Prévia do material em texto
Neurociências A área responsável pelo estudo do sistema nervoso é chamada de Neurociência, e ela é responsável por entender e relacionar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que sofra. Sendo este um objeto de extrema complexidade pode-se constitui-lo em três elementos, sendo eles, o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos. Os quais são responsáveis pela coordenação de todas as atividades do nosso corpo, portanto de extrema importância para o seu funcionamento como um todo, tanto nas atividades voluntárias, quanto nas involuntárias. Os estudos da neurociência estão divididos em campos específicos que exploram as áreas do sistema nervoso. São elas: Neurociência molecular: trabalha com os genes (DNA), presente em todos os neurônios do SN e assim dentro de suas células e consequentemente dos seus núcleos. Ou seja, isola e descreve os genes que produzem proteínas e suas funções neurais. Neuroanatomia/ de sistema: Estuda a estrutura e organização do sistema nervoso, dividindo cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos em partes para nomeá-las e compreender as suas funções. Neuropsicologia/celular/desenvolvimento: foca na interação entre os trabalhos dos nervos e as funções psíquicas, como ele se desenvolve e muda. Neurociência comportamental: ligada à psicologia comportamental, é a área que estuda o contato do organismo e os seus fatores internos, como pensamentos e emoções, ao meio e aos comportamentos visíveis, como fala, gestos e outros. Neurociência cognitiva: estudo voltado à capacidade cognitiva, em que estão inclusos comportamentos ainda mais complexos, como memória e aprendizado. Há diversas subdivisões derivadas da especificação de objetivo de estudo do sistema nervoso, porem em todas as áreas o cérebro é considerado na perspectiva unitária, já que todos os processos mentais têm influências físicas e as questões físicas alteram o indivíduo a nível emocional. O estudo do cérebro trouxe muitas teorias sobre como funcionava o cérebro e suas funções básicas, alguns pesquisadores argumentavam que os comportamentos deveriam acontecer em apenas um lugar (localizacionistas – defendiam o local da função), enquanto outros pesquisadores mantinham a ideia de que acontecia em diversas regiões do cérebro e, sendo um comportamento altamente complexo, deveria fazer uso do cérebro como um todo, globalmente (globalistas). A segunda questão consistia na dúvida a respeito de o cérebro e o sistema nervoso como um todo serem apenas uma função do espírito (espiritualistas) ou não. Tudo o que os antigos atribuíam ao espírito, como a linguagem, os sonhos, as emoções, eram apenas uma atribuição da matéria (materialistas). Esta segunda questão também é fácil de entender, se pensarmos na ideia, presente em todas as religiões, de que temos dois ou mais “corpos”. Por exemplo, muitos religiosos cristãos falam de corpo, alma e espírito (ou de corpo e alma). Embora a alma e o espírito sejam invisíveis, devemos atribuir uma substância ou tipo de matéria especial, diferente da matéria visível, mas ainda assim uma matéria, um corpo ou uma forma. Com isso, quando os religiosos descrevem o ser humano com 3 corpos (ou 2 na visão dualista e não tripartite), estão falando de substâncias diferentes do corpo. Independente do número de “corpos”, o que quero dizer é que na espiritualidade sempre se acredita que o corpo físico, observável e visível, é apenas um veículo, junto de outras realidades, mais sutis ou elevadas. Em resumo, este é o argumento dos espiritualistas: o corpo recebe as mensagens da alma e do espírito e assim, é controlado por eles. Já o argumento materialista, que, por sinal, domina as pesquisas acadêmicas no mundo atual, argumenta que tudo o que existe é o corpo. O corpo que podemos ver a olho nu e o corpo que podemos ver no microscópio e que podemos analisar em testes de laboratório, nos níveis celular e molecular. Com isto, não é o espírito que envia uma mensagem para o corpo agir ou falar, mas é o próprio corpo, através dos neurônios, neurotransmissores, impulsos elétricos, hormônios, etc, que ativa todos os nossos comportamentos. Deste modo, estas duas grandes questões ainda estão presentes: Globalistas X Localizacionistas Espiritualistas X Materialistas Embora a discussão ainda permaneça, atualmente, os materialistas e os localizacionistas estão – digamos assim – ganhando a disputa, por apresentarem os argumentos mais convincentes dentro do modo de ciência tal qual conhecemos. Historia Antes de uma análise da Grécia antiga, há papiros antigos egípcios onde se via procedimentos médicos de lesões na região da cabeça e descrição de alguns distúrbios como epilepsia, insanidade e entre outros além de cirurgias feitas como rituais religiosos, ou como no próprio Egito, que o cérebro era desprezado na mumificação acreditando que não teria um papel importante em outra vida .Seguindo então para a Índia o qual ampliou a lista de distúrbios, e logo após a China , o qual descreveu o cérebro como um órgão auxiliar mais efetivamente ligado aos olhos, ligando lesões nos olhos com lesões ao cérebro. Os filósofos da Grécia desenvolveram teorias sobre o cérebro através de simples observações, já os romanos iniciaram seus estudos dissecando animais. No século XVIII, levado pelo Iluminismo, surgiram os estudos mais aprofundados do sistema nervoso. A teoria da evolução de Charles Darwin também contribuiu significativamente para o entendimento da estrutura e funcionamento cerebrais. Mas foi o surgimento de tecnologias como o Raio X e a tomografia computadorizada que otimizaram as pesquisas na área e inauguraram efetivamente a Neurociência. Na Grécia, Hipócrates, o pai da medicina ocidental, definia o cérebro como a sede da mente, responsável pelos processos mentais, e analisou tudo isso somente pela visualização sem técnicas. Aristóteles e os egípcios - acreditavam que o coração é responsável por processos mentais (razão e emoção), pois é relacionado a algo sensível, notável, e tem variações de ritmos ao medo. Galeno – trouxe o método cientifico e método cartesiano (dividindo o estudo da mente entre médicos e psicólogos), acreditava que o pensamento vem do externo algo que cai na cabeça. Descartes – derivado da glândula pineal (responsável pelo relógio biológico). No século XIX, surgiu a frenologia de Gall, a ideia deste médico alemão era de que, a partir das saliências da caixa craniana, era possível estabelecer tipos de personalidade, ou melhor, tipos de mente. O cérebro, dentro do crânio, possui diversas regiões. Cada região é responsável por uma função da mente. Sendo assim, se um sujeito desenvolve mais uma destas funções, aquela parte do cérebro cresce, pressionando a parte do crânio que está próxima, criando saliências e protuberâncias que podem ser medidas. O argumento de Gall, na opinião dos neurocientistas atuais, estava correto apenas ao considerar que o cérebro possui regiões ou locais que são responsáveis por funções determinadas. Porém, os 35 locais descritos por Gall não são corretos. Na verdade, são locais imaginários para funções imaginárias, ou seja, inventadas por ele, e por isto foi considerado um grande charlatão que nunca explicou o porquê daquelas regiões terem aquelas funções. Phineas Gage Este educado e benquisto supervisor de obras ferrovias americanas passou por uma transformação, tornando-se agressivo e desrespeitoso depois que teve parte do cérebro destruída em um acidente. O estudo deste paciente demonstrou que faculdades como o juízo moral e social podem estar localizados nos lobos frontais. Teve uma mudança de personalidade e epilepsia. As primeiras lobotomias foram excutadas na década de 1980, mas realizada em larga escala somente a partir dos anos 1950 quando o neurologista português Egas Moniz descobre que a interrupção dos nervos que vão do córtex frontal ao talamo alviava os sintomas psicóticos em alguns de seus pacientes. O trabalho de Muniz foi aproveitado pelos cirurgiões americanosJames Watts e Walter Freedman, que inventou a "lobotomia com o furador de gelo", a qual ela fazia uma lesão bilateral na região pré-frontal para tornar as pessoas mais dóceis (testado em chimpanzés), fazia-se muitas cirugias e a maioria as deixava em estado vegetativo. Hoje em dia a lobotomia ainda é utilizada porem não mais para problemas comportamentais e sim para epilepsia e tumores. Foi – se substituído a lobotomia por uma cirurgia sem abrir a caixa craniana e rompendo a conexão pelo olho. Ainda no século XIX, Jean Pierre Florens, médico francês, defendeu uma tese contrária à de Gall. A teoria do campo agregado, portanto, baseou-se no estudo experimental da fisiologia animal, e, nesse sentido, foi um avanço. Ao continuar o seu estudo, Florens passou a remover o cerebelo dos coelhos e pombos e concluiu que as funções musculares eram prejudicadas apenas momentaneamente. As funções cognitivas eram afetadas apenas com a remoção dos hemisférios cerebrais, também, temporariamente. A conclusão final era de que o cérebro funcionava com um todo, ou seja, o córtex, o cerebelo e tronco encefálico funcionavam como um campo agregado. Em outras palavras, as lesões eram recuperadas com o tempo pela ativação de outras áreas próximas. Deste modo, ele iniciou o movimento contrário aos dos localizacionistas, estabelecendo o argumento dos globalistas. Florens definiu o campo agregado do seguinte modo: todas as sensações, percepções e vontades ocupam o mesmo espaço no cérebro. Observando em detalhes as convulsões dos epiléticos, Jackson notou que todos eles apresentavam movimentos motores parecidos. Partindo desta informação, ele concluiu que os epiléticos deveriam ter um problema cerebral em uma parte específica do cérebro. O modelo explicativo é o do mapa mental, cada região cerebral controlando uma parte motora, em outras palavras, esta é a concepção topográfica do cérebro. Lembrando que topos, em grego, significa lugar. Deste modo, Jackson – com outros dados – voltou a defender a posição localizacionista, dando um grande passo além das ideias imaginárias de Gall. Os dois pesquisadores, Broca e Wernick, conseguiram realizar a primeira importante pesquisa sobre a localização específica no cérebro de uma função. Eles conseguiram este feito ao estudar danos em partes do cérebro e seu efeito nas funções psíquicas. Tudo começou em 1861, Broca descreveu o caso de um paciente que chamou de "Tan", pois essa era a única palavra que ele falava. Quando Tan morreu, Broca examinou seu cérebro e descobriu uma lesão na porção interior do córtex frontal esquedo. Essa parte do cérebro passou a se chamada "Área de Broca". Wernicke, neurologista alemão, estudou um paciente que conseguia falar, mas muitas vezes emitia frases sem sentido. Este paciente tinha sofrido um derrame e, embora falasse, não conseguia entender a linguagem falada ou escrita. Em 1876 o neurologista alemão Carl Wernicke descobriu que a lesão na porção posterior do lobo temporal do hemistério cerebral esquerdo, a Área de Wernicke, também causava problemas de linguagem. Os dois cientistas foram os primeiros a definir com clareza áreas funcionais do cérebro. Sustentando o ponto de vista localizacionistas. Os primeiros mapas detalhados da função cerebral humana foram feitas pelo neurocirurgião canadense Wilder Penfield. Ele trabalhou com paciente submetidos a cirurgia para o controle de epilepsia. Enquanto o cérebro estava exposto e o paciente consciente, Penfield investigava o córtex com um eletrodo e observava a resposta do paciente enquanto tocava em cada uma das partes. O trabalho de Penfield foi o primeiro a revelar o papel do lobo temporal na memória e a mapear as áreas do córtex que controlam o movimento e fornecem as sensações ao corpo. A neurociência se desenvolveu significativamente com o avanço da tecnologia através das técnicas de imagem (tomografia/ressonância), a quais conseguiam ver o cérebro vivo de maneira não evasiva, sendo primeiro testado em cachorros. E a partir de 90 o cérebro e mente começaram a compartilhar um papel de responsabilização (onde o cérebro era responsável pela mente), deixando a interpretação que só a mente era importante, sendo então está a neurociência cognitiva. O cérebro recebe informação (estímulos) dos órgãos sensoriais, os quais processa e avalia passando pela memoria e ligando um sentido ou lembrança a ele, e assim responde a essa informação, seja externo (membros / resposta motora) seja interno (memória). Sistema Nervoso anatomia O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do organismo. É formado por um conjunto de órgãos do corpo humano que possuem a função de captar as mensagens, estímulos do ambiente, "interpretá-los" e "arquivá-los". Consequentemente, ele elabora respostas, as quais podem ser dadas na forma de movimentos, sensações ou constatações. O Sistema Nervoso está dividido em duas partes fundamentais: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico Sistema Nervoso Central O Sistema Nervoso Central é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, ambos envolvidos e protegidos por três membranas denominadas meninges. Encéfalo O encéfalo, que pesa aproximadamente 1,5 quilo, está localizado na caixa craniana e apresenta três órgãos principais: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico; Cérebro É o órgão mais importante do sistema nervoso. Considerado o órgão mais volumoso, pois ocupa a maior parte do encéfalo, o cérebro está dividido em duas partes simétricas: o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo. Assim, a camada mais externa do cérebro e cheia de reentrâncias, chama-se córtex cerebral, o responsável pelo pensamento, visão, audição, tato, paladar, fala, escrita, etc. Ademais, é sede dos atos conscientes e inconscientes, da memória, do raciocínio, da inteligência e da imaginação, e controla ainda, os movimentos voluntários do corpo. Cerebelo Está situado na parte posterior e abaixo do cérebro, o cerebelo coordena os movimentos precisos do corpo, além de manter o equilíbrio. Além disso, regula o tônus muscular, ou seja, regula o grau de contração dos músculos em repouso. Tronco Encefálico Localizado na parte inferior do encéfalo, o tronco encefálico conduz os impulsos nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa. Além disso, produz os estímulos nervosos que controlam as atividades vitais como osmovimentos respiratórios, os batimentos cardíacos e os reflexos, como a tosse, o espirro e a deglutição. Medula Espinhal A medula espinhal é um cordão de tecido nervoso situado dentro da coluna vertebral. Na parte superior está conectada ao tronco encefálico. Sua função é conduzir os impulsos nervosos do restante do corpo para o cérebro e coordenar os atos involuntários (reflexos). Sistema Nervoso Periférico O sistema nervoso periférico é formado por nervos que se originam no encéfalo e na medula espinhal. Sua função é conectar o sistema nervoso central ao resto do corpo. Importante destacar que existem dois tipos de nervos: os cranianos e os raquidianos. Nervos Cranianos: distribuem-se em 12 pares que saem do encéfalo, e sua função é transmitir mensagens sensoriais ou motoras, especialmente para as áreas da cabeça e do pescoço. Nervos Raquidianos: são 31 pares de nervos que saem da medula espinhal. São formados de neurônios sensoriais, que recebem estímulos do ambiente; e neurônios motores que levam impulsos do sistema nervoso central para os músculos ou para as glândulas. De acordo com a sua atuação, o sistema nervoso periférico pode ser dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo. Sistema Nervoso Somático: regula as ações voluntárias, ou seja, que estão sob o controle da nossa vontade bem como regula a musculatura esquelética de todo o corpo. Sistema Nervoso Autônomo: atua de modo integrado com o sistema nervoso central e apresenta duas subdivisões: o sistema nervoso simpático, que estimula o funcionamento dos órgãos, e o sistema nervoso parassimpático que inibe o seu funcionamento. De maneira geral,esses dois sistemas têm funções contrárias.Enquanto o sistema nervoso simpático dilata a pupila e aumenta a frequência cardíaca, o parassimpático, por sua vez, contrai a pupila e diminui os batimentos cardíacos. Enfim, a função do sistema nervoso autônomo é regular as funções orgânicas, para que as condições internas do organismo se mantenham constantes. Nervos Cranianos: Originados no encéfalo, os nervos cranianos conectam os órgãos dos sentidos humanos (boca, nariz, ouvido e olhos) com o cérebro uma vez que inervam a parte a cabeça, o coração e os pulmões; são formado por 12 pares de nervos, a saber: nervo olfatório, nervo ótico, nervo oculomotor, nervo troclear, nervo trigêmeo, nervo abducente, nervo facial, nervo vestíbulococlear, nervo glossofaríngeo, nervo vago, nervo acessório e nervo hipoglosso. Nervos Raquidianos: Originados na medula espinhal, os nervos raquidianos (nervos espinhais) são nervos mistos que se ramificam ao longo da medula. Compostos de 31 pares, são responsáveis pela inervação de parte da cabeça, do tronco e dos membros superiores, a saber: 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais, 1 coccígeo. A região interna da medula, em forma de “H”, é chamada de substância cinzenta devido à grande concentração de corpos celulares dos neurônios que lhe dão essa coloração. Enquanto a parte mais externa contêm mais dendritos e axônios e fica mais esbranquiçada, sendo denominada substância branca. Essa disposição das substâncias é contrária à encontrada no cérebro. Externamente, a medula é envolvida por 3 membranas ricas em fibras colágenas, as meninges. Também pode querer saber sobre a doença que atinge as meninges. Leia o artigo sobre a Meningite. Meninges Essas membranas contêm espaços entre elas, que são lubrificados pelo liquor ou líquido cefalorraquidiano. O liquor é um fluido incolor e aquoso que ajuda a proteger o sistema nervoso central de impactos. Dura-máter – mais externa e espessa, é como um saco que envolve toda a medula. Contém muitos vasos sanguíneo e está fortemente aderida aos ossos vertebrais (e do crânio, no caso do cérebro). Possui prolongamentos laterais que envolvem as raízes dos nervos raquidianos. Aracnoide – camada intermediária fina. Possui filamentos delicados que a ligam à pia-máter, as trabéculas aracnoides, que lhe dão aparência semelhante a teias de aranha. Pia-máter – membrana mais interna, fina e delicada. Encontra-se intimamente ligada à superfície da medula (e do encéfalo). Confere resistência aos tecidos moles do sistema nervoso. O popularmente chamado de cérebro, na realidade é denominado encéfalo, o qual é constituído por dois tipos de massa, a cinzenta e a branca, sendo essas formadas por acúmulos de neurônios que contabilizam em média 86 bilhões, tendo em vista que, em cada um deles formam milhares de conexões que se responsabilizam por transmitir as informações percebidas pelos órgãos receptores, convertidas em correntes elétricas que resultarão em pensamentos, sentimentos e consciência, levando a nossa experiência individual. O encéfalo é originado na fase embrionária e se desenvolve a partir do tubo neural, essa estrutura se diferencia em três vesículas primarias: prosencéfalo, mesencéfalo, rombencéfalo. Essas vesículas se subdividem formando ao todo, cinco vesículas secundárias: -Prosencéfalo se subdivide em telencéfalo (origina os hemisférios cerebrais) e diencéfalo (origina o tálamo, hipotálamo e neuro hipófise). -Rombencéfalo se divide em metencéfalo (origina a ponte e o cerebelo) e mielencéfalo (origina o bulbo raquidiano). - E mesencéfalo continua como mesencéfalo (origina os pêndulos cerebrais e a lâmina quadrigêmea). 2.1. Fisiologia do Cérebro O cérebro origina-se do telencéfalo e é a parte mais desenvolvida do encéfalo, o qual este é constituído pela parte externa chamada córtex, composto pela massa cinza que é formada por corpos celulares e pela parte interna, a massa branca formada por axônios. O cérebro é dividido em dois hemisférios que é unido pelo corpo caloso, os hemisférios são divididos em lobos que recebem nomes dos ossos do crânio perante a eles. O lobo frontal é localizado bem na frente da área da testa, essa parte só é desenvolvida quando nos deparamos com um obstáculo e temos que minimiza-lo para resolver suas partes, portanto, esse lobo é responsável pela ordem, planejamento do pensar, tanto o abstrato como o criativo, ligações emocionais, planejamento num todo, atenção seletiva e julgamento social. Um trauma nessa área poderá acarretar em uma paralisia ou fraqueza muscular. O Lobo Parietal está presente a partir do sulco central para trás, bem na parte superior do cérebro e é constituído por duas subáreas, a posterior e a anterior, sendo a anterior a mais sensível, pois, é responsável pela percepção das sensações recebidas pelos sentidos e estímulos do meio. A zona posterior é uma auxiliar onde irá analisar e interpretar os estímulos da zona anterior dando o indivíduo a capacidade de se localizar e reconhecer os objetos sentidos. O lobo temporal está abaixo da fissura lateral, bem acima das orelhas, essa localização o ajuda com sua função, que seria processar os estímulos do sentido de audição, que possibilita o reconhecimento do som na área primária enviando para as outras regiões do cérebro para associá-lo. Um possível acidente provocaria deficiência na audição podendo ser causar a perda total dela. O lobo occipital é localizado no inferior e ajuda no processamento da visão, depois de passar pelo tálamo, vai para a área primária onde permitirá ver a cor, movimento e profundidade, levando a segunda área onde são associadas para serem identificadas. Uma lesão nessa área pode causar agnosia ou cegueira em seus diversos graus. E por fim, o lobo límbico está relacionado diretamente e principalmente com aspectos sexuais, emocionais e a memória. 2.1.1.Tálamo e hipotálamo São originados do diencéfalo e localizados logo abaixo do corpo caloso, compostos por massa cinzenta onde o tálamo se encontra acima do hipotálamo. A função do tálamo consiste em transmitir as informações percebidas pelos órgãos do sentido e transmiti-las até o córtex cerebral; já o hipotálamo é responsável pela regularização dos nossos processos básicos de sobrevivência (fome, sede, temperatura), concentração, funções endócrinas e comportamento sexual. 2.1.2.O Mesencéfalo Está localizado no tronco cerebral e tem como objetivo a sustentação corpórea e atividade motora. 2.1.3.O Cerebelo Ele é uma região originada do metencéfalo, situado na parte craniana posterior dorsalmente ao bulbo e a ponte. Ele possui uma função exclusiva que consiste na área motora, sendo elas, equilíbrio e coordenação do corpo. 2.1.4.A ponte É uma estrutura derivada do metencéfalo e é encarregada da transmissão de informações através do encéfalo num todo, coordenando, associando e armazenando na memória. 2.1.5.O Bulbo Ele vem correspondente do mielencéfalo e é uma região contínua da medula espinhal. Onde é de extrema importância vital, pois coordena reflexos (espirro, salivação e etc.) e controla funções vitais do corpo como cardiovasculares e pulmonares. 2.2.Cérebro: Parte Funcional Conforme a Teoria de Alexander Luria, o cérebro é dividido em três unidades funcionais que são organizadas hierarquicamente de acordo com suas zonas corticais, sendo elas: área primária que é responsável pelos impulsos, a secundária que é onde ocorre o processamento de informações e a terciária, considerada a zona de superposição, por executar atividades mais complexas. Na primeira unidade funcional do cérebro, Luria definiu como o momento onde acontece a regulação das energias psíquicas, da vigília e dos estados mentais. É onde ocorre a projeção, que no caso, é o recebimento e o envio de impulsos, ou seja, acontece a ativação de respostas aos estímulos do mundo exterior, sendo essas respostas em forma de intenção e planos ou em forma de uma atividade organizada, tendo em vista, objetivos a serem alcançados. É a unidade responsávelpelos fatores emocionais e motivacionais e pelos processos metabólicos como, por exemplo, respiração, digestão e etc. A segunda unidade tem maior relação com a memória, por se tratar de uma área responsável pelo recebimento, análise e armazenamento de informações, envolvendo o conjunto de regiões sensoriais. Os neurônios pertencentes a essa área são isolados, pois recebem impulsos individuais e transmitem a outros neurônios que recebem esses impulsos por modalidades especificas, sendo elas, visuais, auditivas, vestibulares e sensórias. A terceira unidade, Luria constatou ser o lugar onde acontece a programação, a regulação e a verificação das atividades mentais. Essas atividades ocorrem na parte anterior do cérebro que são responsáveis por produzir intenções, formular planos, programando e inspecionando suas ações através dos estímulos recebidos, estando preparado para sua auto readaptação a qualquer mudança inesperada que venha a acontecer. TIPOS DE CÉLULAS NO CEREBRO GLIA OU NEUROGLIA - outro tipo de célula que compõe o sistema nervoso porem não com função de impulsos nervosos e sim ajudando com a proteção, nutrição (O2), isolar e sustentar. Astrocito Essas células, como o próprio nome indica, têm formato estrelado, característica conseguida graças aos seus prolongamentos. São o tipo celular mais numeroso e com maior diversidade de funções. Entre as funções que podem ser atribuídas aos astrócitos, podemos destacar a função de sustentação, controle da composição iônica e molecular do ambiente onde estão localizados os neurônios, transferência de substâncias para os neurônios, resposta a sinais químicos; Estão relacionados à homeostase do Sistema Nervoso Central (SNC), desempenhando funções como: funcionamento e formação de sinapses, nutrição dos neurônios, liberação de neurotransmissores, participação na barreira hematoencefálica, guia para a migração dos neurônios e impedimento da propagação desordenada de impulsos nervosos. Dentre as suas funções, destaca-se a de nutrição. As extremidades dos prolongamentos dos astrócitos (pés vasculares) circundam os vasos sanguíneos e através deles os nutrientes são levados até o neurônio. Os astrócitos podem ser classificados de acordo com a quantidade e o tamanho de seus prolongamentos. Os astrócitos protoplasmáticos são aqueles que possuem os prolongamentos curtos e espessos e estão localizados na substância cinzenta. Já os astrócitos fibrosos são aqueles que possuem prolongamentos menos numerosos e mais longos e estão localizados na substância branca. Oligodendrócitos São células responsáveis pela produção da bainha de mielina em neurônios presentes no sistema nervoso central. Essas células enrolam-se em volta do axônio, formando a bainha, que funciona como um isolante elétrico. Os oligodendrócitos são capazes de envolver até 60 axônios de neurônios. Células de Schwann Assim como os oligodendrócitos, as células de Schwann também são responsáveis por formar a bainha de mielina. Entretanto, esse tipo celular envolve neurônios que estão presentes no sistema nervoso periférico. Diferentemente dos oligodendrócitos, as células de Schwann formam mielina em apenas um neurônio. Células ependimárias Essas células revestem cavidades no cérebro (ventrículos) e o canal central da medula espinhal. Sua função é garantir a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Micróglia Células (menores células da glia) com pequenos prolongamentos que se destacam por sua capacidade fagocitária. Elas localizam-se no sistema nervoso central e atuam em processos inflamatórios e reparando esse sistema. Neuronios O neurônio é a principal célula do sistema nervoso, sendo responsável pela condução, recepção e transmissão dos impulsos nervosos. Sua estrutura básica é formada por: Corpo Celular ou Pericário, contendo o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto; os Dentritos, finos prolongamentos ramificados do corpo celular, aumentando a superfície de propagação elétrica; o Axônio, extensão do neurônio com tamanhos variados, servindo de condutor do impulso elétrico; e o Telodendro, ramificação terminal do axônio, comunicando com outros neurônios ou outros tipos efetores (células musculares e glandulares). O impulso possui sentido de propagação, captados pelos dentritos, partindo em direção ao pericário, com propagação através de ondas despolarizantes ao logo do axônio, dissipando-se pelo telodentro. Além da membrana plasmática, o axônio das células nervosas dos animais vertebrados, possui revestimento descontínuo (intervalos chamados de nódulos de Ranvier) formado por dobras de fibras isolantes, denominadas de bainha de mielina, cuja função é aumentar a velocidade de propagação do impulso. Quando em repouso, o axônio encontra-se no estado polarizado, ou seja, internamente disposto de cargas negativas e externamente contendo cargas positivas (potencial de repouso / -80 milivolts). À medida que o impulso é transmitido, percorrendo o axônio, as cargas vão se invertendo progressivamente pelo mecanismo de difusão ativa (bomba de sódio e potássio) estabelecendo, pela despolarização, uma diferença de potencial elétrica através da membrana (potencial de ação). Dessa forma, para desencadear um estímulo é necessário um potencial de ação suficiente para ultrapassar a ordem do potencial de repouso até a situação aproximada de + 40 milivolts. Esse processo tem duração de apenas 1,5 milionésimo de segundos, ocorrendo após a passagem do impulso o processo inverso (repolarização) restabelecendo o estado de repouso. È por esse mecanismo que o sistema nervoso (central e periférico) coordena todas as reações e atividades, seja por via simpática ou parassimpática, motoras dos órgãos por mediação de neurotransmissores, e assim expressamos capacidades e atividades vitais do nosso organismo: locomotora, respiratória, circulatória, imunitária, excretora. Tipos de neurônio ( pelo formato_ citoarquitetura) o segundo bipolar na verdade é pseudounipolar Existem três tipos de neurônio e cada um é responsável por uma função. Os neurônios receptores ou sensitivos são responsáveis por receberem estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso central (SNC). Com esses neurônios você consegue diferenciar o quente do frio, por exemplo. Já os neurônios motores ou efetuadores são os responsáveis pelos estímulos motores. Esses neurônios fazem com que você consiga digitar, comer e levar o garfo até a boca, por exemplo. Eles conduzem as informações até do SNC até os músculos e as glândulas do corpo. E por último os neurônios associativos esses neurônios fazem a ponte entre os neurônios motores e os neurônios sensoriais. São os neurônios associativos que te permitem tirar a mão de algo quente, por exemplo. Existem células que sustentam esses neurônios e ajudam com que eles cumpram as suas funções. A sinapse é o local de contato (comunicação) entre dois neurônios. A transferência do impulsos nervoso nas sinapses ocorre graças aos neurotransmissores. Estes são biomoléculas (substâncias químicas), produzidas pelos neurônios e armazenados nas vesículas sinápticas (bolsas presentes nas extremidades dos axônios). Essas substancias químicas que definem qual informação especifica que se quer passar pelos neurônios