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1 
 
FACULDADE ALFREDO NASSER 
 
 
 
 
 
DIORAMA EMÍLIA DE SOUZA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS): E SUA IMPORTÂNCIA NA 
FORMAÇÃO ACADÊMICA DO PROFESSOR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APARECIDA DE GOIÂNIA - GO 
2011 
2 
 
DIORAMA EMÍLIA DE SOUZA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS): E SUA IMPORTÂNCIA NA 
FORMAÇÃO ACADÊMICA DO PROFESSOR. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso; 
apresentado ao Instituto Superior de 
Educação da Faculdade Alfredo Nasser, 
sob orientação da Prof.ª. Lucirene Ferreira 
Santana Gualberto, como parte dos 
requisitos para a conclusão do Curso de 
Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APARECIDA DE GOIÂNIA - GO 
2011 
3 
 
DIORAMA EMÍLIA DE SOUZA BARBOSA 
 
 
 
 
 
LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS): E SUA IMPORTÂNCIA NA 
FORMAÇÃO ACADÊMICA DO PROFESSOR. 
 
 
Esta monografia foi julgada adequada 
para a obtenção do título de Licenciado 
(a) em Pedagogia e aprovado em sua 
forma final pela banca examinadora 
abaixo constituída, na área de 
concentração Sociedade e Região. 
 
 
 
Aparecida de Goiânia, 21 de junho de 2011 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
Presidente: Lucirene Ferreira Santana Gualberto - UNIFAN 
 
 
Membro: Professor(a) Ms. Edna Misseno Pires - UNIFAN 
 
 
 
Membro: Professor(a) Maria Aparecida Rodrigues - UNIFAN 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais 
(falecidos), meus familiares e amigos que 
esteve sempre presente e acreditaram no 
meu potêncial e com isso me deram força 
para perceverar até o final. 
 
 
5 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Este é o momento de demonstrar os sinceros agradecimentos, aos que de 
uma forma ou outra contribuíram, para que este momento acontecesse, são tantos 
os responsáveis que fica extremamente difícil nomea-los 
Primeiramente, a Deus, pois sem ele nada poderia ser possível, nem mesmo 
dar o primeiro passo rumo a esta vitória. 
A Instituição Acadêmica Faculdade (UNIFAN), pela acolhida de portas 
abertas, disponibilizando os melhores profissionais desde, a entrada na portaria até 
aos diretores acadêmicos, para o atendimento aos seus alunos, com competência 
carinho e disponibilidade. 
Aos professores em geral, que desde a primeira aula, e em cada momento, 
deu a sua preciosíssma contribuição, para esse grande dia. Obrigado a todos pela 
paciência, tolerância e perseverança, provavelmente, esses foram os ingredientes, 
mais importantes para conduzir-nos até aqui. 
Em especial, um agradecimento a professora Lucirene Santana, que com sua 
orientação nessa produção acadêmica, colaborando e dedicando, seu tempo e 
conhecimento, para que este trabalho fosse elaborado. 
Este é o mais importante, pedir desculpas e agradecer aos familiares, pela 
compreensão em relação aos momentos, de ausência e isolamento que o período 
de estudos requer. 
Aos amigos, que gentilmente contribuíram com sua torcida, mesmo de longe, 
ansiosos por ver este momento chegar, os mais sinceros agradecimentos por tudo. 
E finalmente aos colegas de turma, pela contribuição e compreensão nos 
momentos mais difíceis, um dando as mãos ao outro, formando uma corrente de 
força, fé e esperança, sem eles esta ponte de conhecimento não sería possível ser 
levantada, e construída, provando que á união faz a força. 
Enfim, resta salientar que se erramos em alguns momentos, foi por um 
processo de construção e reconstrução do conhecimento. Obrigado Senhor Jesus. 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A educação é um processo social, é 
desenvolvimento. Não é a preparação 
para a vida, é sim a própria vida. 
 
John Dewey 
7 
 
LIBRAS (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS): E SUA IMPORTÂNCIA NA 
FORMAÇÃO ACADÊMICA DO PROFESSOR. 
 
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar e apresentar como surgiu a 
proposta de educação das pessoas surdas, bem como os mecanismos de 
educação e inclusão dessas pessoas junto á sociedade, tendo por finalidade 
mostrar o déficit existente de professores capacitados para tal educação. Para 
composição deste trabalho, foi relizada uma pesquisa de campo em algumas 
instituições de ensino superior, órgãos ligados á Educação, centro de capacitação 
profissional, escolas públicas, municipais e estaduais, e contato com diretores, 
professores regentes intérpretes, e coordenadores. O estudo questiona se na 
formação docente as licenciaturas estão preparando professores para receber estes 
estudantes e qual a sua importância. Utiliza-se nesse caso, conceitos e percepções 
de autores (com referências no decorrer do trabalho) em que, alguns de seus 
trabalhos estão voltados a essa tematica, sendo que este trabalho é resultado de 
uma pesquisa bibliográfica e de campo. A metodologia escolhida envolveu 
pesquisa literária e o dialógo com pessoas que fazem parte do processo de 
formação de professores ou com profissionais que já estão trabalhando com alunos 
surdos através de um questionário para enriquecer tal conteúdo, possibilitando 
assim, chegar aos resultados finais que demosntram a importância e a necessidade 
da Educação Especial com a prática de inclusão para as pessoas com surdez 
possibilitando aprendizagem e desenvolvimento e desse modo sua integração social 
e cidadã. 
 
Palavras chave: Educação, surdez , formação docente. 
 
Abstract: This research aims to analyze and present the proposal came as the 
education of deaf people as well as the mechanisms for education and inclusion 
of people in the society, which aims to show the existing deficit of trained teachers for 
such education. Forcomposition of this work was reliza a field research in some 
institutions of higher education agencies related to education, job training center, 
public schools, city and state, and contact with officers, school 
teachers interpreters, and coordinators. It asks whether the degree in teacher 
education are preparing teachers for these studentsreceive and what its 
importance. It is used in this case, concepts and perceptions of authors (with 
references throughout the work) in which some of his works are devoted to this issue, 
and this work is the result of a literature search and field. The chosen 
methodology involved literature search and dialogue with people who are part of the 
training of teachers or other professionals who are already working with deaf 
studentsthrough a questionnaire to enrich such content, thus enabling to reach 
the final results that demonstrated the importance and need for Special 
Education with the practice ofinclusion for people with deafness enabling learning 
and development and thereby their social integration and citizenship. 
 
Keywords: Education, deafness, teacher training. 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9 
CAPÍTULO I: UM OLHAR NO HISTÓRICO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.11 
1.2 A educação de pessoas surdas no Brasil............................................................14 
1.3 Abordagens históricas da Educação Especial em Goias.....................................17 
1.4 Dispositivos legais da Educação Inclusiva...........................................................20 
CAPÍTULO II: DEFINIÇÕES DE SURDEZ E CONSIDERAÇÕESSOBRE 
LINGUAGEM E LÍNGUA..........................................................................................28 
1.2 Definições de lingua de sinais.............................................................................32 
1.3 Definições de bilinguismo....................................................................................34 
1.4 Definições de Etiologia........................................................................................36 
CAPÍTLO III: UM OLHAR SOBRE LÍBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
...................................................................................................................................38 
1.2 Instituições de ensino superior que contemplam líbras em sua matriz 
curricular....................................................................................................................39 
1.3 Importância da formação do surdo......................................................................42 
 1.4 A função do intérprete na sala de aula, e a relação entre professor e 
intérprete....................................................................................................................41 
1.5 A função do professor como mediador e construtor de conhecimentos.............42 
CAPÍTULO IV: RELATO DE EXPERIÊNCIAS..........................................................44 
1.2 Opiniões pessoais dos integrantes das escolas..................................................46 
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................49 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
Esta pesquisa está voltada para a reconstrução do percurso histórico 
constituído pelas pessoas surdas no país, fundamentada na necessidade do 
resgate, integração, inclusão e formação destes indivíduos no meio social. 
Questiona-se se a sociedade percebe o descaso e omissão na falta de cumprimento 
dos seus deveres para com eles no passado, objetivando evidenciar quão difícil vem 
sendo o processo de inclusão dos surdos no meio educacional. Questiona-se ainda: 
O que as políticas públicas têm feito para garantir a sua cidadania plena? Como 
anda a formação gradual nas faculdades e cursos de qualificação dos professores 
para atuação com alunos surdos? 
Nessa perspectiva o objetivo específico deste trabalho consiste em refletir 
sobre o processo educacional com a compreensão da educação especial tendo 
como base a filosofia de inclusão das pessoas com surdez nas escolas, com 
observações sobre os resultados da interação social entre surdos e ouvintes no que 
tange à capacidade de respeito aos seus direitos, valores e identidade, verificando 
como está a atuação dos professores quanto a sua formação bilíngue para o 
atendimento destes alunos. 
Os autores que mais contribuíram para as pesquisas feitas, foram: Quadros 
(1997), nas questões de interações de língua e linguagem; Goldfeld (2002), com 
pressupostos cognitivos de teóricos como Vygotsky; Luchesi (2003), com os 
pressupostos piagetiana de ações cognitivas; Mantoan (2003), no processo de 
inclusão escolar; Fávero (2004), nas questões de formação de professores; 
Mazzotta (2005), com relatos históricos ao longo dos séculos das pessoas surdas; 
Mantoan (2006), acerca da formação de professores para atuação na Educação 
Especial; e Makhoul, Campos, Ribeiro e Rodrigues (2010), na construção histórica 
do processo inclusivo do Estado de Goiás. 
A metodologia utilizada nesta monografia contempla a pesquisa bibliográfica e 
a pesquisa de campo, com relatos de experiências que fizeram parte deste trabalho. 
Com isso, compreende-se que houve contribuição para o entendimento dos relatos e 
dados, que foram coletados a respeito do assunto abordado neste trabalho. 
No primeiro capítulo, foi apresentado o histórico de exclusão, segregação, 
integração e inclusão das pessoas com surdez, através dos séculos de sua 
existência, com abordagens feitas no cenário mundial, brasileiro e no Estado de 
10 
 
Goiás. Foram abordados os dispositivos legais que contribuíram para a Educação 
Inclusiva no País. No segundo capítulo, serão retratadas as definições do que é 
surdez, suas fases e complicações, Língua de Sinais aprovada pela Lei 10.436/ 
2002, estabelecida como meio de comunicação das pessoas surdas, bilinguismo 
como segunda língua oficial do Brasil e etiologia como ciência que aborda as causas 
e compreensão deste fenômeno. O terceiro capítulo abordara a Língua de Sinais –
LIBRAS, nos cursos de formação de professores na atualidade, destacando a 
função do tradutor e intérprete e sua relação com os professores regentes e, por 
último, a função do professor como mediador e construtor de conhecimentos no 
processo educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
CAPÍTULO I: 
UM OLHAR NO HISTÓRICO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS 
 
Neste primeiro capítulo, será feita uma retrospectiva sobre o histórico de 
pessoas com deficiências, desde os primórdios até as gerações contemporâneas, 
perpassando pelas dificuldades e sofrimentos acometidos a tais indivíduos até 
chegarem as conquistas que hoje estão acontecendo graças aos grandes esforços e 
lutas para que o processo da inclusão fosse respeitado nas esferas políticas, sociais 
e educacionais. 
Ressalta-se que a rejeição da sociedade contra as pessoas com deficiências, 
segundo Marcos José Silveira Mazzotta (2005), se arrasta desde a Antiguidade, em 
algumas civilizações. Na Grécia Antiga, em que havia duas classes sociais - a 
nobreza, que zelava pelo padrão estético de beleza, e o povo que produzia as 
riquezas consumidas pelos nobres - quem não fizesse parte desse padrão estético 
ou produzisse riquezas estava destinado a serem excluídos dos meios sociais. 
Apesar disso, as pessoas surdas até que eram perdoadas pelos seus defeitos e 
posteriormente consideradas como loucas, não convivendo com as pessoas 
comuns, sendo privadas de seus direitos vivendo à mercê de sua própria sorte. Os 
Romanos, por influência dos gregos, também os viam como seres imperfeitos por 
essa razão, os excluíam da sociedade e os atiravam no rio Tigre, acreditando que lá 
seriam purificados, o que de certa forma, caracterizava-se como um ato de 
extermínio a esses indivíduos da sociedade. 
No Egito, as pessoas surdas eram endeusadas pela cultura local e prestavam 
serviços de mediadoras entre os Faraós e os deuses, a população da época tinha 
respeito e certo temor por estas pessoas. Os chineses por sua vez, os sacrificavam 
aos deuses, lançando-os ao mar do alto dos rochedos. Para eles, os surdos não 
tinham competência e nem raciocinavam, razão pela qual eram tratados sem direito 
algum, marginalizados e condenados à morte. Praticamente em toda Antiguidade as 
pessoas surdas foram tratadas como seres imperfeitos e como bobos da corte e até 
mesmo pela Igreja Católica, pois os cristãos diziam que eles não possuíam uma 
alma imortal. 
Observa-se que até mesmo as pessoas evangelizadas os abominavam, 
deixando-os a mercê da própria sorte, configurando-se como uma filosofia de total 
exclusão dessas pessoas na sociedade dessa época. Em algumas regiões, eles 
12 
 
foram amaldiçoadas, chamados de hereges1 até queimados em praça pública pela 
Santa Inquisição como castigo pelos seus pecados, chegando a provocar-lhes o 
extermínio, excluindo-os do convívio social. Além disso, a Igreja não os deixava 
casar-se nem receber comunhão, também não podiam possuir bens materiais. Nãohavia relatos de educação para as crianças surdas, elas tinham por obrigação fazer 
os trabalhos mais desprezíveis por serem consideradas como imbecis ou bobas. 
Essas pessoas foram segregadas a todo tipo de sorte como se, ser surdo fosse algo 
contagioso ou abominável. 
Segundo Mazzotta (2005), tendo em vista que na Idade Média, conforme a 
Igreja Católica, por Jesus ter curado vários cegos e feito vários surdos ouvirem, as 
pessoas com necessidades especiais2, passaram a ser considerados mortais e a 
terem privilégios em algumas culturas, eram seres cultuados como divindades ou 
considerados como excepcionais. 
Tal fato começou a mudar na Idade Média quando a igreja passou a condenar 
tais atrocidades, sendo tratadas como pessoas sobrenaturais. A sociedade passou a 
ter locais específicos para o acolhimento, alimentação e cuidados médicos deles. 
Dai, então, procedeu-se a distinção do que seriam a surdez e mudez, os que 
pertenciam a famílias ricas tinham atendimentos mais adequados e humanos até se 
ensinavam algumas coisas, porém os pobres eram visto como um ser não educável, 
irracional condenados a castigos, misérias e sacrifícios. Esses eram abandonados a 
própria sorte nos chamados abrigos, excluindo-os da sociedade, como ressalta 
Mazzotta (2005, p. 17), “sob o título de Educação de Deficientes encontram-se 
registros de atendimentos ou atenção com vários sentidos; abrigo, assistência, 
terapia etc.”. Tratava-se de um modelo de assistencialismo para acalmar a 
consciência cristã que começava a ser despertada pela sociedade, devotando um 
olhar mais humanitário para com os deficientes. 
De acordo com Ana Cristina Guarinello (2007, p. 20), “a primeira alusão à 
possibilidade de instruir os surdos por meio da língua de sinais e da linguagem oral 
foi feita por Bartolo della Marca d’Ancona, escritor do século XIV”. São passos 
considerados pequenos que não obtiveram maiores destaques, mas que sem dúvida 
trouxeram sua contribuição para o contexto histórico do surdo. No século XVI, um 
 
1 Pessoas que professam idéias contrarias às geralmente admitidas especialmente com os deveres 
religiosos. Mazzotta (2005) 
2 São consideradas como pessoas com anomalias na estrutura ou na aparência do corpo humano e 
do funcionamento de um órgão ou sistema. 
13 
 
médico italiano chamado Girolano Cardano, por ter um filho surdo, interessou-se por 
fazer um estudo aprofundado do ouvido, nariz e do cérebro e desenvolveu com seu 
filho um código3 em sinais. No mesmo período, um monge beneditino espanhol 
chamado Pedro Ponce de Leon foi designado por famílias nobres a educarem e 
ensinarem crianças surdas a falar, escrever, ler, fazer contas, a confessar e orar, 
sendo que só assim seriam reconhecidas com direitos para herdarem propriedades 
e títulos da família. 
Contudo, as primeiras instituições como escolas para surdos que se tem 
conhecimento foram no final do século XVIII, tratando-se de instituições residenciais, 
com objetivo mais voltado para a reabilitação do que propriamente ao 
desenvolvimento científico da educação. De acordo com Guarinello (2007, p. 23), 
“por volta de 1704, o alemão Wilhelm Keger defendeu a educação obrigatória para 
surdos. Durante suas aulas, usava a escrita, a fala e os gestos para que seus alunos 
aprendessem”. Foi um marco inicial neste século, por se tratar da era do 
iluminismo4, e para o desenvolvimento da comunicação através dos gestos5 com 
alunos surdos, dando a eles a segurança de apreensão do conhecimento por meio 
de uma linguagem entendida por eles. 
Em 1760, na França, um abade chamado Charles Michel de L’Epée, por ter 
sucesso no desenvolvimento de um método de ensino com duas irmãs surdas, 
conseguindo fazê-las ler e escrever, foi fundada a primeira escola pública para 
surdos no país, o Instituto Nacional para Surdos-Mudos. Pela primeira vez deram-se 
atenção às crianças pobres, rompendo ao estigma de que, por não serem da 
nobreza, não tinham direito a educação. Foi um período bastante próspero para a 
educação de surdos em vários países, com o aumento de novas escolas e a 
contratação de professores surdos para atuar com essas crianças. Apesar dos 
avanços, as conquistas ainda não eram atingidas integralmente em todos os 
lugares, ainda faltava muito para que a Educação dos Surdos se tornasse realmente 
reconhecida. Assim o mundo começa a despertar para o atendimento universal das 
pessoas surdas. 
 
3 Linguagem secreta ou não, em que entram palavras, as quais, convencionalmente, se dão 
significações diferentes das que normalmente possuem. 
4 Movimento filosófico, a partir do século XVIII, em oposição ao obscurantismo da Idade Média. 
5 Aceno e mímica língua gestual universal, não é considerada uma linguagem já que não possui uma 
gramática. 
14 
 
Na Idade Contemporânea - Século XX, os surdos são considerados como 
pessoas com necessidades especiais, que precisam ser introduzidas socialmente de 
forma mais humana, embora ainda sejam discriminados, excluídos e tratados como 
incapazes de atuarem de forma saudável e capacitadas na sociedade e no mercado 
de trabalho. Na opinião de Mazzotta (2005, p. 15), 
 
Manifestando-se através de medidas isoladas, de indivíduos ou grupos, a 
conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores de 
deficiências podem ser identificados como elementos integrantes de 
políticas sociais, a partir de meados deste século. 
 
Mostrando, portanto, que o objetivo da educação dos surdos foi o de integrá-
los no contexto social e humanitário, dando-lhes a eles condições de interação e 
comunicação com as pessoas de seu convívio. No século XIX, segundo Guarinello 
(2007. p.25), o francês Jean Marc Guaspard Itard publicou o trabalho “Trité des 
maladies de l’oreille et de l’auddition, afirmando que o surdo somente poderia ser 
educado pela fala e pela restauração da audição”. O interesse de alguns médicos 
no desenvolvimento de métodos educacionais para os surdos passou a fazer parte 
de estudos, tendo em vista a tentativa de encontrarem uma forma de ajuda para a 
cura da surdez, pois acreditavam estarem tratando de uma doença, constatando, 
após alguns anos, que os ouvidos dos surdos não tinham vida. Foi o momento da 
fase de integração social de modelo clínico em que se passaram a olhá-los com uma 
atenção medicinal. 
Para Guarinello (2007), a partir de então as escolas para pessoas surdas 
foram expandindo em vários países como Estados Unidos, Canadá entre outros, 
buscando ampliar os conhecimentos nesta área de atendimento como também 
qualificar professores para a atuação desta nova modalidade de ensino. No entanto, 
os surdos eram pessoas especiais que precisavam ser introduzidas socialmente de 
forma mais humana para que deixassem de ser discriminados, excluídos e tidos 
como incapazes de atuarem de forma saudável e com capacidade para o trabalho. 
Esta foi a fase de início da inclusão num modelo mais humanitário e social. 
Numa reconstrução da história das pessoas surdas no contexto global até 
então, observa-se que foram indivíduos relegados aos mais profundos sofrimentos 
dentro das filosofias de exclusão e segregação por um longo período até serem 
15 
 
consideradas pessoas com necessidades de serem resgatadas e integradas na 
sociedade como um todo. 
 
1. 2 A EDUCAÇÃO DE PESSOAS SURDAS NO BRASIL 
 
Partindo de estudos que ao longo dos anos vêm sendo feitos sobre a 
educação de surdos, serão abordados neste tópico os avanços alcançados nas 
fronteiras, chegando ao Brasil por volta da década de sessenta do século XX, por 
meio do Imperador D. Pedro II que, depois de ter instalado o Instituto BenjaminConstant para cegos, criou também um Instituto para surdos em 1857 que UM 
século após passou-se a chamar INES. Segundo Mazzotta, (2005, p. 29), 
 
D. Pedro II que, pela Lei nº 839 de 26 de setembro de 1857, portanto, três 
anos após a criação do Instituto Benjamin Constant, fundou, também no Rio 
de Janeiro, o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. A criação desta escola 
ocorreu graças aos esforços de Ernesto Hüet e seu irmão. 
 
Com esta Lei, deu-se início à educação de pessoas surdas no Brasil, uma 
conquista trazida para o povo brasileiro. O francês Hüet, atendendo ao pedido do 
Imperador, transformou o Colégio Vassimon no Imperial Instituto com dois alunos 
surdos, e depois de cem anos, ele se transformaria, graças à Lei nº 3.198, de 6 de 
julho de 1957, no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), em um dos mais 
importantes centros educacionais especializados em educação literária e ensino 
profissionalizante para alunos surdos, especialmente meninos e posteriormente para 
as meninas. Nessa época, existiam escolas que alfabetizavam só meninos, 
preparando-os para a vida, e as que educavam as meninas de maneiras 
diferenciadas para o trabalho doméstico. Hoje este centro educacional corre o risco 
de ser extinto com a implantação da inclusão nas escolas. 
Em 1929, também foi fundado, na cidade de Campinas São Paulo, o Instituto 
Santa Terezinha, para o atendimento de crianças surdas, por iniciativa do então 
Bispo Dom Francisco de Campos Barreto que enviou duas freiras para Paris 
(França), por dois anos, a fim de se especializarem como professoras, voltando de lá 
com mais duas irmãs para lecionar no Instituto. Para Mazzotta (2005, p. 36), 
 
Considerado na área de educação especial como instituição especializada 
de elevada conceituação, o Instituto oferece aos alunos deficientes 
16 
 
auditivos, além do ensino de 1º grau, atendimento médico, fonoaudiológico, 
psicológico e social. 
 
 Foi uma grande conquista para a educação o Instituto Santa Terezinha, pela 
importância de essas freiras terem sido preparadas profissionalmente para a 
educação de alunos surdos, demonstrando a seriedade que já se tratava da 
formação de professores para atuação de alunos especiais, promovendo assim a 
filosofia de Inclusão social. 
Segundo Mazzotta (2005), diante da perspectiva de Educação Inclusiva com 
as filosofias de inserção de pessoas com deficiências no contexto social, o sistema 
vem criando mecanismos de mudanças estruturais e filosóficas. Considerando-se as 
fases de exclusão mais acentuadas na Idade Antiga, a segregação que por um 
longo período da Idade Média fez parte da vida das pessoas surdas, destaca-se 
que, na Idade Moderna, houve a Integração e, atualmente, estão se passando para 
fase da Inclusão em todas as esferas sociais e culturais das escolas a fim de que 
sejam alcançados todos os alunos com necessidades especiais, especialmente os 
surdos. Observa-se um grande avanço que demandou séculos para se chegar aos 
dias atuais. 
 No Brasil, vem ganhando espaço desde o final das décadas de 50 quando 
começaram as iniciativas oficiais de atendimento educacional a deficientes. No 
início, de maneira assistencialista sem caráter científico, dando a eles tão somente 
condições de sobrevivência no contexto social. Para Lucia Reily (2004, p. 13), 
“cultura social é a história construída na coletividade e permeada pela linguagem 
não sendo portanto algo estático e sim manipulável de geração em geração de 
acordo com as mudanças sociais”. São histórias construídas com muitas dores e 
sentimento de exclusão, de uma sociedade dotada de preconceitos contra as 
diferenças do ser humano. 
Do ponto de vista de Mazzotta (2005), dentre as várias instituições que foram 
criadas para a educação do surdo, em São Paulo foi o Instituto Educacional São 
Paulo (IESP), fundada em 18 de outubro de 1954, especializando-se no ensino de 
crianças com problemas auditivos. Inicialmente, seus professores eram pais de 
alunos e só tinham formação em Curso Normal. Em 1957, assumiu a direção o 
professor Aldo Peracchi, tendo se especializado na Itália para a Educação de Surdo, 
formando sua primeira turma de curso ginasial em 1965. No ano seguinte, o Instituto 
foi doado para a Fundação São Paulo, entidade mantida pela Pontifícia Universidade 
17 
 
Católica de São Paulo (PUCSP), passando a ser além de escola também em regime 
de clínica de tratamento de distúrbios auditivos, administrada pelo Centro de 
Educação e Reabilitação dos Distúrbios da comunicação (CERDIC). Na atualidade, 
tem o nome de Divisão de Educação e Reabilitação dos distúrbios da Comunicação 
(DERDIC), sendo este um dos mais importantes centros educacionais e de pesquisa 
e tratamento de áudio-comunicação do Brasil. Foram momentos de muitos ganhos 
para o país na questão de Educação Inclusiva das pessoas surdas. 
Durante o período de 1957 a 1993, o processo de atendimento educacional 
voltado para pessoas deficientes obteve avanços consideráveis, com a força dos 
governantes que impulsionaram grandes campanhas a nível nacional. De acordo 
com Mazzotta (2005, p. 49), “a primeira a ser instituída foi a Campanha para a 
Educação do Surdo Brasileiro (C.E.S.B.), pelo decreto Federal nº 42.728, de 
dezembro de 1957”. Com esta iniciativa, outras instituições que se tratavam da 
assistência a outras deficiências também impulsionaram em suas conquistas. 
Mazzotta. (2005, p. 59) afirma que: 
 
Aprovada a estrutura regimental do Ministério da Educação, o Decreto nº 
99.678, de 8 de novembro de 1990, incluiu como órgão da SENEB o 
Departamento de Educação Supletiva e Especial DESE, com competências 
específicas com relação à Educação Especial. O Instituto Beijamin Constant 
e o Instituto Nacional de Educação de Surdos ficaram vinculados à SENEB. 
 
Essas mudanças por parte do DESE (Departamento de Educação Especial) 
deram mais credibilidade e força ao Sistema de Ensino em relação a Inclusão que 
passou a tratar do assunto com maior responsabilidade e seriedade. 
Diante das mudanças no decorrer dos anos e das políticas desenvolvidas no 
processo de Inclusão no Brasil, muitas metas foram atingidas para a conquista de 
uma Educação Inclusiva plena e respeitosa especialmente para com as pessoas 
surdas. 
 
1.3 ABORDAGENS HISTÓRICAS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM GOIÁS 
 
Tendo em vista que a política educacional brasileira vem se destacando no 
assunto de educação especial, neste tópico destaca-se o que Goiás tem feito na 
Educação ao longo destes anos, com ações voltadas para pessoas com 
necessidades especiais, com os recursos específicos destinados para tal de acordo 
com as prioridades individuais, desde a década de cinquenta. Foram ações que 
18 
 
deram austeridade a projetos arrojados na construção de uma perspectiva 
educacional inclusiva que vem ganhando destaque ano após ano. 
 Em 1953, por meio da Lei nº 926 foi criado o Instituto Pestalozzi de Goiânia, 
para o atendimento de alunos com deficiências, sendo que sua inauguração só 
aconteceu em 1955. Até a década de 70, esta foi a única instituição pública que 
prestava atendimento a pessoas com deficiências no Estado de Goiás. De acordo 
com Carmem Suzana Makhoul, Eunice Magda de Souza Campos, Glenda Mirian 
Ribeiro e Nadja Maria da Cunha Rodrigues, (2010, p. 46), 
 
A Coordenação de Ensino Especial, por meio do Programa Estadual de 
Educação para a diversidade numa Perspectiva Inclusiva, busca assegurar, 
desde 1999, uma prática que resulte em uma realidade concreta de 
valorização às diferenças, promovendo o acesso, a permanência e o 
aproveitamento escolar de todos indistintamente, com vistas à minimização 
das desigualdades sociais. 
 
 Observa-se queo processo de inclusão em Goiás, embora demorasse um 
pouco mais acontecer, mesmo sendo um modelo de segregação e integração, veio 
para dar continuidade ao que já estava acontecendo em outros estados, através da 
Superintendência de Ensino Especial, na Secretaria de Educação. Em 1998, 
aconteceu no Estado o Fórum Estadual de Educação de Goiás, um dos mais 
importantes eventos voltados para os alunos com deficiências que marcou 
realmente início da Inclusão no Estado. Esse evento aconteceu em Goiânia por 
iniciativa da extinta FUNCAD, (Fundação da Criança, do Adolescente), e da 
Integração do Deficiente, em parceria com a Universidade Católica de Goiás e 
Secretaria Municipal de Educação. Foi uma iniciativa importante para o avanço da 
política educacional inclusiva do Estado. 
No final da década de 60, início de 70, surge a ideia de criar uma associação 
de surdos em Goiás, por iniciativa dos próprios surdos, que elaborou um estatuto 
simplificado criando em caráter experimental, em um galpão no Instituto Pestalozzi 
esta associação. A princípio, com muitas dificuldades mantendo sempre os surdos 
que ali se encontravam unidos especialmente na prática de esportes. No ano de 
1975, uma turma com cerca de trina e três pessoas surdas no Setor Pedro Ludovico, 
assinaram uma ata com o propósito, de ali ser fundada à Associação dos Surdos de 
Goiânia (ASG), com o compromisso de trabalhar em prol da sua afirmação nos 
meios sociais, culturais, educacionais e esportivos, dando respaldo e defendendo as 
19 
 
causas e os direitos das pessoas surdas que os procuram. Um privilégio esta 
conquista por parte dos surdos, que nos dias atuais contam com esta associação 
como marco de uma luta pelos seus direitos. 
Outra escola, que também deu a sua contribuição com o Ensino Especial 
principalmente de pessoas surdas que ali receberam tratamento educacional de 
suma importância para o desenvolvimento de sua cidadania, foi a Escola Estadual 
Maria Luzia de Oliveira, localizada no setor Aeroporto, por ser considerada uma 
escola com baixo número de alunos, os quais estes foram remanejados para outras 
unidades de ensino mais próximo, e esta transformada em Centro de Formação de 
Professores. Apesar de ser por uma causa nobre é uma lástima, pelo fato de ser 
poucas as unidades que prestam tais atendimento de Educação Especial. 
De acordo com as autoras Makhoul; Campos; Ribeiro e Rodrigues (2010), No 
início houve um período de estruturação considerada qualitativa de quatro anos nas 
escolas com o processo de inclusão. A princípio, a prática da Educação Especial se 
deu de forma paralela ao sistema de ensino regular em forma de segregação, tendo 
como respaldo as leis e políticas públicas, tanto federais quanto estaduais e, 
gradualmente, foram sendo transformadas as escolas estaduais em escolas 
inclusivas, atingindo-se um ponto quantitativo bastante considerável. Período no 
qual já se iniciou a capacitação de profissionais da rede estadual de educação para 
a diversidade como multiplicadores de ensino, aos quais eram oferecidos cursos de 
Braille, de Libras nível I, II, III e IV, e também foram adaptadas as matrizes 
curriculares para atender a tais necessidades. Já se viam a necessidade de 
investimentos na capacitação de professores para o exercício desses cargos. 
Segundo dados do projeto do Programa Estadual de Educação, em outubro 
de 2000, o qual foi lançado por meio da SEE (Secretaria Estadual de Educação), e 
SUEE (Superintendência de Ensino Especial) o Programa de Educação para a 
Diversidade numa Perspectiva Inclusiva, o Peedi, com a missão de implantar 
projetos de atendimento educacional hospitalar, buscando parcerias para a sua 
implantação, o que resultou em dez projetos ao todo: Projeto Hoje, Projeto Caminhar 
Juntos, Projeto Prevenir, Projeto Comunicação, Projeto Depende de Nós, Projeto 
Despertar, Projeto Espaço Criativo, Projeto Re-Fazer, Projeto Unidades de 
Referência e Projeto Escola Inclusiva. Destes, destaca-se o Projeto Comunicação 
que tinha como objetivo a comunicação diferenciada dos alunos surdos nas redes de 
20 
 
ensino regular do Estado de Goiás, com a valorização e divulgação da Língua de 
Sinais. 
Em 2001, várias prefeituras municipais participaram do Encontro Estadual 
de Secretários Municipais a fim de conhecerem o Peedi e, em 2002, muitas 
delas assinaram o Termo de Adesão a fim de, juntamente com o Estado, 
transformarem suas escolas municipais em inclusivas. (MAKHOUL; 
CAMPOS; RIBEIRO E RODRIGUES, 2010, P. 22), 
 
Foi um passo decisivo para que se iniciasse no Estado de Goiás em todas as 
categorias de ensino um projeto ousado, porém que mereceu um crédito de 
confiança por parte da sociedade nas escolas inclusivas. 
O processo de Educação Especial, através da REAI (Rede de Apoio à 
Inclusão), que em conjunto com as SREs (Subsecretarias Regionais de Educação) e 
SMEs (Secretarias Municipais de Educação), Associação Pestalozzi, Instituto 
Pestalozzi, Associação Síndrome de Down (Asdown), Centro de Apoio ao Deficiente 
(Cead), APAE (Associação dos Pais e amigos dos Excepcionais), entre outros, 
desenvolveu, a partir de 2004, seminários, com o objetivo de expandir a temática da 
educação inclusiva. 
A partir de 2005, com a parceria do Ministério da Educação e Cultura e 
Secretaria de Educação Especial foi implantado na capital o CAS (Centro de 
Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento as pessoas com 
Surdez), um projeto representado pela Secretaria de Educação Especial e Instituto 
Nacional de Educação de Surdos, em conjunto com as Secretarias de Educação, 
Institutos de Ensino Superior e Organizações Não-Governamentais, com o intuito de 
prestar suporte técnico e pedagógico às escolas, aos alunos e seus familiares. 
Impulsionando assim os profissionais que pretendiam se dedicar à carreira de 
tradutor e intérprete, cujo objetivo era criar condições adequadas para o 
desenvolvimento pleno das potencialidades do educando, assegurando o princípio 
da igualdade de oportunidades em cumprimento da legislação brasileira. 
Caracterizou-se como o suporte que alunos surdos, as famílias e professores de 
Libras precisavam para se sentirem mais seguros em relação á implementação da 
inclusão nas escola goianas. 
Como caracteriza Makhoul; Campos; Ribeiro e Rodrigues (2010), o CAS está 
vinculado ao Projeto Comunicação, projeto esse que tem como prioridade gerar 
possibilidades aos alunos com necessidades comunicativas diferenciadas a estarem 
incluídos na rede regular de ensino de acordo com as normas e diretrizes do Peedi, 
21 
 
garantindo a eles acessibilidade aos conteúdos curriculares, utilizando como 
recurso, principalmente, a Língua de Sinais. Uma das prioridades do CAS é 
promover a capacitação de profissionais da educação para o atendimento nas redes 
de ensino com cursos didáticos e pedagógicos tais como Libras, Língua Portuguesa 
para surdos e de intérpretes de Libras, preenchendo uma lacuna que deixava os 
alunos surdos de Goiás até então afastados do projeto de alfabetização verdadeira, 
valorizando a sua própria linguagem de sinais. Com essa iniciativa, ficou 
estabelecido convênio com as Secretarias Municipais de Educação do Estado, que 
seria ofertadas aos professores participação nos cursos de formação continuada e 
outras ações, com o intuito de dar respaldo a esta prática de ensino orientada pela 
Equipe de Apoio à Inclusão, que presta atendimentos e acompanhamentos aos 
alunos surdos, com psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos como demais 
profissionais que a equipe se dispõe para prestar estes auxílios. 
Como nos demais Estados, o segmento da Educação numa Perspectiva 
Inclusiva em Goiás, também teve seusaltos e baixos até estruturarem-se para dar 
continuidade às propostas das Políticas Educacionais de Ensino para pessoas 
surdas. 
 
1.4 DISPOSITIVOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
Serão abordadas neste tópico as Legislação e normas que nortearam a 
Política Nacional de Educação Especial no Brasil. Diante das necessidades de uma 
Educação Inclusiva, o sistema educacional vem criando mecanismos de mudanças 
estruturais, culturais e filosóficas nas escolas, a fim de que todos os alunos sejam 
contemplados e que estes tenham suas necessidades específicas atendidas. Tais 
mudanças vêm acontecendo gradualmente em respeito às diferenças e prioridades 
das crianças com necessidades especiais. 
Como descrito por Mazzotta (2005), um dos primeiros documentos que visam 
à proteção dos diretos das pessoas é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
proclamada pelas Nações Unidas em 1948, na qual estão enumerados todos os 
direitos que os seres humanos possuem. No seu Artigo VII, contempla que “Todos 
são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. 
Todos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a 
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”. Essa 
22 
 
declaração evidencia a preocupação da ONU em defender os cidadãos e protegê-
los contra os atos de impunidade. 
As leis que normatiza e rege os planos educacionais no que diz respeito à 
Educação Especial tem como base principal a Constituição Federal do Brasil de 
1988, que traz como prioridade neste assunto o Artigo 205, determinando que 
 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. (p. 136). 
 
 Verifica-se que esse artigo registra muito bem as responsabilidades tanto dos 
poderes públicos quanto das famílias para com a educação das crianças, as quais 
estiveram por longos anos adormecidos entre as nas duas partes. Entretanto, com 
as Políticas de Inclusão Social para todos, estão sendo despertos para esta 
realidade que necessita ser repensada em respeito aos direitos das crianças. 
Na Convenção sobre os Direitos da Criança em Assembléia Geral nas 
Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989, que reconheceu-se como primordial 
para o desenvolvimento da personalidade da criança, que ela deva crescer em um 
ambiente tanto familiar quanto escolar harmonioso, respeitável e compreensível. Os 
direitos das crianças vêm sendo restaurados pelas autoridades ao longo destes 
anos, porém somente nas últimas décadas estão dando maior prioridade para tais 
Direitos. Além disso, a Lei 7.853/89 estabelece normas gerais para o exercício dos 
direitos tanto individuais quanto sociais das pessoas com deficiências. Em seu Artigo 
8º postula que: “Constitui crime punível com reclusão de 1 a 4 anos, e multa”, a 
quem se recusar a inscrição ou matrícula de um aluno com qualquer deficiência nos 
estabelecimentos de ensino de qualquer escola, curso ou grau, público ou privado. 
De acordo com Mazzotta. (2005, p. 81), 
 
Nos Artigos 10 e 11, reestrutura a CORDE (Coordenadoria Nacional para 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), como órgão autônomo, 
administrativa e financeiramente, com distinção de recursos orçamentários 
específicos. No Artigo 15, estabelece que a Secretaria de Educação 
Especial (SESPE) do Ministério da Educação será reestruturada, para 
atendimento e fiel cumprimento do que dispõe. 
 
Este órgão (SESPE) foi instinto em 1990, passando as suas atribuições a 
Secretaria Nacional de Educação Básica (SENEB). Houve muitas alterações e 
mudanças até se ter uma integração da Educação Especial com os demais órgãos. 
23 
 
É fundamental ressaltar que, como tudo que está se estabelecendo tem seus altos e 
baixos, na implantação da educação especial também não foi diferente. 
Outro órgão que contribuiu para que acontecesse a Inclusão foi a Declaração 
Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de 
Aprendizagem Jomtien, Tailândia. Aconteceu de 5 a 9 de março de 1990: “Há mais 
de quarenta anos, as nações do mundo afirmaram na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos que toda pessoa tem direito à educação”. No entanto, apesar dos 
esforços realizados por países do mundo inteiro para assegurar o direito à educação 
para todos, ainda persiste a realidade de que muitas crianças não possuem respeito 
á tais direitos. 
Um dos documentos mais importantes e respeitados no mundo inteiro no 
processo da Inclusão social, é a Declaração de Salamanca, elaborado de sete a dez 
de julho de 1994, numa Conferência Mundial sobre a Educação Especial na cidade 
de Salamanca na Espanha. É uma Resolução das Nações Unidas que se trata dos 
princípios, políticas e práticas em Educação Especial, tendo como origem aos 
movimentos dos Direitos Humanos. “O compromisso para com a Educação para 
Todos, reconhecendo a necessidade e Urgência de providenciar educação para as 
crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do 
sistema regular de ensino”. Esse compromisso foi um marco para que as legislações 
voltassem seu olhar para esta realidade mundial das pessoas que necessitam ser 
incluídas no sistema educacional e, no entanto, são barradas por falta de quem lhes 
dê respaldo legal. 
De acordo com Demerval Saviani (2003, p. 1), “a Educação é inerente à 
sociedade humana, originando-se do mesmo processo que deu origem ao homem”. 
Essa educação é que dá aos cidadãos à perspectiva de igualdade e respeito. A 
legislação e as normas básicas que regem os planos educacionais que respaldam a 
Educação Especial têm como destaque a Lei de Diretrizes e Base de 1961 com a 
Lei nº 4024/61 de 20 de dezembro de 1961, que foi o primeiro documento sobre as 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Em seu Artigo 88, constata-se que 
“para integrá-los na comunidade, sua educação deverá, dentro do possível, 
enquadrar-se no sistema geral de educação”. O artigo refere-se á Educação de 
pessoas com deficiências em todos os sentidos. 
 Em decorrência do golpe militar de 1964, que teve grandes interferências 
principalmente na educação brasileira, foi-se necessário fazer adequações no 
24 
 
âmbito educacional, implicando mudanças na legislação que regulava o setor. Uma 
das mudanças foi a revogação da Lei nº 4024/61 pela Lei 5692/71, que tratava das 
normas correspondentes ao ensino primário e médio, nos artigos 176 e 178 da 
Constituição, entende-se por ensino primário a educação correspondente ao ensino 
de primeiro grau e por ensino médio, o segundo grau, numa segunda versão da LDB 
foi aprovada em 1971, com a inclusão da nova Lei nº 5692/71 de 11 de agosto de 
1971, em seu Artigo nº 9, segundo Mazzotta. (2005. p, 69), essa Lei, 
Assegura tratamento especial aos alunos que apresentem deficiências físicas ou 
mentais, os que se encontrarem em atraso considerável quanto à idade regular de 
matrícula e os superdotados, de acordo com as normas fixadas pelos 
competentes Conselhos de Educação. 
 
Nessa Lei, pouco se tem a acrescentar para alunos deficientes, a não ser que 
as responsabilidades para com eles passem a ser dos Conselhos Estaduais de 
Educação, dando-lhes poderes de decisão quanto ao destino desses alunos, 
tratando-se, quando necessário, da abordagem de questões peculiares das suas 
diferenças individuais, demonstrando certa preocupação em atender às 
necessidades reais dos estudantes. 
Em treze de julho de 1990, foi sancionada a Lei nº 8.069/90, criando o 
Estatuto da Criança e doAdolescente, dispondo, em seu Artigo 1º, sobre a proteção 
integral à criança até doze anos de idade e ao adolescente de doze aos dezoito 
anos. Uma proteção a mais aos direitos desses indivíduos que, às vezes, ficaram 
relegados a segundo plano por não terem um olhar específico para eles. Entre os 
contemplados estão as crianças e adolescentes com deficiências auditivas. 
Uma Nova LDB foi sancionada em vinte de dezembro de 1996, com 
reformulações na Lei nº 9.394/96, estabelecendo as novas Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Foi um marco importante para o atendimento da Inclusão, pelo 
fato de que esta Lei dedicou o Capítulo V inteiro à Educação Especial. O legislador 
respeitou as experiências e trabalhos desenvolvidos no trato das diversidades 
culturais em todo país, e sua transformação em dispositivos legais só tende a dar 
respaldo para que cresça e desenvolva em âmbito nacional. De acordo com Saviani. 
(2003. p, 180), o Artigo 58, Parágrafos I, II e III postula: 
 
Entende-se, por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade 
de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de 
ensino, para os educandos portadores de necessidades especiais. 1º 
25 
 
Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. 
2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos 
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino 
regular. 3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, 
tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
 
Observa-se que tanto o Artigo 58, que identifica o que vem a ser Educação 
Especial, e portanto quem necessita de tratamento diferenciado, quanto os 
parágrafos 1º, 2º e 3º, que priorizam e adéquam tais atendimentos como os serviços 
de apoio especializados (intérprete, instrutores, centros de apoio especializados 
como CAS) aos alunos, estão preocupados que esta Lei esteja a serviço e 
atendimento à esta educação, visto que, ao se preocuparem, acontecerão mais 
cobranças, respeito ao cumprimento de tais normas, por conseguinte, respaldando a 
integridade dessas crianças. 
Em 19 de dezembro de 2000, o Presidente da República Fernando Henrique 
Cardoso, decretou e sancionou a Lei nº 10.098, com o Artigo 1º que 
 
Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade 
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e 
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de 
edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. 
 
 Com essa Lei fica estabelecida a obrigatoriedade da adaptação em todos os 
sentidos dos espaços físicos, dando acessibilidade às pessoas deficientes e 
destruindo as barreiras tanto arquitetônicas quanto as atitudinais de comunicação, 
principalmente do aluno surdo que, pela falta de intérprete, fica desprovido de 
comunicar-se com os demais, sendo esta a mais prejudicial para a promoção da 
verdadeira Inclusão, que só acontecerá realmente se houver cooperação por parte 
de todos. 
Segundo Mazzotta (2005), outro documento importante para garantir o 
cumprimento das normas que regem a Inclusão no país foi a Resolução nº 2, de 11 
de dezembro de 2001, que Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica. Em seu Artigo 1º, determina a necessidade do atendimento dos 
alunos com necessidades especiais nas creches e pré-escolas com a participação 
da família. Essa medida já tem um teor mais aprofundado de responsabilidade social 
para com estes alunos. O Artigo 2º da Resolução é o que mais se aprofunda no que 
diz respeito ao atendimento da Educação Especial. 
26 
 
 
 
Art. 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo 
às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com 
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições 
necessárias para uma educação de qualidade para todos. 
Parágrafo único. Os sistemas de ensino devem conhecer a demanda real 
de atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, 
mediante a criação de sistemas de informação e o estabelecimento de 
interface com os órgãos governamentais responsáveis pelo Censo Escolar 
e pelo Censo Demográfico, para atender a todas as variáveis implícitas à 
qualidade do processo formativo desses alunos. 
 
Nesse Artigo, percebe-se uma estrutura voltada para um atendimento 
educacional pautado em dados concretos, dando ênfase para as condições e a 
qualidade do ensino, o que demonstra o comprometimento do sistema e das 
políticas públicas no atendimento aos alunos com necessidades especiais. 
Outra Lei Federal mais recente e muito importante para o atendimento a 
crianças surdas é a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002 que dispõe sobre a Língua 
Brasileira de Sinais (Libras), sancionada pelo Presidente da República Fernando 
Henrique Cardoso, reconhecendo-a como segunda Língua oficial do Brasil. Em 
Parágrafo Único propõe: 
 
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras - a forma de 
comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-
motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de 
transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas 
do Brasil. 
 
Com a constituição desta Lei, Libras passa ter uma importância ímpar nas 
instituições públicas na divulgação do magistério para a comunicação do surdo no 
meio linguístico, com as adequações necessárias dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCNs), fortalecendo assim sua implantação nas escolas brasileiras, 
demonstrando a seriedade que se tornou a inclusão no país. 
De acordo com Mazzotta (2005), o decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 
2005, sancionado pelo Presidente da República, regulamentou a Lei nº 10.436/02 
que tratava da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e também o Artigo 18 da Lei 
10.098/00, em seu Capítulo II, que trata da Inclusão como disciplina curricular. Artigo 
3º no Inciso 1º e 2º afirma que. 
 
§ 1º Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, 
o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de 
Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de 
27 
 
formação de professores e profissionais da educação para o exercício do 
magistério. 
§ 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos cursos de 
educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da 
publicação deste Decreto. 
 
Esse Decreto tem significativa contribuição para a formação profissional na 
área da educação ao regulamentar e dar importância aos cursos de licenciatura e 
formação de professores no sentido de que também sejam incluídas Libras como 
disciplina curricular para que os futuros profissionais da educação sejam 
contemplados com uma formação adequada à situação vivenciada nas escolas. 
Outro documento de suma relevância foi a Resolução no Estado de Goiás do 
Conselho Estadual de Educação nº 194, em 19 de agosto de 2005, estabelecendo 
critérios e parâmetros em relação à Avaliação da aprendizagem escolar, no âmbito 
da Educação Básica do Sistema Educativo no Estado, além de outras providências 
explicadas no Artigo 4º: 
 
O processo de avaliação da aprendizagem escolar deve considerar, 
cotidianamente, a efetiva presença e a participação do aluno nas atividades 
escolares, sua comunicação com os colegas com os professores e com os 
agentes educativos, sua sociabilidade, sua capacidade de tomar iniciativa,de criar e de apropriar-se dos conteúdos disciplinares inerentes à sua idade 
e série, visando à aquisição de conhecimento, o desenvolvimento das 
habilidades de ler, escrever e interpretar, de atitudes e de valores 
indispensáveis ao pleno exercício da cidadania. 
 
Considera-se neste estudo que tal iniciativa é bastante adequada por se 
pensar no aluno com deficiência no processo avaliativo, tendo em vista que estes 
mesmo devem ter uma avaliação diferenciada dos demais alunos do sistema 
educacional. 
No Estado de Goiás, o Conselho Estadual de Educação, através da 
Resolução nº 7 de 15 de dezembro de 2006, estabelece normas e parâmetros para 
a Educação Inclusiva e Educação Especial, baseados nos princípios de uma escola 
que atenda a todos sem distinção. 
 
Considerando a necessidade de desenvolver, implementar e consolidar as 
políticas educacionais inclusivas em Goiás, para a construção de uma 
escola para todos, sem discriminação ou segregação e amplo respeito às 
diferenças educacionais e à diversidade cultural, que os alunos possam 
apresentar no processo educativo escolar. 
 
28 
 
Uma Resolução muito valorizada por ser criada para atender às necessidades 
dos alunos do Estado de Goiás, e que também demonstra a seriedade das políticas 
educacionais, em se tratando da Educação Especial de um modo geral. 
O Decreto nº 6.571, de 11 de setembro de 2008; dispõe sobre o atendimento 
educacional especializado, regulamentando o parágrafo único do artigo 60 da Lei nº 
9.394/96, e acrescentando dispositivo ao Decreto nº 6.253 de 13 de novembro de 
2007, se comprometendo prestar assistência financeira aos sistemas de ensino em 
todas as instâncias. Dispõe-se a tratar de alguns aspectos do atendimento do aluno 
com surdez nos incisos nº 1 e 2 do Artigo nº 3. 
 
§ 1º As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de 
equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta 
do atendimento educacional especializado. 
§ 2º A produção e distribuição de recursos educacionais para acessibilidade 
incluem livros didáticos e paradidáticos em braile, áudio e Língua Brasileira 
de Sinais (LIBRAS), laptos com sintetizador de voz, softwares para 
comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso 
ao currículo. 
 
Esse decreto não só se preocupou em dar um atendimento especializado aos 
alunos deficientes como ressaltou a importância destes serem induzidos a aprender 
Língua de Sinais, também com os recursos técnicos, didáticos e pedagógicos para 
que estes sejam atendidos de forma humanitária e responsável. 
Adotando essa postura de promover a formação profissional da educação, de 
acordo com a Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001, em seu § 1º, 
 
são considerados professores capacitados para atuar em classes comuns 
com alunos que apresentem necessidades educacionais especiais aqueles 
que comprovem que, sua formação, de nível médio ou superior, foram 
incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao 
desenvolvimento de competências e valores. 
 
 Baseando-se nesta resolução, o Instituto Superior de Educação da 
Faculdade Unifan em Aparecida de Goiânia – GO, como também outras Instituições 
de Ensino Superior do Estado, tem em seus cursos essa disciplina como parte de 
suas Matrizes Curriculares de ensino, uma das exigências do MEC para 
regulamentar os cursos de graduação, dando aos futuros Pedagogos uma formação 
básica para iniciar o trabalho de formação das crianças no Ensino Fundamental. O 
29 
 
que, porém, ainda é pouco para atuação em sala de aula, mas já é um bom começo 
para formação pedagógica. 
Portanto, são Leis como as Resoluções nº 07 de 14 de dezembro de 2010, 
que regulamentam, amparam e devem sustentar aos alunos com deficiência para à 
sua inclusão no meio social e educacional que vêm se desenvolvendo ano após ano, 
numa conquista árdua, embora necessária, enfrentando desafios para se chegar 
num patamar desejado por todos. 
 
CAPÍTULO II: 
DEFINIÇÕES DE SURDEZ E CONSIDERAÇÕES SOBRE LINGUAGEM E LÍNGUA 
 
Muitos são as terminologias utilizadas sobre as deficiências e para se 
distinguir A surdez de doença ou deficiência intelectual, neste capítulo será 
discorrido sobre o assunto, com a finalidade de se fazer um estudo mais abrangente 
dos termos e definições, baseado em teóricos reconhecidos, especialmente 
Vygotsky que deu a sua contribuição na área de educação para a inclusão de alunos 
surdos, sendo ele (da sua época) um dos que mais se aprofundaram nesta área, 
verificando o ponto de vista educacional e da saúde em relação aos alunos surdos. 
Uma abordagem importante a respeito das terminologias feitas por Vygotsky, 
(apud IVCI 2010, p.14) é: 
 
Vygotsky criou, também, uma terminologia suscetível de exprimir esta 
originalidade. Toda tradução arrisca-se, pois, de deformar, pelo menos 
parcialmente, suas ideias.[...], tentaremos analisar brevemente as que são 
pertinentes educação, deixando de lado as que tratam da metodologia da 
ciência, da psicologia geral, da psicologia da arte, das crianças deficientes. 
 
Infere-se, portanto, que Vygotsky um dos teóricos mais importantes para a 
educação atual se preocupava com a questão das terminologias designadas aos 
deficientes de um modo geral nas diversas metodologias de ensino. Isso demonstra 
que tratar o aluno surdo com naturalidade, independente de sua capacidade de 
entendimento, é uma forma de promover sua inclusão na sociedade. 
A definição da surdez é a falta, (caracterizada pela perda absoluta ou quase 
completa do sentido da audição). Na visão de Guiseppe Rinaldi (1997, p. 31), 
 
Denomina-se como deficiência auditiva a diminuição da capacidade de 
percepção normal dos sons, sendo considerado surdo o indivíduo cuja 
30 
 
audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja 
audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. 
 
Ela também é caracterizada por dois grupos: o congênito que o indivíduo já 
nasce surdo, denominado como surdez pré-lingual, a qual ocorre antes da aquisição 
da linguagem; e as adquiridas, em que a perda da audição acontece no decorrer da 
vida e tanto pode ser pré ou pós-lingual, ou seja, acontecer antes ou após a 
aquisição da linguagem. Tanto uma quanto a outra traz transtornos irreversíveis para 
o indivíduo, uma vez que a deficiência auditiva leva o ser humano a uma condição 
de dependência pela falta do que é mais essencial o “ouvir o outro”, a comunicar-se 
de maneira normal. 
Vygotsky, foi um dos teóricos que mais trabalharam e pesquisaram todas as 
áreas de deficiências inclusive a surdez, sendo ele o primeiro psicólogo que trouxe 
a psicologia para integrá-la à pedagogia, num trabalho em conjunto na formação e 
aquisição da linguagem. Ele observa que a surdez é a deficiência que mais causa 
danos ao ser humano, superando a cegueira nos animais. Conforme Vygotsky, 
(apud GOLDFELD 2002, p. 80), 
 
A surdez causa maiores danos ao homem do que ao animal, por atingir 
exatamente a função que os diferencia, a linguagem e sua infinita 
possibilidade de utilização. Lembrando que é a linguagem que permite o 
salto do sensorial, que rege a vida dos animais, para o racional, que rege a 
vida humana, pelas leis sócio-históricas. 
 
Do ponto de vista da saúde, a surdez, de acordo com Goldfeld (2002), traz 
danos irreversíveis ao ser humano que traduz tal problema como uma doença que 
requer tratamento, porém, do ponto de vista da educação, a falta de comunicação 
que rege a vida do surdo é apenas uma dificuldade normal que pode ser superada 
com a inclusão deste aluno, por exemplo, na Língua de Sinais. Portanto, a surdez 
em si não deve ser considerada umadeficiência de incapacitação, pois apesar da 
discriminação e das diferenças que os envolvem, o surdo está conquistando seu 
espaço na sociedade. 
Segundo Piaget (apud LUCHESI 2003, p. 17), “a atividade cognitiva do surdo 
é igual à do ouvinte, atribuindo as diferenças encontradas às diferentes experiências 
vivenciadas, principalmente no que se refere às experiências comunicativas”. Nessa 
perspectiva, a surdez e a falta da fala não impedem o crescimento e 
31 
 
desenvolvimento intelectual da criança. É preciso que ela seja estimulada a 
desenvolver suas habilidades cognitivas de comunicação. 
Para Vygotsky (apud GOLDFELD 2002, p. 82), “conclui então que a criança 
surda deve adquirir a linguagem da mesma forma que as crianças ouvintes, 
seguindo as mesmas etapas”. Conforme esses dois mestres teóricos que tanto 
contribuíram para a educação, Piaget e Vygotsky, a aquisição da linguagem do 
surdo deve ser tratada com a maior naturalidade possível, isto é, ele próprio vai 
aprender a se expressar com a convivência e experiências cotidianas. 
 De acordo com Márcia Goldfeld (2002), diversas terminologias são utilizadas 
no estudo da surdez, como o do sinal que é usado para apontar os elementos 
lexicais6 da língua de sinais. Para Bakhtin (apud GOLDFELD 2002, p. 23), “o sinal 
alcançaria apenas a significação (significado) do enunciado, seu aspecto básico, já o 
signo alcança o tema da enunciação (sentido)”. Os signos são os sinais de 
comunicação que, através dos símbolos, promove a adaptação da linguagem como 
significância, e do desenvolvimento cognitivo dos surdos. Um argumento bem 
definido de distinção entre os dois, sendo que o sinal se torna o complemento do 
signo linguístico que, para o surdo, tem o mesmo sentido das palavras da língua 
portuguesa. Isto é, um dando importância ao outro. 
A linguagem, segundo Saussure, (apud GOLDFELD 2002, p. 17), “é formada 
pela língua e fala”. São características predominantes das pessoas na forma de 
expressar seus pensamentos, sua fala e seu ingresso na cultura e no meio social. 
Para Vygotsky (apud GOLDFELD (2002, p. 18), “o fato de perceber a linguagem não 
apenas como uma forma de comunicação, mas também como uma função 
reguladora do pensamento” é a forma de os falantes exteriorizarem-se e 
compartilharem com os demais por meio de palavras e diálogos usados em sua 
constituição como sujeito capaz de produzir e transformar conhecimentos. A 
linguagem é a expressão do que se passa no interior de um indivíduo para o 
exterior, como forma de se comunicar com o mundo. 
A fala é o ato de se expressar com as palavras, o mesmo que oralização e ao 
contrário de sinalização. Ela é uma das formas de integração das pessoas surdas 
com a comunidade ouvinte. seu conceito, segundo Goldfeld (2002), “refere-se à 
linguagem em ação, à produção linguística do falante no discurso”. O ato de falar, 
 
6 Esta palavra refere-se aos vocábulos de um idioma. 
32 
 
que para os ouvintes soa de forma natural, mas para os surdos é tão artificial, por 
ser uma forma de comunicação tão alheia a sua realidade. Por outro lado, para os 
surdos que já foram oralizados, a fala é uma comunicação sem maiores dificuldades, 
pois, mesmo que eles não entendam ou falem nitidamente todas as palavras, 
conseguem fazer a leitura labial. Os fonoaudiólogos trabalham visando à aquisição 
da linguagem oral (fala) pelo surdo, não com a Língua de Sinais, acreditando que, 
com a persistência e tratamento, eles irão adquirir a fala. De certa forma, o que se 
torna uma tortura para os surdos sem perspectivas de melhora ou cura, devido à 
subjetividade de seu problema auditivo. 
Vygotsky (apud GOLDFELD (2002) cita três tipos de fala: a fala social, que é 
o processo histórico no desenvolvimento do indivíduo no percurso da aquisição da 
linguagem e do conhecimento pela interação da criança com o meio sócio cultural; a 
fala egocêntrica, que indica a trajetória da criança que passa a entender a fala do 
outro e o seu pensamento. Nesse caso, vai do processo social para o processo 
interno; e a fala interior que se desenvolve de acordo com o acúmulo de mudanças 
internas na estrutura da criança. Ressalta-se que esses são três tipos de fala que 
retratam a importância do aluno surdo ser incluído numa sala de ouvintes com 
outros surdos para a formação contextual deste indivíduo. 
O oralismo, de acordo com os autores que defendem a filosofia oralista de 
que a comunicação do surdo se baseia na sua integração com o ouvinte para que 
este mesmo desenvolva sua oralidade, tem como objetivo, que a pessoa surda não 
desenvolva qualquer outra forma de comunicação que não seja a fala. Assim, 
mesmo que este processo seja longo e penoso, eles rejeitam a gestualização ou a 
sinalização. 
 
O oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser 
minimizada pela estimulação auditiva. Essa estimulação possibilitaria a 
aprendizagem da língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se 
na comunidade ouvinte e desenvolver uma personalidade como a de um 
ouvinte. GOLDFELD (2002, P. 34). 
 
Por se tratar de uma forma de comunicação que não deu certo, é algo 
preocupante, pois na história da educação de surdos, a linguagem oral não 
conseguiu suprir todas as necessidades da comunidade surda, o que ficou mais 
evidente a partir da aquisição da língua de sinais por parte dos surdos propiciando a 
melhoria na sua comunicação e seu desenvolvimento cognitivo, intelectual e social. 
33 
 
A surdez perpassou por várias etapas de socialização do indivíduo ao longo 
de sua história que foram abordadas nestes tópicos tais como: os signos, os sinais, 
a linguagem, a fala e o oralismo, porém não se chegaram a um consenso entre 
educadores e profissionais da saúde de qual a melhor forma de se incluir o surdo no 
meio social sem maiores danos a sua personalidade e seu cognitivo. Até então, 
buscam-se meios de educá-los e tratá-los falando uma mesma linguagem que seja 
de comum acordo entre eles. Isso se caracteriza como um processo de apropriação 
do conhecimento que se dá nas relações com o outro e uma forma de incluir o surdo 
no contexto educacional. 
Do ponto de vista de Goldfeld (2002, p, 38), “a filosofia da comunicação total 
tem como principal preocupação os processos comunicativos entre surdos e surdos 
e entre surdos e ouvintes”. Essa preocupação visa a uma comunicação que seja 
benéfica para todos os envolvidos. Entende-se que a comunicação total se opõe ao 
oralismo, por acreditar num aprendizado que possa assegurar ao aluno com surdez 
o seu desenvolvimento lingüístico, sendo esta por meio da língua de sinais ou 
códigos manuais, como modo particular de aprendizagem pedagógica. É a 
valorização do que o aluno surdo dispõe como maneira de se comunicar. 
 
1.2 DEFINIÇÕES DE ETIOLOGIA 
 
Etiologia é a ciência que dá origem às coisas, ou seja, a investigação das 
causas de uma determinada doença. Neste tópico, serão abordadas as causas da 
surdez, buscando novos conhecimentos sobre as suas características como também 
maior compreensão desse fenômeno e assim aumentar as possibilidades de um 
atendimento melhor e mais humanitário às pessoas surdas. 
De acordo com o Ministério da Educação e do Desporto (MEC) “Ao se pensar 
em surdez e nas limitações que lhe são associadas, é natural que se procure 
conhecer as causas que provocam e os meios de evitá-las”. (1997, p. 33). A seguir 
serão evidenciadas as causas de tais doenças e possíveis meios de evitá-las. 
A deficiência auditiva pode ser caracterizada em seu período de aquisição e 
se divide em dois grandes grupos a congênita ou a adquirida, as quais serão bem 
explicadaspara uma maior compreensão deste fenômeno. A surdez congênita tem 
como suas principais causas: a hereditariedade com as viroses maternas, a rubéola, 
o sarampo. Por isso é de grande importância a vacina antes da gravidez, doenças 
34 
 
tóxicas da gestante, a sífilis (doença venérea crônica, contagiosa por contato direto 
ou transmitida hereditária, produzida por um micróbio), citomegalovírus (da mesma 
família da herpes simples, genital ou herpes zoster), toxoplasmose (doença 
infecciosa causada por um protozoário chamado toxoplasma gondi, presente nos 
animais em especial nos domésticos), na ingestão de medicamentos ototóxicos (que 
lesam o nervo auditivo) durante a gravidez. Essas são algumas causas da perda 
auditiva congênita. 
A surdez adquirida é quando existe uma pré-disposição genética como a 
otosclerose (uma doença que envolve o crescimento de um osso esponjoso no 
ouvido médio que causa surdez progressiva e tem caráter hereditário). Quando 
ocorre a meningite, a ingestão de remédios ototóxicos (uso de medicamentos sem 
receita médica por período prolongado), a exposição a ambientes com sons muito 
altos ou impactantes com explosões e viroses. Sendo, muito importante, e 
necessários cuidados especiais e evitar a exposição das pessoas a lugares 
impróprios para a saúde auditiva. 
Além, dos vários períodos de aquisição da surdez já caracterizados, há o 
caso da surdez pré-lingual, ocorrida antes da aquisição da linguagem, que se 
diferencia da surdez adquirida, que acontece quando o indivíduo perde no decorrer 
da vida e se denomina de pós-lingual. Como afirma Maria Salete Fábio Aranha: 
 
O conhecimento sobre as características da surdez permite aqueles que se 
relacionam ou que pretendem desenvolver algum tipo de trabalho 
pedagógico com pessoas surdas, a compreensão desse fenômeno, 
aumentando sua possibilidade de atender às necessidades especiais 
constatadas. (2005, p. 15) 
 
Conhecendo tais fenômenos etiológicos de causa da surdez, fica mais fácil 
entender e procurar subsídios que possam ser benéficos no desenvolvimento 
pedagógico deste indivíduo. 
 Há também a etiologia das causas da surdez que se divide em: causas pré-
natais, em que a criança adquire tal surdez através da mãe no período de gestação. 
Um desses fatores é relativo ao fator Rh7 dos pais, exposição a radiações entre 
outras; as causas peri-natais, a surdez acontece por problemas no parto, por pré-
 
7 Um dos dois grupos (Rh+ ou Rh-) é antígenos eritrocitarios de maior importância clínica, estando 
envolvido nas reações transfuncionais hemolíticas e na Doença Hemoíitica do Recém-nascido. 
(www.todabiologia.com/genetica/fator_rh.htm) 
35 
 
maturidade, pós-maturidade, anoxía e fórceps; e as causas pós-natais, o problema 
acontece após o nascimento, por doenças explicadas anteriormente. 
Com base nesses casos, os estudos da etiologia compreendem que a 
prevenção primária é melhor e o mais eficaz meio de evitar os problemas da surdez. 
As campanhas de vacinação, os exames pré-nupciais e pré-natais como também as 
campanhas de vacinação infantil. São ações que se tornam mais simples do que a 
surdez que pode ceifar uma vida inteira condenando-a ao eterno silêncio. 
 
1.3 DEFINIÇÕES DE LÍNGUA DE SINAIS 
 
Para se falar do bilinguismo, antes se deve conhecer a Língua de Sinais, que 
será abordada neste tópico para maior compreensão do próximo assunto. Língua 
Brasileira de Sinais – LIBRAS - é a Língua usada pelas comunidades surdas para a 
comunicação entre eles e com os ouvintes, uma forma designada de entendimento 
entre os surdos que se caracteriza por gestos e articulações para expressarem a 
sua linguagem. 
A Língua de Sinais, por ela ser uma comunicação gestual e sua organização 
se da no espaço, é considerada como um processamento de informações espacial. 
Na visão de Ronice Müller de Quadros (1997, p. 46), 
 
As línguas de sinais apresentam-se numa modalidade diferente das línguas 
orais; são línguas espaço-visuais, ou seja, a realização dessas línguas não 
é estabelecida através dos canais oral-auditivo, mas através da visão e da 
utilização do espaço. 
 
É evidente que o surdo, em seu meio de comunicar-se, desenvolveu em sua 
própria cultura os métodos de comunicação gestual, embora diferente, mas de fácil 
entendimento entre eles. 
Para um bom desenvolvimento intelectual das pessoas surdas, faz-se 
necessário o respeito por sua linguagem e seu modo de se expressar em primeiro 
lugar, tentando trazer estes preceitos para a sala de aula ao valorizar a Língua de 
Sinais como a língua materna destes indivíduos e redirecionando seu teor de 
aprendizagem. De acordo com Maria Regina Chirichella Luchesi (2003, p. 16), “fator 
fundamental não só para a constituição da identidade surda e o desenvolvimento 
cognitivo, como também para a comunicação, a interação e o ajustamento social”. 
Através de ações básicas de respeito a sua identidade e linguagem, é possível 
36 
 
promover um bom trabalho de alfabetização destes alunos, principalmente ao se 
valorizar sua própria língua. 
A utilização da Língua de Sinais nos meios de educação é uma nova 
modalidade a ser explorada como forma de ensino nas aulas, envolvendo toda a 
turma para ensinar que esta é mais do que uma simples tática de ensino, havendo 
outros elementos importantes para se aprender com essa língua. Quadros (2006, p. 
26), afirma que, 
 
A língua de sinais é uma língua espacial-visual e existem muitas formas 
criativas de explorá-la. Configurações de mão, movimentos, expressões 
faciais gramaticais, localizações, movimentos do corpo, espaço de 
sinalização e classificadores são alguns dos recursos discursivos que tal 
língua oferece para serem explorados durante o desenvolvimento da 
criança surda e que devem ser explorados para um processo de 
alfabetização com êxito. 
 
Verifica-se que são vários os recursos que poderão ser utilizados em sala de 
aula com todos os alunos. Então, se o processo inclusivo se encontra aí para ser 
seguido, questiona-se por que não também ensinar outros conceitos de 
aprendizagens à classe inteira, pois valorizando-se as expressões faciais, os 
movimentos do corpo e os classificadores seria possível ter uma aula interessante e 
com muitas novidades. Basta saber explorar dentro do que as expectativas 
oferecem como aprendizagem, pois a Libras como forma de expressão linguística, 
de comunicação interpessoal e como suporte do desenvolvimento cognitivo tem 
muito a oferecer para os educandos. 
Portanto, a aprendizagem de Libras proporciona ao aluno surdo maior rapidez 
e naturalidade para exporem seus sentimentos; desejos e necessidades, como 
também a sua interação social e desenvolvimento da linguagem. Com o auxílio de 
um professor intérprete na sala de aula, este terá condições de entendimento e 
compreensão do que for ensinado. Ao estimular uma criança surda a exercitar a 
língua de sinais desde pequena, esta a internalizará no seu sub consciente como 
parte cognitiva de sua intelectualidade, um processo de estruturação psicológica e 
cognitiva que dará sustentação para a vida adulta deste indivíduo, pois é através do 
estímulo que se aprende, e o que se aprende quando criança dificilmente será 
esquecido. 
 
1.4 DEFINIÇÕES DE BILINGUISMO 
37 
 
A definição de bilíngue é denominada para identificar uma pessoa que domine 
duas línguas, tanto na fala quanto na escrita e leitura. Serão abordados neste tópico 
alguns aspectos da proposta bilíngue que utiliza a língua de sinais para a educação 
do surdo, sendo esta declarada como a segunda Língua Oficial do país, baseando-
se nas reivindicações dos próprios surdos quelutaram para terem o direito à sua 
própria língua de comunicação. Uma conquista gloriosa, visto que partiu dos 
próprios interessados em buscar adequações para as suas necessidades 
educacionais. 
O bilinguismo tem em sua proposta uma abordagem educacional que permita 
ao aluno com surdez utilizar a língua de sinais como a língua materna peculiar a 
todos os surdos e como segunda o português oral, que é a oficial em relação à 
língua escrita. De acordo com Guarinello (2007, p. 45 – 46), 
 
De fato, estudos têm apontado que essa proposta é a mais adequada para 
o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de 
sinais como natural e se baseia no conhecimento dela para o ensino da 
língua majoritária, preferencialmente na modalidade escrita. 
 
A autora enfatiza a importância de preservar a língua natural das pessoas 
surdas, restaurando assim as suas diferenças por meio do que lhes é mais 
primordial: a sua linguagem natural, sendo, dessa forma, uma conquista voltada 
para os interesses das pessoas surdas, como deveria ser todas elas. 
Os autores que defendem o bilinguismo têm uma visão diferenciada dos que 
defendem o oralismo como forma de comunicação. Para eles, o surdo deve assumir 
suas condições, embora limitadas porém, com uma comunidade que tem sua própria 
linguagem e aspecto. Conforme Goldfeld (2002, p. 43), 
 
A noção de que o surdo deve, a todo custo, tentar aprender a modalidade 
oral da língua para poder se aproximar o máximo possível do padrão de 
normalidade é rejeitada por esta filosofia. Isto não significa que a 
aprendizagem da língua oral não seja importante para o surdo, ao contrário, 
este aprendizado é bastante desejado, mas não é percebido como o único 
objetivo educacional do surdo nem como possibilidade de minimizar as 
diferenças causadas pela surdez. 
 
É um modo de ver a condições do surdo em sua subjetividade, que ele possa 
aprender sim, mas sem se desfazer de sua própria linguagem. Uma filosofia que 
respeita as diferenças sem se desfazer de suas raízes e, portanto, uma lição de 
aprendizagem que se estende a todos pela importância no desenvolvimento da 
criança surda. 
38 
 
Outro conceito sobre a filosofia bilíngue é que os surdos formam uma 
comunidade, com diferenças e língua própria. Quadros (1997, p. 27) afirma que 
 
O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõem 
a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os estudos 
têm apontado para crianças surdas, tendo em vista que considera a língua 
de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da 
língua escrita. 
 
Essa proposta é condizente com a atualidade, de respeito à maneira de o 
surdo se expressar através de sua linguagem, já que ao mesmo tempo em que o 
traz para o contexto educacional também o valoriza no que ele tem de mais 
importante, o seu jeito de se expressar. Isso torna a maneira de tratar os surdos com 
a dignidade que eles merecem. 
Definir o bilinguismo perpassa por várias questões de ordem política e social. 
As políticas públicas, no que diz respeito à educação, tentam impor uma linguagem 
padrão, sem ter a preocupação de promover a multiplicidade linguística que seria um 
meio de expandir as condições sociais do país. Ao invés de dar prioridade a apenas 
uma língua o Português no currículo escolar, seria fundamental adicionar outras 
perspectivas de aprendizado, multiplicando a oportunidade de conhecer novos 
modos de aprendizado, estimulando assim não só o Bi, mas o Multilinguismo, 
trazendo grandes ganhos para a educação e para os meios sociais. 
Ao proporcionar aos alunos surdos a oportunidade de aprenderem o 
Português em conjunto com a Língua de Sinais, dar-lhe-á uma nova visão do que 
seja o aprendizado no seu contexto integral. Segundo Eulalia Fernandes (2005, p. 
30), 
 
Este contexto bilíngue é completamente atípico de outros contextos 
bilíngues estudados, uma vez que envolve modalidades de línguas 
diferentes. Descobrir os laços de tais cruzamentos e das fronteiras que são 
estabelecidas é desafiador tanto para os surdos como para os ouvintes 
envolvidos 
 
Para a autora, nessa troca de experiências, tanto aluno surdo quanto o 
ouvinte só terão a ganhar ao descobrirem outras chances de compreender outros 
meios de assimilarem novos conhecimentos educacionais. Consequentemente, 
serão abertas as portas para os multimeios de aprendizagem, ampliando as 
perspectivas bilíngües para surdos e ouvintes. Portanto o bilingüismo é uma nova 
39 
 
proposta de habilidade de ensino usada para tornar acessível às duas línguas 
(português e libras) no contexto escolar a fim de atender o aluno com surdez. 
Perpassando pelo histórico das pessoas surdas, a educação e os dispositivos 
legais que tentaram ampará-los, nota-se que estes indivíduos têm uma dívida a ser 
cobrada da sociedade, das políticas públicas que, apesar do que tem feito, não se 
chegou a um patamar aceitável para o resgate da sua cidadania, especialmente no 
que se refere à educação e ao respeito à sua identidade. Portanto faz-se necessário 
uma boa formação Bilíngue que dê condições para que esses professores atendam 
as necessidades da Educação Especial, para assim retribuir aos surdos com uma 
educação de qualidade como eles merecem. 
 
CAPÍTULO III: 
UM OLHAR SOBRE LIBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
 
Refletindo sobre a formação de professores com plena capacidade e 
habilitação necessária para exercer suas funções com pessoas surdas, é que serão 
abordados neste capítulo assuntos referentes à formação de professores bem como 
a sua função de atuação na prática do ensino da Língua Brasileira de Sinais – 
Libras. Nesse caso, procura-se observar a proporção em que estes saem 
preparados em seus cursos de graduação e licenciatura para atuarem com a 
inclusão no ensino regular de crianças com surdez, além da função do intérprete na 
sala de aula e a relação entre o professor regente e a missão do professor como 
mediador e construtor do aprendizado 
Segundo Maria Tereza Eglér Mantoan (2006), ao se analisar a educação de 
um modo geral, no Brasil em especial, quando se fala de inclusão, é então que se 
tropeça na falta de profissionais habilitados para o atendimento dos alunos que 
necessitam de acompanhamento especializado. Em 2003, foi implantado pelo 
Ministério da Educação e Cultura (MEC), o Programa de Educação Inclusiva no 
país, partindo da visão de que é direito da criança ter uma cidadania plena 
fundamentada no reconhecimento de suas diferenças e na sua participação como 
sujeito no processo da construção de valores, cidadania e igualdade social. 
Compreende-se que esta é uma bonita dialética, porém na prática cotidiana não 
acontece como deveria. 
40 
 
Para Mantoan (2003, p. 18), “ocorre que a escola se democratizou abrindo-se 
a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos”. Observa-se nesse 
posicionamento que os paradigmas da inclusão ainda estão limitados, impedindo 
que a educação avance, abrindo caminhos a novos conhecimentos nos moldes que 
a legislação educacional exige. 
Desse modo, uma qualificação mais abrangente dos profissionais da 
Educação constitui um fator indispensável para que sejam atendidas as perspectivas 
da inclusão nas escolas do país. O aluno com surdez precisa encontrar no espaço 
escolar a sua integração de convívio social. Segundo Susan Willian Stainback (1999, 
p. 25), “as feições da escola em tempos de grandes transformações sociais estão 
mudando, e os professores precisam adquirir novas habilidades para trabalharem 
com o aluno”. Esta é a função do professor que atua com pessoas surdas: de 
transformação e, em parceria do intérpretena sala de aula, desenvolver as 
habilidades necessárias para atender estes alunos, os quais contam com essa 
parceria na formação para a sua integração social. 
 
1.2 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR QUE CONTEMPLAM LIBRAS EM 
SUA MATRIZ CURRICULAR 
 
Ao pesquisar a matriz curricular do curso de graduação de alguns cursos de 
pedagogia de algumas faculdades do Estado de Goiás tanto particulares quanto as 
Instituições públicas ficaram constatadas que as particulares, principalmente poucas 
delas, incluem em suas matérias a formação mínima para a atuação com surdos na 
Educação Especial. Dentre as faculdades que oferecem cursos de Libras, está a 
UNIFAN (Faculdade Alfredo Nasser), que contém em seu curso de pedagogia 
formação em Educação Especial e Libras. A UEG (Universidade Estadual de Goiás) 
também contém essa formação, a faculdade Araguaia, UNIP, Padrão, Alfa e a 
Anhanguera detre outras, que também se preocupa com o ensino de Libras em seu 
currículo, o IFG (Instituto Federal de Goiás) tem um curso de Letras/Libras para 
professores do atendimento de alunos do Ensino Fundamental e Médio. A UFG 
(Universidade Federal de Goiás), além do curso de pedagogia tem o de 
Letras/Libras, uma ótima opção de curso que o graduando já sai com uma boa 
formação Bilíngue, a Universidade Católica de Goiás (PUC), também oferece essas 
modalidades de ensino no curso de pedagogia e também a graduação em Libras, 
41 
 
Constituindo-se como oportunidade significativa para quem deseja seguir carreira 
nessa modalidade de ensino. 
Enfim as melhores e mais bem conceituadas faculdades do Estado de Goiás 
já se preocupam com a formação profissional habilitando seus alunos para atender 
as pessoas com surdez, porém ainda são muitas que não contemplam tal 
modalidade em seus cursos. De acordo com Mantoan, “[...] quando se trata da 
formação de um profissional que, para além do domínio de habilidades exigidas para 
o exercício profissional no ensino comum, deverá ter qualificação para concretizar o 
‘especial’ da educação”. (2006, p. 57). 
O preparo profissional para o atendimento nas redes públicas de ensino é 
bem enfatizando nos cursos de graduação, visto que é neste ponto que se concentra 
o maior contingente de pessoas com tais necessidades, e que necessitam ser bem 
atendidas para que mais uma vez não aconteça a exclusão dos alunos surdos, o 
que corresponde a uma medida importante de acolhimento educacional. 
Conforme a Resolução Nº 2, do Conselho Nacional de Educação, que trata da 
formação de professores para a Educação Básica, em seu artigo nº 07 no Parágrafo 
I – “Professores das classes comuns e da educação especial capacitados, e 
especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais 
dos alunos”. Ressalta-se que este é um respaldo de cunho legal que precisa ser 
ampliado, pois esta capacitação nas matrizes curriculares dos cursos de Pedagogia 
é fundamental para que, ao saírem do curso de graduação, os professores estejam 
preparados para um atendimento educacional diversificado. Segundo Eugênia 
Augusta Gonzaga Fávero (2004, p. 94), 
 
O correto é que os professores tenham essa formação genérica já no curso 
de Magistério e Pedagogia, e que os professores de Educação Especial, 
que vão cuidar do atendimento educacional especializado, tenham uma 
formação obtida em cursos de especialização, ou seja, de pós-graduação 
“lato sensu”, nos diferentes tipos de deficiências e suas necessidades 
educacionais, envolvendo conhecimentos tais como: braile, LIBRAS, 
técnicas que facilitem o acesso da pessoa com deficiência ao ensino, em 
geral. 
 
Com essa formação aprofundada, os passos desse professor numa sala de 
aula com alunos surdos serão melhores estruturados por um conhecimento já 
adquirido nos cursos de graduação, restando exercitar na prática cotidiana. Seria 
esta a formação adequada, e bastante ampla para o professor. 
42 
 
1.3 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO INTELECTUAL DO SURDO 
 
Ao ser abordado neste trabalho, as dificuldades e discriminações enfrentadas 
pela comunidade surda ao longo de sua história, é que se faz necessário discorrer 
neste tópico o quanto é importante o desenvolvimento intelectual destas pessoas, 
que resolveram apesar das inúmeras dificuldades, enfrentar um curso superior em 
uma faculdade, demonstrando sua capacidade de desenvolver suas habilidades. 
Esta iniciativa por parte das pessoas com surdez solidifica a finalidade de 
investir na capacitação de recursos humanos, não só de capacitar, mas também de 
gerar agentes multiplicadores para o mercado de trabalho, uma vez que ao cursar 
uma faculdade, esses alunos não só vão estar aptos a exercer uma profissão, como 
também à de ensinar em sua comunidade surda, como professores formados e 
capacitados para o ensino, nos moldes que as Políticas de Ensino exigem, e dentro 
da modalidade de comunicação e linguagem entendida por eles. Como descrito por 
Mantoan (2003, p. 43), “todos os níveis dos cursos de formação de professores 
devem sofrer modificações nos currículos, de modo que os futuros professores 
aprendam práticas de ensino adequadas ás difernças”. 
Isto só e possível devido o esforço das faculdades em formar pessoas, não às 
excluindo pelas suas diferenças, para a atuação no mercado de trabalho, em 
respeito aos avanços tecnológicos e ao mercado trabalhista, que defendem a 
contratação de trabalhadores com deficiências, e que sejam capazes de competir 
como outra pessoa no mesmo nível, porém, respeitando apenas seus limites físicos. 
Essa é uma atitude muito louvável, a de preparar essas pessoas para a 
concorrência no mercado de trabalho e na busca de seus sonhos e ideais, 
mostrando a todos, que apesar das dificuldades que irão encontrar em seus 
caminhos, não se deixam abater pelo desânimo, e sim, vão a luta para chegar onde 
planejam através de suas próprias iniciativas. 
 
1.4 A FUNÇÃO DO TRADUTOR INTÉRPRETE NA SALA DE AULA E A 
RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E INTÉRPRETE 
 
Neste tópico serão abordadas as funções do intérprete numa escola bem 
como a sua relação com o professor e demais envolvida com a comunidade escolar. 
O tradutor e intérprete é o profissional que domina a língua de sinais e também a 
43 
 
língua falada, sendo qualificado para o desempenho e função de interpretar, 
devendo dominar tanto a língua de sinais quanto a Língua portuguesa. 
A Lei nº 12.319 de 01 de setembro de 2010, sancionada pelo Presidente da 
República Luiz Inácio Lula da Silva, que em seus Artigos, 1º, regulamenta o 
exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – 
Libras. Art. 2º o tradutor e intérprete terão competência para realizar interpretação 
das duas línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e 
interpretação de Libras e da Língua Portuguesa. Como descrito por Quadros (2004, 
p. 27), 
 
Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e 
interpretação, o profissional precisa ter qualificação específica para atuar 
como tal. Isso significa ter domínio dos processos, dos moldes, das 
estratégias e técnicas de tradução e interpretação. 
 
Trata-se de um profissional qualificado para o atendimento de pessoas com 
surdez em congressos, reuniões, eventos de toda natureza e especialmente em sala 
de aula, dando respaldo ao professor no interagir da aula. É através dessa interação 
que o aluno surdo compreende os conteúdos ministrados. 
Tendo como base sua formação em uma área da educação, a sua função 
numa sala de aula é interpretar a linguagem falada por meio da sinalização e vice-
versa, baseando-se em alguns princípios éticos como: confiança recíproca, 
imparcialidadeno transcrever os sinais sem a intervenção de suas próprias opiniões, 
discrição e profissionalismo em se envolver durante o trabalho, fidelidade em 
interpretar informações sem alterar o conteúdo. São alguns aspectos de atuação do 
profissional de intérprete na área educacional, que ajuda o aluno a se interagir no 
espaço escolar. 
Atualmente, esta é uma profissão que se encontra em destaque pela falta de 
intérpretes qualificados que superem a demanda da procura. Na opinião de Quadros 
(2004, p. 60), 
 
Considerando a realidade brasileira na qual as escolas públicas e 
particulares têm surdos matriculados em diferentes níveis de escolarização, 
seria impossível atender às exigências legais que determinam o acesso e a 
permanência do aluno na escola observando-se suas especificidades sem a 
presença de intérpretes de língua de sinais. Assim, faz-se necessário 
investir na especialização do intérprete de língua de sinais da área da 
educação. 
 
44 
 
Portanto a função do intérprete é de fundamental importância na parceria da 
sala de aula com o professor no atendimento às especificidades dos alunos surdos 
sem se confundir com o papel do professor de ensinar e ministrar os conteúdos, mas 
como intermediador nas relações professor/aluno e aluno/professor e os demais 
colegas da sala. Isso só se torna possível com a intervenção deste profissional que 
atua como interventor na dialética do ambiente escolar. 
Numa parceria respeitável, o professor assume seu lugar de regente e 
transmissor de conhecimentos e conteúdos na sala para os alunos em geral e se 
ele não for habilitado o bastante em língua de sinais deve consultar o intérprete se o 
aluno surdo está acompanhando, e como está o desenvolvimento deste aluno, além 
de dialogar sobre qual metodologia é a mais aplicável para se aplicar a ele, 
beneficiando o aluno com uma relação baseada na confiança e interação. Logo, esta 
é a postura esperada de ambos os lados, professor e intérprete, numa troca de 
experiências e respeito mútuo. 
 
1.5 A FUNÇÃO DO PROFESSOR COMO MEDIADOR E CONSTRUTOR DE 
CONHECIMENTOS 
 
Para que aconteça o ideal de inclusão com os alunos surdos tão discutidos 
por vários segmentos educacionais, é preciso que o professor assuma uma postura 
de verdadeiro mediador na construção de conhecimentos. O assunto deste tópico 
tratará das responsabilidades e competências do professor no desenvolvimento de 
seus trabalhos com alunos surdos, no que diz respeito a sua formação, 
considerando as diferenças e implicações de cunho pedagógico nesses alunos. 
O processo de formação de professores deve ser pautado nos princípios de 
amplitude de conhecimentos básicos para que não se perca na insegurança do não 
saber o que fazer. Como descrito por Mantoan (2006, p. 60), 
 
Todo ponto de formação deve servir para que os professores se tornem 
aptos ao ensino de toda demanda escolar. Dessa forma, seu conhecimento 
deve ultrapassar a aceitação de que a classe comum é, para os alunos com 
necessidades educacionais especiais, um mero espaço de socialização. 
 
Partindo dessa concepção de que com a formação se adquire capacidade de 
atuação em qualquer circunstância, é que o professor deve resgatar suas origens de 
45 
 
mestres do conhecimento na sala de aula. Uma postura mais do que louvável e 
merecida diante do seu contexto de mediadores e construtores de ideais. 
O desconforto por parte de alguns profissionais em relação à educação 
especial se dá pelo fato de ser uma realidade nova nas salas de aula, sendo 
necessário que haja um enfrentamento tanto por parte das instituições de formação 
de professores, e que esta aconteça de forma contínua não só com a graduação. 
Tem-se a esperança de que os próprios educadores vão em buscar outras práticas 
de ensino que lhes de respaldo no atendimento às crianças surdas com qualidade e 
respeito a sua condição humana. Mantoan (2006, p. 68) afirma que 
 
Sua formação deve possibilitar-lhes a disseminação de conhecimentos 
sobre pessoas com necessidades educacionais especiais, pela elaboração 
de referenciais teórico-práticos sobre a aprendizagem e o ensino dessa 
população e pela construção de referenciais de ação político-administrativa 
com vistas a, de fato, garantir educação para todos. 
 
Teoricamente, espera-se dos futuros professores que aconteça essa 
formação de aprendizagem e que seja para garantir educação para todos. E tal 
visão é bastante ampla, pautada em muitos estudos e práticas de ensino, pois só 
com esta prática no dia a dia, e a formação continuada em cursos paralelos como de 
Libras, Braile entre outros e coragem de enfrentar o problema, embasado na 
aprendizagem adquirida para garantir a eficácia do ensino. 
São desafios colocados pelo sistema de ensino para a sociedade, que 
doravante farão parte do cotidiano do professor, uma vez que colocaram as 
necessidades do aluno com surdez antes de verificar se havia educadores 
preparados e qualificados o suficiente para o atendimento dessa demanda. Segundo 
Mantoan (2006, p. 69), 
 
As mudanças a ser implantadas devem ser assumidas como parte da 
responsabilidade tanto da sociedade civil quanto dos representantes do 
poder público, pois se, por um lado, garantir educação de qualidade para 
todos implica somar atuações de várias instâncias, setores e agentes 
sociais, por outro, seus resultados poderão ser desfrutados por todos, já 
que a educação escolar pode propiciar meios que possibilitem 
transformações na busca da melhoria da qualidade de vida da população. 
 
São mudanças de considerável relevância que, se assumidas por todos os 
representantes do poder público e da sociedade com responsabilidades, poderá vir a 
46 
 
se frutificar e garantir uma educação inclusiva na interação com o outro como 
sujeito. 
Portanto, para se construir uma sociedade mais igualitária, é necessário 
repensar alguns paradigmas da Educação Inclusiva no sistema educacional. Criar 
condições para que haja uma graduação mais aprofundada em tais conhecimentos, 
visto que, esses alunos estão prontos e sedentos para adquiri-los e nem sempre vão 
encontrar professores preparados para acolhê-los como merecem e conforme 
previsto na legislação brasileira. 
 
CAPÍTULO IV: 
 RELATO DE EXPERIÊNCIAS 
 
Tendo em vista que não há aprendizagem sem experiências sejam elas 
favoráveis ou não, neste tópico será abordado o resultado das pesquisas de campo 
coletadas através de visitas a Instituições em geral, entrevistas aos diretores, 
coordenadores e professores nas escolas, na busca de subsídios que pudessem dar 
sustentação ou não às teorias aprendidas. 
Em visita ao CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de 
atendimento às pessoas com surdez), observa-se em suas dependências que há 
uma variedade de recursos para o atendimento aos alunos surdos, com salas 
multifuncionais, disponibilizando aos intérpretes uma variedade de opções 
pedagógicas construídas com o que o próprio ambiente oferece e meios de ensino. 
As aulas com estes alunos ocorrem em um ambiente calmo e tranquilo, facilitando 
sua interação com o meio de aprendizagem. 
Foi disponibilizado o cronograma de formação de professores na área de 
Português para surdos, que contempla uma vasta programação curricular de 
qualidade, uma opção bem ampliada para aqueles professores que desejam 
aprimorar seus conhecimentos com teorias e práticas, visto que o CAS atua com 
alunos surdos em suas dependências. Porém sobram vagas sendo que estas são, 
em primeiro lugar, destinadas aos professores das redes públicas e só então as que 
sobram são oferecidas à comunidade. Então, as oportunidades são oferecidas pelos 
órgãos públicos, bastando os professoresirem buscá-las para aprimorarem seus 
currículos de aprendizagem. 
Na visita feita aos servidores da Superintendência de Ensino Especial, 
relatou-se que existe a disponibilidade de uma equipe de apoio para as escolas 
47 
 
públicas estaduais no sentido de auxiliar os professores em suas atividades com 
alunos especiais de uma forma geral, em cumprimento com a Resolução nº 07, de 
15 de dezembro de 2006, que estabelece normas e parâmetros para a Educação 
Inclusiva e Especial no sistema educativo de Goiás. Há também as salas de 
multimeios equipadas para tais atendimentos, mas falta pessoal capacitado com 
formação adequada que saiba utilizar os equipamentos e instrumentos 
disponibilizados para o atendimento desses alunos. Compreende-se, com isso, que 
é preciso investir na formação de pessoal para atendimento na Educação Especial e 
Libras, mas também é necessário o interesse dos professores pela busca de novos 
conhecimentos. 
Em conversa informal com os profissionais de apoio da Secretaria Municipal 
de Educação, eles relataram que a atuação destes apoios pedagógicos em relação 
aos alunos surdos nas escolas municipais, ocorre quando tais alunos estão com 
dificuldades com os intérpretes e professores. Os alunos são avaliados por esta 
equipe para verificar se precisam fazer alguma intervenção com os pais, ou com 
profissionais da área de saúde. Trata-se de um procedimento paliativo que, muitas 
vezes, não surte efeito pela falta de equipamentos pedagógicos para serem 
trabalhados com estes alunos. 
No IFG (Instituto Federal de Educação), e UFG (Universidade Federal de 
Goiás), as coordenadoras relataram sobre os cursos oferecidos na formação de 
Letras/Libras que as duas Instituições estão oferecendo à população, visando à falta 
de profissionais para atuação com pessoas surdas nas escolas. Uma iniciativa 
bastante louvável a ser seguida por outras instituições: oferecer possibilidades de 
formação bilíngue a quem interesse por esta modalidade de ensino. 
Nas experiências realizadas nas escolas públicas, municipal e estadual em 
sala de aula normal, com intuito de observar a interação dos alunos com surdez em 
relação professor aluno, aluno intérprete e aluno com aluno destaca-se uma 
realidade decepcionante, pois, na maioria das vezes, o professor regente ignora a 
presença destes alunos em sala, ficando até de costas para eles, deixando sua 
alfabetização e aprendizagem por conta do intérprete que assume o papel do 
professor, sendo que sua função seria de transmitir o teor do conteúdo. 
Em algumas escolas municipais de Goiânia, após a aula, o intérprete se 
reúne com o seu aluno para explicar e ensinar o conteúdo. Nas estaduais, o aluno 
conta com o professor intérprete para auxiliá-lo no que ele não entende da aula e os 
48 
 
demais colegas de sala que os auxiliam. Isso fere a Constituição Federal no seu 
Artigo 205, que postula: “A educação, é direito de todos e dever do Estado”. 
Distanciam-se também da nova LDB, com a Lei nº 9.394/96 em que dedicou o 
capítulo V todo a assuntos referentes à Educação Especial, sobretudo no Artigo 58 
Parágrafos I, II e III comentado anteriormente no capítulo um desta pesquisa. A 
inclusão proposta pelas políticas públicas só está acontecendo no papel e nos 
discursos da mídia. Há uma falta de compromisso de alguns professores em dar 
pelo menos atenção a estes alunos. 
Para que aconteça uma inclusão verdadeira, será necessária a mudança de 
postura nas estruturas pessoais e internas das escolas numa tomada de consciência 
no que diz respeito a estes alunos, especialmente a postura individual das pessoas 
em resistir às mudanças que aí estão e não vão mudar. Portanto resistir é retroceder 
e prolongar o processo de desenvolvimento destas pessoas que já penaram o 
suficiente no passado. 
 
1.2 AS OPINIÕES PESSOAIS DOS INTEGRANTES DAS ESCOLAS 
 
Neste tópico será relatado o resultado das entrevistas obtidas com os grupos 
gestores, professores e intérpretes a respeito do processo de inclusão do aluno com 
surdez na sala de aula geral. Busca-se uma abordagem simples de situações do 
cotidiano desses funcionários, com seus alunos e o que estes pensam dessa nova 
modalidade de ensino – Libras - como parte de sua vivência educacional. 
Foi questionado aos diretores se eles recebem respaldo dos órgãos 
competentes para Educação Especial. Em geral, nas escolas todos afirmaram que 
tanto o Estado quanto o Município dão este suporte. Que para fazerem parte às 
escolas tiveram de passar por uma avaliação em suas estruturas físicas e 
pedagógicas, na expectativa de que estes alunos tenham um atendimento adequado 
de acordo com suas limitações. Segundo os gestores, os profissionais que se 
relacionam com estes alunos, todos, têm qualificação para tal, com cursos de Libras 
e Português para surdos. Além de tudo, há DVD´s, dicionários entre outros mas, 
admitiram que estes alunos devam frequentar o CAS, ou outras instituições que 
possam oferecer um atendimento mais específico às pessoas com surdez. 
Quanto ao acompanhamento dos profissionais de apoio destes alunos 
oferecido pelas Secretarias de Ensino, constatou-se que eles vão às escolas uma 
49 
 
vez por semana para o atendimento Multifuncional. A visão desses gestores em 
relação às perspectivas futuras do processo de inclusão nas instituições de ensino é 
de que, como a sociedade está buscando se interagir seja com necessidades 
especiais ou não, o objetivo é viver em comunidade. Ao discorrer sobre o quadro de 
funcionários habilitados para o atendimento a estes alunos já foi admitido neste 
momento que realmente as escolas não dispõem de professores capacitados, 
necessitando da Equipe Apoio nas redes de ensino, e quando necessário 
atendimento individualizado com os intérpretes. Apesar de tentarem mostrar que 
está tudo em perfeita harmonia, as contradições aparecem quando questionados 
acerca da capacitação dos professores em atender estes alunos, o que prova a 
deficiência destes nessa modalidade de ensino. 
Quanto à perspectiva pessoal deste processo de inclusão, foi respondido que 
todos almejam a perfeição, porém enquanto não acontece, estão fazendo o possível 
para que esta conquista aconteça, pois isso exige uma prática reflexiva e ativa em 
que todos devem se dispor a aprender. 
As coordenadoras entrevistadas quanto a questão da visão pedagógica, para 
com à educação inclusiva e educação especial, foi relatado, como uma visão 
pautada nas perspectivas de mudanças por todas as partes evolvidas. Como eles 
classificam a formação pedagógica, do quadro de professores regentes, em 
Educação Especial de Libras, bem como os profissionais, que atuam como 
intérprete, foi admitido que, a formação dos professores é precária, em relação ao 
preparo básico necessário. Já em relação aos profissionais intérpretes esses estão 
bem preparados, porém, falta a cooperação dos professores. Levando em conta as 
necessidades dos alunos, sempre que é preciso, para acompanhá-los há 
intervenção, dos profissionais de apoio, que as redes educacionais oferecem. 
Quanto à proposta pedagógica e didática, nas questões dos conteúdos, procura-se 
seguir o mesmo critério para toda a turma, fazendo algumas alterações para o aluno, 
se esse, mesmo enfrentar maiores dificuldades, em acompanhar tais conteúdos. 
Como se encontram contemplado, no Projeto Político Pedagógico (PPP), da 
instituição assegurando a esses alunos, um atendimento mais igualitário possível. 
Aos professores regentes foram feitas algumas observações a respeito do 
seu entendimento sobre o atendimento aos alunos com surdez nas salas comuns. 
Sobre a inclusão e a interação do professor com este aluno e do aluno com osdemais da sala, foi respondido que a interação do professor com o aluno ocorre na 
50 
 
maioria das vezes por intermédio do intérprete, já a interação com os colegas 
acontece normalmente. Muitas vezes, os demais professores querem cobrar destes 
o mesmo desempenho dos outros alunos se esquecendo das suas limitações. Não 
há relato de discriminações destes alunos com os demais e quanto à relação 
professor, intérprete e aluno é uma relação regular de respeito profissional, 
dependendo de o professor demonstrar tal interesse. Conforme os professores 
regentes entrevistados, o aluno com o apoio do intérprete, se possuir um nível de 
conhecimento em Libras, leitura e escrita e operações de matemática, o ajudará 
bastante na compreensão da aula, pois haverá várias maneiras de desenvolver as 
aulas que seja de entendimento de todos. Ou seja, nessa percepção não é 
responsabilidade do professor ensinar estas matérias ao aluno o que caracteriza-se 
como um absurdo! 
Ao perguntar se estes se acham preparados e capacitados pedagogicamente 
para este atendimento todos admitiram que lhes falta a qualificação que exige a 
matriz curricular do curso de graduação. Segundo a maioria, quando fez faculdade, 
não existia esta disciplina na matriz curricular do curso. Quanto à perspectiva deste 
processo de ensino em geral, uns acreditam que realmente podem contribuir para a 
formação social e profissional verdadeira do indivíduo, preparando-o para uma vida 
de forma autônoma, porém houve uma resposta de uma professora que acha este 
processo uma aberração. Para ela acontece mais a “exclusão” destes alunos, pois 
com uma sala com cerca de trinta e cinco ou mais estudantes, não há como o 
professor dar a atenção devida a este educando, e o mais agravante é ir passando 
estes alunos de ano sem eles saberem nada. “Se fosse filho meu ficaria em casa”, 
finaliza esta professora. 
Entrevistando os intérpretes sobre o fato de esses alunos demorarem 
aprender a Língua de Sinais, responderam que pela falta de contato com a língua 
materna - Libras - nos primeiros anos e em casa com os pais dificultam este 
aprendizado e pelo fato de a maioria dos pais também não saberem. A avaliação 
pedagógica e desenvolvimento individual destes alunos acontecem de acordo com o 
conhecimento que possuem em Libras. Se já dominam, é uma avaliação normal, se 
não, o processo é mais demorado com um desenvolvimento gradativo e individual. 
Sobre os recursos oferecidos pelas Secretarias de Ensino considera-se que são 
adequados, porém não suficientes na questão de materiais pedagógicos em Libras, 
51 
 
especialmente na rede municipal, mas o atendimento das equipes de apoio é 
classificado como excelentes. 
Na possibilidade de um trabalho pedagógico conjunto entre a escola, pais, 
alunos, psicólogos, fonoaudiólogos, professores e intérpretes foi respondido que 
este trabalho com a equipe multiprofissional com os alunos funciona bem, porém a 
integração dos demais profissionais da escola com os mesmos, não acontece. Pela 
falta de integração desses funcionários, como educadores, que são, no quadro geral 
da escola, ressaltando que o curso de Libras, deveria ser disponibilizado para todos 
os funcionários que tem contato com esses alunos. Percebe-se que a preocupação 
da escola em ministrar os conteúdos, deixa de lado esta possibilidade de diálogo tão 
importante para todos. Com os pais, não é considerado possível esta troca de 
experiência, já que eles só aparecem quando são chamados e de “má vontade” 
Dizendo que “não tenho tempo para estas besteiras, para que eles aprendam 
alguma coisa, foi que os colocamos na escola”. Quanto à perspectiva geral do 
processo de inclusão do aluno surdo, a resposta foi que esta só acontecerá quando 
toda a escola se interagir com esses alunos. Não basta ter intérprete de Libras nas 
escolas. Logo, tal como está acontecendo, o processo é de exclusão. 
Foram feitas perguntas relacionadas á atuação de cada equipe de 
profissionais. Comparando as respostas constata-se que foram semelhantes e que 
contribuíram para se ter uma noção do que pensam e esperam a respeito, ou estão 
sentindo estes profissionais em relação a inclusão de alunos surdos nas instituições 
de ensino. Foi uma experiência gratificante no sentido de que há uma preocupação 
com o assunto tratado, e ao mesmo tempo decepcionante pela percepção de que, 
ainda há pessoas alheias aos seus deveres, mas que deram sua contribuição 
valiosíssima de veracidade ao desenvolvimento deste trabalho. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A nova LDB, sancionada em 20 de dezembro de 1996, reformulou a Lei nº 
9.394/96 estabelecendo as novas Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dando 
com isso a real importância no que se refere à Educação Especial. Uma ação que 
deu impulso para a aceleração no trato desta modalidade de ensino no país 
especialmente aos alunos surdos, numa tentativa de reunir esforços para sanar as 
dívidas que a sociedade tem para com esses indivíduos. 
52 
 
Procurando observar o que as autoridades que se tratam das questões 
educacionais têm feito para o atendimento aos alunos com surdez nas escolas em 
especial as públicas, promovendo sua integração social, foram realizados estudos 
amplos com teóricos que discutem essa questão, perpassando pelo histórico de vida 
desses indivíduos até a atualidade. 
Verifica-se que a Educação vem passando por um processo de construção e 
reconstrução histórica em suas estruturas filosóficas, atitudinais e de ações 
pedagógicas e administrativas em suas bases gerais, para alcançar as metas e 
objetivos previstos, restabelecendo a confiança das pessoas em relação à Educação 
brasileira. 
As autoridades, desde as esferas federais, estaduais e municipais, estão 
pouco empenhadas no que diz respeito às legislações, execuções e estruturações 
físicas, e também, na consolidação de verdadeiras Leis, que realmente seja 
cumprida, estabelecendo metas para a inserção destes alunos no processo 
educativo, preocupando-se com uma formação profissional que vá ao encontro de 
tais anseios. 
Ainda há muitas barreiras a serem derrubadas para que a verdadeira inclusão 
dos alunos com surdez aconteça, em especial, por parte da sociedade, em se dispor 
à fiscalizar, para que não aconteça omissão, descaso público, para com o 
cumprimento de seus deveres sociais. Que a função do professor, fundamental 
neste processo de reconstrução educacional seja valorizada e respeitada. 
Compreende-se que ele deve assumir sua posição de dinamizador do saber e vá a 
luta com as armas que tem, o seu diploma, e sua competência profissional. 
A legislação a respeito da formação e capacitação de professores vem sendo 
timidamente discutida nas políticas educacionais do MEC Brasil, que cobram das 
instituições de Ensino Superior a especialização dos graduandos em Libras e 
Educação Especial nas matrizes curriculares dos cursos de licenciatura nas 
faculdades, porém com uma fiscalização precária em verificar-se o cumprimento de 
tais medidas, e com poucas opções que são oferecidas, á esse profissional, com o 
intuito, de que seja realmente capacitado para esta importante, modalidade de 
ensino, que é nova e portanto, são poucos os educadores, que ao terminarem seus 
cursos, estão aptos há exercer com competência, suas funções como construtor do 
conhecimento. 
53 
 
São medidas dinamizadoras que dão respaldo aos professores a iniciarem 
sua capacitação profissional, e darem continuidade nos cursos de pós-graduação 
para que aconteça a verdadeira inclusão destes alunos em todos os sentidos. 
Ao finalizar este trabalho, no qual, tanto á pesquisa bibliográfica, quanto á 
pesquisa de campo contribuíram,de maneira prioritária, para o entendimento e 
realização desse trabalho. Em conformidade, com essas indagações realizadas, 
ficou a impressão de que por mais que se tem feito para atender estas pessoas 
surdas, ainda há um resquício de má vontade por parte principalmente das pessoas 
que estão, verdadeiramente, ligadas e engajadas no processo de formação 
educacional destes alunos, deixando-os num estado de espasmo absoluto, 
esperando serem resgatadas para vida em sociedade. 
Portanto, depende muito da boa vontade dos novos profissionais, que estão 
sendo formados atualmente, e melhores preparados nesta modalidade de ensino 
especial, e também da cooperação dos professores mais experientes para que se 
rompem as barreiras das indiferenças e diferenças, resgatando-os para o convívio 
social, e que as mudanças aconteçam verdadeiramente vencendo os preconceitos 
em relação as pessoas com surdez. 
 
 
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56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
ANEXO A – Elaboração do projeto da pesquisa de campo 
 
PROJETO DE PESQUISA CAMPO PARA COMPOR O TCC 
 
1. PÚBLICO ALVO. 
Professores, alunos e comunidades em geral, em especial da Faculdade 
Alfredo Nasser, que necessite da compreensão e vivência em relação à real 
situação da Inclusão em Goiânia. 
2. TEMA: 
 Educação Especial em Libras: A formação de professores. 
2.1 SUBTEMA: 
A formação em Libras de Pedagogos nas redes escolares. 
3. OBJETIVOS: 
3.1 Geral: 
Avaliar, por meio da pesquisa os benefícios e dificuldades da aplicação das 
Leis referente, à inclusão na Educação Especial nas escolas goianas. 
3.2 Específicos: 
Analisar, qual a real situação vivida nas escolas inclusivas, com o déficit de 
profissionais capacitados. 
Comparar, como esta o problema das adequações pedagógicas exigidas na 
legislação, com as existentes no contexto escolar. 
Identificar, quais os casos mais urgentes de mudanças na educação inclusiva 
em Libras. 
4. JUSTIFICATIVAS: 
 A Pesquisa a ser realizada, com pessoas ligadas ao Conselho Estadual de 
Educação de Goiás, diretores de escolas inclusivas, coordenadores pedagógicos, 
professores da Educação Básica e os intérpretes, e tem por finalidade a coleta de 
dados e informações, com o intuito de se fazer um diagnóstico geral, na situação da 
Educação Especial, nas escolas inclusivas de Goiânia, desde à sua legislação, 
normas e parâmetros, até a sua aplicação geral, e especificamente com alunos 
surdos, no sistema educativo. 
Analisando as informações coletadas, e a real situação existentes nas 
escolas, denominadas inclusivas, se realmente acontecem as adaptações previstas 
por lei, e como elas foram preparadas, para tais situações, e se realmente os 
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professores e demais funcionários estão capacitados para o atendimento dos vários 
casos de Inclusão. 
Toda criança tem garantido, o direito a educação na LDB, Art. 3º, “Que o 
ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: capítulo I – igualdade de 
condições, para o acesso e permanência na escola”. e no Art. 59. “Os sistemas de 
ensino assegurarão aos educando com necessidades especiais: I - Currículos, 
métodos, técnicas, recursos educativos e organizações específicas, para atende-los 
em suas necessidades. III - Professores com especializações adequadas em nível 
médio ou superior, para o atendimento especializado, bem como professores do 
ensino regular capacitados, para a integração desses educando nas classes 
comuns”. 
Com base nestes artigos citados, que dão respaldo e amparo legal a criança 
portadora de alguma deficiência, será verificados se realmente está sendo colocado 
em prática o que determina a Lei Nº 9.364/96, no que diz respeito ao ingresso e 
respeito as condições, e direitos dos alunos, bem como a formação adequada dos 
professores que atuam nas salas de aula, da educação inclusiva nas escolas. 
Com os dados e diagnósticos coletados, poder estar observando até que 
ponto a resolução 07,de 15 de dezembro de 2006 do Conselho Estadual de 
Educação do Estado de Goiás, vem dando respaldo para que sejam cumpridos os 
aplicativos referentes a Educação Especial. 
 
PESQUISA CAMPO 
 
 Esta pesquisa, tem por finalidade buscar esclarecimentos, sobre as políticas 
que norteiam a Educação Especial, bem como a sua aplicação nas redes de ensino, 
considerando os princípios humanos, éticos, políticos e estéticos da educação, 
ressaltando à necessidade de desenvolver, implementar e consolidar as políticas 
públicas que norteia a educação inclusivas em Goiás. Para a construção de uma 
escola para todos, sem discriminação ou segregação e amplo respeito às diferenças 
educacionais, que os alunos possam apresentar, no processo educativo escolar. 
Baseados nestes preceitos iniciam-se um questionário diagnóstico com perguntas 
que serão respondidas pelas pessoas citadas,para uma prévia avaliação do 
processo inclusivo em Goiás. 
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 Segue abaixo, as questões a serem apresentadas ao corpo gestor das 
comunidades educacionais nas quais serão aplicadas as pesquisas: 
 
I – Aos representantes dos órgãos de ensino 
 
Questão 1- Diante da resolução do Conselho Estadual de Ensino, promulgado em 
15 de dezembro de 2006 em Goiás, que estabelece normas e parâmetros para á 
Educação Inclusiva e Especial, no Sistema Educativo do Estado: Quais são os 
dispositivos legais que norteiam, amparam e regem o atendimento desta modalidade 
em geral, nas redes regulares de ensino no Estado? 
 
Questão 2- Na perspectiva de que à Educação Inclusiva é um trabalho de 
promoção da cidadania, e respeito à diversidade. Partindo destes princípios quais 
os recursos pedagógicos e didáticos disponibilizados pela Secretaria de Educação 
Especial, para serem investidos nas escolas inclusivas? 
 
Questão 3 – De acordo com á Educação Especial, voltada para alunos com 
deficiência auditiva, como é organizado e ofertado o atendimento educacional, 
pedagógico e social destes alunos, por parte do Conselho Estadual de Educação, 
nas redes de ensino de Goiás? 
 
Questão 4 – No contexto de Educação Especial Inclusiva, do Sistema 
Educacional, e do Conselho Estadual de Educação. Como é visto a formação 
pedagógica do professor, na atualidade para a atuação em Libras? Há alguma 
diferença na formação do professor de hoje com os do passado? 
 
 Questão 5 – Tendo em vista, os serviços de apoio especializados, 
oferecidos pelo Conselho Estadual de Educação, e outros órgãos. Como é a 
integração do professor intérprete de Libras e o professor regente nos termos da 
dialética pedagógica no atendimento aos alunos surdos? Esse serviço de apoio se 
estende as famílias também? 
 
Questão 6 – Sobre a Equipe de Apoio, à Inclusão. Como é trabalho e 
assistência desse apoio da rede aos alunos surdos? 
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II - Perguntas dirigidas á Diretora da escola: 
 
Questão 1 - Tendo em vista que, esta escola tornou-se pólo de referência no 
atendimento inclusivo, da rede municipal, quais foram os critérios avaliados e qual o 
órgão que fez a avaliação? Como também quais os pontos, que sofreram 
adequações para que ela se tornasse ponto referencial? 
 
Questão 2 – Quanto aos alunos, com deficiência auditiva, que é em número 
maior de inclusão nesta escola, qual a sua perspectiva no atendimento destes 
alunos? E como a escola se preparou em termos de especialização para o 
acolhimento dos mesmos? 
 
Questão 3 – Com o que a escola se dispõe no momento, em termos de 
estrutura pedagógica, psicológica e didática, você acredita que há condições que 
esses alunos sejam plenamente alfabetizados, na língua de sinais, ou se faz 
necessário ainda mais algumas alterações, ou adequações para que isto aconteça? 
 
Questão 4- Os órgãos competentes de apoio, no que diz respeito a 
acessibilidades em geral, adaptações curriculares, professores capacitados de 
intérpretes, formação profissional de atendimento em Libras, para os demais 
funcionários e atendimento as famílias dos alunos surdos. Como é o atendimento 
destes órgãos em relação aos itens relacionados acima com a escola? Se prestam 
assistência, e se ela e permanente na escola, ou esporádica? 
 
Questão 5 – Como diretora desta escola, qual a sua visão geral de uma 
escola plenamente inclusiva? E qual a sua perspectiva futura para essa, e as demais 
instituição de ensino, no atendimento aos alunos com deficiência, e no senso de 
pertencer à inclusão? 
 
Questão 6 – Como é o seu quadro de professores em geral, no que diz 
respeito a capacitação profissional, para o atendimento aos alunos surdos desta 
escola? Vocês os acham todos preparados para esta nova modalidade de ensino? 
 
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III - Pergunta á coordenadora pedagógica. 
 
Questão 1 – Considerando, á necessidade de desenvolvimento do ser 
humano, a implantação de políticas educacionais inclusivas de uma escola para 
todos, sem discriminação com respeito às diferenças educacionais e diversidades 
culturais. Qual a sua visão pedagógica para com á educação inclusiva, e educação 
especial? 
Questão 2 – Como coordenadora pedagógica desta escola, como você 
classifica a formação pedagógica, do quadro de professores regentes, em educação 
bilíngue em especial em Libras? E os profissionais de educação especial, que atuam 
como intérprete? 
Questão 3 – Levando em conta, as necessidades intelectuais do aluno surdo, 
como é feito o trabalho de apoio e atendimento pedagógico, psicológico e social que 
a escola oferece a este aluno? 
Questão 4 – Ainda levando em conta, as necessidades especiais do aluno 
surdo, a escola se dispõe da atuação de equipe multiprofissional tais como: 
psicólogo, fonoaudiólogo educacional, assistente social e professores de apoio para 
atendimento e acompanhamento individual ao aluno e a família? 
 
Questão 5 – Quais os princípios, da proposta pedagógica e didática 
constituída para o atendimento do aluno surdo, no que diz respeito aos conteúdos, 
metodologias, a didática, processos de avaliação, e demais itens disponibilizados 
pela instituição, para atender esses alunos? 
 
Questão 6 – O Projeto Político Pedagógico da escola, contempla ou visa, o 
direito assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEM, 
de que “os currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender ás suas necessidades”, para os alunos com necessidades 
especiais em geral? 
 
IV - Perguntas aos professores regentes 
 
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Questão 1 – Com o processo de inclusão, vigente agora nesta instituição de 
ensino, como é a interação do professor regente com o aluno surdo, e do aluno com 
os demais alunos da sala de aula? 
 
Questão 2 – Já houve problemas, de discriminações em relação às 
diferenças e da diversidade intelectual, destes alunos em sala de aula? 
 
Questão 3 – Como é a relação do professor regente, com o professor 
intérprete e o aluno? Há possibilidade de desenvolver uma aula em que um, entenda 
a linguagem do outro? 
 
Questão 4 – Vocês se consideram preparados, e capacitados em sua 
formação profissional pedagógica, para o trabalho de Educação Especial e a 
Inclusão? 
 
V - Perguntas ao professor intérprete 
 
Questão 1 - Na sua opinião, o fato de alguns alunos surdos demorarem mais 
para aprenderem a linguagem de sinais, se dá pelo fato de que os pais não sabem, 
ou não praticam Libras com eles, ou por eles não se interessarem pela prática 
bilíngue? 
 
Questão 2 – Como e feito o processo de analise, e avaliação pedagógica, 
bem como o desenvolvimento individual do aluno, no decorrer do ano letivo? 
 
Questão 3 – Você acha que, os recursos oferecidos pela Secretaria Municipal 
de Educação, e os que a escola disponibiliza para o atendimento destes alunos, são 
adequados e suficientes para o rendimento do seu trabalho? 
 
Questão 4 – Você, com sua visão pedagógica, verificam, à possibilidade de 
um trabalho conjunto da escola com os pais, alunos, psicólogos, fonoaudiólogos e 
professores intérpretes para melhoria no atendimento dos alunos? 
 
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Questão 5 – Como se dá, o seu relacionamento com os pais destes alunos? 
Existe uma parceria entre vocês?

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