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Vigiar e Punir - Michel Foucault 
Resumo e estudo do livro para complemento parcial para nota de Direito Penal. 
Obs: O resumo está dividido em partes e este arquivo é apenas para consulta. 
Recomenda-se ler a obra. 
O livro Vigiar e Punir é um marco da filosofia, da evolução psicológica e dos 
métodos carcerários, salientando o desenvolvimento da prisão e da justiça. Dividido em 
quatro partes, Michel Foucault analisa o sistema repressivo da época alinhando com 
precisão um fluxo de tempo da qual os métodos de punição são desenvolvidos e 
reestruturados, trazendo o modelo para qual temos hoje em dia. 
 
Parte I – Suplicio 
Capitulo I – O corpo dos condenados 
 Já no início do capitulo, presenciamos um método bárbaro de punição, o suplício. 
Sob pesadas torturas e esquartejamentos, o suplício era a pena corporal baseada na 
proporção entre a quantidade de sofrimento e a gravidade do crime cometido. Esse 
método reduzia a tortura e a morte em um acontecimento visível, uma espécie de 
espetáculo onde acreditava-se ser um meio de expiar o crime do condenado, e através 
disto, intimidar a sociedade afim de impedir futuros crimes e violações. Por isso 
necessário sempre a participação do povo, tanto por legitimar o poder do soberano, 
tanto para fixar o acontecimento e o método de punir. 
 Com o descontentamento da sociedade através do medo e o mal-estar causado 
por esse sistema foi necessário uma reforma na justiça penal. Com tal reforma, 
desaparece o corpo supliciado que até então era um método de caráter punitivo, para 
um método corretivo, afim de reeducação, e mesmo em casos extremos onde deveria 
haver a morte como punição, esta deveria ser rápida e menos dolorosa possível. Surge 
então a guilhotina. Porém, mesmo com todas as transformações, o poder sobre o corpo 
ainda continuou através de castigos, trabalhos forçados, privação sexual, expiação física 
e masmorra. 
 O método corretivo passa a atacar agora diretamente a alma do condenado, e 
não ao corpo como antes. Ataca a alma pois agora, a pena castiga seu coração, suas 
vontades, intelectos e dentre outros, buscando controlar e neutralizar sua 
periculosidade. 
Nesse momento, as infrações passam a fazer parte do campo cientifico, onde 
passam a ser analisadas e apreciadas afim de buscar a melhor medida para a correção 
do indivíduo. Para tal estudo, o Juiz passa a ter ajuda de peritos, magistrados de penas, 
educadores, psiquiatras e psicólogos, buscando mostrar que seu papel não é julgar e sim 
“curar”. 
 
Capitulo II – A ostentação dos suplícios 
O suplício era um ritual que como já dito, objetivava legitimar o poder do 
soberano e fazer com que o crime fosse reconhecido e neste haver tal pena. 
Nota-se que a lei é a vontade do soberano e toda afronta contra ela é um 
ataque/desobediência direto a ele. Sendo assim, o castigo não é apenas uma espécie de 
reparação, mas sim uma resposta a ofensa da desordem do sistema criado pelo 
soberano, pois isto acarreta um mau exemplo para a sociedade, o que pode corroborar 
outros a serem motivados a cometer o mesmo crime. Deste modo, o suplício visava 
mostrar a sociedade o poder de punir que o soberano possuía. 
Em relação ao reconhecimento do crime, aqui podemos citar diretamente ao 
reconhecimento da justiça. O suplício também objetivava mostrar para a sociedade que 
a punição era o instrumento de exemplo caso se cometa tal crime. Através do corpo 
exposto com suas mutilações, vergonha e horror, a ostentação fazia com que o medo 
reinasse no povo, portanto a presença da população era essencial, afim de “sentir” e 
testemunhar a dor aplicada ao condenado. 
Apesar de muitas vezes o suplício não constituir as penas pois as mais frequentes 
eram banimento e multa, essas penas sempre vinham acompanhadas de um dano 
corporal. Havia diversos meios de punição, até mesmo as mais variadas formas brutais 
de morte e tortura. Nota-se então, a ligação diretamente ao poder e a presença do 
soberano. 
O processo condenatório era secreto ao acusado. Ele não possuía advogado, não 
conhecia seus denunciadores e muito menos sabia sobre qualquer documentos e provas 
do processo. Qualquer denúncia anônima era acatada pelo Juiz, pois acreditavam que 
apenas essas, comprovavam o crime. Apenas em um momento o acusado tomava 
conhecimento de todo o processo: no interrogatório antes de sua sentença. 
Depois de juntadas todas as provas, ao apresentar ao acusado, a ideia era a 
confissão do crime, que era a mais forte evidencia do crime. Porém, esta última ainda 
deveria servir de ponto de partida para encontrar mais indícios que comprovassem tal 
afirmação já que, através da resistência, o mais fraco poderia não resistir ao tormento 
da tortura e confessar um crime que não cometeu enquanto o mais forte (culpado 
talvez) poderia negar as provas e sair inocentado. O condenado, durante a execução da 
pena, ao subir em um cadafalso, pode fazer novas revelações afim de trazer a justiça os 
nomes de cumplices ou confessar outros crimes que também cometeu. É dito isto pois 
"o verdadeiro suplício tem a função de fazer brilhar a verdade". 
A cerimonia do suplício devia ser realizada no local onde o crime cometido fosse 
reproduzido, de forma a anular o delito com a morte do culpado. Deste modo, o suplício 
também era visto como uma forma do culpado redimir seus pecados. Ali, nota-se a 
“vingança” da lesão sofrida pelo particular e também sobre a afronta ao poder das leis 
e sistema do soberano. Sendo assim, o suplício um espetáculo de poder.

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