Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Unidade 1 SISTEMA TEGUMENTAR Aula 1 Introdução ao Sistema Tegumentar Introdução ao Sistema Tegumentar Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Convidamos você a assistir nossa videoaula que trata da estrutura, da função e da embriogênese do sistema tegumentar. Explore as complexidades da pele, desde sua formação embrionária até suas múltiplas funções no corpo humano. Não perca essa oportunidade de ampliar seu conhecimento desse importante órgão. Assista agora e desvende os mistérios da pele conosco! Ponto de Partida Olá. estudante! Seja muito bem-vindo ao estudo das ciências morfofuncionais dos sistemas tegumentar, locomotor e reprodutor. Para dar início ao nosso conteúdo, vamos conhecer as funções e a estrutura básica do sistema tegumentar, além dos processos envolvidos na embriogênese do tecido cutâneo, desde as etapas iniciais de desenvolvimento até a formação dos tecidos epitelial, dérmico e subcutâneo. Abordaremos a anatomia e a �siologia básica da pele, destacando sua estrutura multicamada e suas diversas funções, como proteção, regulação Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR térmica, sensação e excreção. Além disso, examinaremos o processo de embriogênese do sistema tegumentar, que é essencial para compreender a formação e o desenvolvimento da pele desde as fases iniciais da vida fetal. Diante da complexidade da estrutura e das diversas funções do sistema tegumentar, surge a questão: como as interações entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele in�uenciam a manutenção da homeostasia do corpo humano ao longo da vida? Esta aula marca o início de sua jornada no estudo do sistema tegumentar, um campo fascinante e fundamental para diversas áreas da saúde. Ao mergulhar nos conceitos básicos de anatomia, �siologia e embriogênese da pele, você estará construindo uma base sólida de conhecimento que será essencial em sua prática pro�ssional futura. Vamos lá? Vamos Começar! A pele e suas estruturas acessórias como pelos, glândulas e unhas, constituem o sistema tegumentar. A pele forma a cobertura externa do corpo e representa seu maior órgão, constituindo 15 a 20% da massa total. Varia em espessura, sendo mais espessa na palma das mãos e nas solas dos pés, e é constituída por duas principais camadas: a epiderme e a derme. Entre a derme e as estruturas subjacentes existe uma camada subcutânea, também denominada hipoderme. A epiderme é a camada mais super�cial da pele, consistindo em tecido epitelial. Ela resiste à abrasão na superfície e reduz a perda de água pela pele, repousando sobre a derme, uma camada de tecido conjunto. A derme é responsável pela maior parte da resistência estrutural da pele, e os vasos sanguíneos, nervos, glândulas e os folículos pilosos estão presentes nessa camada. O tecido subcutâneo consiste em tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, servindo como depósito para o armazenamento de gordura e contendo grandes vasos que suprem a pele (Figura 1). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Camadas da pele. Fonte: Shutterstock. Embriogênese do sistema tegumentar Os tecidos que formam o ser humano derivam de três camadas germinativas: endoderma, mesoderma e ectoderma. A partir desse desdobramento, são originados quatro tipos básico de tecidos: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Cada um deles, com suas características e funções próprias. A pele humana se desenvolve a partir de dois tecidos embrionários especiais que se formam durante o estágio inicial do desenvolvimento embrionário: o ectoderma e o mesoderma. A epiderme é derivada do ectoderma, que cobre a superfície do embrião. As células nessa camada se proliferam e formam uma camada de epitélio escamoso, a periderme, e uma camada basal (Figura 2-B). As células peridérmicas sofrem queratinização e descamação contínua, sendo substituídas por células provenientes da camada basal. A proliferação da camada basal eventualmente forma todas as camadas da epiderme (Figura 2-D). A proliferação desta camada também forma as cristas epidérmicas. O padrão das cristas epidérmicas, que se desenvolvem na Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR palma das mãos e na sola dos pés é determinado geneticamente e formam as impressões digitais únicas para cada indivíduo. O mesoderma dá origem a um tecido conjuntivo embrionário frouxamente organizado, denominado mesênquima (Figura 2-A), com onze semanas, as células mesenquimais se diferenciam em �broblastos e começam a produzir colágeno, elastina e outras proteínas da matriz extracelular que compõem a derme. Entre a décima e décima quinta semana após a concepção, é observado o início dos anexos cutâneos (Figura 2-C). A formação dos folículos pilosos se inicia a partir de evaginações na camada basal da epiderme na derme, fazendo com que a derme direcione determinadas células epidérmicas basais, que se reúnem para formar o folículo piloso rudimentar. Os folículos pilosos continuam a se diferenciar ao longo do segundo trimestre, e o cabelo do feto pode ser observado cerca de 20 dias após a concepção. As glândulas sudoríparas começam a se desenvolver como evaginações da epiderme em direção à derme em áreas especí�cas da pele. Essas começam a surgir por volta dos cinco meses de gestação nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e um pouco mais tarde em outras regiões. As glândulas sebáceas, por sua vez, se formam como brotos a partir das paredes dos folículos pilosos por volta de quatro meses de gestação. As unhas se desenvolvem a partir do ectoderma que invagina no mesoderma subjacente em aproximadamente dez semanas após a concepção. Até o quinto mês de gestação, as unhas do feto já estão totalmente desenvolvidas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Desenvolvimento do tegumento comum. Fonte: adaptado de Tortora e Derrickson (2023, p. 167). Conforme o desenvolvimento prossegue, os anexos da pele amadurecem e começam a desempenhar suas funções especí�cas, como a produção de suor pelas glândulas sudoríparas para ajudar na regulação da temperatura corporal, e a secreção de sebo pelas glândulas sebáceas para lubri�car e proteger a pele. Esses processos de embriogênese são essenciais para o desenvolvimento adequado da pele durante o desenvolvimento fetal. Siga em Frente... Funções do sistema tegumentar O sistema tegumentar desempenha uma série de funções vitais para o corpo. A pele oferece proteção para o nosso corpo de várias maneiras, atuando como uma barreira física, por conta, principalmente, de seu epitélio queratinizado, que protege os tecidos subjacentes de microrganismos, abrasão, calor e substâncias químicas. A pele ainda evita a desidratação, reduzindo a perda de água pelo corpo, e impede a entrada de água através da superfície durante banhos e natação, por exemplo. O sebo produzido pelas glândulas sebáceas evita que a pele resseque, e apresenta um pH ácido, retardando o crescimento de alguns microrganismos. A Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR melanina, produzida pelos melanócitos, ajuda a proteger contra os efeitos danosos da luz ultravioleta. A pele regula a temperatura corporal por meio de dois mecanismos: liberando o suor em sua superfície e ajudando o �uxo sanguíneo na derme. Quando há um aumento da temperatura ambiental ou durante a prática de exercícios físicos, as glândulas sudoríparas aumentam a produção de suor, resultando na transpiração. Esse processo auxilia na redução ocorre no interior de membranas do tecido mesenquimal (tecido conjuntivo embrionário); inicialmente as células mesenquimais se condensam em áreas especí�cas, formando centros de ossi�cação. Em sequência, as células mesenquimais se diferenciam em células osteogênicas, que posteriormente se diferenciarão em osteoblastos, que depositam osteoide (matriz óssea ainda não mineralizada) diretamente dentro de uma membrana �brosa. Em alguns dias, o cálcio e outros sais minerais são depositados e a matriz extracelular se torna mineralizada. À medida que essa matriz vai se formando, desenvolvem-se as trabéculas ósseas para formar o osso esponjoso, envolvendo uma rede de vasos sanguíneos no tecido. Ao redor do osso em formação, o mesênquima restante se condensa para formar o periósteo, uma membrana que envolve o osso e ajuda na sua nutrição e reparação. Ao palpar o crânio de recém-nascidos, é possível identi�car áreas macias, conhecidas como fontanelas, onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo. A ossi�cação endocondral é responsável por formar tanto os ossos longos, como fêmur e úmero, quanto os ossos curtos, como os ossos do carpo. Esse tipo de ossi�cação acontece a partir da substituição da cartilagem pelo osso, ou seja, inicia-se a partir de uma peça de cartilagem hialina com forma semelhante à do futuro osso, porém em menor tamanho. Vamos entender os estágios da ossi�cação endocondral: 1. No local onde o osso vai se formar, células mesenquimais se diferenciam para produzir a matriz cartilaginosa, e uma membrana chamada de pericôndrio também é formada, o que forma o molde cartilaginoso do futuro osso. 2. O molde cartilaginoso cresce em comprimento pela divisão celular dos condrócitos que se originaram dos condroblastos. Já o crescimento em espessura é resultante da adição de matriz à porção periférica do molde a partir de condroblastos originários do pericôndrio. 3. O desenvolvimento do centro primário de ossi�cação é marcado pela penetração de uma artéria no pericôndrio e na matriz. Essa artéria será responsável pela nutrição do processo. A partir daí, células osteogênicas são estimuladas e dão origem aos osteoblastos, que, por sua vez, dão origem ao periósteo. Começa então uma calci�cação que estimula a Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR degradação da cartilagem e uma propagação formativa de trabéculas do osso esponjoso. À medida que o centro de ossi�cação se expande do centro para as extremidades do osso, osteoclastos degradam as trabéculas da porção central, criando um canal medular que será preenchido com medula óssea vermelha. 4. O desenvolvimento dos centros secundários de ossi�cação ocorre nas extremidades dos ossos e é marcado pela penetração de vasos sanguíneos nas epí�ses (extremidades dos ossos), que dará início a um processo semelhante ao descrito anteriormente, porém com a manutenção de tecido esponjoso nestas epí�ses. Nesse momento, a haste do osso (diá�se) já se encontra formada por osso compacto, repleta de medula óssea vermelha no canal medular central. 5. Depois de todo esse processo, a extremidade da epí�se se transforma em cartilagem articular, restando entre a epí�se e a diá�se cartilagem hialina, chamada de placa epi�sária, que permite o crescimento longitudinal dos ossos longos. Em geral, o tecido ósseo é essencial para a estruturação e funcionalidade do corpo humano. Sua complexa composição, que combina células especializadas e uma matriz extracelular altamente organizada, confere aos ossos resistência, �exibilidade e capacidade de regeneração. Ao longo da vida, o tecido ósseo passa por processos dinâmicos de remodelação, adaptando-se às demandas físicas do organismo e garantindo sua integridade e função ao longo do tempo. Vamos Exercitar? Agora que você já conhece um pouco mais o tecido ósseo, retornamos à pergunta do início da aula: a�nal, como o osso consegue se regenerar após uma fratura? Vamos aplicar os conhecimentos adquiridos nesta aula para responder a essa pergunta. Após a ruptura de um osso, as extremidades quebradas são unidas pela deposição de novo osso. Isso ocorre em diferentes estágios: primeiramente, no local da fratura, ocorre a formação de um hematoma (acúmulo de sangue coagulado) entre as extremidades dos ossos e os tecidos moles adjacentes devido ao rompimento de vasos sanguíneos presentes no interior dessas estruturas. Esse coágulo é gradualmente invadido por novos capilares e �broblastos, resultando na formação de uma massa dura, semelhante a uma cartilagem, chamado calo temporário. Durante essa fase, os osteoclastos estarão em ação, removendo o tecido ósseo dani�cado. As regiões próximas à fratura, com tecido ósseo saudável, respondem à lesão com intensa proliferação de células osteogênicas, que se diferenciam em osteoblastos, para regeneração do tecido, formando tecido ósseo não lamelar, tanto pela ossi�cação endocondral quanto pela ossi�cação intramembranosa. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo, que une temporariamente as extremidades do osso fraturado. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A fase �nal de regeneração é o remodelamento ósseo do calo, em que o osso não lamelar é transformado em osso maduro lamelar. Enquanto o osso compacto é formado, os remanescentes do calo ósseo são removidos pela ação dos osteoclastos, até que a remodelação óssea restaure o formato original do osso. A depender da gravidade da fratura e do osso afetado, o processo de remodelação óssea pode levar meses e mesmo anos até que o osso recupere completamente o seu formato original. Saiba mais Você provavelmente já ouviu falar em osteoporose, certo? A osteoporose, uma condição médica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é uma questão de grande importância para a saúde pública. Ela é caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e pela fragilidade dos ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas. Quer compreender mais a respeito dessa condição? Assista ao vídeo “A Fisiologia explica: Osteoporose (por Francielle Braz)”. Referências ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 2 Sistema esquelético: cartilagens e articulações https://youtu.be/zTenkiyqK1w?si=5k5_SIOSarjPSpxL Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Sistema esquelético: cartilagens e articulações Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, continuaremos nosso estudo sobre o sistema esquelético, dando enfoque às cartilagens e articulações. Vamos entender a estrutura e função desses componentes essenciais do corpo humano, desvendado os segredos dos nossos movimentos cotidianos. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e aprimorar sua atuação pro�ssional! Vamos juntos nessa jornada de descobertas! Ponto de Partida Olá, estudante! Agora que já exploramos os fundamentos do tecido ósseo, é hora de conhecermos outro aspecto essencial do sistema esquelético: as cartilagens e as articulações. O sistema esquelético humano requer mobilidade para suportar uma variedade de atividades, no entanto, a rigidez dos ossos torna-os incapazes de se �exionar sem o risco de fratura. Felizmente, as articulações permitem uma ampla gama de movimentos essenciais para atividades cotidianas como caminhar, escrever e sentar-se, entre outras. Junto às articulações, as cartilagens desempenham papel crucial nesse processo, proporcionando amortecimento, suporte e redução do atrito durante os movimentos. Nesta aula, vamos nos aprofundar na anatomia das cartilagens, entender sua estrutura e função, e explorar como elas se encaixam nas articulações para facilitar um movimento suave e sem atrito. Além disso, vamos investigar os diferentes tipos de articulações que existem em nosso corpo e como elas variam em termos de estrutura e função. Prepare-se para uma jornada de conhecimento a respeito das cartilagens e articulações. Vamos conhecer como elas se unem para formar o sistema esquelético, sustentando nosso corpo e permitindo os mais diversos movimentos. Bons estudos! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Vamos Começar! Tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso caracteriza-se por ser uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência semirrígida. Esse tecido tem a função de dar suporte a tecidos moles, revestir superfícies articulares onde absorve choques, e facilitar os deslizamentos, além de ser essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos. Esse tecido é composto exclusivamente de células chamadas condrócitos, encontradas isoladas ou em grupos, dentro de espaços denominados lacunas da cartilagem na matriz extracelular (Figura 1). A matriz extracelular do tecido cartilaginoso é constituída por colágeno com ou sem elastina, associado a macromoléculas de proteoglicanos, conferindo às cartilagens diferentes graus de consistência, elasticidade e resistência. As cartilagens são tecidos avasculares, ou seja, sem vasos sanguíneos diretos. Dessa forma, a nutrição da cartilagem ocorre a partir do pericôndrio, uma bainha conjuntiva que envolve as cartilagens (Figura 1), ou pelo líquido sinovial das cavidades articulares. Embora as cartilagens recebam nutrientes e oxigênio, é importante destacar que esse processo é relativamente lento em comparação com outros tecidos do corpo, e isso contribui para a baixa capacidade de regeneração das cartilagens em casos de lesão ou degeneração. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Corte histológico de uma cartilagem hialina. Os condrócitos estão envoltos pela matriz extracelular e, externamente, a cartilagem é delimitada pelo pericôndrio. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 135). Existem três tipos principais de cartilagens encontradas no corpo humano, e vamos conhecer as características de cada uma delas: Cartilagem hialina: esta é a forma mais comum de cartilagem encontrada no corpo humano, e é caracterizada por uma matriz extracelular homogênea com �brilas de colágeno �nas. A cartilagem hialina é encontrada em áreas nas quais é necessária uma superfície lisa para o movimento das articulações, como nas extremidades dos ossos longos, nas costelas e na traqueia. Cartilagem �brosa: este tipo de cartilagem é mais resistente e tem uma maior quantidade de �bras colágenas em sua matriz extracelular. Ela é encontrada em áreas do corpo sujeitas a altas pressões e estresse mecânico, como os discos intervertebrais da coluna vertebral, as cartilagens meniscais nos joelhos e nos discos articulares das articulações temporomandibulares. Cartilagem elástica: como o nome sugere, este tipo de cartilagem é altamente elástico devido à presença de �bras elásticas em sua matriz extracelular. A cartilagem elástica é encontrada em locais que exigem �exibilidade e elasticidade, como o pavilhão auricular da orelha, a epiglote e a tuba auditiva. Articulações Somos capazes de realizar diversos movimentos graças à função de locomoção que nos é permitida pelos sistemas esquelético e muscular, certo? O responsável por dar mobilidade entre os ossos e estabilizar as zonas de união entre diferentes segmentos do esqueleto é o sistema articular. O sistema articular é composto por um conjunto de articulações, formadas por tecido conjuntivo, que podem ser de�nidas como conexões naturais existentes entre dois ou mais ossos, servindo- se como ponto de contato entre esses. Assim, uma articulação, além de ser formada pela integração de dois ossos, necessita do auxílio de ligamentos, cápsula articular e músculos esqueléticos. As articulações são protegidas pelos ligamentos que são uniões de tecidos conjuntivos entre ossos, com a função de ajudar a estabilizar a articulação. De forma geral, eles são pouco elásticos, �cam “frouxos” ou se rompem caso sejam esticados excessivamente, gerando a maioria das lesões ligamentares. A cápsula articular (Figura 2) é a estrutura que reveste as articulações sinoviais, que você estudará adiante nesta aula. Essa cápsula é composta por duas camadas, sendo uma membrana �brosa, mais externa, que dá a característica de resistência e limitação dos movimentos da Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR articulação, e uma membrana sinovial, mais interna e vascularizada, que tem por função a produção de um líquido (líquido sinovial) que vai nutrir e lubri�car essas camadas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Estrutura básica de uma articulação sinovial. Fonte: Waugh (2021, p. 446). Tipos de articulações As articulações podem proporcionar �exibilidade e movimento ao esqueleto. No entanto, em algumas articulações, os ossos participantes estão unidos tão �rmemente que não é possível realizar movimento algum entre eles. Elas podem ser classi�cadas de acordo com sua estrutura e função, sendo elas: sinartroses, an�artroses e diartroses. As sinartroses (Figura 3), também conhecidas como articulações �brosas, são compostas por tecido �broso denso e oferecem pouca ou nenhuma mobilidade. Existem três subtipos de sinartroses: suturas, gonfoses e sindesmoses. As suturas são articulações �brosas encontradas no crânio, onde os ossos do crânio são unidos por �nas faixas de tecido �broso. Essas articulações são projetadas para serem fortes e �rmes, sendo completamente imóveis e fornecendo estabilidade ao crânio. As gonfoses são articulações �brosas que apresentam um processo cônico inserido em um encaixe ósseo; são encontradas nos dentes e nos alvéolos dentários do maxilar e da mandíbula. Essa articulação permite uma pequena quantidade de movimento de amortecimento, o que é importante para a mastigação e a absorção de impactos. As sindesmoses são articulações em que os ossos estão unidos por um ligamento interósseo ou uma membrana �brosa. Um exemplo comum é a sindesmose tibio�bular, em que a tíbia e a fíbula são unidas por um ligamento interósseo, permitindo uma pequena quantidade de movimento de rotação entre os ossos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Articulações �brosas: (a) suturas do crânio; (b) gonfoses: ligamento periodontal; (c) sindesmose tibio�bular. Fonte: Waugh (2021, p. 446). O segundo tipo de articulação é a an�artrose, também conhecida como articulação cartilaginosa (Figura 4). Essas articulações são formadas por tecido cartilaginoso entre os ossos, atuando como um amortecedor na absorção de impactos. Elas podem ser encontradas em dois tipos: sincondroses ou sín�se. As sincondroses apresentam uma estrutura sólida de cartilagem que possibilita pouco ou nenhum movimento. Essas mantêm os ossos conectados por meio de cartilagem hialina e Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR são encontradas, por exemplo, na articulação da primeira costela com o esterno, conhecida como sincondrose esternal. Na sín�se as extremidades dos ossos estão recobertas por cartilagem hialina, mas um disco plano e largo de cartilagem �brosa conecta os ossos. Essa é uma articulação com movimento mínimo e todas são encontradas na linha mediana do corpo. Exemplos são a sín�se púbica e as articulações intervertebrais. Figura 4 | Articulações cartilagíneas. (A) Sincondrose; (B) sín�se. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 272). Por �m, temos as diartroses, também denominadas como articulações sinoviais. Esse tipo de articulação tem movimento livre e amplo, e é caracterizada pela presença de um espaço entre os ossos (cavidade articular), que é envolto por uma cápsula articular preenchida por líquido sinovial, responsável por lubri�car as superfícies articulares, facilitando o movimento suave dessas articulações. Esse tipo de articulação pode ser classi�cado de acordo com dois critérios: pelo número de superfície articular e pelo número de eixos do movimento. De acordo com o número de superfície articular, as diartroses podem ser classi�cadas como simples, compostas ou complexas. As diartroses são simples quando apenas dois ossos fazem parte da articulação, como as articulações interfalângicas dos dedos. São consideradas compostas quando três ou mais ossos fazem parte da articulação, como a articulação do cotovelo. Por �m, quando existe a presença do disco ou menisco, por exemplo, na articulação temporomandibular ou do joelho, são consideradas complexas. Em relação ao número de eixos elas podem ser: não axial, quando não existe eixo de movimento; uniaxilar, quando existe um eixo de movimento; biaxial, quando existem dois eixos de movimento; Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR e triaxial, quando há três eixos de movimento. Siga em Frente... Tipos de movimentos nas articulações sinoviais Para a promoção do movimento do corpo, as articulações movem-se em direções diferentes, em torno de um eixo e de um plano. Em uma articulação sinovial, podemos citar movimentos como �exão, extensão, adução, abdução, circundação e rotação, entre outros. Vamos entender um pouco mais sobre eles no Quadro 1. Movimento De�nição Flexão e extensão Movimentos que diminuem (�exão) ou aumentam (extensão) o ângulo entre os ossos envolvidos na articulação. Exemplo: dobrar e esticar o cotovelo. Abdução e adução Movimentos que afastam (abdução) ou aproximam (adução) um membro do corpo em relação à linha média do corpo. Exemplo: afastar e aproximar os braços do tronco. Rotação Movimento de giro de um osso em torno de seu próprio eixo. Exemplo: girar a cabeça para olhar para os lados. Circundação Movimento circular que combina �exão, extensão, abdução e adução, resultando em uma trajetória cônica. Exemplo: movimento realizado pelo braço ao desenhar círculos no ar. Inversão e eversão Movimentos que envolvem o giro do pé para dentro (inversão) ou Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR para fora (eversão). Exemplo: girar o pé para dentro e para fora. Pronação e supinação Movimentos que envolvem a rotação do antebraço para baixo (pronação) ou para cima (supinação). Exemplo: posicionar a mão com a palma para baixo (pronação) e virar a palma para cima (supinação). Quadro 1 | Movimentos possíveis nas articulações sinoviais. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 5 | Principais movimentos possíveis nas articulações sinoviais. Fonte: Waugh (2021, p. 448). Ao longo desta aula, exploramos em detalhes a anatomia e a �siologia das cartilagens, as diferentes classes de articulações presentes no corpo humano e os diversos tipos de movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais. A compreensão desses aspectos é fundamental para uma visão abrangente do sistema esquelético, nos permitindo entender como ossos, cartilagens e articulações interagem para fornecer suporte, movimento e proteção ao corpo. Esses conhecimentos são essenciais para compreender melhor o funcionamento do corpo humano e manter sua saúde e bem-estar ao longo da vida. Vamos Exercitar? Para compreender, na prática, o conteúdo abordado nesta aula, vamos trabalhar com uma situação-problema: Carlos, um homem de 50 anos, vem sofrendo com dor e rigidez crônicas em suas articulações, especialmente nos joelhos e nas mãos. Ele relata que esses sintomas afetam sua capacidade de realizar atividades cotidianas, como subir escadas e segurar objetos com �rmeza. Além disso, ele percebeu uma diminuição na amplitude de movimento em suas articulações afetadas. Preocupado com esses problemas, Carlos decide procurar um médico ortopedista para investigar suas queixas. Após uma avaliação clínica detalhada e exames de imagem, o médico diagnostica Carlos com osteoartrose. Re�ita: Você sabe o que é osteoartrose? Qual a importância das articulações afetadas pela osteoartrose no desempenho das atividades cotidianas, e como a degeneração dessas articulações pode impactar a qualidade de vida de uma pessoa, como no caso de Carlos? A osteoartrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença articular degenerativa que resulta do desgaste progressivo da cartilagem articular e alterações nos ossos adjacentes. É a forma mais comum de artrite e pode afetar qualquer articulação do corpo, mas é mais comumente observada nas articulações que suportam peso, como joelhos, quadris, mãos e coluna vertebral. Seu principal sintoma é a dor ao movimentar o membro afetado. Ela, inicialmente, ocorre com a realização de esforço físico, entretanto, com a progressão da doença, passa a ocorrer mesmo com pequenos movimentos. Geralmente essa dor vem acompanhada de rigidez articular progressiva, ocasionando a perda de movimentos com o passar do tempo, di�cultando o desempenho de atividades cotidianas. Nas articulações do joelho, a osteoartrose geralmente afeta a articulação tibiofemoral, que é uma articulação sinovial e a principal entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna), di�cultando os movimentos de �exão e extensão do joelho ao caminhar ou subir escadas, por exemplo. Nas mãos, a osteoartrite frequentemente afeta as articulações carpometacarpais, localizadas entre os ossos do carpo (ossos da mão) e os metacarpos (ossos da palma da mão). Além disso, as articulações metacarpofalângicas, entre os metacarpos e as falanges proximais Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR dos dedos, e as articulações interfalângicas, entre as falanges dos dedos, também podem ser afetadas pela osteoartrite. Essas articulações são importantes para movimentos como agarrar, segurar e manipular objetos, e sua degeneração devido à osteoartrite pode resultar em dor, deformidade e limitação da função das mãos. Saiba mais Você já ouviu falar de gota ou artrite gotosa? Essa é uma doença in�amatória que acomete principalmente as articulações, provocando dor súbita e intensa, inchaço, vermelhidão e calor na articulação afetada. Trata-se de uma condição que pode impactar signi�cativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Conheça a �siopatologia, o diagnóstico e as formas de tratamento dessa condição médica no artigo “Gota: Uma Revisão”. Referências ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 3 Sistema esquelético: morfo�siologia e características anatômicas dos ossos Sistema esquelético: morfo�siologia e características anatômicas dos ossos Este conteúdo é um vídeo! https://revistas.ufpr.br/revmedicaufpr/article/download/46382/pdf Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai explorar os fundamentos essenciais dos ossos, desde suas características e classi�cações morfofuncionais até a análise detalhada da estrutura macroscópica e dos acidentes ósseos. Compreender esses conceitos é fundamental para sua prática pro�ssional, pois eles fornecem uma base sólida para entender a anatomia humana e sua aplicação! Vamos lá! Ponto de Partida Olá, estudante! Nós já sabemos que os ossos são estruturas notáveis que desempenham papéis essenciais no suporte e proteção do corpo humano. Eles são caracterizados por sua rigidez, conferindo-lhes a capacidade de sustentar o peso corporal e fornecer suporte estrutural aos tecidos moles. Além disso, são altamente resistentes, capazes de suportar forças e compressão, tração e torção. Uma das características mais impressionantes dos ossos é sua capacidade de regeneração, que permite a cicatrização de fraturas e a renovação contínua do tecido ósseo ao longo da vida. Essas propriedades fundamentais garantem a integridade e a funcionalidade do sistema esquelético, contribuindo para a mobilidade e a proteção do organismo. Para dar andamento à nossa linha de raciocínio, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o sistema esquelético detalhando melhor as suas características morfo�siológicas, sua estrutura macroscópica e os diversos acidentes ósseos que conferem especi�cidade e função a cada um. Essa compreensão é fundamental para os pro�ssionais da área da saúde, fornecendo uma base sólida para compreender a mecânica do corpo e auxiliar no diagnóstico e tratamento de uma variedade de condições médicas. Vamos lá? Vamos Começar! Classi�cação morfofuncional dos ossos Os ossos são órgãos esbranquiçados e muito duros, fato conferido por serem compostos de uma forma especializada de tecido conjuntivo, cuja principal característica é a mineralização de Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR sua matriz óssea. Unidos uns aos outros por intermédio das articulações, eles constituem o esqueleto. Os ossos podem ser classi�cados de diferentes formas, entretanto, a classi�cação mais difundida é aquela que se baseia em suas características morfológicas (Figura 1). Dessa forma, os ossos podem ser classi�cados como longos, curtos, laminares (ou planos), pneumáticos, sesamoides ou irregulares. Ossos longos: estão presentes na maior parte do corpo, são aqueles cujo comprimento excede sua largura e espessura. São constituídos de um corpo (diá�se) e duas extremidades (epí�ses), e internamente têm um canal medular, entretanto, a medula óssea está presente nos canais medulares somente até a idade de aproximadamente 25 anos, sendo posteriormente substituída por tecido gorduroso. O fêmur é o exemplo mais comum de um osso longo. Ossos curtos: são aproximadamente do mesmo comprimento e largura, criando uma forma cúbica ou esférica. Exemplos incluem os ossos do carpo (ossos do pulso) e do tarso (ossos do tornozelo). Ossos laminares ou planos: são �nos e achatados, apresentam duas camadas compactas e uma camada intermediária esponjosa. Devido ao seu formato, proporcionam uma ampla área de superfície para proteção e ancoragem muscular. Podemos citar como exemplo o esterno, os ossos da cavidade craniana (como os ossos parietais, frontal, temporais e occipital), costelas e as escápulas. Ossos pneumáticos: esses ossos contêm cavidades, chamadas seios, revestidas de mucosa e preenchidas por ar, conectados ao sistema respiratório. No crânio há cinco ossos pneumáticos: maxilar, esfenoide, etmoide, frontal e temporal. Ossos sesamoides: são ossos pequenos e arredondados que se desenvolvem dentro de tendões ou ligamentos, como a patela (osso do joelho), protegendo os tendões do desgaste excessivo. Ossos irregulares: por �m, os ossos irregulares são classi�cados dessa forma pois não se encaixam nas categorias anteriores, devido à sua forma complexa e variável. As vértebras são exemplos dessa classi�cação. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Classi�cação dos ossos de acordo com a sua morfologia. Fonte: Waugh (2021, p. 422). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Siga em Frente... Estrutura macroscópica dos ossos Para compreender a estrutura de um osso a nível macroscópico, vamos considerar as partes de um osso longo, como o úmero ou o fêmur. A diá�se é a haste longa do osso, ou corpo do osso, porção constituída principalmente de tecido ósseo compacto que proporciona considerável resistência ao osso longo. Internamente à diá�se encontramos uma cavidade medular (ou canal medular) preenchida com medula óssea e numerosos vasos sanguíneos. Inicialmente, a cavidade medular é preenchida por medula óssea vermelha, responsável pela formação de células sanguíneas, e ao longo dos anos até a idade adulta, a medula óssea vermelha é substituída pela amarela, constituída principalmente por tecido adiposo. No adulto, em apenas alguns ossos ainda encontramos tanto a medula óssea vermelha como a amarela: nos ossos do quadril, nas costelas, nos corpos das vértebras, nas partes esponjosas de alguns ossos curtos e nas extremidades dos ossos longos, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno. Já as epí�ses são as extremidades alargadas de um osso longo, responsáveis por articular, ou unir, um osso a outro, em uma articulação. Cada epí�se consiste em uma camada �na de osso compacto revestindo o osso esponjoso, e é recoberta por uma cartilagem articular. Entre a diá�se e as epí�ses existe ainda a metá�se, que se trata da parte dilatada da diá�se, mais próxima da epí�se. Durante o crescimento, cada metá�se tem uma placa epi�sária, que consiste em uma camada de cartilagem hialina que permite o crescimento em comprimento da diá�se do osso. Quando ocorre a interrupção do crescimento, a cartilagem da placa epi�sária é substituída por osso em uma linha conhecida como linha epi�sária. O periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo resistente que circunda a superfície externa de um osso em locais que não são cobertos pela cartilagem articular. O periósteo auxilia na proteção do osso, no reparo de fraturas, e na nutrição do tecido ósseo, e serve como ponto de �xação para ligamentos e tendões. Por �m, o endósteo é uma membrana �na que reveste a cavidade medular e os espaços do osso esponjoso que contém uma única camada de células osteogênicas e uma pequena quantidade de tecido conjuntivo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Partes de um osso longo: úmero. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 178). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Os ossos também não são completamente lisos como imaginamos, mas apresentam saliências, depressões e aberturas, chamadas acidentes ósseos. As saliências (Figura 3) podem ser articulares ou não. As articulares correspondem a elevações nos ossos que se articulam com outras estruturas. São chamadas de cabeças, côndilos, capítulos e trócleas, como a cabeça do fêmur e a tróclea do úmero. Já as saliências não articulares correspondem a elevações nos ossos que não se articulam com outras estruturas, e são chamadas de bordas, cristas, espinhas, linhas, apó�ses ou processos, tuberosidades e tubérculos, como os processos transverso e espinhoso das vértebras. Figura 3 | Exemplos de saliências: cabeça do fêmur e processos transverso e espinhoso da vértebra. Fonte: acervo Kroton. As depressões (Figura 4), assim como as saliências, podem ser articulares ou não. As depressões articulares são reentrâncias nos ossos que se articulam com outras estruturas. Temos as cavidades, as fóveas, as incisuras (que podem ser ou não articulares) e os alvéolos, como a cavidade glenoide da escápula, a fóvea costal das vértebras e os alvéolos dentários da mandíbula. As depressões não articulares, por sua vez, são reentrâncias nos ossos que não se Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR articulam com outras estruturas. São chamados sulcos e as fossas, e como exemplo temos o sulco do nervo radial do úmero e a fossa intercondilar do fêmur. Figura 4 | Exemplos de depressões: cavidade glenoide da escápula e fossa do olécrano do úmero. Fonte: acervo Kroton. Os forames e canais são aberturas nos ossos com função de permitirem a passagem de qualquer estrutura anatômica. Essas aberturas podem ser formadas por um único osso ou por mais de um osso. Exemplos: forames vertebral e transverso da vértebra (Figura 5). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 5 | Exemplos de forames. Fonte: acervo Kroton. Ao longo desta aula, exploramos as características e as classi�cações morfofuncionais dos ossos, bem como a estrutura macroscópica que compõe essas estruturas fundamentais do corpo humano. Como pro�ssional da área da saúde, esse conhecimento será essencial no entendimento das fraturas e patologias ósseas que abrangem doenças in�amatórias, tumores, lesões congênitas dos ossos e articulações, entre outras. Vamos Exercitar? Vamos, agora, aplicar na prática o conhecimento adquirido! Para isso, vamos imaginar uma situação �ctícia que nos permitirá explorar os conceitos de forma mais aprofundada e prática. João, 14 anos de idade, foi levado ao consultório pediátrico por sua mãe devido a preocupações com seu crescimento. A mãe relata que, apesar de João ser saudável e não apresentar problemas de saúde signi�cativos, ela notou que ele parece estar signi�cativamente mais baixo do que seus colegas de classe e irmãos. Além disso, ela está preocupada com o fato de que ele não parece ter passado pelo estirão de crescimento típico da adolescência. Ao realizar o exame físico, o pediatra observa que João tem estatura abaixo da média para sua idade e sexo. Seu peso e outros parâmetros antropométricos estão dentro da faixa considerada normal para sua Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR idade. Não há evidências de deformidades esqueléticas ou sinais de anormalidades físicas visíveis. No entanto, dada a preocupação com seu crescimento, o médico decide fazer uma avaliação mais aprofundada com uma radiogra�a de mão e punho de João. Re�ita: Por que radiogra�a de mão e punho pode ajudar a elucidar as preocupações da mãe de João sobre seu crescimento? A radiogra�a de mão e do punho pode ajudar a elucidar as preocupações da mãe de João sobre seu crescimento devido à presença das placas epi�sárias e da lâmina epi�sária nessas regiões. As mãos e os punhos contêm uma variedade de ossos, incluindo ossos longos, curtos e irregulares. As epí�ses dos ossos longos, como os metacarpos e as falanges, são áreas em que ocorre crescimento ósseo durante a infância e a adolescência. A presença da placa epi�sária, uma cartilagem de crescimento localizada nessas epí�ses, é crucial para o aumento do comprimento ósseo. Na radiogra�a da mão e do punho, durante o crescimento, a placa epi�sária é claramente visível como uma linha de cartilagem entre a epí�se e a diá�se de um osso longo (na metá�se). Caso a placa epi�sária ainda estiver visível e aberta, sugere que o crescimento ósseo ainda está ativo e que o indivíduo ainda está em fase de crescimento. Por outro lado, o desaparecimento dessa placa indica que o crescimento ósseo cessou e que o indivíduo atingiu a maturidade esquelética. Portanto, ao avaliar a radiogra�a da mão e do punho de João, o médico pode determinar se seu crescimento ósseo está ocorrendo normalmente para sua idade cronológica ou se há algum atraso no desenvolvimento esquelético, o que pode explicar suas preocupações com o crescimento. Saiba mais Você sabia que a rinossinusite consiste na in�amação da mucosa presente nos ossos pneumáticos, como os seios paranasais? Os seios paranasais são cavidades ósseas cheias de ar localizadas em torno do nariz e dos olhos. Eles estão revestidos por uma membrana mucosa que produz muco para ajudar a umedecer e limpar o ar que respiramos. Quando essa membrana mucosa �ca in�amada devido a infecções virais, bacterianas ou fúngicas, alergias, irritantes ambientais ou condições médicas subjacentes, como desvio de septo nasal, ocorre a sinusite. Saiba mais sobre essa condição com a leitura do artigo “Rinossinusites: Diagnóstico e Tratamento”. Referências https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881087/rinossinusites-diagnostico-e-tratamento.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881087/rinossinusites-diagnostico-e-tratamento.pdf Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR AGUR, A. M. R.; DALLEY II, A. F.; MOORE, K. L. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 4 Sistema esquelético: a divisão do esqueleto Sistema esquelético: a divisão do esqueleto Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! O esqueleto humano adulto é composto por 206 ossos, e a maioria deles é pareada, com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Você sabe como o nosso esqueleto é dividido? Quais são os 206 ossos que fazem parte do nosso esqueleto? Nesta videoaula, você vai conhecer os ossos que compõem o esqueleto axial e apendicular e como eles contribuem para nossa mobilidade. Prepare-se para mergulhar nessa jornada de conhecimento e aprimorar suas habilidades pro�ssionais! Vamos lá! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ponto de Partida Olá, estudante! Seja muito bem-vindo! Vamos dar sequência à construção do nosso conhecimento sobre os ossos do corpo humano? Nesta aula, continuaremos a falar dos ossos, focalizando o esqueleto. Você vai entender como ele se divide e quais são os principais ossos, bem como onde se localizam. De maneira geral, esse sistema pode ser dividido em duas partes funcionais. O esqueleto axial representa o eixo mediano do corpo e o esqueleto apendicular representa os ossos dos membros inferiores e superiores, junto com os ossos que formam a cintura escapular e pélvica. Para expandirmos nosso conhecimento em relação aos principais ossos do corpo humano e sua localização, vamos precisar nos aprofundar no conhecimento sobre a divisão do esqueleto. Além dos esqueletos axial e apendicular, veremos a seguir também o conceito de cinturas, que, embora façam parte do esqueleto apendicular, estão fazendo ligação deste com o esqueleto axial. Vamos lá? Vamos Começar! Os ossos do esqueleto são divididos em dois grupos: esqueleto axial e esqueleto apendicular (Figura 1). Essa divisão permite uma melhor compreensão da estrutura e função do sistema esquelético humano, destacando as diferentes regiões e suas respectivas funções no corpo. Preparado para conhecer os ossos que compõem cada um desses grupos? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Divisão do esqueleto: axial e apendicular. Fonte: Shutterstock. Esqueleto axial Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR O esqueleto axial é composto 80 ossos, distribuídos em ossos do crânio, ossículos auditivos, osso hioide, ossos da coluna vertebral, esterno e costelas. Ele constitui o eixo vertical do corpo, fornecendo proteção para o encéfalo, a medula espinhal e os órgãos vitais situados dentro do tórax. O crânio é a estrutura óssea da cabeça, e desempenha várias funções essenciais: protege o encéfalo, sustenta os órgãos responsáveis pela visão, audição, olfato e gustação, além de fornecer uma base para as estruturas que permitem a passagem de ar, alimentos e água para o interior do corpo. O crânio é composto por duas partes distintas, tanto em termos estruturais quanto funcionais: ossos da cavidade craniana e ossos faciais. Os ossos da cavidade craniana, conhecida como abóboda craniana, constitui a caixa óssea que abriga o encéfalo e suas membranas protetoras, as meninges. Ele também contém as porções proximais dos nervos cranianos e a vascularização do encéfalo. Os oito ossos que compõem a cavidade craniana são osso frontal, dois ossos parietais, dois ossos temporais, o osso occipital, o osso esfenoide e o osso etmoide. Já os ossos faciais, conjunto também chamado de esqueleto facial, é composto por 14 ossos que formam a porção anterior do crânio. Esses ossos se encaixam de maneira intricada e tridimensional, como peças de um quebra-cabeça complexo, para criar as cavidades internas da face, como a cavidade nasal e a órbita ocular, e articulam-se com os ossos da cavidade craniana. São ossos faciais: dois ossos nasais, dois maxilares, dois ossos zigomáticos, mandíbula, dois ossos lacrimais, dois ossos palatinos, dois ossos da concha nasal inferior e vômer. As suturas são as principais articulações que conectam os ossos do crânio, e são articulações �brosas imóveis que fornecem estabilidade estrutural ao crânio. Além das suturas, encontramos as articulações temporomandibulares (ATM), articulações sinoviais laterais que permitem os movimentos da mandíbula, o único osso móvel do crânio. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Ossos do crânio: vista superior e lateral. Fonte: adaptada de OVID – Human Anatomy Atlas (2021). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Vista anterior do crânio. Fonte: adaptada de OVID – Human Anatomy Atlas (2021). Os ossículos auditivos são três pequenos ossos localizados na cavidade timpânica do osso temporal, sendo eles: martelo, bigorna e estribo. São responsáveis pela condução e ampli�cação das vibrações sonoras do tímpano para o ouvido interno. O osso hioide é um osso ímpar e móvel localizado na região do pescoço, abaixo da mandíbula e acima da laringe (Figura 2). Ele não se articula diretamente com nenhum outro osso, mas está suspenso pelos músculos e ligamentos do pescoço. O osso hioide desempenha um papel importante na manutenção da forma e posição da língua, além de fornecer suporte para os músculos da faringe e da laringe, sendo essencial para funções como a deglutição e a fala. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, se estende desde a base do crânio até a região da pelve, sendo constituída por 24 vértebras, o sacro e o cóccix. A coluna vertebral pode ser divida em quatro regiões: coluna cervical (7 vértebras), coluna torácica (12 vértebras), coluna lombar (5 vértebras) e sacrococcígea (Figura 4). Cada vértebra é nomeada de acordo com a sua posição ao longo da coluna e a região em que está localizada. As vértebras C1 e C2 recebem nomes especí�cos, atlas e axis, respectivamente, devido às suas características anatômicas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 4 | Vista anterior da coluna vertebral. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 222). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR As vértebras são compostas por várias estruturas anatômicas que lhe conferem sua forma e função característica (Figura 5). O corpo vertebral é a parte anterior e maciça da vértebra, que suporta a maior parte do peso corporal e é separado dos corpos vertebrais adjacentes pelos discos intervertebrais. O arco vertebral é uma estrutura óssea que se projeta posteriormente a partir do corpo vertebral e consiste em duas partes principais, lâmina (parte plana) e pedículo (projeção óssea central). Por �m, sete processos surgem do arco vertebral. Os processos transversos se estendem lateralmente em cada lado, e junto a um processo espinhoso, que se projeta a partir da junção das lâminas, servem como �xação para músculos e ligamentos da coluna vertebral. Os demais processos formam articulações com outras vértebras, acima ou abaixo. A parte posterior do corpo vertebral e o arco envolvem uma grande abertura chamada forame vertebral. A sobreposição dos forames presentes nas vértebras ao longo da coluna vertebral forma um tubo interno no qual se localiza a medula espinhal. Figura 5 | Vista cranial da sexta vértebra torácica. Fonte: Larosa (2023, p. 46). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Por �m, a caixa torácica é formada pelas costelas, osso esterno e suas cartilagens costais. As costelas e o esterno têm como função proteger o coração, os pulmões e os principais vasos sanguíneos. A maioria das pessoas tem 12 pares de costelas. Algumas têm uma extra, que é mais comum em homens do que mulheres. Os dois últimos pares de costelas são conhecidos como costelas �utuantes, uma vez que são ligados à coluna vertebral, mas não se ligam ao esterno. Siga em Frente... Esqueleto apendicular O esqueleto apendicular abrange os 126 ossos que formam os membros superiores e inferiores, bem como suas estruturas de suporte conhecidas como cíngulos, denominadas também como cinturas escapular e pélvica na prática clínica. Os ossos do esqueleto apendicular estão interligados e articulados com os músculos esqueléticos, permitindo uma ampla gama de movimentos. Membros superiores Os membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos: cintura escapular, braço, antebraço e mão. A cintura escapular é uma estrutura óssea que conecta o membro superior ao esqueleto axial. Cada cintura escapular é formada por uma clavícula, localizada na parte anterior do tórax que se articula com o esterno, e uma escápula, localizada na região posterior do tórax que articula-se com a cabeça do úmero, permitindo uma articulação estável e funcional entre o braço e o tronco. O braço é formado pelo úmero, o osso mais comprido do membro superior e que se articula proximalmente com a escápula, formando a articulação do ombro, e distalmente com os ossos do antebraço, ulna e rádio, formando a articulação do cotovelo. O antebraço é formado por dois ossos longos paralelos entre si: o rádio e a ulna. Quando a palma da mão está voltada para cima (posição supina), o rádio é o osso lateral do antebraço, localizado no lado do polegar, e a ulna está localizada medialmente, no lado do dedo mínimo. A mão é composta por um conjunto complexo de ossos que formam as estruturas dos dedos, palma e punho. O carpo, denominado também punho, consiste em 8 ossos pequenos, os ossos carpais, conectados entre si com ligamentos e articulações, chamadas articulações carpais, estruturas essenciais para fornecer suporte estrutural ao punho e permitir uma variedade de movimentos. Os ossos do carpo estão dispostos em duas �leiras: proximal, composta pelos ossos escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; e distal, composta pelos ossos trapézio, trapezoide, capitato e hamato. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR O metacarpo, ou palma da mão, é constituída por 5 ossos longos denominados metacarpais. Eles são numerados de 1 a 5, começando do polegar até o dedo mínimo. As extremidades inferiores dos ossos metacarpais se conectam com a �leira distal dos ossos do carpo, formando as articulações carpometacarpais. As extremidades superiores dos ossos metacarpais são facilmente observadas quando o punho está cerrado. Por �m, cada dedo é composto por três falanges (proximal, média e distal), com exceção do polegar, que tem apenas duas (proximal e distal). As articulações das falanges são conhecidas como articulações interfalângicas, que permitem os movimentos dos dedos. Assim como os ossos metacarpais, os dedos são enumerados de 1 a 5, começando com o polegar, no sentido lateral para medial. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 6 | Ossos da cintura escapular e do membro superior direito. Fonte: Shutterstock. Membros inferiores Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Os membros inferiores têm função de sustentação do peso corporal e locomoção. São conectados ao tronco pelos ossos do quadril e sacro, e podem ser divididos em quatro segmentos: cintura pélvica, coxa, perna e pé. A cintura pélvica, também conhecida simplesmente como pelve, é uma estrutura óssea em forma de bacia, que circunda a cavidade pélvica e conecta o esqueleto axial aos membros inferiores. Ela desempenha um papel fundamental na sustentação do peso do corpo e na transmissão das forças entre o tronco e os membros inferiores. Nos adultos, a cintura pélvica é formada por dois ossos do quadril que se formam na puberdade por meio da fusão de três ossos: ílio, ísquio e púbis. Os ossos do quadril se articulam anteriormente na sín�se púbica e posteriormente com o sacro por meio das articulações sacroilíacas. A coxa, assim como o braço, tem um único osso, o fêmur, o osso mais comprido, pesado e resistente do corpo. O fêmur é constituído por uma cabeça esférica na sua extremidade proximal, que se articula com o acetábulo da pelve para formar a articulação do quadril. A extremidade distal do fêmur apresenta dois côndilos arredondados, que se articulam com a tíbia na articulação do joelho. Esses côndilos são separados por uma fossa intercondilar, onde �ca localizada a patela, um osso sesamoide que protege e aumenta a e�ciência do movimento do joelho. A perna é formada por dois ossos longos: a tíbia e a fíbula. A tíbia é o maior osso de sustentação de peso da perna e está localizado na parte medial, ou interna, da perna. Ela é responsável principalmente por suportar o peso do corpo e transmiti-lo para o pé, articulando-se com o fêmur e a fíbula, e com o osso tálus do tornozelo. A fíbula é um osso mais �no situado paralelamente à tíbia, e diferentemente da tíbia, não se articula com o fêmur, mas ajuda a estabilizar a articulação do tornozelo. Sua extremidade distal apresenta uma projeção conhecida como maléolo lateral. Essa estrutura se articula com o tálus, formando a proeminência na face lateral da região do tornozelo. A tíbia e a fíbula, assim como os ossos do antebraço (rádio e ulna), estão conectadas por uma membrana interóssea. Os ossos do pé são divididos em três regiões principais: tarso, metatarso e falanges. O tarso é constituído por 7 ossos tarsais que formam a parte posterior e o arco do pé. Esses ossos incluem calcâneo (calcanhar), tálus (osso do tornozelo), cuboide, navicular e três cuneiformes (medial, intermediário e lateral). O tálus é o único osso do pé que se articula com a fíbula e a tíbia, formando a articulação talocrural (tornozelo). O metatarso é composto por 5 ossos longos, os metatarsais, que formam a parte média do pé. Esses ossos são numerados de um a cinco, da posição medial (hálux, dedão do pé) para a lateral. Os ossos metatarsais estabelecem articulações proximais com os ossos cuneiformes medial, intermédio e lateral, além do osso cuboide, formando as articulações tarsometatarsais. Na extremidade distal, articulam-se com a �leira proximal de falanges para formar as Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR articulações metatarsofalângicas. O primeiro osso metatarsal é mais robusto que os demais, pois suporta uma carga de peso mais signi�cativa. As falanges compõem os dedos dos pés e apresentam semelhanças com as falanges das mãos, tanto em número quanto em disposição. A contagem dos dedos dos pés inicia-se a partir do hálux, seguindo no sentido medial para lateral. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 7 | Ossos da cintura pélvica e membro inferior direito. Fonte: Shutterstock. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ao �nal desta aula, esperamos que você tenha aprofundado seu entendimento acerca da estrutura e da função do sistema esquelético. Ao compreendermos a complexidade e a interconexão entre o esqueleto axial e apendicular, podemos apreciar melhor a engenharia biomecânica que sustenta nossa mobilidade e vitalidade. Vamos Exercitar? Após o estudo desta aula, acreditamos que você esteja preparado para aplicar os mesmos conceitos em diferentes situações, por exemplo, na seguinte: sabe-se que as dores nas costas e nos membros, consequências de uma postura defeituosa, são as causas principais de incapacidade motora de pessoas entre 20 e 45 anos. Estudos demonstram que mais de 80% das lombalgias são decorrentes de hábitos posturais associados a de�ciências musculares, falta de �exibilidade da coluna e do quadril, e inatividade física. A lombalgia acontece quando uma pessoa tem dor na região mais baixa da coluna perto da bacia. É também conhecida como “lumbago”, “dor nas costas”, “dor nos rins” ou “dor nos quartos”. Não se trata de uma doença, mas de uma dor, incômoda, que chega a se irradiar para as pernas com ou sem dormência, podendo ter diferentes causas, complexas ou não. Conhecendo a divisão do esqueleto humano, como você descreveria, tecnicamente, a localização da dor adquirida por má postura nas lombalgias? Em qual parte do esqueleto se encontram? Quais são os ossos envolvidos? A lombalgia, adquirida por má postura, ocorre na região mais baixa da coluna vertebral, especi�camente na região lombar. Essa região é composta por cinco vértebras lombares (L1 a L5), que formam a parte inferior da coluna vertebral e estão localizadas entre as vértebras torácicas e o osso sacro. Quando há má postura, os músculos, ligamentos e discos intervertebrais da região lombar podem �car sobrecarregados, resultando em dor lombar. Um dos maiores causadores da dor lombar é a degeneração dos discos intervertebrais, que funcionam como um amortecedor das cargas que sofremos diariamente nas vértebras. Com o passar dos anos, esses discos envelhecem e se desgastam, desidratando-se e tornando-se mais rígidos e quebradiços. Nesse processo degenerativo, um desses discos pode in�amar, gerar uma dor profunda nas costas, e levar às hérnias de disco. Além das vértebras lombares, os ossos envolvidos na lombalgia podem incluir o sacro, a cintura pélvica e o cóccix, dependendo da extensão e da causa especí�ca da dor. Saiba mais Para conhecer ainda mais e explorar o nosso sistema esquelético, acesse o tópico “Skeletal System/Joints” da base OVID “Anatomy & Physiology”, disponível na Biblioteca Virtual. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Acesse Biblioteca Virtual e faça o login; Selecione o parceiro “Wolters Kluwer”: Em seguida, o título “Anatomy & Physiology”: https://biblioteca-virtual.com/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Nesta base você vai encontrar conteúdos e imagens relevantes para entender ainda mais o sistema esquelético. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Referências AGUR, A. M. R. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. GILROY, A. M. Atlas de Anatomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia Humana – Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. Aula 5 SISTEMA ESQUELÉTICO Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Para encerrar nossa unidade de estudo que trata do sistema esquelético, vamos analisar um caso clínico envolvendo uma mulher que sofreu uma queda e apresentou uma fratura e entorse no tornozelo e pé. Entender os detalhes dessa situação é crucial para sua prática pro�ssional. Vamos explorar quais ossos foram afetados, diferenças entre entorse e fratura, opções de tratamento e como a anatomia e a biomecânica in�uenciam esses casos. Prepare-se para expandir seu conhecimento e aprimorar suas habilidades clínicas! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta Unidade, que é reconhecer e explicar os aspectos anatomo�siológicos dos sistemas esquelético, você deverá primeiramente conhecer os conceitos fundamentais sobre os ossos e sua estrutura. Ao compreender os aspectos morfofuncionais dos ossos, você estará apto a relacionar sua função com sua anatomia, compreendendo como eles proporcionam suporte, proteção e movimento ao corpo humano. Além disso, é importante conhecer a divisão do esqueleto humano em axial e apendicular, compreendendo as características histológicas de cada uma dessas partes. Ao dominar esses conhecimentos, você será capaz de identi�car as estruturas ósseas e compreender seu funcionamento de forma integrada ao corpo humano. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Vamos trabalhar com uma situação hipotética que vai proporcionar a você aproximação dos conteúdos teóricos com a prática. Uma mulher, de 42 anos, professora do ensino superior, procurou o pronto-socorro se queixando de dor no tornozelo e dorso do pé direito, logo após ter sofrido uma queda enquanto descia as escadas da universidade onde trabalhada. Ela relatou que sofreu um esbarrão e, como utilizava sapatos de salto alto, seu tornozelo desestabilizou-se, levando-a à queda. Durante o exame físico-ortopédico, a paciente apresentou-se com muita dor, sem ferimentos externos, entretanto, com edema no tornozelo, sendo incapaz de movimentar e apoiar o pé no chão para se locomover. O membro foi radiografado e foi constatada uma fratura em �ssura na base dos ossos da perna e entorse do tornozelo. Re�ita: Quais ossos podem ter sido afetados e como podem ser classi�cados? Qual a diferença entre entorse e fratura? Como proceder com o tratamento desse caso? Considerando que a queda da professora ocorreu ao descer as escadas, como a anatomia e a biomecânica do tornozelo e do pé in�uenciaram o mecanismo de lesão? Como os ossos do esqueleto axial se diferenciam dos ossos do esqueleto apendicular em termos de estrutura e função? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Como os diferentes tipos de articulações, como sinoviais, �brosas e cartilaginosas, contribuem para a mobilidade e estabilidade do corpo humano? Quais são as características histológicas dos ossos e como essas características contribuem para suas funções no organismo? A perna do corpo humano é formada por dois ossos, a tíbia e a fíbula, sendo a tíbia o maior dos dois ossos. Esse osso suporta a maior parte do peso corporal e é uma parte importante para a articulação do joelho e do tornozelo. Em se tratando de classi�cação, esse osso da perna é um osso longo, e é frequentemente fraturado. Os ossos longos dos membros inferiores incluem o fêmur, a tíbia e a fíbula. A tíbia pode ser fraturada de diversas formas. A gravidade da fratura geralmente depende da quantidade de força no acidente que a causou, em razão do qual a fíbula pode, muitas vezes, ser fraturada também. A entorse é uma lesão nos ligamentos que conectam os ossos entre si em uma articulação, enquanto a fratura é uma quebra no osso. A principal diferença entre elas é a estrutura afetada: nos casos de entorse, são os ligamentos, enquanto nas fraturas são os ossos. Uma fratura em �ssura pode ser identi�cada observando-se sua principal característica, em que as bordas ósseas permanecem muito próximas, com aspecto de rachadura ou fenda. Neste caso de entorse e fratura, é necessária a imobilização do membro com uso de gesso, talas ou órteses, sendo preciso evitar colocar peso sobre a perna por aproximadamente seis semanas. O tornozelo é crucial quando falamos de sustentação de peso e força para o corpo. Essas forças podem ser tão grandes (atingem até 10 vezes o peso corporal) durante algumas atividades que até mesmo pequenos desalinhamentos estruturais do esqueleto podem ocasionar problemas ortopédicos crônicos e intensos. Toda a força e todo peso que fazemos são distribuídos na junção das extremidades distais da tíbia e fíbula e da face superior do tálus. Ao descer as escadas, ocorre uma �exão do tornozelo, seguida de um movimento de inversão, o que aumenta o risco de entorse. A biomecânica do tornozelo e do pé, incluindo a estrutura dos ligamentos e a disposição dos ossos, torna essa região vulnerável a lesões quando submetida a esse tipo de movimento brusco. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR LAROSA, P. R. R. Anatomia Humana – Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. , Unidade 3 SISTEMA MUSCULAR Aula 1 Tecido muscular: origem, organização geral e histologia Tecido muscular: origem, organização geral e histologia Este conteúdo é um vídeo! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Você sabia que existem diferentes tipos de tecidos musculares no nosso organismo? Nesta videoaula, conheceremos os tecidos muscular liso, estriado esquelético e estriado cardíaco, um conteúdo fundamental para qualquer pro�ssional da área da saúde. A compreensão desses tecidos é crucial para diagnósticos precisos e intervenções e�cazes em diversas condições de saúde. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e fortalecer suas habilidades clínicas. Junte-se a nós nesta jornada de aprendizado e aprimoramento pro�ssional! Ponto de Partida Olá, estudante! Seja muito bem-vindo! Você já sabe que o nosso sistema esquelético é essencial para a sustentação e locomoção do nosso corpo, certo? A partir de agora vamos estudar outro sistema que é igualmente essencial para exercer essas funções: o sistema muscular. Enquanto o sistema esquelético fornece a estrutura básica, é o sistema muscular que gera os movimentos e fornece suporte necessário para locomoção e sustentação adequadas do corpo. Ambos os sistemas trabalham em conjunto de forma harmoniosa para permitir uma variedade de atividades físicas e garantir o funcionamento e�ciente do organismo. Você sabe como a organização geral e a histologia dos diferentes tipos de músculos se relacionam com suas funções especí�cas no corpo humano? Para responder essa questão, investigaremos a estrutura microscópica de cada tipo de músculo, suas características e localizações anatômicas no organismo. Aproveite essa oportunidade de aprendizado e esteja preparado para se surpreender com a complexidade e a beleza do sistema muscular. Ao �nal desta aula, esperamos que você esteja motivado a explorar ainda mais esse tema e aplicá-lo em sua futura jornada pro�ssional. Vamos lá? Vamos Começar! Podemos dizer que cerca de 40% a 50% do peso de uma pessoa corresponde aos seus músculos. Em quantidade, somam-se aproximadamente 600 músculos, distribuídos nos Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR diferentes membros e estruturas do corpo humano. O tecido muscular é um dos tecidos mais especializados e vitais do corpo humano. Sua especialização é evidenciada por suas quatro propriedades funcionais principais: Contratilidade: capacidade única do tecido muscular de encurtar-se ativamente em resposta a um estímulo adequado, permitindo que o corpo execute uma variedade de movimentos, desde os mais simples, como levantar um braço, até os mais complexos, como correr ou levantar pesos. Excitabilidade: também conhecida como irritabilidade, refere-se à capacidade das células musculares de responderem a estímulos elétricos ou nervosos. Quando um estímulo é recebido, ocorre uma série de reações químicas dentro da célula muscular que resultam na geração de um impulso elétrico, desencadeando a contração muscular. Extensibilidade: é a capacidade dos músculos de estenderem-se além do seu comprimento de repouso, ou seja, eles podem ser alongados sem causar danos às �bras musculares. A extensibilidade é crucial para garantir o movimento das articulações e prevenir lesões musculares durante atividades físicas. Elasticidade: se refere à capacidade dos músculos de retornarem ao seu comprimento original após serem esticados ou contraídos. Essa propriedade permite que os músculos se recuperem rapidamente após a contração, preparando-os para o próximo movimento. Essas propriedades funcionais do tecido muscular trabalham em conjunto permitindo as mais variadas atividades físicas e �siológicas do corpo humano. Tipos de tecido muscular O tecido muscular é composto por células alongadas, comumente chamadas de �bras musculares ou miócitos, que contêm em seu citoplasma proteínas motoras, denominadas mio�lamentos, responsáveis pela capacidade de contração: actina e miosina. Quando se trata de células musculares, alguns termos singulares são utilizados: a membrana celular é denominada sarcolema, o citoplasma é denominado sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso é o retículo sarcoplasmático. De acordo com suas características morfológicas e funcionais, podemos dividir e reconhecer três tipos de músculos no corpo humano: o músculo não estriado, também chamado de músculo liso; o músculo estriado esquelético; e o músculo estriado cardíaco. Preparado para conhecer as especi�cidades de cada um deles? Tecido muscular liso Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Este tecido é formado por células fusiformes, ou seja, alongadas e com extremidades a�ladas, chamadas �bras musculares lisas. Elas apresentam um núcleo central, alongado ou ondulado, caso as células estejam contraídas. A disposição dos feixes de �lamentos contráteis em diferentes planos faz com que as células desse músculo não apresentem estriações, fato pelo qual é denominado músculo liso. As �bras desse tecido são de contração lenta e involuntária, motivo pelo qual dizemos que os movimentos gerados por eles ocorrem independentemente da nossa vontade. Figura 1 | Exemplo de localização e a histologia do tecido muscular liso. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 140). No tecido conjuntivo presente entre as células musculares lisas, há terminações axônicas que liberam neurotransmissores que proporcionam a atividade contrátil do músculo. As células musculares lisas podem se dividir, o que permite o reparo do tecido lesado e o aumento de órgãos, como o útero durante a gravidez, por exemplo. Siga em Frente... Esses músculos podem ser encontrados nas paredes de estruturas internas ocas, como em vasos sanguíneos, vias respiratórias dos pulmões, esôfago, estômago, intestino, bexiga urinária, vesícula biliar e útero, sendo responsáveis pelos movimentos peristálticos, constrição de vasos sanguíneos e vias respiratórias, contração da bexiga urinária e da vesícula biliar. Tecido muscular estriado esquelético Esse tecido é formado por feixes de longas células originadas pela fusão de centenas de outras células precursoras, chamadas mioblastos. Esse fato as torna grandes, multinucleadas, Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR alongadas e com formato cilíndrico. Os núcleos das �bras musculares esqueléticas estão localizados na periferia. As células do músculo estriado esquelético possuem, em abundância, �lamentos de actina e de miosina, e organizam-se de forma com que seja possível observar estriações transversais ao microscópio de luz, conferindo o nome estriado a seu tecido. Os músculos estriados esqueléticos têm como característica �xarem-se aos ossos geralmente por meio de cordões �brosos que chamamos de tendões. Esse tipo muscular apresenta contração vigorosa e voluntária, e seus movimentos só acontecem por meio de nossa vontade. Figura 2 | Exemplo de localização e a histologia do tecido muscular estriado esquelético. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 140); e de Abrahamsohn (2016, p. 157). No adulto, as células musculares esqueléticas não se dividem. Entretanto, é possível que ocorra a formação de novas células, como no processo de reparo de uma lesão ou de hipertro�a decorrente do exercício intenso, por exemplo. Esse processo acontece com a divisão e fusão de mioblastos quiescentes, que são as chamadas células satélites. Estas apresentam características fusiformes, mononucleadas, com o núcleo escuro e menor do que aquele da célula muscular. Tecido muscular estriado cardíaco O tecido muscular estriado cardíaco constitui o músculo do coração, o miocárdio, promovendo os batimentos cardíacos, com contração vigorosa e involuntária. Este é formado por �bras cilíndricas, rami�cadas, com um ou dois núcleos em posição central, unidas por discos intercalares. Esse tecido também apresenta estriações devido ao arranjo dos �lamentos contráteis. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Localização e histologia do tecido muscular estriado cardíaco. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 140). Quase metade do volume das células do músculo estriado cardíaco é ocupado por mitocôndrias, devido à alta demanda energética do coração, garantindo que haja uma produção constante de ATP para suportar sua atividade contrátil contínua. Como o consumo de oxigênio por essas células é alto, há uma abundante quantidade de mioglobina, proteína responsável por se ligar ao oxigênio nos tecidos musculares. Outra característica é que os �lamentos contráteis de actina e miosina são arranjados nas mio�brilas (estruturas contráteis) através de invaginações da membrana plasmática, pelas cisternas do retículo sarcoplasmático e pelas numerosas mitocôndrias dispostas longitudinalmente. Apesar de apresentarem várias diferenças entre si, os tecidos musculares apresentam também algumas semelhanças: todos são derivados da mesoderme embrionária e são alongados e paralelos ao eixo de contração; além disso, apresentam numerosas mitocôndrias para atender às suas demandas energéticas. Ao compreendermos a complexidade e a diversidade desses tecidos, podemos apreciar melhor a incrível capacidade do corpo humano de se adaptar e funcionar de maneira harmoniosa. Nossa jornada pelos tecidos musculares é apenas o começo de uma compreensão mais profunda do sistema musculoesquelético e seu papel vital em nossa saúde e bem-estar. Vamos Exercitar? No ponto de partida, questionamos a relação entre a organização geral e a histologia dos diferentes tipos de músculos com suas funções especí�cas no corpo humano. Ao longo da aula, Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR exploramos os tipos de tecidos musculares e suas funções, destacando como cada tipo desempenha papéis distintos no corpo. A seguir, vamos entender um pouco mais desse assunto. Os músculos estriados esqueléticos são responsáveis pelo movimento voluntário, trabalhando em conjunto com os ossos e as articulações para produzir movimentos como caminhar, correr, levantar objetos, e mastigar, entre outras atividades do nosso cotidiano. Além de gerar movimento, muitos músculos esqueléticos inseridos nos ossos da coluna vertebral e dos membros inferiores participam na manutenção da estabilidade postural. A contração desse músculo ainda auxilia na produção do calor, mantendo a temperatura corporal dentro de uma faixa saudável, especialmente durante o exercício físico e em ambientes frios. Os músculos lisos auxiliam no movimento de materiais através de órgãos ocos, como o estômago, os intestinos, a bexiga e os vasos sanguíneos. Eles realizam contrações rítmicas para realizar processos como a digestão, peristaltismo intestinal, micção e controle da circulação sanguínea. Além disso, nos órgãos reprodutores femininos e masculinos, os músculos lisos desempenham papéis importantes na contração do útero durante o parto e na ejaculação durante o orgasmo masculino. Já o tecido muscular cardíaco é fundamental para a função cardíaca. Sua contração de forma rítmica e coordenada é responsável pelo batimento cardíaco, auxiliando no bombeamento de sangue para todo o corpo e mantendo a pressão sanguínea dentro de uma faixa adequada. Ao compreender a relação entre a organização e histologia dos tecidos musculares com suas funções, você, futuro pro�ssional da saúde, poderá melhor atender às necessidades de seus pacientes e promover uma prática clínica mais e�caz. Saiba mais Você pode conhecer um pouco mais da histologia dos tecidos muscular liso, estriado esquelético e estriado cardíaco acessando um material disponibilizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Leia o artigo “Tecido Muscular”. Referências ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. GARTNER, L. P. Atlas Colorido de Histologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/5Muscular.pdf Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR OVALLE, W. Netter Bases da Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. Aula 2 Sistema muscular: estrutura e organização dos músculos Sistema muscular: estrutura e organização dos músculos Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, mergulharemos nos fundamentos da estrutura musculoesquelética, explorando a composição da �bra muscular e seus envoltórios. Você está pronto para descobrir como esses elementos se combinam para permitir o movimento do corpo humano? Esses conceitos são essenciais para entender o funcionamento do corpo humano e são fundamentais para sua prática pro�ssional. Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá! Ponto de Partida Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Olá, estudante! Pronto para darmos continuidade ao nosso estudo do sistema muscular? Como você já sabe, os músculos do corpo humano apresentam diversas funções além de proporcionar movimentos essenciais como andar, comer e respirar. Eles são responsáveis também pela manutenção da postura e sustentação do corpo, manutenção da temperatura corporal, e movimento de substâncias pelo organismo, além de promover os batimentos cardíacos. Em geral, os músculos são constituídos por �bras musculares, também chamadas miócitos. Essas podem chegar a 30 cm de comprimento e são preenchidas por feixes longitudinais de mio�brilas, que são responsáveis pela contração muscular. As �bras musculares são agrupadas de acordo com o tipo de tecido que compõem, diferenciando-se no músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso. Nesta seção, vamos relembrar as funções desse sistema, aprofundando-nos na morfo�siologia das �bras musculares, especi�camente do músculo estriado esquelético, focando suas características anatômicas e estrutura microscópica. Preparado? Vamos Começar! Embora os ossos forneçam alavancas e constituam o esqueleto do corpo, sozinhos não são capazes de mover as partes do corpo. O movimento é resultado da interação entre a contração e o relaxamento dos músculos, que representam cerca de 40 a 60% do peso total do corpo adulto (dependendo da percentagem de gordura corporal, gênero e nível de atividade física). A força muscular deriva da função fundamental do músculo: converter energia química em energia mecânica para gerar força, realizar trabalho e produzir movimento. Ademais, os tecidos musculares desempenham várias funções essenciais, incluindo estabilização da posição do corpo, regulação do volume dos órgãos, geração de calor e promoção do transporte de líquidos e alimentos pelos diferentes sistemas do corpo. A estrutura musculoesquelética refere-se ao sistema formado pela combinação dos músculos esqueléticos e do sistema esquelético (ossos, cartilagens, articulações e ligamentos) no corpo humano. Esses dois sistemas trabalham juntos para fornecer suporte, movimento e proteção ao corpo. Vamos conhecer mais a respeito da estrutura do músculo esquelético a seguir. Estrutura do tecido muscular esquelético Cada músculo esquelético é um órgão completo, formado por �bras musculares, associadas com tecidos conjuntivos, vasos sanguíneos e nervos. As �bras de tecido conjuntivo que envolvem um músculo e seus componentes internos se estendem para fora do centro do músculo, formando tendões, os quais conectam os músculos aos ossos ou à derme da pele (Figura 1). Para compreender como ocorre a contração do músculo esquelético, primeiramente precisamos aprofundar nossos conhecimentos em sua anatomia. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A fáscia muscular é um tecido conjuntivo denso e resistente que envolve os músculos esqueléticos, mantendo suas �bras unidas e fornecendo proteção aos músculos. A fáscia muscular ainda facilita a mobilidade dos músculos, além de alojar nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Três camadas de tecido conjuntivo se estendem da fáscia para proteger e fortalecer o músculo esquelético: o epimísio, que circunda todo o músculo externamente; o perimísio, uma camada que circunda um grupo de �bras para formar um feixe ou um fascículo; e o endomísio, que circunda cada �bra individualmente (Figura 1). Figura 1 | Organização do músculo esquelético e seus revestimentos de tecido conjuntivo. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 307). A aponeurose é uma expansão ou lâmina plana de tecido conjuntivo que se assemelha a um tendão, mas é mais ampla em sua forma. Ela é uma continuação da fáscia muscular e serve da temperatura corporal, promovendo o resfriamento do organismo. Além disso, os vasos sanguíneos presentes na derme se dilatam, aumentando o �uxo sanguíneo e favorecendo a dissipação do calor no corpo. Já em resposta à baixa temperatura ambiente, a produção de suor é reduzida, contribuindo para a conservação de calor, e ocorre a vasoconstrição dos vasos sanguíneos, diminuindo o �uxo sanguíneo cutâneo e reduzindo a perda de calor do corpo. O sistema tegumentar conta com diversos receptores sensoriais que permitem detectar toque, pressão, vibração e cócegas, bem como calor e frio, contribuindo para a interação do corpo com o ambiente. A pele ainda tem um pequeno papel de excreção e absorção, promovendo a eliminação de substâncias do corpo e na passagem de substâncias do ambiente externo para o ambiente interno. Quando exposta à luz solar, a pele produz 7-dehidrocolesterol, uma substância precursora que pode ser convertida em vitamina D, um nutriente essencial para a saúde dos ossos e do sistema imunológico. Apenas uma pequena quantidade de exposição à luz ultravioleta, cerca de 10 a 15 minutos, duas vezes por semana, é necessária para a síntese de vitamina D. Em suma, o sistema tegumentar desempenha um papel vital na manutenção da homeostase e na proteção do corpo humano. Suas diversas funções destacam a importância crítica da pele e seus anexos para o funcionamento saudável do organismo. Compreender as complexidades do sistema tegumentar não apenas nos fornece insights sobre a �siologia humana, mas também nos instiga a valorizar e cuidar adequadamente dessa barreira vital entre o corpo e o ambiente externo. Vamos Exercitar? Agora que você já conhece a embriogênese do sistema tegumentar, bem como sua estrutura básica e suas funções, vamos pensar na questão que abordamos no início da aula: como as interações entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele in�uenciam a manutenção da homeostasia do corpo humano ao longo da vida? As interações entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele desempenham um papel crucial na manutenção da homeostasia do corpo humano ao longo da vida. Durante a embriogênese, a formação adequada da pele é fundamental para estabelecer uma barreira protetora e�caz contra lesões, infecções e danos ambientais. Essa integridade Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR estrutural é essencial para as funções �siológicas da pele, como regulação da temperatura corporal, sensação tátil, excreção de substâncias indesejadas e síntese de vitamina D. Ao longo da vida, as funções �siológicas da pele são mantidas por meio de processos contínuos de renovação celular, regulação da produção de sebo e suor, e resposta a estímulos ambientais. Qualquer perturbação nos processos de embriogênese ou nas funções �siológicas da pele pode levar a desequilíbrios na homeostasia corporal. Por exemplo, anomalias no desenvolvimento embrionário da pele podem resultar em condições dermatológicas congênitas, enquanto distúrbios na regulação da temperatura corporal podem levar a hipertermia ou hipotermia. Portanto, a integração entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele é essencial para garantir a homeostasia do corpo humano ao longo da vida. Uma compreensão mais profunda dessas interações pode ajudar a identi�car e tratar problemas de saúde relacionados à pele e manter o equilíbrio interno do organismo. Saiba mais A pele é mais do que uma simples barreira física; ela é uma fábrica natural de vitamina D quando exposta à luz solar. Essa vitamina desempenha um papel vital na absorção de cálcio e fósforo, fundamentais para a saúde óssea. Além disso, a vitamina D está envolvida na regulação do sistema imunológico, ajudando a proteger o corpo contra infecções e doenças autoimunes. Portanto, cuidar da saúde da pele e garantir exposição solar adequada são medidas essenciais para manter níveis saudáveis de vitamina D e promover o bem-estar geral do organismo. Faça a leitura do artigo a seguir para conhecer mais sobre a importância dessa vitamina para o nosso organismo. “Vitamina D – Aspectos Fisiológicos, Nutricionais, Imunológicos, Genéticos. Ações em doenças autoimunes, tumorais, infecciosas. Funções musculoesqueléticas e cognitivas”. Referências ANDERSON, B. Sistema Tegumentar. Volume 4. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. PAWLINA, W. Ross Histologia. Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/210547 https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/210547 Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 2 Fisiologia do sistema tegumentar: Epiderme Fisiologia do sistema tegumentar: Epiderme Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Você já se perguntou como as células da nossa epiderme trabalham para proteger o nosso corpo? Nesta videoaula, vamos explorar o fascinante mundo do tecido epitelial. Você vai conhecer as diversas camadas da epiderme, e explorar a função das suas células como barreira protetora. Prepare-se para uma jornada educacional envolvente e aprofunde seu conhecimento em �siologia e histologia humana. Vamos lá? Ponto de Partida Olá, estudante! Nesta aula, conheceremos a �siologia e a histologia da epiderme, a camada mais externa e visível da pele. A epiderme é a primeira linha de defesa do corpo contra agentes externos, crucial para a proteção contra infecções e prevenção da perda de água. Compreender a estrutura e as funções da epiderme é fundamental para entendermos como a pele desempenha seu papel na manutenção da saúde e integridade do organismo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ao estudar sobre tecidos, células e camadas que compõem a epiderme, você ganhará um conhecimento valioso que pode ser aplicado em diversas áreas da sua prática pro�ssional. Então, mergulhe de cabeça neste estudo, pois o conhecimento que você adquirir aqui será um valioso instrumento em sua jornada pro�ssional! Vamos Começar! A epiderme é a camada mais externa da pele, composta de epitélio pavimentoso estrati�cado queratinizado, e isso signi�ca que a epiderme é um tecido avascular (epitélio), composto por várias camadas de células achatadas (pavimentosas), organizadas em múltiplos estratos (estrati�cados) e que produzem queratina. Dessa forma, existem diversas camadas de células na epiderme, denominadas também como estratos, que se estendem da camada basal mais profunda até o estrato córneo mais super�cial, a camada córnea. Vamos conhecer um pouco mais sobre as camadas que compõem a epiderme, as células e suas funções? Células da epiderme Além das células que compõem o tecido epitelial, a epiderme apresenta células importantes para a manutenção de suas funções, como queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e de Merkel. Os queratinócitos são encontrados em grande quantidade na epiderme, representando cerca de 90% das células epidérmicas. Essas células produzem queratina, uma proteína rígida e �brosa que garante a resistência da pele e sua impermeabilização, além de protegê-la do calor, de microrganismos e agentes químicos. Os queratinócitos também sintetizam grânulos lamelares, que liberam para conectar músculos entre si ou a estruturas ósseas. As aponeuroses são frequentemente encontradas em áreas onde músculos têm inserções amplas ou nas quais é necessária uma distribuição uniforme de força, como na parede abdominal e no crânio. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Os músculos esqueléticos são bem supridos de nervos e vasos sanguíneos, essenciais para suas funções. De forma geral, uma artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que penetra em um músculo esquelético. Além disso, cada �bra muscular esquelética está em contato próximo com capilares sanguíneos, responsáveis por fornecer oxigênio, nutrientes e remover produtos residuais do metabolismo muscular. Os neurônios motores somáticos são responsáveis por estimular os músculos a se contrair; seus corpos celulares estão localizados no encéfalo e na medula espinhal, e seus axônios se estendem até um grupo de �bras musculares esqueléticas. No perimísio, os axônios dos neurônios motores se rami�cam, alcançando o centro de uma �bra muscular. Esses pontos de contato entre os axônios e as �bras musculares são conhecidos como sinapses ou junções neuromusculares. Cada neurônio motor inerva várias �bras musculares, enquanto cada �bra muscular recebe um ramo de um axônio (Figura 2). Geralmente, os músculos são inervados por mais de um neurônio, garantindo uma coordenação e�caz da contração muscular. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Junção neuromuscular. Fonte: Waugh (2021, p. 457). Siga em Frente... Estrutura microscópica de uma �bra muscular esquelética A contração de todo o músculo esquelético ocorre porque as �bras musculares são coordenadas individualmente. A seguir, vamos conhecer sua estrutura microscópica. Quando observamos no microscópico, as células musculares esqueléticas apresentam formato cilíndrico, paralelas umas às outras e com uma distinta aparência de bandas (listras) claras e Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR escuras. Cada �bra muscular tem vários núcleos periféricos, encontrados logo abaixo do sarcolema (membrana celular da �bra muscular). Ao longo do sarcolema encontramos muitas invaginações, semelhantes a tubos, chamadas túbulos transversos ou túbulos T, conectando o ambiente extracelular com o interior da �bra muscular, permitindo a propagação do potencial de ação pela �bra muscular, desencadeando a contração muscular. Os túbulos T estão associados com o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático da �bra muscular), que armazena íons de cálcio necessários para a contração. Ainda no sarcoplasma (citoplasma da �bra muscular), existem diversas mitocôndrias, essenciais para a síntese de ATP e a mioglobina, uma proteína responsável por transportar e armazenar oxigênio nos músculos esqueléticos. As principais estruturas intracelulares dos músculos estriados são as mio�brilas, que consistem em feixes altamente organizados de proteínas contráteis e elásticas, desempenhando um papel fundamental na contração muscular. Cada �bra muscular abriga milhares de mio�brilas, ocupando a maior parte do volume intracelular. Os dois principais tipos de �lamentos de proteínas, chamados mio�lamentos, são os mio�lamentos de actina e mio�lamentos de miosina. Os mio�lamentos de actina são os �lamentos �nos, formados por uma cadeia dupla de monômeros de actina globular (G-actina), que se associam e formam um �lamento helicoidal (Figura 3-B). Além da actina, encontramos nesses mio�lamentos proteínas regulatórias, que controlam o processo de contração muscular, a tropomiosina e a troponina. Em cada molécula de actina existe um local para ligação da miosina. Os mio�lamentos de miosina são �lamentos grossos, compostos por várias moléculas de miosina alongadas. Cada molécula de miosina tem uma cauda longa e uma cabeça globular. A cabeça globular da miosina contém sítios de ligação para o ATP e para a actina (Figura 3-A). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Estrutura dos mio�lamentos de actina (�nos) e de miosina (grossos). Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 313). Os mio�lamentos de actina e miosina se organizam em unidades altamente estruturadas chamadas sarcômeros, os quais se ligam de ponta a ponta para formar as mio�brilas. Os sarcômeros são limitados em cada extremidade por uma faixa densa, conhecida como linha Z, onde as �bras de actina se ancoram. As linhas Z são linhas escurecidas encontradas nas chamadas Bandas I, que apresentam coloração clara na análise microscópica de amostra corada, compostas de �lamentos �nos. Além da Banda I, temos outra faixa, de coloração escura, chamada Banda A, formada por �lamentos �nos intercalados por �lamentos grossos, que também tem uma zona mais clara em seu centro, chamada de Banda H, a qual, por sua vez, só conta com �lamentos grossos. No meio do sarcômero encontra-se a linha M, com os mio�lamentos de miosina projetando-se de ambos os lados dela. As extremidades dos mio�lamentos de miosina sobrepõem-se às extremidades dos mio�lamentos de actina, arranjo essencial para a ligação entre elas e para que ocorra a contração muscular. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 4 | Disposição dos mio�lamentos dentro do sarcômero. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 312). Nesta aula, exploramos os fundamentos essenciais da estrutura musculoesquelética, desvendamos os segredos da composição da �bra muscular e investigamos os envoltórios musculares que protegem e sustentam nosso sistema locomotor. Como pro�ssional da área da saúde, é importante que você conheça não somente as funções e os principais músculos do corpo humano, mas também que desenvolva um conhecimento sólido, e que você seja capaz de compreender o sistema muscular, desde sua composição microscópica até sua �siologia. Vamos Exercitar? Para aplicar na prática um pouco do que aprendemos nesta aula, considere a seguinte situação hipotética: um atleta de resistência, que geralmente pratica corrida de longa distância, sofre uma lesão no joelho durante um treino intenso. Como resultado, ele é orientado pelo médico a reduzir drasticamente sua atividade física por várias semanas para permitir a recuperação completa. Durante esse período de inatividade, o atleta nota uma signi�cativa diminuição na massa muscular da perna afetada. Enquanto isso, um colega de treino que está focado em treinamento de força intensivo há vários meses tem notado um aumento notável na massa muscular. Ambos os atletas estão enfrentando desa�os relacionados à hipertro�a e atro�a muscular. Você sabe o que signi�ca hipertro�a e atro�a muscular? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Na situação apresentada, tanto o atleta de resistência lesionado quanto o colega de treino focado em treinamento de força estão enfrentando diferentes desa�os musculares. A hipertro�a muscular, caracterizada pelo aumento no tamanho das �bras musculares devido à produção aumentada de mio�brilas, mitocôndrias e retículo sarcoplasmático, é observada no colega de treino que se dedicou ao treinamento de força intensivo. Esse aumento na massa muscular resulta em músculos capazes de realizar contrações mais vigorosas, proporcionando-lhe vantagens no desempenho atlético. Por outro lado, o atleta de resistência lesionado está lidando com a atro�a muscular devido à inatividade prolongada causada pela lesão no joelho. Durante esse período de recuperação, a falta de estímulo muscular leva à perda progressiva de mio�brilas, resultando em uma diminuição no tamanho das �bras musculares afetadas. Essa atro�a por desuso é reversível, desde que o atleta recupere sua mobilidade e retome o treinamento adequado. No entanto, se a inervação muscular for interrompida, como em casos de atro�a por desnervação, as �bras musculares podem ser irreversivelmente substituídas por tecido conjuntivo �broso, causando uma diminuição signi�cativa na função muscular. Saiba mais Você já ouviu falar da distro�a muscular de Duchenne? Esta é uma doença genética rara que afeta predominantemente os meninos e causa fraqueza muscular progressiva. Esta doença requer uma equipe multidisciplinar trabalhando em conjunto para realizar um diagnóstico precoce, monitorar a progressão da doença e implementar intervenções terapêuticas adequadas. Saiba mais a respeito dessa condição no artigo disponível no site da Associação Brasileira de Distro�a Muscular (ABDIM). Sugerimos, também, assistir ao vídeo disponível no site “Movimento Duchenne”, para entender de uma forma bastante didática essa doença. Referências SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2017. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. https://abdim.org/distrofia-muscular/duchenne/ https://abdim.org/distrofia-muscular/duchenne/ https://movimentoduchenne.com.br/videos-dmd/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 3 A contração muscular: metabolismo A contração muscular: metabolismo Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar os processos envolvidos na contração muscular, desde os diferentes tipos de �bras musculares até as diversas formas de contração, como concêntrica, excêntrica e isométrica. Esses conteúdos são essenciais para sua prática pro�ssional, fornecendo conhecimentos valiosos acerca do funcionamento do sistema musculoesquelético. Está preparado para aprofundar seus conhecimentos e aprimorar suas habilidades clínicas? Vamos lá! Ponto de Partida Olá, estudante! Você conheceu, anteriormente, um pouco da anatomia e da �siologia da �bra muscular esquelética. Nesta aula, iniciaremos o estudo da contração muscular, a �m de que você compreenda melhor como ocorre o movimento do músculo, e saiba quais são os tipos de contração muscular e os tipos de �bras musculares. Para aplicar na prática esse conteúdo, considere uma situação em que atletas de �siculturismo treinam pesado para conseguir como objetivo músculos de�nidos e hipertro�a muscular. Como você, futuro pro�ssional da saúde, explicaria o mecanismo da contração muscular, possibilitando Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR o movimento durante a realização do exercício? Como você simpli�caria esse processo para explicá-lo a uma pessoa leiga? Para que você seja capaz de responder a questões como essas, nesta aula você conhecerá os tipos de �bras musculares esqueléticas e como acontece a contração muscular. Compreenderá, ainda, os tipos de contração muscular, contextualizando o conteúdo. Preparado? Vamos Começar! Os músculos, conceitualmente, são estruturas que, juntamente com os componentes de nosso esqueleto e por meio de contrações musculares, são capazes de gerar os movimentos do corpo humano. Esse movimento é proporcionado por células especializadas denominadas �bras musculares, que você já conheceu anteriormente. A energia latente das �bras musculares é controlada pelo sistema nervoso. A grande maioria dos animais conta tanto com células nervosas quanto com musculares, e em todos eles o mecanismo de funcionamento dessas células é exatamente o mesmo, o que vamos estudar nesta aula. Apesar de a coordenação interna do organismo ser função do sistema nervoso e a recepção das mensagens provenientes do meio ambiente ser função do nosso sistema sensorial, a resposta a esses estímulos, geralmente representada por um movimento, é papel do sistema muscular. Para iniciarmos nosso estudo sobre a contração muscular, vamos antes relembrar a estrutura da �bra muscular e conhecer seus tipos. As �bras musculares são compostas de �lamentos proteicos contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses mio�lamentos, também chamados de mio�brilas, são diferenciados um do outro pelo seu peso molecular, sendo maior no �lamento de miosina do que no de actina (Figura 1). É a interação desses mio�lamentos que vai desencadear a contração muscular, devido à interação destas duas proteínas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Organização do músculo estriado esquelético, do nível macroscópico ao molecular. Fonte: acervo Kroton. O corpo humano é formado por mais de 600 músculos esqueléticos que permitem que nos movimentarmos rapidamente, reagirmos a estímulos, gerarmos potência durante um chute ou soco, e suportarmos horas de exercícios físicos, entre outros in�nitos exemplos. O conjunto desses músculos é chamado de massa muscular, e esta é composta por dois tipos principais de �bras musculares que apresentam coloração vermelha ou branca, chamadas de tipo I e tipo II, respectivamente. As �bras vermelhas, de tipo I, são �bras de contração lenta, enquanto as �bras brancas, de tipo II, têm contração rápida. Essa divisão foi realizada por pesquisadores que se basearam, principalmente, em suas características contráteis e metabólicas, como podemos ver no Quadro 1. Tipo I (Vermelhas) Tipo II (Brancas) Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Contração lenta Contração rápida Grande quantidade de mitocôndrias e mioglobina (confere coloração avermelhada) Pequena quantidade de mitocôndrias e mioglobina Sistema de energia utilizado: aeróbico Sistema de energia utilizado: anaeróbico Oxidativa: utiliza oxigênio como principal fonte de energia Glicolítica: utiliza a fosfocreatina e glicose como fonte de energia Altamente resistentes à fadiga Fadigam rapidamente Mais apropriadas para exercícios de longa duração Proporcionam movimentos rápidos e poderosos Predominam em atividades aeróbicas de longa duração como natação e corrida Predominam em atividades de alta intensidade e curta duração como basquete, futebol, musculação, entre outras Quadro 1 | Características das �bras vermelhas e �bras brancas. Fonte: elaborado pela autora. Ambos os tipos de �bras estão presentes em todos os grupos musculares do nosso organismo, entretanto, observa-se que há o predomínio de um tipo sobre o outro que vai depender do músculo, de fatores genéticos e do tipo de treinamento físico realizado. Por exemplo, durante um jogo de futebol, ambos os tipos de �bras contribuem para a execução do movimento do atleta, o que muda é o número de unidades de cada tipo que estarão em atividade. Contração muscular Voltando nossa linha de raciocínio para a contração muscular, o ciclo de contração muscular é um processo complexo, que envolve várias etapas. Vamos conhecer as principais etapas do ciclo de contração muscular a seguir. A primeira etapa é o estímulo nervoso: a �bra muscular se contrai em resposta a um impulso nervoso, que chega à junção neuromuscular, onde ocorre a liberação de neurotransmissores, principalmente a acetilcolina. A acetilcolina liberada na junção neuromuscular se liga aos receptores da membrana da �bra muscular, provocando uma despolarização localizada da membrana, desencadeando a propagação de um potencial de ação ao longo de toda a �bra Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR muscular. O potencial de ação viaja ao longo dos túbulos T, estimulando a liberação de íons de cálcio (Ca++) do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma (Figura 2). Figura 2 | Primeiras etapas do ciclo de contração muscular: estímulo nervoso, liberação de acetilcolina (ACh), potencial de ação e liberação dos íons de Ca++. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 324). Em seguida, o Ca++ liberado pelo retículo sarcoplasmático se liga à troponina no �lamento �no, promovendo a liberação dos sítios de ligação de miosina na actina, desencadeando, dessa forma, a ligação de actina e miosina entre si, formando as chamadas pontes cruzadas. A cabeça de miosina tem um sítio de ligação de ATP (trifosfato de adenosina), que promove a hidrólise do ATP, gerando energia necessária para que os �lamentos de actina e miosina deslizem uns sobre os outros. Esse movimento puxa as linhas Z em cada extremidade do sarcômero mais próximas umas das outras, encurtando-o. Esse processo é conhecido como teoria do �lamento deslizante (Figura 3). Quando um número su�ciente de �bras musculares é estimulado simultaneamente, ocorre um encurtamento geral do músculo, conhecido como contração muscular. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Mecanismo do �lamento deslizante na contração muscular. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 316). Quando o estímulo nervoso cessa, o cálcio é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático, e a troponina retorna à sua conformação original, bloqueando os sítios de ligação de miosina na actina. Com a remoção do cálcio do sarcoplasma, as pontes cruzadas não podem mais se formar, e os �lamentos de actina retornam à sua posição inicial, resultando no relaxamento muscular. Siga em Frente... Tipos de contração muscular As contrações musculares podem ser isométricas ou isotônicas, a vamos entender as diferenças entre elas a seguir. A contração isométrica é um tipo de contração muscular na qual não o comprimento do músculo não muda, no entanto, há geração de força muscular. Nesse tipo de contração, os �lamentos de actina e miosina interagem e geram tensão, mas essa tensão não é su�ciente para superar uma resistência externa ou produzir um movimento visível nas articulações. Podemos citar, como exemplo, a contração isométrica dos músculos posturais do corpo que mantêm a coluna ereta Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR enquanto uma pessoa está sentada ou de pé, ou, então, durante um exercício de prancha abdominal, em que os músculos do core abdominal são ativados para manter o corpo em linha reta. Já a contração isotônica é um tipo de contração muscular em que a força de contração desenvolvida pelo músculo permanece quase constante enquanto o músculo altera seu comprimento. Esse tipo de contração é utilizada para realizar os movimentos corporais e mover objetos, por exemplo. Existem dois tipos de contração isotônica: concêntrica e excêntrica. Na contração isotônica concêntrica o músculo se encurta enquanto gera força; isso acontece quando o músculo supera a resistência externa e realiza um movimento. Na contração isotônica excêntrica o músculo se alonga enquanto gera força. Isso acontece quando o músculo está sob tensão, mas a força exercida sobre ele é maior do que a força que ele pode gerar, resultando em um movimento de alongamento. Por exemplo, quando você está com um haltere na mão e �exiona os cotovelos levando o haltere até o ombro, ocorreu uma contração isotônica concêntrica (encurtamento) do bíceps. Agora, imagine-se estendendo os cotovelos lentamente, resistindo à força gravitacional: neste momento, está ocorrendo uma contração isotônica excêntrica (alongamento) do bíceps. Se você segurar esse haltere, mantendo-o à sua frente na altura dos ombros, os músculos do seu braço estarão gerando força, mas não movimento, resultando em uma contração isométrica. O estudo das �bras musculares, o processo de contração muscular e os tipos de contrações nos trazem uma visão ampla do funcionamento intrincado dos nossos músculos. Esses conhecimentos são essenciais para entendermos como nossos corpos respondem ao movimento e adaptam-se a diferentes demandas físicas. Ao integrar esses conhecimentos em suas práticas pro�ssionais, pro�ssionais da saúde podem desenvolver estratégias mais e�cazes de reabilitação, prescrição de exercícios e manejo de condições musculoesqueléticas. Vamos Exercitar? Retomando a situação do início da aula, na qual os atletas de �siculturismo treinam pesado para conseguir como objetivo músculos de�nidos e hipertro�a muscular, como você, futuro pro�ssional da saúde, explicaria o mecanismo da contração muscular, possibilitando o movimento durante a realização do exercício? Como você simpli�caria esse processo para explicá-lo a uma pessoa leiga? De forma geral, podemos de�nir que a contração muscular ocorre por um mecanismo de deslizamento dos �lamentos de actina e miosina. Esse deslizamento é causado por forças mecânicas geradas pela interação desses �lamentos entre si. Nas condições de repouso, essas Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR forças são inibidas, entretanto, quando um potencial de ação passa pela membrana da �bra muscular, íons cálcio são liberados, iniciando a contração. Para que o processo de contração muscular continue, é necessário energia, pois, quando um músculo se contrai, ele realiza trabalho com consumo de energia – que é proveniente, principalmente, dos carboidratos presentes em nossos alimentos. No contexto do ganho de massa muscular, atletas precisam fornecer ao corpo, além do estímulo com exercício de força, combustíveis como proteínas magras, carboidratos e gorduras boas. Embora as células musculares pre�ram utilizar os carboidratos como fonte de energia, em casos de escassez, o organismo recorre às proteínas dos tecidos, incluindo o tecido muscular, para a produção de energia, atrapalhando o processe de hipertro�a. Essa preferência dos carboidratos como fonte de energia destaca a importância de uma dieta balanceada para o suporte adequado das demandas energéticas durante o treinamento e recuperação muscular. Saiba mais Como você viu, nossos músculos precisam de uma grande quantidade energia para a contração muscular, mas você sabe como ocorre a produção do ATP nas �bras musculares? Para compreender o assunto, faça a leitura do tópico “10.4. Metabolismo Muscular” disponível no Capítulo 10, página 325 do livro Princípios de Anatomia e Fisiologia, disponível na Biblioteca Virtual. Referências SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2017. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WARD, P. J. Netter Sistema Musculoesquelético Integrado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739368/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Aula 4 Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você vai compreender os princípios gerais da anatomia musculoesquelética, além de conhecer os principais músculos responsáveis por nossas expressões faciais e movimentos do nosso cotidiano. Esse conteúdo é essencial para sua atuação pro�ssional porque esses conhecimentos são a base para a compreensão do funcionamento do corpo humano. Prepare-se para essa jornada de conhecimento, e vamos lá! Ponto de Partida Vamos dar sequência à construção do nosso conhecimento sobre os músculos do corpo humano? Nesta aula, continuaremos a falar deles, focando os músculos estriados esqueléticos em especial. Os músculos são essenciais para nossa existência e funcionamento diário. Eles nos permitem realizar uma in�nidade de atividades, desde caminhar e falar até coisas simples como piscar os olhos ou segurar um livro. Além disso, mesmo quando estamos em repouso, nossos músculos continuam trabalhando. Os músculos posturais mantêm nossa postura quando estamos sentados ou em pé, enquanto os músculos respiratórios garantem que continuemos a respirar, mesmo durante o sono. Em todas as formas de comunicação, nossos músculos esqueléticos desempenham um papel crucial, seja para escrever, digitar, falar ou até mesmo transmitir mensagens silenciosas com expressões faciais ou sinais manuais. Em resumo, sem os nossos Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR músculos, estaríamos limitados e incapazes de realizar as atividades mais básicas da vida cotidiana. Assim como estudamos os principais ossos do corpo humano, vamos conhecer os principais músculos estriados esqueléticos que possuímos, bem como sua localização. Esse conhecimento será fundamental em sua atividade pro�ssional na área da saúde, seja qual for sua especialidade. A �m de facilitar nosso estudo sobre os músculos do corpo, bem como sua localização, dividiremos o corpo em quatro regiões: cabeça e pescoço; tórax, abdome e torso; membros superiores; e membros inferiores, e estudaremos alguns dos músculos destas regiões. Vamos lá? Vamos Começar! Princípios gerais da anatomia musculoesquelética A maioria dos músculos esqueléticos se estendem de um osso ao outro, atravessando pelo menos uma articulação. Quando esses músculos se contraem, geram movimento, aplicando força nos tendões, que, por sua vez, tracionam os ossos ou outras estruturas, como a pele. Quando um músculo se contrai, ele também se encurta. Nesse movimento, uma de suas extremidades geralmente permanece �xa, enquanto a outra extremidade, que é mais móvel, é puxada em direção a ele, resultando em movimentação de um dado membro. As �xações musculares são chamadas didaticamente de origem e inserção. A origem geralmente é a extremidade do músculo e permanece �xa durante a contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que não se desloca, sendo um ponto de apoio �xo. Já a inserção, em contrapartida, corresponde à extremidade do músculo que se movimenta durante a contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que se desloca, sendo um ponto de apoio móvel. Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e sua inserção é distal, entretanto pode haver casos nos quais o músculo altera seus pontos de origem e inserção em determinados movimentos. Assim como você estudou no sistema ósseo, os músculos esqueléticos também têm diferentes classi�cações. Eles podem ser classi�cados quanto à sua localização, forma, orientação da �bra muscular, função e/ou nomenclatura. Vamos conhecer cada uma delas? Quanto à sua localização, os músculos podem ser classi�cados em super�ciais ou cutâneos, e são aqueles que se encontram logo abaixo da pele, apresentando, no mínimo, uma de suas inserções na camada profunda da derme. Esse tipo muscular está localizado na cabeça (crânio e face), pescoço e também na mão (região hipotenar). Ainda quanto à sua localização, os músculos podem ser classi�cados em profundos, e, na maioria das vezes, se inserem em ossos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A forma e o tamanho do músculo in�uenciam totalmente seu grau de contração e quantidade de força que ele gera. Quando à sua forma, os músculos podem ser classi�cados de acordo com a organização que suas �bras apresentam em relação aos tendões; assim, temos as seguintes classi�cações: paralelo, fusiforme, circular, triangular ou peniforme. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Quadro 1 | Classi�cação da forma dos músculos em relação à organização de suas �bras. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 348). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Já quanto à orientação da �bra, podemos classi�car os músculos como retos, quando se encontram em paralelo à linha mediana; transversos, quando as �bras se encontram perpendiculares à linha mediana; ou oblíquos, quando as �bras se encontram em diagonal à linha mediana. Quanto à função, por sua vez, os músculos esqueléticos classi�cam-se como agonistas, que são aqueles que ativam um movimento especí�co do corpo, contraindo-se ativamente para produzir um movimento desejado; antagonistas, que se opõem à ação dos agonistas (por exemplo, quando um músculo agonista se contrai, o antagonista se relaxa progressivamente de forma a produzir um movimento suave); sinergistas, que são aqueles que auxiliam a movimentação principal do músculo ou estabilizam as articulações para que não ocorram movimentos incorretos durante a ação principal; e os �xadores, que estabilizam a origem do agonista, possibilitando que ele seja mais e�ciente. Por último, em relação à sua nomenclatura, podemos dizer que o nome que os músculos recebem depende de vários fatores, como direção dos fascículos musculares em relação à linha mediana do corpo, tamanho, forma, ação, número de origens, localização, origem e inserção. Por exemplo, o músculo reto do abdome recebe esse nome pois seus fascículos estão paralelos à linha mediana do corpo; o músculo adutor magno recebe esse nome pois é grande (magno) e sua ação principal é a adução; em relação à forma, podemos citar o deltoide, que tem forma triangular. O número de origens está relacionado ao número de tendões na origem do músculo, como o bíceps, que tem duas origens, e o quadríceps, com quatro origens. Referente à localização, temos como exemplo o músculo �exor super�cial dos dedos, que recebe esse nome por se encontrar logo abaixo da pele. Principais músculos da face, pescoço e tronco Inicialmente, na região da cabeça e do pescoço, temos como principais músculos a serem memorizados aqueles que nos permitem movimentos como os de mastigar, realizar expressões faciais ou mover a cabeça. Dentre os principais músculos da face estão: frontal, temporal, orbicular dos olhos, prócero, corrugador, orbicular da boca, levantador do lábio superior, zigomático maior e menor, nasal e masseter, todos ilustrados na Figura 1. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Principais músculos da face. Fonte: elaborada pela autora, adaptada de OVID (2018). Dentre os principais músculos do pescoço, podemos citar: platisma, trapézio e o esternocleidomastoideo, todos ilustrados na Figura 2. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Principais músculos do pescoço. Fonte: elaborada pela autora, adaptada de OVID (2018). Já no tronco, estão localizados os músculos que nos permitem a respiração e mantêm o corpo em posição ereta, por exemplo, além de permitir outros movimentos. Temos seis pares de grandes músculos na região do dorso: trapézio (também faz parte da musculatura do pescoço), latíssimo do dorso, redondo maior, psoas, quadrado lombar e os eretores da espinha (Figura 3). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Principais músculos do dorso. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 460 e 461). Na parede abdominal temos quatro principais pares de músculos: reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e o transverso do abdome (Figura 4). Figura 4 | Principais músculos da parede abdominal. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 462). Siga em Frente... Principais músculos dos membros superiores e inferiores Nos membros superiores e inferiores, encontramos os principais músculos que nos permitem grandes movimentos, �exibilidade e locomoção. Nos membros superiores, estão aqueles músculos que nos proporcionam movimentos de grandes amplitudes e aqueles de delicadezas nas tarefas realizadas; em contrapartida; nos membros inferiores, estão aqueles que nos permitem a deambulação, ou seja, andar, e estes são considerados extremamente fortes. Dentre os músculos dos membros superiores, é importante que você conheça os principais: deltoides e trapézio (músculos do ombro), bíceps braquial, tríceps braquial e músculo braquial Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR (músculos do braço), pronador redondo, braquiorradial, �exores e extensores do carpo (músculos do antebraço), músculos tenares, hipotênares e lumbricais (músculos das mãos e dedos) (Figura 5). Figura 5 | Principais músculos dos membros superiores: vista anterior e posterior. Fonte: Waugh (2021, p. 463). Nos membros inferiores, por sua vez, devemos dar maior atenção para os glúteos (máximo, médio e mínimo), quadríceps femoral (reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio), sartório, �bulares (longo e curto), gastrocnêmio e sóleo, identi�cados na Figura 6. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 6 | Principais músculos dos membros inferiores: vista anterior (A) e posterior (B). Fonte: Waugh (2021, p. 466). É importante ressaltar que os músculos citados, obviamente, não contabilizam todos os músculos do corpo humano. Lembre-se de que nesta aula focamos nosso estudo em apenas um tipo de músculo: o estriado esquelético. Não podemos nos esquecer de que existem ainda o músculo liso, como os do estômago, esôfago, intestino e outros órgãos, e o músculo estriado cardíaco, presente em nosso coração. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Vamos Exercitar? Para aplicarmos na prática o conteúdo estudado nesta aula, considere a seguinte situação: durante uma sessão de treinamento na academia, um praticante de musculação está realizando o exercício de rosca direta com halteres. Enquanto ele executa o movimento, surge uma dúvida em relação à biomecânica desse exercício. Como você responderia a esse questionamento? Quais músculos do corpo são recrutados durante o exercício de rosca direta? Como esses músculos se classi�cam funcionalmente em termos de sua ação durante o movimento? Além disso, você seria capaz de descrever a origem e inserção desses músculos? Para responder a esses questionamentos, primeiramente é importante lembrar o que é o exercício de rosca direta. A rosca direta é um exercício de isolamento, que visa principalmente trabalhar os músculos anteriores do braço. O movimento consiste na �exão do cotovelo: o antebraço é trazido em direção ao ombro, contra a resistência de um peso, como um halter ou uma barra. Durante o exercício de rosca direta com halteres, os principais músculos trabalhados são o bíceps braquial e o músculo braquial. Esses músculos são classi�cados como agonistas nesse movimento, pois são os principais responsáveis pela �exão do cotovelo, movendo o antebraço em direção ao ombro. O bíceps braquial é um músculo fusiforme, apresentando uma forma alongada e duas cabeças de origem, ambas na escápula. Este músculo se insere na tuberosidade do rádio e na fáscia do antebraço. O músculo braquial está mais profundo em relação ao bíceps braquial, também apresenta formato fusiforme, e se origina na metade distal do úmero e se insere na ulna. Ainda, durante a rosca direta, o tríceps braquial atua como antagonista, pois este é responsável pela extensão do cotovelo, movimento oposto à �exão realizada pelo bíceps e braquial. Já os músculos estabilizadores, como os músculos do ombro (deltoides) e o trapézio, atuam como sinergistas, auxiliando na estabilização da articulação do ombro durante o exercício e manutenção da postura adequada. De forma geral, compreender esses conceitos é essencial para sua atuação pro�ssional, proporcionando uma assistência à saúde mais e�caz, promovendo a reabilitação, a prevenção de lesões e a promoção da saúde e bem-estar de forma abrangente. Saiba mais Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Para conhecer ainda mais o nosso sistema muscular, acesse a base OVID “Muscle Premium”, disponível na Biblioteca Virtual. Acesse Biblioteca Virtual e faça o login; Selecione o parceiro “Wolters Kluwer”: E em seguida o título “Muscle Premium”: https://biblioteca-virtual.com/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Nesta base, você consegue explorar o tema e, dessa forma, aprofundar seus conhecimentos sobre os músculos que compõem o nosso sistema muscular esquelético. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Referências GILROY, A. M. Atlas de Anatomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, Anne. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 5 SISTEMA MUSCULAR Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula você vai compreender como pode ser aplicado na prática o conteúdo relacionado ao sistema muscular. Exploraremos como a hipertro�a muscular acontece durante o exercício, a estrutura das �bras musculares e os mecanismos de contração e relaxamento dos músculos. Desvendaremos os mistérios de um exercício especí�co e discutiremos quais músculos são recrutados e como se classi�cam funcionalmente. Prepare-se para uma abordagem prática e aplicada do sistema muscular! Vamos lá! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta Unidade, que é ter senso crítico para reconhecer e explicar as principais características do sistema muscular, você deve, primeiramente, compreender os conceitos fundamentais relacionados ao tecido muscular, sua origem, organização geral e histologia. A compreensão da estrutura e organização dos músculos no sistema muscular é essencial, bem como a compreensão dos processos envolvidos na contração muscular. Além disso, é importante explorar os aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos, incluindo suas origens e inserções. Ao entender profundamente esses conteúdos, você estará apto a analisar criticamente as características do sistema muscular, identi�car os diferentes tipos de �bras musculares e sua classi�cação, bem como explicar os processos envolvidos na contração muscular. O desenvolvimento do senso crítico permitirá que você avalie de forma mais completa e precisa as informações relacionadas ao sistema muscular, enriquecendo sua compreensão sobre o tema. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de uma linha de raciocínio para o conteúdo da Unidade, vamos trabalhar com uma situação hipotética que aplicará na prática o conteúdo sobre o sistema muscular. Uma �siculturista de 28 anos, que iniciou sua jornada no esporte aos 16 anos devido ao descontentamento com o peso, encontrou na musculação uma paixão que se transformou em pro�ssão. Após formar-se em Educação Física, ela agora atua como personal trainer, especialmente com novos �siculturistas, em sua própria academia. Para alcançar seus objetivos pro�ssionais e pessoais, ela passou anos se dedicando a exercícios intensos, seguindo uma suplementação especializada e mantendo uma dieta rigorosa. Sua dieta consiste em sete refeições diárias balanceadas, incluindo vegetais, carnes, carboidratos, frutas e suplementos como whey protein. Frente à situação da realidade descrita, você, como pro�ssional da área da saúde, conseguiria explicar como ocorreu a hipertro�a dos músculos durante o exercício da musculação? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Conseguiria descrever a estrutura morfológica das �bras musculares? Como ocorrem os movimentos de contração e relaxamento dos músculos? Retomando à situação hipotética, vamos supor que a personal trainer passe o seguinte exercício físico a um aluno de sua academia: “Em pé, mantenha os pés afastados na largura dos ombros e os braços relaxados ao lado do corpo, segurando um haltere de 8 kg em cada mão. Posicione uma das pernas à frente, dando um grande passo, mantendo o tronco mais ereto possível. A outra perna deve permanecer estendida para trás com a ponta do pé apoiada no chão. Inicie a descida �exionando o joelho da perna da frente, abaixando o corpo em direção ao chão. Continue descendo até que o joelho da perna de trás esteja próximo ao chão ou toque levemente o chão. Mantenha o tronco o mais ereto possível durante todo o movimento, evitando inclinar-se para frente. Pressione o pé da perna da frente contra o chão e empurre o corpo de volta à posição inicial, estendendo o joelho. Concentre-se em usar os músculos das pernas para impulsionar o movimento, mantendo o equilíbrio e a estabilidade.” Você conseguiria responder quais músculos do corpo esse exercício vai trabalhar? Como eles se classi�cariam funcionalmente? Como as características do tecido muscular in�uenciam sua função no sistema muscular? Quais são os principais processos envolvidos na contração muscular? Qual a importância de compreender os aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos para a prática de atividades do nosso cotidiano? No estudo teórico desta unidade, você conheceu a morfologia da �bra muscular, bem como a organização do músculo estriado esquelético, trabalhado nas atividades de musculação. Vamos reorganizar nosso conhecimento, resolvendo as questões da situação-problema? Ao instruir seus alunos, é importante que a personal trainer conheça e passe adiante o conhecimento sobre a composição do músculo, uma vez que esse conhecimento os ajudará no entendimento da �siologia muscular e, consequentemente, da forma como ocorre a hipertro�a para ganho de massa, melhorando seus resultados na academia. De maneira geral, o tecido muscular esquelético é formado por feixes de células alongadas que contêm muitos �lamentos, as mio�brilas. Em músculos como o bíceps ou o deltoide, muito trabalhados em musculação, por exemplo, as �bras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvido por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio, que recobre o músculo inteiro. As variações no diâmetro das �bras musculares esqueléticas dependem de vários fatores, entretanto pode-se observar que o exercício físico aumenta a musculatura e diminui a quantidade de tecido adiposo. Esse fato é consequência da formação de novas mio�brilas, com aumento do diâmetro das �bras musculares, caracterizando a hipertro�a ou ganho de massa. Esse processo é facilitado pela síntese proteica, que é estimulada pelo treinamento de resistência e pela adequada ingestão de proteínas na dieta, como no caso da suplementação de whey protein relatada pela �siculturista. As mio�brilas são organizadas em unidades funcionais chamadas sarcômeros, que são responsáveis pela contração muscular. As �bras musculares são classi�cadas em tipos Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR diferentes, como �bras de contração lenta (tipo I) e �bras de contração rápida (tipo II), com características morfológicas e funcionais distintas. A contração muscular ocorre quando os sarcômeros dentro das �bras musculares encurtam, puxando as extremidades da �bra mais próximas e gerando tensão. Esse processo é desencadeado pela liberação de íons de cálcio no interior das células musculares em resposta a um impulso nervoso. A miosina e a actina, duas proteínas importantes no processo de contração muscular, interagem para gerar movimento. Já o relaxamento muscular ocorre quando os íons de cálcio são removidos do interior das células musculares, interrompendo a interação entre a miosina e a actina e permitindo que as �bras musculares se estendam novamente. Já em relação ao exercício passado pela personal trainer ao seu aluno, exercícios como avanço com halteres ou afundo, além de serem multiarticulares, são muito interessantes do ponto de vista biomecânico, uma vez que proporcionam uma excelente alavanca de força ao atleta. Basicamente, por meio dos movimentos de �exão de joelho e de extensão do quadril na perna da frente, além de uma leve �exão na perna de trás, esses exercícios proporcionam ativação dos músculos do quadríceps, dos isquiotibiais e também do glúteo – que são os principais músculos deste exercício. É importante ressaltar que outros acabam se envolvendo com participação bem menor (Figura 1). Figura 1 | Movimento do exercício afundo e musculatura envolvida. Fonte: Evans (2007, p. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR 144). Os músculos do quadríceps são o vasto lateral, o vasto medial, o vasto intermédio e o reto femoral. É importante lembrar que devemos levar em consideração ambos os lados, uma vez que o exercício trabalha tanto a perna da frente quanto a de trás. Quanto à sua funcionalidade, os músculos podem ser classi�cados em agonistas, antagonistas e sinergistas. O músculo agonista é aquele que executa o movimento principal, consequentemente, aquele que está sendo trabalhado no exercício, nesse caso os músculos do quadríceps e o glúteo. Os antagonistas executam o movimento oposto ao agonista, regulando a rapidez do movimento ou a potência dele. Já os sinergistas tentam estabilizar as articulações, impedindo movimentos indesejáveis. O material traz uma viagem visual pelo sistema muscular, destacando as características gerais dos músculos, os tipos de tecidos musculares, a estrutura da �bra muscular esquelética e o processo de contração muscular. Aproveite! AGUR, A. M. R.; DALLEY II, A. F.; MOORE, K. L. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. EVANS, N. Anatomia da Musculação. Barueri: Manole, 2007. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. , Unidade 4 SISTEMA REPRODUTOR Aula 1 Sistema reprodutor masculino: função, anatomia e �siologia do sistema Sistema reprodutor masculino: função, anatomia e �siologia do sistema Este conteúdo é um vídeo! https://view.genial.ly/66196da896e1540014679156/interactive-content-sistema-muscular Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar temas essenciais para a compreensão do sistema reprodutor masculino. Você aprenderá a anatomia e a histologia dos órgãos masculinos, a espermatogênese e o papel dos hormônios na regulação das funções reprodutivas. Esses conhecimentos são fundamentais para sua prática pro�ssional, oferecendo uma base sólida para entender e abordar questões relacionadas à saúde sexual masculina. Prepare-se para essa jornada de aprendizado! Vamos lá! Ponto de Partida Desde crianças, aprendemos que todo ser vivo nasce, cresce, envelhece e morre, certo? Graças à capacidade de reprodução, diferentes espécies, dentre elas a dos seres humanos, continuam povoando a Terra e dando sequência ao ciclo de vida em que um ser se reproduz gerando um descendente fértil, que por sua vez, também se reproduz, perpetuando-se a sua espécie. Dessa forma, dando sequência ao nosso estudo, vamos entender o sistema reprodutor humano, também conhecido anatomicamente como sistema genital, um conjunto de órgãos do corpo que trabalham em conjunto com o objetivo de obter a reprodução. O sistema reprodutor desempenha um papel crucial no direcionamento das diferenças estruturais e funcionais entre homens e mulheres, apresentando efeitos signi�cativos sobre o comportamento humano. Não se limita apenas às distinções entre as estruturas reprodutivas masculinas e femininas, mas também afetam a organização e o funcionamento de outros sistemas do nosso corpo, como os sistemas tegumentar, esquelético e muscular. Nesta aula você vai conhecer especi�camente a anatomia e a histologia do sistema reprodutor masculino, um tópico essencial para compreender não apenas a biologia humana, mas também questões fundamentais relacionadas à saúde e a reprodução. Vamos Começar! Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR O sistema reprodutor masculino (Figura 1) é composto por testículos, ductos genitais (epidídimo, ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra), glândulas acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais), além de estruturas de apoio (bolsa escrotal e pênis). Vamos compreender de forma mais aprofundada esses órgãos? Figura 1 | Órgãos reprodutores masculinos e suas estruturas associadas. Fonte: Waugh (2021, p. 498). A bolsa escrotal ou escroto é uma estrutura em formato de saco, composta por tecido conjuntivo e tecido muscular liso, revestida por pele. Nesta região ainda encontramos os epidídimos e a porção inicial dos ductos deferentes, além dos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Sua função consiste em alojar e proteger os testículos, mantendo a temperatura adequada à sua �siologia. Os testículos (Figura 2) são as glândulas reprodutoras masculinas, as gônadas, responsáveis por produzir os gametas masculinos (espermatozoides) e pela secreção de hormônios sexuais, principalmente a testosterona. Anatomicamente, os testículos são estruturas ovais compostas por diversos elementos, e cada testículo é recoberto parcialmente por uma membrana serosa, chamada túnica vaginal. Internamente à túnica vaginal, o testículo é envolvido por uma espessa cápsula de tecido conjuntivo denso, chamada túnica albugínea, que se estende para dentro do órgão formando septos que dividem os testículos em uma série de compartimentos internos, chamados lóbulos. Em cada lóbulo encontram-se tubos �nos e enovelados chamados túbulos seminíferos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Estrutura do testículo e epidídimo. Fonte: Abrahamsohn (2016, p. 334). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Os túbulos seminíferos (Figura 2) são os locais em que ocorre a espermatogênese, processo de formação dos espermatozoides a partir de células germinativas. Esses túbulos são constituídos por diferentes tipos de células, incluindo células germinativas (espermatogônias e espermátides) e células de Sertoli, que fornecem suporte nutricional e hormonal para o desenvolvimento dos espermatozoides. Entre os túbulos seminíferos encontram-se as células intersticiais de Leydig, que após a puberdade secretam o hormônio testosterona. A testosterona é o hormônio androgênio que promove o desenvolvimento das características sexuais secundárias do homem, como pelos e voz grossa, por exemplo. Figura 3 | Histologia dos túbulos seminíferos. (A) Cápsula de tecido conjuntivo denso revestindo o testículo (túnica albugínea). (B) Epitélio seminífero, composto pelas células germinativas; lúmen no centro de cada túbulo, que pode estar preenchido por �agelos de espermatozoides em formação e espermatozoides maduros; as setas indicam as células de Leydig, situadas em torno dos túbulos. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 450). O epidídimo é uma estrutura em forma de tubo conectada aos testículos (Figura 2). Ele desempenha um papel importante no armazenamento temporário, maturação e transporte de espermatozoides. Os ductos deferentes, ou canal deferente, são ductos musculares que se estendem do epidídimo até a uretra (Figura 2). Eles transportam os espermatozoides maduros dos testículos para a uretra durante a ejaculação. As glândulas seminais estão localizadas próximas à base da bexiga e produzem uma porção signi�cativa de líquido seminal. Este líquido contém nutrientes que fornecem energia aos espermatozoides e ajudam a neutralizar a acidez do trato genital feminino. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Os ductos ejaculatórios são ductos estreitos formados pela união do ducto excretor da glândula seminal com a porção terminal do ducto deferente. Eles percorrem um caminho curto até alcançar a uretra prostática, que é a parte da uretra que passa pela próstata. A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do líquido seminal. O líquido prostático é alcalino e contribui para a motilidade dos espermatozoides. As glândulas bulbouretrais, ou glândulas de Cowper, são pequenas glândulas localizadas abaixo da próstata que secretam um �uido mucoso para lubri�car a uretra masculina e neutralizar resquícios ácidos na uretra, preparando o caminho para a passagem dos espermatozoides. A uretra é o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo, servindo também como passagem para os espermatozoides durante a ejaculação. Por �m, o pênis é o órgão reprodutor e excretor do organismo masculino. O pênis tem formato cilíndrico e consiste em três regiões: o corpo, a glande e a raiz. O corpo do pênis é formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil, sendo dois corpos cavernosos, localizados na parte dorsal, e um corpo esponjoso, localizado ventralmente, envolvendo a uretra (Figura 4). A glande, também conhecida como cabeça do pênis, é a parte expandida na extremidade distal do corpo esponjoso, onde a parte distal da uretra se dilata e forma a abertura terminal. E a raiz do pênis é a parte ancorada ao corpo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 4 | Seção transversal demonstrando os tecidos eréteis do pênis. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 502). Durante a excitação sexual, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso se enchem de sangue, resultando em uma ereção. Esse processo é controlado pelo sistema nervoso autônomo, especi�camente pela liberação de neurotransmissores como a acetilcolina e o óxido nítrico, que promovem a vasodilatação e aumentam o �uxo sanguíneo nos tecidos eréteis do pênis. Siga em Frente... Espermatogênese A espermatogênese é o processo pelo qual as células germinativas masculinas, chamadas espermatogônias, se diferenciam e se transformam em espermatozoides nos testículos. As células germinativas primordiais, como visto anteriormente, estão presentes nos túbulos seminíferos dos testículos, e a partir da puberdade, as espermatogônias iniciam um processo Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR contínuo de divisões celulares por mitose, aumentando signi�cativamente sua população. As células-�lhas originadas podem seguir dois caminhos: manter-se como células precursoras para outras espermatogônias ou diferenciar-se para se tornarem espermatócitos primários. Esse processo é estimulado pelo hormônio folículo-estimulante (FSH), que estimula as células de Sertoli a produzirem fatores de crescimento e nutrientes essenciais para proliferação das espermatogônias. Como até o momento essas células não sofreram nenhuma meiose, tanto as espermatogônias como os espermatócitos primários ainda são células diploides (2n), ou seja, possuem 46 cromossomos. Passando para seu período de maturação, cada espermatócito primário sofre uma divisão meiótica, formando dois espermatócitos secundários, que agora passam a ser haploides (n) e com aproximadamente metade do tamanho da célula-mãe. Em sequência, os espermatócitos secundários sofrem outra meiose, formando quatro células haploides (n) chamadas espermátides, também com metade do tamanho das células-mãe. Após esse período de maturação, há o período de espermiogênese, em que as espermátides �nalmente se diferenciam em espermatozoides em um processo que pode levar até 64 dias. A testosterona, produzida pelas células de Leydig, é crucial para o processo de maturação e diferenciação das espermátides. Os espermatozoides maduros são liberados no lúmen dos túbulos seminíferos e armazenados no epidídimo, onde continuam sua maturação e adquirem mobilidade antes de serem ejaculados durante a relação sexual. O processo de espermatogênese é ilustrado na Figura 5. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 5 | Espermatogênese. Fonte: acervo Kroton. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A cada dia, cerca de 300 milhões de espermatozoides completam o processo de espermatogênese. O espermatozoide maduro é composto por três partes: cabeça, colo e a cauda (Figura 6). Na cabeça encontramos o núcleo haploide (n) e o acrossomo, que também pode ser chamado de capuz acrossômico, e contém as enzimas que vão auxiliar na penetração do espermatozoide na parede do óvulo na fecundação. O colo, por sua vez, é a junção entre a cabeça e a cauda. A cauda apresenta muitas mitocôndrias, uma vez que precisa de muita energia para permitir sua motilidade. Figura 6 | Espermatozoide maduro. Fonte: acervo Kroton. Durante a ejaculação, os espermatozoides maduros são liberados dos ductos deferentes nas glândulas seminais. Os ductos ejaculatórios então transportam esses espermatozoides junto com o líquido seminal produzido pelas glândulas seminais em direção à uretra prostática. Lá, os espermatozoides e o líquido seminal se misturam com o líquido produzido pela próstata e pelas glândulas bulbouretrais para formar o sêmen, que é então ejaculado através da uretra para fora do corpo. Hormônios masculinos Durante a adolescência, os meninos sofrem muitas mudanças psicológicas e �siológicas em seus corpos, e tornam-se homens adultos. Essas mudanças são controladas principalmente por dois hormônios produzidos pela adeno-hipó�se: o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de gonadotro�nas. Eles são responsáveis por estimular o desenvolvimento das gônadas, uma vez que o LH estimula as células de Leydig nos testículos a produzirem testosterona, e o FSH estimula as células de Sertoli nos túbulos seminíferos a fornecerem suporte nutricional e fatores de crescimento para a espermatogênese. A testosterona é o principal hormônio masculino, sendo responsável, como vimos anteriormente, pelo desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas como o crescimento dos órgãos genitais masculinos, voz mais grossa, crescimento de pelos corporais e faciais, além de estimular a espermatogênese nos túbulos seminíferos e regular o desejo sexual Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR e a função erétil. Desequilíbrios hormonais podem levar a uma variedade de condições médicas, incluindo distúrbios de desenvolvimento sexual, disfunção erétil e a infertilidade masculina. Vamos Exercitar? A disfunção erétil é de�nida como a incapacidade de um homem alcançar e manter a ereção do pênis, impossibilitando uma relação sexual satisfatória. É uma condição comum que pode afetar homens de todas as idades, embora seja mais comum em homens mais velhos. Existem diversos fatores que causam a disfunção erétil, como fatores �siológicos (problemas vasculares, distúrbios neurológicos, desequilíbrios hormonais, diabetes, alguns medicamentos), fatores psicológicos (estresse, ansiedade, depressão, trauma emocional), e fatores ambientais (tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, sedentarismo). Com base em seu conhecimento da anatomia do pênis, você conseguiria responder quais estruturas internas desse órgão são responsáveis por permitir sua ereção? Como esse processo �siológico acontece? O pênis é internamente composto por três estruturas cilíndricas, sendo dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso. Esse corpo esponjoso envolve a uretra e forma a glande peniana, que se localiza na porção distal. Em seu estado �ácido, esse órgão �ca sob contração moderada, podendo sofrer retração em condições de temperaturas mais frias. Quando há um estímulo sexual, neurotransmissores dos terminais de nervos dos corpos cavernosos são liberados, resultando no relaxamento do músculo liso e dilatação das arteríolas, causando, assim, o aumento do �uxo sanguíneo que gera a ereção. Saiba mais O câncer de próstata é uma das doenças mais diagnosticadas em homens com idade a partir dos 40 anos. Seus sintomas são parecidos como uma infecção urinária, com ardência ao urinar e aumento da frequência de visitas ao banheiro, diminuição do jato urinário, sensação prolongada de bexiga cheia, mesmo após urinar, e presença de sangue na urina, entre outros. É importante que você conheça essa doença de alta prevalência nos homens e, por isso, sugerimos a leitura da cartilha “Câncer de próstata: vamos falar sobre isso?” do INCA. Referências ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cartilha_cancer_prostata_2017.pdf Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 2 Sistema reprodutor feminino: função e anatomia do sistema Sistema reprodutor feminino: função e anatomia do sistema Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você terá a oportunidade de explorar os aspectos fundamentais da anatomia e da histologia do sistema reprodutor feminino, junto com os intricados processos da ovogênese. Compreender esse conteúdo é crucial para sua prática pro�ssional, a�nal, um conhecimento sólido sobre a reprodução feminina é essencial para fornecer um cuidado de qualidade e abordar questões relacionadas à saúde da mulher. Preparado? Ponto de Partida Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Olá, estudante! Vamos dar sequência à construção do nosso conhecimento sobre o sistema reprodutor? Nesta aula, continuaremos a falar dele, entretanto, dessa vez, vamos focar o sistema reprodutor feminino, explorando sua anatomia, a histologia e as funções dos órgãos que o compõem. O sistema reprodutor feminino desempenha uma série de funções essenciais para o corpo da mulher e para reprodução humana. Os ovários, por exemplo, são responsáveis pela produção de óvulos, por meio da ovogênese, além da produção de hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona, que regulam o ciclo menstrual e in�uenciam diversas funções do corpo. Temos, ainda, a produção de secreções lubri�cantes pelas glândulas vestibulares, que não só auxiliam nas relações sexuais, mas também protegem a vagina contra infecções e mantêm seu equilíbrio ácido-básico. E quando falamos em gravidez, o útero é o protagonista, fornecendo um ambiente seguro e adequado para o desenvolvimento do feto durante a gestação. Dessa forma, �ca evidente a importância de conhecer esse sistema para sua prática pro�ssional. Compreender os mecanismos e nuances desse sistema é fundamental para oferecer cuidados de qualidade às mulheres em todas as fases de suas vidas. Prepare-se para mais uma aula repleta de descobertas e aprendizado, e vamos explorar juntos a beleza e a complexidade do sistema reprodutor feminino! Vamos Começar! Anatomia e histologia do sistema reprodutor feminino O sistema reprodutor feminino é composto por ovários, tubas uterinas, o útero, a vagina, e os órgãos genitais externos que são coletivamente denominados vulva. As principais funções desse sistema são: formação dos gametas femininos, recebimento dos espermatozoides, fornecimento de um ambiente adequado para fertilização e desenvolvimento fetal, o parto, e, por �m, produzir hormônios sexuais que controlam outros órgãos do sistema genital e apresentam in�uência sobre outras estruturas do corpo. Os órgãos genitais externos, denominados de forma geral como vulva, consistem nos lábios menores e maiores do pudendo, monte do púbis, clitóris, óstio da vagina, vestíbulo da vagina, hímen e as glândulas vestibulares (Figura 1). O monte do púbis está localizado na parte anterior da região genital feminina, formado por uma camada de tecido adiposo que cobre o osso púbico. Os lábios maiores formam o limite da vulva, são compostos de tecido �broso e adiposo, cobertos por pele, onde encontramos numerosos vasos sanguíneos, além de diversas glândulas sudoríparas e sebáceas. Após a puberdade, os pelos crescem no monte do púbis e nas superfícies laterais dos grandes lábios. Os lábios menores são dobras menores de pele, contendo uma grande quantidade de glândulas sudoríparas e sebáceas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR O clitóris é uma estrutura pequena e altamente sensível, localizada na parte superior da vulva, onde os pequenos lábios se encontram. Este é composto por tecido erétil e conta com uma grande quantidade de terminações nervosas sensoriais, tornando-se altamente sensível ao toque, e com participação na excitação sexual das mulheres. A abertura entre os pequenos lábios é denominada vestíbulo da vagina. No vestíbulo da vagina estão localizados o hímen, o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as glândulas vestibulares. O óstio da vagina refere-se à abertura externa da vagina, localizada entre os lábios menores. É por onde ocorre a entrada do pênis na vagina durante a relação sexual e a inserção de absorventes internos. O hímen é uma membrana �na e elástica que pode ser encontrada na entrada da vagina, e que pode se romper devido a atividades cotidianas, como exercício físico, ou durante a primeira relação sexual. As glândulas vestibulares, ou glândulas de Bartholin, estão localizadas na parte posterior e lateral do vestíbulo da vagina. Elas produzem um líquido lubri�cante que é liberado durante a excitação sexual, ajudando a reduzir o atrito durante a relação. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Genitália externa da mulher. Fonte: Waugh (2021, p. 489). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Agora que você já conheceu os órgãos externos do sistema reprodutor feminino, vamos conhecer os órgãos internos, que estão situados na cavidade pélvica e consistem em: vagina, útero, duas tubas uterinas e dois ovários (Figura 2). Figura 2 | Órgãos internos do sistema reprodutor feminino. Fonte: Vanputte, Jennifer e Russo (2016, p. 1035). A vagina é um canal �bromuscular que se estende do colo do útero até a vulva, servindo como receptáculo para o pênis durante a relação sexual, via de saída do �uxo menstrual, além de atuar como canal de passagem durante o parto. A parede vaginal é composta por três camadas de tecido: uma mucosa interna revestida por epitélio escamoso estrati�cado não queratinizado, uma camada muscular lisa intermediária e uma adventícia externa formada por tecido conjuntivo denso. A espessura e a composição em camadas do epitélio vaginal de modi�cam durante o ciclo menstrual. A mucosa vaginal conta com grandes estoques de glicogênio, cuja decomposição gera ácidos orgânicos. Esse ambiente ácido retarda o crescimento bacteriano, porém, também afeta a viabilidade dos espermatozoides. Os componentes alcalinos do sêmen, provenientes principalmente das glândulas seminais, elevam o pH vaginal, promovendo a sobrevivência dos espermatozoides. O útero é um órgão muscular oco, em formato de pera invertida, localizado entre a bexiga urinária e o reto. As principais partes do útero são: a extremidade superior em formato de cúpula, denominada fundo; a parte central afunilada, denominada corpo do útero; e o colo do útero que consiste na parte inferior que se abre para a vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero existe uma região estreitada denominada istmo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Histologicamente o útero se divide em três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio (Figura 3). O endométrio é a camada mais interna do útero – trata-se de epitélio colunar, dividido em duas camadas, a funcional, que se descama durante a menstruação e se regenera a cada ciclo menstrual, e a basal, uma camada subjacente que fornece base para regeneração do endométrio funcional. O miométrio é a camada muscular intermediária do útero, composta por musculatura lisa, e responsável pelas contrações uterinas durante o trabalho de parto e pela expulsão do bebê durante o parto. Por �m, o perimétrio é a camada mais externa e consiste em tecido conjuntivo e vasos sanguíneos que fornecem suporte estrutural ao órgão. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Camadas da parede do útero. Fonte: Waugh (2021, p. 491). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR As tubas uterinas, também denominadas trompas de Falópio, são dois tubos musculares associados a cada ovário, estendendo-se até o útero. Elas são uma via de passagem dos espermatozoides para alcançar um óvulo, além de transportar os óvulos fertilizados dos ovários para o útero. A parte afunilada de cada tuba uterina é denominada infundíbulo, onde encontramos fímbrias de pequenas extensões que ajudam a capturar o óvulo liberado pelo ovário durante a ovulação. O istmo é a parte mais estreitada das tubas uterinas que se conecta ao útero. E a ampola é a porção média e mais larga das tubas uterinas, onde comumente ocorre a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Histologicamente, a tuba uterina é formada por três camadas, a camada mucosa revestida por um epitélio cilíndrico com células secretoras e ciliadas (Figura 4), que ajudam no transporte do óvulo e do embrião em direção ao útero, criando um movimento de varredura; abaixo da mucosa encontra-se uma camada de músculo liso; e por �m a túnica serosa, que é a camada mais externa das tubas uterinas e consiste em tecido conjuntivo, fornecendo suporte estrutural e proteção para as tubas. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 4 | Camada mucosa da tuba uterina formado por células ciliadas e secretoras. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 478). Os ovários são as gônadas femininas responsáveis pela produção dos gametas femininos, os óvulos, e pelos hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona. Eles estão situados na cavidade abdominal, presos por ligamentos à parede pélvica. Cada ovário é revestido externamente por uma camada de tecido conjuntivo chamada de túnica albugínea. Internamente, Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR eles são compostos de tecido parenquimatoso, que é subdividido em uma camada cortical externa e uma camada medular interna (Figura 5). Figura 5 | Corte histológico do ovário demonstrando as camadas cortical e medular. Fonte: Abrahamsohn (2016, p. 313). A camada cortical é a porção funcional do ovário, e nela encontram-se os diversos tipos de folículos ovarianos, estruturas compostas por um ovócito (óvulo imaturo) e pelas células Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR foliculares que o envolvem. Envolvendo os folículos ovarianos há tecido conjuntivo denominado estroma ovariano. A camada medular é constituída de tecido conjuntivo frouxo e uma grande quantidade de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Siga em Frente... Produção de gametas femininos: ovogênese A ovogênese, ou oogênese, é o processo de formação dos gametas femininos nos ovários. Diferentemente do que ocorre no sexo masculino, a produção de gametas femininos ocorre desde o desenvolvimento embrionário até a idade adulta da mulher. Durante a gravidez, ao �nal da fase embrionária da gestação de uma menina, ela já possuirá todas as células que se transformarão em gametas nos seus dois ovários. Depois de seu nascimento, por meio de ação hormonal durante a puberdade, os folículos ovarianos aumentam de tamanho e se desenvolvem. A ovogênese é dividida em três fases: proliferação, crescimento e maturação. A primeira delas é uma fase em que, por meio de mitoses consecutivas, as células germinativas primordiais se multiplicam, dando origem às ovogônias. As ovogônias são células diploides (2n) que se dividem por mitose produzindo milhares de células germinativas. Por volta do segundo mês de vida intrauterina, há cerca de 700 mil ovogônias no ovário. Na segunda fase, as ovogônias sofrem um processo de crescimento com aumento de seu citoplasma e acúmulo de substâncias nutritivas para iniciar as divisões meióticas. A partir das divisões meióticas dá-se origem às células primárias da ovogênese, chamadas ovócitos primários. Cada ovócito primário é envolto por uma camada de células foliculares, formando um folículo primordial que permanece em uma etapa de “repouso”, interrompendo as divisões meióticas. Ao nascimento, todos os ovócitos primários já estão formados, havendo cerca de 2 milhões deles. Até o início da puberdade, a quantidade diminui para cerca de 400 mil, sendo que apenas aproximadamente 400 ovócitos primários completarão seu desenvolvimento e darão origem aos ovócitos maduros. Com a chegada da puberdade e a ação hormonal, há o recrutamento de folículos primordiais para a maturação. Vários folículos primordiais são recrutados, mas, geralmente, apenas um se torna dominante em cada ciclo menstrual. O folículo dominante continua a crescer e se desenvolver, retomando a meiose e completando a primeira divisão, formando um folículo maduro, também conhecido como folículo de Graaf. No interior do folículo de Graaf está o ovócito secundário. O ovócito secundário é liberado durante a ovulação e, se fertilizado, completa a meiose II, formando um óvulo maduro. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 6 | Etapas da ovogênese. Fonte: acervo Kroton. A cada ciclo menstrual, apenas um folículo ovariano entrará em maturação, liberando somente um gameta maduro no sistema reprodutor da mulher. Mensalmente, os ovários se alternarão na maturação dos seus folículos. Assim, a cada ciclo menstrual, haverá a liberação de um óvulo (ovulação) de um dos dois ovários. Vamos Exercitar? Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de uma linha de raciocínio para o conteúdo da unidade, trabalharemos com uma situação hipotética que vai lhe proporcionar uma aproximação dos conteúdos teóricos com a prática. Maria, 38 anos, e seu marido estão tentando engravidar há mais de um ano, sem sucesso. Ela nunca teve problemas de saúde reprodutiva anteriormente. Após uma avaliação médica, foi diagnosticada com baixa reserva ovariana, o que pode estar di�cultando a concepção. Você sabe por que a reserva ovariana diminui com o passar dos anos e como isso afeta a capacidade de uma mulher engravidar? Como você já sabe, quando uma menina nasce, ela já possui todos os seus ovócitos primários formados, contabilizando cerca de 2 milhões deles. No entanto, com o passar dos anos, essa quantidade diminui em um processo de morte dos ovócitos e das células foliculares, denominado atresia folicular. No início da puberdade, o número de folículos primordiais por Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR ovário é reduzido para aproximadamente 400 mil, devido à atresia folicular. Esse processo de degeneração continua ao longo da vida reprodutiva da mulher. Aos 37 anos, restam cerca de 25 mil folículos primordiais, e após essa idade, a atresia se acelera ainda mais. Portanto, a quantidade de ovócitos disponíveis no ovário varia signi�cativamente com a idade da mulher. Como resultado, mulheres mais velhas tendem a ter menos óvulos disponíveis para fertilização, o que pode di�cultar a concepção e aumentar as chances de infertilidade. Saiba mais Com base no conteúdo que estudamos no decorrer da nossa aula, �ca clara a importância da saúde do sistema reprodutor feminino. No entanto, esse sistema está sujeito a uma variedade de doenças que podem afetar profundamente a qualidade de vida das mulheres. Conheça algumas das principais doenças que acometem o sistema reprodutor feminino, como o câncer de colo uterino e a endometriose. Faça a leitura do tópico “Doenças do sistema reprodutor feminino” (página 506) do capítulo 18 do livro Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas e �que por dentro do assunto! Referências ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. OLIVEIRA, E. G. et al. Mecanismos �siológicos e bioquímicos envolvidos na ovogênese. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, v. 1, n. 1, p. 29-33, 2009. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158023/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Aula 3 Sistema reprodutor feminino: �siologia do sistema Sistema reprodutor feminino: �siologia do sistema Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai compreender os fascinantes processos do ciclo ovariano e uterino, além de conhecer os hormônios ovarianos e gonadotró�cos. Compreender esse conteúdo é fundamental para sua prática pro�ssional, pois fornece a base para entender a �siologia feminina. Não perca a chance de aprimorar seus conhecimentos e enriquecer sua atuação pro�ssional. Vamos lá! Ponto de Partida Olá, estudante! Anteriormente, você pôde conhecer a organização geral e a histologia das principais estruturas que compõem o sistema reprodutor feminino. Agora, vamos entender os aspectos �siológicos desse sistema. Você já imaginou o que acontece um selante à prova d’água. Esse selante reduz a entrada e a perda de água, além de inibir a penetração de corpos estranhos. Já os melanócitos representam cerca de 8% das células epidérmicas, suas projeções longas e delgadas se estendem entre os queratinócitos e transferem grânulos de melanina. A melanina é um pigmento que contribui para a coloração da pele, além de absorver os raios ultravioleta, minimizando os efeitos danosos a ela. As células de Langerhans, ou células dendríticas, por sua vez, são encontradas em pequena quantidade na epiderme e são responsáveis por participar de respostas imunes induzidas contra agentes microbianos que invadem a pele. Por �m, as células de Merkel, juntamente com os discos tácteis, são as células menos numerosas, estão localizadas na camada mais profunda da epiderme e participam da percepção sensorial do tato. Camadas da epiderme Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR O número de camadas na epiderme pode variar de acordo com a exposição da pele a atritos. Na maior parte de sua extensão, a epiderme se constitui de quatro camadas, que são: camada basal, espinhosa, granulosa e córnea. Já em pontos de maior exposição, encontramos cinco camadas, que são: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea (Figura 1). Figura 1 | Fotomicrogra�a de corte de pele espessa, com as cinco camadas da pele. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 390). A camada basal é a primeira e a mais profunda delas. Constituída de apenas uma �leira de células epiteliais cúbicas, nucleadas e altamente ativas, é a partir dela que acontece a proliferação de novos queratinócitos. À medida que novas células são geradas, são empurradas para cima, afastando-se da camada basal e da fonte de sangue e nutrientes. Conforme essas células se deslocam em direção à superfície da pele, sua forma e estrutura sofrem alterações graduais. Ao alcançarem a superfície, tornam-se células mortas, planas, �nas e sem núcleo, formando o estrato córneo. As células super�ciais são continuamente removidas e substituídas por células mais profundas. Estima-se que a renovação da epiderme humana ocorra a cada 15 a 30 dias, variando principalmente de acordo com a localização e a idade do indivíduo. Siga em Frente... Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Projeções ascendentes, denominadas papilas dérmicas, são originadas da derme e ancoram-se �rmemente à epiderme, permitindo a passagem e a troca de nutrientes e resíduos para a camada basal. Esse arranjo contribui para a estabilização das duas camadas. Em seguida encontra-se a camada espinhosa, que é resultante da migração da estrutura basal queratinizada. Nessa camada, os queratinócitos estão unidos entre si por inúmeras junções intercelulares do tipo desmossomo. Os �lamentos de queratina e desmossomo garantem a coesão entre as células da epiderme e a resistência ao atrito. As células de Langerhans e as projeções dos melanócitos estão presentes nessa camada. A camada granulosa consiste em três a cinco camadas de queratinócitos achatados que estão em processo de morte celular. É chamada de camada granulosa devido à presença de grânulos de querato-hialina nos queratinócitos, que desempenham um papel na formação da queratina, conferindo resistência à pele. Além disso, na camada granulosa ocorrem processos importantes para a manutenção da integridade da barreira cutânea, como a formação de lipídios que ajudam a impermeabilizar a pele, impedindo a entrada de materiais estranhos, e a retenção de água. A camada lúcida é uma camada translúcida, �na e homogênea, encontrada apenas nas áreas de maior exposição da pele, como extremidades (dedos, mãos e pés). Ela é composta por células achatadas e transparentes, e seu citoplasma apresenta numerosos �lamentos de queratina. A função principal da camada lúcida é proporcionar resistência mecânica adicional nessas áreas da pele, nas quais há maior atrito e pressão. Essa camada ajuda a fortalecer a barreira cutânea e a proteger a pele contra lesões e danos. Por �m, a camada córnea, que é a camada mais externa da epiderme, apresenta estrutura muito variável, e é composta por células achatadas, mortas e sem núcleo. As células da camada córnea representam o produto �nal do processo de diferenciação dos queratinócitos. Suas múltiplas camadas de células mortas funcionam como importante barreira protetora contra lesões e microrganismos, sendo impermeável à água. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Camadas e células da epiderme. Fonte: Shutterstock Em síntese, o tecido epitelial é uma parte essencial do organismo humano, desempenhando uma variedade de funções vitais, e formando uma barreira que protege os tecidos subjacentes. A compreensão detalhada da estrutura e função do tecido epitelial é fundamental para a prática clínica e o estudo da �siologia, proporcionando insights valiosos sobre a saúde e o funcionamento do corpo humano. Vamos Exercitar? Mariana, estudante da área da saúde, ao estudar a epiderme, �cou intrigada em relação aos melanócitos. Ao mergulhar mais fundo nessa questão, Mariana descobriu que os melanócitos são células especializadas localizadas na camada basal da epiderme e produzem melanina, o pigmento responsável pela coloração da pele, dos cabelos e dos olhos. Intrigada com o processo, Mariana decidiu investigar mais a fundo os mecanismos envolvidos na síntese e distribuição da melanina. Vamos ajudar Mariana? Chamamos de melanogênese o processo biológico pelo qual ocorre a produção de melanina pelos melanócitos. Inicialmente, os melanócitos sintetizam uma proteína chamada tirosinase, Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR que converte o aminoácido tirosina em DOPA (ácido diidroxifenilalanina). Em seguida, a DOPA é convertida em dopaquinona, que é o primeiro passo na síntese de melanina. A dopaquinona é então transformada em diferentes formas de melanina, como eumelanina (responsável pelas cores escuras) e feomelanina (responsável pelas cores claras), por meio de uma série de reações enzimáticas. Essas formas de melanina são posteriormente transferidas para os queratinócitos pelos prolongamentos dos melanócitos, ajudando a proteger a pele dos danos causados pela radiação ultravioleta. Quanto à cor da pele, é determinada principalmente pela quantidade e pelo tipo de melanina produzidos pelos melanócitos. Por exemplo, uma maior produção de eumelanina resulta em uma pele mais escura, enquanto uma maior produção de feomelanina resulta em uma pele mais clara. A combinação desses fatores genéticos, bem como a exposição ao sol, in�uencia a tonalidade da pele de um indivíduo. Saiba mais Você sabia que o carcinoma basocelular (CBC), o tipo mais comum de câncer de pele, é originado nas células basais da epiderme? Geralmente, esse tipo de câncer é causado pela exposição prolongada à radiação ultravioleta do sol ao longo da vida e, por isso, o uso de fotoprotetores é uma poderosa estratégia de prevenção dessa neoplasia. Leia o artigo “Fisiopatologia do carcinoma basocelular de pele e a importância do uso de fotoprotetor” para compreender mais a esse respeito. Referências JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstreams/08ae98a5-1795-4ec2-b318-d975b6b18ea8/download Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Aula 3 Fisiologia do sistema tegumentar: Derme Fisiologia no corpo das mulheres durante o ciclo menstrual? Ao longo da aula vamos explorar os eventos cíclicos que ocorrem nos ovários e no útero e como esses processos estão intimamente conectados para criar um ambiente favorável à concepção e ao desenvolvimento embrionário. Nesta aula, vamos explorar os eventos que ocorrem no ciclo ovariano e uterino, e compreender a ação dos hormônios gonadotró�cos e hormônios ovarianos no ciclo reprodutivo feminino. Esses temas são fundamentais para que você entenda a �siologia feminina e a saúde reprodutiva! Vamos lá? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Vamos Começar! Puberdade e os principais hormônios femininos A puberdade, nas mulheres, é um período marcado por mudanças físicas, emocionais e hormonais que marcam a entrada na maturidade sexual. Geralmente, a puberdade ocorre entre os 12 e 14 anos, mas pode variar de acordo com fatores genéticos, ambientais e individuais. O primeiro ciclo menstrual (menarca) marca o início do período reprodutivo. Antes de iniciar o estudo do ciclo reprodutivo feminino, é importante conhecermos os principais hormônios que desempenham papéis importantes no início da puberdade e na reprodução. A puberdade é iniciada pela ativação de certos genes que estimulam a liberação do hormônio liberador de gonadotro�nas (GnRH) no hipotálamo. Este hormônio atua na adeno-hipó�se, induzindo a liberação dos hormônios gonadotró�cos: hormônio folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O hormônio folículo-estimulante (FSH), como o nome já diz, estimula o desenvolvimento e a maturação dos folículos ovarianos nos ovários. O hormônio luteinizante (LH), por sua vez, desencadeia a ovulação, liberando um ovócito maduro dos ovários. Além disso, ele estimula também a produção de hormônios ovarianos, como o estrógeno e a progesterona. O estrógeno é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas, como crescimento das mamas, alargamento da pelve e crescimento de pelos púbicos e axilares. Além disso, ele também tem papel crucial na regulação do ciclo menstrual, como veremos mais adiante, e na manutenção da integridade óssea. A progesterona também tem um papel importante na regulação do ciclo menstrual, preparando o útero para uma possível implantação de um embrião fertilizado, e ajudando a manter a gestação caso ela ocorra. Tanto os hormônios gonadotró�cos como os hormônios ovarianos trabalham em conjunto para regular o ciclo reprodutivo da mulher. Eles são controlados por uma complexa interação de sinais hormonais do hipotálamo, da hipó�se e dos próprios ovários, garantindo a regulação adequada do sistema reprodutor feminino. Ciclo reprodutivo feminino Diferentemente do sistema reprodutor masculino, o sistema reprodutor feminino, após a puberdade, apresenta alterações cíclicas regulares em sua secreção hormonal, além de alterações físicas correspondentes no útero, nos ovários e em outras estruturas do sistema reprodutor. Essas alterações são preparatórias para facilitar a fertilização e o desenvolvimento Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR da gravidez. Esse padrão cíclico mensal é chamado ciclo menstrual. Embora a duração média desse ciclo seja de 28 dias, variações podem ocorrer. O ciclo menstrual tem dois objetivos principais e consequentes: promover a maturação folicular, que leva à liberação de um único ovócito secundário e à formação subsequente do corpo lúteo, conhecido como ciclo ovariano; e promover alterações morfológicas no endométrio, preparando- o para a implantação do ovócito fecundado, chamado de ciclo endometrial ou uterino. Vamos compreender as etapas que envolvem cada um desses ciclos e os hormônios envolvidos. Ciclo ovariano O ciclo ovariano consiste em uma série de eventos hormonais e �siológicos que culminam na liberação de um ovócito maduro, pronto para a fertilização. Este é caracterizado por duas fases distintas: fase folicular e fase lútea (Figura 1). Durante a fase folicular, vários folículos ovarianos começam a amadurecer sob a in�uência do hormônio folículo-estimulante (FSH). Normalmente, apenas um desses folículos se torna dominante e atinge o padrão maduro de desenvolvimento, estando apto à ovulação. Este folículo dominante secreta estrógeno, que estimula o espessamento do revestimento uterino, o endométrio, em preparação para a possível gestação. Aproximadamente no meio do ciclo (cerca de 14 dias), ocorre a ovulação, que é a liberação do ovócito maduro do folículo dominante no ovário. Esse evento é desencadeado por um aumento na secreção do hormônio luteinizante (LH). O ovócito maduro é então capturado pela fímbria da tuba uterina e pode ser fertilizado por um espermatozoide. Após a ovulação, inicia-se a segunda fase do ciclo ovariano, a fase lútea. Nesta fase, o folículo dominante se transforma em uma estrutura chamada corpo lúteo, que secreta principalmente progesterona. A progesterona prepara ainda mais o endométrio para uma possível gestação, tornando-o espesso e rico em nutrientes. Se não ocorrer a fertilização, o corpo lúteo se degrada ao longo do tempo e a queda dos níveis de progesterona desencadeia a menstruação, iniciando um novo ciclo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Representação do ciclo ovariano. Fonte: Curi e Procopio (2017, p. 789). Siga em Frente... Ciclo uterino Paralelamente ao ciclo ovariano ocorre um processo cíclico que leva à descamação e revestimento interno do útero, o endométrio: o ciclo uterino ou endometrial. O ciclo uterino é dividido em três fases principais: fase proliferativa, fase secretora e fase menstrual. No início de cada ciclo, o endométrio encontra-se descamado devido à última menstruação. Dessa forma, o ciclo uterino se inicia com a fase proliferativa, em que o endométrio, sob a in�uência de estrógenos produzidos pelos folículos ovarianos em crescimento, começa a se proliferar e se tornar mais espesso, cessando a descamação e o sangramento menstrual. Ao �nal da fase proliferativa, o endométrio está completamente desenvolvido e preparado para uma possível implantação de um embrião fertilizado. Essa fase ocorre durante a primeira metade do ciclo reprodutivo, coincidindo com a fase folicular do ciclo ovariano. Após a ovulação inicia-se a fase secretora, que coincide com a fase lútea do ciclo ovariano. Com o aumento nos níveis de estrógeno e progesterona produzidos pelo corpo lúteo, o endométrio se torna mais vascularizado e ligeiramente edemaciado. Altas concentrações de progesterona Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR estimulam as glândulas endometriais a produzirem secreções ricas em nutrientes, preparando ainda mais o endométrio para a possível implantação de um embrião. Por �m, temos a fase menstrual, que acontece caso não ocorra a fertilização. Sem a fertilização, o corpo lúteo começa a degenerar, e os níveis de estrógeno e progesterona diminuem, consequentemente reduzindo o suporte hormonal para o endométrio. Sem esse suporte hormonal, o revestimento uterino não é mais capaz de se manter e é descamado durante a menstruação, que consiste na eliminação, através da vagina, do tecido endometrial não fertilizado. Com a diminuição nos níveis de estrógeno e progesterona, a adeno-hipó�se retorna à sua atividade cíclica, aumentando a produção de FSH e iniciando um novo ciclo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Resumo de um ciclo reprodutivo feminino. (A) Ciclo ovariano; (B) Ciclo adeno-hipo�sário; (C) Ciclo uterino; (D) Ciclo dos hormônios ovarianos. Fonte: Waugh (2021, p. 495). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Todos os meses, após a menarca até a menopausa, esses ciclos acontecem na vida da mulher. O ciclo ovariano e uterino são processos interligados que desempenham papéis essenciais na reprodução feminina e na manutenção da saúde reprodutiva. A interação precisa entre esses dois ciclos resulta na criação de um ambiente propício para a concepção e a gestação. Vamos Exercitar? Nesta aula, discutimos o ciclo reprodutivo feminino e os hormônios envolvidos, e como você pôde ver, esses ciclos desempenham papéis essenciais na regulação da menstruação, na ovulação e na fertilidade. O ciclo reprodutivo feminino se inicia com a primeira menstruação e se encerra com a menopausa. Mas você sabe o que é a menopausa? Por que ela marca a interrupção do ciclo reprodutivo feminino? A menopausa é um estágio natural da vida de uma mulher, e geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade, mas pode variar de mulher para mulher. Durante a menopausa, os ovários gradualmente diminuem a produção de hormônios sexuais, como estrógeno e progesterona, levando a alterações físicas, hormonais e emocionais. A interrupção do ciclo reprodutivo feminino durante a menopausa ocorre devido à diminuição da reserva ovariana e à falência ovariana, que resultam na cessação da ovulação e diminuição dos níveis hormonais. Isso leva a sintomas como ondas de calor, suores noturnos, alterações hormonais, ressecamento vaginal e perda óssea. É importante destacar que a menopausa não é uma condição médica a ser “tratada”, mas um processo natural. No entanto, os sintomas associados à menopausa podem ser gerenciados com terapias hormonais ou não hormonais, além de mudanças no estilo de vida. A compreensão da menopausa e seus efeitos no corpo feminino é fundamental para que as mulheres possam enfrentar essa transição com mais conforto e qualidade de vida. Saiba mais Você sabia que o estresse pode ter um impacto signi�cativo na função reprodutiva feminina? O estresse pode afetar diversos aspectos do ciclo menstrual, da ovulação e da fertilidade. Quando uma mulher está sob estresse crônico, seu corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol, que podem interferir no equilíbrio hormonal necessário para a reprodução. Saiba mais a respeito do assunto no artigo “Estresse e função reprodutiva feminina”. Referências https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/9ZNrvhBh4bPTcmVcZkD4tBN/ Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 4 Sistema reprodutor feminino: a gravidez: da concepção à lactação Sistema reprodutor feminino: a gravidez: da concepção à lactação Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai explorar a �siologia da gravidez, o processo do parto e da lactação, além de conhecer os principais métodos contraceptivos. Entender esse conteúdo é fundamental para sua prática pro�ssional, pois proporciona conhecimentos essenciais sobre saúde reprodutiva e planejamento familiar. Prepare-se para uma jornada de aprendizado que ampliará sua compreensão e habilidades na área da saúde! Vamos lá! Ponto de Partida Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Olá, estudante! Nesta aula, vamos explorar uma série de tópicos fundamentais na �siologia reprodutiva, incluindo a �siologia da gravidez, do parto e da lactação, bem como os métodos contraceptivos. A problematização que norteará nossas discussões é: como os processos �siológicos da gravidez, do parto e da lactação são regulados pelo organismo? Vamos explorar as alterações hormonais, as adaptações �siológicas e os mecanismos de controle envolvidos em cada uma dessas fases. Além disso, vamos analisar os diferentes métodos contraceptivos disponíveis, sua e�cácia, e considerações práticas para a escolha do método mais adequado para cada paciente. Ao �nal desta aula, estude o conteúdo apresentado e a explore como esses conhecimentos podem ser aplicados na prática pro�ssional na área da saúde. A compreensão da �siologia da gravidez, do parto, da lactação e dos métodos contraceptivos não só é crucial para fornecer um cuidado de qualidade às mulheres em diferentes momentos de suas vidas reprodutivas, mas também permite que você atue de forma proativa na promoção da saúde, na prevenção de complicações e na orientação adequada dos pacientes. Vamos embarcar juntos nessa jornada de aprendizado e descoberta! Vamos Começar! Desejo sexual e a fecundação O sistema reprodutor feminino desempenha um papel fundamental ao possibilitar a concepção e o desenvolvimento de um novo ser, facilitando o encontro dos gametas masculino e feminino, sua gestação e o nascimento. Antes de começarmos nosso estudo da �siologia da gestação, precisamos compreender os fatores que vão possibilitar que essa gestação aconteça: o ato sexual e a fecundação. O desejo sexual, também conhecido como libido, é alimentado por fatores endócrinos, sensoriais e psíquicos, que estimularão o ato sexual. Quando falamos de fatores endócrinos, estamos tratando dos aspectos hormonais: o desejo feminino geralmente é aumentado próximo da ovulação, devido ao aumento da secreção de estrogênio. Sensorialmente falando, sinais químicos, chamados feromônios, são emitidos entre os indivíduos e sentidos por eles pelo olfato. Além disso, contato físico, carícias, beijos e outras formas de intimidade podem atuar como estímulos sensoriais que despertam o desejo sexual. O desejo sexual também é in�uenciado por fatores psíquicos, como emoções, pensamentos, experiências passadas, memórias e expectativas. O corpo da mulher começa a se preparar para a relação sexual durante a fase de excitação, em que as terminações nervosas liberam, no sistema genital, neurotransmissores como acetilcolina e peptídeos vasodilatadores. Esses neurotransmissores estimularão a secreção das glândulas de Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Bartholin, responsáveis pela lubri�cação da vagina, além de proporcionarem a dilatação e a congestão venosa, que, por sua vez, estimularão a ereção do clitóris, bem como a turgescência dos pequenos lábios, alongando funcionalmente a vagina e a preparando para receber a penetração. Após o orgasmo feminino, o canal cervical permanece dilatado durante cerca de 30 minutos, permitindo o fácil transporte dos espermatozoides. Para que o ato sexual seja efetivo em sua função reprodutiva, o ovócito secundário precisa estar disponível no sistema reprodutor feminino para que seja fecundado pelo espermatozoide. Nesse processo, após a ovulação, o ovócito secundário é captado pela ampola da tuba uterina, �cando viável por até 24 horas, prazo no qual deverá ocorrer a relação sexual. Os espermatozoides, em contrapartida, podem sobreviver até 48 horas no corpo da mulher. Quando o ovócito é liberado do ovário, encontra-se envolto por uma rede de �lamentos glicoproteicos, denominado zona pelúcida. Externamente a esses �lamentos, ainda existe um envoltório de células foliculares, derivadas do ovário, chamado corona radiata (Figura 1). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Ovócito secundário circundado pela zona pelúcida e corona radiata. Fonte: Moore, Persaud e Torchia (2022, p. 8). Para que ocorra a fecundação, o espermatozoide deverá inicialmente passar pela corona radiata e atingir a zona pelúcida. O acrossomo do espermatozoide libera uma enzima, chamada hialuronidase, que faz com que as células foliculares da corona radiata se dispersem e permitam sua passagem; além disso, os movimentos da cauda do espermatozoide são importantes para sua penetração através da corona radiata. A partir disso, a zona pelúcida sofrerá alterações, levando à formação da membrana de fecundação, que impede a penetração de outros Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR espermatozoides no ovócito (Figura 2). Ao mesmo tempo, a meiose do ovócito que havia sido paralisada no processo de ovogênese é �nalizada, dando origem ao óvulo e formando-se o segundo corpúsculo polar. Figura 2 | Reação acrossômica e penetração do espermatozoide em um ovócito. Fonte: Moore, Persaud e Torchia (2022, p. 20). Uma vez fecundado, o óvulo é chamado de zigoto, que se trata da primeira célula de um novo organismo, contendo uma combinação única de material genético dos pais. Cerca de 30 a 36 horas após a fecundação, o zigoto inicia sua divisão no processo de clivagem, formando um aglomerado de células chamado mórula. A mórula eventualmente se transforma em blastocisto, que se implanta no útero, dando origem à gravidez e ao desenvolvimento do embrião (Figura 3). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Representação esquemática das etapas do desenvolvimento do zigoto até sua implantação no endométrio. Fonte: Curi e Procopio (2017, p. 797). Após as primeiras 5 semanas de gestação, a placenta torna-se o principal órgão de produção de hormônios como estrógeno, progesterona e gonadotro�na coriônica. Logo após a implantação do embrião no útero, o tecido placentário começa a secretar o hormônio gonadotro�na coriônica (hCG), que estimula o corpo lúteo no ovário a continuar produzindo progesterona e estrógeno para manutenção do revestimento uterino e para sustentar a gravidez nos estágios iniciais. A placenta também secreta grandes quantidades de progesterona e estrógeno durante toda a gestação. Estes desempenham papéis importantes na promoção do crescimento uterino, no desenvolvimento do tecido mamário em preparação para a amamentação, na regulação do equilíbrio hídrico e no relaxamento dos músculos uterinos, prevenindo contrações precoces. Fisiologia da gestação Agora que você conheceu os processos �siológicos da fecundação, vamos iniciar nosso estudo sobre a �siologia da gestação. Durante a gravidez, várias mudanças ocorrem no corpo da mulher. Didaticamente, é possível dividir as fases da gestação em três trimestres, sendo uma forma conveniente de entender as alterações no organismo feminino em cada etapa. No primeiro trimestre de gestação, o corpo da mulher deverá realizar um grande esforço para se adaptar ao embrião e à placenta em desenvolvimento. Assim, aumenta-se o metabolismo, Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR acelerando todas suas funções. Inicialmente, aumentam-se as frequências cardíaca e respiratória à medida que o feto necessita de mais oxigênio. As �bras musculares do útero aumentam de tamanho, e este, em expansão, tende a pressionar a bexiga, aumentando, por consequência, a vontade de urinar. O tamanho e peso dos seios aumentam rapidamente, tornando-se mais sensíveis, e suas veias �cam visíveis devido ao aumento do �uxo sanguíneo local. Muitas mulheres experimentam náuseas matinais e fadiga devido às alterações hormonais e metabólicas. Já no segundo trimestre, o útero em expansão ultrapassa a borda da pelve, resultando em perda da delimitação da cintura. Devido ao relaxamento da musculatura intestinal, as secreções gástricas diminuem, deixando o alimento por um maior tempo no estômago. Por esse motivo, também, a mulher poderá sentir re�uxo do esôfago e azia. A frequência de evacuação também diminui. O coração continua trabalhando mais, uma vez que o útero e os rins precisam de mais sangue que habitualmente. Por �m, no último trimestre, o feto em crescimento pressiona e restringe o diafragma, motivo pelo qual a gestante �ca mais ofegante. À medida que o feto cresce, as costelas inferiores da mulher são empurradas para fora. Os ligamentos da pelve e dos quadris também �cam distendidos, podendo causar desconforto ao caminhar, assim como dores nas costas, causadas pela mudança do centro de gravidade do corpo e por um ligeiro relaxamento das articulações pélvicas. Com o pressionamento da bexiga, aumenta-se a vontade de urinar. As mamas apresentam um aumento signi�cativo de volume, à medida que se preparam para a produção de leite materno. Algumas mulheres podem começar a experimentar o vazamento de colostro das mamas, à medida que se aproximam do parto. Na espécie humana, a duração média da gestação é de 40 ± 2 semanas, contadas a partir do primeiro dia do último período menstrual até o parto. Siga em Frente... Fisiologia do parto e da lactação O parto – no caso, o normal –, é um processo involuntário conduzido pelas partes irracionais e mais primitivas do cérebro: o hipotálamo e a hipó�se. Assim, quando uma mulher está em trabalho de parto, a área menos ativa de seu cérebro será o neocórtex, que é a parte racional do cérebro. Para que a mulher consiga dar à luz o bebê, seu organismo libera um coquetel de hormônios: a ocitocina, responsável pela contração do útero e ejeção de leite; as endor�nas, responsáveis pela diminuição da sensação de dor; a prolactina, responsável pela produção de leite; e as prostaglandinas, que preparam o útero para a dilatação. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR A dilatação do colo do útero e o nascimento do bebê acontecem em diferentes fases e de forma progressiva. A primeira fase dura cerca de 8 horas em mães de primeira gestação e aproximadamente 5 horas quando a mãe já tem pelo menos um �lho. Nesse momento, o colo do útero não se dilata muito e as contrações acontecem a cada 20 ou 30 minutos, com duração de 20 a 30 segundos. Já a fase ativa do trabalho de parto poderá ter duração de até 12 horas. Nessa fase, a dilatação do colo do útero e as contrações passam a aumentar progressivamente, até que, na fase �nal, chegam a ter intervalos de um minuto e meio, e podem durar de 60 a 90 segundos. Conforme o colo do útero se dilata, a cabeça do bebê é empurrada para baixo pelo canal de parto. Durante as contrações, a mulher é orientada a empurrar ativamente para ajudar o bebê a sair. O nascimento do bebê ocorre quando a cabeça e os ombros passam pelo canal de parto, seguidos pelo resto do corpo. Após o nascimento do bebê, o útero continua a se contrair para ajudar a liberar a placenta da parede uterina. Isso é facilitado pela ação das contrações uterinas e pelo relaxamento do colo do útero. Uma vez que a placenta é liberada, o processo de parto é concluído. Após o parto, as modi�cações nas mamas continuam a acontecer, uma vez que a mãe precisa amamentar o recém-nascido. Elas continuam a aumentar de tamanho e �rmeza, �cando nodulares. Os mamilos tornam-se mais maleáveis para que o bebê tenha mais facilidade ao mamar. Durante a gestação, os níveis de estrógeno e progesterona estão altos, o que inibe a produção de leite. Após o parto e a expulsão da placenta, esses níveis hormonais diminuem drasticamente, desencadeando o início da lactogênese (produção de leite materno). O principal hormônio estimulante da lactogênese é a prolactina, secretada pela adeno-hipó�se. A sucção do bebê no seio é o principal estímulo para a lactogênese, enviando sinais nervosos para o cérebro e desencadeando a liberação de hormônios como a prolactina e a ocitocina. A prolactina estimula as glândulas mamárias a produzirem leite, promovendo a síntese e a secreção de componentes do leite materno, como proteínas, gorduras e carboidratos. Já a ocitocina estimula a contração dos ductos mamários, promovendo a ejeção do leite dos seios. Métodos contraceptivos Para muitas mulheres, a gravidez é motivo de grande alegria e uma realização pessoal de vida. Entretanto, quando a gravidez não é desejada ou não está sendo planejada, os métodos contraceptivos se fazem necessários, principalmente por pessoas que têm vida sexual ativa. Existem diferentes métodos contraceptivos disponíveis no mercado, como os preservativos masculino e feminino, o dispositivo intrauterino (DIU), a contracepção hormonal injetável ou oral, a contracepção cirúrgica, e a contracepção de emergência, entre outros. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Dentre tantos métodos disponíveis, é imprescindível a indicação médica para a de�nição de qual deles utilizar, considerando fatores como idade, frequência com que mantém as relações sexuais, saúde e necessidade reprodutiva, caso ainda se queira ter �lhos, por exemplo. A necessidade reprodutiva é um fator importante a ser analisado, uma vez que existem contraceptivos reversíveis e irreversíveis. Os primeiros, chamados de temporários, ao deixarem de ser utilizados, poderão permitir uma gravidez, enquanto os métodos irreversíveis são de�nitivos e exigem uma intervenção cirúrgica. São eles a vasectomia para os homens e a laqueadura tubária para as mulheres. De maneira geral, os métodos contraceptivos são classi�cados em diferentes grupos. Os métodos comportamentais incluem a tabelinha, a temperatura basal, o muco cervical (também chamado de método de Billings) e o coito interrompido. A e�cácia desses métodos varia amplamente, com taxas de falhas que podem chegar a 25% em alguns casos. Os métodos de barreira são os preservativos, o diafragma e os espermicidas, cuja e�cácia varia de moderada a alta, com taxas de falha que geralmente variam de 12 a 21%, dependendo do uso correto e consciente. A contracepção ainda pode ser hormonal, por meio de contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais), injetáveis, adesivos cutâneos e a contracepção de emergência com a pílula do dia seguinte. Há ainda os dispositivos intrauterinos (DIU), que têm sido muito solicitados por sua segurança e durabilidade. Os dispositivos intrauterinos podem ser hormonais ou de cobre. Tanto a contracepção hormonal como o uso do DIU são métodos altamente e�cazes, apresentando taxas de falha menores que 1%. É importante notar que as taxas de e�cácia podem variar de acordo com o uso consistente e correto do método contraceptivo. Além disso, nenhum método contraceptivo é 100% e�caz na prevenção da gravidez, exceto a abstinência total. Portanto, para obter a melhor proteção contra a gravidez indesejada, é recomendado o uso de métodos contraceptivos combinados e a consulta a um pro�ssional de saúde para orientação individualizada. Vamos Exercitar? O risco de uma gravidez indesejada não deve ser a única preocupação das pessoas sexualmente ativas. Quando falamos em sistema reprodutor, é importante destacarmos também as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, a problematização que surge é: como podemos garantir uma saúde sexual e reprodutiva abrangente, considerando tanto a prevenção da gravidez indesejada quanto a proteção contra ISTs? As ISTs são causadas por uma variedade de agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, e são transmitidas principalmente pelo contato sexual sem o uso de Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR preservativo com uma pessoa que esteja infectada. Elas geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas nos órgãos genitais, tanto masculino quanto feminino. Algumas ISTs podem não apresentar sintomas; entretanto, é importante informar às pessoas que procurem pro�ssionais de saúde periodicamente ou sempre que houver algum risco. Essas infecções, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, poderão evoluir para complicações como infertilidades e câncer, ou levar, em casos mais graves, até à morte. As principais ISTs são: clamídia, gonorreia, sí�lis, herpes genital, HIV (vírus da imunode�ciência humana) e HPV (papilomavírus humano). Para garantir a saúde sexual e reprodutiva, é importante incentivar o uso regular e correto de preservativos em todas as relações sexuais, independentemente do uso de outros métodos contraceptivos, uma vez que o uso de preservativos ainda é o método mais e�caz para reduzir o risco de transmissão. Além disso, é importante também incentivar a vacinação contra infecções como o HPV e hepatite B, que podem ser transmitidas sexualmente e causar complicações graves. Saiba mais Você já ouviu falar da transmissão vertical? A transmissão vertical é a passagem de agentes infecciosos da mãe para o feto ou recém-nascido durante a gestação, o parto ou a amamentação. Esse processo pode ocorrer em diversas situações, incluindo a presença de vírus, bactérias, parasitas e outros patógenos no organismo da mãe. A prevenção da transmissão vertical é fundamental para proteger a saúde do bebê e da mãe. Conheça esse importante tema, explorando os protocolos adotados para prevenção da transmissão vertical de HIV e sí�lis. A leitura a respeito desse assunto certamente agregará valor à sua formação e prática pro�ssional na área da saúde. Referências CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_prevencao_transmissao_verticalhivsifilis_manualbolso.pdf Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 5 SISTEMA REPRODUTOR Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar um caso clínico de infertilidade e fertilização in vitro. Você aprenderá a analisar e resolver situações complexas envolvendo questões reprodutivas, fundamentais para sua prática pro�ssional. Entenderemos como a idade pode afetar a fertilidade, as causas de infertilidade e como condições como infecção seminal e endometriose podem in�uenciar a concepção. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e aplicá-los na resolução desse caso! Ponto de Chegada No estudo teórico desta unidade, você conheceu a organização geral e as estruturas microscópicas dos sistemas reprodutores do homem e da mulher, importante para a reprodução. Vamos reorganizar e aprofundar nosso conhecimento, resolvendo uma situação-problema: Um casal procurou uma clínica em razão de infertilidade há 10 anos. Atualmente, ela tem 39 e ele, 43 anos. Iniciaram a investigação sobre a possível infertilidade após 5 anos de casamento. Relataram que não usaram método contraceptivo algum durante esse tempo, e que durante esse período foram tratadas uma infecção seminal nele e uma endometriose nela. Atualmente, foram Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR informados acerca da possibilidade de gestação pela fertilização in vitro; interessaram-se pelo tratamento, e alguns questionamentos foram feitos ao médico que acompanha o caso. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Frente a essa situação da realidade pro�ssional, como você, futuro pro�ssional da saúde, responderia aos seguintes questionamentos do casal: quais seriam as chances de gravidez? A idade da mulher in�uenciaria a fertilização e a gestação? Qual é a diferença para esse processo em relação à infertilidade masculina ou feminina? A infecção seminal e a endometriose podem afetar a fertilidade? O que é necessário conhecer para ser capaz de resolver essa situação-problema? Como a idade avançada do casal pode in�uenciar a gestação? Quais são as principais causas de infertilidade? Para resolver essa situação-problema, é importante lembrar que o sistema reprodutor feminino é formado por dois ovários, duas tubas uterinas conhecidas como trompas de Falópio, um útero, uma vagina e uma vulva. Já o sistema reprodutor masculino é formado por testículos, epidídimo, ductos deferentes, glândulas seminais, próstata, ducto ejaculatório e pênis. Em relação às estruturas responsáveis pela formação dos gametas, na mulher o ovário é o órgão em que são produzidos os gametas femininos, e no homem, as gônadas masculinas, chamadas testículos, são os órgãos sexuais principais em que se produzem os gametas e os hormônios que de�nem as características sexuais secundárias masculinas. Esses são os primeiros campos a serem investigados em caso de infertilidade. A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida amplamente utilizada para ajudar casais com di�culdades de conceber naturalmente. Nesse procedimento, os óvulos são coletados do ovário da mulher e fertilizados em laboratório com o espermatozoide do parceiro ou de um doador. Após a fertilização, os embriões resultantes são cultivados em laboratório por alguns dias antes de serem transferidos para o útero da mulher. As chances de gravidez por meio da fertilização in vitro (FIV) podem variar dependendo de diversos fatores, incluindo a idade da mulher e do homem, a saúde dos gametas e a qualidade do embrião formado. Dado o histórico de tentativas sem sucesso ao longo de 10 anos, é importante Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR considerar que as chances podem ser um pouco reduzidas, especialmente devido à idade avançada da mulher. A qualidade dos óvulos diminui com o tempo, tornando mais difícil a concepção e aumentando o risco de complicações durante a gestação. No entanto, a FIV oferece uma oportunidade de concepção que pode ser explorada com a orientação e assistência adequadas. De modo geral, as causas de infertilidade conjugal quando ligadas ao fator feminino podem ser: causas ovarianas e ovulares; tubárias e do canal endocervical; associadas à união do espermatozoide e do óvulo; ou ligadas à implantação do embrião. Já a infertilidade masculina pode estar relacionada à produção, qualidade ou transporte inadequado dos espermatozoides. Ambos os parceiros podem contribuir para a di�culdade em conceber, e o tratamento da infertilidade muitas vezes envolve uma abordagem abrangente que considera a saúde reprodutiva de ambos. Uma infecção seminal, também conhecida como infecção do trato genital masculino, é uma condição na qual há uma infecção em alguma parte do sistema reprodutor masculino, incluindo os testículos, os ductos deferentes, a próstata ou a uretra. Essas infecções podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou outros microrganismos e podem resultar em uma variedade de sintomas, como dor ao urinar, secreção peniana anormal, dor nos testículos ou na área pélvica, febre e desconforto durante a relação sexual. As infecções seminais podem afetar a saúde reprodutiva masculina de várias maneiras. Elas podem comprometer a qualidade do sêmen, reduzindo a contagem, a mobilidade e a morfologia dos espermatozoides, o que pode levar à infertilidade temporária. Além disso, algumas infecções, se não tratadas adequadamente, podem causar danos permanentes aos órgãos reprodutivos, resultando em infertilidade de longo prazo. A endometriose é uma condição na qual o tecido que normalmente reveste o útero, o endométrio, cresce fora do útero, geralmente nos órgãos pélvicos, como ovários, trompas de Falópio e tecidos ao redor do útero e do intestino. Isso pode resultar em uma série de sintomas, incluindo dor pélvica crônica, dor durante o período menstrual, dor durante as relações sexuais, sangramento menstrual intenso, problemas de fertilidade e, em casos mais graves, aderências e formação de cistos nos órgãos afetados. A endometriose pode afetar a fertilidade de várias maneiras. Ela pode causar obstrução das trompas de Falópio, di�cultando a passagem dos óvulos dos ovários para o útero, onde a fertilização ocorre. Além disso, a in�amação causada pela endometriose pode prejudicar a qualidade dos óvulos e dos embriões, reduzindo as chances de concepção. A presença de aderências e cistos também pode interferir na implantação do embrião no útero. Diante da complexidade da situação enfrentada pelo casal em busca da realização do sonho da maternidade e paternidade, é essencial reconhecer a importância da orientação médica especializada e do acompanhamento adequado durante todo o processo de tratamento da infertilidade. A fertilização in vitro representa uma esperança para casais que enfrentam di�culdades para conceber naturalmente, mas requer uma abordagem individualizada e multidisciplinar para maximizar as chances de sucesso. Além disso, é crucial considerar não apenas as questões médicas, mas também os aspectos emocionais e psicológicos envolvidos, oferecendo suporte e cuidado integral ao casal ao longo de sua jornada reprodutiva. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Acesse o material interativo indicado, que traz uma visão ampla da anatomia dos sistemas reprodutores feminino e masculino, bem como dos processos �siológicos que envolvem esses sistemas. CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017. KUMAR, V. Robbins: Patologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. https://view.genial.ly/66316ab0d1cb220013bfe2f1/interactive-content-sistema-reprodutor do sistema tegumentar: Derme Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Vamos, nesta aula que trata da �siologia cutânea, descobrir os segredos da derme. Explore as funções e a estrutura dessa camada da pele, desde sua contribuição para a regulação térmica até sua importância na cicatrização de feridas. Não perca a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre a derme e seu papel vital para a saúde da pele! Ponto de Partida Olá, estudante! Nesta aula, vamos explorar as profundezas da pele, adentrando na camada conhecida como derme. A derme é muito mais do que apenas uma estrutura de suporte; é um ambiente dinâmico com células especializadas, vasos sanguíneos e uma miríade de receptores sensoriais que desempenham papéis essenciais em nossa percepção sensorial e regulação térmica. Ao longo desta aula, investigaremos as camadas que compõem a derme, destacando a complexidade de sua estrutura e função. Compreenderemos o papel das células presentes nessas camadas e sua interação com os vasos sanguíneos e receptores sensoriais, essenciais para nossa capacidade de sentir, regular a temperatura corporal e responder a estímulos ambientais. Além disso, a derme desempenha um papel fundamental no processo de cicatrização da pele e na manutenção da integridade da pele, sendo fundamental para a saúde e bem-estar do organismo. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ao �nal desta jornada pelo mundo da derme, esperamos que você se sinta inspirado a explorar ainda mais esse tema, e reconheça a importância de compreender a complexidade e a funcionalidade da pele em suas práticas pro�ssionais. Vamos lá? Vamos Começar! A segunda camada da pele, e a mais profunda, é a derme. Ela é composta por tecido conjuntivo, e desempenha um papel fundamental na manutenção da estrutura e função da pele. Composto principalmente por �bras de colágeno, elastina e substância fundamental, o tecido conjuntivo proporciona resistência, elasticidade e suporte à pele. Além disso, o tecido conjuntivo é rico em células especializadas, como �broblastos, responsáveis pela produção e manutenção das �bras e da matriz extracelular. Essas células também desempenham um papel crucial na cicatrização de feridas e na resposta a lesões na pele. Em conjunto com os vasos sanguíneos, linfáticos, nervos sensoriais e estruturas anexas, o tecido conjuntivo na derme forma uma rede complexa e dinâmica que sustenta e protege a pele, garantindo sua integridade e funcionalidade. Células da derme A derme apresenta uma espessura signi�cativamente maior do que a epiderme, e essa espessura varia de acordo com a região do corpo, alcançando seu ponto mais espesso nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Os �broblastos (Figura 1) são as células predominantes nesta camada, responsáveis pela produção de diversas substâncias essenciais para a integridade e função dos tecidos conjuntivos, incluindo a derme. São alongados, e apresentam muitos prolongamentos em seu estado ativo. Essas células são responsáveis pela produção de colágeno e elastina, além de outras moléculas que compõem a matriz extracelular do tecido conjuntivo, conferindo resistência e elasticidade à pele. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Fibroblastos. Fonte: Shutterstock. Além dos �broblastos, é possível encontrar macrófagos, células do sistema imunológico que atuam na defesa contra microrganismos patogênicos e na remoção de debris celulares, ajudando a manter a integridade da pele, e os mastócitos, que participam da resposta in�amatória e alérgica da pele, liberando substâncias como histamina em resposta a estímulos externos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Camadas da derme A derme é constituída de duas camadas: uma �na camada papilar super�cial e uma camada reticular espessa e mais profunda. A camada papilar é constituída por tecido conjuntivo frouxo contendo �bras colágenas �nas e �bras elásticas delicadas. Essa camada recebe esse nome pela presença de suas projeções, chamadas papilas dérmicas. As papilas dérmicas se projetam da derme em direção à epiderme, contribuindo para a aderência entre as duas camadas e facilitando a troca de nutrientes e oxigênio. Todas as papilas dérmicas são caracterizadas pela presença de alças capilares (vasos sanguíneos), responsáveis por fornecer sangue e nutrientes para a epiderme. Algumas dessas papilas também abrigam receptores táteis conhecidos como corpúsculos táteis ou corpúsculos de Meissner, os quais são sensíveis ao toque e desempenham um papel importante na percepção tátil. Além disso, outras papilas dérmicas contêm terminações nervosas livres, responsáveis por iniciar os sinais que levam à percepção de sensações como calor, frio, dor, cócegas e prurido. A camada reticular é constituída de tecido conjuntivo denso, e é mais espessa que a camada papilar. Esta camada é composta por feixes de �bras colágenas e elásticas espessas, dispostas em linhas regulares de tensão na pele, denominadas linhas de clivagem ou linhas de Langer. Essa orientação regular das �bras colágenas auxilia na resistência, na extensibilidade e n elasticidade da pele. Vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas ocupam os espaços entre as �bras. Os vasos sanguíneos localizados na camada reticular provêm nutrientes para a pele e estão envolvidos na termorregulação. Nesta camada encontram-se também os corpúsculos de Pacini, receptores encapsulados, especializados na detecção de pressão e vibração, sendo particularmente sensíveis a estímulos mecânicos de alta frequência. Esses corpúsculos desempenham um papel importante na percepção tátil e na resposta do corpo a estímulos externos. As camadas papilar e reticular da derme apresentam características distintas. A camada papilar é composta por tecido conjuntivo frouxo e abriga as papilas dérmicas, responsáveis pela conexão entre a derme e a epiderme. A camada reticular, por sua vez, é formada por tecido conjuntivo denso, caracterizado pela presença de feixes robustos de �bras de colágeno, conferindo resistência e suporte estrutural à pele. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Camadas papilar e reticular. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 395). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Siga em Frente... Envelhecimento da pele A partir dos 40 anos, as mudanças relacionadas à idade afetam principalmente as proteínas da derme. As �bras colágenas começam a diminuir em número, tornando-se mais rígidas, quebradiças e desorganizadas, resultando em rugas. As �bras elásticas perdem parte de sua elasticidade, aglomerando-se e desgastando-se, especialmente em fumantes. O número de �broblastos diminui, reduzindo a produção de colágeno e elastina. Isso leva à formação de �ssuras e rugas. Além disso, a diminuição das células dendríticas afeta a resposta imune da pele, enquanto as glândulas sebáceas menores causam pele seca e propensão a infecções. A produção de suor diminui, aumentando o risco de insolação. O cabelo grisalho e a pigmentação atípica da pele resultam da redução dos melanócitos funcionais. A pele envelhecida é mais �na, cicatriza com mais di�culdade e se torna mais suscetível a condições patológicas, como câncer de pele e feridas de pressão. Após explorarmos os intricados detalhes da �siologia e histologia da derme, torna-se evidente a complexidade e a importância dessa camada da pele. A derme não apenas fornece suporte estrutural e resistência mecânica, mas também desempenha um papel crucial na regulação da temperatura corporal e na resposta imunológica. Compreender a composição e as funções da derme nos permite apreciar sua relevância no nosso organismo. Vamos Exercitar? Como você já conheceu a derme, responda: como a estrutura e a composição desta camada in�uenciam o processo de cicatrização da pele? O processo de cicatrização cutânea é complexo e envolve várias etapas, e a derme desempenha um papel fundamental em várias delas. Após uma lesão na pele, as células in�amatórias, como os macrófagos, são recrutadas para a área afetada na derme, onde iniciam o processo de limpeza, removendo detritos e microrganismos, e formando um tecido de granulação. Esse tecido é formado pela proliferação do tecido conjuntivo, sendo altamente vascularizado e contendo numerosas células in�amatórias, além de uma matriz extracelular temporária. Em seguida, inicia-se a fase de proliferação, em que ocorre a reepitelização, quando as células da epiderme migram em direção à lesão e a fecham, a angiogênese, com a formação de novos vasos, e a remodelação da derme. O processo de remodelação da derme ocorre com a proliferação celular, em que os �broblastos sintetizam novo colágeno para substituir o tecido Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR dani�cado. Por �m, na fase de maturação, as novas �bras colágenas se tornam mais organizadas, auxiliando a preencher a ferida e restaurar a integridade da pele. Ao longo do tempo, a ferida é fechada, embora uma cicatriz possa permanecer visível. Saiba mais O envelhecimento da pele é um processo natural e inevitável que ocorre ao longo da vida. Como vimos nesta aula, com o passar dos anos, várias mudanças �siológicas afetam a pele. Além dos fatores intrínsecos ao envelhecimento, os fatores extrínsecos, como exposição ao sol e tabagismo, também podem acelerar essas mudanças. Leia o artigo “Colágeno e o Envelhecimento Cutâneo”, que explora o papel crucial do colágeno na saúde da pele e como sua deterioração contribui para os sinais visíveis de envelhecimento. Referências JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. OVALLE, W. Netter Bases da Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 4 Fisiologia do sistema tegumentar: Tecido subcutâneo e anexos cutâneos Fisiologia do sistema tegumentar: Tecido subcutâneo e anexos cutâneos https://bwsjournal.emnuvens.com.br/bwsj/article/download/161/177/1187 https://bwsjournal.emnuvens.com.br/bwsj/article/download/161/177/1187 Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nossa videoaula aborda o tecido subcutâneo e os diversos anexos cutâneos, como glândulas sebáceas, sudoríparas, folículos pilosos e unhas. Descubra como essas estruturas trabalham em conjunto para proteger, regular a temperatura e transmitir sensações táteis. Vamos aprender mais sobre a incrível complexidade da pele, o maior órgão do corpo humano. Ponto de Partida Olá, estudante! Nesta aula, exploraremos a anatomia e �siologia dos anexos cutâneos, destacando a importância de tecidos subcutâneos, glândulas sebáceas, sudoríparas, folículos pilosos e unhas. Compreender essas estruturas é essencial, pois elas desempenham papéis fundamentais no nosso organismo. Como as diferentes glândulas sebáceas e sudoríparas contribuem para a regulação da temperatura corporal? Qual é a relação entre a estrutura dos folículos pilosos e a produção de sebo? Fique atento aos detalhes desses tópicos para responder a essas perguntas durante o nosso conteúdo. Ao compreender a complexidade e a importância dessas estruturas, você fortalecerá suas habilidades pro�ssionais e sua compreensão do funcionamento do corpo humano. Aplique esse conhecimento no seu cotidiano pro�ssional, seja na prática clínica, na estética ou em qualquer área relacionada à saúde e bem-estar. Boa aula e aproveite ao máximo essa oportunidade de aprendizado! Vamos Começar! Tecido subcutâneo Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Assim como uma árvore depende de suas raízes para se manter �rme e absorver nutrientes do solo, a pele repousa sobre o tecido subcutâneo, que traz a ela suporte estrutural, prendendo-a aos ossos e aos músculos, e fornece os recursos necessários, através de vasos sanguíneos e nervos. O tecido subcutâneo, ou hipoderme (Figura 1), é constituída por tecido conjuntivo frouxo especializado (tecido adiposo), unindo a derme aos órgãos subjacentes. Esta camada é responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia, além de desempenhar um papel importante na homeostasia energética. Os vasos sanguíneos e nervos presentes na hipoderme fornecem nutrientes e sinais nervosos para as células da pele e outras estruturas adjacentes. As principais células presentes neste tecido são os adipócitos, células especializadas em armazenar energia na forma de gordura, que pode ser mobilizada quando o corpo necessita de combustível. Além disso, os adipócitos também desempenham um papel importante na regulação da temperatura corporal, atuando como isolante térmico. Eles são responsáveis pela produção de hormônios adipocitários, que desempenham funções metabólicas, endócrinas e imunológicas. Cerca de metade das reservas de gordura corporal estão localizadas no tecido subcutâneo, desempenhando funções essenciais de isolamento térmico, preenchimento de espaços e reserva de energia. A quantidade de tecido adiposo na camada subcutânea pode variar de acordo com fatores como idade, sexo e hábitos alimentares. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Pele e suas principais estruturas. Fonte: Waugh (2021, p. 394). Estruturas anexas da pele Os anexos cutâneos são estruturas que se originam da pele ou de seus tecidos subjacentes, e desempenham funções diversas. São eles: pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas. Vamos conhecer cada um a seguir. Pelo Os pelos (Figura 2) são estruturas delgadas e queratinizadas que crescem descontinuamente, para fora dos folículos pilosos, descendentes de células epidérmicas, para dentro da derme ou do tecido subcutâneo. Essas estruturas desempenham funções essenciais para o corpo humano Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR incluindo proteção, isolamento térmico, sensação tátil e proteção contra raios UV, além de auxiliar na saída de substâncias em áreas como nas narinas e canais auditivos. A distribuição, a morfologia e a coloração dos pelos na pele variam entre os diferentes indivíduos, e são in�uenciadas por diversos fatores, incluindo o dimor�smo sexual. A estrutura da pele que produz e contém os pelos é o folículo piloso, uma estrutura complexa e cilíndrica da epiderme que se estende até a derme, onde o pelo se desenvolve. O pelo é dividido em duas partes distintas: a haste, que se projeta acima da superfície da pele, e a raiz, localizada abaixo da superfície. A base da raiz se expande para formar o bulbo capilar, contendo a papila dérmica. Recobrindo a papila dérmica estão as células que formam a raiz do pelo. Tanto a raiz quanto a haste são compostas principalmente por colunas de células epiteliais mortas e queratinizadas, organizadas em três camadas concêntricas: a medula, o córtex e a cutícula. A medula ocupa o centro da haste capilar e consiste em duas ou três camadas de células contendo queratina mole. O córtex, localizado na parte externa do bulbo capilar, é formado por células que contêm queratina dura. Essa estrutura é revestida pela cutícula, uma única camada de células que se sobrepõem, contendo queratina dura. Associadas aos pelos, estão as glândulas sebáceas e um feixe de �bras musculares lisas, também conhecido como músculo eretor do pelo. A contração dessas �bras em situações �siológicas ou de estresse emocional, como o frio ou o susto, faz com que os pelos se elevem perpendicularmente à superfície da pele. Este movimento resulta nos arrepios ou calafrios, devido à formação de pequenas elevações na pele ao redor dos pelos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Diagrama de um folículo piloso em corte transversal (A) e estrutura básica do pelo (B). Fonte: Shutterstock. Unhas As unhas (Figura 3), mais adequadamente designadas como placas ungueais, são formadas por células epidérmicas queratinizadas que formam lâminas de consistência endurecida. Essa consistência dura confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e pés. Cada unha é constituída pelo corpo ungueal, uma margem livre e uma margem oculta. O corpo ungueal é a porção visível da unha que cresce sobre a pele do dedo; é transparente e consiste em camadas sobrepostas de queratina. A pele macia e rosada sob o corpo ungueal, onde a unha se prende à pele, é chamada de leito ungueal. O leito ungueal é rico em vasos sanguíneos, fornecendo nutrientes necessários para o crescimento e a saúde das unhas. A margem livre corresponde à parte da unha que se estende além da extremidade distal do dedo. Sob a margem livre temos uma região espessa da camada córnea, chamada hiponíquio, que �xa a unha à ponta do dedo. E, por �m, a margem oculta, ou raiz, é a porção que está inserida na pele e coberta pela Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR cutícula (ou eponíquio), formando uma área hemisférica e pálida chamada lúnula. Ainda na margem oculta encontramos a matriz ungueal, responsável pela produção de células que formam a unha, impulsionando seu crescimento. Figura 3 | Vista dorsal e corte sagital demonstrando as partes da unha. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 161). Siga em Frente... Glândulas sebáceas As glândulas sebáceas são compostas por células epiteliais secretoras. Sua porção secretora é encontrada na derme, e geralmente estão conectadas aos folículos pilosos. Elas produzem sebo, uma substância oleosa com propriedades antimicrobianas, que é secretada nos folículos capilares. Presentes em todas as áreas da pele, exceto nas palmas das mãos e solas dos pés, as glândulas sebáceas são mais numerosas no couro cabeludo, rosto, axilas e virilhas. Em regiões de transição entre diferentes tipos de epitélio de superfície, como lábios, pálpebras, mamilos, pequenos lábios e glande, existem glândulas sebáceas que secretam sebo diretamente na superfície, sem estar associadas aos folículos pilosos. O sebo desempenha várias funções essenciais: mantém os pelos macios, �exíveis e com um brilho saudável; impermeabiliza a pele; tem propriedades bactericidas e fungicidas, prevenindo infecções; e evita ressecamentos e rachaduras na pele, especialmente após exposição ao calor e luz solar. A atividade das glândulas sebáceas aumenta durante a puberdade e diminui nos extremos de idade. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Glândulas sudoríparas As glândulas sudoríparas estão amplamente distribuídas por toda a pele. São formadas por células epiteliais que liberam suor ou transpiração através dos folículos pilosos, ou na superfície da pele através dos poros. Elas podem ser classi�cadas como écrinas ou apócrinas, com base em sua estrutura e tipo de secreção (Figura 4). As glândulas sudoríparas écrinas ou merócrinas são as mais numerosas, distribuídas na maioria das regiões do corpo, principalmente na região frontal, nas palmas das mãos e plantas dos pés. A porção secretora dessas glândulas está localizada principalmente na derme reticular; o ducto excretor se projeta através da derme e da epiderme e termina como um poro na superfície da epiderme. Elas produzem um suor claro e líquido, composto principalmente por água e sais minerais. Sua principal função é regular a temperatura corporal, ajudando na dissipação do calor pela evaporação do suor na superfície da pele. As glândulas sudoríparas apócrinas apresentam ductos e lúmens maiores que as glândulas écrinas. A parte secretora da glândula se encontra nas camadas mais profundas da derme ou, mais frequentemente, na porção superior da hipoderme. Estas glândulas estão associadas aos folículos pilosos e são encontradas em áreas especí�cas, como axilas, região genital e mamilos. Elas secretam um suor mais viscoso, que contém lipídios e proteínas. A atividade dessas glândulas é in�uenciada por fatores como o estresse e a excitação emocional. Ao contrário das glândulas sudoríparas écrinas, as glândulas sudoríparas apócrinas não participam da produção de suor para a regulação térmica do corpo e, por conseguinte, não contribuem para o processo de termorregulação. O suor apócrino é inodoro quando é secretado, mas pode ser decomposto por bactérias na pele, resultando em odor corporal. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 4 | Glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas e sua distribuição. Fonte: Shutterstock. De forma geral, o tecido subcutâneo e os anexos da pele desempenham papéis fundamentais na manutenção da integridade e função da nossa pele. Ao longo desta aula, exploramos a complexidade e a importância dessas estruturas, desde as glândulas sebáceas e sudoríparas até os folículos pilosos e as unhas. Compreendemos como o tecido subcutâneo fornece suporte estrutural e armazenamento de energia, enquanto os anexos da pele desempenham funções essenciais, como regulação da temperatura corporal e proteção contra patógenos. A integração entre essas diversas estruturas é crucial para a homeostase do corpo humano, re�etindo a incrível complexidade e adaptação do maior órgão do corpo humano: a pele. Vamos Exercitar? A acne é uma condição comum da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente adolescentes e jovens adultos. Caracterizada pelo aparecimento de espinhas, cravos e lesões in�amadas na pele, a acne pode causar desconforto físico e emocional. Embora não seja uma condição grave, a acne pode ter um impacto signi�cativo na autoestima e na qualidade de vida das pessoas afetadas. Você sabia que a acne é ocasionada, em grande parte, pela atividade excessiva das glândulas sebáceas? Como você acha que o funcionamento das glândulas sebáceas in�uencia o desenvolvimento e a persistência da acne? Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR As glândulas sebáceas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da acne. As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de sebo, uma substância oleosa que lubri�ca a pele e os cabelos. O sebo é essencial para a saúde da pele, pois ajuda a manter a umidade e a �exibilidade, protege contra a perda excessiva de água e previne o ressecamento. Além disso, o sebo tem propriedades antimicrobianas, ajudando a proteger a pele contra infecções bacterianas e fúngicas. No entanto, quando as glândulas sebáceas produzem sebo em excesso, pode ocorrer obstrução dos poros e folículos pilosos, criando um ambiente propício para o crescimento bacteriano e a in�amação, o que pode levar ao desenvolvimento de acne. Além disso, alterações hormonais, como as que ocorrem durante a puberdade, podem estimular a produção excessiva de sebo. Durante a infância, as glândulas sebáceas são relativamente pequenas e inativas, e na puberdade, os hormônios andrógenos dos testículos, ovários e glândulas suprarrenais estimulam o seu crescimento e o aumento da produção de sebo, contribuindo para o aparecimento da acne. Em conclusão, compreender o papel das glândulas sebáceas no desenvolvimento da acne é essencial para o manejo e�caz dessa condição. Ao reconhecer como o sebo produzido por essas glândulas pode contribuir para a obstrução dos poros e o surgimento de lesões acneicas, podemos adotar medidas preventivas e terapêuticas adequadas. Além disso, ao considerar as alterações hormonais que in�uenciam a atividade das glândulas sebáceas, como as que ocorrem durante a puberdade, podemos entender melhor por que a acne é tão comum nessa faixa etária. Saiba mais Você já parou para pensar como os pelos crescem e se desenvolvem? Diferentemente do que ocorre na renovação da epiderme, o crescimento dos pelos não se dá de forma contínua, mas, sim, cíclica. Leia o texto “Crescimento e características dos pelos” para conhecer as etapas desse ciclo desde seu início, nos folículos pilosos, até sua eventual queda. O texto está no livro Ross Histologia – Texto e Atlas, Capítulo 15, “Sistema Tegumentar”, Boxe 15.4, página 544. Referências JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737241/epubcfi/6/52%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter15%5D!/4/388/13:48%5Bda%20%2Cger%5D Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. Aula 5 SISTEMA TEGUMENTAR Videoaula de Encerramento Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai mergulhar no fascinante mundo do sistema tegumentar, explorando as diferentes camadas da pele, suas funções vitais e como elas impactam diretamente sua prática pro�ssional. Entender os mecanismos de proteção, regulação térmica e sensibilidade da pele é fundamental para diversas áreas, desde a dermatologia até a enfermagem. Prepare-se para essa jornada de aprendizado e descoberta! Vamos lá! Ponto de Chegada O sistema tegumentar, composto por pele, pelos, unhas e glândulas anexas, desempenha um papel crucial no organismo. Essa complexa rede de estruturas integra-se harmoniosamente para Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR manter a homeostase do corpo e proteger contra patógenos. Compreender a anatomia e a �siologia desse sistema é fundamental para a prática pro�ssional em diversas áreas da saúde! A pele, o maior órgão do corpo humano, é muito mais do que uma simples barreira física. Ela desempenha uma série de funções vitais para nossa sobrevivência e bem-estar. Além de proteger os tecidos internos contra danos mecânicos, químicos e biológicos, a pele regula a temperatura corporal, controla a perda de água, e atua como um importante órgão sensorial, transmitindo informações sobre o ambiente ao redor. As principais camadas da pele são a epiderme (mais super�cial) e a derme (mais profunda). O tecido subcutâneo está situado abaixo da derme e não faz parte da estrutura da pele: ele ancora a derme aos tecidos e órgãos subjacentes. A epiderme é composta por tecido epitelial estrati�cado pavimentoso queratinizado dividido em camadas: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida (presente apenas na pele espessa) e córnea. As células-tronco epidérmicas estão presentes na camada basal e sofrem divisão celular contínua, produzindo queratinócitos para as demais camadas. Os principais tipos celulares encontrados na epiderme são queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. A derme é composta por tecido conjuntivo, apresentando �bras de colágeno e elastina que conferem resistência e elasticidade à pele. Essa camada é dividida em derme papilar, na qual encontramos �bras colágenas e elásticas �nas e delicadas e as papilas dérmicas; e derme reticular, que apresenta �bras colágenas e elásticas mais espessas. Na derme encontramos também vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que fornecem nutrientes à epiderme, removem resíduos e transmitem sensações. Além disso, a derme abriga os anexos cutâneos, como os folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, que desempenham papéis importantes na regulação da temperatura corporal e na proteção contra agentes externos. A hipoderme ou tecido subcutâneo caracteriza-se por ser composta principalmente por um tipo de tecido conjuntivo especializado, o tecido adiposo. Suas principais características incluem servir como um isolante térmico, ajudar na absorção de choques mecânicos, armazenar energia na forma de gordura (com os adipócitos) e fornecer suporte estrutural para a pele. Além disso, a hipoderme desempenha um papel essencial na �xação da pele aos tecidos subjacentes, como músculos e ossos, ajudando a manter a integridade e a forma do corpo. As estruturas anexas da pele – pelo, glândulas sebáceas, sudoríparas e unhas – se desenvolvem a partir da epiderme embrionária. Os pelos e os folículos pilosos são encontrados em praticamente todo o corpo. Um pelo é uma estrutura complexa composta por uma haste, que constitui a parte visível acima da superfície da pele, e uma raiz, que se estende até a derme e, por vezes, até a camada subcutânea. Cada folículo piloso está associado a uma glândula sebácea, um músculo eretor do pelo e um plexo da raiz do pelo. O crescimento do pelo é um processo Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR cíclico que envolve a divisão das células da matriz no bulbo piloso, passando por estágios de crescimento, regressão e repouso. Além de oferecer proteção contra os raios solares, a perda de calor e a entrada de partículas estranhas, os pelos também desempenham um papel na detecção do toque suave. As unhas ou placas ungueais são estruturas rígidas e mortas compostas por células queratinizadas da epiderme, localizadas nas extremidades dos dedos. Elas apresentam várias partes, incluindo corpo ungueal, margem livre e oculta, lúnula, hiponíquio, leito ungueal, eponíquio e matriz ungueal. A matriz ungueal é responsável pela produção de novas unhas por meio da divisão celular. As glândulas sebáceas são normalmente associadas aos folículos pilosos, exceto nas palmas das mãos, plantas dos pés e algumas áreas especí�cas. Elas produzem o sebo, uma substância que lubri�ca os pelos e a pele, conferindo-lhes impermeabilidade. A obstrução das glândulas sebáceas pode levar ao desenvolvimento de acne. O sebo é secretado pelos sebócitos por meio de secreção holócrina, e é liberado nos folículos pilosos através do canal pilossebáceo. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As glândulas sudoríparas écrinas têm uma distribuição ampla, e seus ductos terminam nos poros da superfície da epiderme. Elas são responsáveis principalmente pela termorregulação. Por outro lado, as glândulas sudoríparas apócrinas estão localizadas em áreas especí�cas do corpo, como axilas, virilhas e aréolas, e seus ductos se abrem nos folículos pilosos. Elas secretam um suor rico em proteínas e lipídios. Enquanto as glândulas sudoríparas écrinas estão envolvidas principalmente na regulação da temperatura corporal, as apócrinas são ativadas durante o estresse emocional, excitação sexual e resposta hormonal. Ao �nal deste estudo sobre o sistema tegumentar, é imprescindível pensar na importância de compreendermos de forma crítica as características morfofuncionais e histológicas das camadas da pele e seus anexos. Essa competência não apenas nos permite reconhecer a complexidade e a vitalidade desse órgão, como também nos capacita a diagnosticar e tratar uma variedade de condições dermatológicas com maior e�cácia. Ao compreendermos profundamente a estrutura e as funções da pele, estamos equipados para oferecer melhores cuidados de saúde aos nossos clientes e pacientes. É Hora de Praticar! Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR para assistir mesmo sem conexão à internet. Uma mulher, adulta, 35 anos, durante sua rotina doméstica cotidiana, sofreu um acidente derrubando óleo quente de fritura em sua mão. Com muita dor, foi levada ao Pronto Atendimento mais próximo para que diagnosticassem a gravidade da lesão e seu respectivo tratamento. O médico que a atendeu pôde observar uma grande quantidade de bolhas de base branca, diagnosticando-a como queimadura de 2º grau. Nesse contexto, quais camadas da pele podem ser lesionadas nas queimaduras de 1º, 2º e 3º graus? Quais fatores podem in�uenciar a di�culdade de reparação desta lesão celular? Como a estrutura da pele in�uencia a regulação da temperatura corporal e a proteção contra danos externos? Qual é a importância dos anexos cutâneos, como pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas, e unhas, para a saúde e integridade da pele? Como as estruturas anexas da pele contribuem para as funções protetoras e sensoriais da pele? Para resolução da nossa situação-problema, precisamos compreender o que é uma queimadura. Queimadura é uma lesão na pele ou em outros tecidos corporais causada por diversos agentes, como calor, frio, atrito, produtos químicos, eletricidade ou radiação. Independentemente da causa, esses eventos resultam em danos ao tecido, rompendo a estrutura da pele e prejudicando suas funções. Esses danos podem ser classi�cados de acordo com a extensão da área de superfície envolvida e a profundidade do dano cutâneo. Em relação à profundidade do dano cutâneo, as queimaduras podem ser classi�cadas como de espessura parcial (1º e 2º grau) ou espessura completa (3º grau). As queimaduras de 1º grau afetam somente a epiderme, e podem resultar em vermelhidão, dor e edema leve na região. Não há presença de bolhas, e o dano causado ao tecido é mínimo. A restauração do tecido se dá em uma semana, aproximadamente, e não deixa cicatrizes. As queimaduras de 2º grau afetam a epiderme e parte superior da derme. Podem resultar em todos os sinais e sintomas observados na queimadura de 1º grau, além da presença de bolhas. Nesse tipo de queimadura, algumas funções da pele como a proteção e a sensação tátil são perdidas. As estruturas associadas à pele, como folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, geralmente não são lesionadas. Por �m, as queimaduras de 3º grau destroem completamente a epiderme e a derme, podendo envolver tecidos mais profundos. A maioria das funções da pele é perdida, é observado um edema acentuado e a região queimada �ca dormente devido à destruição das terminações nervosas sensoriais. A regeneração da pele ocorre de forma lenta, podendo ser necessário um enxerto de pele para promover o reparo tecidual e minimizar as cicatrizes. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 1 | Classi�cação das queimaduras. Fonte: Vanputte, Jennifer e Russo (2016, p. 151). Existem vários fatores que podem in�uenciar a di�culdade de reparação dessas lesões celulares, incluindo: Extensão da lesão: quanto maior a área da queimadura e quanto mais profunda for a lesão, mais difícil será o processo de reparação celular. Idade do paciente: indivíduos mais jovens tendem a ter uma capacidade de regeneração celular mais e�ciente do que os mais idosos. Estado de saúde prévio: condições médicas preexistentes, como diabetes ou comprometimento imunológico, podem di�cultar a cicatrização de feridas. Presença de infecções: infecções secundárias nas áreas queimadas podem complicar o processo de cicatrização e aumentar o risco de complicações. Localização da queimadura: queimaduras em áreas como articulações ou regiões de dobras da pele podem ser mais difíceis de tratar devido à mobilidade constante e atrito. Tratamento adequado: a administração precoce de cuidados médicos adequados, incluindo limpeza, desbridamento e curativos apropriados, pode in�uenciar signi�cativamente a velocidade e a e�cácia da cicatrização. O material a seguir é uma viagem visual pelo sistema tegumentar, destacando os principais componentes e funções da nossa pele. Desde a epiderme até o tecido subcutâneo, vamos explorar as camadas, células e estruturas que compõem esse incrível órgão, o maior do corpo humano! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023. VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2016. WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. , Unidade 2 SISTEMA ESQUELÉTICO Aula 1 Sistema esquelético: origem e organização geral dos ossos Sistema esquelético: origem e organização geral dos ossos Este conteúdo é um vídeo! Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem conexão à internet. Dica para você Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua aprendizagem ainda mais completa. Bem-vindo à nossa videoaula de introdução ao sistema esquelético! Nesta aula, exploraremos a histologia, a anatomia e a função do tecido ósseo, abordando os diferentes tipos de tecido ósseo e os processos de osteogênese, ossi�cação intramembranosa e endocondral. Compreender esse conteúdo é fundamental para qualquer pro�ssional da área da saúde, pois fornece uma base sólida para compreender a estrutura e a função do sistema esquelético humano. Junte-se a nós nesta jornada de aprendizado e aprofunde seus conhecimentos sobre o tecido ósseo! Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Ponto de Partida Olá, estudante! Hoje damos início à nossa jornada de conhecimento sobre o sistema esquelético. Nesta aula, você vai conhecer os fundamentos essenciais do tecido ósseo, com uma visão abrangente de sua histologia, anatomia e função. Compreender esses aspectos é crucial, pois o tecido ósseo desempenha um papel vital na estruturação e proteção do corpo humano. Ao longo da aula, vamos discutir os diferentes tipos de tecido ósseo e os processos complexos de osteogênese, ossi�cação intramembranosa e endocondral. Você já parou para pensar em como um osso consegue se regenerar após uma fratura? Ao nos aprofundarmos nos conteúdos propostos para esta aula, estaremos mais bem preparados para entender como os ossos conseguem se recuperar e se adaptar após uma fratura. Portanto, engaje-se ativamente nesta aula, mantendo-se atento aos detalhes abordados. Ao �nal, não apenas teremos uma compreensão mais profunda do tecido ósseo, mas também estaremos mais preparados para aplicar esses conhecimentos em nosso cotidiano pro�ssional. Vamos lá? Vamos Começar! Funções do sistema esquelético O sistema esquelético, também conhecido como sistema ósseo, é a estrutura de suporte do corpo humano. Para iniciar nosso estudo do sistema esquelético, vamos entender que ele não é composto apenas pelos ossos do corpo, mas, também, pelas articulações e pelos tecidos conectivos, como os ligamentos e a cartilagem. De forma geral, o esqueleto é considerado a estrutura do corpo, mas esse sistema tem diversas outras funções, como as seguintes: Suporte: os ossos fornecem uma estrutura que dá forma e suporte ao corpo humano, ajudando a manter a postura e sustentar os órgãos internos em seus lugares. A cartilagem fornece apoio dentro de algumas estruturas como nariz, orelhas, caixa torácica e traqueia. Já os ligamentos são bandas fortes de tecido �broso conectivo que se ligam aos ossos para mantê-los unidos. Proteção: os ossos formam uma barreira protetora ao redor de órgãos vitais como o cérebro, o coração e os pulmões, protegendo-os de lesões e danos. Movimento: os ossos, junto com articulações, músculos e tendões, permitem o movimento do corpo. Os músculos se conectam aos ossos pelos tendões, e quando os músculos se contraem, puxam os ossos, permitindo o movimento. Armazenamento: os ossos atuam como reservatórios de minerais, como cálcio e fósforo, essenciais para diversas funções do organismo. Alguns ossos ainda armazenam o tecido Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR hematopoiético (medula óssea), responsável pela formação de todo o tecido sanguíneo de nosso corpo. Como você pode ver, o sistema esquelético desempenha uma variedade de funções vitais que trabalham em conjunto para manter a integridade e o funcionamento adequado do corpo humano. A seguir, vamos explorar mais detalhadamente o tecido ósseo, a substância que compõe os ossos e desempenha um papel fundamental na estrutura e na função do sistema esquelético. Tecido ósseo O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto. Trata-se de um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calci�cado: a matriz óssea. A matriz óssea é composta principalmente por dois tipos de materiais: orgânico e inorgânico. O material orgânico representa cerca de 35% da matriz óssea, e é composto principalmente por colágeno tipo I, uma proteína �brosa que confere resistência e �exibilidade aos ossos. Além do colágeno, o material inorgânico inclui outras proteínas, como proteoglicanos e glicoproteínas, que desempenham papéis importantes na estrutura e metabolismo ósseo. O material inorgânico corresponde a 65% da matriz óssea, sendo que o principal mineral presente é a hidroxiapatita, uma forma cristalina de fosfato de cálcio que confere rigidez e dureza aos ossos. Quatro tipo de células estão presentes no tecido ósseo: células osteogênicas, osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Vamos conhecer um pouco mais essas células? As células precursoras das células ósseas são chamadas de células osteogênicas ou osteoprogenitoras, que são células-tronco encontradas na região do periósteo (membrana �brosa que envolve a superfície externa dos ossos), endósteo (camada de células que reveste a cavidade medular interna dos ossos) e próximo aos vasos sanguíneos dos ossos. Elas têm a particularidade de ser o único tipo de célula óssea que sofre divisão celular, dando origem aos osteoblastos. Os osteoblastos são células que desempenham papel fundamental na formação de osso novo, processo conhecido como osteogênese. Elas são responsáveis pela síntese de colágeno e outros componentes orgânicos necessários para formação da matriz óssea, participando ativamente da mineralização da matriz. São encontradas na superfície externa dos ossos e revestindo as superfícies internas dos ossos. Uma vez que o osteoblasto é circundado pela matriz óssea, passa a ser chamado osteócito. Os osteócitos residem em pequenas cavidades chamadas lacunas, que estão interconectadas por canalículos dentro da matriz óssea. Essas células desempenham papéis importantes na Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR manutenção da saúde óssea e na regulação do metabolismo ósseo, mantendo o equilíbrio entre a deposição e reabsorção óssea. Já os osteoclastos são células grandes, móveis e multinucleadas, que resultam da fusão de células precursoras de macrófagos. Os osteoclastos estão localizados na superfície do tecido ósseo e desempenham um papel crucial na homeostase óssea, removendo o tecido ósseo antigo ou dani�cado, bem como remodelando o osso em resposta a estímulos mecânicos ou hormonais. Figura 1 | Células do tecido ósseo. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 145). Tipos de tecidos ósseos Histologicamente, o tecido ósseo pode ser classi�cado como não lamelar ou lamelar, de acordo com a organização das �bras de colágeno dentro da matriz óssea. O tecido ósseo não lamelar, ou imaturo (Figura 2-A), é o primeiro tecido ósseo a ser formado durante o desenvolvimento dos ossos na vida intrauterina; além disso, está presente durante o crescimento dos ossos, nos processos de remodelação óssea e na reparação de fraturas. Esse tecido apresenta um aspecto desorganizado em que as �bras de colágeno estão dispostas aleatoriamente. Já o tecido ósseo lamelar, ou maduro (Figura 2-B), é predominante em adultos, após a fase de crescimento do corpo. Nesse tecido, as �bras colágenas da matriz óssea estão dispostas de maneira organizada, paralelamente entre si, formando conjuntos denominados lamelas ósseas, aumentando a resistência dos ossos. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 2 | Disposição das �bras colágenas na matriz extracelular do tecido ósseo. No tecido ósseo não lamelar (A), as �bras estão dispostas de forma desordenada. No tecido ósseo lamelar, as �bras estão altamente organizadas (B). Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 149). O tecido ósseo ainda pode ser classi�cado com base em sua organização macroscópica, sendo osso compacto (denso) ou esponjoso (trabecular) (Figura 3). Ambos apresentam os mesmos tipos celulares e matriz óssea, mudando apenas entre si a organização de seus elementos e a quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo compacto, ou denso, representa a maior parte da massa óssea do corpo, e é encontrado na parte externa de todos os ossos, fornecendo proteção e apoio, sendo resistente às tensões produzidas pelo peso e movimento. Este tecido apresenta componentes rígidos, com pouco espaço entre eles, garantindo essa resistência e “dureza”. O tecido ósseo esponjoso, ou trabecular, está localizado no interior de um osso, protegido por uma cobertura de tecido ósseo compacto. Este tecido é menos denso e tem uma estrutura porosa, formando uma rede de trabéculas, que proporciona suporte e �exibilidade. Essa formação confere leveza na movimentação e permite espaços que podem ser preenchidos pela medula óssea vermelha, como é o caso dos ossos do quadril. Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Figura 3 | Corte longitudinal da epí�se proximal do fêmur. A parte interna apresenta tecido ósseo esponjoso com numerosas trabéculas ósseas. A porção externa apresenta tecido ósseo compacto, com estrutura sólida e densa. Fonte: Pawlina (2021, p. 233). Disciplina CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS DOS SISTEMAS TEGUMENTAR, LOCOMOTOR E REPRODUTOR Siga em Frente... Osteogênese A osteogênese, também chamada de ossi�cação, é o processo pelo qual o tecido ósseo é formado durante o desenvolvimento embrionário, o crescimento e a reparação dos ossos ao longo da vida. A formação dos ossos envolve dois processos distintos: a ossi�cação intramembranosa e a ossi�cação endocondral. Em ambos os processos, o tecido ósseo inicial é do tipo não lamelar, ou imaturo, que gradualmente é reabsorvido por osteoclastos e substituído por tecido ósseo lamelar, ou maduro. A ossi�cação intramembranosa ocorre principalmente na formação de ossos planos, como os ossos do crânio. Esse tipo de ossi�cação