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ERGONOMIA VISUAL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ana Brum 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos entender os principais fatores relacionados às cores: 
suas características, como se dá sua aplicabilidade e legibilidade. Também 
abordaremos a sensação e a percepção, bem como a memória humana. 
A partir destes conhecimentos, será possível fazer uma imersão nos 
aspectos práticos de uso das cores e sua relação no design. O objetivo é trazer 
informações para poder exercitar a ergonomia no design com o uso das cores 
de forma efetiva e com ótimos resultados projetuais. 
CONTEXTUALIZANDO 
Como objeto de estudo, a cor traz fundamentos para análises 
ergonômicas para uma melhor construção de um ambiente favorável para o 
trabalho humano e o seu conhecimento pode proporcionar melhores aplicações 
no design gráfico. 
Começaremos a entender que as cores transmitem uma codificação 
ímpar no dia a dia. Ela serve para localizar (visibilidade e memória) e para nos 
fazer entender (legibilidade e emoção). 
Para Farina (1990): 
Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma 
ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor 
é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é 
construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e 
capacidade, portanto, de construir uma linguagem que comunica uma 
ideia. 
TEMA 1 – CARACTERIZAÇÃO DAS CORES 
É fato que as cores interferem no estado emocional das pessoas. Como 
consequência igualmente estudada, as cores também podem contribuir com a 
produtividade e com a qualidade do trabalho que está sendo desenvolvido. 
As cores podem provocar sensações como tristeza, alegria, calmaria ou 
irritação. 
Cores avermelhadas: o vermelho, o laranja e o amarelo sugerem calor. 
Cores avermelhadas também sugerem alegria e satisfação. 
Cores azuladas: o verde, azul e verde-escuro sugerem frio. Cores 
avermelhadas sugerem alegria e satisfação. 
 
 
3 
Cores acinzentadas e pretas: quando utilizadas sozinhas nos trazem 
sensação de depressão e sugerem melancolia. 
1.1 Cores no ambiente de trabalho 
Como já vimos, as cores podem interferir no ambiente de trabalho, por 
isso a sua escolha pode ser decisiva para o bom desempenho de algumas 
atividades. Além de percepções diferentes que gostaríamos de transmitir, como 
um ambiente utilizado para fornos, onde existe muito calor, pode ser pintado com 
cores azuladas para transmitir a sensação de frescor. Da mesma forma que os 
ambientes frios e úmidos podem transmitir maior aconchego se forem pintados 
com cores mais quentes como laranja. 
No ambiente de trabalho, recomenda-se: 
• Nas paredes – cinza claro, bege creme e acre-amarelo fosco. 
• Nas máquinas – verde claro, verde azulado claro e azul claro. 
1.2 Cores nos equipamentos 
Os equipamentos possuem normas que determinam que as partes móveis 
e perigosas e as tubulações devam ser pintadas de cores claras, que descansem 
a vista. Recomenda-se o uso do verde-claro, azul claro, verde-azul claro e cinza 
claro. 
Ainda é recomendado que não se usem cores brilhantes, pois elas 
produzem reflexos que podem prejudicar a visão e com isso distraem o 
trabalhador. 
Neste quesito, deve ser observado que a utilização harmônica de cores 
pode permitir que o ambiente e suas máquinas não sejam monótonos e deve-se 
prever a manutenção e facilidade de limpeza. 
Muitos designers gráficos trabalham com sinalização corporativa, então 
este é um tema muito relevante para o trabalho a ser executado. A seguir vamos 
detalhar um pouco mais sobre as cores nos locais de trabalho de acordo com a 
NB-76/59 e sua recomendação das 8 cores e suas aplicações. 
A NB-76/59 faz recomendações sobre as cores dos locais de trabalho 
para prevenção de acidentes. São elas: 
 
 
 
4 
Tabela 1: Recomendações da NBR 76/59 
Vermelho Em equipamentos de combate a incêndio, como extintores, 
hidrantes, caixas de alarme. Excepcionalmente, pode indicar 
advertência e perigo, sob a forma de luzes ou botões 
interruptores de circuitos elétricos. 
Alaranjado Identifica as partes móveis e perigosas de máquinas e 
equipamentos, como polias, engrenagens e tampas de 
caixas protetoras (pintar no lado interno, para ficar visível na 
posição aberta). 
Amarelo Indica “cuidado” em escadas, vigas, partes salientes de 
estruturas, bordas perigosas, equipamentos de transporte e 
de manipulação de material. Pode ser combinado com faixas 
ou quadrados pretos quando houver necessidade de 
melhorar a visibilidade, como em para-choques, ou para 
delimitar locais de trabalho perigosos. 
Verde Cor usada pela segurança industrial para identificar 
equipamentos de primeiros socorros, macas, chuveiros de 
segurança e quadros para exposição de cartazes sobre 
segurança. 
Azul Indica equipamentos fora de serviço, pontos de comando e 
partidas ou fontes de energia. 
Púrpura É usado para indicar os perigos provenientes de radiações 
eletromagnéticas penetrantes e de partículas nucleares. 
Branco É usado para demarcar áreas de corredores e locais de 
armazenagem, localizações de equipamentos de primeiros 
socorros, combate a incêndios, coletores de resíduos e 
bebedouros. 
Preto Indica os coletores de resíduos. 
Fonte: elaborado com base em ABNT, 1959 
A NB-54/57 fixa recomendações sobre as cores para as tubulações. São 
elas: 
Tabela 2 – Recomendações para cores de tubulações, segundo NB-54/57 
Vermelho Combate a incêndios 
Verde Água 
Azul Ar comprimido 
Laranja Ácidos 
Lilás Álcalis 
Marrom Qualquer outro tipo de fluido 
Cinza claro Vácuo 
Cinza escuro Eletrodos 
Amarelo Gases não liquefeitos 
Preto Inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade 
Alumínio Gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa 
viscosidade 
Branco Vapor 
Fonte: elaborado com base em ABNT, 1957 
 
 
5 
Figura 1 – Exemplo de cores nas tubulações de uma fábrica 
 
Crédito: Alex Vog/Shutterstock. 
1.3 Cores no design gráfico 
As cores influenciam no trabalho de criação do designer gráfico, pois além 
dos traços, símbolos e grafismos, as cores são fundamentais na estruturação 
das peças gráficas. É importante entender o papel que cada cor desempenha e 
o que ela pode vir a despertar no usuário. Além disso, o profissional do design 
precisa compreender que as cores possuem significados distintos de uma cultura 
para outra. 
Independentemente da época, as cores e as formas aparecem ligadas 
aos símbolos e códigos nas sociedades, conferindo até um pouco de 
subjetividade. A simbologia das cores nasceu na sociedade primitiva e tinha uma 
relação direta com os fatos. Por exemplo: o vermelho associado ao fogo e ao 
sangue nos remete à força, ao poder e, num nível mais abstrato, ao terror. 
Cada cultura foi aprimorando seus sentidos e deixando as sensações e 
simbologia das cores ainda mais evoluídos. A seguir alguns exemplos destas 
sensações: 
 
 
 
6 
Tabela 3 – Significado das cores em diferentes culturas 
cotas: 
Cor/ 
Cultura 
 
Amarela 
 
Azul 
 
Branca 
 
Preta 
 
Verde 
 
Vermelha 
 
Budista 
 
 frieza, 
sabedoria 
redenção, 
libertação 
servidão vida,morte 
(verde-
claro) 
 
 
Chinesa 
realeza, 
honra 
céu, 
primavera, 
árvore 
morte, luto feminilidade, 
yin, inverno 
água alegria, 
sorte 
 
Cristã 
 verdade, fé, 
eternidade 
pureza, 
virgindade, 
alegria, 
inocência 
desprezo, 
morte, luto, 
tristeza, 
diabo 
esperança, 
imortalidade 
amor, 
poder, 
dignidade, 
martírio 
Hebreu beleza ; piedade, 
perdão; 
alegria compreensão vitória severidade 
 
Hindu 
 paz, 
iluminação 
movimento 
descendente 
morte, luto atividade, 
criatividade 
 
Oriente 
perigo, 
covardia 
masculinidade, 
calma, 
autoridade 
pureza, 
virtude 
morte, luto, 
diabo 
segurança, 
ácida, 
azeda 
perigo 
Oriente 
médio 
alegria, 
prosperidade 
virtude, fé, 
verdade 
 fertilidade,força 
 
Vodu trabalho pesado paz proteção negócio poder 
 
Fonte: Coe, 1996 
TEMA 2 – LEGIBILIDADE DAS CORES 
Legibilidade é o contraste entre a figura e o fundo. Para aumentar a 
legibilidade, é preciso distanciar as cores, principalmente pela sua luminosidade. 
Como a legibilidade depende do contraste, ela tende a aumentar quando 
adicionamos preto às cores. 
Este tema é de fundamental importância no design gráfico, uma vez que 
é um requisito importantíssimo na construção e criação de peças gráficas. 
 
 
7 
2.1 Letreiros 
Deve-se utilizar cores puras nos títulos principais, com fundo mais claro. 
Letreiros longos podem ter a mesma cor do fundo, porém mais escuros, de modo 
que quanto menor a letra, maior deverá ser o conteúdo de preto. Já nos letreiros 
curtos pode-se utilizar cor complementar no fundo. 
Ainda a respeito dos letreiros, eles devem poder ser lidos a certa distância, 
transmitir a personalidade e garantir a legibilidade. O tamanho também é muito 
importante, o que dependerá do tamanho da fachada. 
Figura 2 e 3 – Exemplos de letreiros 
 
Crédito: Rafastockbr/Shutterstock. 
 
Crédito: J. Lekavicius/Shutterstock. 
 
 
8 
A legibilidade ainda depende do tipo de letra e de suas proporções. Outro 
fator que interfere na legibilidade é o nível de iluminação e o movimento relativo 
entre a imagem e o espectador. 
2.2 Visibilidade das cores 
Quanto mais visível é uma cor, mais ela chama a atenção. A cor atrai a 
atenção e prende a vista de acordo com seu grau de visibilidade. A visibilidade 
depende do contraste e da saturação da cor. 
De modo geral, todas as cores são mais visíveis quando tem como fundo 
uma cor complementar. 
Cores de grande visibilidade são vibrantes e de forte efeito no design de 
marcas, embalagens e em sinalizações. Importante destacar que visibilidade em 
excesso é fatigante. 
Alguns estudos nos mostram experimentos realizados sobre a visibilidade 
das cores. Estas combinações estão em ordem decrescente de melhores 
aplicações: 
1. AZUL sobre BRANCO; 
2. PRETO sobre AMARELO; 
3. VERDE sobre BRANCO; 
4. PRETO sobre BRANCO; 
5. VERDE sobre VERMELHO; 
6. VERMELHO sobre AMARELO; 
7. VERMELHO sobre BRANCO; 
8. LARANJA sobre PRETO; 
9. PRETO sobre MAGENTA; e 
10. LARANJA sobre BRANCO. 
Figura 3 – Exemplos visibilidade: os extremos 
 
Fonte: Brum, 2021. 
 
 
9 
TEMA 3 – APLICAÇÃO DAS CORES 
A aplicação das cores é tarefa importante no contexto da ergonomia, 
principalmente porque o uso correto pode incentivar sensações positivas e 
melhores condições do trabalho. 
Para Hayten (1958): 
A aplicação funcional das cores consiste na utilização destas segundo 
o propósito de satisfazer as necessidades de eficiência e conforto, que 
são diretamente relacionadas ao desempenho do trabalho e à 
segurança do trabalhador. E complementa, o uso de cores com o 
objetivo funcional atua à margem de qualquer estética ou preferência 
pessoal. 
A cor pode induzir sentimentos de conforto, bem estar e dinamismo. 
Algumas ações que ocorrem com a utilização correta: 
• reações psicológicas positivas; 
• aumento no desempenho do trabalhador; 
• melhoria no padrão de qualidade do trabalho; 
• menor fadiga visual; 
• redução de acidentes; 
• melhoria no clima social no trabalho; e 
• facilidade de limpeza e conservação do ambiente. 
3.1 Cores de sinalização para segurança 
Uma das preocupações da aplicação correta das cores é quanto à 
segurança. A utilização correta da cor pode contribuir para identificar áreas de 
maior risco, com isso podendo ajudar na prevenção de acidentes. A identificação 
das cores para s sinalização de segurança obedece a NB-76/59 apresentada no 
item 1.2 desta aula. 
A organização do fluxo de pessoas, por exemplo, num ambiente público, 
é uma das aplicações das cores. A sinalização materializa as vias de circulação, 
caracterizando-as segundo a sua função, seja para pedestres, automóveis e 
serviços. 
Um exemplo de aplicação da cor como sinalização pode ser conferido com 
a instalação de círculos coloridos, dispostos no Hospital Municipal Dirceu 
Mendes Arcoverde, no município de Água Branca, estado do Alagoas (foto 
 
 
10 
abaixo). A intenção foi facilitar a circulação de pacientes e acompanhantes na 
busca de alas de tratamento e atendimento. 
Figura 4 – Exemplo de aplicação de cor em hospital 
 
Crédito: Keskiheikkila/Shutterstock. 
TEMA 4 – SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO 
Além da informação visual e causar estímulos físicos, a cor pode nos 
ativar sensações diferentes. 
A cor é uma informação visual, causada por um estímulo físico, 
percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro. O estímulo físico, 
ou meio, carrega consigo a materialidade de uma das fontes, ou salsas 
da cor – a cor-luz ou cor pigmento. O cérebro e o órgão da visão como 
sua extensão – é suporte que decodificará o estímulo físico, 
transformando a informação da causa em sensação, provocando, 
assim, o efeito da cor. (Guimarães, 2000) 
A figura a seguir ilustra o poder do nosso cérebro, que pode nos confundir, 
conflitando a palavra que estamos lendo e o que estamos sentindo: 
 
 
 
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Figura 5 – Imagem sobre as cores 
 
Fonte: Brum, 2021. 
As cores influenciam nosso estado emocional e isso pode trazer reflexos: 
• na produtividade; 
• na qualidade; e 
• ocasionar erros. 
4.1 Percepção visual 
A cor pode atuar na percepção, ou diferença de percepção, quando se vai 
observar a forma, o espaço, o volume, o tamanho e o peso. 
Percepção da forma: a cor está intimamente ligada à sensação da forma, 
ora ressaltando-a ou acentuando-a. Por exemplo, cores mais “agudas” sugerem 
formas mais pontiagudas. 
Percepção de espaço ou volume: a cor e sua luminosidade podem 
definir a percepção de amplitude ou redução do espaço ou de volume. 
Superfícies de cores mais claras, frias ou pálidas distanciam-se do observador, 
dando uma sensação de maior volume. Superfícies mais escuras, acabam 
transmitindo a sensação de espaços menores. 
Percepção de tamanho: as cores quentes são focalizadas pelo olho na 
parte de trás da retina, enquanto as cores frias são focalizadas diante da retina. 
Com isso, para percebermos as cores quentes, o cristalino torna-se convexo, 
 
 
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enxergando as regiões com estas cores com uma extensão maior do que elas 
têm realmente. 
Percepção de peso: as cores claras, quentes e o branco produzem a 
sensação de menor peso e maior sutileza, enquanto o preto e as cores frias 
sugerem maior peso e solidez. 
Figura 6 – Imagem com percepção de cores 
 
Crédito: Coffeemill/Shutterstock. 
Percepção de movimento: as cores quentes são mais projetantes e 
geram a sensação de proximidade. As cores frias são retrocedentes, afastando-
se do observador e criando uma sensação de distância e profundidade. 
4.2 Percepção Temporal 
A cor tende a influenciar o julgamento sobre o tempo. Em ambientes com 
cores quentes o ser humano subestima a passagem do tempo, enquanto em 
ambientes escuros com cores frias, o tempo é superestimado. 
4.3 Percepção Tátil 
Cores quentes parecem mais macias, enquanto as cores frias causam 
sensação de serem mais duras e secas. 
4.4 Percepção de temperatura 
O ser humano tende a associar a cor com imagens mentais arquivadas. 
Alguns experimentos constataram diferença de 4 a 5 graus em sensações 
subjetivas de calor e frio em ambientes pintados de azul e de vermelho. 
 
 
13 
4.5 Percepção Auditiva 
Pesquisas mostram que sons altos e fortes fazem com que os olhos 
fiquem mais sensíveis ao verde e menos sensível ao vermelho. Esta associação 
nos faz entender a utilização de cores verdes em ambientes com ruídos. 
4.6 Percepção gustativa e olfativa 
Sabemos que o odor, o paladar e a cor são estimuladores ou supressores 
do apetite, porque trazem sensações, emoções e lembranças. 
Para Mahnke (1996) numa pesquisa elaborada pelo Institute of Color 
Psycology as cores transmitem as seguintes sensações. 
• Vermelho:doce/forte 
• Rosa: adocicado/suave 
• Laranja: levemente ácido/forte 
• Marrom: rançoso/assado 
• Amarelo: ácido/azedo 
• Amarelo-esverdeado: ácido/picante/azedo penetrante 
• Verde: ácido/sumoso/azedo 
• Azul-esverdeado: de fresco a salgado/ inodoro 
• Violeta: doce/ narcótico 
• Púrpura claro: aroma/ sabor adocicado 
TEMA 5 – MEMÓRIA HUMANA 
A memória depende de experiências anteriores e estas interferem nas 
atuais. Agrupamos informações com a mesma cor. 
A memória humana é estimada em cerca de 100 milhões de bits. Embora 
ainda não se conheça profundamente sobre como funciona o mecanismo da 
memória humana, acredita-se que ela aconteça a partir de certas modificações 
estruturais de moléculas de proteína no interior dos tecidos nervosos. 
 
 
14 
5.1 Memórias de curta duração 
A memória de curta duração consegue reter informações por períodos 
muito curtos – entre 10 e 20 segundos. Quando este tempo passa, as 
informações são completamente esquecidas. 
Um exemplo desta memória de curta duração é quando alguém fala o 
número do telefone. A informação é retida na memória até sua transcrição no 
papel. Caso esta ação demore, provavelmente a informação é esquecida. 
5.2 Memórias de longa duração 
A memória de longa duração é ativada quando acontecem iniciativas de 
treinamento e aprendizagem como esta aula que estamos tendo. As informações 
podem ser associadas ou combinadas para serem lembradas futuramente. 
As modificações ocorridas no momento da memória de longa duração 
estão ligadas a modificações na estrutura da célula nervosa, de caráter mais 
permanente. 
5.2 Erros de memorização 
Os erros de memorização acontecem com muita frequência, podendo ser 
evitados ou corrigidos. Os tipos de erros de memorização são os que se seguem. 
Erro de transposição: quando acontece de dois ou mais dígitos, letras 
ou palavras aparecerem em posições trocadas. 
Erro de substituição: quando ocorre a substituição de um dígito ou letra. 
Erro de conservação: acontece quando um dígito que apareceu 
anteriormente se repete indevidamente. 
Erro de omissão: quando se esquece algum elemento. 
5.3 Aperfeiçoamento da memória 
Mesmo com a memória de curta duração, existem artifícios que podem 
auxiliar para que haja um aperfeiçoamento. São eles: 
• informações em blocos; 
• utilização de letras ao invés de números; 
• diferenciação de números, letras ou códigos são mais facilmente 
memorizados; e 
 
 
15 
• verbalização de informações são memorizadas melhor do que as visuais. 
A memória de longa duração também pode ser aperfeiçoada, mesmo 
sabendo que isso difere de pessoa para pessoa. Alguns artifícios para que isso 
aconteça são: 
• limpar a memória; 
• atribuir significados; 
• formação de palavras mnemônicas, quando formamos palavras com as 
iniciais da mensagem a ser lembrada; e 
• associação com imagens visuais. 
TROCANDO IDEIAS 
Nesta aula, foram abordados os conceitos sobre a cor, suas 
características e algumas propriedades a ela atribuídas no design gráfico, como 
legibilidade e suas diversas aplicações. Ainda iniciamos o estudo sobre a 
percepção das cores e as sensações transmitidas por elas. A memória humana 
também foi abordada nesta aula, o que nos permitiu conhecer um pouco sobre 
seus limites e potencialidades. 
A partir do contexto teórico sobre as cores, objeto principal de estudo 
desta aula, vamos trocar ideias com os colegas (via fórum online) para expandir 
nossos conhecimentos sobre as mais variadas aplicações das cores nas peças 
gráficas que produzimos enquanto designers. Você conhecia sobre a percepção 
das cores nas diversas culturas? Qual a cor que mais chamou a sua atenção 
pelo significado diferente, de uma cultura para outra? Você já havia pensado 
sobre o fator simbólico da cor antes de aplicá-la numa peça gráfica? Você 
acredita que seu repertório ficou ampliado a partir do conhecimento sobre as 
cores? Na sua opinião, conhecer mais sobre as cores e suas percepções pode 
melhorar sua capacidade criativa de projetos de design gráfico? Você sabia que 
as cores também são aplicadas para melhoria de layouts e podem contribuir com 
aspectos de segurança em alguns ambientes? 
NA PRÁTICA 
A partir da aula apresentada e dos exemplos citados sobre as sensações 
provocadas pelas cores, vamos fazer um exercício de levantamento de 
requisitos ergonômicos para embasar a defesa da sua criação. 
 
 
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Escolha uma marca qualquer de um alimento produzido na sua região. 
Analise esta marca com o olhar mais atento aos requisitos ergonômicos 
apresentados no tema 4 deste material – sensação e percepção das cores. 
Observe a marca com atenção. Faça um texto que esclareça as sensações e 
percepções a partir das cores utilizadas nela. 
Esta atividade tem caráter crítico, a partir da teoria apresentada e seu 
conteúdo será mais bem fixado quando o aluno recorre à sua realidade, 
exemplificando os conceitos aprendidos 
FINALIZANDO 
A cor é um atributo essencial na prática do design gráfico. Acima de tudo, 
relacionado à Ergonomia Visual, os conteúdos apresentados nesta aula 
permitirão que o trabalho de design gráfico seja mais técnico, com mais 
argumentos e defesas principalmente em relação aos requisitos ergonômicos 
dos projetos. A partir destes conhecimentos, será possível argumentar e 
embasar tecnicamente o trabalho no que tange os aspectos relacionados à 
profissão de designer e aprofundar os conhecimentos sobre as cores. É 
importante salientar que esta teoria deve fazer parte do processo projetual no 
design gráfico e, com isso, o futuro profissional poder antecipar importantes 
resultados nos projetos desenvolvidos, com foco no usuário 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
BRASIL, ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 7195 (NB 
76), de 1 de janeiro de 1959. São Paulo, 1959. 
______. NBR 6493 (NB 54), de 1 de janeiro de 1957. São Paulo, 1957. 
FARINA, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard 
Blücher, 1982. 
HAYTEN, P.J. El color en la industria. Barcelona: Las Ediciones de Arte, 
1958. 
IIDA, I.; CORRÊA, M. B. Ergonomia do manejo. 1971.Universidade de São 
Paulo, São Paulo, 1971. 
IIDA, I. Ergonomia Projeto e Produção. Blucher; São Paulo, 2016

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