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ACIDENTE DO TRABALHO Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou instituição ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal, perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. DANOS CAUSADOS AO TRABALHADOR Dano Moral: Visa reparar o sofrimento, angústia, dor e abalo emocional que o trabalhador experimenta devido ao acidente. Dano Material: Inclui todos os gastos com tratamento médico (consultas, cirurgias, medicamentos etc.) e a eventual perda de renda ou incapacidade para o trabalho. Dano Estético: Compensação pela alteração estética causada pelo acidente, como deformidades, cicatrizes ou perda de membros. CAUSAS DOS ACIDENTES Em resumo, as principais causas de acidentes de trabalho são: Falta de atenção: Desatenção no desenvolvimento das atividades pode levar a acidentes com máquinas, ferramentas e outros riscos. Não utilização de EPIs: A falta de uso ou uso incorreto de equipamentos de proteção individual, como capacetes, luvas e óculos, pode aumentar significativamente o risco de acidentes. Atos inseguros: Praticar atos de trabalho perigosos, como não seguir procedimentos de segurança ou utilizar equipamentos de forma inadequada, pode gerar acidentes. Condições de trabalho inseguras: Um ambiente de trabalho com riscos não identificados, desorganizado, com máquinas ou equipamentos em mau estado, pode aumentar o risco de acidentes. Negligência: A falta de cuidado e atenção, a falta de treinamento adequado, e a falta de fiscalização dos riscos no ambiente de trabalho podem levar a acidentes graves. Cansaço e estresse: A fadiga física e mental, assim como o estresse no ambiente de trabalho, pode levar à falta de atenção e a atos inseguros, aumentando o risco de acidentes. Descuido e pressa: O descuido e a pressa no trabalho podem levar à falta de atenção e ao uso incorreto de equipamentos, aumentando o risco de acidentes. Falta de comunicação: A falta de comunicação clara entre os trabalhadores e a falta de informação sobre os riscos no ambiente de trabalho podem levar a acidentes. Problemas de saúde mental: Ansiedade, estresse e depressão podem afetar a capacidade de concentração e o julgamento dos trabalhadores, aumentando o risco de acidentes. ATOS INSEGUROS Atos inseguros são ações ou comportamentos de trabalhadores que, consciente ou inconscientemente, os expõem a riscos de acidentes de trabalho. Estes atos são responsáveis por grande parte dos acidentes de trabalho e podem ter sérias consequências. Exemplos de atos inseguros: • Não utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Como capacete, óculos de segurança, luvas etc. • Usar máquinas ou equipamentos sem a devida habilitação ou permissão: Como operar uma máquina sem ter o treinamento adequado. • Não seguir as instruções de segurança: Como não desligar a máquina antes de limpar ou lubrificar. • Manipular produtos químicos de forma incorreta: Como misturar produtos químicos sem o conhecimento adequado. • Expor partes do corpo a partes móveis de máquinas ou equipamentos: Como colocar a mão dentro de uma máquina em funcionamento. • Tentar ganhar tempo ou fazer algo rápido: Como correr com uma escada ou trabalhar sem descanso. • Consumir bebidas alcoólicas ou drogas durante a jornada de trabalho: Como dirigir ou operar máquinas sob efeito de álcool. • Não manter o ambiente de trabalho limpo e organizado: Como deixar ferramentas ou materiais espalhados pelo chão. COMO PREVENIR OU ELIMINAR OS ATOS INSEGUROS Prevenção de acidentes: Ao identificar e evitar atos inseguros, é possível reduzir a ocorrência de acidentes de trabalho e seus efeitos. Melhora da segurança: A conscientização sobre atos inseguros contribui para a criação de uma cultura de segurança no trabalho. Redução de custos: A prevenção de acidentes reduz os custos com afastamentos, tratamentos médicos e indenizações. COMO IDENTIFICAR E EVITAR ATOS INSEGUROS: Treinamentos e capacitações: É importante que os trabalhadores recebam treinamentos e capacitações sobre os riscos de acidentes e como evitá-los. Diálogo Diário de Segurança (DDS): O DDS é uma ferramenta importante para conscientizar os trabalhadores sobre os riscos e procedimentos de segurança. Ordens de Serviço: As Ordens de Serviço devem detalhar os procedimentos de segurança para cada atividade específica. Auditoria Comportamental: A Auditoria Comportamental permite identificar atos inseguros e tomar medidas corretivas. CIPA: A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem um papel fundamental na prevenção de acidentes e na identificação e eliminação de atos inseguros. Ao identificar e evitar atos inseguros, é possível criar um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para todos os trabalhadores. CONDIÇÕES INSEGURAS Condições inseguras em um ambiente de trabalho referem-se a falhas ou aspectos do ambiente que representam riscos à saúde e segurança dos trabalhadores, independentemente da sua conduta. Exemplos incluem máquinas sem proteção, iluminação deficiente, ambientes desorganizados, falta de manutenção, entre outros. DEFINIÇÃO: As condições inseguras são falhas no ambiente de trabalho que podem levar a acidentes, lesões ou doenças ocupacionais. Elas são distintas dos atos inseguros, que são as ações ou omissões dos trabalhadores que também podem causar riscos. Exemplos: Físicos: Máquinas e equipamentos sem proteção, instalações precárias, iluminação inadequada, excesso de ruído, agentes perigosos. Químicos: Presença de substâncias tóxicas ou inflamáveis, falta de ventilação adequada. Biológicos: Ausência de controle de vetores de doenças ou de agentes infecciosos. Ergonômicos: Ambientes de trabalho desorganizados, falta de mobiliário adequado, má postura. De acidentes: Falta de sinalização, equipamentos de segurança inadequados, falta de manutenção. IMPORTÂNCIA Identificar e corrigir as condições inseguras é fundamental para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores, reduzindo o risco de acidentes e promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo. PREVENÇÃO A prevenção de condições inseguras envolve diversas ações, como: • Projetar ambientes e postos de trabalho de acordo com as atividades: Considerar a ergonomia e os riscos envolvidos. • Manutenção preventiva e corretiva: Garantir que máquinas e equipamentos estejam em boas condições de uso. • Sinalização e equipamentos de proteção: Utilizar sinalização adequada e equipamentos de proteção coletiva (EPCs). • Capacitação e treinamento: Formar os trabalhadores sobre os riscos e procedimentos de segurança. • Inspeções e auditorias: Avaliar o ambiente de trabalho periodicamente para identificar e corrigir falhas. PERCEPÇÃO DE RISCO A percepção de risco é a capacidade individual de identificar, avaliar e reagir a situações que podem causar perigo ou dano, tanto no ambiente de trabalho quanto em outros contextos. É a forma como alguém interpreta e se relaciona com as ameaças potenciais, influenciada por fatores pessoais, sociais e culturais. Identificação e avaliação A percepção de risco envolve a identificação de potenciais perigos (situações que podem causar um acidente ou dano) e a avaliação da probabilidade e gravidade de ocorrência de um evento adverso. Fatores Influentes A percepção de risco é subjetiva e pode ser afetada por diversos fatores, incluindo: • Fatores Pessoais: Experiências anteriores, crenças, valores, nível de conhecimento e personalidade. • Fatores Sociais: Cultura, normas e expectativas sociais, além do contexto em que a situação se encontra. • Fatores Ambientais: Características físicas do ambiente de trabalho,equipamentos, processos e procedimentos. A percepção de risco é fundamental para a prevenção de acidentes e a promoção de um ambiente de trabalho seguro. Ao desenvolver uma boa percepção de risco, as pessoas conseguem identificar situações perigosas antes que elas causem problemas e tomar medidas preventivas. Desenvolvimento A percepção de risco pode ser desenvolvida através de: • Conscientização: Educação, treinamento e campanhas de segurança. • Experiência: Observação e análise de situações de risco. • Capacitação: Desenvolvimento de habilidades e conhecimentos para identificar e avaliar riscos. Exemplo Reconhecer que dirigir sob efeito de álcool aumenta o risco de acidente é um exemplo de boa percepção de risco. Inimigos da Percepção de Risco Alguns fatores podem prejudicar a percepção de risco, como a desatenção, a falta de planejamento, o excesso de confiança e a familiaridade com a situação. SERVIÇOS DE SEGURANÇA SESMT SESMT significa Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho, é uma equipe especializada em segurança e saúde no trabalho que as empresas são obrigadas a ter, dependendo do número de funcionários e do risco da atividade. A finalidade do SESMT é promover a saúde e integridade dos trabalhadores, prevenir acidentes e doenças ocupacionais. O QUE É: O SESMT é um conjunto de profissionais especializados (engenheiros de segurança, médicos do trabalho, técnicos em segurança etc.) que atuam na empresa para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. Regulamentação A existência e funcionamento do SESMT são regulamentados pela Norma Regulamentadora (NR) 4, que define as condições e requisitos para a sua constituição. Importância O SESMT é importante porque contribui para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, melhorando a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores. Objetivos • Os objetivos do SESMT incluem: • Promover a segurança e saúde dos trabalhadores. • Prevenir acidentes e doenças ocupacionais. • Identificar e analisar riscos no ambiente de trabalho. • Elaborar e implementar planos de prevenção. • Promover a conscientização dos trabalhadores sobre questões de segurança e saúde. Composição A composição do SESMT varia de acordo com o número de trabalhadores e o grau de risco da empresa, conforme definido na NR 4. Regulamentação para SESMT (NR 4) A Norma Regulamentadora nº 4 (NR 4), estabelecida pela Portaria SIT nº 787 de 28 de novembro de 2018, define a obrigatoriedade de contratação de profissionais de segurança e saúde do trabalho, conforme o número de empregados e o grau de risco da atividade econômica da empresa. Registro do SESMT As empresas obrigadas a ter SESMT devem registrar o serviço junto ao Ministério do Trabalho e Previdência. Registro do SESMT (como fazer) A empresa deve acessar o portal GOV.BR e, no campo de busca, digitar "registrar SESMT" ou acessar o serviço diretamente. CIPA A CIPA (comissão interna de prevenção de acidentes e de assédio) é um órgão interno de uma empresa que tem como objetivo prevenir acidentes e doenças ocupacionais, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para os trabalhadores. A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, eleitos democraticamente, e tem como função identificar riscos, discutir acidentes, sugerir medidas de prevenção e conscientizar os trabalhadores sobre segurança e saúde. Funções e Atribuições Identificação de Riscos: A CIPA analisa o ambiente de trabalho e identifica os riscos presentes nas atividades, elaborando mapas de riscos e propondo medidas de prevenção. Análise de Acidentes: A comissão investiga acidentes de trabalho ocorridos na empresa, buscando as causas e propondo soluções para evitar reincidências. Sugerir Medidas Preventivas: A CIPA elabora um plano de trabalho com ações para reduzir ou eliminar os riscos identificados, como treinamento dos trabalhadores, melhoria das instalações e adequação dos equipamentos. Conscientização e Capacitação: A CIPA promove ações de conscientização e capacitação dos trabalhadores sobre segurança e saúde, como palestras, treinamentos e campanhas. Divulgação de Informações: A CIPA divulga as decisões e os resultados de suas atividades aos trabalhadores, garantindo a transparência e o acesso à informação. Como a CIPA Funciona: 1. Constituição: A CIPA é constituída em empresas com mais de 20 funcionários, de acordo com as Normas Regulamentadoras (NRs), especificamente a NR-5. 2. Eleição/Indicação: A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, eleitos democraticamente ou indicados pelo empregador. 3. Planejamento: A CIPA elabora um plano de trabalho anual com as ações que serão realizadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. 4. Execução: A CIPA executa as ações planejadas, como treinamentos, visitas de inspeção, análise de acidentes e divulgação de informações. 5. Monitoramento e Avaliação: A CIPA monitora as ações realizadas e avalia os resultados, ajustando o plano de trabalho conforme necessário. Benefícios da CIPA: • Reduz acidentes e doenças ocupacionais, melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores. • Reduz custos com tratamento de acidentes e doenças, aumentando a produtividade da empresa. • Melhora o clima organizacional e as relações de trabalho, fortalecendo o ambiente de trabalho. • Atrai e retém talentos, mostrando que a empresa se preocupa com a saúde e segurança dos trabalhadores. RISCOS OCUPACIONAIS Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a Portaria n0 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Os riscos ocupacionais são situações ou condições presentes no ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde ou integridade física dos trabalhadores. São classificados em cinco tipos: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Identificar e controlar esses riscos é essencial para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. Tipos de Riscos Ocupacionais: Físicos: Incluem ruído, vibração, radiação, temperaturas extremas, iluminação inadequada, entre outros. Químicos: Resultam da exposição a substâncias químicas, como produtos de limpeza, solventes, gases e poeiras. Biológicos: São causados por agentes biológicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Ergonômicos: Relacionados à postura inadequada, esforços repetitivos, carga de trabalho excessiva, fatores psicossociais e outros fatores que podem causar problemas musculoesqueléticos. De Acidentes: Incluem riscos de queda, choque, explosão, incêndio, entre outros. Gerenciamento de Riscos Ocupacionais O gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO) envolve a identificação, avaliação e controle dos riscos, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças ocupacionais. A norma regulamentadora NR-01 estabelece os procedimentos para o GRO, incluindo a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). O PGR é um documento que detalha as medidas de prevenção e controle dos riscos identificados na empresa. Importância da Prevenção A prevenção dos riscos ocupacionais é fundamental para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores, além de garantir a produtividade e a qualidade do trabalho. A adoção de medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), a adequação do ambiente de trabalho e a capacitação dos trabalhadores, é essencial para reduzir ou eliminar os riscos. Exemplos de Riscos Ocupacionais em Diferentes Ambientes: Indústria: Ruído, vibração, exposição a produtos químicos, riscos de acidentes com máquinas. Saúde: Exposição a agentes biológicos, riscos químicos (desinfetantes etc.), riscos ergonômicos (postura inadequada). Construção:Riscos de queda, eletrocussão, exposição a produtos químicos, riscos de acidentes com máquinas. Escritório: Riscos ergonômicos (postura inadequada, excesso de horas), estresse, riscos de acidentes com equipamentos. Os riscos ocupacionais são classificados por cores em mapas de risco para facilitar a identificação e prevenção de acidentes e doenças no trabalho. A cor verde indica riscos físicos, a vermelha indica riscos químicos, a marrom indica riscos biológicos, a amarela indica riscos ergonômicos e a azul indica riscos de acidentes. Classificação das cores: Verde: Riscos físicos (ruído, vibração, calor, frio etc.). Vermelho: Riscos químicos (poeira, gases, vapores etc.). Marrom: Riscos biológicos (bactérias, vírus, fungos etc.). Amarelo: Riscos ergonômicos (esforço físico, postura inadequada etc.). Azul: Riscos de acidentes (máquinas sem proteção, risco de choque etc.). Essa classificação por cores é importante porque permite que os trabalhadores e os responsáveis pela segurança identifiquem rapidamente os perigos presentes no ambiente de trabalho. Além disso, a utilização de cores em mapas de risco facilita a comunicação e o entendimento sobre os riscos, promovendo a conscientização e a adoção de medidas de prevenção. MAPA DE RISCOS OCUPACIONAIS O que é mapa de riscos na segurança do trabalho ? Um mapa de riscos é feito a partir de um mapeamento de toda a empresa, identificando perigos que podem apresentar alguma ameaça à saúde ou segurança dos trabalhadores naquele ambiente. Desse modo, todos os potenciais riscos, como acidentes ou exposição a agentes químicos, são exibidos de maneira visual, com cores e tamanhos que identificam eventuais ameaças e sua gravidade. O objetivo é alertar colaboradores e público geral para elementos nocivos. Para a empresa, o mapa facilita a elaboração dos procedimentos de segurança e relatórios de segurança do trabalho. Qual NR fala sobre mapa de riscos ? O mapa de riscos passou a ser uma exigência do Ministério do Trabalho e Previdência em 1992, conforme a Portaria nº 05, que alterava a Norma Regulamentadora nº 09 (NR-9) para incluir a obrigatoriedade do mapa de riscos. Veja o que diz: Cabe ao empregador: […] realizar o mapeamento de riscos ambientais, afixando-o em local visível, para informação aos trabalhadores […]”. Porém, em 2022, uma nova decisão, a Portaria MTP nº 422, estabeleceu que os mapas de riscos deixam de ser obrigatórios. Ainda cabe à CIPA identificar potenciais riscos no ambiente de trabalho, mas o mapa de riscos passa a ser uma opção para cumprir essa função, e não um requisito. Além disso, a Norma Regulamentadora nº 05 regulamenta a constituição da CIPA. Sobre o mapa de riscos, a NR-5 diz: “5.3.1 A CIPA tem por atribuição: a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização; b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores […] por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, onde houver […]”. Porém, como a portaria 422 derrubou a obrigatoriedade do mapa, abre-se a possibilidade de uso de outra ferramenta para análise de riscos, a critério da comissão. EPI - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EPI, ou Equipamento de Proteção Individual, são dispositivos utilizados por trabalhadores para se protegerem de riscos no trabalho. São obrigatórios em ambientes onde os riscos não são eliminados por outros meios, como equipamentos de proteção coletiva. A NR 6 regulamenta o uso de EPIs, que devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa. O que são EPIs? Definição: EPIs são dispositivos ou produtos de uso individual, como óculos, capacetes, luvas, máscaras etc., que protegem o trabalhador contra riscos à sua segurança e saúde. Objetivo: Reduzir ou eliminar os riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Legislação: A NR 6 (Norma Regulamentadora nº 6) do Ministério do Trabalho e Emprego define e regulamenta o uso de EPIs. Importância: O uso correto dos EPIs é crucial para proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Tipos de EPIs: • Proteção da cabeça: Capacetes, capuzes, balaclavas. • Proteção dos olhos: Óculos de segurança, viseiras. • Proteção das vias aéreas: Máscaras respiratórias, respiradores. • Proteção das mãos: Luvas de segurança. • Proteção dos pés: Calçados de segurança. • Proteção do corpo: Vestimentas de proteção. • Outros: Protetores auriculares, cintos de segurança etc. Legislação e responsabilidades: Fornecimento: A empresa é obrigada a fornecer os EPIs adequados e gratuitos aos trabalhadores. Utilização: O trabalhador é responsável por usar os EPIs corretamente e denunciar qualquer defeito. Certificado de Aprovação (CA): Todos os EPIs devem ter um CA, que comprova a sua segurança e eficácia. e-Social: A empresa deve informar no e-Social se os EPIs fornecidos são eficazes na neutralização dos riscos. Onde e quando usar EPIs: • Ambientes de risco: Locais onde os riscos não são eliminados por outros meios, como equipamentos de proteção coletiva. • Tipos de atividades: Em diversas áreas, como construção civil, indústria, saúde etc. • Normas específicas: Algumas normas, como a NR 32 para serviços de saúde, também regulamentam o uso de EPIs. Conclusão: Os EPIs são ferramentas essenciais para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. O uso correto e a manutenção adequada são fundamentais para que os equipamentos cumpram a sua função de proteção. EPC - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA O que é EPC? EPC é a sigla para Equipamento de Proteção Coletiva, que são equipamentos que devem ser fornecidos pela empresa com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos fornecidos pelo ambiente de trabalho, de maneira coletiva. Em outras palavras, são equipamentos instalados para garantir a segurança do trabalho enquanto um grupo de pessoas (trabalhadores) executam uma determinada atividade ou tarefa. Os Equipamentos de Proteção Coletiva têm como objetivo: • Prevenir os trabalhadores ou qualquer terceiro que esteja transitando pelo ambiente de qualquer acidente que possivelmente possa ocorrer; • Reduzir ou até mesmo anular qualquer risco comum à todos os colaboradores que o ambiente de trabalho possa fornecer; • Por fim, minimizar perdas e aumentar a produtividade, ao fornecer aos trabalhadores um local de trabalho mais seguro. Os equipamentos são instalados nos postos de trabalho, podendo ser fixos ou móveis e, diferentemente dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), fornecem proteção à mais de um trabalhador ao mesmo tempo, por exemplo um guarda-corpo na beirada de um edifício em construção. Em grande parte dos casos, os EPC’s se mostram mais eficientes que os EPI’s, pelo fato de agir de maneira coletiva, reduzir os riscos do ambiente de trabalho, os custos relacionados com acidentes de trabalho e não haver a necessidade de uso direto do funcionário, no entanto em diversos casos o uso dos dois tipos de equipamentos em conjunto é a maneira mais eficiente de se proteger os trabalhadores. Qual a responsabilidade da empresa quanto ao uso do EPC? “Cabe ao empregador: a minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva…” Sobre direitos e deveres do empregador segundo a NR 01 Além do que está disposto na NR 01, existem outras duas Normas Regulamentadoras que abordam sobre a obrigatoriedade destes equipamentos, que são a NR 04 e a NR 09. Em algumas situações a empresa é responsável por fornecer um equipamento de uso coletivo, como, por exemplo, umcinto de segurança para trabalho em alturas, uma máscara de solda ou outros itens que são utilizados por um grupo de trabalhadores esporadicamente. Em outras situações, a frequência de uso obriga a transformar tais itens como de uso individual. Norma Regulamentadora – NR 04 Esta norma é a que trata sobre os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), o SESMT é composto por profissionais da área de SST, que, por obrigatoriedade devem ser mantidos por todas as empresas. Os profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho que, após as inspeções, serão os responsáveis por avaliar e reduzir ou eliminar os riscos presentes no ambiente de trabalho, adotando medidas de prevenção, portanto podendo indicar o uso de Equipamentos de Proteção Coletiva como medida preventiva. Norma Regulamentadora – NR 09 A NR 09 é a que estabelece como obrigatória a aplicação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), cujos objetivos são desenvolver, avaliar e planejar ações para prevenir qualquer risco que um ambiente de trabalho possa fornecer. Entre as diversas medidas ou ações preventivas que devemos buscar implantar no ambiente de trabalho é o uso de EPC’s. É importante frisar que no item 9.3.5.4 da NR 09, está disposto que as empresas devem priorizar o uso de proteção coletiva, tornando a adoção de EPI’s necessária apenas se os EPC’s forem inviáveis ou não forneçam proteção completa ao empregado. E se a empresa não usar ? As empresas que não cumprem o que é estabelecido pelas Normas Regulamentadoras estão sujeitas a multas e penalidades, fora que em caso de acidente de trabalho, a empresa é responsabilizada. No caso de uma empresa não fornecer medidas de proteção coletivas, o trabalhador pode fazer uma denúncia junto ao Ministério do Trabalho, ou internamente com a CIPA ou com o próprio SESMT da empresa. Tipos de EPC’s A lista de riscos que existem em um ambiente de trabalho é longa e cada ambiente de trabalho ou diferentes atividades industriais tem suas exigência quanto ao tipo de EPC’s que é necessário ou indicado para reduzir os impactos nos trabalhadores. A seguir, destacamos os Tipos de EPC’s comumente instalados em diferentes indústrias ou ambientes de trabalho: • Kit de primeiros socorros: Tendo que possuir todos os itens básicos necessários em caso de acidente; • Kit para limpeza em caso de derramamento biológico, químico ou radiativo; • Chuveiros de emergência, lava-olhos etc.; • Capela Química: Deve ser usada em locais que se manuseiam produtos químicos, protegendo o operador de possível inalação da substância ou de algum contaminação no ambiente; • Exaustores, sistemas de ventilação e de controle de temperatura: Devem ser utilizados em locais que o trabalhador é exposto á temperaturas elevadas em ambientes fechados; • Redes de proteção, guarda corpo e corrimão: Usados geralmente em construções, evitam quedas, dos trabalhadores e de objetos que possam atingir os mesmos; • Detectores de fumaça e Sprinklers: Usados em qualquer local comercial, industrial, esportivo etc., para as situações de prevenção em caso de incêndio; • Isolação acústica: Deve ser usada em caso de exposição dos trabalhadores á ruídos constantes que podem ser danosos à audição; • Sinalização (Cones, placas etc.): Usadas para sinalizar qualquer possível risco no ambiente, como um buraco, um piso escorregadio etc. A importância da adoção de EPC Independente do ambiente de trabalho é fundamental que no EPC seja regularmente verificada a manutenção, a efetividade, capacidade, economia e impactos gerados na saúde e segurança dos trabalhadores. É um serviço que deve ser realizado por profissionais especializados no EPC’s. Um checklist bastante simples que o profissional da SST pode adotar para avaliar os procedimentos ou cuidados adotados com os EPC’s é: • Existem procedimentos de manutenção, operacionalização e uso do EPC no ambiente de trabalho? • Qual é a frequência que o EPC é avaliado? • Quais são as limitações ou defeito do equipamento de proteção coletiva no ambiente de trabalho e atividades realizadas pelas pessoas ou trabalhadores? Por que esse cuidados do EPC são importantes na minha indústria? O Brasil é um dos países onde mais se registram Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais no mundo, e os Equipamentos de Proteção Coletiva desempenham um papel fundamental para a redução destes números. Como qualquer outra medida preventiva, o uso de EPC reduz o número de afastamentos, evita multas, aumenta a produtividade e traz qualidade de vida ao trabalhador. Neste sentido, destacamos as principais vantagens que podem ser alcançadas com a sua implantação: • O custo dos EPC’s é mais baixo e suas medidas preventivas são de longo prazo, pelo fato de serem instalados no local e ali permanecerem; • Além de proteger os trabalhadores, protege também qualquer outra pessoa que, por algum motivo, esteja no ambiente em questão; • Não há o risco do trabalhador não o usar, já que ele está disposto no ambiente de trabalho e não diretamente no trabalhador E além de tudo isso, temos a obrigação legal, pois em caso de algum acidente, se for constatado que a empresa não fornecia as medidas de proteção coletiva adequadas, ela será responsabilizada pelo ocorrido. A proteção dos trabalhadores deve ser uma das prioridades de qualquer empresa, portanto, atente-se a isso, o bem estar e a qualidade de vida dos seus trabalhadores é essencial para um bom desempenho da empresa ! SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NR 26 A NR 26 é uma norma regulamentadora que estabelece a sinalização de segurança em locais de trabalho, indicando os riscos existentes por meio de cores. As cores utilizadas devem atender às normas técnicas oficiais e ser usadas de forma coerente para não causar distração ao trabalhador. As cores podem ser utilizadas para identificar equipamentos de segurança, delimitar áreas, indicar tubulações e advertir contra possíveis riscos, entre outros. As principais cores são vermelhas, laranja, amarelo, verde, azul, branco e preto, cada uma indicando um tipo de ameaça ou risco existente. A sinalização é uma ótima ferramenta para prevenir acidentes e vem se provando de grande auxílio para que os programas de segurança atinjam os objetivos de diminuir os acidentes e ocorrências. Saiba o que cada cor indica: • Vermelho: Identificação de equipamentos de proteção contra incêndios ou proibição. • Laranja: Indicação de perigo em partes móveis de máquinas e equipamentos, canalizações de ácidos e dispositivos elétricos. • Amarelo: Indicação de cuidado em situações de risco. • Verde: Configura segurança. São avisos, guias de localização, entradas de sala de emergência entre outros. (Aliás, o verde é facilmente encontrado em caixas contendo os equipamentos de proteção individual (EPI), itens de primeiros socorros, emblemas de segurança, chuveiros de emergência e sinalização de portas. Em situações de urgência, a cor é essencial na tomada de decisões.) • Azul: Indicação de ações obrigatórias e informações, aviso contra uso e movimentação de equipamentos. • Branco: Indicação de localização e circulação, faixas de localização e direção. • Preto: Indicação de presença de combustíveis viscosos, canalização de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade. Quer ver um exemplo de uma cor sinalizadora em uso ? Os famosos cavaletes, bastante usados em ambientes em que há possibilidades de chãos escorregadios ou molhados, como mercados, açougues, frigoríficos e tantos outros. Para conhecer melhor a NR 26, abaixo alguns tópicos introdutório dela: NR 26 – Sinalização de Segurança “26.3 Sinalização por cor 26.3.1 Devem ser adotadas cores para comunicação de segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acercados perigos e riscos existentes. 26.3.2 As cores utilizadas para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. 26.3.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. 26.3.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.” ATTE LUIZ NAFILHO TST PORTUÁRIO PROFESSOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO