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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Gestão de Custos
SUMÁRIO
5 ANÁLISE DAS RELAÇÕES 
CUSTO/VOLUME/LUCRO: 
ELEMENTOS CRÍTICOS PARA 
A TOMADA DE DECISÕES
A gestão de custos se orienta para viabilizar a tomada de decisões de natureza finan-
ceira para os responsáveis pelo setor financeiro e pela alta administração das organi-
zações empresariais. As empresas de todos os portes e setores beneficiam-se direta-
mente dessas ferramentas na medida em que permitem elaborar custos de produção 
e margens de lucro associadas a um preço de venda. Esse preço, em geral, deve ser 
competitivo, de modo a permitir que essas empresas possam se manter no mercado 
e gerar resultados e dividendos aos seus acionistas e proprietários.
Uma dessas ferramentas é a relação de custo/volume/lucro. Essa relação é utilizada 
de modo a entender as ligações existentes (e concretas) entre os custos de produ-
ção, o volume de bens elaborados (ou o nível de atividades correntes) e as receitas 
geradas, para determinar a influência desses elementos sobre o lucro. Essas variá-
veis, tomadas em uma perspectiva de curto prazo, viabilizam o crescimento de longo 
prazo e as decisões estratégicas da empresa, voltadas a questões fundamentais: o 
que se deve fabricar? Como se deve fazê-lo? Quais as dimensões ideais que a empresa 
deve assumir?
INTRODUÇÃO
A capacidade de uma empresa em assumir decisões estratégicas, voltadas ao seu 
crescimento, está intrinsecamente ligada à necessidade de efetuar medidas voltadas 
ao horizonte de curto prazo, para a formação de preços de venda que viabilizem a cria-
ção de margens de lucro. Como é sabido, a relação entre custos de produção e lucros 
esperados é fundamental para definir a sobrevivência de uma empresa no mercado, 
seja a partir de si própria (isto é, a partir de sua capacidade de bancar a produção de 
bens e serviços para colocá-los no mercado), seja a partir do ambiente externo (dadas 
as condições de concorrência e níveis de preços das demais empresas).
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A manipulação das estruturas de custo, portanto, é um processo-chave, de natureza 
tática: o gerente de custos deve enfocar os diferentes setores da empresa, de modo 
a conectar o espaço operacional (onde se desenvolvem as rotinas de produção) e 
os itens de custo associados a esse espaço, à dimensão estratégica, isto é, que está 
ligada ao horizonte de longo prazo e aos objetivos gerais da empresa, conforme sua 
visão e seus valores. Ao longo desta unidade, essa analogia será retomada, de modo 
a demonstrar de que maneira a ferramenta de análise de custo/volume/lucro é capaz 
de determinar as condições objetivas de crescimento das organizações empresariais 
em seus diferentes níveis.
5.1 RELAÇÕES DE CUSTO/VOLUME/LUCRO
O lucro associado às receitas de venda e ao nível de atividade de uma empresa não é 
estabelecido (ou ao menos não deveria ser) de forma arbitrária. Na verdade, a forma-
ção de margens de lucro é um processo intrinsecamente dependente de outras 
variáveis. 
Entre essas variáveis, é possível citar os itens de custo (e, por consequência, dos custos 
associados a esses itens), o volume de produção, as receitas geradas e outros desem-
bolsos eventualmente efetuados de modo a garantir a continuidade das operações 
da empresa (LINS; SILVA, 2017).
A partir dessa relação, é criada a análise de custo/volume/lucro, que está associa-
da aos métodos de determinação de custo (ou métodos de custeio) que auxiliam o 
gestor a tomar decisões associadas ao curto prazo, ou seja, à fabricação de produtos e 
respectiva alocação no mercado, dadas as condições de concorrência e estabilidade 
do espaço macroeconômico.
Em linhas gerais, pode-se definir a relação de custo/volume/lucro como a forma pela 
qual o volume de vendas se articula com os custos de produção e lucros esperados. 
Trata-se, portanto, de um planejamento das margens de lucro esperadas pela empre-
sa, que depende das peculiaridades associadas a esses itens de custo e do comporta-
mento dos diferentes setores operacionais da empresa (CREPALDI; CREPALDI, 2018).
A partir desse planejamento, a empresa tem condições de estimar os preços de venda 
que têm condições efetivas de ser viabilizados de acordo com os custos de produção 
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e com as condições do mercado, ou seja, conforme a demanda potencial do público 
consumidor e do estado das empresas concorrentes.
5.2 ANÁLISE DO CONCEITO E SUAS APLICAÇÕES
A importância do estudo relativo às estruturas de custo/volume/lucro é justificada à 
medida que viabiliza a tomada de decisões por parte dos gestores da empresa, consi-
derando estas três dimensões (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
• dimensão 1: operação
 > opção entre fabricar um produto (arcando com os custos) ou comprá-lo de 
terceiros;
 > introdução de novas linhas de produção e itens para venda;
 > determinação dos preços de venda ao consumidor final e/ou para outras 
empresas;
 > dimensionamento ideal da empresa (em número de funcionários, capacida-
de de produção, etc.).
• dimensão 2: planejamento
 > facilidade na elaboração de orçamentos relativos à produção, viabilizando 
escolhas relativas à dimensão da operação;
 > projeção de lucros esperados (potenciais), contribuindo para as políticas de 
longo prazo da empresa;
 > redução de gastos e despesas, sejam elas de natureza operacional (e previs-
tas, como viagens, telefone, cafezinho, material de escritório, etc.), sejam ines-
peradas (quebra de máquinas, multas, encargos imprevistos, etc.).
• dimensão 3: controle
 > viabiliza-se o controle orçamentário, isto é, a adesão da estrutura de custos 
reais aos custos esperados (e definidos mediante um orçamento);
 > confere maior flexibilidade aos orçamentos (a partir de margens de lucro 
potenciais e redução nos gastos reais).
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FIGURA 15 - DIMENSÕES DA ANÁLISE DE CUSTO/VOLUME/LUCRO
OPERAÇÃO PLANEJAMENTO CONTROLE
• Fabricar ou comprar
• Novas linhas produti-
vas
• Preço de venda
• Dimensionamento da 
empresa
• Elaboração de orça-
mentos
• Projeção de lucros
• Redução de gastos
• Redução de despesas 
imprevistas
• Aderência de custos 
reais aos custos espe-
rados
• Flexibilidade aos 
orçamentos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Conforme a abordagem realizada na introdução desta unidade e a partir das dimen-
sões apresentadas, pode-se perceber que a relação de custo/volume/lucro apresenta 
uma natureza tática. 
Ou seja, essa análise é realizada pelos gerentes de custos de acordo com os diferentes 
setores da empresa (dimensão operacional), de modo a alinhar as rotinas produtivas 
e os resultados gerados por esses setores aos objetivos definidos pela alta administra-
ção da empresa, que são focados no longo prazo e na visão de futuro da organização 
(PADOVEZE, 2013).
FIGURA 16 - DIMENSÕES DA EMPRESA E EFEITOS SOBRE A GESTÃO
Nível estratégico
(objetivos de 
longo prazo)
Nível tático 
(gerência e planejamento)
Nível operacional 
(rotinas produtivas e criação de bens)
Fonte: Elaborada pelo autor.
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Essa análise viabiliza um cálculo preciso das condições que geram o equilíbrio nas 
linhas de produção, isto é, o volume de vendas que a empresa precisa desenvolver, de 
modo a cobrir os seus custos produtivos (SANTOS, 2017).
Considere que a empresa Venturi Ltda. elabora um único item e que sua 
estrutura de preços e custos é demonstradado seguinte modo:
Preço unitário de venda (PVu): R$ 300,00.
Custos variáveis unitários (CVu): R$ 210,00.
Custos fixos totais (CF): R$ 180.000.
Qual o volume de vendas (em unidades), capaz de produzir lucros antes do 
pagamento de juros e Imposto de Renda (LAJIR), cuja alíquota é fixada em 
25% sobre as vendas?
solução:
É preciso, em primeiro lugar, analisar a relação entre custos, volume e preço 
de venda por meio de um indicador elaborado como se segue:
Índice = CVu
PVu
* RT
Onde RT corresponde às receitas totais obtidas com as vendas. De acordo 
com os dados do exercício, tem-se:
Índice = CVu
PVu
* RT = 210
300
* RT = 0,7 RT
As Receitas Totais (RT) correspondem à soma entre o lucro, os custos fixos e 
o índice de custos variáveis:
RT = Lucros + CF + Índice do CV
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Logo, sabendo-se que o pagamento do Imposto de Renda corresponde a 
25% das vendas, tem-se o seguinte:
RT = , RT+ CF+ , RT = . ,
, * RT = / RT =
0 25 0 7 180 000 0 95
0 05 180000 180000
+ →RT
// , = $ . .0 05 3 600 000R
Pode-se calcular, ainda, o volume de vendas (nível de atividade) a partir da 
razão entre as receitas totais e o preço de venda unitário; esse cálculo permi-
te perceber o número de unidades necessárias para que a empresa tenha 
lucro antes dos juros e impostos:
Volume de vendas RT
PVu
. unidades= = =
3600000
300
12 000 
Extrapolando essa visão, a relação de custo/volume/lucro destina-se a avaliar de que 
forma os custos reagem, ou variam, de acordo com eventuais oscilações no volume 
de itens produzidos pela empresa, a partir do comportamento dos custos fixos, dos 
custos variáveis e das receitas de venda (CREPALDI; CREPALDI, 2018).
A empresa D. Macedo Ltda. fabrica móveis artesanais e sua meta é manter 
uma margem de lucro igual a 30% em relação ao volume de vendas. Supo-
nha que a empresa apresenta a seguinte estrutura de custos e vendas:
• Vendas: R$ 60.000.
• Custos variáveis: R$ 36.000.
• Custos fixos: R$ 9.000.
Qual o volume de receitas de venda, em reais, necessário para satisfazer à 
condição preconizada pela empresa?
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Para atender a essa questão, é necessário retomar o uso do indicador de 
custos variáveis:
Índice = CVu
PVu
* RT
Como não há os custos e preços unitários, é preciso usar os custos e receitas 
totais da seguinte forma:
Índice = CV
PV
* RT * RT , RT= =
36000
60000
0 6
Aplicando esse índice ao cálculo da receita total (e sabendo que a empresa 
quer obter 30% de lucro sobre a receita), tem-se:
RT = Lucros + CF + Índice do CV = 0,6RT + 9000 + 0,3RT
RT = 0,9RT + 9000 → 0,1RT= 9000 → RT = 9000/0,1 = R$ 90.000
Logo, de acordo com a estrutura de custos fixos e variáveis da empresa, é 
necessário que ela venda ao menos R$ 90.000 em produtos para que tenha 
um lucro mínimo de 30% como esperado.
Embora seja uma ferramenta voltada para o curto prazo, isto é, para a determinação de 
custos de produção e preços de venda, a análise de custo/volume/lucro é fundamen-
tal para garantir, pela determinação de custos e receitas esperadas, a massa de recur-
sos necessários para viabilizar investimentos da empresa e condições para o financia-
mento de projetos em horizontes de longo prazo (CREPALDI; CREPALDI, 2018).
5.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Para entender melhor a relação de custo/volume/lucro, é importante retomar os 
dispositivos relacionados ao regime de custeio variável, no qual todos os custos de 
produção e despesas variáveis são subtraídos em relação à receita gerada com as 
vendas.
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Nesse regime de determinação de custos, o conceito de Margem de Contribuição 
(MC) é bastante utilizado. Ele consiste, em linhas gerais, na diferença entre as receitas 
de venda (ou Receitas Totais, com símbolo RT) e o somatório dos custos variáveis e 
despesas variáveis (CV) (SANTOS, 2017).
MC = RT- CV
Por meio do cálculo desse indicador, obtém-se o volume de receitas geradas pela 
venda de um produto, que “contribui” para a amortização dos custos fixos e das 
despesas fixas, de modo a gerar lucro para a empresa.
A empresa B. Alves apresenta os seguintes resultados de natureza financeira 
e contábil relacionados a um certo período de suas atividades de produção 
e venda do bem que elabora:
• Vendas totais: R$ 1.380.000.
• Custos fixos totais: R$ 217.500.
• Custos variáveis totais: R$ 517.500.
• Despesas fixas totais: R$ 150.000.
• Despesas variáveis totais: R$ 117.000.
A margem de contribuição é igual a:
MC = RT - CV = 1380000 - 517500 - 117000 = R$ 745.500
Ou seja, em relação ao montante gerado pelas receitas de venda, observa-
-se que o valor de R$ 745.500 corresponde à contribuição das receitas para 
amortização dos custos e receitas e formação do lucro.
A Margem de Contribuição Unitária (MCu), por sua vez, demonstra a agregação de 
receitas para essa operação de amortização que é gerada com a venda de uma unida-
de do bem produzido pela empresa. Nesse caso, a receita de venda RV coincide com 
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o preço de venda PV, logo a receita unitária RVu é igual ao preço de venda unitário 
PVu, resultando na equação que se segue (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
MCu = PVu - CVu
Onde:
CVu = CustoVariávelTotal
QuantidadeProduzida
= CV
Q
A empresa L. Soglia fabrica 150.000 unidades do produto por ela transacio-
nado ao longo de um certo período de tempo. Para viabilizar a produção 
desses itens, os custos variáveis correspondem ao valor de R$ 2.250.000; os 
custos fixos são iguais a R$ 1.350.000; e o preço unitário de venda é igual a 
R$ 32,50. 
Qual a margem de contribuição unitária?
Solução:
MCu = PVu - CVu
CVu = CustoVariávelTotal
QuantidadeProduzida
= CV
Q
=
22500000
1500000
15 00=R$ , / unidade
Logo,
MCu = PVu - CVu = 32,50 - 15 = R$ 17,50
Ou seja, dentro do preço de venda unitário de R$ 32,50, o valor de R$ 17,50 será efeti-
vamente agregado como receita para a empresa, a cada unidade de produto vendi-
do. 
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O estudo da margem de contribuição é, de um modo geral, positivo para o planeja-
mento financeiro de uma empresa, a partir dos seguintes fatores (CREPALDI; CREPAL-
DI, 2018):
• auxilia a empresa a definir quais bens (no caso da linha produtiva ser compos-
ta de mais de um item para venda) apresentam maior MC e, desse modo, 
devem receber um esforço de vendas mais direcionado;
• permite definir qual o preço mínimo que pode ser praticado, no caso de reali-
zar uma promoção;
• ajuda os gestores ao manter produtos na linha de produção ou retirá-los 
perante a possibilidade de prejuízo;
• auxilia a avaliar o desempenho de unidades produtivas e sua contribuição para 
a geração de resultados, de modo a manter filiais ou fechá-las, se necessário;
• permite verificar a possibilidade de alocação alternativa de recursos (comprar 
pronto ou produzir individualmente);
• ajuda a definir políticas de incentivo às vendas mediante iniciativas de redu-
ção de preços;
• é um indicador utilizado para o cálculo do ponto de equilíbrio, a ser estudado 
a seguir.
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FIGURA 17 - MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E SEUS DIFERENCIAIS
Esforço 
de 
vendas
Preços 
mínimos
MC
Alocação 
de recursos
Promoções
Ponto de 
equilíbrio
Previsão de 
lucros
Avaliaçãoda 
produção
Fonte: Elaborada pelo autor.
Como você pode perceber, a margem de contribuição influencia a decisão sobre os 
tipos de bens que devem ser comercializados por uma empresa, ou as quantida-
des consideradas ideais desses produtos, contribuindo ainda para definir as políticas 
de retração ou expansão de linhas produtivas, em um horizonte temporal de médio 
prazo (MARTINS; ROCHA, 2015).
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Em algumas situações, um esforço de promoção de vendas por meio de 
reduções de preço e outros elementos de marketing pode gerar um movi-
mento reverso, de impactos negativos para a imagem da empresa. Na déca-
da de 2000, uma cadeia de lojas de móveis e eletrodomésticos lançou uma 
campanha com os slogans “Quer pagar quanto?” e “Olhou, levou”. Os funcio-
nários das lojas tinham de utilizar broches com esses slogans, situação que 
gerou comportamentos inadequados de diversas pessoas e levou a empresa 
a ter de arcar com ações trabalhistas por assédio moral.
Da mesma forma, a variação da margem de contribuição de um produto permite 
avaliar, de acordo com a capacidade produtiva, os resultados gerados, na forma de 
receitas de venda decorrentes de um esforço de redução de preços e/ou de flutuação 
positiva na demanda. 
Suponha que a empresa A.L. Santos Ltda. fabrica bermudas, elaborando 
mensalmente 7.000 unidades ao preço unitário de R$ 10,00. Sabe-se que, 
nessa organização, as despesas variáveis são correspondentes a 20% do preço 
de venda; os custos variáveis, por sua vez, são iguais a 12% do preço unitário.
A capacidade de produção da empresa é de 10.000 peças, sem que o custo 
fixo, igual a R$ 9.000 mensais, seja alterado.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela empresa, o mercado local 
tem condições de absorver até 12.000 unidades mensais, caso a camiseta 
possa ser comercializada a R$ 7,00.
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Diante do exposto, caso a empresa resolva reduzir seu preço de venda, 
mantendo os custos fixos e a capacidade de produção, qual será o resultado 
final que ela perceberá?
solução
A situação atual da empresa é a seguinte:
Quantidade de vendas mensais = 7.000.
PVu = R$ 10,00.
Despesas variáveis unitárias = 20% * 10 = R$ 2,00.
CVu = 12% *10 = R$ 1,20.
Capacidade de produção = 10.000 peças mensais.
CF = R$ 9.000.
situação nova:
Demanda mensal = 12.000 peças.
PVu = R$ 7,00.
Despesas variáveis = 20% = R$ 1,40.
CVu = 12% * 7 = R$ 0,84.
Capacidade de produção = 10.000 peças mensais.
CF = R$ 9.000.
MCu=PVu-CVu (inclusas as despesas variáveis)
MCu=10-2-1,20=R$ 6,80
MCT=MCu*Q=6,8*7000=R$ 47.600
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Assim, no momento atual, os resultados da empresa, em termos da margem 
de contribuição total, serão iguais a R$ 47.600.
Na situação nova (PVu = R$ 7), tem-se:
MCu=PVu-CVu (inclusas as despesas variáveis)
MCu=7-1,40-0,84=R$ 4,76
MCT=MCu*Q=4,76*10000=R$ 47.600
Logo, de acordo com as condições apresentadas, mesmo com o aumento na 
oferta de produtos como resultado da redução do preço de venda, os resul-
tados finais, em termos de aumento de receita, serão nulos.
Pelo exemplo, foi possível verificar que uma alteração na demanda gera um impac-
to positivo nos resultados financeiros da empresa, como esperado; no entanto, esse 
resultado não consiste apenas no aumento das receitas. 
Deve-se, ainda, analisar (de acordo com a margem de contribuição) de que modo 
esse aumento de receitas contribui para a cobertura dos demais custos e despesas de 
produção, gerando lucro para a empresa (ASSAF NETO; LIMA, 2014). 
5.3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO
Na área da gestão de custos, o ponto de equilíbrio corresponde ao nível de ativida-
de (na forma de volume de vendas realizadas) que é necessário para que a empresa 
atinja a cobertura completa dos seus custos de produção. Ou seja, nessa condição de 
equilíbrio, os custos totais e as receitas totais estão em posição de igualdade, fazendo 
com que não haja lucros ou prejuízos em seus resultados (PADOVEZE, 2013).
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A partir da física, o conceito de equilíbrio remete à posição de repouso de 
um corpo, sem inclinação para nenhum lado ou dimensão. Trata-se, nesse 
caso, de uma situação de estabilidade na condição desse corpo, como resul-
tado da anulação de forças antagônicas entre si ou da ausência de aplicação 
de forças sobre esse objeto.
No momento em que a empresa ultrapassa esse ponto (conhecido também como 
ponto de nivelamento, ou conforme a expressão inglesa, break-even point), começa-
-se a gerar lucro, ainda que haja aumento proporcional dos custos variáveis mediante 
o aumento da produção (LINS; SILVA, 2017).
Nas ciências econômicas, a microeconomia estuda o comportamento das 
empresas mediante suas estruturas de preços e receitas. No modelo de 
concorrência perfeita, concebe-se a empresa como um agente individual, 
cuja condição principal é a operação na ausência de lucros. Ou seja, a empre-
sa deve operar sob condições de equilíbrio.
O conhecimento sobre o ponto de equilíbrio, portanto, é importante para que a 
empresa defina possíveis alterações de venda, de acordo com as condições do merca-
do e de sua própria estrutura de custos.
Na igualdade entre receitas totais e custos totais para o cálculo do ponto de equilí-
brio, tem-se o seguinte:
Receita Total = RT = PVu*Q 
Custo Total = CT = (CVu*Q) + CF
Onde CF corresponde ao custo fixo de produção de um bem.
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Assim, a fórmula do ponto de equilíbrio é dada pela razão entre custos fixos e a 
margem de contribuição unitária (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
PE = CV
MCu
A Empresa J. Sperandio Ltda. efetua a venda de 50.000 unidades mensais do 
bem que fabrica, cujos custos fixos totais são equivalentes a R$ 900.000 e os 
custos variáveis totais são iguais a R$ 4,5 milhões.
A empresa deseja manter um ponto de equilíbrio igual a 25%, logo qual 
deve ser o preço de venda a ser fixado pela empresa?
Solução:
Custo Fixo unitário(CFu) $ / unidade
CVu
=
900000
50000
18
45000
=
=
R
000
50000
90=R$ / unidade
Diante da falta da margem de contribuição individual, obtém-se primei-
ramente a margem de contribuição total, a partir da fórmula do ponto de 
equilíbrio, cujo valor já é conhecido e igual a 25%, ou seja, igual a 0,25:
PE
CF
MC
MC
MC R
=
= → = =0 25
900000 900000
0 25
3 600 000,
,
$ . .
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Portanto:
MCu R unidade= =
3600000
50000
72$ /
Por fim:
MCu = PVu - CVu → 72=PVu-90 → PVu = R$ 162,00
Para esse preço de venda unitário, a demonstração de resultados do exercí-
cio fica descrita do seguinte modo:
Receita bruta (50.000 unidades * R$ 162) = R$ 8.100.000 (100%).
- Custos Variáveis Totais = R$ 4.500.000.
= Lucro Bruto = R$ 3.600.000.
- Custos Fixos = R$ 900.000.
= Lucro Líquido = R$ 2.700.000 (33,3% da receita).
O ponto de equilíbrio pode, ainda, ser expresso graficamente. 
Para isso, pode-se iniciar com um gráfico que expressa a estrutura de custos fixos da 
empresa, que, pelo fato de não variar de acordo com a atividade da empresa, é defi-
nido como uma linha reta. 
Suponha que o gráfico a seguir remeta a uma empresa cujos custos fixos são iguais 
a R$ 180.000:
132
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GRÁFICO 1 - ESTRUTURA DE CUSTOS FIXOS EM EXPRESSÃO GRÁFICA
CF
Q
180.000
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os custos variáveis, por sua vez, reagem de acordo com o aumento da produção, 
desde o ponto (0,0) até o infinito, elevando-se conforme a produção aumenta, de 
acordo com o gráfico que segue. Observe que, no gráfico estrutura de custos variáveis 
em expressão gráfica, a produção de 60.000 unidades corresponde a um custo variá-
vel de R$ 180.000:
GRÁFICO 2 - ESTRUTURA DE CUSTOS VARIÁVEIS EM EXPRESSÃO GRÁFICA
CV
Q
180.000
60.000
Fonte: Elaborado pelo autor.
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SUMÁRIO
Compondo, desse modo, a estrutura de Custo Total (CT), é preciso pensar que, mesmo 
quando a produção é igual a zero, a empresa tem de arcar com os custos fixos. Logo, 
a reta que representa os custos totais parte do ponto que define o montante de 
custos fixos:
GRÁFICO 3 - ESTRUTURA DE CUSTOS TOTAIS EM EXPRESSÃO GRÁFICA
180.000
Q
360.000
Custos Variáveis
Custos Fixos
60.000
0
Fonte: Elaborado pelo autor.
A receita total, por sua vez, também corresponde a uma reta ascendente, como 
demonstra o gráfico a seguir:
GRÁFICO 4 - ESTRUTURA DE RECEITAS TOTAIS EM EXPRESSÃO GRÁFICA
Q
360.000
RT
60.000
Fonte: Elaborado pelo autor.
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A reta de receita total, vale dizer, deve apresentar uma inclinação (declividade) maior 
que a reta de custos totais, de modo que aquela reta possa interceptar a reta de custos 
em algum momento, gerando um ponto que corresponderá ao ponto de equilíbrio.
Assim, na sobreposição entre receitas e custos totais, o lucro será evidenciado (área 
azul do gráfico a seguir) no momento em que a empresa vende uma unidade a mais 
do que a quantidade correspondente ao ponto de equilíbrio, ou seja, 60.000 unidades.
Se o volume de vendas for inferior até o nível relativo ao PE (área vermelha), obser-
vam-se prejuízos (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
GRÁFICO 5 - PONTO DE EQUILÍBRIO EM EXPRESSÃO GRÁFICA
180.000
Q
360.000
$
PE
RT
CT
Custos Variáveis
Custos Fixos
60.000
0
Fonte: Elaborado pelo autor.
É preciso, no entanto, mencionar que a determinação do ponto de equilíbrio – e 
das relações de custo/volume/lucro) – deve considerar a existência de alguns fatores 
que limitam intensamente a eficiência dessas ferramentas, quais sejam (MARTINS; 
ROCHA, 2015):
• nem sempre os custos fixos são “eternamente” fixos; o aumento do nível de 
atividades pode gerar aumento dos custos fixos para além da quantidade 
produzida (por diversos fatores, como utilização excessiva de maquinário, 
gerando quebras, superaquecimento, etc.);
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SUMÁRIO
• em decorrência, as expressões dos custos totais e despesas totais não são 
sempre lineares e podem oscilar exponencialmente de acordo com o compor-
tamento dos custos fixos e variáveis;
• a relação de custo/volume/lucro pressupõe que a demanda e a oferta serão 
mantidas ao longo do tempo, ignorando oscilações no mercado e no ambien-
te externo;
• as variações de estoques, decorrentes das oscilações mencionadas no ambien-
te externo, não são consideradas.
Apesar das limitações mencionadas, pode-se avaliar, por fim, que qualquer política 
de longo prazo de uma empresa, seja na forma da estimação de lucros futuros, seja 
da avaliação de projetos de investimento, por exemplo, deve considerar o comporta-
mento do mercado e das condições de demanda, por meio de uma estimação preci-
sa do volume de vendas e do ponto de equilíbrio (LINS; SILVA, 2017).
5.3.2 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO 
E FINANCEIRO
O ponto de equilíbrio corresponde, portanto, a uma situação contábil na qual a 
empresa consegue cobrir os seus custos de produção, gerando condições para a 
formação de lucros. Por meio desse ponto, a empresa deve planejar sua estrutura de 
receitas e custos.
Há três formas de cálculo do ponto de equilíbrio, como se pode perceber pela figura 
a seguir:
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FIGURA 18 - EXPRESSÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Ponto de equilíbrio
Contábil
Considera todos os custos 
e despesas fixas, relativas 
à atividade produtiva
Econômico
Inclui os custos de opor-
tunidade (aplicação alter-
nativa de recursos) em 
relação ao capital próprio
Financeiro
Considera apenas os 
custos que efetivamen-
te geram desembolso 
de recursos financeiros 
(dedução de itens como 
depreciação)
Fonte: Elaborada pelo autor.
O Ponto de equilíbrio Contábil (PeC) se manifesta no momento em que há ativos 
(físicos e/ou monetários) suficientes para viabilizar a cobertura de todos os custos e 
despesas fixas da empresa. Ou seja, é o momento em que inexistem lucros ou prejuí-
zos contábeis. 
Uma vez que o ponto de equilíbrio remete a uma certa quantidade de produtos 
vendidos, pode-se definir esse ponto em função de uma Quantidade de Equilíbrio 
(Qe). A partir desae índice, o ponto de equilíbrio contábil é expresso em função do 
montante de bens transacionados (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
Qe = CF
MCu
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SUMÁRIO
Suponha que a empresa T. Nogueira Alimentos ME, que corresponde a um 
Microempreendedor Individual (MEI) que vende porções de minichurros, 
apresenta a seguinte estrutura de custos e outros desembolsos:
Gastos fixos totais: R$ 1.500,00.
Custo variável unitário: R$ 7,50.
Preço de venda unitário: R$ 15,00.
Gastos com depreciação de maquinário: R$ 300,00.
Custo de Oportunidade: R$ 300,00.
De acordo com os dados apresentados, a Margem de Contribuição Unitária 
(Mcu) é igual a: 
MCu = 15 - (7,50 + Despesas variáveis)=15-7,50+0=R$ 7,50
Assim:
PEC Qe
MCu ,
= = = =
CF 1500
7 50
200
Logo, o equilíbrio contábil será alcançado a partir do momento em que a 
empresa vender 200 porções de minichurros, como se pode verificar pelo 
demonstrativo de resultados do exercício:
Vendas = 200 unidades * 15,00 = R$ 3.000,00.
- Custos variáveis = 200 * 7,50 = R$ 1.500,00.
= Margem de contribuição = R$ 1.500.00.
- Custos fixos = R$ 1.500,00.
= Lucro = zero.
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O Ponto de equilíbrio econômico (Pee) demonstra a situação a partir da qual há 
lucro nas atividades da empresa, no entanto o conceito transcende o ponto de equi-
líbrio contábil à medida que inclui os Custos de Oportunidade (CO) no cálculo da 
quantidade de equilíbrio (LINS; SILVA, 2017).
O conceito de Custo de Oportunidade remete aos valores que a empresa 
deixa de receber ao optar por uma decisão de compra, ação ou investimen-
to. Supondo, por exemplo, que a empresa aloca um capital de R$ 10.000 em 
uma máquina, esperando um lucro mensal de 1,5% (150 reais), ela arca com 
o custo de oportunidade de estar investindo esse dinheiro, por exemplo, em 
um fundo de renda fixa com rentabilidade igual a 0,8% ao mês (nesse caso, o 
custo de oportunidade da compra da máquina é igual a 80 reais). A empre-
sa deve, desse modo, avaliar sempre os resultados obtidos com suas ações, 
para verificar se os resultados gerados não estão sendo inferiores aos custos 
de oportunidade.
A partir do Custo de Oportunidade, o PEE demonstra a margem de rendimento 
(rentabilidade) real que é gerada por uma opção de produção e que é contrastada 
em relação a outras opções de investimento, nãoaproveitadas pela empresa (e que, 
desse modo, compõem custos de oportunidade).
Nesse caso, o PEE é obtido a partir de uma Quantidade de Equilíbrio Econômico 
(QeE), como se segue (CREPALDI; CREPALDI, 2018):
QeE CF+ CO
MCu
=
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SUMÁRIO
Prosseguindo com as informações do exemplo anterior, relativo à empresa T. 
Nogueira, o ponto de equilíbrio econômico é dado por:
QeE CF+ CO
MCu ,
unidades= =
+
=
1500 300
7 50
240
Cruzando essa informação com a DRE da empresa, observa-se:
Vendas = 240 unidades * 15,00 = R$ 3.600,00.
- Custos variáveis = 240 * 7,50 = R$ 1.800,00.
= Margem de contribuição = R$ 1.800.00.
- Custos fixos = R$ 1.500,00.
- Custo de oportunidade = R$ 300,00.
= Lucro = zero.
O exemplo ajuda a perceber que, de acordo com a estrutura de custos da 
empresa, é necessário que sejam vendidos 240 porções de minichurros para 
que a empresa atinja o equilíbrio econômico (se vender apenas 200, atingirá 
apenas o equilíbrio contábil). Com a venda de 240 porções, os retornos gera-
dos pela venda cobrirão os custos de oportunidade que estão sendo gerados a 
partir de uma não utilização do capital da empresa em aplicações alternativas.
Por fim, o Ponto de equilíbrio Financeiro (PeF) apresenta a quantidade de equilíbrio, 
em termos de vendas, necessário para que a empresa possa honrar seus compromissos 
financeiros e saídas de caixa (PADOVEZE, 2013).
Esse ponto corresponde às vendas que a empresa precisa fazer para que não fique 
sem dinheiro, ou seja, sem capital de giro, precisando recorrer a empréstimos que 
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geram desembolsos financeiros relevantes. Nesse caso, outras despesas que não geram 
desembolso de recursos, como a depreciação de ativos, são excluídas do cálculo do 
PEF:
QeE CF- Depreciação
MCu
=
Utilizando ainda os dados da empresa T. Nogueira, tem-se:
QeF CF Depreciação
MCu ,
=
−
=
−
=
1500 300
7 50
160
Observe, portanto, que PEF é diferente de PEE à medida que no ponto de equilí-
brio econômico os custos de oportunidade são acrescidos; isto faz, inclusive, que PEF 
possa ser inferior ao PEC. Nesses casos, mesmo que a empresa esteja contabilmente 
em condições de prejuízo contábil, ela ainda pode estar operando de modo a cobrir 
suas obrigações financeiras.
E, ainda, se o desempenho da empresa cair a um nível inferior ao PEF, a solução será 
o endividamento – nesse caso, as despesas com pagamento de juros e amortizações 
deverão fazer parte do cálculo do novo ponto de equilíbrio (SANTOS, 2017).
A partir desses conceitos, ressalta-se a importância do ponto de equilíbrio para o 
funcionamento de uma empresa, uma vez que se pode obter uma meta de vendas a 
ser alcançada pela empresa, concentrando esforços dos seus colaboradores para esse 
objetivo comum.
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SUMÁRIO
O artigo de Ivan Pinto Dias, denominado “Algumas observações sobre a 
margem de contribuição”, é um dos primeiros artigos voltados para essa área 
da gestão de custos nos periódicos científicos brasileiros. O autor destaca, ao 
longo de seu estudo, os avanços (então) recentes na contabilidade de custos, 
que vinha aprimorando técnicas de análise a partir de uma integração com as 
ciências econômicas, gerando, dessa forma, a relação de custo/volume/lucro.
5.4 MARGEM DE SEGURANÇA
Dentro do estudo do ponto de equilíbrio, você pôde verificar que há situações em que 
a empresa pode estar em relativo prejuízo contábil, mas ainda assim estar financei-
ramente equilibrada. No entanto, é inevitável que uma queda acentuada nas vendas 
produza prejuízos em algum momento. 
Em geral, as empresas mantêm uma diferença entre margens de lucro e volume de 
custos para poder acomodar essas oscilações do mercado que venham a afetar as 
receitas da empresa, e o conceito de margem de segurança está atrelado a essa polí-
tica de planejamento financeiro. 
Na verdade, a Margem de Segurança (MS) relativa a um produto procura demonstrar 
o volume de vendas que pode deixar de acontecer antes que a empresa passe a ter 
prejuízo nas suas operações (CREPALDI; CREPALDI, 2018).
Para o caso de a margem de segurança ser expressa em unidades, o indicador é 
expresso por:
MS=Qv-PEC
Onde Qv corresponde à quantidade de bens vendidos.
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No caso de ser expresso por valor, a margem de segurança é dada por:
MS=MSu*MCu
Onde MSu corresponde à Margem de Segurança Unitária. 
Ou seja, a margem de segurança corresponde ao volume de receitas que a empresa 
pode perder até alcançar o ponto de equilíbrio. Trata-se, portanto, de uma relação 
percentual, na qual se eleva o MS quanto mais o volume de vendas (Q) diferir positi-
vamente do Ponto de Equilíbrio (Qe):
MS = Q Qe
Q
−
Considere que a empresa S. Araujo comercializou 45.000 unidades do produ-
to que ela fabrica ao longo de um mês e que o preço de venda corresponde 
a R$ 52,50 por unidade. É sabido, ainda, que os custos e despesas fixas são 
equivalentes a R$ 708.750,00, e os custos e despesas variáveis são iguais a R$ 
22,50 por unidade. Qual a margem de segurança que deve ser mantida por 
essa empresa?
Solução:
MCu=PVu-CVu (inclusas as despesas variáveis)
MCu=52,50-22,50=R$ 30,00
Logo, o ponto de equilíbrio é igual a:
Qe CF
MCu
.= = =
708750
30
23 625
Observa-se, assim, que o PEC da empresa é igual a 23.625 unidades – qual-
quer volume de vendas inferior a esse montante, portanto, trará prejuízo à 
organização.
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SUMÁRIO
Repassando esse valor para a margem de segurança, pode-se obter, de acor-
do com o volume corrente das vendas, a porcentagem de vendas que podem 
deixar de ser efetuadas antes que a empresa entre em uma zona de prejuízo:
MS Q Qe
Q
, , %=
−
=
−
= =
45000 23625
45000
0 475 47 5
Ou seja, mesmo que a empresa perca até 47,5% do seu volume de vendas, 
ela ainda estará em uma zona de lucro contábil, acima do ponto de equilí-
brio. Sabendo que a empresa vende 45.000 unidades a R$ 52,50, a margem 
de segurança (o valor das vendas cuja perda ela tem condição de sustentar 
sem entrar em prejuízo) é igual a:
MS = 47,5% * 45.000 unidades * R$52,50 = 47,5%*2362500 = R$ 1.122.187,50
A partir da margem de segurança, a empresa pode, por exemplo, definir políticas 
de alteração de preços de venda que podem vir a afetar as quantidades vendidas; 
assim, de acordo com sua estrutura de custos de produção, pode-se prever os impac-
tos negativos dessas mudanças sobre o potencial de geração de receitas de venda 
(ASSAF NETO; LIMA, 2014).
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Veja a seguir algumas indicações de obras que complementarão seu conhecimento 
sobre os assuntos abordados na disciplina.
• FONTOURA, Fernando Batista Bandeira. Gestão de custos: uma visão integra-
dora e prática dos métodos de custeio. São Paulo: Atlas, 2013.
Nesta obra, o autor apresenta alguns elementos relativos à análise de custo/volume/
lucro de forma sintética e bastante elucidativa. No tópico 4.4, denominado “Margem 
de contribuição”, esse conceito é apresentado por meio de um esquema teórico 
assemelhado a um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), o que permite

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