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2 - Estudos do Subleito e Jazida
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11 . Empréstimos laterais na Faixa de Domínio
11.1 - Objetivo
Os estudos geotécnicos dos materiais de empréstimos visam á determinação de
suas características tecnológicas e à seleção de materiais para utilização, na fase de
terraplenagem, na complementação dos aterros, por insuficiência do volume de cortes ou
para melhoria dos materiais aplicados nas camadas finais. Os estudos compreendem duas
fases:
Preliminar
Definitiva
11.2 – Estudos Preliminares
Em se tratando de empréstimos laterais o estudo preliminar dos materiais é
substituído por informações obtidas sobre o tipo de solos ocorrentes, quando do estudo ao
longo do eixo (cortes e aterros).
Serão determinadas áreas dentro da faixa de domínio onde haja provável ocorrência
de materiais com características tecnológicas satisfatórias atendendo aos tipos de solos
para utilização como material de empréstimo. Solos de excelente qualidade poderão ser
reservados para posterior uso na pavimentação.
Não dispondo a faixa de domínio de materiais satisfatórios (solos e rochas) para os
fins desejados em qualidade e quantidade, será necessária a procura de ocorrência de
materiais fora da faixa de domínio, adotando-se os mesmos critérios de caracterização,
cubação, exploração e amarração feita para as fases de projeto e pavimentação.
Os estudos geológicos sempre serão necessários para pesquisa de formações que
apresentem características próprias para sua utilização como material de empréstimo,
levando também em consideração o fator econômico.
Em face das considerações apresentadas, será delimitada a área considerada para o
estudo e procedido o mesmo critério para caracterização de ocorrência de materiais. Os
empréstimos laterais podem ser feitos através do alargamento dos cortes e escavação ao
lado dos trechos em aterros.
11.3 – Estudos Definitivos
11.3.1 – Empréstimos Laterais em Zonas de Corte.
Deverão ser executadas as sondagens conforme as determinações utilizadas para o
estudo do subleito, exceto quanto à localização e à profundidade, respectivamente, em
relação ao eixo e em relação ao greide.
No sentido longitudinal, os pontos de sondagem serão localizados sobre as normais
ao eixo, nos pontos em que foram realizadas as sondagens para os cortes sobre o eixo por
ocasião do estudo dos cortes, incluindo o subleito.
Nos trechos em curva, as sondagens para empréstimos, localizadas na parte externa
apresentarão espaçamento maior do que 100 metros fixados como espaçamento máximo
entre as sondagens no eixo. Para as áreas de empréstimos com extensão de até 200 m
serão feitas, no mínimo, 3 sondagens.
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Posição da Sondagem em relação ao eixo da plataforma: Y
Y
P/2 h x 3 m
Sondagem
h
Y =
2
P
+ h +
2
x
{ x =
2
F
- (
2
P
+ h + 3,00)
Y – afastamento do ponto de sondagem, contado a partir do eixo, em metros
F – largura da faixa de domínio, em metros
P - largura da plataforma de terraplenagem , em metros
x – largura da caixa de empréstimo, em metros
A distancia de 3,00 m é a largura mínima, segundo recomendações das
Especificações Gerais para Obras Rodoviárias.
Os empréstimos laterais , em zonas de corte, deverão limitar-se à cota do greide
projetado
11.3.2 – Empréstimos laterais em Zonas de Aterro
Longitudinal em zonas estáveis, os pontos de sondagem serão feitos sobre as
normais ao eixo.
Transversalmente os pontos de sondagem serão afastados do eixo a uma distancia
Y dada por:
Y =
2
x
+
2
P
+ 1,5 h + 5 { x =
2
F
-
2
P
+ 1,5 h + 6
h – altura do aterro na seção considerada, em metros
x – largura da caixa de empréstimo, em metros
Y
Aterro 1:1,5 Sondagem
P/2 1,5 h 5 m x
1 m
F/2
1:1
1:1
Limite da Faixa
de domínio
h
Limite da faixa
de domínio
1:1
F/2
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As sondagens serão do mesmo tipo recomendado para os cortes incluindo o
subleito, atendidas as condições particulares de cada área de empréstimo.
As profundidades das sondagens serão fixadas em função das características
geométricas e hidrogeológicas e hidrológica e paisagística, respectivamente da seção e do
trecho em estudo, considerando-se os volumes de materiais necessários.
Os empréstimos laterais em zonas de aterro deverão limitar-se a altura máxima de
aterro a ser estabelecida.
12 - Distâncias média de transporte (DMT) para materiais de jazida
12.1 - Distância fixa (df)
É a distancia do centro de gravidade da jazida até o ponto onde tem início a
distribuição de material na pista.
1o Caso: Trecho AB em construção, jazida situada na posição normal ao ponto B.
A B
di - distância de transporte
df = BJ
J di = df +
2
AB
2o Caso: Trecho AB em construção, jazida situada na posição normal ao ponto C.
A B C
df = BC + CJ
di = df +
2
AB
J
3O Caso: Trecho ABC em construção, jazida situada na posição normal ao ponto B.
A B C
df = BJ
a) Trecho AB em construção
di = df +
2
AB
b) Trecho BC em construção
di = df +
2
BC
J
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12. 2 – Determinações da Distância Média de Transporte ( DMT )
DMT =
n
i
n
i
Vi
diVi
1
1
.
ou DMT =
Vi
Mt
i
(km)
Vi - Volume transportado da jazida para atender o percurso
diViMt
i
.
- Momento do Transporte (m3.km)
12. 3 – Determinações da distancia mais econômica (X).
Na existência de duas jazidas para distribuir material num trecho AD onde deverá ser
executado aterro. Não será considerada a disponibilidade de material em cada jazida.
L
A B PC D Eixo da estrada
de
df1 df2
J1
J2
Trecho AB - será utilizado o material da jazida 1
Trecho CD - será utilizado o material da jazida 2
Trecho BC - será utilizado o material de ambas jazidas
de - distancia econômica
df1 + de = df2 + L - de de =
2
12 dfLdf
12. 4 – Determinações do Consumo de material
b
- Seção transversal do aterro:
Aterro
B
Consumo/km = (S x 1.000 m)/km (m3/km)
Consumo Total = (Consumo/km) x comprimento do trecho
h
S = (B + b) .
2
h
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12. 5 – Determinações do volume necessário para o aterro
Para a construção do aterro, inicialmente, a camada de material encontra-se fofa
(solta) e deverá ser compactado até uma espessura (h). Durante o processo de
compactação, o solo diminui seus vazios, diminuindo seu volume, daí a necessidade de se
determinar o volume de material solto a ser utilizado para que seja atingida a espessura
prevista. Feito isso, verifica-se se o volume da jazida é suficiente para execução do trecho.
Inicialmente, precisa-se estabelecer a relação entre o volume do material no corte
(jazida) e no aterro em função de suas densidades.
- Considerando a mesma massa de material no corte e no aterro, tem-se:
=
V
W
W = . V { W – constante
A . VA = C . VC VC = VA.
C
A
12. 6 – Avaliações da disponibilidade das jazidas
Seja VJ = volume da jazida
a) Se VC < VJ - a jazida dispõe de material suficiente para atender a obra.
b) Se VC > VJ - neste caso , o volume da jazida não atende o necessário para o aterro,
deve-se, então, calcular a distancia máxima que tal jazida poderia atender.
12. 7 – Orçamentos aproximados dos serviços
Para elaboração do orçamento, faz-se inicialmente uma classificação aproximada
dos vários solos escavados constantes nos diagramas de volumes. Tendo-se os preços
unitários de cada tipo de material classificado e conhecido a distancia média de transportes,
tem-se o custo dos empréstimos.
Custo = (preço/km) x DMT
VA - volume de aterro
VC - volume de corte
A - peso específico total aterro
C - peso especifico total corte
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Exemplo 5: Determine a DMT para o serviço de execução de reforço do subleito, no trecho
compreendido entre o km 0 e o km 22 conforme mostrado no diagrama de localização das
jazidas, abaixo. São conhecidos:
Jazidas Volumes no
corte (m3)
Peso especifico
total no corte (t/m3)
Peso específico total
no aterro (t/m3)
1 30.000 1,6 1,8
2 35.000 1,8 2,0
3 40.000 1,7 1,9
Seção transversal do aterro 12 m
1:2
20 cm
J2
2 km
Km 0 km 5 km 12 km 16 km 22
eixo
1 km 0,8 km
J3
J1
Diagrama de localização das jazidas
= Solução =
1) Determinação da área da seção transversal do aterro:
12 m
1 0,2 m
2
B
tg =
2
1
a
2,0
=
2
1
a = 0,4 m
B = 12 m + 2.a B = 12,8 m
Área = (12 + 12,8) x
2
2,0
S = 2,48 m2
a
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2) Calculo do consumo por km
Consumo/km = (2,48 m2 x 1000 m)/km
- O volume de material por km será: 2.480 m3/km
3) Determinação das distâncias econômicas
J2
x 2 km
A (km 0) km 5 P Q km 16 B (km 22)
Km 12 y
1 km 0,8 km
J3
J1
de =
2
12 dfLdf
x =
2
172
= 4 km o ponto P situa-se no Km 9.
y =
2
248,0
= 1,4 km o ponto Q situa-se no km 13,4
4) Avaliação da disponibilidade das jazidas
Jazida 1: a jazida J1 deverá distribuir o material no trecho AP de extensão 9 km, o volume
total necessário para o aterro será...
Consumo total = (consumo/km) x comprimento do trecho
Consumo total = 2.480 x 9 = 22.320 m3
Jazida 2: a jazida J2 , deverá distribuir material no trecho PQ de extensão 4,4 km, o volume
total necessário para o aterro será...
Consumo total = 2.480 x 4,4 = 10.912 m3
Jazida 3: a jazida J3 , deverá distribuir o material no trecho QB de extensão 8,6 km, logo, o
volume total necessário para o aterro será......
Consumo total = 2.480 x 8,6 = 21.328 m3
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4.1 – Determinação dos volumes necessários
Jazida 1: VC = 21.780 x
6,1
8,1
= 24.503 m3
Serão necessários cerca de 24.503 m3 de material para o aterro do trecho AP. Logo,
a jazida atende as necessidades, pois dispõe de 30.000 m3.
Jazida 2 : VC = 10.648 x
8,1
0,2
= 11.832 m3
No trecho PQ serão necessários cerca de 11.832 m3 de material para o aterro. A
jazida dispõe de 35.00 m3, o que é suficiente para a construção do trecho.
Jazida 3 : VC = 20.812 x
7,1
9,1
= 23.261 m3
Esta jazida tem disponível cerca de 40.000 m3 de material, portanto, irá atender o
volume de 23.261 m3 necessários para a construção do trecho QB.
Observação: As Jazidas dispõe de volume de material suficiente para atender a obra.
5) Determinação da Distancia Media de Transporte (DMT)
Jazida Vi (m3) di (km) Vi.di (m3.Km)
1 Esq 12.100 3,5 42.350
Dir 9.680 3,0 29.040
2 Esq 7.260 3,5 25.410
Dir 3.388 2,7 9.147
3 Esq 6.292 2,1 13.213,2
Dir 14.520 3,8 55.176
53.240 174.336,2
Vi = (Consumo/km) x distancia
Di = df + Trecho/2
DMT =
Vi
Mt
i
=
240.53
2,336.174
DMT = 3,275 km