direito à vida, que precisam ser protegidos pela família, sociedade e Estado. Estabeleceu que os programas de cuidado do idoso fossem prioritariamente desenvolvidos em suas casas. Proibiu a possibilidade de estabelecimento de diferenças salariais, exercício de funções e critérios de admissão pautados em motivo de idade. A atenção hoje prestada á família é ainda conservadora e pouco eficiente porque está presa a uma cultura tutelar. Vários municípios brasileiros já possuem programas de acompanhamento e apoio a famílias em situação de crise que colocam em risco a vida de seus membros. Nenhum destes programas, porém contempla especificamente a clientela idosa portadora de DA. O mesmo vale para o Programa de Saúde da Família (PSF), lançado em 1993 pelo Ministério da Saúde, com ênfase no cuidado comunitário e que somente em anos recentes tem incorporado a atenção ao idoso, ainda restrita a alguns municípios e algumas regiões. A Constituição da Republica Federal (CF) de 1988, ao tratar da Ordem Social, concede tutela jurídica à família, à criança, ao adolescente e também ao idoso, mas o faz de modo bastante tímido, especialmente com relação aos direitos e garantias da pessoa idosa. Uma questão importante refere-se ao conceito de saúde contido no Artigo 196 da Constituição e no caput do Artigo 3º da Lei 8.080/1990, que ressalta as expressões da questão social, e estas devem ser compreendidas, segundo Iamamoto (1982), como o conjunto das desigualdades da sociedade capitalista, que se expressam através das determinações econômicas, políticas e culturais que impactam as classes sociais. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERAL, 1988, p. 116). Garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS); prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas; adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e similares, com fiscalização pelos gestores do SUS; elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares; desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes Inter profissionais; incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal; realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas doenças do idoso, com vistas à prevenção, tratamento e reabilitação; e criar serviços alternativos de saúde para o idoso. O SUS tem como proposta prioritária o atendimento básico, com ênfase nos programas sociais: Programa de Agente Comunitário de Saúde-PACS e Programa da Família-PSF, hoje denominado Estratégia de Saúde da Família-ESF, com uso de cuidadores para baratear as ações básicas. Soma-se a isto, a inclusão da Geriatria e da Gerontologia como especialidades imprescindíveis para a prestação de assistência, inclusive com a determinação da realização de concursos públicos com a finalidade de inserir esses profissionais em equipes para que se pudessem realizar as primeiras ações de saúde em nível social com vistas ao atendimento dessas populações (CAMARGOS; MENDONÇA; VIANA, 2006). Assim, o governo federal tem criado através da Secretaria Especial dos Direitos Humanos uma Comissão Inter setorial de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa que englobam ações através de programas e projetos com os ministérios já existentes. Como exemplo dessas ações, podemos ver através do Ministério da Saúde as Cadernetas de saúde da pessoa idosa, a Política Nacional de Atenção à Pessoa Portadora da Doença de Alzheimer, (Centros de Atenção Psicossocial – Caps.) e as Campanhas anuais de Vacinação de gripe para pessoas idosas; no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome encontramos a implantação dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) que realizam a proteção social básica com Programa de Atenção Integral a Família (PAIF), Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Grupos e Centros de Convivência de Idosos) e Suporte Domiciliar e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) que realizam a Proteção Social Especial (média e alta complexidade) em situações que exijam Abrigos Institucionais, Casas-lares e Repúblicas, além de Serviços de Benefícios e Assistência Social como é o caso do BPC (BRASIL, 2009). Visando reforçar as diretrizes contidas na Política Nacional do Idoso (PNI) é que em 2003 foi elaborado um novo instrumento legal, o Estatuto do Idoso, contando com 118 artigos versando sobre as diversas áreas dos direitos fundamentais e das necessidades de proteção dos idosos. O Estatuto do Idoso é o diploma legal que detalha os direitos especiais das pessoas com idade mais avançada, que institui penas severas para quem desrespeitarou abandonar cidadão idoso. Especificados quem são os idosos titulares dos direitos elencados pelo Estatuto e alguns dos benefícios nele previstos, é importante destacar quem são os obrigados por eles, ou seja, aqueles que deverão acatar e zelar pela efetiva aplicação dos direitos garantidos às pessoas maiores de 60 anos, em regra, ou 65 anos, excepcionalmente. Nesse sentido, conforme determinado pelo próprio art. 230 da Constituição, são obrigados por esses direitos a família, a sociedade e o Estado, devendo todos cuidar pela sua efetivação. Em complementação, o art. 6º do Estatuto determina que todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a direitos dos idosos. Trata-se de aplicação do princípio da solidariedade no âmbito da proteção aos idosos. Considerando-se a partir deste, a saúde como sendo um direito, é que foi considerada a necessidade de se dispor de uma política atualizada relacionada à saúde do idoso, resultando na aprovação em 2006 da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. A Política Nacional de Saúde da pessoa Idosa (PNSI) – Portaria Ministério da Saúde no 1.395, de 1999, instrumento de que o setor de saúde passa a dispor com propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável, a preservação ou a melhoria, ao máximo possível, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde daqueles que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade (GORDILHO et al., 2000, p. 24). Com oito anos de vida, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa aposta na recuperação, manutenção e promoção da autonomia e independência dos idosos. Entre as diretrizes norteadoras dessa iniciativa está a promoção do envelhecimento ativo e saudável, a atenção integral e integrada á saúde da pessoa idosa, o estimulo ás ações Inter setoriais e á participação e o fortalecimento do controle social, o provimento de recursos e a formulação e a educação permanente dos profissionais de saúde do SUS. Essa ultima torna-se uma das ferramentas mais importantes para a promoção da política e encontra nas escolas técnicas do SUS a parceria fundamental. Entretanto, entendendo-se por política social o funcionamento de instituições, mecanismos ou programas destinados a reduzir as desigualdades sociais ou atender grupos populacionais considerados socialmente vulneráveis. A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) deixam claro que a Assistência Social é direito do cidadão e dever do Estado. Política de seguridade social não contributiva devendo prover os mínimos sociais, por meio de um conjunto integrado de ações da iniciativa publica e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas do cidadão. Como regra geral, a Lei 10.741/03 estabelece a idade igual ou superior a 60 anos para determinar quem será considerado idoso, refletindo uma tendência de países emergentes, cuja expectativa de vida é menor. Entretanto, em alguns casos especiais, os direitos de quem tem idade avançada se iniciam aos 65 anos, a exemplo da gratuidade do transporte público e do benefício assistencial, que só se dão a partir dessa faixa etária, segundo o texto da Constituição Federal e da Legislação Previdenciária. Dentre esses direitos que tange à regra especial aos idosos com 65 encontra-se o benefício mensal de um salário mínimo garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei 8.472/93, que é dirigido apenas aos idosos com idade igual ou superior a 65 anos, e que não possuam meios de prover sua subsistência e nem tê-la provida por sua família. Outro que se enquadra nessa regra especial é o direito à gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos. A lei assegura aos idosos, nesse caso, apenas aos maiores de 65 anos, o transporte gratuito, bastando que apresentem qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. Em 12 de abril de 2002, o Ministério da Saúde assinou a Portaria 703, que institui o "Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer" (Art. 1º) e define que o programa instituído será desenvolvido de forma articulada pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios em cooperação com as respectivas Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso e seus Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso (Art. 2º). O Sistema Único de Saúde. No artigo 19 ficou instituído o atendimento domiciliar e a internação domiciliar, as quais devem ser realizadas por equipe multidisciplinar nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. As ações devem ocorrer no domicílio e somente com indicação médica e expressa concordância do paciente e sua família (BRASIL, 2002). A implantação do Programa de Internação. Segundo Adriana Zorub Fonte Feal (2003), presidente da comissão dos direitos dos advogados idosos da OAB/ SP, o país está envelhecendo, mas ainda não parece pronto para isso. "Ao não reconhecer o próprio envelhecimento, o idoso abre mão de seus direitos", explica a advogada. Por isso a importância de se conhecer bem as leis e os seus direitos e fazer questão de que elas sejam cumpridas. A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) é uma organização nacional, sem fins lucrativos, que oferece uma variedade de informações e serviços aos pacientes com doença de Alzheimer, seus amigos e parentes. A associação de Alzheimer oferece seminários regulares que cobrem o diagnóstico, a apresentação clinica e o tratamento da doença de Alzheimer, além das opções de pesquisas disponíveis, planejamento legais e financeiros, métodos para contratar e avaliar os atendentes particulares e enfermeiros. Os seminários também ensinam técnicas para lidar com diagnóstico e com mudanças cognitivas e de comportamento. Cada secretaria da associação de Alzheimer pode oferecer uma lista dos especialistas para diagnóstico e tratamento da doença. Em geral, as secretarias também oferecem grupos de apoio a familiares e amigos do paciente. A Associação de Alzheimer, que apoia as pesquisas, é uma fonte de informações muito valiosa. Antes de levar o pacientes a um desses programas, o cuidador deve visitar a instituição sozinha e verificar se existem outras pessoas no programa em estágio semelhantes da doença. O Brasil é um país que está envelhecendo e precisando se preparar com políticas públicas de cuidado aos idosos. O desenvolvimento populacional é acompanhado pela incidência significativa de casos de enfermidades crônica degenerativa, como o Alzheimer. Os direitos do idoso surgem garantidos por leis, porém não na prática, ainda é precário o suporte oferecido aos idosos, com problemas de saúde e acometidos de demência. É frequente a insistência do brasileiro em tratar a pessoa idosa, como sendo velha, rabugenta ou inválida. Entretanto, a velhice não torna um ser humano menos cidadão que outro. Garantir dignidade aos idosos é exigência humanística, reflexo do valor alteridade, imprescindível para manutenção do respeito a todos os componentes da sociedade brasileira. Destaca-se a importância de serem designados mais recursos humanos no trato da questão. Salienta-se a precisão de empreender esforços na capacitação das equipes de saúde, que deverão passar a avaliar aspectos proeminentes como a história de vida do idoso em tratamento e o respeito à diferença. Além do mais, como os diagnósticos das doenças neurodegenerativa costumam ser imprecisos e oferecidos à vantagem que transcorreria se houvesse um diagnóstico mais precoce da doença, acredita se que é preciso um plano de ação voltado para a questão do diagnóstico. Este deverá avaliar fatores como as singularidades do idoso, interpretando suas falas e avaliando o comportamento dos familiares, identificando problemas e necessidades específicas. No Brasil, existem programas e serviços de acolhimento ao idoso, masé fato que, frequentemente, a demanda excede a possibilidade de oferta pelo poder público. O funcionamento das distintas modalidades de serviço promove a prática de gastos econômicos consideráveis, sendo imprescindível ainda que haja uma criteriosa avaliação prévia do caso antes da sugestão do serviço, além da já mencionada imprescindibilidade de uma formação de recursos humanos profissionalmente mais preparados. O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA SAÚDE O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundamentação enquanto especialização do trabalho. Nessa perspectiva, a atuação profissional deve estar pautada em uma proposta que vise o enfrentamento das expressões da questão social que nos repercutem diversos níveis de complexidade da saúde, desde a atenção básica até os serviços que se organizam a partir de ações de média e alta densidade tecnológica. Conforme ressalta Wagner e Muniz (2002), o Serviço Social contribui efetivamente para a consolidação de direito a saúde, transcendendo o conceito de saúde/doença para consolidar-se de acordo com os princípios do SUS. Para desenvolver suas ações, os profissionais buscam se fundamentar na legislação social brasileira, como, por exemplo, nas LOAS, LOS, ECA, Política Nacional do Idoso, Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e outros. Sendo que estas são leis que regulamentam os direitos sociais instituídos na Constituição Federal de 1988. O Serviço Social como campo de atuação da Saúde vem contribuir para efetivação das propostas do SUS, sobretudo, no que se refere à prática educativa voltada para a consecução da Saúde Pública no Brasil. É importante que se diga, que a profissão de Serviço Social regulamentada pela lei nº 8.662/93, por meio da Resolução nº 218 de 06/03/1997, do Conselho Nacional de Saúde (CNCS) colocou entre as categorias de profissionais de nível superior que são considerados como profissionais de saúde, o assistente social, bem como através da Resolução CFESS N° 383/99 de 29/03/1999, que o caracteriza como profissional da saúde. O desafio do profissional de serviço social é responder a tal demanda e buscar a articulação aos demais profissionais da saúde, aos movimentos sociais e a outras políticas sociais. Cabe ao profissional atuante na saúde a reflexão sobre o contexto social no qual está inserido, bem como uma legislação social que garanta uma política de direito, além da compreensão quanto aos aspectos políticos, demográficos, culturais e econômicos que interferem no processo saúde x doença da população-alvo de serviço; cabe também a busca de estratégia para o enfrentamento de tais questões, o que requer dos assistentes sociais a busca de resposta na formação do trabalho do profissional. Compete ao Assistente Social às orientações aos usuários quanto ao não entendimento do tratamento indicado, o que comumente dificulta a compreensão de questões que podemos considerar básicas; o não entendimento do diagnóstico causa impactos negativos na vida do usuário e de seus familiares. O serviço social na área de saúde já predominou entre a década de 1930 aos anos 2000 como um dos maiores campos de empregabilidade do assistente social; passam a liderar os espaços ocupacionais com a Política Nacional de Assistência Social (2004) e a implantação do Sistema Único de Assistência. O profissional tem o compromisso embasado no código de ética em contribuir para o bem comum, com esforço em atender o maior número de indivíduos beneficiários. Busca uma análise crítica do papel do assistente social na sociedade capitalista e as demandas a ele dirigidas, período marcado pelo movimento de reconceituação do serviço social, a transformação pós -1964 e o questionamento do conservadorismo com influência do modernismo. Assim, os parâmetros de atuação do serviço social na saúde estão subdivididos em 3 (três) momentos: A Saúde Reforma Sanitária; Sistema Único de Saúde; Desafios atuais e atuação do Assistente Social na Saúde. Diante do contexto sócio histórico e das contradições do sistema que regem uma nova ordem de fazer políticas. Desse modo, Iamamoto (2007, p.165) Diz: Requer que o trabalho do assistente social seja “[...] capaz de acumular forças na construção de novas relações entre Estado e a sociedade civil, que reduzam o fosso entre o desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais” (IAMAMOTO, 2007, p.165). As demandas do assistente social na saúde, de acordo com o Conselho Federal de Serviço Social (2010), são classificadas com o direito atendimento aos usuários, as ações assistenciais; as ações de articulação com equipe de saúde, as ações socioeducativas; a mobilização, participação e o controle social, a investigação, o planejamento, gestão e a assessoria, além da qualificação de sua formação profissional. As ações em equipe, a área da saúde geralmente é formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, administradores, nutricionistas, entre outros, os quais apresentam definidos os seus papeis, cabendo ao assistente social a clareza de suas atribuições e competências diante da Lei de Regulamentação da Profissão - Lei nº8.662/93 (BRASIL,1993). Nesse sentido, cabe ao profissional criar um protocolo de atendimento para que a equipe conheça suas reais funções e não as confundam com o profissional “faz tudo” da equipe, ou seja, aquilo que outro não responde ou não assume o assistente social assume. O trabalho deve ser em equipe, uma vez que não existe profissão autossuficiente que responda por tais demandas isoladamente, o que torna essencial a compreensão dos papeis de todos os profissionais. O assistente social participa junto da equipe de ações socioeducativas na saúde, o que pode ser entendido por meio de um exemplo: um usuário (paciente) internado por vários dias com um diagnóstico crônico e em processo de alta reflete um quadro de insegurança familiar frente ao que deve fazer diante dos cuidados Com o ente enfermo, não compreendendo o processo das doenças, tais como complicações ou sequelas que as doenças proporcionar, bem como se um dia terá melhoras ou não. É comum deparar com esse tipo de pacientes com quadro grave aguardando o leito hospitalar que será disponibilizado por uma possível alta, sendo que essa alta pode levar dias de preparo e aceitação da família. O atendimento direto ao usuário se dá nesses espaços, que na estrutura da rede de serviços brasileira, ganham materialidade a partir dos postos e centros de saúde, policlínicas, institutos, maternidades e hospitais gerais, de emergência e especializados, incluindo os universitários, independente da instância a qual é vinculada seja federal, estadual ou municipal. O assistente social convoca a família para orientações e realiza uma avaliação socioeconômica da estrutura familiar para providenciar os recursos necessários para alta, que proporcionam o conhecimento das condições em que vivem os sujeitos atendidos com competência do diagnostico e da realidade social. Tais ações têm o propósito de conhecer com profundidade e interpretar as situações frente ás desigualdades sociais; assim, é no estudo socioeconômico que as ações adquirem significância no processo de efetivação, garantia e ampliação de direitos diante das questões sociais, além da doação de uma categoria de diretos e de cidadania. Diante da situação das famílias não tem condições de providenciar o que é solicitado, o profissional contata o município de origem na secretaria da saúde para possíveis providencias em parceria com a família, cabendo ao profissional realizar as orientações e encaminhamentos, como os serviços de apoio no município onde reside o paciente, a secretaria de saúde municipal ou estadual para a liberação de medicamentos excepcionais, equipamentos, transporte etc. No Brasil, com a recente emergência política de questões relacionadas á responsabilidade pública por muitas das dimensões da vida das pessoas dependentes (geralmente idosos pessoas portadoras de deficiência) ou, em situaçãode dependência temporária, a problemática dos cuidados no domicilio também aparece como território fértil para a discussão do reconhecimento da sua dimensão social e publica. Torna-se importante considerar no âmbito da assistência à saúde do idoso uma atenção especial às pessoas que vivenciam um processo demencial, pois muitas vezes, os sintomas iniciais são confundidos com o processo fisiológico do envelhecimento e são poucos percebidos pela família (PAVANI et al., 2008). Para a análise do Serviço Social e Saúde na atualidade é necessário recuperar os avanços e lacunas ocorridos na profissão a partir dos anos de 1980. Essa década marca o início da maturidade da tendência hegemônica na academia e nas entidades representativas da categoria – intenção de ruptura – e, com isso, a interlocução real com a tradição marxista. No entanto, os profissionais dessa vertente se inserem, na sua maioria, nas universidades e têm pouca capilaridade nos serviços (NETTO, 1996a; BRAVO, 1996). Na saúde, os avanços conquistados pela profissão no exercício profissional são considerados insuficientes, pois o Serviço Social chega à década de 1990 ainda com uma incipiente alteração do trabalho institucional; continua enquanto categoria desarticulada do Movimento da Reforma Sanitária, sem nenhuma explícita e organizada ocupação na máquina do Estado pelos setores progressistas da profissão (encaminhamento operacionalizado pela Reforma Sanitária) e insuficiente produção sobre “as demandas postas à prática em saúde” (BRAVO, 1996). Os assistentes sociais na saúde atuam em quatro grandes eixos: atendimento direto aos usuários; mobilização; participação e controle social; investigação; planejamento e gestão; assessoria; qualificação e formação profissional. A partir do exposto, se explicitará as principais ações desenvolvidas pelo assistente social nesses quatro eixos, importante destacar que esses eixos não devem ser compreendidos de forma segmentada, mas articulados dentro de uma concepção de totalidade. Assim, a atuação do assistente social frente a esse procedimento é o de orientação, esclarecimento e reflexão junto ao usuário e à equipe de saúde com relação às condições objetivas que estão impulsionando os usuários a tomarem essa decisão. O profissional responsável pela alta e pelos seus procedimentos deve ser o médico e não o assistente social. O profissional de Serviço Social pode ser um interlocutor entre os usuários e a equipe de saúde com relação aos determinantes sociais, visto que o respeito pela diversidade é um princípio que deve fundamentar tanto a sua formação como o seu trabalho profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Escrever as considerações finais foi uma tarefa difícil, pois a aprendizagem é processo, a cada dia nos modificamos, acrescentamos novos elementos, novos saberes, novas reflexões, mas, como essa é uma exigência da formação, precisamos vencer essa etapa e seguir adiante, mesmo com esse sentimento de incompletude, de inacabado, convictos de que ainda há muitas coisas que merecem ser discutidas. Pensar no acesso aos direitos como superação da situação de vulnerabilidade levou-nos a reflexão sobre o entendimento acerca de direitos sociais na sociedade contemporânea e seus reflexos na vida destes sujeitos. Avalia-se que, embora exista uma política específica para estes usuários, fato desconhecido da grande maioria da população atendida, a simples existência de tal política não é garantia de acesso aos serviços; muito ainda precisa ser feito. E, neste sentido, é fundamental o papel do Assistente Social que garante aos usuários o acesso às informações, para que estes tenham condições de reivindicar direitos e lutar pela sua efetivação, facilitando assim a emancipação dos usuários. Após a realização do estudo sobre o idoso com doença de Alzheimer torna-se óbvio que o envelhecimento acima de tudo é um processo pelo qual todos terão que passar, e que pode acarretar aspectos negativos e positivos. Isto vai depender do processo de vida econômica, cultural, psicológica e ambiental que o individuo viveu, a maior dificuldade que constatamos nos estudos em relação à velhice foi a conjuntura atual, pois de acordo com o sistema econômico e político em vigor na era contemporânea os que têm valor são os que produzem, isto é, para o sistema atual capitalista o jovem vem sendo mais valorizado, pois o velho não constitui mais mão-de-obra ativa para produção e reprodução do capital. Há uma nova visão estratégica do envelhecimento que se aplica tanto ao individuo quanto às sociedades que envelhecem, já que é uma visão que busca garantir qualidade de vida à medida que a população envelhece. Estamos falando do “envelhecimento ativo” que se refere à continuidade da participação do idoso na vida social, cultural, espiritual, cívica e não apenas ser fisicamente “ativo” para participar da força de trabalho. O “envelhecimento ativo” pode ser abordado como uma política de Direitos Humanos voltados para os idosos, e envolve independência, participação, dignidade, acesso a cuidados. Entretanto, nem todos alcançam essa alternativa de vida, pois os idosos mais fragilizados e podem contrair algum tipo de doença que impeça o processo de uma vida ativa, o idoso tem que lidar com algumas mazelas e doenças decorrentes do processo de envelhecimento, devido à idade biológica, e nem todos têm condições de descobrir a tempo o seu diagnóstico e possíveis tratamentos adequados. O Alzheimer é uma dessas doenças decorrentes, pois ainda são poucos os que a conhecem, e ainda não há um diagnóstico preciso para detecta- lá. O ritmo de vida da família é atropelado pela doença e a adaptação a essa nova situação e algumas vezes são necessárias à mediação de um profissional. Poucas pessoas estão preparadas para a responsabilidade e para a sobrecarga que é cuidar de um portador de Doença de Alzheimer, afeta os familiares de modo devastador. As dúvidas e incertezas com o futuro, a grande responsabilidade, a inversão de papéis onde os filhos passam a se encarregar dos cuidados de seus pais, além da enorme carga de trabalho e sobrecarga emocional, acabam por gerar no meio familiar intenso conflito e angústia submetendo a família à enorme pressão psicológica que vem acompanhada de depressão, estresse, queda de resistência física, problemas de ordem conjugal, etc. Com isso, embora haja um membro da família que termina tornando-se o principal responsável pelos cuidados do idoso, todo o sistema familiar necessita envolver-se no cuidado, até porque, à medida que isso ocorre, cada membro da família tem a possibilidade de compreender o que está acontecendo com o idoso e pode contribuir para aliviar a carga desses familiares. Nesse campo de atuação do Assistente Social, como em todos os demais, a ação sócia educativa do Serviço Social deve concorrer para uma prática transformadora, criando espaços de comunicação e aprendizagem nos quais o grupo, através das histórias narradas pelos representantes dos familiares, realizará a escuta, reflexão e troca de experiências, que torna possível para o membro, enxergar a si e sua família diante das questões sociais que os afligem. A ação do Assistente Social com essa demanda é inovadora e desafia os profissionais a se qualificarem e se atualizarem para acompanhar as inovações. Dessa forma o profissional poderá explorar esse campo de atuação que ainda é pouco conhecido, debatendo, socializando o assunto e conquistando seu espaço profissional. REFERÊNCIAS ABRAZ, Associação Brasileira de Alzheimer. Importância da família no cuidar da doença de Alzheimer. Rio de janeiro, 2001. 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Sistema de Ensino Presencial Conectado SERVIÇO SOCIAL nome ALZHEIMER DOENÇA DA ALMA DICAS Como Elaborar TCC: � HYPERLINK "http://bit.ly/FazerUmBomTCC" �http://bit.ly/FazerUmBomTCC� Cursos Online: � HYPERLINK "http://bit.ly/CursosOnlineComCertificação" �http://bit.ly/CursosOnlineComCertificação� Barra do Mendes 2015 nome ALZHEIMER DOENÇA DA ALMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Prof. ... Barra do Mendes 2015 Dedico este trabalho em especial à: Meus avós, meus pais, meus irmãos e meus amigos. E a todos os que me ajudaram no decorrer do curso, obrigado. "Nós envelheceremos um dia, se tivermos este privilégio. Olhemos, portanto, para as pessoas idosas como nós seremos no futuro. Reconheçamos que as pessoas idosas são únicas, com necessidades e talentos e capacidades individuais, e não um grupo homogêneo por causa da idade.” Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU.