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Resumo de Estrongyloides stercoralis

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Resumo de Estrongyloides stercoralis 
 - Gênero: Strongyloides 
 - Espécie: stercoralis 
 - O gênero Strongyloides apresenta duas espécies que são 
 consideradas infectantes para humanos: Strongyloides 
 stercoralis e S. fuelleborni 
 - Parasitas de áreas quentes e úmidas (zonas tropicais e 
 temperadas): dão suporte ao desenvolvimento e à sobrevivência 
 dos estágios larvais e adultos de vida livre. 
 - strongylos = arredondado, esférico; 
 - Vivem no solo como formas livres; 
 - Das doenças provocadas por nematoides, a estrongiloidíase é a 
 mais difícil de ser tratada. 
 - Modo de transmissão - as larvas infectantes que se desenvolvem 
 nas fezes e na terra úmida contaminada com excrementos 
 penetram na pele do hospedeiro. 
 - Habitat: criptas/ Lâmina da mucosa duodenal e porção superior 
 do jejuno 
 - HABITAT DOS VERMES ADULTOS: 
 • Fêmeas partenogenéticas – parede do intestino – nas criptas da 
 mucosa - duodenal e porção superior do jejuno; 
 • Formas graves – porção pilórica do estômago até o intestino 
 grosso. 
 As larvas rabditoides eliminadas nas fezes do indivíduo parasitado 
 podem seguir dois ciclos: 
 - DIRETO (ou partenogenético) – fêmea partenogenética (3n); 
 - INDIRETO (sexuado ou de vida livre) – machos (n) e fêmeas (2n) 
 de vida livre 
 Descrição da doença - doença frequentemente assintomática, porém, no 
 quadro agudo possui manifestações clínicas como dermatite 
 transitória quando as larvas do parasita penetram na pele; o 
 parasita pode se alojar na mucosa intestinal causando sintomas 
 abdominais. No quadro crônico da doença os sintomas podem ser graves 
 ou leves, dependendo da intensidade da infecção. Entre os sintomas 
 principais incluem: dor abdominal, diarreia e urticária. Podem 
 aparecer também náusea, vômito, perda de peso e debilidade. 
 BREVE RESUMO DO CICLO DE VIDA: 
 Fêmeas adultas de S. stercoralis estão localizadas profundamente na 
 mucosa do intestino delgado. Essas fêmeas se reproduzem por 
 partenogênese, produzindo descendentes machos e fêmeas. Os ovos 
 eclodem no trato gastrointestinal, e larvas de primeiro estágio 
 (rabditiformes) (L1) são eliminadas nas fezes. Os machos L1 passam a 
 se tornar machos adultos de vida livre. As larvas fêmeas podem mudar 
 de pele duas vezes, desenvolvendo-se em larvas infecciosas de 
 terceiro estágio (filariformes) (ciclo homogônico), ou mudar de pele 
 mais duas vezes e se desenvolver em fêmeas adultas de vida livre 
 (ciclo heterogônico). Adultos de vida livre acasalam uma vez e 
 produzem larvas rabditiformes fêmeas que se desenvolvem em L3 
 filariformes infecciosas . A tradução de L1 para L3 pode ocorrer 
 rapidamente, em questão de dias. A infecção do cão ocorre após a 
 penetração da pele por, ou ingestão de, fêmeas filariformes L3 
 Ciclo parasitário: 
 As larvas filiformes em solo contaminado penetram na pele humana, 
 são transportados até o pulmão onde penetram no espaço alveolar. São 
 transportados pela árvore brônquica até a faringe, sofrem deglutição 
 e chegam no intestino, onde se transformam em fêmeas adultas. As 
 fêmeas vivem na luz intestinal e por partenogênese produzem ovos, 
 que se transformam em larvas rabdiformes . Estas larvas podem ser 
 liberadas nas fezes ou causar autoinfecção . Na autoinfecção, a larva 
 rabditiforme se transforma em larvas filiformes infectantes que 
 penetram na mucosa intestinal ou na pele da região perianal. Em 
 ambos os casos a larva filiforme segue a rota descrita anteriormente 
 Fêmea partenogenética (ciclo direto) parasita 
 - PARTENOENÉTICO: Vivem dentro do hospedeiro, capazes de se 
 reproduzirem por partenogênese (sem a necessidade de macho). 
 As larvas rabditóides, liberadas no ambiente (solo ou região 
 perianal). Penetração ativa na pele, mucosa oral, esofágica ou 
 gástrica 
 - Cutícula fina e transparente, boca com três lábios, esôfago 
 longo tipo filarióide 
 - Parasito cilíndrico filiforme; 
 - Medem 1,7 mm a 2,5 mm de comprimento 
 - Não apresenta receptáculo seminal 
 - Vulva/vagina localizada no terço posterior do corpo. 
 - É ovovivípara 
 Fêmea de vida livre, ciclo indireto ou estercoral 
 - Realizado pela eliminação de larvas rabditóides, vivem em 
 ambientes externos, fora do hospedeiro. Ovos originados do 
 acasalamento produzirão larvas rabditóides 3n que se 
 diferenciarão em filarióides infectantes. 
 - Cutícula fina e transparente, boca com três lábios, esôfago 
 curto rabditóide. 
 - É fusiforme; • Mede de 0,8 – 1,2 mm de comp. x 0,05 – 0,07 mm 
 de larg.; 
 - Extremidade posterior retilínea; 
 - Sistema reprodutor duplicado; 
 - Apresentam receptáculo seminal. 
 Macho de vida livre: 
 - Boca com três lábios, esôfago tipo rabditóide seguido de 
 intestino terminando em cloaca. Apresenta espículos 
 auxiliadores na cópula 
 - É fusiforme; 
 - Esôfago rabditoide; 
 - Mede de 0,7 mm de comp. x 0,04 mm de largura; 
 - Extremidade posterior recurvada ventralmente; 
 - Apresenta espículos. 
 OVO: 
 • É elíptico de parede fina e transparente; 
 • Medem: 
 ➢ Originários de Fêmeas parasitas: 0,05 mm de comp. x 0,03 mm de 
 larg.; 
 ➢ Originários de Fêmeas estercorais: 0,07 mm de comp. x 0,04 mm de 
 larg. 
 LARVA RABDITOIDE: 
 - Esôfago rabditoide; 
 - Vestíbulo bucal curto; 
 - Medem de 0,2 – 0,03 mm de comp. x 0,015 mm de largura; 
 - Primórdio genital nítido; 
 - Cauda pontiaguda (afila-se bruscamente) 
 LARVA FILARIOIDE: 
 - Esôfago retilíneo e longo; 
 - Vestíbulo bucal curto; 
 - Medem de 0,35 – 0,5 mm de comp. x 0,01 – 0,03 mm de larg.; 
 - Extremidade posterior afila-se em duas pontas 
 → A infecção ocorre exclusivamente pela penetração das larvas 
 filaroides na pele (infecção transcutânea) ou mucosas (p. ex., após 
 ingestão de larvas). 
 Em relação aos mecanismos de infecção: 
 • Hetero ou primoinfecção – Pele, mucosa bucal e esôfago. 
 • Auto-infecção externa ou exógena – Pele da região perineal. 
 – Larvas rabditóides na região perianal diferenciam-se em 
 filarióides e invadem a mucosa iniciando novo ciclo 
 • Auto-infecção interna ou endógena – Intestino delgado ou grosso. 
 - Transformação da larva rabditóide para filarióide ainda no 
 intestino do hospedeiro . Ex :paciente com constipação e 
 retardo na eliminação do material fecal 
 Patologia 
 - Podem ser assintomáticos ou sintomáticos, dependendo da carga 
 parasitária. 
 • Principais ações: 
 → Mecânicas; 
 → Traumática; 
 → Irritativa; 
 → Tóxica; 
 → Antigênica 
 MECANISMOS DE AGRESSÃO AO HOSPEDEIRO: 
 • Lesão cutânea: 
 → Geralmente são discretas; 
 → Reinfecção → Hipersensibilidade (edema, eritema, prurido, pápulas 
 hemorrágicas e urticária); 
 → Larva currens. 
 • Lesão pulmonar: 
 → Presença de focos hemorrágicos; 
 → Edema e presença de infiltrado inflamatório; 
 → Tosse (com expectoração), febre variável, dispneia; 
 → Nos casos graves a edema pulmonar e insuficiência respiratória, 
 bronco-pneumonia e Síndrome de Loeffler 
 - Lesão da mucosa intestinal: Presença de fêmeas mergulhadas na 
 mucosa intestinal: 
 → Enterite catarral – reação inflamatória leve com produção de 
 muco; 
 → Enterite edematosa – formação de edemas na região submucosa; 
 → Enterite com ulceração – destruição das células da mucosa 
 intestina 
 • Hiperinfecção: 
 → Lesões provocadas pela alta infestação de parasitos/larvas no 
 pulmão e coração (imunodeficiência) 
 • Disseminação: 
 → Lesões provocadas pela presença das larvas nos(s) rins: fígado, 
 coração, rins, vesícula biliar, pâncreas, cérebro, tireoide, 
 adrenais, próstata, glândulas mamárias, linfonodos; 
 → Agravamento 
 → infecções secundárias; 
 → Dor abdominal, vômitos, diarreia intensa, pneumonia hemorrágica, 
 broncopneumonia bacteriana, insuficiência respiratória 
 → óbito 
 CLÍNICO: 
 • Podem ser assintomáticos ou sintomáticas, dependendo da carga 
 parasitária. 
 • Cerca da metade dos casos não há sintomas; 
 • Dor epigástrica, diarreia, náuseas e vômitos; • Eritema, prurido, 
 pápulashemorrágicas e urticária; 
 • Fraqueza, emagrecimento, irritabilidade; 
 • Eosinofilia: 
 → Fase aguda: até 82%; 
 → Fase crônica: 8 a 15%. 
 LABORATORIAL: 
 • Métodos diretos: 
 - Parasitológico de fezes: Método de Baerman-Moraes e Rugai; 
 - Coprocultura (Harada & Mori); 
 - Pesquisa de larvas em secreções e outros líquidos orgânicos: 
 escarro e lavado broncopulmonar; duodenal; urina; pleural; 
 ascítico e LCR; 
 - Endoscopia digestiva; 
 - Biópsia intestinal/necrópsia; 
 - Esfregaços citológicos. 
 • Métodos indiretos: 
 - Hemograma completo; 
 - Diagnóstico por imagem; 
 - Métodos imunológicos (IFI, ELISA, Western blotting). 
 FATORES LIMITANTES: 
 • Presença de fezes de homens ou animais infectados, contaminando o 
 solo; 
 • Presença de larvas infectantes originárias dos ciclos direto e de 
 vida livre no solo; 
 • Solo arenoso ou areno-argiloso, úmido, com ausência de luz solar 
 direta; • Temperatura entre 25°C e 30°C; 
 • Condições sanitárias e hábitos higiênicos inadequados; 
 • Contato com alimentos contaminados por água de irrigação poluída 
 com fezes; 
 • Não utilização de calçados. 
 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS VERMINOSES: 
 • Lavar as mãos sempre que usar o sanitário; 
 • Andar calçado; 
 • Manter as unhas cortadas e limpas; 
 • Beber somente água filtrada ou fervida; 
 • Lavar bem os alimentos antes do consumo; 
 • Cozinhar bem os alimentos; 
 • Proteger os alimentos e reservatórios de água; 
 • Combater os insetos; 
 • Lavar as mãos antes das refeições; 
 • Lavar os utensílios domésticos; 
 • Ferver as roupas íntimas e de cama. 
 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE COLETIVO: 
 • Educação sanitária em massa; 
 • Serviços de engenharia sanitária (construções de moradias 
 higiênicas, dotadas de água tratada e instalações sanitárias 
 adequadas); 
 • Abolir adubação com fezes humanas; 
 • Proteção dos pés; 
 • Alimentação adequada, rica em proteínas, sais minerais, 
 vitaminas e carboidratos; 
 • Tratamento dos doentes 
 Diagnóstico 
 • Liberação de larvas nas fezes é irregular 
 • Utilização de 3 a 5 amostras colhidas em dias alternados. 
 • Pesquisa de larvas em fezes sem conservantes. 
 • Métodos baseados em hidro e termotropismo: Técnica de Rugai e 
 Baermann-Moraes. 
 • Coprocultura: Desenvolvimento do ciclo indireto Método de Loos 
 (carvão vegetal), Harada& Mori (papel filtro) e método de cultura em 
 placa de ágar. 
 A – Método de Rugai 
 B – Método de Baermann 
 C – Método de Harada-Mori

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