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Disciplina
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS
DOS SISTEMAS TEGUMENTAR,
LOCOMOTOR E REPRODUTOR
Unidade 1
SISTEMA TEGUMENTAR
Aula 1
Introdução ao Sistema Tegumentar
Introdução ao Sistema Tegumentar
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Olá, estudante! Convidamos você a assistir nossa videoaula que trata da estrutura, da função e
da embriogênese do sistema tegumentar. Explore as complexidades da pele, desde sua
formação embrionária até suas múltiplas funções no corpo humano. Não perca essa
oportunidade de ampliar seu conhecimento desse importante órgão. Assista agora e desvende
os mistérios da pele conosco!
Ponto de Partida
Olá. estudante! Seja muito bem-vindo ao estudo das ciências morfofuncionais dos sistemas
tegumentar, locomotor e reprodutor. Para dar início ao nosso conteúdo, vamos conhecer as
funções e a estrutura básica do sistema tegumentar, além dos processos envolvidos na
embriogênese do tecido cutâneo, desde as etapas iniciais de desenvolvimento até a formação
dos tecidos epitelial, dérmico e subcutâneo. Abordaremos a anatomia e a �siologia básica da
pele, destacando sua estrutura multicamada e suas diversas funções, como proteção, regulação
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térmica, sensação e excreção. Além disso, examinaremos o processo de embriogênese do
sistema tegumentar, que é essencial para compreender a formação e o desenvolvimento da pele
desde as fases iniciais da vida fetal. Diante da complexidade da estrutura e das diversas funções
do sistema tegumentar, surge a questão: como as interações entre os processos de
embriogênese e as funções �siológicas da pele in�uenciam a manutenção da homeostasia do
corpo humano ao longo da vida? Esta aula marca o início de sua jornada no estudo do sistema
tegumentar, um campo fascinante e fundamental para diversas áreas da saúde. Ao mergulhar
nos conceitos básicos de anatomia, �siologia e embriogênese da pele, você estará construindo
uma base sólida de conhecimento que será essencial em sua prática pro�ssional futura. Vamos
lá?
Vamos Começar!
A pele e suas estruturas acessórias como pelos, glândulas e unhas, constituem o sistema
tegumentar. A pele forma a cobertura externa do corpo e representa seu maior órgão,
constituindo 15 a 20% da massa total. Varia em espessura, sendo mais espessa na palma das
mãos e nas solas dos pés, e é constituída por duas principais camadas: a epiderme e a derme.
Entre a derme e as estruturas subjacentes existe uma camada subcutânea, também denominada
hipoderme. A epiderme é a camada mais super�cial da pele, consistindo em tecido epitelial. Ela
resiste à abrasão na superfície e reduz a perda de água pela pele, repousando sobre a derme,
uma camada de tecido conjunto. A derme é responsável pela maior parte da resistência
estrutural da pele, e os vasos sanguíneos, nervos, glândulas e os folículos pilosos estão
presentes nessa camada. O tecido subcutâneo consiste em tecido conjuntivo frouxo e tecido
adiposo, servindo como depósito para o armazenamento de gordura e contendo grandes vasos
que suprem a pele (Figura 1).
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Figura 1 | Camadas da pele. Fonte: Shutterstock.
Embriogênese do sistema tegumentar
Os tecidos que formam o ser humano derivam de três camadas germinativas: endoderma,
mesoderma e ectoderma. A partir desse desdobramento, são originados quatro tipos básico de
tecidos: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Cada um deles, com suas
características e funções próprias.
A pele humana se desenvolve a partir de dois tecidos embrionários especiais que se formam
durante o estágio inicial do desenvolvimento embrionário: o ectoderma e o mesoderma. A
epiderme é derivada do ectoderma, que cobre a superfície do embrião. As células nessa camada
se proliferam e formam uma camada de epitélio escamoso, a periderme, e uma camada basal
(Figura 2-B). As células peridérmicas sofrem queratinização e descamação contínua, sendo
substituídas por células provenientes da camada basal. A proliferação da camada basal
eventualmente forma todas as camadas da epiderme (Figura 2-D). A proliferação desta camada
também forma as cristas epidérmicas. O padrão das cristas epidérmicas, que se desenvolvem na
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palma das mãos e na sola dos pés é determinado geneticamente e formam as impressões
digitais únicas para cada indivíduo.
O mesoderma dá origem a um tecido conjuntivo embrionário frouxamente organizado,
denominado mesênquima (Figura 2-A), com onze semanas, as células mesenquimais se
diferenciam em �broblastos e começam a produzir colágeno, elastina e outras proteínas da
matriz extracelular que compõem a derme.
Entre a décima e décima quinta semana após a concepção, é observado o início dos anexos
cutâneos (Figura 2-C). A formação dos folículos pilosos se inicia a partir de evaginações na
camada basal da epiderme na derme, fazendo com que a derme direcione determinadas células
epidérmicas basais, que se reúnem para formar o folículo piloso rudimentar. Os folículos pilosos
continuam a se diferenciar ao longo do segundo trimestre, e o cabelo do feto pode ser observado
cerca de 20 dias após a concepção.
As glândulas sudoríparas começam a se desenvolver como evaginações da epiderme em direção
à derme em áreas especí�cas da pele. Essas começam a surgir por volta dos cinco meses de
gestação nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e um pouco mais tarde em outras regiões.
As glândulas sebáceas, por sua vez, se formam como brotos a partir das paredes dos folículos
pilosos por volta de quatro meses de gestação. As unhas se desenvolvem a partir do ectoderma
que invagina no mesoderma subjacente em aproximadamente dez semanas após a concepção.
Até o quinto mês de gestação, as unhas do feto já estão totalmente desenvolvidas.
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Figura 2 | Desenvolvimento do tegumento comum. Fonte: adaptado de Tortora e Derrickson (2023, p. 167).
Conforme o desenvolvimento prossegue, os anexos da pele amadurecem e começam a
desempenhar suas funções especí�cas, como a produção de suor pelas glândulas sudoríparas
para ajudar na regulação da temperatura corporal, e a secreção de sebo pelas glândulas
sebáceas para lubri�car e proteger a pele. Esses processos de embriogênese são essenciais
para o desenvolvimento adequado da pele durante o desenvolvimento fetal.
Siga em Frente...
Funções do sistema tegumentar
O sistema tegumentar desempenha uma série de funções vitais para o corpo. A pele oferece
proteção para o nosso corpo de várias maneiras, atuando como uma barreira física, por conta,
principalmente, de seu epitélio queratinizado, que protege os tecidos subjacentes de
microrganismos, abrasão, calor e substâncias químicas. A pele ainda evita a desidratação,
reduzindo a perda de água pelo corpo, e impede a entrada de água através da superfície durante
banhos e natação, por exemplo. O sebo produzido pelas glândulas sebáceas evita que a pele
resseque, e apresenta um pH ácido, retardando o crescimento de alguns microrganismos. A
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melanina, produzida pelos melanócitos, ajuda a proteger contra os efeitos danosos da luz
ultravioleta.
A pele regula a temperatura corporal por meio de dois mecanismos: liberando o suor em sua
superfície e ajudando o �uxo sanguíneo na derme. Quando há um aumento da temperatura
ambiental ou durante a prática de exercícios físicos, as glândulas sudoríparas aumentam a
produção de suor, resultando na transpiração. Esse processo auxilia na redução
ocorre no interior de membranas do tecido
mesenquimal (tecido conjuntivo embrionário); inicialmente as células mesenquimais se
condensam em áreas especí�cas, formando centros de ossi�cação. Em sequência, as células
mesenquimais se diferenciam em células osteogênicas, que posteriormente se diferenciarão em
osteoblastos, que depositam osteoide (matriz óssea ainda não mineralizada) diretamente dentro
de uma membrana �brosa. Em alguns dias, o cálcio e outros sais minerais são depositados e a
matriz extracelular se torna mineralizada. À medida que essa matriz vai se formando,
desenvolvem-se as trabéculas ósseas para formar o osso esponjoso, envolvendo uma rede de
vasos sanguíneos no tecido. Ao redor do osso em formação, o mesênquima restante se
condensa para formar o periósteo, uma membrana que envolve o osso e ajuda na sua nutrição e
reparação. Ao palpar o crânio de recém-nascidos, é possível identi�car áreas macias, conhecidas
como fontanelas, onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido
ósseo.
A ossi�cação endocondral é responsável por formar tanto os ossos longos, como fêmur e úmero,
quanto os ossos curtos, como os ossos do carpo. Esse tipo de ossi�cação acontece a partir da
substituição da cartilagem pelo osso, ou seja, inicia-se a partir de uma peça de cartilagem hialina
com forma semelhante à do futuro osso, porém em menor tamanho. Vamos entender os
estágios da ossi�cação endocondral:
1. No local onde o osso vai se formar, células mesenquimais se diferenciam para produzir a
matriz cartilaginosa, e uma membrana chamada de pericôndrio também é formada, o que
forma o molde cartilaginoso do futuro osso.
2. O molde cartilaginoso cresce em comprimento pela divisão celular dos condrócitos que se
originaram dos condroblastos. Já o crescimento em espessura é resultante da adição de
matriz à porção periférica do molde a partir de condroblastos originários do pericôndrio.
3. O desenvolvimento do centro primário de ossi�cação é marcado pela penetração de uma
artéria no pericôndrio e na matriz. Essa artéria será responsável pela nutrição do processo.
A partir daí, células osteogênicas são estimuladas e dão origem aos osteoblastos, que, por
sua vez, dão origem ao periósteo. Começa então uma calci�cação que estimula a
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degradação da cartilagem e uma propagação formativa de trabéculas do osso esponjoso.
À medida que o centro de ossi�cação se expande do centro para as extremidades do osso,
osteoclastos degradam as trabéculas da porção central, criando um canal medular que
será preenchido com medula óssea vermelha.
4. O desenvolvimento dos centros secundários de ossi�cação ocorre nas extremidades dos
ossos e é marcado pela penetração de vasos sanguíneos nas epí�ses (extremidades dos
ossos), que dará início a um processo semelhante ao descrito anteriormente, porém com a
manutenção de tecido esponjoso nestas epí�ses. Nesse momento, a haste do osso
(diá�se) já se encontra formada por osso compacto, repleta de medula óssea vermelha no
canal medular central.
5. Depois de todo esse processo, a extremidade da epí�se se transforma em cartilagem
articular, restando entre a epí�se e a diá�se cartilagem hialina, chamada de placa epi�sária,
que permite o crescimento longitudinal dos ossos longos.
Em geral, o tecido ósseo é essencial para a estruturação e funcionalidade do corpo humano. Sua
complexa composição, que combina células especializadas e uma matriz extracelular altamente
organizada, confere aos ossos resistência, �exibilidade e capacidade de regeneração. Ao longo
da vida, o tecido ósseo passa por processos dinâmicos de remodelação, adaptando-se às
demandas físicas do organismo e garantindo sua integridade e função ao longo do tempo.
Vamos Exercitar?
Agora que você já conhece um pouco mais o tecido ósseo, retornamos à pergunta do início da
aula: a�nal, como o osso consegue se regenerar após uma fratura? Vamos aplicar os
conhecimentos adquiridos nesta aula para responder a essa pergunta.
Após a ruptura de um osso, as extremidades quebradas são unidas pela deposição de novo
osso. Isso ocorre em diferentes estágios: primeiramente, no local da fratura, ocorre a formação
de um hematoma (acúmulo de sangue coagulado) entre as extremidades dos ossos e os tecidos
moles adjacentes devido ao rompimento de vasos sanguíneos presentes no interior dessas
estruturas. Esse coágulo é gradualmente invadido por novos capilares e �broblastos, resultando
na formação de uma massa dura, semelhante a uma cartilagem, chamado calo temporário.
Durante essa fase, os osteoclastos estarão em ação, removendo o tecido ósseo dani�cado.
As regiões próximas à fratura, com tecido ósseo saudável, respondem à lesão com intensa
proliferação de células osteogênicas, que se diferenciam em osteoblastos, para regeneração do
tecido, formando tecido ósseo não lamelar, tanto pela ossi�cação endocondral quanto pela
ossi�cação intramembranosa. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um
calo ósseo, que une temporariamente as extremidades do osso fraturado.
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A fase �nal de regeneração é o remodelamento ósseo do calo, em que o osso não lamelar é
transformado em osso maduro lamelar. Enquanto o osso compacto é formado, os
remanescentes do calo ósseo são removidos pela ação dos osteoclastos, até que a remodelação
óssea restaure o formato original do osso. A depender da gravidade da fratura e do osso afetado,
o processo de remodelação óssea pode levar meses e mesmo anos até que o osso recupere
completamente o seu formato original.
Saiba mais
Você provavelmente já ouviu falar em osteoporose, certo? A osteoporose, uma condição médica
que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é uma questão de grande importância para a
saúde pública. Ela é caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e pela fragilidade
dos ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas. Quer compreender mais a respeito dessa
condição? Assista ao vídeo “A Fisiologia explica: Osteoporose (por Francielle Braz)”.
Referências
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 2
Sistema esquelético: cartilagens e articulações
https://youtu.be/zTenkiyqK1w?si=5k5_SIOSarjPSpxL
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Sistema esquelético: cartilagens e articulações
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Olá, estudante! Nesta videoaula, continuaremos nosso estudo sobre o sistema esquelético,
dando enfoque às cartilagens e articulações. Vamos entender a estrutura e função desses
componentes essenciais do corpo humano, desvendado os segredos dos nossos movimentos
cotidianos. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e aprimorar sua atuação
pro�ssional! Vamos juntos nessa jornada de descobertas!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Agora que já exploramos os fundamentos do tecido ósseo, é hora de
conhecermos outro aspecto essencial do sistema esquelético: as cartilagens e as articulações.
O sistema esquelético humano requer mobilidade para suportar uma variedade de atividades, no
entanto, a rigidez dos ossos
torna-os incapazes de se �exionar sem o risco de fratura.
Felizmente, as articulações permitem uma ampla gama de movimentos essenciais para
atividades cotidianas como caminhar, escrever e sentar-se, entre outras. Junto às articulações,
as cartilagens desempenham papel crucial nesse processo, proporcionando amortecimento,
suporte e redução do atrito durante os movimentos.
Nesta aula, vamos nos aprofundar na anatomia das cartilagens, entender sua estrutura e função,
e explorar como elas se encaixam nas articulações para facilitar um movimento suave e sem
atrito. Além disso, vamos investigar os diferentes tipos de articulações que existem em nosso
corpo e como elas variam em termos de estrutura e função.
Prepare-se para uma jornada de conhecimento a respeito das cartilagens e articulações. Vamos
conhecer como elas se unem para formar o sistema esquelético, sustentando nosso corpo e
permitindo os mais diversos movimentos. Bons estudos!
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Vamos Começar!
Tecido cartilaginoso
O tecido cartilaginoso caracteriza-se por ser uma forma especializada de tecido conjuntivo de
consistência semirrígida. Esse tecido tem a função de dar suporte a tecidos moles, revestir
superfícies articulares onde absorve choques, e facilitar os deslizamentos, além de ser essencial
para a formação e o crescimento dos ossos longos. Esse tecido é composto exclusivamente de
células chamadas condrócitos, encontradas isoladas ou em grupos, dentro de espaços
denominados lacunas da cartilagem na matriz extracelular (Figura 1). A matriz extracelular do
tecido cartilaginoso é constituída por colágeno com ou sem elastina, associado a
macromoléculas de proteoglicanos, conferindo às cartilagens diferentes graus de consistência,
elasticidade e resistência.
As cartilagens são tecidos avasculares, ou seja, sem vasos sanguíneos diretos. Dessa forma, a
nutrição da cartilagem ocorre a partir do pericôndrio, uma bainha conjuntiva que envolve as
cartilagens (Figura 1), ou pelo líquido sinovial das cavidades articulares. Embora as cartilagens
recebam nutrientes e oxigênio, é importante destacar que esse processo é relativamente lento
em comparação com outros tecidos do corpo, e isso contribui para a baixa capacidade de
regeneração das cartilagens em casos de lesão ou degeneração.
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Figura 1 | Corte histológico de uma cartilagem hialina. Os condrócitos estão envoltos pela matriz extracelular e, externamente,
a cartilagem é delimitada pelo pericôndrio. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 135).
Existem três tipos principais de cartilagens encontradas no corpo humano, e vamos conhecer as
características de cada uma delas:
Cartilagem hialina: esta é a forma mais comum de cartilagem encontrada no corpo humano, e é
caracterizada por uma matriz extracelular homogênea com �brilas de colágeno �nas. A
cartilagem hialina é encontrada em áreas nas quais é necessária uma superfície lisa para o
movimento das articulações, como nas extremidades dos ossos longos, nas costelas e na
traqueia.
Cartilagem �brosa: este tipo de cartilagem é mais resistente e tem uma maior quantidade de
�bras colágenas em sua matriz extracelular. Ela é encontrada em áreas do corpo sujeitas a altas
pressões e estresse mecânico, como os discos intervertebrais da coluna vertebral, as cartilagens
meniscais nos joelhos e nos discos articulares das articulações temporomandibulares.
Cartilagem elástica: como o nome sugere, este tipo de cartilagem é altamente elástico devido à
presença de �bras elásticas em sua matriz extracelular. A cartilagem elástica é encontrada em
locais que exigem �exibilidade e elasticidade, como o pavilhão auricular da orelha, a epiglote e a
tuba auditiva.
Articulações
Somos capazes de realizar diversos movimentos graças à função de locomoção que nos é
permitida pelos sistemas esquelético e muscular, certo? O responsável por dar mobilidade entre
os ossos e estabilizar as zonas de união entre diferentes segmentos do esqueleto é o sistema
articular.
O sistema articular é composto por um conjunto de articulações, formadas por tecido conjuntivo,
que podem ser de�nidas como conexões naturais existentes entre dois ou mais ossos, servindo-
se como ponto de contato entre esses. Assim, uma articulação, além de ser formada pela
integração de dois ossos, necessita do auxílio de ligamentos, cápsula articular e músculos
esqueléticos. As articulações são protegidas pelos ligamentos que são uniões de tecidos
conjuntivos entre ossos, com a função de ajudar a estabilizar a articulação. De forma geral, eles
são pouco elásticos, �cam “frouxos” ou se rompem caso sejam esticados excessivamente,
gerando a maioria das lesões ligamentares.
A cápsula articular (Figura 2) é a estrutura que reveste as articulações sinoviais, que você
estudará adiante nesta aula. Essa cápsula é composta por duas camadas, sendo uma membrana
�brosa, mais externa, que dá a característica de resistência e limitação dos movimentos da
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articulação, e uma membrana sinovial, mais interna e vascularizada, que tem por função a
produção de um líquido (líquido sinovial) que vai nutrir e lubri�car essas camadas.
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Figura 2 | Estrutura básica de uma articulação sinovial. Fonte: Waugh (2021, p. 446).
Tipos de articulações
As articulações podem proporcionar �exibilidade e movimento ao esqueleto. No entanto, em
algumas articulações, os ossos participantes estão unidos tão �rmemente que não é possível
realizar movimento algum entre eles. Elas podem ser classi�cadas de acordo com sua estrutura
e função, sendo elas: sinartroses, an�artroses e diartroses.
As sinartroses (Figura 3), também conhecidas como articulações �brosas, são compostas por
tecido �broso denso e oferecem pouca ou nenhuma mobilidade. Existem três subtipos de
sinartroses: suturas, gonfoses e sindesmoses.
As suturas são articulações �brosas encontradas no crânio, onde os ossos do crânio são
unidos por �nas faixas de tecido �broso. Essas articulações são projetadas para serem
fortes e �rmes, sendo completamente imóveis e fornecendo estabilidade ao crânio.
As gonfoses são articulações �brosas que apresentam um processo cônico inserido em
um encaixe ósseo; são encontradas nos dentes e nos alvéolos dentários do maxilar e da
mandíbula. Essa articulação permite uma pequena quantidade de movimento de
amortecimento, o que é importante para a mastigação e a absorção de impactos.
As sindesmoses são articulações em que os ossos estão unidos por um ligamento
interósseo ou uma membrana �brosa. Um exemplo comum é a sindesmose tibio�bular, em
que a tíbia e a fíbula são unidas por um ligamento interósseo, permitindo uma pequena
quantidade de movimento de rotação entre os ossos.
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Figura 3 | Articulações �brosas: (a) suturas do crânio; (b) gonfoses: ligamento periodontal; (c) sindesmose tibio�bular. Fonte:
Waugh (2021, p. 446).
O segundo tipo de articulação é a an�artrose, também conhecida como articulação cartilaginosa
(Figura 4). Essas articulações são formadas por tecido cartilaginoso entre os ossos, atuando
como um amortecedor na absorção de impactos. Elas podem ser encontradas em dois tipos:
sincondroses ou sín�se.
As sincondroses apresentam uma estrutura sólida de cartilagem que possibilita pouco ou
nenhum movimento. Essas mantêm os ossos conectados por meio de cartilagem hialina e
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são encontradas, por exemplo, na articulação da primeira costela com o esterno, conhecida
como sincondrose esternal.
Na sín�se as extremidades dos ossos estão recobertas por cartilagem hialina, mas um
disco plano e largo de cartilagem �brosa conecta os ossos. Essa é uma
articulação com
movimento mínimo e todas são encontradas na linha mediana do corpo. Exemplos são a
sín�se púbica e as articulações intervertebrais.
Figura 4 | Articulações cartilagíneas. (A) Sincondrose; (B) sín�se. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 272).
Por �m, temos as diartroses, também denominadas como articulações sinoviais. Esse tipo de
articulação tem movimento livre e amplo, e é caracterizada pela presença de um espaço entre os
ossos (cavidade articular), que é envolto por uma cápsula articular preenchida por líquido
sinovial, responsável por lubri�car as superfícies articulares, facilitando o movimento suave
dessas articulações. Esse tipo de articulação pode ser classi�cado de acordo com dois critérios:
pelo número de superfície articular e pelo número de eixos do movimento.
De acordo com o número de superfície articular, as diartroses podem ser classi�cadas como
simples, compostas ou complexas. As diartroses são simples quando apenas dois ossos fazem
parte da articulação, como as articulações interfalângicas dos dedos. São consideradas
compostas quando três ou mais ossos fazem parte da articulação, como a articulação do
cotovelo. Por �m, quando existe a presença do disco ou menisco, por exemplo, na articulação
temporomandibular ou do joelho, são consideradas complexas.
Em relação ao número de eixos elas podem ser: não axial, quando não existe eixo de movimento;
uniaxilar, quando existe um eixo de movimento; biaxial, quando existem dois eixos de movimento;
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e triaxial, quando há três eixos de movimento.
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Tipos de movimentos nas articulações sinoviais
Para a promoção do movimento do corpo, as articulações movem-se em direções diferentes, em
torno de um eixo e de um plano. Em uma articulação sinovial, podemos citar movimentos como
�exão, extensão, adução, abdução, circundação e rotação, entre outros. Vamos entender um
pouco mais sobre eles no Quadro 1.
Movimento De�nição
Flexão e extensão
Movimentos que diminuem
(�exão) ou aumentam (extensão)
o ângulo entre os ossos
envolvidos na articulação.
Exemplo: dobrar e esticar o
cotovelo.
Abdução e adução
Movimentos que afastam
(abdução) ou aproximam (adução)
um membro do corpo em relação
à linha média do corpo. Exemplo:
afastar e aproximar os braços do
tronco.
Rotação
Movimento de giro de um osso em
torno de seu próprio eixo.
Exemplo: girar a cabeça para olhar
para os lados.
Circundação
Movimento circular que combina
�exão, extensão, abdução e
adução, resultando em uma
trajetória cônica. Exemplo:
movimento realizado pelo braço
ao desenhar círculos no ar.
Inversão e eversão Movimentos que envolvem o giro
do pé para dentro (inversão) ou
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para fora (eversão). Exemplo: girar
o pé para dentro e para fora.
Pronação e supinação
Movimentos que envolvem a
rotação do antebraço para baixo
(pronação) ou para cima
(supinação). Exemplo: posicionar
a mão com a palma para baixo
(pronação) e virar a palma para
cima (supinação).
Quadro 1 | Movimentos possíveis nas articulações sinoviais.
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Figura 5 | Principais movimentos possíveis nas articulações sinoviais. Fonte: Waugh (2021, p. 448).
Ao longo desta aula, exploramos em detalhes a anatomia e a �siologia das cartilagens, as
diferentes classes de articulações presentes no corpo humano e os diversos tipos de
movimentos que ocorrem nas articulações sinoviais. A compreensão desses aspectos é
fundamental para uma visão abrangente do sistema esquelético, nos permitindo entender como
ossos, cartilagens e articulações interagem para fornecer suporte, movimento e proteção ao
corpo. Esses conhecimentos são essenciais para compreender melhor o funcionamento do
corpo humano e manter sua saúde e bem-estar ao longo da vida.
Vamos Exercitar?
Para compreender, na prática, o conteúdo abordado nesta aula, vamos trabalhar com uma
situação-problema: Carlos, um homem de 50 anos, vem sofrendo com dor e rigidez crônicas em
suas articulações, especialmente nos joelhos e nas mãos. Ele relata que esses sintomas afetam
sua capacidade de realizar atividades cotidianas, como subir escadas e segurar objetos com
�rmeza. Além disso, ele percebeu uma diminuição na amplitude de movimento em suas
articulações afetadas. Preocupado com esses problemas, Carlos decide procurar um médico
ortopedista para investigar suas queixas. Após uma avaliação clínica detalhada e exames de
imagem, o médico diagnostica Carlos com osteoartrose.
Re�ita: Você sabe o que é osteoartrose? Qual a importância das articulações afetadas pela
osteoartrose no desempenho das atividades cotidianas, e como a degeneração dessas
articulações pode impactar a qualidade de vida de uma pessoa, como no caso de Carlos?
A osteoartrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença articular degenerativa que
resulta do desgaste progressivo da cartilagem articular e alterações nos ossos adjacentes. É a
forma mais comum de artrite e pode afetar qualquer articulação do corpo, mas é mais
comumente observada nas articulações que suportam peso, como joelhos, quadris, mãos e
coluna vertebral. Seu principal sintoma é a dor ao movimentar o membro afetado. Ela,
inicialmente, ocorre com a realização de esforço físico, entretanto, com a progressão da doença,
passa a ocorrer mesmo com pequenos movimentos. Geralmente essa dor vem acompanhada de
rigidez articular progressiva, ocasionando a perda de movimentos com o passar do tempo,
di�cultando o desempenho de atividades cotidianas.
Nas articulações do joelho, a osteoartrose geralmente afeta a articulação tibiofemoral, que é
uma articulação sinovial e a principal entre o fêmur (osso da coxa) e a tíbia (osso da perna),
di�cultando os movimentos de �exão e extensão do joelho ao caminhar ou subir escadas, por
exemplo. Nas mãos, a osteoartrite frequentemente afeta as articulações carpometacarpais,
localizadas entre os ossos do carpo (ossos da mão) e os metacarpos (ossos da palma da mão).
Além disso, as articulações metacarpofalângicas, entre os metacarpos e as falanges proximais
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dos dedos, e as articulações interfalângicas, entre as falanges dos dedos, também podem ser
afetadas pela osteoartrite. Essas articulações são importantes para movimentos como agarrar,
segurar e manipular objetos, e sua degeneração devido à osteoartrite pode resultar em dor,
deformidade e limitação da função das mãos.
Saiba mais
Você já ouviu falar de gota ou artrite gotosa? Essa é uma doença in�amatória que acomete
principalmente as articulações, provocando dor súbita e intensa, inchaço, vermelhidão e calor na
articulação afetada. Trata-se de uma condição que pode impactar signi�cativamente a qualidade
de vida dos indivíduos afetados. Conheça a �siopatologia, o diagnóstico e as formas de
tratamento dessa condição médica no artigo “Gota: Uma Revisão”.
Referências
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 3
Sistema esquelético: morfo�siologia e características anatômicas dos ossos
Sistema esquelético: morfo�siologia e características anatômicas dos ossos
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Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai explorar os fundamentos essenciais dos ossos, desde
suas características e classi�cações morfofuncionais até a análise detalhada da estrutura
macroscópica e dos acidentes ósseos. Compreender esses conceitos é fundamental para sua
prática pro�ssional, pois eles fornecem uma base sólida para entender a anatomia humana e sua
aplicação! Vamos lá!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Nós já sabemos que os ossos são estruturas notáveis que desempenham papéis
essenciais no suporte e proteção do corpo humano. Eles são caracterizados por sua rigidez,
conferindo-lhes a capacidade de sustentar o peso corporal e fornecer suporte estrutural aos
tecidos moles. Além disso, são altamente resistentes, capazes de suportar forças e compressão,
tração e torção. Uma das características mais impressionantes dos ossos é sua capacidade de
regeneração, que permite a cicatrização de fraturas e a renovação contínua do tecido ósseo ao
longo da vida. Essas propriedades fundamentais garantem a integridade e a funcionalidade do
sistema esquelético, contribuindo para a mobilidade e a proteção do organismo.
Para dar andamento à nossa linha de raciocínio, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o
sistema esquelético detalhando melhor as suas características morfo�siológicas, sua estrutura
macroscópica e os diversos acidentes ósseos que conferem especi�cidade e função a cada um.
Essa compreensão é fundamental para os pro�ssionais da área da saúde, fornecendo uma base
sólida para compreender a mecânica do corpo e auxiliar no diagnóstico e tratamento de uma
variedade de condições médicas. Vamos lá?
Vamos Começar!
Classi�cação morfofuncional dos ossos
Os ossos são órgãos esbranquiçados e muito duros, fato conferido por serem compostos de
uma forma especializada de tecido conjuntivo, cuja principal característica é a mineralização de
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sua matriz óssea. Unidos uns aos outros por intermédio das articulações, eles constituem o
esqueleto.
Os ossos podem ser classi�cados de diferentes formas, entretanto, a classi�cação mais
difundida é aquela que se baseia em suas características morfológicas (Figura 1). Dessa forma,
os ossos podem ser classi�cados como longos, curtos, laminares (ou planos), pneumáticos,
sesamoides ou irregulares.
Ossos longos: estão presentes na maior parte do corpo, são aqueles cujo comprimento excede
sua largura e espessura. São constituídos de um corpo (diá�se) e duas extremidades (epí�ses), e
internamente têm um canal medular, entretanto, a medula óssea está presente nos canais
medulares somente até a idade de aproximadamente 25 anos, sendo posteriormente substituída
por tecido gorduroso. O fêmur é o exemplo mais comum de um osso longo.
Ossos curtos: são aproximadamente do mesmo comprimento e largura, criando uma forma
cúbica ou esférica. Exemplos incluem os ossos do carpo (ossos do pulso) e do tarso (ossos do
tornozelo).
Ossos laminares ou planos: são �nos e achatados, apresentam duas camadas compactas e uma
camada intermediária esponjosa. Devido ao seu formato, proporcionam uma ampla área de
superfície para proteção e ancoragem muscular. Podemos citar como exemplo o esterno, os
ossos da cavidade craniana (como os ossos parietais, frontal, temporais e occipital), costelas e
as escápulas.
Ossos pneumáticos: esses ossos contêm cavidades, chamadas seios, revestidas de mucosa e
preenchidas por ar, conectados ao sistema respiratório. No crânio há cinco ossos pneumáticos:
maxilar, esfenoide, etmoide, frontal e temporal.
Ossos sesamoides: são ossos pequenos e arredondados que se desenvolvem dentro de tendões
ou ligamentos, como a patela (osso do joelho), protegendo os tendões do desgaste excessivo.
Ossos irregulares: por �m, os ossos irregulares são classi�cados dessa forma pois não se
encaixam nas categorias anteriores, devido à sua forma complexa e variável. As vértebras são
exemplos dessa classi�cação.
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Figura 1 | Classi�cação dos ossos de acordo com a sua morfologia. Fonte: Waugh (2021, p. 422).
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Siga em Frente...
Estrutura macroscópica dos ossos
Para compreender a estrutura de um osso a nível macroscópico, vamos considerar as partes de
um osso longo, como o úmero ou o fêmur. A diá�se é a haste longa do osso, ou corpo do osso,
porção constituída principalmente de tecido ósseo compacto que proporciona considerável
resistência ao osso longo. Internamente à diá�se encontramos uma cavidade medular (ou canal
medular) preenchida com medula óssea e numerosos vasos sanguíneos. Inicialmente, a
cavidade medular é preenchida por medula óssea vermelha, responsável pela formação de
células sanguíneas, e ao longo dos anos até a idade adulta, a medula óssea vermelha é
substituída pela amarela, constituída principalmente por tecido adiposo. No adulto, em apenas
alguns ossos ainda encontramos tanto a medula óssea vermelha como a amarela: nos ossos do
quadril, nas costelas, nos corpos das vértebras, nas partes esponjosas de alguns ossos curtos e
nas extremidades dos ossos longos, assim como o interior dos ossos do crânio e do esterno.
Já as epí�ses são as extremidades alargadas de um osso longo, responsáveis por articular, ou
unir, um osso a outro, em uma articulação. Cada epí�se consiste em uma camada �na de osso
compacto revestindo o osso esponjoso, e é recoberta por uma cartilagem articular. Entre a
diá�se e as epí�ses existe ainda a metá�se, que se trata da parte dilatada da diá�se, mais
próxima da epí�se. Durante o crescimento, cada metá�se tem uma placa epi�sária, que consiste
em uma camada de cartilagem hialina que permite o crescimento em comprimento da diá�se do
osso. Quando ocorre a interrupção do crescimento, a cartilagem da placa epi�sária é substituída
por osso em uma linha conhecida como linha epi�sária.
O periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo resistente que circunda a superfície externa
de um osso em locais que não são cobertos pela cartilagem articular. O periósteo auxilia na
proteção do osso, no reparo de fraturas, e na nutrição do tecido ósseo, e serve como ponto de
�xação para ligamentos e tendões. Por �m, o endósteo é uma membrana �na que reveste a
cavidade medular e os espaços do osso esponjoso que contém uma única camada de células
osteogênicas e uma pequena quantidade de tecido conjuntivo.
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Figura 2 | Partes de um osso longo: úmero. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 178).
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Os ossos também não são completamente lisos como imaginamos, mas apresentam saliências,
depressões e aberturas, chamadas acidentes ósseos.
As saliências (Figura 3) podem ser articulares ou não. As articulares correspondem a elevações
nos ossos que se articulam com outras estruturas. São chamadas de cabeças, côndilos,
capítulos e trócleas, como a cabeça do fêmur e a tróclea do úmero. Já as saliências não
articulares correspondem a elevações nos ossos que não se articulam com outras estruturas, e
são chamadas de bordas, cristas, espinhas, linhas, apó�ses ou processos, tuberosidades e
tubérculos, como os processos transverso e espinhoso das vértebras.
Figura 3 | Exemplos de saliências: cabeça do fêmur e processos transverso e espinhoso da vértebra. Fonte: acervo Kroton.
As depressões (Figura 4), assim como as saliências, podem ser articulares ou não. As
depressões articulares são reentrâncias nos ossos que se articulam com outras estruturas.
Temos as cavidades, as fóveas, as incisuras (que podem ser ou não articulares) e os alvéolos,
como a cavidade
glenoide da escápula, a fóvea costal das vértebras e os alvéolos dentários da
mandíbula. As depressões não articulares, por sua vez, são reentrâncias nos ossos que não se
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articulam com outras estruturas. São chamados sulcos e as fossas, e como exemplo temos o
sulco do nervo radial do úmero e a fossa intercondilar do fêmur.
Figura 4 | Exemplos de depressões: cavidade glenoide da escápula e fossa do olécrano do úmero. Fonte: acervo Kroton.
Os forames e canais são aberturas nos ossos com função de permitirem a passagem de
qualquer estrutura anatômica. Essas aberturas podem ser formadas por um único osso ou por
mais de um osso. Exemplos: forames vertebral e transverso da vértebra (Figura 5).
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Figura 5 | Exemplos de forames. Fonte: acervo Kroton.
Ao longo desta aula, exploramos as características e as classi�cações morfofuncionais dos
ossos, bem como a estrutura macroscópica que compõe essas estruturas fundamentais do
corpo humano. Como pro�ssional da área da saúde, esse conhecimento será essencial no
entendimento das fraturas e patologias ósseas que abrangem doenças in�amatórias, tumores,
lesões congênitas dos ossos e articulações, entre outras.
Vamos Exercitar?
Vamos, agora, aplicar na prática o conhecimento adquirido! Para isso, vamos imaginar uma
situação �ctícia que nos permitirá explorar os conceitos de forma mais aprofundada e prática.
João, 14 anos de idade, foi levado ao consultório pediátrico por sua mãe devido a preocupações
com seu crescimento. A mãe relata que, apesar de João ser saudável e não apresentar
problemas de saúde signi�cativos, ela notou que ele parece estar signi�cativamente mais baixo
do que seus colegas de classe e irmãos. Além disso, ela está preocupada com o fato de que ele
não parece ter passado pelo estirão de crescimento típico da adolescência. Ao realizar o exame
físico, o pediatra observa que João tem estatura abaixo da média para sua idade e sexo. Seu
peso e outros parâmetros antropométricos estão dentro da faixa considerada normal para sua
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idade. Não há evidências de deformidades esqueléticas ou sinais de anormalidades físicas
visíveis. No entanto, dada a preocupação com seu crescimento, o médico decide fazer uma
avaliação mais aprofundada com uma radiogra�a de mão e punho de João.
Re�ita: Por que radiogra�a de mão e punho pode ajudar a elucidar as preocupações da mãe de
João sobre seu crescimento?
A radiogra�a de mão e do punho pode ajudar a elucidar as preocupações da mãe de João sobre
seu crescimento devido à presença das placas epi�sárias e da lâmina epi�sária nessas regiões.
As mãos e os punhos contêm uma variedade de ossos, incluindo ossos longos, curtos e
irregulares. As epí�ses dos ossos longos, como os metacarpos e as falanges, são áreas em que
ocorre crescimento ósseo durante a infância e a adolescência. A presença da placa epi�sária,
uma cartilagem de crescimento localizada nessas epí�ses, é crucial para o aumento do
comprimento ósseo.
Na radiogra�a da mão e do punho, durante o crescimento, a placa epi�sária é claramente visível
como uma linha de cartilagem entre a epí�se e a diá�se de um osso longo (na metá�se). Caso a
placa epi�sária ainda estiver visível e aberta, sugere que o crescimento ósseo ainda está ativo e
que o indivíduo ainda está em fase de crescimento. Por outro lado, o desaparecimento dessa
placa indica que o crescimento ósseo cessou e que o indivíduo atingiu a maturidade esquelética.
Portanto, ao avaliar a radiogra�a da mão e do punho de João, o médico pode determinar se seu
crescimento ósseo está ocorrendo normalmente para sua idade cronológica ou se há algum
atraso no desenvolvimento esquelético, o que pode explicar suas preocupações com o
crescimento.
Saiba mais
Você sabia que a rinossinusite consiste na in�amação da mucosa presente nos ossos
pneumáticos, como os seios paranasais? Os seios paranasais são cavidades ósseas cheias de
ar localizadas em torno do nariz e dos olhos. Eles estão revestidos por uma membrana mucosa
que produz muco para ajudar a umedecer e limpar o ar que respiramos. Quando essa membrana
mucosa �ca in�amada devido a infecções virais, bacterianas ou fúngicas, alergias, irritantes
ambientais ou condições médicas subjacentes, como desvio de septo nasal, ocorre a sinusite.
Saiba mais sobre essa condição com a leitura do artigo “Rinossinusites: Diagnóstico e
Tratamento”.
Referências
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881087/rinossinusites-diagnostico-e-tratamento.pdf
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881087/rinossinusites-diagnostico-e-tratamento.pdf
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AGUR, A. M. R.; DALLEY II, A. F.; MOORE, K. L. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2021.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 4
Sistema esquelético: a divisão do esqueleto
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Olá, estudante! O esqueleto humano adulto é composto por 206 ossos, e a maioria deles é
pareada, com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Você sabe como o
nosso esqueleto é dividido? Quais são os 206 ossos que fazem parte do nosso esqueleto? Nesta
videoaula, você vai conhecer os ossos que compõem o esqueleto axial e apendicular e como eles
contribuem para nossa mobilidade. Prepare-se para mergulhar nessa jornada de conhecimento e
aprimorar suas habilidades pro�ssionais! Vamos lá!
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Ponto de Partida
Olá, estudante! Seja muito bem-vindo! Vamos dar sequência à construção do nosso
conhecimento sobre os ossos do corpo humano? Nesta aula, continuaremos a falar dos ossos,
focalizando o esqueleto. Você vai entender como ele se divide e quais são os principais ossos,
bem como onde se localizam.
De maneira geral, esse sistema pode ser dividido em duas partes funcionais. O esqueleto axial
representa o eixo mediano do corpo e o esqueleto apendicular representa os ossos dos
membros inferiores e superiores, junto com os ossos que formam a cintura escapular e pélvica.
Para expandirmos nosso conhecimento em relação aos principais ossos do corpo humano e sua
localização, vamos precisar nos aprofundar no conhecimento sobre a divisão do esqueleto. Além
dos esqueletos axial e apendicular, veremos a seguir também o conceito de cinturas, que,
embora façam parte do esqueleto apendicular, estão fazendo ligação deste com o esqueleto
axial. Vamos lá?
Vamos Começar!
Os ossos do esqueleto são divididos em dois grupos: esqueleto axial e esqueleto apendicular
(Figura 1). Essa divisão permite uma melhor compreensão da estrutura e função do sistema
esquelético humano, destacando as diferentes regiões e suas respectivas funções no corpo.
Preparado para conhecer os ossos que compõem cada um desses grupos?
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Figura 1 | Divisão do esqueleto: axial e apendicular. Fonte: Shutterstock.
Esqueleto axial
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O esqueleto axial é composto 80 ossos, distribuídos em ossos do crânio, ossículos auditivos,
osso hioide, ossos da coluna vertebral, esterno e costelas. Ele constitui o eixo vertical do corpo,
fornecendo proteção para o encéfalo, a medula espinhal e os órgãos vitais situados dentro do
tórax.
O crânio é a estrutura óssea da cabeça, e desempenha várias funções essenciais: protege o
encéfalo, sustenta os órgãos responsáveis pela visão, audição, olfato e gustação, além de
fornecer uma base para as estruturas que permitem a passagem de ar, alimentos e água para o
interior do corpo. O crânio é composto por duas partes distintas, tanto em termos estruturais
quanto funcionais: ossos da cavidade craniana e ossos faciais.
Os ossos da cavidade craniana, conhecida como abóboda craniana, constitui a caixa óssea que
abriga o encéfalo e suas membranas protetoras, as meninges. Ele também contém as porções
proximais dos nervos cranianos e a vascularização do encéfalo. Os oito ossos que compõem a
cavidade craniana são osso frontal, dois ossos parietais, dois ossos temporais, o osso occipital,
o osso esfenoide e o osso etmoide.
Já os ossos faciais, conjunto também chamado de esqueleto facial, é composto por 14 ossos
que formam a porção anterior do crânio. Esses ossos se encaixam de maneira intricada e
tridimensional, como peças de um quebra-cabeça complexo, para criar as cavidades internas da
face, como a cavidade nasal e a órbita ocular, e articulam-se com os ossos da cavidade craniana.
São ossos faciais: dois ossos nasais, dois maxilares, dois ossos zigomáticos, mandíbula, dois
ossos lacrimais, dois ossos palatinos, dois ossos da concha nasal inferior e vômer.
As suturas são as principais articulações que conectam os ossos do crânio, e são articulações
�brosas imóveis que fornecem estabilidade estrutural ao crânio. Além das suturas, encontramos
as articulações temporomandibulares (ATM), articulações sinoviais laterais que permitem os
movimentos da mandíbula, o único osso móvel do crânio.
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Figura 2 | Ossos do crânio: vista superior e lateral. Fonte: adaptada de OVID – Human Anatomy Atlas (2021).
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Figura 3 | Vista anterior do crânio. Fonte: adaptada de OVID – Human Anatomy Atlas (2021).
Os ossículos auditivos são três pequenos ossos localizados na cavidade timpânica do osso
temporal, sendo eles: martelo, bigorna e estribo. São responsáveis pela condução e ampli�cação
das vibrações sonoras do tímpano para o ouvido interno. O osso hioide é um osso ímpar e móvel
localizado na região do pescoço, abaixo da mandíbula e acima da laringe (Figura 2). Ele não se
articula diretamente com nenhum outro osso, mas está suspenso pelos músculos e ligamentos
do pescoço. O osso hioide desempenha um papel importante na manutenção da forma e
posição da língua, além de fornecer suporte para os músculos da faringe e da laringe, sendo
essencial para funções como a deglutição e a fala.
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A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, se estende desde a base do crânio
até a região da pelve, sendo constituída por 24 vértebras, o sacro e o cóccix. A coluna vertebral
pode ser divida em quatro regiões: coluna cervical (7 vértebras), coluna torácica (12 vértebras),
coluna lombar (5 vértebras) e sacrococcígea (Figura 4). Cada vértebra é nomeada de acordo com
a sua posição ao longo da coluna e a região em que está localizada. As vértebras C1 e C2
recebem nomes especí�cos, atlas e axis, respectivamente, devido às suas características
anatômicas.
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Figura 4 | Vista anterior da coluna vertebral. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 222).
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As vértebras são compostas por várias estruturas anatômicas que lhe conferem sua forma e
função característica (Figura 5). O corpo vertebral é a parte anterior e maciça da vértebra, que
suporta a maior parte do peso corporal e é separado dos corpos vertebrais adjacentes pelos
discos intervertebrais. O arco vertebral é uma estrutura óssea que se projeta posteriormente a
partir do corpo vertebral e consiste em duas partes principais, lâmina (parte plana) e pedículo
(projeção óssea central). Por �m, sete processos surgem do arco vertebral. Os processos
transversos se estendem lateralmente em cada lado, e junto a um processo espinhoso, que se
projeta a partir da junção das lâminas, servem como �xação para músculos e ligamentos da
coluna vertebral. Os demais processos formam articulações com outras vértebras, acima ou
abaixo. A parte posterior do corpo vertebral e o arco envolvem uma grande abertura chamada
forame vertebral. A sobreposição dos forames presentes nas vértebras ao longo da coluna
vertebral forma um tubo interno no qual se localiza a medula espinhal.
Figura 5 | Vista cranial da sexta vértebra torácica. Fonte: Larosa (2023, p. 46).
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Por �m, a caixa torácica é formada pelas costelas, osso esterno e suas cartilagens costais. As
costelas e o esterno têm como função proteger o coração, os pulmões e os principais vasos
sanguíneos. A maioria das pessoas tem 12 pares de costelas. Algumas têm uma extra, que é
mais comum em homens do que mulheres. Os dois últimos pares de costelas são conhecidos
como costelas �utuantes, uma vez que são ligados à coluna vertebral, mas não se ligam ao
esterno.
Siga em Frente...
Esqueleto apendicular
O esqueleto apendicular abrange os 126 ossos que formam os membros superiores e inferiores,
bem como suas estruturas de suporte conhecidas como cíngulos, denominadas também como
cinturas escapular e pélvica na prática clínica. Os ossos do esqueleto apendicular estão
interligados e articulados com os músculos esqueléticos, permitindo uma ampla gama de
movimentos.
Membros superiores
Os membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos: cintura escapular, braço,
antebraço e mão. A cintura escapular é uma estrutura óssea que conecta o membro superior ao
esqueleto axial. Cada cintura escapular é formada por uma clavícula, localizada na parte anterior
do tórax que se articula com o esterno, e uma escápula, localizada na região posterior do tórax
que articula-se com a cabeça do úmero, permitindo uma articulação estável e funcional entre o
braço e o tronco.
O braço é formado pelo úmero, o osso mais comprido do membro superior e que se articula
proximalmente com a escápula, formando a articulação do ombro, e distalmente com os ossos
do antebraço, ulna e rádio, formando a articulação do cotovelo.
O antebraço é formado por dois ossos longos paralelos entre si: o rádio e a ulna. Quando a palma
da mão está voltada para cima (posição supina), o rádio é o osso lateral do antebraço, localizado
no lado do polegar, e a ulna está localizada medialmente, no lado do dedo mínimo.
A mão é composta por um conjunto complexo de ossos que formam as estruturas dos dedos,
palma e punho. O carpo, denominado também punho, consiste em 8 ossos pequenos, os ossos
carpais, conectados entre si com ligamentos e articulações, chamadas articulações carpais,
estruturas essenciais para fornecer suporte estrutural ao punho e permitir uma variedade de
movimentos. Os ossos do carpo estão dispostos em duas �leiras: proximal, composta pelos
ossos escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; e distal, composta pelos ossos trapézio,
trapezoide, capitato e hamato.
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O metacarpo, ou palma da mão, é constituída por 5 ossos longos denominados metacarpais.
Eles são numerados de 1 a 5, começando do polegar até o dedo mínimo. As extremidades
inferiores dos ossos metacarpais se conectam com a �leira distal dos
ossos do carpo, formando
as articulações carpometacarpais. As extremidades superiores dos ossos metacarpais são
facilmente observadas quando o punho está cerrado. Por �m, cada dedo é composto por três
falanges (proximal, média e distal), com exceção do polegar, que tem apenas duas (proximal e
distal). As articulações das falanges são conhecidas como articulações interfalângicas, que
permitem os movimentos dos dedos. Assim como os ossos metacarpais, os dedos são
enumerados de 1 a 5, começando com o polegar, no sentido lateral para medial.
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Figura 6 | Ossos da cintura escapular e do membro superior direito. Fonte: Shutterstock.
Membros inferiores
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Os membros inferiores têm função de sustentação do peso corporal e locomoção. São
conectados ao tronco pelos ossos do quadril e sacro, e podem ser divididos em quatro
segmentos: cintura pélvica, coxa, perna e pé.
A cintura pélvica, também conhecida simplesmente como pelve, é uma estrutura óssea em forma
de bacia, que circunda a cavidade pélvica e conecta o esqueleto axial aos membros inferiores.
Ela desempenha um papel fundamental na sustentação do peso do corpo e na transmissão das
forças entre o tronco e os membros inferiores. Nos adultos, a cintura pélvica é formada por dois
ossos do quadril que se formam na puberdade por meio da fusão de três ossos: ílio, ísquio e
púbis. Os ossos do quadril se articulam anteriormente na sín�se púbica e posteriormente com o
sacro por meio das articulações sacroilíacas.
A coxa, assim como o braço, tem um único osso, o fêmur, o osso mais comprido, pesado e
resistente do corpo. O fêmur é constituído por uma cabeça esférica na sua extremidade proximal,
que se articula com o acetábulo da pelve para formar a articulação do quadril. A extremidade
distal do fêmur apresenta dois côndilos arredondados, que se articulam com a tíbia na
articulação do joelho. Esses côndilos são separados por uma fossa intercondilar, onde �ca
localizada a patela, um osso sesamoide que protege e aumenta a e�ciência do movimento do
joelho.
A perna é formada por dois ossos longos: a tíbia e a fíbula. A tíbia é o maior osso de sustentação
de peso da perna e está localizado na parte medial, ou interna, da perna. Ela é responsável
principalmente por suportar o peso do corpo e transmiti-lo para o pé, articulando-se com o fêmur
e a fíbula, e com o osso tálus do tornozelo.
A fíbula é um osso mais �no situado paralelamente à tíbia, e diferentemente da tíbia, não se
articula com o fêmur, mas ajuda a estabilizar a articulação do tornozelo. Sua extremidade distal
apresenta uma projeção conhecida como maléolo lateral. Essa estrutura se articula com o tálus,
formando a proeminência na face lateral da região do tornozelo. A tíbia e a fíbula, assim como os
ossos do antebraço (rádio e ulna), estão conectadas por uma membrana interóssea.
Os ossos do pé são divididos em três regiões principais: tarso, metatarso e falanges. O tarso é
constituído por 7 ossos tarsais que formam a parte posterior e o arco do pé. Esses ossos
incluem calcâneo (calcanhar), tálus (osso do tornozelo), cuboide, navicular e três cuneiformes
(medial, intermediário e lateral). O tálus é o único osso do pé que se articula com a fíbula e a
tíbia, formando a articulação talocrural (tornozelo).
O metatarso é composto por 5 ossos longos, os metatarsais, que formam a parte média do pé.
Esses ossos são numerados de um a cinco, da posição medial (hálux, dedão do pé) para a
lateral. Os ossos metatarsais estabelecem articulações proximais com os ossos cuneiformes
medial, intermédio e lateral, além do osso cuboide, formando as articulações tarsometatarsais.
Na extremidade distal, articulam-se com a �leira proximal de falanges para formar as
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articulações metatarsofalângicas. O primeiro osso metatarsal é mais robusto que os demais,
pois suporta uma carga de peso mais signi�cativa.
As falanges compõem os dedos dos pés e apresentam semelhanças com as falanges das mãos,
tanto em número quanto em disposição. A contagem dos dedos dos pés inicia-se a partir do
hálux, seguindo no sentido medial para lateral.
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Figura 7 | Ossos da cintura pélvica e membro inferior direito. Fonte: Shutterstock.
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Ao �nal desta aula, esperamos que você tenha aprofundado seu entendimento acerca da
estrutura e da função do sistema esquelético. Ao compreendermos a complexidade e a
interconexão entre o esqueleto axial e apendicular, podemos apreciar melhor a engenharia
biomecânica que sustenta nossa mobilidade e vitalidade.
Vamos Exercitar?
Após o estudo desta aula, acreditamos que você esteja preparado para aplicar os mesmos
conceitos em diferentes situações, por exemplo, na seguinte: sabe-se que as dores nas costas e
nos membros, consequências de uma postura defeituosa, são as causas principais de
incapacidade motora de pessoas entre 20 e 45 anos. Estudos demonstram que mais de 80% das
lombalgias são decorrentes de hábitos posturais associados a de�ciências musculares, falta de
�exibilidade da coluna e do quadril, e inatividade física.
A lombalgia acontece quando uma pessoa tem dor na região mais baixa da coluna perto da
bacia. É também conhecida como “lumbago”, “dor nas costas”, “dor nos rins” ou “dor nos
quartos”. Não se trata de uma doença, mas de uma dor, incômoda, que chega a se irradiar para
as pernas com ou sem dormência, podendo ter diferentes causas, complexas ou não.
Conhecendo a divisão do esqueleto humano, como você descreveria, tecnicamente, a localização
da dor adquirida por má postura nas lombalgias? Em qual parte do esqueleto se encontram?
Quais são os ossos envolvidos?
A lombalgia, adquirida por má postura, ocorre na região mais baixa da coluna vertebral,
especi�camente na região lombar. Essa região é composta por cinco vértebras lombares (L1 a
L5), que formam a parte inferior da coluna vertebral e estão localizadas entre as vértebras
torácicas e o osso sacro. Quando há má postura, os músculos, ligamentos e discos
intervertebrais da região lombar podem �car sobrecarregados, resultando em dor lombar. Um
dos maiores causadores da dor lombar é a degeneração dos discos intervertebrais, que
funcionam como um amortecedor das cargas que sofremos diariamente nas vértebras. Com o
passar dos anos, esses discos envelhecem e se desgastam, desidratando-se e tornando-se mais
rígidos e quebradiços. Nesse processo degenerativo, um desses discos pode in�amar, gerar uma
dor profunda nas costas, e levar às hérnias de disco. Além das vértebras lombares, os ossos
envolvidos na lombalgia podem incluir o sacro, a cintura pélvica e o cóccix, dependendo da
extensão e da causa especí�ca da dor.
Saiba mais
Para conhecer ainda mais e explorar o nosso sistema esquelético, acesse o tópico “Skeletal
System/Joints” da base OVID “Anatomy & Physiology”, disponível na Biblioteca Virtual.
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Acesse Biblioteca Virtual e faça o login;
Selecione o parceiro “Wolters Kluwer”:
Em seguida, o título “Anatomy & Physiology”:
https://biblioteca-virtual.com/
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Nesta base você vai encontrar conteúdos e imagens relevantes para entender ainda mais o
sistema esquelético.
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Referências
AGUR, A. M. R. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
GILROY, A. M. Atlas de Anatomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
LAROSA, P. R. R. Anatomia Humana – Texto
e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
Aula 5
SISTEMA ESQUELÉTICO
Videoaula de Encerramento
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Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Para encerrar nossa unidade de estudo que trata do sistema esquelético, vamos
analisar um caso clínico envolvendo uma mulher que sofreu uma queda e apresentou uma
fratura e entorse no tornozelo e pé. Entender os detalhes dessa situação é crucial para sua
prática pro�ssional. Vamos explorar quais ossos foram afetados, diferenças entre entorse e
fratura, opções de tratamento e como a anatomia e a biomecânica in�uenciam esses casos.
Prepare-se para expandir seu conhecimento e aprimorar suas habilidades clínicas!
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Ponto de Chegada
Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta Unidade, que é reconhecer e explicar os
aspectos anatomo�siológicos dos sistemas esquelético, você deverá primeiramente conhecer os
conceitos fundamentais sobre os ossos e sua estrutura. Ao compreender os aspectos
morfofuncionais dos ossos, você estará apto a relacionar sua função com sua anatomia,
compreendendo como eles proporcionam suporte, proteção e movimento ao corpo humano.
Além disso, é importante conhecer a divisão do esqueleto humano em axial e apendicular,
compreendendo as características histológicas de cada uma dessas partes. Ao dominar esses
conhecimentos, você será capaz de identi�car as estruturas ósseas e compreender seu
funcionamento de forma integrada ao corpo humano.
É Hora de Praticar!
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Vamos trabalhar com uma situação hipotética que vai proporcionar a você aproximação dos
conteúdos teóricos com a prática.
Uma mulher, de 42 anos, professora do ensino superior, procurou o pronto-socorro se queixando
de dor no tornozelo e dorso do pé direito, logo após ter sofrido uma queda enquanto descia as
escadas da universidade onde trabalhada. Ela relatou que sofreu um esbarrão e, como utilizava
sapatos de salto alto, seu tornozelo desestabilizou-se, levando-a à queda. Durante o exame
físico-ortopédico, a paciente apresentou-se com muita dor, sem ferimentos externos, entretanto,
com edema no tornozelo, sendo incapaz de movimentar e apoiar o pé no chão para se
locomover. O membro foi radiografado e foi constatada uma fratura em �ssura na base dos
ossos da perna e entorse do tornozelo.
Re�ita: Quais ossos podem ter sido afetados e como podem ser classi�cados? Qual a diferença
entre entorse e fratura? Como proceder com o tratamento desse caso? Considerando que a
queda da professora ocorreu ao descer as escadas, como a anatomia e a biomecânica do
tornozelo e do pé in�uenciaram o mecanismo de lesão?
Como os ossos do esqueleto axial se diferenciam dos ossos do esqueleto apendicular em
termos de estrutura e função?
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Como os diferentes tipos de articulações, como sinoviais, �brosas e cartilaginosas, contribuem
para a mobilidade e estabilidade do corpo humano?
Quais são as características histológicas dos ossos e como essas características contribuem
para suas funções no organismo?
A perna do corpo humano é formada por dois ossos, a tíbia e a fíbula, sendo a tíbia o maior dos
dois ossos. Esse osso suporta a maior parte do peso corporal e é uma parte importante para a
articulação do joelho e do tornozelo. Em se tratando de classi�cação, esse osso da perna é um
osso longo, e é frequentemente fraturado. Os ossos longos dos membros inferiores incluem o
fêmur, a tíbia e a fíbula.
A tíbia pode ser fraturada de diversas formas. A gravidade da fratura geralmente depende da
quantidade de força no acidente que a causou, em razão do qual a fíbula pode, muitas vezes, ser
fraturada também.
A entorse é uma lesão nos ligamentos que conectam os ossos entre si em uma articulação,
enquanto a fratura é uma quebra no osso. A principal diferença entre elas é a estrutura afetada:
nos casos de entorse, são os ligamentos, enquanto nas fraturas são os ossos.
Uma fratura em �ssura pode ser identi�cada observando-se sua principal característica, em que
as bordas ósseas permanecem muito próximas, com aspecto de rachadura ou fenda. Neste caso
de entorse e fratura, é necessária a imobilização do membro com uso de gesso, talas ou órteses,
sendo preciso evitar colocar peso sobre a perna por aproximadamente seis semanas.
O tornozelo é crucial quando falamos de sustentação de peso e força para o corpo. Essas forças
podem ser tão grandes (atingem até 10 vezes o peso corporal) durante algumas atividades que
até mesmo pequenos desalinhamentos estruturais do esqueleto podem ocasionar problemas
ortopédicos crônicos e intensos. Toda a força e todo peso que fazemos são distribuídos na
junção das extremidades distais da tíbia e fíbula e da face superior do tálus.
Ao descer as escadas, ocorre uma �exão do tornozelo, seguida de um movimento de inversão, o
que aumenta o risco de entorse. A biomecânica do tornozelo e do pé, incluindo a estrutura dos
ligamentos e a disposição dos ossos, torna essa região vulnerável a lesões quando submetida a
esse tipo de movimento brusco.
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LAROSA, P. R. R. Anatomia Humana – Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
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Unidade 3
SISTEMA MUSCULAR
Aula 1
Tecido muscular: origem, organização geral e histologia
Tecido muscular: origem, organização geral e histologia
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Dica para você
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aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Você sabia que existem diferentes tipos de tecidos musculares no nosso
organismo? Nesta videoaula, conheceremos os tecidos muscular liso, estriado esquelético e
estriado cardíaco, um conteúdo fundamental para qualquer pro�ssional da área da saúde. A
compreensão desses tecidos é crucial para diagnósticos precisos e intervenções e�cazes em
diversas condições de saúde. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e fortalecer suas
habilidades clínicas. Junte-se a nós nesta jornada de aprendizado e aprimoramento pro�ssional!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Seja muito bem-vindo! Você já sabe que o nosso sistema esquelético é essencial
para a sustentação e locomoção do nosso corpo, certo? A partir de agora vamos estudar outro
sistema que é igualmente essencial para exercer essas funções: o sistema muscular. Enquanto o
sistema esquelético fornece a estrutura básica, é o sistema muscular que gera os movimentos e
fornece suporte necessário para locomoção e sustentação adequadas do corpo. Ambos os
sistemas trabalham em conjunto de forma harmoniosa para permitir uma variedade de
atividades
físicas e garantir o funcionamento e�ciente do organismo.
Você sabe como a organização geral e a histologia dos diferentes tipos de músculos se
relacionam com suas funções especí�cas no corpo humano? Para responder essa questão,
investigaremos a estrutura microscópica de cada tipo de músculo, suas características e
localizações anatômicas no organismo.
Aproveite essa oportunidade de aprendizado e esteja preparado para se surpreender com a
complexidade e a beleza do sistema muscular. Ao �nal desta aula, esperamos que você esteja
motivado a explorar ainda mais esse tema e aplicá-lo em sua futura jornada pro�ssional. Vamos
lá?
Vamos Começar!
Podemos dizer que cerca de 40% a 50% do peso de uma pessoa corresponde aos seus
músculos. Em quantidade, somam-se aproximadamente 600 músculos, distribuídos nos
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diferentes membros e estruturas do corpo humano. O tecido muscular é um dos tecidos mais
especializados e vitais do corpo humano. Sua especialização é evidenciada por suas quatro
propriedades funcionais principais:
Contratilidade: capacidade única do tecido muscular de encurtar-se ativamente em resposta a
um estímulo adequado, permitindo que o corpo execute uma variedade de movimentos, desde os
mais simples, como levantar um braço, até os mais complexos, como correr ou levantar pesos.
Excitabilidade: também conhecida como irritabilidade, refere-se à capacidade das células
musculares de responderem a estímulos elétricos ou nervosos. Quando um estímulo é recebido,
ocorre uma série de reações químicas dentro da célula muscular que resultam na geração de um
impulso elétrico, desencadeando a contração muscular.
Extensibilidade: é a capacidade dos músculos de estenderem-se além do seu comprimento de
repouso, ou seja, eles podem ser alongados sem causar danos às �bras musculares. A
extensibilidade é crucial para garantir o movimento das articulações e prevenir lesões
musculares durante atividades físicas.
Elasticidade: se refere à capacidade dos músculos de retornarem ao seu comprimento original
após serem esticados ou contraídos. Essa propriedade permite que os músculos se recuperem
rapidamente após a contração, preparando-os para o próximo movimento.
Essas propriedades funcionais do tecido muscular trabalham em conjunto permitindo as mais
variadas atividades físicas e �siológicas do corpo humano.
Tipos de tecido muscular
O tecido muscular é composto por células alongadas, comumente chamadas de �bras
musculares ou miócitos, que contêm em seu citoplasma proteínas motoras, denominadas
mio�lamentos, responsáveis pela capacidade de contração: actina e miosina. Quando se trata de
células musculares, alguns termos singulares são utilizados: a membrana celular é denominada
sarcolema, o citoplasma é denominado sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso é o retículo
sarcoplasmático.
De acordo com suas características morfológicas e funcionais, podemos dividir e reconhecer
três tipos de músculos no corpo humano: o músculo não estriado, também chamado de músculo
liso; o músculo estriado esquelético; e o músculo estriado cardíaco. Preparado para conhecer as
especi�cidades de cada um deles?
Tecido muscular liso
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Este tecido é formado por células fusiformes, ou seja, alongadas e com extremidades a�ladas,
chamadas �bras musculares lisas. Elas apresentam um núcleo central, alongado ou ondulado,
caso as células estejam contraídas. A disposição dos feixes de �lamentos contráteis em
diferentes planos faz com que as células desse músculo não apresentem estriações, fato pelo
qual é denominado músculo liso. As �bras desse tecido são de contração lenta e involuntária,
motivo pelo qual dizemos que os movimentos gerados por eles ocorrem independentemente da
nossa vontade.
Figura 1 | Exemplo de localização e a histologia do tecido muscular liso. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 140).
No tecido conjuntivo presente entre as células musculares lisas, há terminações axônicas que
liberam neurotransmissores que proporcionam a atividade contrátil do músculo. As células
musculares lisas podem se dividir, o que permite o reparo do tecido lesado e o aumento de
órgãos, como o útero durante a gravidez, por exemplo.
Siga em Frente...
Esses músculos podem ser encontrados nas paredes de estruturas internas ocas, como em
vasos sanguíneos, vias respiratórias dos pulmões, esôfago, estômago, intestino, bexiga urinária,
vesícula biliar e útero, sendo responsáveis pelos movimentos peristálticos, constrição de vasos
sanguíneos e vias respiratórias, contração da bexiga urinária e da vesícula biliar.
Tecido muscular estriado esquelético
Esse tecido é formado por feixes de longas células originadas pela fusão de centenas de outras
células precursoras, chamadas mioblastos. Esse fato as torna grandes, multinucleadas,
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alongadas e com formato cilíndrico. Os núcleos das �bras musculares esqueléticas estão
localizados na periferia. As células do músculo estriado esquelético possuem, em abundância,
�lamentos de actina e de miosina, e organizam-se de forma com que seja possível observar
estriações transversais ao microscópio de luz, conferindo o nome estriado a seu tecido.
Os músculos estriados esqueléticos têm como característica �xarem-se aos ossos geralmente
por meio de cordões �brosos que chamamos de tendões. Esse tipo muscular apresenta
contração vigorosa e voluntária, e seus movimentos só acontecem por meio de nossa vontade.
Figura 2 | Exemplo de localização e a histologia do tecido muscular estriado esquelético. Fonte: adaptada de Tortora e
Derrickson (2023, p. 140); e de Abrahamsohn (2016, p. 157).
No adulto, as células musculares esqueléticas não se dividem. Entretanto, é possível que ocorra
a formação de novas células, como no processo de reparo de uma lesão ou de hipertro�a
decorrente do exercício intenso, por exemplo. Esse processo acontece com a divisão e fusão de
mioblastos quiescentes, que são as chamadas células satélites. Estas apresentam
características fusiformes, mononucleadas, com o núcleo escuro e menor do que aquele da
célula muscular.
Tecido muscular estriado cardíaco
O tecido muscular estriado cardíaco constitui o músculo do coração, o miocárdio, promovendo
os batimentos cardíacos, com contração vigorosa e involuntária. Este é formado por �bras
cilíndricas, rami�cadas, com um ou dois núcleos em posição central, unidas por discos
intercalares. Esse tecido também apresenta estriações devido ao arranjo dos �lamentos
contráteis.
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Figura 3 | Localização e histologia do tecido muscular estriado cardíaco. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 140).
Quase metade do volume das células do músculo estriado cardíaco é ocupado por mitocôndrias,
devido à alta demanda energética do coração, garantindo que haja uma produção constante de
ATP para suportar sua atividade contrátil contínua. Como o consumo de oxigênio por essas
células é alto, há uma abundante quantidade de mioglobina, proteína responsável por se ligar ao
oxigênio nos tecidos musculares. Outra característica é que os �lamentos contráteis de actina e
miosina são arranjados nas mio�brilas (estruturas contráteis) através de invaginações da
membrana plasmática, pelas cisternas do retículo sarcoplasmático e pelas numerosas
mitocôndrias dispostas longitudinalmente.
Apesar de apresentarem várias diferenças entre si, os tecidos musculares apresentam também
algumas semelhanças: todos são derivados da mesoderme embrionária e são alongados e
paralelos ao eixo de contração; além disso, apresentam numerosas mitocôndrias para atender às
suas demandas energéticas.
Ao compreendermos a complexidade e a diversidade desses tecidos, podemos apreciar melhor a
incrível capacidade do corpo humano de se adaptar e funcionar de maneira harmoniosa.
Nossa
jornada pelos tecidos musculares é apenas o começo de uma compreensão mais profunda do
sistema musculoesquelético e seu papel vital em nossa saúde e bem-estar.
Vamos Exercitar?
No ponto de partida, questionamos a relação entre a organização geral e a histologia dos
diferentes tipos de músculos com suas funções especí�cas no corpo humano. Ao longo da aula,
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exploramos os tipos de tecidos musculares e suas funções, destacando como cada tipo
desempenha papéis distintos no corpo. A seguir, vamos entender um pouco mais desse assunto.
Os músculos estriados esqueléticos são responsáveis pelo movimento voluntário, trabalhando
em conjunto com os ossos e as articulações para produzir movimentos como caminhar, correr,
levantar objetos, e mastigar, entre outras atividades do nosso cotidiano. Além de gerar
movimento, muitos músculos esqueléticos inseridos nos ossos da coluna vertebral e dos
membros inferiores participam na manutenção da estabilidade postural. A contração desse
músculo ainda auxilia na produção do calor, mantendo a temperatura corporal dentro de uma
faixa saudável, especialmente durante o exercício físico e em ambientes frios.
Os músculos lisos auxiliam no movimento de materiais através de órgãos ocos, como o
estômago, os intestinos, a bexiga e os vasos sanguíneos. Eles realizam contrações rítmicas para
realizar processos como a digestão, peristaltismo intestinal, micção e controle da circulação
sanguínea. Além disso, nos órgãos reprodutores femininos e masculinos, os músculos lisos
desempenham papéis importantes na contração do útero durante o parto e na ejaculação
durante o orgasmo masculino.
 Já o tecido muscular cardíaco é fundamental para a função cardíaca. Sua contração de forma
rítmica e coordenada é responsável pelo batimento cardíaco, auxiliando no bombeamento de
sangue para todo o corpo e mantendo a pressão sanguínea dentro de uma faixa adequada.
Ao compreender a relação entre a organização e histologia dos tecidos musculares com suas
funções, você, futuro pro�ssional da saúde, poderá melhor atender às necessidades de seus
pacientes e promover uma prática clínica mais e�caz.
Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais da histologia dos tecidos muscular liso, estriado
esquelético e estriado cardíaco acessando um material disponibilizado pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Leia o artigo “Tecido Muscular”.
Referências
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
GARTNER, L. P. Atlas Colorido de Histologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
https://www.ufrgs.br/livrodehisto/pdfs/5Muscular.pdf
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OVALLE, W. Netter Bases da Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016. 
Aula 2
Sistema muscular: estrutura e organização dos músculos
Sistema muscular: estrutura e organização dos músculos
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Olá, estudante! Nesta videoaula, mergulharemos nos fundamentos da estrutura
musculoesquelética, explorando a composição da �bra muscular e seus envoltórios. Você está
pronto para descobrir como esses elementos se combinam para permitir o movimento do corpo
humano? Esses conceitos são essenciais para entender o funcionamento do corpo humano e
são fundamentais para sua prática pro�ssional. Prepare-se para essa jornada de conhecimento!
Vamos lá!
Ponto de Partida
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Olá, estudante! Pronto para darmos continuidade ao nosso estudo do sistema muscular? Como
você já sabe, os músculos do corpo humano apresentam diversas funções além de proporcionar
movimentos essenciais como andar, comer e respirar. Eles são responsáveis também pela
manutenção da postura e sustentação do corpo, manutenção da temperatura corporal, e
movimento de substâncias pelo organismo, além de promover os batimentos cardíacos.
Em geral, os músculos são constituídos por �bras musculares, também chamadas miócitos.
Essas podem chegar a 30 cm de comprimento e são preenchidas por feixes longitudinais de
mio�brilas, que são responsáveis pela contração muscular. As �bras musculares são agrupadas
de acordo com o tipo de tecido que compõem, diferenciando-se no músculo estriado esquelético,
músculo estriado cardíaco e músculo liso.
Nesta seção, vamos relembrar as funções desse sistema, aprofundando-nos na morfo�siologia
das �bras musculares, especi�camente do músculo estriado esquelético, focando suas
características anatômicas e estrutura microscópica. Preparado?
Vamos Começar!
Embora os ossos forneçam alavancas e constituam o esqueleto do corpo, sozinhos não são
capazes de mover as partes do corpo. O movimento é resultado da interação entre a contração e
o relaxamento dos músculos, que representam cerca de 40 a 60% do peso total do corpo adulto
(dependendo da percentagem de gordura corporal, gênero e nível de atividade física). A força
muscular deriva da função fundamental do músculo: converter energia química em energia
mecânica para gerar força, realizar trabalho e produzir movimento. Ademais, os tecidos
musculares desempenham várias funções essenciais, incluindo estabilização da posição do
corpo, regulação do volume dos órgãos, geração de calor e promoção do transporte de líquidos e
alimentos pelos diferentes sistemas do corpo.
A estrutura musculoesquelética refere-se ao sistema formado pela combinação dos músculos
esqueléticos e do sistema esquelético (ossos, cartilagens, articulações e ligamentos) no corpo
humano. Esses dois sistemas trabalham juntos para fornecer suporte, movimento e proteção ao
corpo. Vamos conhecer mais a respeito da estrutura do músculo esquelético a seguir.
Estrutura do tecido muscular esquelético
Cada músculo esquelético é um órgão completo, formado por �bras musculares, associadas
com tecidos conjuntivos, vasos sanguíneos e nervos. As �bras de tecido conjuntivo que
envolvem um músculo e seus componentes internos se estendem para fora do centro do
músculo, formando tendões, os quais conectam os músculos aos ossos ou à derme da pele
(Figura 1). Para compreender como ocorre a contração do músculo esquelético, primeiramente
precisamos aprofundar nossos conhecimentos em sua anatomia.
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A fáscia muscular é um tecido conjuntivo denso e resistente que envolve os músculos
esqueléticos, mantendo suas �bras unidas e fornecendo proteção aos músculos. A fáscia
muscular ainda facilita a mobilidade dos músculos, além de alojar nervos, vasos sanguíneos e
linfáticos. Três camadas de tecido conjuntivo se estendem da fáscia para proteger e fortalecer o
músculo esquelético: o epimísio, que circunda todo o músculo externamente; o perimísio, uma
camada que circunda um grupo de �bras para formar um feixe ou um fascículo; e o endomísio,
que circunda cada �bra individualmente (Figura 1).
Figura 1 | Organização do músculo esquelético e seus revestimentos de tecido conjuntivo. Fonte: adaptada de Tortora e
Derrickson (2023, p. 307).
A aponeurose é uma expansão ou lâmina plana de tecido conjuntivo que se assemelha a um
tendão, mas é mais ampla em sua forma. Ela é uma continuação da fáscia muscular e serve
da temperatura
corporal, promovendo o resfriamento do organismo. Além disso, os vasos sanguíneos presentes
na derme se dilatam, aumentando o �uxo sanguíneo e favorecendo a dissipação do calor no
corpo. Já em resposta à baixa temperatura ambiente, a produção de suor é reduzida,
contribuindo para a conservação de calor, e ocorre a vasoconstrição dos vasos sanguíneos,
diminuindo o �uxo sanguíneo cutâneo e reduzindo a perda de calor do corpo.
O sistema tegumentar conta com diversos receptores sensoriais que permitem detectar toque,
pressão, vibração e cócegas, bem como calor e frio, contribuindo para a interação do corpo com
o ambiente. A pele ainda tem um pequeno papel de excreção e absorção, promovendo a
eliminação de substâncias do corpo e na passagem de substâncias do ambiente externo para o
ambiente interno. Quando exposta à luz solar, a pele produz 7-dehidrocolesterol, uma substância
precursora que pode ser convertida em vitamina D, um nutriente essencial para a saúde dos
ossos e do sistema imunológico. Apenas uma pequena quantidade de exposição à luz
ultravioleta, cerca de 10 a 15 minutos, duas vezes por semana, é necessária
para a síntese de vitamina D. Em suma, o sistema tegumentar desempenha um papel vital na
manutenção da homeostase e na proteção do corpo humano. Suas diversas funções destacam a
importância crítica da pele e seus anexos para o funcionamento saudável do organismo.
Compreender as complexidades do sistema tegumentar não apenas nos fornece insights sobre a
�siologia humana, mas também nos instiga a valorizar e cuidar adequadamente dessa barreira
vital entre o corpo e o ambiente externo.
Vamos Exercitar?
Agora que você já conhece a embriogênese do sistema tegumentar, bem como sua estrutura
básica e suas funções, vamos pensar na questão que abordamos no início da aula: como as
interações entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele in�uenciam a
manutenção da homeostasia do corpo humano ao longo da vida?
As interações entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele
desempenham um papel crucial na manutenção da homeostasia do corpo humano ao longo da
vida. Durante a embriogênese, a formação adequada da pele é fundamental para estabelecer
uma barreira protetora e�caz contra lesões, infecções e danos ambientais. Essa integridade
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estrutural é essencial para as funções �siológicas da pele, como regulação da temperatura
corporal, sensação tátil, excreção de substâncias indesejadas e síntese de vitamina D.
Ao longo da vida, as funções �siológicas da pele são mantidas por meio de processos contínuos
de renovação celular, regulação da produção de sebo e suor, e resposta a estímulos ambientais.
Qualquer perturbação nos processos de embriogênese ou nas funções �siológicas da pele pode
levar a desequilíbrios na homeostasia corporal. Por exemplo, anomalias no desenvolvimento
embrionário da pele podem resultar em condições dermatológicas congênitas, enquanto
distúrbios na regulação da temperatura corporal podem levar a hipertermia ou hipotermia.
Portanto, a integração entre os processos de embriogênese e as funções �siológicas da pele é
essencial para garantir a homeostasia do corpo humano ao longo da vida. Uma compreensão
mais profunda dessas interações pode ajudar a identi�car e tratar problemas de saúde
relacionados à pele e manter o equilíbrio interno do organismo.
Saiba mais
A pele é mais do que uma simples barreira física; ela é uma fábrica natural de vitamina D quando
exposta à luz solar. Essa vitamina desempenha um papel vital na absorção de cálcio e fósforo,
fundamentais para a saúde óssea. Além disso, a vitamina D está envolvida na regulação do
sistema imunológico, ajudando a proteger o corpo contra infecções e doenças autoimunes.
Portanto, cuidar da saúde da pele e garantir exposição solar adequada são medidas essenciais
para manter níveis saudáveis de vitamina D e promover o bem-estar geral do organismo. Faça a
leitura do artigo a seguir para conhecer mais sobre a importância dessa vitamina para o nosso
organismo.
“Vitamina D – Aspectos Fisiológicos, Nutricionais, Imunológicos, Genéticos. Ações em
doenças autoimunes, tumorais, infecciosas. Funções musculoesqueléticas e cognitivas”.
Referências
ANDERSON, B. Sistema Tegumentar. Volume 4. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2022.
PAWLINA, W. Ross Histologia. Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/210547
https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/210547
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VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 2
Fisiologia do sistema tegumentar: Epiderme
Fisiologia do sistema tegumentar: Epiderme
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Dica para você
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Olá, estudante! Você já se perguntou como as células da nossa epiderme trabalham para
proteger o nosso corpo? Nesta videoaula, vamos explorar o fascinante mundo do tecido epitelial.
Você vai conhecer as diversas camadas da epiderme, e explorar a função das suas células como
barreira protetora. Prepare-se para uma jornada educacional envolvente e aprofunde seu
conhecimento em �siologia e histologia humana. Vamos lá?
Ponto de Partida
Olá, estudante! Nesta aula, conheceremos a �siologia e a histologia da epiderme, a camada mais
externa e visível da pele. A epiderme é a primeira linha de defesa do corpo contra agentes
externos, crucial para a proteção contra infecções e prevenção da perda de água. Compreender a
estrutura e as funções da epiderme é fundamental para entendermos como a pele desempenha
seu papel na manutenção da saúde e integridade do organismo.
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Ao estudar sobre tecidos, células e camadas que compõem a epiderme, você ganhará um
conhecimento valioso que pode ser aplicado em diversas áreas da sua prática pro�ssional.
Então, mergulhe de cabeça neste estudo, pois o conhecimento que você adquirir aqui será um
valioso instrumento em sua jornada pro�ssional!
Vamos Começar!
A epiderme é a camada mais externa da pele, composta de epitélio pavimentoso estrati�cado
queratinizado, e isso signi�ca que a epiderme é um tecido avascular (epitélio), composto por
várias camadas de células achatadas (pavimentosas), organizadas em múltiplos estratos
(estrati�cados) e que produzem queratina. Dessa forma, existem diversas camadas de células na
epiderme, denominadas também como estratos, que se estendem da camada basal mais
profunda até o estrato córneo mais super�cial, a camada córnea. Vamos conhecer um pouco
mais sobre as camadas que compõem a epiderme, as células e suas funções?
Células da epiderme
Além das células que compõem o tecido epitelial, a epiderme apresenta células importantes para
a manutenção de suas funções, como queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e de
Merkel.
Os queratinócitos são encontrados em grande quantidade na epiderme, representando cerca de
90% das células epidérmicas. Essas células produzem queratina, uma proteína rígida e �brosa
que garante a resistência da pele e sua impermeabilização, além de protegê-la do calor, de
microrganismos e agentes químicos. Os queratinócitos também sintetizam grânulos lamelares,
que liberam
para
conectar músculos entre si ou a estruturas ósseas. As aponeuroses são frequentemente
encontradas em áreas onde músculos têm inserções amplas ou nas quais é necessária uma
distribuição uniforme de força, como na parede abdominal e no crânio.
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Os músculos esqueléticos são bem supridos de nervos e vasos sanguíneos, essenciais para
suas funções. De forma geral, uma artéria e uma ou duas veias acompanham cada nervo que
penetra em um músculo esquelético. Além disso, cada �bra muscular esquelética está em
contato próximo com capilares sanguíneos, responsáveis por fornecer oxigênio, nutrientes e
remover produtos residuais do metabolismo muscular. Os neurônios motores somáticos são
responsáveis por estimular os músculos a se contrair; seus corpos celulares estão localizados
no encéfalo e na medula espinhal, e seus axônios se estendem até um grupo de �bras
musculares esqueléticas. No perimísio, os axônios dos neurônios motores se rami�cam,
alcançando o centro de uma �bra muscular. Esses pontos de contato entre os axônios e as �bras
musculares são conhecidos como sinapses ou junções neuromusculares. Cada neurônio motor
inerva várias �bras musculares, enquanto cada �bra muscular recebe um ramo de um axônio
(Figura 2). Geralmente, os músculos são inervados por mais de um neurônio, garantindo uma
coordenação e�caz da contração muscular.
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Figura 2 | Junção neuromuscular. Fonte: Waugh (2021, p. 457).
Siga em Frente...
Estrutura microscópica de uma �bra muscular esquelética
A contração de todo o músculo esquelético ocorre porque as �bras musculares são coordenadas
individualmente. A seguir, vamos conhecer sua estrutura microscópica.
Quando observamos no microscópico, as células musculares esqueléticas apresentam formato
cilíndrico, paralelas umas às outras e com uma distinta aparência de bandas (listras) claras e
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escuras. Cada �bra muscular tem vários núcleos periféricos, encontrados logo abaixo do
sarcolema (membrana celular da �bra muscular). Ao longo do sarcolema encontramos muitas
invaginações, semelhantes a tubos, chamadas túbulos transversos ou túbulos T, conectando o
ambiente extracelular com o interior da �bra muscular, permitindo a propagação do potencial de
ação pela �bra muscular, desencadeando a contração muscular. Os túbulos T estão associados
com o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático da �bra muscular), que armazena íons
de cálcio necessários para a contração. Ainda no sarcoplasma (citoplasma da �bra muscular),
existem diversas mitocôndrias, essenciais para a síntese de ATP e a mioglobina, uma proteína
responsável por transportar e armazenar oxigênio nos músculos esqueléticos.
As principais estruturas intracelulares dos músculos estriados são as mio�brilas, que consistem
em feixes altamente organizados de proteínas contráteis e elásticas, desempenhando um papel
fundamental na contração muscular. Cada �bra muscular abriga milhares de mio�brilas,
ocupando a maior parte do volume intracelular. Os dois principais tipos de �lamentos de
proteínas, chamados mio�lamentos, são os mio�lamentos de actina e mio�lamentos de miosina.
Os mio�lamentos de actina são os �lamentos �nos, formados por uma cadeia dupla de
monômeros de actina globular (G-actina), que se associam e formam um �lamento helicoidal
(Figura 3-B). Além da actina, encontramos nesses mio�lamentos proteínas regulatórias, que
controlam o processo de contração muscular, a tropomiosina e a troponina. Em cada molécula
de actina existe um local para ligação da miosina.
Os mio�lamentos de miosina são �lamentos grossos, compostos por várias moléculas de
miosina alongadas. Cada molécula de miosina tem uma cauda longa e uma cabeça globular. A
cabeça globular da miosina contém sítios de ligação para o ATP e para a actina (Figura 3-A).
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Figura 3 | Estrutura dos mio�lamentos de actina (�nos) e de miosina (grossos). Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 313).
Os mio�lamentos de actina e miosina se organizam em unidades altamente estruturadas
chamadas sarcômeros, os quais se ligam de ponta a ponta para formar as mio�brilas. Os
sarcômeros são limitados em cada extremidade por uma faixa densa, conhecida como linha Z,
onde as �bras de actina se ancoram. As linhas Z são linhas escurecidas encontradas nas
chamadas Bandas I, que apresentam coloração clara na análise microscópica de amostra
corada, compostas de �lamentos �nos. Além da Banda I, temos outra faixa, de coloração escura,
chamada Banda A, formada por �lamentos �nos intercalados por �lamentos grossos, que
também tem uma zona mais clara em seu centro, chamada de Banda H, a qual, por sua vez, só
conta com �lamentos grossos. No meio do sarcômero encontra-se a linha M, com os
mio�lamentos de miosina projetando-se de ambos os lados dela. As extremidades dos
mio�lamentos de miosina sobrepõem-se às extremidades dos mio�lamentos de actina, arranjo
essencial para a ligação entre elas e para que ocorra a contração muscular.
 
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Figura 4 | Disposição dos mio�lamentos dentro do sarcômero. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 312).
Nesta aula, exploramos os fundamentos essenciais da estrutura musculoesquelética,
desvendamos os segredos da composição da �bra muscular e investigamos os envoltórios
musculares que protegem e sustentam nosso sistema locomotor. Como pro�ssional da área da
saúde, é importante que você conheça não somente as funções e os principais músculos do
corpo humano, mas também que desenvolva um conhecimento sólido, e que você seja capaz de
compreender o sistema muscular, desde sua composição microscópica até sua �siologia.
Vamos Exercitar?
Para aplicar na prática um pouco do que aprendemos nesta aula, considere a seguinte situação
hipotética: um atleta de resistência, que geralmente pratica corrida de longa distância, sofre uma
lesão no joelho durante um treino intenso. Como resultado, ele é orientado pelo médico a reduzir
drasticamente sua atividade física por várias semanas para permitir a recuperação completa.
Durante esse período de inatividade, o atleta nota uma signi�cativa diminuição na massa
muscular da perna afetada. Enquanto isso, um colega de treino que está focado em treinamento
de força intensivo há vários meses tem notado um aumento notável na massa muscular. Ambos
os atletas estão enfrentando desa�os relacionados à hipertro�a e atro�a muscular. Você sabe o
que signi�ca hipertro�a e atro�a muscular?
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Na situação apresentada, tanto o atleta de resistência lesionado quanto o colega de treino
focado em treinamento de força estão enfrentando diferentes desa�os musculares. A hipertro�a
muscular, caracterizada pelo aumento no tamanho das �bras musculares devido à produção
aumentada de mio�brilas, mitocôndrias e retículo sarcoplasmático, é observada no colega de
treino que se dedicou ao treinamento de força intensivo. Esse aumento na massa muscular
resulta em músculos capazes de realizar contrações mais vigorosas, proporcionando-lhe
vantagens no desempenho atlético.
Por outro lado, o atleta de resistência lesionado está lidando com a atro�a muscular devido à
inatividade prolongada causada pela lesão no joelho. Durante esse período de recuperação, a
falta de estímulo muscular leva à perda progressiva de mio�brilas, resultando em uma
diminuição no tamanho das �bras musculares afetadas. Essa atro�a por desuso é reversível,
desde que o atleta recupere sua mobilidade e retome o treinamento adequado. No entanto, se a
inervação muscular for interrompida, como em casos de atro�a por desnervação, as �bras
musculares podem ser irreversivelmente
substituídas por tecido conjuntivo �broso, causando
uma diminuição signi�cativa na função muscular.
Saiba mais
Você já ouviu falar da distro�a muscular de Duchenne? Esta é uma doença genética rara que
afeta predominantemente os meninos e causa fraqueza muscular progressiva. Esta doença
requer uma equipe multidisciplinar trabalhando em conjunto para realizar um diagnóstico
precoce, monitorar a progressão da doença e implementar intervenções terapêuticas adequadas.
Saiba mais a respeito dessa condição no artigo disponível no site da Associação Brasileira de
Distro�a Muscular (ABDIM).
Sugerimos, também, assistir ao vídeo disponível no site “Movimento Duchenne”, para entender de
uma forma bastante didática essa doença.
Referências
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
https://abdim.org/distrofia-muscular/duchenne/
https://abdim.org/distrofia-muscular/duchenne/
https://movimentoduchenne.com.br/videos-dmd/
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WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 3
A contração muscular: metabolismo
A contração muscular: metabolismo
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aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar os processos envolvidos na contração muscular,
desde os diferentes tipos de �bras musculares até as diversas formas de contração, como
concêntrica, excêntrica e isométrica. Esses conteúdos são essenciais para sua prática
pro�ssional, fornecendo conhecimentos valiosos acerca do funcionamento do sistema
musculoesquelético. Está preparado para aprofundar seus conhecimentos e aprimorar suas
habilidades clínicas? Vamos lá!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Você conheceu, anteriormente, um pouco da anatomia e da �siologia da �bra
muscular esquelética. Nesta aula, iniciaremos o estudo da contração muscular, a �m de que você
compreenda melhor como ocorre o movimento do músculo, e saiba quais são os tipos de
contração muscular e os tipos de �bras musculares.
Para aplicar na prática esse conteúdo, considere uma situação em que atletas de �siculturismo
treinam pesado para conseguir como objetivo músculos de�nidos e hipertro�a muscular. Como
você, futuro pro�ssional da saúde, explicaria o mecanismo da contração muscular, possibilitando
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o movimento durante a realização do exercício? Como você simpli�caria esse processo para
explicá-lo a uma pessoa leiga?
Para que você seja capaz de responder a questões como essas, nesta aula você conhecerá os
tipos de �bras musculares esqueléticas e como acontece a contração muscular. Compreenderá,
ainda, os tipos de contração muscular, contextualizando o conteúdo. Preparado?
Vamos Começar!
Os músculos, conceitualmente, são estruturas que, juntamente com os componentes de nosso
esqueleto e por meio de contrações musculares, são capazes de gerar os movimentos do corpo
humano. Esse movimento é proporcionado por células especializadas denominadas �bras
musculares, que você já conheceu anteriormente.
A energia latente das �bras musculares é controlada pelo sistema nervoso. A grande maioria dos
animais conta tanto com células nervosas quanto com musculares, e em todos eles o
mecanismo de funcionamento dessas células é exatamente o mesmo, o que vamos estudar
nesta aula. Apesar de a coordenação interna do organismo ser função do sistema nervoso e a
recepção das mensagens provenientes do meio ambiente ser função do nosso sistema
sensorial, a resposta a esses estímulos, geralmente representada por um movimento, é papel do
sistema muscular.
Para iniciarmos nosso estudo sobre a contração muscular, vamos antes relembrar a estrutura da
�bra muscular e conhecer seus tipos. As �bras musculares são compostas de �lamentos
proteicos contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses mio�lamentos, também chamados de
mio�brilas, são diferenciados um do outro pelo seu peso molecular, sendo maior no �lamento de
miosina do que no de actina (Figura 1). É a interação desses mio�lamentos que vai desencadear
a contração muscular, devido à interação destas duas proteínas.
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Figura 1 | Organização do músculo estriado esquelético, do nível macroscópico ao molecular. Fonte: acervo Kroton.
O corpo humano é formado por mais de 600 músculos esqueléticos que permitem que nos
movimentarmos rapidamente, reagirmos a estímulos, gerarmos potência durante um chute ou
soco, e suportarmos horas de exercícios físicos, entre outros in�nitos exemplos. O conjunto
desses músculos é chamado de massa muscular, e esta é composta por dois tipos principais de
�bras musculares que apresentam coloração vermelha ou branca, chamadas de tipo I e tipo II,
respectivamente.
As �bras vermelhas, de tipo I, são �bras de contração lenta, enquanto as �bras brancas, de tipo II,
têm contração rápida. Essa divisão foi realizada por pesquisadores que se basearam,
principalmente, em suas características contráteis e metabólicas, como podemos ver no Quadro
1.
Tipo I (Vermelhas) Tipo II (Brancas)
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Contração lenta Contração rápida
Grande quantidade de
mitocôndrias e mioglobina
(confere coloração
avermelhada)
Pequena quantidade de
mitocôndrias e mioglobina
Sistema de energia utilizado:
aeróbico
Sistema de energia utilizado:
anaeróbico
Oxidativa: utiliza oxigênio como
principal fonte de energia
Glicolítica: utiliza a
fosfocreatina e glicose como
fonte de energia
Altamente resistentes à fadiga Fadigam rapidamente
Mais apropriadas para
exercícios de longa duração
Proporcionam movimentos
rápidos e poderosos
Predominam em atividades
aeróbicas de longa duração
como natação e corrida
Predominam em atividades de
alta intensidade e curta duração
como basquete, futebol,
musculação, entre outras
Quadro 1 | Características das �bras vermelhas e �bras brancas. Fonte: elaborado pela autora.
Ambos os tipos de �bras estão presentes em todos os grupos musculares do nosso organismo,
entretanto, observa-se que há o predomínio de um tipo sobre o outro que vai depender do
músculo, de fatores genéticos e do tipo de treinamento físico realizado. Por exemplo, durante um
jogo de futebol, ambos os tipos de �bras contribuem para a execução do movimento do atleta, o
que muda é o número de unidades de cada tipo que estarão em atividade.
Contração muscular
Voltando nossa linha de raciocínio para a contração muscular, o ciclo de contração muscular é
um processo complexo, que envolve várias etapas. Vamos conhecer as principais etapas do ciclo
de contração muscular a seguir.
A primeira etapa é o estímulo nervoso: a �bra muscular se contrai em resposta a um impulso
nervoso, que chega à junção neuromuscular, onde ocorre a liberação de neurotransmissores,
principalmente a acetilcolina. A acetilcolina liberada na junção neuromuscular se liga aos
receptores da membrana da �bra muscular, provocando uma despolarização localizada da
membrana, desencadeando a propagação de um potencial de ação ao longo de toda a �bra
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muscular. O potencial de ação viaja ao longo dos túbulos T, estimulando a liberação de íons de
cálcio (Ca++) do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma (Figura 2).
Figura 2 | Primeiras etapas do ciclo de contração
muscular: estímulo nervoso, liberação de acetilcolina (ACh), potencial de
ação e liberação dos íons de Ca++. Fonte: adaptada de Tortora e Derrickson (2023, p. 324).
Em seguida, o Ca++ liberado pelo retículo sarcoplasmático se liga à troponina no �lamento �no,
promovendo a liberação dos sítios de ligação de miosina na actina, desencadeando, dessa
forma, a ligação de actina e miosina entre si, formando as chamadas pontes cruzadas. A cabeça
de miosina tem um sítio de ligação de ATP (trifosfato de adenosina), que promove a hidrólise do
ATP, gerando energia necessária para que os �lamentos de actina e miosina deslizem uns sobre
os outros. Esse movimento puxa as linhas Z em cada extremidade do sarcômero mais próximas
umas das outras, encurtando-o. Esse processo é conhecido como teoria do �lamento deslizante
(Figura 3). Quando um número su�ciente de �bras musculares é estimulado simultaneamente,
ocorre um encurtamento geral do músculo, conhecido como contração muscular.
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Figura 3 | Mecanismo do �lamento deslizante na contração muscular. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 316). 
Quando o estímulo nervoso cessa, o cálcio é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático,
e a troponina retorna à sua conformação original, bloqueando os sítios de ligação de miosina na
actina. Com a remoção do cálcio do sarcoplasma, as pontes cruzadas não podem mais se
formar, e os �lamentos de actina retornam à sua posição inicial, resultando no relaxamento
muscular.
Siga em Frente...
Tipos de contração muscular
As contrações musculares podem ser isométricas ou isotônicas, a vamos entender as diferenças
entre elas a seguir.
A contração isométrica é um tipo de contração muscular na qual não o comprimento do músculo
não muda, no entanto, há geração de força muscular. Nesse tipo de contração, os �lamentos de
actina e miosina interagem e geram tensão, mas essa tensão não é su�ciente para superar uma
resistência externa ou produzir um movimento visível nas articulações. Podemos citar, como
exemplo, a contração isométrica dos músculos posturais do corpo que mantêm a coluna ereta
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enquanto uma pessoa está sentada ou de pé, ou, então, durante um exercício de prancha
abdominal, em que os músculos do core abdominal são ativados para manter o corpo em linha
reta.
Já a contração isotônica é um tipo de contração muscular em que a força de contração
desenvolvida pelo músculo permanece quase constante enquanto o músculo altera seu
comprimento. Esse tipo de contração é utilizada para realizar os movimentos corporais e mover
objetos, por exemplo. Existem dois tipos de contração isotônica: concêntrica e excêntrica.
Na contração isotônica concêntrica o músculo se encurta enquanto gera força; isso acontece
quando o músculo supera a resistência externa e realiza um movimento. Na contração isotônica
excêntrica o músculo se alonga enquanto gera força. Isso acontece quando o músculo está sob
tensão, mas a força exercida sobre ele é maior do que a força que ele pode gerar, resultando em
um movimento de alongamento.
Por exemplo, quando você está com um haltere na mão e �exiona os cotovelos levando o haltere
até o ombro, ocorreu uma contração isotônica concêntrica (encurtamento) do bíceps. Agora,
imagine-se estendendo os cotovelos lentamente, resistindo à força gravitacional: neste
momento, está ocorrendo uma contração isotônica excêntrica (alongamento) do bíceps. Se você
segurar esse haltere, mantendo-o à sua frente na altura dos ombros, os músculos do seu braço
estarão gerando força, mas não movimento, resultando em uma contração isométrica.
O estudo das �bras musculares, o processo de contração muscular e os tipos de contrações nos
trazem uma visão ampla do funcionamento intrincado dos nossos músculos. Esses
conhecimentos são essenciais para entendermos como nossos corpos respondem ao
movimento e adaptam-se a diferentes demandas físicas. Ao integrar esses conhecimentos em
suas práticas pro�ssionais, pro�ssionais da saúde podem desenvolver estratégias mais e�cazes
de reabilitação, prescrição de exercícios e manejo de condições musculoesqueléticas.
Vamos Exercitar?
Retomando a situação do início da aula, na qual os atletas de �siculturismo treinam pesado para
conseguir como objetivo músculos de�nidos e hipertro�a muscular, como você, futuro
pro�ssional da saúde, explicaria o mecanismo da contração muscular, possibilitando o
movimento durante a realização do exercício? Como você simpli�caria esse processo para
explicá-lo a uma pessoa leiga?
De forma geral, podemos de�nir que a contração muscular ocorre por um mecanismo de
deslizamento dos �lamentos de actina e miosina. Esse deslizamento é causado por forças
mecânicas geradas pela interação desses �lamentos entre si. Nas condições de repouso, essas
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forças são inibidas, entretanto, quando um potencial de ação passa pela membrana da �bra
muscular, íons cálcio são liberados, iniciando a contração.
Para que o processo de contração muscular continue, é necessário energia, pois, quando um
músculo se contrai, ele realiza trabalho com consumo de energia – que é proveniente,
principalmente, dos carboidratos presentes em nossos alimentos. No contexto do ganho de
massa muscular, atletas precisam fornecer ao corpo, além do estímulo com exercício de força,
combustíveis como proteínas magras, carboidratos e gorduras boas. Embora as células
musculares pre�ram utilizar os carboidratos como fonte de energia, em casos de escassez, o
organismo recorre às proteínas dos tecidos, incluindo o tecido muscular, para a produção de
energia, atrapalhando o processe de hipertro�a. Essa preferência dos carboidratos como fonte
de energia destaca a importância de uma dieta balanceada para o suporte adequado das
demandas energéticas durante o treinamento e recuperação muscular.
Saiba mais
Como você viu, nossos músculos precisam de uma grande quantidade energia para a contração
muscular, mas você sabe como ocorre a produção do ATP nas �bras musculares? Para
compreender o assunto, faça a leitura do tópico “10.4. Metabolismo Muscular” disponível no
Capítulo 10, página 325 do livro Princípios de Anatomia e Fisiologia, disponível na Biblioteca
Virtual.
Referências
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WARD, P. J. Netter Sistema Musculoesquelético Integrado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2023.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527739368/
Disciplina
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS
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LOCOMOTOR E REPRODUTOR
Aula 4
Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos
Aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos
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Dica para você
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aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Nesta videoaula você vai compreender os princípios gerais da anatomia
musculoesquelética, além de conhecer os principais músculos responsáveis por nossas
expressões faciais e movimentos do nosso cotidiano. Esse conteúdo é essencial para sua
atuação pro�ssional porque esses conhecimentos são a base para a compreensão do
funcionamento do corpo humano. Prepare-se para essa jornada de conhecimento, e vamos lá!
Ponto de Partida
Vamos dar sequência à construção do nosso conhecimento sobre os músculos do corpo
humano? Nesta aula,
continuaremos a falar deles, focando os músculos estriados esqueléticos
em especial.
Os músculos são essenciais para nossa existência e funcionamento diário. Eles nos permitem
realizar uma in�nidade de atividades, desde caminhar e falar até coisas simples como piscar os
olhos ou segurar um livro. Além disso, mesmo quando estamos em repouso, nossos músculos
continuam trabalhando. Os músculos posturais mantêm nossa postura quando estamos
sentados ou em pé, enquanto os músculos respiratórios garantem que continuemos a respirar,
mesmo durante o sono. Em todas as formas de comunicação, nossos músculos esqueléticos
desempenham um papel crucial, seja para escrever, digitar, falar ou até mesmo transmitir
mensagens silenciosas com expressões faciais ou sinais manuais. Em resumo, sem os nossos
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músculos, estaríamos limitados e incapazes de realizar as atividades mais básicas da vida
cotidiana.
Assim como estudamos os principais ossos do corpo humano, vamos conhecer os principais
músculos estriados esqueléticos que possuímos, bem como sua localização. Esse
conhecimento será fundamental em sua atividade pro�ssional na área da saúde, seja qual for
sua especialidade. A �m de facilitar nosso estudo sobre os músculos do corpo, bem como sua
localização, dividiremos o corpo em quatro regiões: cabeça e pescoço; tórax, abdome e torso;
membros superiores; e membros inferiores, e estudaremos alguns dos músculos destas regiões.
Vamos lá?
Vamos Começar!
Princípios gerais da anatomia musculoesquelética
A maioria dos músculos esqueléticos se estendem de um osso ao outro, atravessando pelo
menos uma articulação. Quando esses músculos se contraem, geram movimento, aplicando
força nos tendões, que, por sua vez, tracionam os ossos ou outras estruturas, como a pele.
Quando um músculo se contrai, ele também se encurta. Nesse movimento, uma de suas
extremidades geralmente permanece �xa, enquanto a outra extremidade, que é mais móvel, é
puxada em direção a ele, resultando em movimentação de um dado membro. As �xações
musculares são chamadas didaticamente de origem e inserção.
A origem geralmente é a extremidade do músculo e permanece �xa durante a contração, ou seja,
é a extremidade presa ao osso que não se desloca, sendo um ponto de apoio �xo. Já a inserção,
em contrapartida, corresponde à extremidade do músculo que se movimenta durante a
contração, ou seja, é a extremidade presa ao osso que se desloca, sendo um ponto de apoio
móvel. Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e sua inserção é distal,
entretanto pode haver casos nos quais o músculo altera seus pontos de origem e inserção em
determinados movimentos.
Assim como você estudou no sistema ósseo, os músculos esqueléticos também têm diferentes
classi�cações. Eles podem ser classi�cados quanto à sua localização, forma, orientação da �bra
muscular, função e/ou nomenclatura. Vamos conhecer cada uma delas?
Quanto à sua localização, os músculos podem ser classi�cados em super�ciais ou cutâneos, e
são aqueles que se encontram logo abaixo da pele, apresentando, no mínimo, uma de suas
inserções na camada profunda da derme. Esse tipo muscular está localizado na cabeça (crânio e
face), pescoço e também na mão (região hipotenar). Ainda quanto à sua localização, os
músculos podem ser classi�cados em profundos, e, na maioria das vezes, se inserem em ossos.
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A forma e o tamanho do músculo in�uenciam totalmente seu grau de contração e quantidade de
força que ele gera. Quando à sua forma, os músculos podem ser classi�cados de acordo com a
organização que suas �bras apresentam em relação aos tendões; assim, temos as seguintes
classi�cações: paralelo, fusiforme, circular, triangular ou peniforme.
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Quadro 1 | Classi�cação da forma dos músculos em relação à organização de suas �bras. Fonte: adaptada de Tortora e
Derrickson (2023, p. 348).
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Já quanto à orientação da �bra, podemos classi�car os músculos como retos, quando se
encontram em paralelo à linha mediana; transversos, quando as �bras se encontram
perpendiculares à linha mediana; ou oblíquos, quando as �bras se encontram em diagonal à linha
mediana.
Quanto à função, por sua vez, os músculos esqueléticos classi�cam-se como agonistas, que são
aqueles que ativam um movimento especí�co do corpo, contraindo-se ativamente para produzir
um movimento desejado; antagonistas, que se opõem à ação dos agonistas (por exemplo,
quando um músculo agonista se contrai, o antagonista se relaxa progressivamente de forma a
produzir um movimento suave); sinergistas, que são aqueles que auxiliam a movimentação
principal do músculo ou estabilizam as articulações para que não ocorram movimentos
incorretos durante a ação principal; e os �xadores, que estabilizam a origem do agonista,
possibilitando que ele seja mais e�ciente.
Por último, em relação à sua nomenclatura, podemos dizer que o nome que os músculos
recebem depende de vários fatores, como direção dos fascículos musculares em relação à linha
mediana do corpo, tamanho, forma, ação, número de origens, localização, origem e inserção.
Por exemplo, o músculo reto do abdome recebe esse nome pois seus fascículos estão paralelos
à linha mediana do corpo; o músculo adutor magno recebe esse nome pois é grande (magno) e
sua ação principal é a adução; em relação à forma, podemos citar o deltoide, que tem  forma
triangular. O número de origens está relacionado ao número de tendões na origem do músculo,
como o bíceps, que tem duas origens, e o quadríceps, com quatro origens. Referente à
localização, temos como exemplo o músculo �exor super�cial dos dedos, que recebe esse nome
por se encontrar logo abaixo da pele.
Principais músculos da face, pescoço e tronco
Inicialmente, na região da cabeça e do pescoço, temos como principais músculos a serem
memorizados aqueles que nos permitem movimentos como os de mastigar, realizar expressões
faciais ou mover a cabeça. Dentre os principais músculos da face estão: frontal, temporal,
orbicular dos olhos, prócero, corrugador, orbicular da boca, levantador do lábio superior,
zigomático maior e menor, nasal e masseter, todos ilustrados na Figura 1.
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Figura 1 | Principais músculos da face. Fonte: elaborada pela autora, adaptada de OVID (2018).
Dentre os principais músculos do pescoço, podemos citar: platisma, trapézio e o
esternocleidomastoideo, todos ilustrados na Figura 2.
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Figura 2 | Principais músculos do pescoço. Fonte: elaborada pela autora, adaptada de OVID (2018).
Já no tronco, estão localizados os músculos que nos permitem a respiração e mantêm o corpo
em posição ereta, por exemplo, além de permitir outros movimentos. Temos seis pares de
grandes músculos na região do dorso: trapézio (também faz parte da musculatura do pescoço),
latíssimo do dorso, redondo maior, psoas, quadrado lombar e os eretores da espinha (Figura 3).
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Figura 3 | Principais músculos do dorso. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 460 e 461).
Na parede abdominal temos quatro principais pares de músculos: reto abdominal, oblíquo
externo, oblíquo interno e o transverso do abdome (Figura 4).
Figura 4 | Principais músculos da parede abdominal. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 462).
Siga em Frente...
Principais músculos dos membros superiores e inferiores
Nos membros superiores e inferiores, encontramos os principais músculos que nos permitem
grandes movimentos, �exibilidade e locomoção. Nos membros superiores, estão aqueles
músculos que nos proporcionam movimentos de grandes
amplitudes e aqueles de delicadezas
nas tarefas realizadas; em contrapartida; nos membros inferiores, estão aqueles que nos
permitem a deambulação, ou seja, andar, e estes são considerados extremamente fortes.
Dentre os músculos dos membros superiores, é importante que você conheça os principais:
deltoides e trapézio (músculos do ombro), bíceps braquial, tríceps braquial e músculo braquial
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(músculos do braço), pronador redondo, braquiorradial, �exores e extensores do carpo (músculos
do antebraço), músculos tenares, hipotênares e lumbricais (músculos das mãos e dedos) (Figura
5).
Figura 5 | Principais músculos dos membros superiores: vista anterior e posterior. Fonte: Waugh (2021, p. 463).
Nos membros inferiores, por sua vez, devemos dar maior atenção para os glúteos (máximo,
médio e mínimo), quadríceps femoral (reto femoral, vastos medial, lateral e intermédio), sartório,
�bulares (longo e curto), gastrocnêmio e sóleo, identi�cados na Figura 6.
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Figura 6 | Principais músculos dos membros inferiores: vista anterior (A) e posterior (B). Fonte: Waugh (2021, p. 466).
É importante ressaltar que os músculos citados, obviamente, não contabilizam todos os
músculos do corpo humano. Lembre-se de que nesta aula focamos nosso estudo em apenas um
tipo de músculo: o estriado esquelético. Não podemos nos esquecer de que existem ainda o
músculo liso, como os do estômago, esôfago, intestino e outros órgãos, e o músculo estriado
cardíaco, presente em nosso coração.
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Vamos Exercitar?
Para aplicarmos na prática o conteúdo estudado nesta aula, considere a seguinte situação:
durante uma sessão de treinamento na academia, um praticante de musculação está realizando
o exercício de rosca direta com halteres. Enquanto ele executa o movimento, surge uma dúvida
em relação à biomecânica desse exercício.
Como você responderia a esse questionamento? Quais músculos do corpo são recrutados
durante o exercício de rosca direta? Como esses músculos se classi�cam funcionalmente em
termos de sua ação durante o movimento? Além disso, você seria capaz de descrever a origem e
inserção desses músculos?
Para responder a esses questionamentos, primeiramente é importante lembrar o que é o
exercício de rosca direta. A rosca direta é um exercício de isolamento, que visa principalmente
trabalhar os músculos anteriores do braço. O movimento consiste na �exão do cotovelo: o
antebraço é trazido em direção ao ombro, contra a resistência de um peso, como um halter ou
uma barra.
Durante o exercício de rosca direta com halteres, os principais músculos trabalhados são o
bíceps braquial e o músculo braquial. Esses músculos são classi�cados como agonistas nesse
movimento, pois são os principais responsáveis pela �exão do cotovelo, movendo o antebraço
em direção ao ombro.
O bíceps braquial é um músculo fusiforme, apresentando uma forma alongada e duas cabeças
de origem, ambas na escápula. Este músculo se insere na tuberosidade do rádio e na fáscia do
antebraço. O músculo braquial está mais profundo em relação ao bíceps braquial, também
apresenta formato fusiforme, e se origina na metade distal do úmero e se insere na ulna.
Ainda, durante a rosca direta, o tríceps braquial atua como antagonista, pois este é responsável
pela extensão do cotovelo, movimento oposto à �exão realizada pelo bíceps e braquial. Já os
músculos estabilizadores, como os músculos do ombro (deltoides) e o trapézio, atuam como
sinergistas, auxiliando na estabilização da articulação do ombro durante o exercício e
manutenção da postura adequada.
De forma geral, compreender esses conceitos é essencial para sua atuação pro�ssional,
proporcionando uma assistência à saúde mais e�caz, promovendo a reabilitação, a prevenção de
lesões e a promoção da saúde e bem-estar de forma abrangente. 
Saiba mais
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Para conhecer ainda mais o nosso sistema muscular, acesse a base OVID “Muscle Premium”,
disponível na Biblioteca Virtual.
Acesse Biblioteca Virtual e faça o login;
Selecione o parceiro “Wolters Kluwer”:
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Nesta base, você consegue explorar o tema e, dessa forma, aprofundar seus conhecimentos
sobre os músculos que compõem o nosso sistema muscular esquelético.
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Referências
GILROY, A. M. Atlas de Anatomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, Anne. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2021.
Aula 5
SISTEMA MUSCULAR
Videoaula de Encerramento
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Dica para você
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Olá, estudante! Nesta videoaula você vai compreender como pode ser aplicado na prática o
conteúdo relacionado ao sistema muscular. Exploraremos como a hipertro�a muscular acontece
durante o exercício, a estrutura das �bras musculares e os mecanismos de contração e
relaxamento dos músculos. Desvendaremos os mistérios de um exercício especí�co e
discutiremos quais músculos são recrutados e como se classi�cam funcionalmente. Prepare-se
para uma abordagem prática e aplicada do sistema muscular! Vamos lá!
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Ponto de Chegada
Olá, estudante! Para desenvolver a competência desta Unidade, que é ter senso crítico para
reconhecer e explicar as principais características do sistema muscular, você deve,
primeiramente, compreender os conceitos fundamentais relacionados ao tecido muscular, sua
origem, organização geral e histologia. A compreensão da estrutura e organização dos músculos
no sistema muscular é essencial, bem como a compreensão dos processos envolvidos na
contração muscular. Além disso, é importante explorar os aspectos anatômicos dos músculos
esqueléticos, incluindo suas origens e inserções.
Ao entender profundamente esses conteúdos, você estará apto a analisar criticamente as
características do sistema muscular, identi�car os diferentes tipos de �bras musculares e sua
classi�cação, bem como explicar os processos envolvidos na contração muscular. O
desenvolvimento do senso crítico permitirá que você avalie de forma mais completa e precisa as
informações relacionadas ao sistema muscular, enriquecendo sua compreensão sobre o tema.
É Hora de Praticar!
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Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de uma linha de raciocínio para o conteúdo da
Unidade, vamos trabalhar com uma situação hipotética que aplicará na prática o conteúdo sobre
o sistema muscular.
Uma �siculturista de 28 anos, que iniciou sua jornada no esporte aos 16 anos devido ao
descontentamento com o peso, encontrou na musculação uma paixão que se transformou em
pro�ssão. Após formar-se em Educação Física, ela agora atua como personal trainer,
especialmente com novos �siculturistas, em sua própria academia.
Para alcançar seus objetivos
pro�ssionais e pessoais, ela passou anos se dedicando a exercícios intensos, seguindo uma
suplementação especializada e mantendo uma dieta rigorosa. Sua dieta consiste em sete
refeições diárias balanceadas, incluindo vegetais, carnes, carboidratos, frutas e suplementos
como whey protein.
Frente à situação da realidade descrita, você, como pro�ssional da área da saúde, conseguiria
explicar como ocorreu a hipertro�a dos músculos durante o exercício da musculação?
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Conseguiria descrever a estrutura morfológica das �bras musculares? Como ocorrem os
movimentos de contração e relaxamento dos músculos?
Retomando à situação hipotética, vamos supor que a personal trainer passe o seguinte exercício
físico a um aluno de sua academia:
“Em pé, mantenha os pés afastados na largura dos ombros e os braços relaxados ao lado do
corpo, segurando um haltere de 8 kg em cada mão. Posicione uma das pernas à frente, dando
um grande passo, mantendo o tronco mais ereto possível. A outra perna deve permanecer
estendida para trás com a ponta do pé apoiada no chão. Inicie a descida �exionando o joelho da
perna da frente, abaixando o corpo em direção ao chão. Continue descendo até que o joelho da
perna de trás esteja próximo ao chão ou toque levemente o chão. Mantenha o tronco o mais
ereto possível durante todo o movimento, evitando inclinar-se para frente. Pressione o pé da
perna da frente contra o chão e empurre o corpo de volta à posição inicial, estendendo o joelho.
Concentre-se em usar os músculos das pernas para impulsionar o movimento, mantendo o
equilíbrio e a estabilidade.”
Você conseguiria responder quais músculos do corpo esse exercício vai trabalhar? Como eles se
classi�cariam funcionalmente?
Como as características do tecido muscular in�uenciam sua função no sistema muscular?
Quais são os principais processos envolvidos na contração muscular?
Qual a importância de compreender os aspectos anatômicos dos músculos esqueléticos para a
prática de atividades do nosso cotidiano?
No estudo teórico desta unidade, você conheceu a morfologia da �bra muscular, bem como a
organização do músculo estriado esquelético, trabalhado nas atividades de musculação. Vamos
reorganizar nosso conhecimento, resolvendo as questões da situação-problema?
Ao instruir seus alunos, é importante que a  personal trainer  conheça e passe adiante o
conhecimento sobre a composição do músculo, uma vez que esse conhecimento os ajudará no
entendimento da �siologia muscular e, consequentemente, da forma como ocorre a hipertro�a
para ganho de massa, melhorando seus resultados na academia.
De maneira geral, o tecido muscular esquelético é formado por feixes de células alongadas que
contêm muitos �lamentos, as mio�brilas. Em músculos como o bíceps ou o deltoide, muito
trabalhados em musculação, por exemplo, as �bras musculares estão organizadas em grupos de
feixes, sendo o conjunto de feixes envolvido por uma camada de tecido conjuntivo chamada
epimísio, que recobre o músculo inteiro.
As variações no diâmetro das �bras musculares esqueléticas dependem de vários fatores,
entretanto pode-se observar que o exercício físico aumenta a musculatura e diminui a quantidade
de tecido adiposo. Esse fato é consequência da formação de novas mio�brilas, com aumento do
diâmetro das �bras musculares, caracterizando a hipertro�a ou ganho de massa. Esse processo
é facilitado pela síntese proteica, que é estimulada pelo treinamento de resistência e pela
adequada ingestão de proteínas na dieta, como no caso da suplementação de whey protein
relatada pela �siculturista.
As mio�brilas são organizadas em unidades funcionais chamadas sarcômeros, que são
responsáveis pela contração muscular. As �bras musculares são classi�cadas em tipos
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diferentes, como �bras de contração lenta (tipo I) e �bras de contração rápida (tipo II), com
características morfológicas e funcionais distintas.
A contração muscular ocorre quando os sarcômeros dentro das �bras musculares encurtam,
puxando as extremidades da �bra mais próximas e gerando tensão. Esse processo é
desencadeado pela liberação de íons de cálcio no interior das células musculares em resposta a
um impulso nervoso. A miosina e a actina, duas proteínas importantes no processo de contração
muscular, interagem para gerar movimento. Já o relaxamento muscular ocorre quando os íons de
cálcio são removidos do interior das células musculares, interrompendo a interação entre a
miosina e a actina e permitindo que as �bras musculares se estendam novamente.
Já em relação ao exercício passado pela personal trainer ao seu aluno, exercícios como avanço
com halteres ou afundo, além de serem multiarticulares, são muito interessantes do ponto de
vista biomecânico, uma vez que proporcionam uma excelente alavanca de força ao atleta.
Basicamente, por meio dos movimentos de �exão de joelho e de extensão do quadril na perna da
frente, além de uma leve �exão na perna de trás, esses exercícios proporcionam ativação dos
músculos do quadríceps, dos isquiotibiais e também do glúteo – que são os principais músculos
deste exercício. É importante ressaltar que outros acabam se envolvendo com participação bem
menor (Figura 1).
Figura 1 | Movimento do exercício afundo e
musculatura envolvida. Fonte: Evans (2007, p.
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144).
Os músculos do quadríceps são o vasto lateral, o vasto medial, o vasto intermédio e o reto
femoral. É importante lembrar que devemos levar em consideração ambos os lados, uma vez que
o exercício trabalha tanto a perna da frente quanto a de trás.
Quanto à sua funcionalidade, os músculos podem ser classi�cados em agonistas, antagonistas e
sinergistas. O músculo agonista é aquele que executa o movimento principal, consequentemente,
aquele que está sendo trabalhado no exercício, nesse caso os músculos do quadríceps e o
glúteo. Os antagonistas executam o movimento oposto ao agonista, regulando a rapidez do
movimento ou a potência dele. Já os sinergistas tentam estabilizar as articulações, impedindo
movimentos indesejáveis.
O material traz uma viagem visual pelo sistema muscular, destacando as características gerais
dos músculos, os tipos de tecidos musculares, a estrutura da �bra muscular esquelética e o
processo de contração muscular. Aproveite!
AGUR, A. M. R.; DALLEY II, A. F.; MOORE, K. L. Fundamentos de Anatomia Clínica. 6. ed. Rio de
Janeiro: Grupo GEN, 2021.
EVANS, N. Anatomia da Musculação. Barueri: Manole, 2007.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
,
Unidade 4
SISTEMA REPRODUTOR
Aula 1
Sistema reprodutor masculino: função, anatomia e �siologia do sistema
Sistema reprodutor masculino: função, anatomia e �siologia do sistema
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Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar temas essenciais para a compreensão do
sistema reprodutor masculino. Você aprenderá a anatomia e a histologia dos órgãos masculinos,
a espermatogênese e o papel dos hormônios na regulação das funções reprodutivas. Esses
conhecimentos são fundamentais para sua prática pro�ssional, oferecendo uma base sólida para
entender e abordar questões relacionadas à saúde sexual masculina. Prepare-se para essa
jornada de aprendizado! Vamos lá!
Ponto de Partida
Desde crianças, aprendemos que todo ser vivo nasce, cresce, envelhece e morre, certo? Graças à
capacidade de reprodução, diferentes espécies, dentre elas a dos seres humanos, continuam
povoando a Terra e dando sequência ao ciclo de vida em que um ser se reproduz gerando um
descendente fértil, que por sua vez, também se reproduz, perpetuando-se a sua espécie.
Dessa forma, dando sequência ao nosso estudo, vamos entender o sistema reprodutor humano,
também conhecido anatomicamente como sistema genital, um conjunto de órgãos do corpo que
trabalham em conjunto com o objetivo de obter a reprodução. O sistema reprodutor desempenha
um papel crucial no direcionamento das diferenças estruturais e funcionais entre homens e
mulheres, apresentando efeitos signi�cativos sobre o comportamento humano. Não se limita
apenas às distinções entre as estruturas reprodutivas masculinas e femininas, mas também
afetam a organização e o funcionamento de outros sistemas do nosso corpo, como os sistemas
tegumentar, esquelético e muscular.
Nesta aula você vai conhecer especi�camente a anatomia e a histologia do sistema reprodutor
masculino, um tópico essencial para compreender não apenas a biologia humana, mas também
questões fundamentais relacionadas à saúde e a reprodução.
Vamos Começar!
Anatomia e histologia do sistema reprodutor masculino
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CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS
DOS SISTEMAS TEGUMENTAR,
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O sistema reprodutor masculino (Figura 1) é composto por testículos, ductos genitais (epidídimo,
ducto deferente, ductos ejaculatórios e uretra), glândulas acessórias (glândulas seminais,
próstata e glândulas bulbouretrais), além de estruturas de apoio (bolsa escrotal e pênis). Vamos
compreender de forma mais aprofundada esses órgãos?
Figura 1 | Órgãos reprodutores masculinos e suas estruturas associadas. Fonte: Waugh (2021, p. 498).
A bolsa escrotal ou escroto é uma estrutura em formato de saco, composta por tecido conjuntivo
e tecido muscular liso, revestida por pele. Nesta região ainda encontramos os epidídimos e a
porção inicial dos ductos deferentes, além dos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Sua função
consiste em alojar e proteger os testículos, mantendo a temperatura adequada à sua �siologia.
Os testículos (Figura 2) são as glândulas reprodutoras masculinas, as gônadas, responsáveis por
produzir os gametas masculinos (espermatozoides) e pela secreção de hormônios sexuais,
principalmente a testosterona. Anatomicamente, os testículos são estruturas ovais compostas
por diversos elementos, e cada testículo é recoberto parcialmente por uma membrana serosa,
chamada túnica vaginal. Internamente à túnica vaginal, o testículo é envolvido por uma espessa
cápsula de tecido conjuntivo denso, chamada túnica albugínea, que se estende para dentro do
órgão formando septos que dividem os testículos em uma série de compartimentos internos,
chamados lóbulos. Em cada lóbulo encontram-se tubos �nos e enovelados chamados túbulos
seminíferos.
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Figura 2 | Estrutura do testículo e epidídimo. Fonte: Abrahamsohn (2016, p. 334).
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Os túbulos seminíferos (Figura 2) são os locais em que ocorre a espermatogênese, processo de
formação dos espermatozoides a partir de células germinativas. Esses túbulos são constituídos
por diferentes tipos de células, incluindo células germinativas (espermatogônias e espermátides)
e células de Sertoli, que fornecem suporte nutricional e hormonal para o desenvolvimento dos
espermatozoides. Entre os túbulos seminíferos encontram-se as células intersticiais de Leydig,
que após a puberdade secretam o hormônio testosterona. A testosterona é o hormônio
androgênio que promove o desenvolvimento das características sexuais secundárias do homem,
como pelos e voz grossa, por exemplo.
Figura 3 | Histologia dos túbulos seminíferos. (A) Cápsula de tecido conjuntivo denso revestindo o testículo (túnica
albugínea). (B) Epitélio seminífero, composto pelas células germinativas; lúmen no centro de cada túbulo, que pode estar
preenchido por �agelos de espermatozoides em formação e espermatozoides maduros; as setas indicam as células de
Leydig, situadas em torno dos túbulos. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 450).
O epidídimo é uma estrutura em forma de tubo conectada aos testículos (Figura 2). Ele
desempenha um papel importante no armazenamento temporário, maturação e transporte de
espermatozoides.
Os ductos deferentes, ou canal deferente, são ductos musculares que se estendem do epidídimo
até a uretra (Figura 2). Eles transportam os espermatozoides maduros dos testículos para a
uretra durante a ejaculação. As glândulas seminais estão localizadas próximas à base da bexiga
e produzem uma porção signi�cativa de líquido seminal. Este líquido contém nutrientes que
fornecem energia aos espermatozoides e ajudam a neutralizar a acidez do trato genital feminino.
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Os ductos ejaculatórios são ductos estreitos formados pela união do ducto excretor da glândula
seminal com a porção terminal do ducto deferente. Eles percorrem um caminho curto até
alcançar a uretra prostática, que é a parte da uretra que passa pela próstata. A próstata é uma
glândula localizada abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do líquido seminal. O
líquido prostático é alcalino e contribui para a motilidade dos espermatozoides.
As glândulas bulbouretrais, ou glândulas de Cowper, são pequenas glândulas localizadas abaixo
da próstata que secretam um �uido mucoso para lubri�car a uretra masculina e neutralizar
resquícios ácidos na uretra, preparando o caminho para a passagem dos espermatozoides.
A uretra é o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo, servindo também como
passagem para os espermatozoides durante a ejaculação. Por �m, o pênis é o órgão reprodutor e
excretor do organismo masculino. O pênis tem formato cilíndrico e consiste em três regiões: o
corpo, a glande e a raiz. O corpo do pênis é formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil,
sendo dois corpos cavernosos, localizados na parte dorsal, e um corpo esponjoso, localizado
ventralmente, envolvendo a uretra (Figura 4). A glande, também conhecida como cabeça do
pênis, é a parte expandida na extremidade distal do corpo esponjoso, onde a parte distal da
uretra se dilata e forma a abertura terminal. E a raiz do pênis é a parte ancorada ao corpo.
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Figura 4 | Seção transversal demonstrando os tecidos eréteis do pênis. Fonte: adaptada de Waugh (2021, p. 502).
Durante a excitação sexual, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso se enchem de sangue,
resultando em uma ereção. Esse processo é controlado pelo sistema nervoso autônomo,
especi�camente pela liberação de neurotransmissores como a acetilcolina e o óxido nítrico, que
promovem a vasodilatação e aumentam o �uxo sanguíneo nos tecidos eréteis do pênis.
Siga em Frente...
Espermatogênese
A espermatogênese é o processo pelo qual as células germinativas masculinas, chamadas
espermatogônias, se diferenciam e se transformam em espermatozoides nos testículos. As
células germinativas primordiais, como visto anteriormente, estão presentes nos túbulos
seminíferos dos testículos, e a partir da puberdade, as espermatogônias iniciam um processo
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contínuo de divisões celulares por mitose, aumentando signi�cativamente sua população. As
células-�lhas originadas podem seguir dois caminhos: manter-se como células precursoras para
outras espermatogônias ou diferenciar-se para se tornarem espermatócitos primários. Esse
processo é estimulado
pelo hormônio folículo-estimulante (FSH), que estimula as células de
Sertoli a produzirem fatores de crescimento e nutrientes essenciais para proliferação das
espermatogônias. Como até o momento essas células não sofreram nenhuma meiose, tanto as
espermatogônias como os espermatócitos primários ainda são células diploides (2n), ou seja,
possuem 46 cromossomos.
Passando para seu período de maturação, cada espermatócito primário sofre uma divisão
meiótica, formando dois espermatócitos secundários, que agora passam a ser haploides (n) e
com aproximadamente metade do tamanho da célula-mãe. Em sequência, os espermatócitos
secundários sofrem outra meiose, formando quatro células haploides (n) chamadas
espermátides, também com metade do tamanho das células-mãe. Após esse período de
maturação, há o período de espermiogênese, em que as espermátides �nalmente se diferenciam
em espermatozoides em um processo que pode levar até 64 dias. A testosterona, produzida
pelas células de Leydig, é crucial para o processo de maturação e diferenciação das
espermátides. Os espermatozoides maduros são liberados no lúmen dos túbulos seminíferos e
armazenados no epidídimo, onde continuam sua maturação e adquirem mobilidade antes de
serem ejaculados durante a relação sexual. O processo de espermatogênese é ilustrado na
Figura 5.
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Figura 5 | Espermatogênese. Fonte: acervo Kroton.
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A cada dia, cerca de 300 milhões de espermatozoides completam o processo de
espermatogênese. O espermatozoide maduro é composto por três partes: cabeça, colo e a cauda
(Figura 6). Na cabeça encontramos o núcleo haploide (n) e o acrossomo, que também pode ser
chamado de capuz acrossômico, e contém as enzimas que vão auxiliar na penetração do
espermatozoide na parede do óvulo na fecundação. O colo, por sua vez, é a junção entre a
cabeça e a cauda. A cauda apresenta muitas mitocôndrias, uma vez que precisa de muita energia
para permitir sua motilidade.
Figura 6 | Espermatozoide maduro. Fonte: acervo Kroton.
 Durante a ejaculação, os espermatozoides maduros são liberados dos ductos deferentes nas
glândulas seminais. Os ductos ejaculatórios então transportam esses espermatozoides junto
com o líquido seminal produzido pelas glândulas seminais em direção à uretra prostática. Lá, os
espermatozoides e o líquido seminal se misturam com o líquido produzido pela próstata e pelas
glândulas bulbouretrais para formar o sêmen, que é então ejaculado através da uretra para fora
do corpo.
Hormônios masculinos
Durante a adolescência, os meninos sofrem muitas mudanças psicológicas e �siológicas em
seus corpos, e tornam-se homens adultos. Essas mudanças são controladas principalmente por
dois hormônios produzidos pela adeno-hipó�se: o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o
hormônio luteinizante (LH), também chamados de gonadotro�nas. Eles são responsáveis por
estimular o desenvolvimento das gônadas, uma vez que o LH estimula as células de Leydig nos
testículos a produzirem testosterona, e o FSH estimula as células de Sertoli nos túbulos
seminíferos a fornecerem suporte nutricional e fatores de crescimento para a espermatogênese.
A testosterona é o principal hormônio masculino, sendo responsável, como vimos anteriormente,
pelo desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas como o
crescimento dos órgãos genitais masculinos, voz mais grossa, crescimento de pelos corporais e
faciais, além de estimular a espermatogênese nos túbulos seminíferos e regular o desejo sexual
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e a função erétil. Desequilíbrios hormonais podem levar a uma variedade de condições médicas,
incluindo distúrbios de desenvolvimento sexual, disfunção erétil e a infertilidade masculina.
Vamos Exercitar?
A disfunção erétil é de�nida como a incapacidade de um homem alcançar e manter a ereção do
pênis, impossibilitando uma relação sexual satisfatória. É uma condição comum que pode afetar
homens de todas as idades, embora seja mais comum em homens mais velhos. Existem
diversos fatores que causam a disfunção erétil, como fatores �siológicos (problemas vasculares,
distúrbios neurológicos, desequilíbrios hormonais, diabetes, alguns medicamentos), fatores
psicológicos (estresse, ansiedade, depressão, trauma emocional), e fatores ambientais
(tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, sedentarismo).
Com base em seu conhecimento da anatomia do pênis, você conseguiria responder quais
estruturas internas desse órgão são responsáveis por permitir sua ereção? Como esse processo
�siológico acontece?
O pênis é internamente composto por três estruturas cilíndricas, sendo dois corpos cavernosos e
um corpo esponjoso. Esse corpo esponjoso envolve a uretra e forma a glande peniana, que se
localiza na porção distal. Em seu estado �ácido, esse órgão �ca sob contração moderada,
podendo sofrer retração em condições de temperaturas mais frias. Quando há um estímulo
sexual, neurotransmissores dos terminais de nervos dos corpos cavernosos são liberados,
resultando no relaxamento do músculo liso e dilatação das arteríolas, causando, assim, o
aumento do �uxo sanguíneo que gera a ereção.
Saiba mais
O câncer de próstata é uma das doenças mais diagnosticadas em homens com idade a partir
dos 40 anos. Seus sintomas são parecidos como uma infecção urinária, com ardência ao urinar e
aumento da frequência de visitas ao banheiro, diminuição do jato urinário, sensação prolongada
de bexiga cheia, mesmo após urinar, e presença de sangue na urina, entre outros. É importante
que você conheça essa doença de alta prevalência nos homens e, por isso, sugerimos a leitura
da cartilha “Câncer de próstata: vamos falar sobre isso?” do INCA.
Referências
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cartilha_cancer_prostata_2017.pdf
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JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 2
Sistema reprodutor feminino: função e anatomia do sistema
Sistema reprodutor feminino: função e anatomia do sistema
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Dica para você
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Olá, estudante! Nesta videoaula, você terá a oportunidade de explorar os aspectos fundamentais
da anatomia e da histologia do sistema reprodutor feminino, junto com os intricados processos
da ovogênese. Compreender esse conteúdo é crucial para sua prática pro�ssional, a�nal, um
conhecimento sólido sobre a reprodução feminina é essencial para fornecer um cuidado de
qualidade e abordar questões relacionadas à saúde da mulher. Preparado?
Ponto de Partida
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Olá, estudante! Vamos dar sequência à construção do nosso conhecimento sobre o sistema
reprodutor? Nesta aula, continuaremos a falar dele, entretanto, dessa vez, vamos focar o sistema
reprodutor feminino, explorando sua anatomia, a histologia e as funções dos órgãos que o
compõem.
O sistema reprodutor feminino desempenha uma série de funções essenciais para o corpo da
mulher e para reprodução humana. Os ovários, por exemplo, são responsáveis pela
produção de
óvulos, por meio da ovogênese, além da produção de hormônios sexuais femininos, como o
estrogênio e a progesterona, que regulam o ciclo menstrual e in�uenciam diversas funções do
corpo. Temos, ainda, a produção de secreções lubri�cantes pelas glândulas vestibulares, que não
só auxiliam nas relações sexuais, mas também protegem a vagina contra infecções e mantêm
seu equilíbrio ácido-básico. E quando falamos em gravidez, o útero é o protagonista, fornecendo
um ambiente seguro e adequado para o desenvolvimento do feto durante a gestação.
 Dessa forma, �ca evidente a importância de conhecer esse sistema para sua prática
pro�ssional. Compreender os mecanismos e nuances desse sistema é fundamental para
oferecer cuidados de qualidade às mulheres em todas as fases de suas vidas. Prepare-se para
mais uma aula repleta de descobertas e aprendizado, e vamos explorar juntos a beleza e a
complexidade do sistema reprodutor feminino!
Vamos Começar!
Anatomia e histologia do sistema reprodutor feminino
O sistema reprodutor feminino é composto por ovários, tubas uterinas, o útero, a vagina, e os
órgãos genitais externos que são coletivamente denominados vulva. As principais funções desse
sistema são: formação dos gametas femininos, recebimento dos espermatozoides, fornecimento
de um ambiente adequado para fertilização e desenvolvimento fetal, o parto, e, por �m, produzir
hormônios sexuais que controlam outros órgãos do sistema genital e apresentam in�uência
sobre outras estruturas do corpo.
Os órgãos genitais externos, denominados de forma geral como vulva, consistem nos lábios
menores e maiores do pudendo, monte do púbis, clitóris, óstio da vagina, vestíbulo da vagina,
hímen e as glândulas vestibulares (Figura 1). O monte do púbis está localizado na parte anterior
da região genital feminina, formado por uma camada de tecido adiposo que cobre o osso púbico.
Os lábios maiores formam o limite da vulva, são compostos de tecido �broso e adiposo,
cobertos por pele, onde encontramos numerosos vasos sanguíneos, além de diversas glândulas
sudoríparas e sebáceas. Após a puberdade, os pelos crescem no monte do púbis e nas
superfícies laterais dos grandes lábios. Os lábios menores são dobras menores de pele,
contendo uma grande quantidade de glândulas sudoríparas e sebáceas.
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O clitóris é uma estrutura pequena e altamente sensível, localizada na parte superior da vulva,
onde os pequenos lábios se encontram. Este é composto por tecido erétil e conta com uma
grande quantidade de terminações nervosas sensoriais, tornando-se altamente sensível ao
toque, e com participação na excitação sexual das mulheres.
A abertura entre os pequenos lábios é denominada vestíbulo da vagina. No vestíbulo da vagina
estão localizados o hímen, o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as glândulas
vestibulares. O óstio da vagina refere-se à abertura externa da vagina, localizada entre os lábios
menores. É por onde ocorre a entrada do pênis na vagina durante a relação sexual e a inserção
de absorventes internos. O hímen é uma membrana �na e elástica que pode ser encontrada na
entrada da vagina, e que pode se romper devido a atividades cotidianas, como exercício físico, ou
durante a primeira relação sexual. As glândulas vestibulares, ou glândulas de Bartholin, estão
localizadas na parte posterior e lateral do vestíbulo da vagina. Elas produzem um líquido
lubri�cante que é liberado durante a excitação sexual, ajudando a reduzir o atrito durante a
relação.
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Figura 1 | Genitália externa da mulher. Fonte: Waugh (2021, p. 489).
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Agora que você já conheceu os órgãos externos do sistema reprodutor feminino, vamos
conhecer os órgãos internos, que estão situados na cavidade pélvica e consistem em: vagina,
útero, duas tubas uterinas e dois ovários (Figura 2).
Figura 2 | Órgãos internos do sistema reprodutor feminino. Fonte: Vanputte, Jennifer e Russo (2016, p. 1035).
A vagina é um canal �bromuscular que se estende do colo do útero até a vulva, servindo como
receptáculo para o pênis durante a relação sexual, via de saída do �uxo menstrual, além de atuar
como canal de passagem durante o parto. A parede vaginal é composta por três camadas de
tecido: uma mucosa interna revestida por epitélio escamoso estrati�cado não queratinizado, uma
camada muscular lisa intermediária e uma adventícia externa formada por tecido conjuntivo
denso. A espessura e a composição em camadas do epitélio vaginal de modi�cam durante o
ciclo menstrual. A mucosa vaginal conta com grandes estoques de glicogênio, cuja
decomposição gera ácidos orgânicos. Esse ambiente ácido retarda o crescimento bacteriano,
porém, também afeta a viabilidade dos espermatozoides. Os componentes alcalinos do sêmen,
provenientes principalmente das glândulas seminais, elevam o pH vaginal, promovendo a
sobrevivência dos espermatozoides.
O útero é um órgão muscular oco, em formato de pera invertida, localizado entre a bexiga urinária
e o reto. As principais partes do útero são: a extremidade superior em formato de cúpula,
denominada fundo; a parte central afunilada, denominada corpo do útero; e o colo do útero que
consiste na parte inferior que se abre para a vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero
existe uma região estreitada denominada istmo.
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Histologicamente o útero se divide em três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio
(Figura 3). O endométrio é a camada mais interna do útero – trata-se de epitélio colunar, dividido
em duas camadas, a funcional, que se descama durante a menstruação e se regenera a cada
ciclo menstrual, e a basal, uma camada subjacente que fornece base para regeneração do
endométrio funcional. O miométrio é a camada muscular intermediária do útero, composta por
musculatura lisa, e responsável pelas contrações uterinas durante o trabalho de parto e pela
expulsão do bebê durante o parto. Por �m, o perimétrio é a camada mais externa e consiste em
tecido conjuntivo e vasos sanguíneos que fornecem suporte estrutural ao órgão.
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Figura 3 | Camadas da parede do útero. Fonte: Waugh (2021, p. 491).
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As tubas uterinas, também denominadas trompas de Falópio, são dois tubos musculares
associados a cada ovário, estendendo-se até o útero. Elas são uma via de passagem dos
espermatozoides para alcançar um óvulo, além de transportar os óvulos fertilizados dos ovários
para o útero. A parte afunilada de cada tuba uterina é denominada infundíbulo, onde
encontramos fímbrias de pequenas extensões que ajudam a capturar o óvulo liberado pelo ovário
durante a ovulação. O istmo é a parte mais estreitada das tubas uterinas que se conecta ao
útero. E a ampola é a porção média e mais larga das tubas uterinas, onde comumente ocorre a
fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
Histologicamente, a tuba uterina é formada por três camadas, a camada mucosa revestida por
um epitélio cilíndrico com células secretoras e ciliadas (Figura 4), que ajudam no transporte do
óvulo e do embrião em direção ao útero, criando um movimento de varredura; abaixo da mucosa
encontra-se uma camada de músculo liso; e por �m a túnica serosa, que é a camada mais
externa das tubas uterinas e consiste em tecido conjuntivo, fornecendo suporte estrutural e
proteção para as tubas.
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Figura 4 | Camada mucosa da tuba uterina formado por células ciliadas e secretoras. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p.
478).
Os ovários são as gônadas femininas responsáveis pela produção dos gametas femininos, os
óvulos, e pelos
hormônios sexuais femininos, como o estrogênio e a progesterona. Eles estão
situados na cavidade abdominal, presos por ligamentos à parede pélvica. Cada ovário é revestido
externamente por uma camada de tecido conjuntivo chamada de túnica albugínea. Internamente,
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eles são compostos de tecido parenquimatoso, que é subdividido em uma camada cortical
externa e uma camada medular interna (Figura 5).
Figura 5 | Corte histológico do ovário demonstrando as camadas cortical e medular. Fonte: Abrahamsohn (2016, p. 313).
A camada cortical é a porção funcional do ovário, e nela encontram-se os diversos tipos de
folículos ovarianos, estruturas compostas por um ovócito (óvulo imaturo) e pelas células
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foliculares que o envolvem. Envolvendo os folículos ovarianos há tecido conjuntivo denominado
estroma ovariano. A camada medular é constituída de tecido conjuntivo frouxo e uma grande
quantidade de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
Siga em Frente...
Produção de gametas femininos: ovogênese
A ovogênese, ou oogênese, é o processo de formação dos gametas femininos nos ovários.
Diferentemente do que ocorre no sexo masculino, a produção de gametas femininos ocorre
desde o desenvolvimento embrionário até a idade adulta da mulher.
Durante a gravidez, ao �nal da fase embrionária da gestação de uma menina, ela já possuirá
todas as células que se transformarão em gametas nos seus dois ovários. Depois de seu
nascimento, por meio de ação hormonal durante a puberdade, os folículos ovarianos aumentam
de tamanho e se desenvolvem.
A ovogênese é dividida em três fases: proliferação, crescimento e maturação. A primeira delas é
uma fase em que, por meio de mitoses consecutivas, as células germinativas primordiais se
multiplicam, dando origem às ovogônias. As ovogônias são células diploides (2n) que se dividem
por mitose produzindo milhares de células germinativas. Por volta do segundo mês de vida
intrauterina, há cerca de 700 mil ovogônias no ovário.
Na segunda fase, as ovogônias sofrem um processo de crescimento com aumento de seu
citoplasma e acúmulo de substâncias nutritivas para iniciar as divisões meióticas. A partir das
divisões meióticas dá-se origem às células primárias da ovogênese, chamadas ovócitos
primários. Cada ovócito primário é envolto por uma camada de células foliculares, formando um
folículo primordial que permanece em uma etapa de “repouso”, interrompendo as divisões
meióticas. Ao nascimento, todos os ovócitos primários já estão formados, havendo cerca de 2
milhões deles. Até o início da puberdade, a quantidade diminui para cerca de 400 mil, sendo que
apenas aproximadamente 400 ovócitos primários completarão seu desenvolvimento e darão
origem aos ovócitos maduros.
Com a chegada da puberdade e a ação hormonal, há o recrutamento de folículos primordiais
para a maturação. Vários folículos primordiais são recrutados, mas, geralmente, apenas um se
torna dominante em cada ciclo menstrual. O folículo dominante continua a crescer e se
desenvolver, retomando a meiose e completando a primeira divisão, formando um folículo
maduro, também conhecido como folículo de Graaf. No interior do folículo de Graaf está o
ovócito secundário. O ovócito secundário é liberado durante a ovulação e, se fertilizado, completa
a meiose II, formando um óvulo maduro.
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Figura 6 | Etapas da ovogênese. Fonte: acervo Kroton.
A cada ciclo menstrual, apenas um folículo ovariano entrará em maturação, liberando somente
um gameta maduro no sistema reprodutor da mulher. Mensalmente, os ovários se alternarão na
maturação dos seus folículos. Assim, a cada ciclo menstrual, haverá a liberação de um óvulo
(ovulação) de um dos dois ovários.
Vamos Exercitar?
Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de uma linha de raciocínio para o conteúdo da
unidade, trabalharemos com uma situação hipotética que vai lhe proporcionar uma aproximação
dos conteúdos teóricos com a prática.
Maria, 38 anos, e seu marido estão tentando engravidar há mais de um ano, sem sucesso. Ela
nunca teve problemas de saúde reprodutiva anteriormente. Após uma avaliação médica, foi
diagnosticada com baixa reserva ovariana, o que pode estar di�cultando a concepção. Você sabe
por que a reserva ovariana diminui com o passar dos anos e como isso afeta a capacidade de
uma mulher engravidar?
Como você já sabe, quando uma menina nasce, ela já possui todos os seus ovócitos primários
formados, contabilizando cerca de 2 milhões deles. No entanto, com o passar dos anos, essa
quantidade diminui em um processo de morte dos ovócitos e das células foliculares,
denominado atresia folicular. No início da puberdade, o número de folículos primordiais por
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ovário é reduzido para aproximadamente 400 mil, devido à atresia folicular. Esse processo de
degeneração continua ao longo da vida reprodutiva da mulher. Aos 37 anos, restam cerca de 25
mil folículos primordiais, e após essa idade, a atresia se acelera ainda mais. Portanto, a
quantidade de ovócitos disponíveis no ovário varia signi�cativamente com a idade da mulher.
Como resultado, mulheres mais velhas tendem a ter menos óvulos disponíveis para fertilização,
o que pode di�cultar a concepção e aumentar as chances de infertilidade.
Saiba mais
Com base no conteúdo que estudamos no decorrer da nossa aula, �ca clara a importância da
saúde do sistema reprodutor feminino. No entanto, esse sistema está sujeito a uma variedade de
doenças que podem afetar profundamente a qualidade de vida das mulheres. Conheça algumas
das principais doenças que acometem o sistema reprodutor feminino, como o câncer de colo
uterino e a endometriose. Faça a leitura do tópico “Doenças do sistema reprodutor feminino”
(página 506) do capítulo 18 do livro Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas e �que por
dentro do assunto!
Referências
ABRAHAMSOHN, P. Histologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
OLIVEIRA, E. G. et al. Mecanismos �siológicos e bioquímicos envolvidos na ovogênese. Revista
Interdisciplinar de Estudos Experimentais, v. 1, n. 1, p. 29-33, 2009.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158023/
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Aula 3
Sistema reprodutor feminino: �siologia do sistema
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Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai compreender os fascinantes processos do ciclo
ovariano e uterino, além de conhecer os hormônios ovarianos e gonadotró�cos. Compreender
esse conteúdo é fundamental para sua prática pro�ssional, pois fornece a base para entender a
�siologia feminina. Não perca a chance de aprimorar seus conhecimentos e enriquecer sua
atuação pro�ssional. Vamos lá!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Anteriormente, você pôde conhecer a organização geral e a histologia das
principais estruturas que compõem o sistema reprodutor feminino. Agora, vamos entender os
aspectos �siológicos desse sistema.
Você já imaginou o que acontece
um selante à prova d’água. Esse selante reduz a entrada e a perda de água, além de
inibir a penetração de corpos estranhos. Já os melanócitos representam cerca de 8% das células
epidérmicas, suas projeções longas e delgadas se estendem entre os queratinócitos e
transferem grânulos de melanina. A melanina é um pigmento que contribui para a coloração da
pele, além de absorver os raios ultravioleta, minimizando os efeitos danosos a ela.
As células de Langerhans, ou células dendríticas, por sua vez, são encontradas em pequena
quantidade na epiderme e são responsáveis por participar de respostas imunes induzidas contra
agentes microbianos que invadem a pele. Por �m, as células de Merkel, juntamente com os
discos tácteis, são as células menos numerosas, estão localizadas na camada mais profunda da
epiderme e participam da percepção sensorial do tato.
Camadas da epiderme
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O número de camadas na epiderme pode variar de acordo com a exposição da pele a atritos. Na
maior parte de sua extensão, a epiderme se constitui de quatro camadas, que são: camada basal,
espinhosa, granulosa e córnea. Já em pontos de maior exposição, encontramos cinco camadas,
que são: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea (Figura 1).
Figura 1 | Fotomicrogra�a de corte de pele espessa, com as cinco camadas da pele. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p.
390).
A camada basal é a primeira e a mais profunda delas. Constituída de apenas uma �leira de
células epiteliais cúbicas, nucleadas e altamente ativas, é a partir dela que acontece a
proliferação de novos queratinócitos. À medida que novas células são geradas, são empurradas
para cima, afastando-se da camada basal e da fonte de sangue e nutrientes. Conforme essas
células se deslocam em direção à superfície da pele, sua forma e estrutura sofrem alterações
graduais. Ao alcançarem a superfície, tornam-se células mortas, planas, �nas e sem núcleo,
formando o estrato córneo. As células super�ciais são continuamente removidas e substituídas
por células mais profundas. Estima-se que a renovação da epiderme humana ocorra a cada 15 a
30 dias, variando principalmente de acordo com a localização e a idade do indivíduo.
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Projeções ascendentes, denominadas papilas dérmicas, são originadas da derme e ancoram-se
�rmemente à epiderme, permitindo a passagem e a troca de nutrientes e resíduos para a camada
basal. Esse arranjo contribui para a estabilização das duas camadas.
Em seguida encontra-se a camada espinhosa, que é resultante da migração da estrutura basal
queratinizada. Nessa camada, os queratinócitos estão unidos entre si por inúmeras junções
intercelulares do tipo desmossomo. Os �lamentos de queratina e desmossomo garantem a
coesão entre as células da epiderme e a resistência ao atrito. As células de Langerhans e as
projeções dos melanócitos estão presentes nessa camada.
A camada granulosa consiste em três a cinco camadas de queratinócitos achatados que estão
em processo de morte celular. É chamada de camada granulosa devido à presença de grânulos
de querato-hialina nos queratinócitos, que desempenham um papel na formação da queratina,
conferindo resistência à pele. Além disso, na camada granulosa ocorrem processos importantes
para a manutenção da integridade da barreira cutânea, como a formação de lipídios que ajudam
a impermeabilizar a pele, impedindo a entrada de materiais estranhos, e a retenção de água.
A camada lúcida é uma camada translúcida, �na e homogênea, encontrada apenas nas áreas de
maior exposição da pele, como extremidades (dedos, mãos e pés). Ela é composta por células
achatadas e transparentes, e seu citoplasma apresenta numerosos �lamentos de queratina. A
função principal da camada lúcida é proporcionar resistência mecânica adicional nessas áreas
da pele, nas quais há maior atrito e pressão. Essa camada ajuda a fortalecer a barreira cutânea e
a proteger a pele contra lesões e danos.
Por �m, a camada córnea, que é a camada mais externa da epiderme, apresenta estrutura muito
variável, e é composta por células achatadas, mortas e sem núcleo. As células da camada
córnea representam o produto �nal do processo de diferenciação dos queratinócitos. Suas
múltiplas camadas de células mortas funcionam como importante barreira protetora contra
lesões e microrganismos, sendo impermeável à água.
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Figura 2 | Camadas e células da epiderme. Fonte: Shutterstock
Em síntese, o tecido epitelial é uma parte essencial do organismo humano, desempenhando uma
variedade de funções vitais, e formando uma barreira que protege os tecidos subjacentes. A
compreensão detalhada da estrutura e função do tecido epitelial é fundamental para a prática
clínica e o estudo da �siologia, proporcionando insights valiosos sobre a saúde e o
funcionamento do corpo humano.
Vamos Exercitar?
Mariana, estudante da área da saúde, ao estudar a epiderme, �cou intrigada em relação aos
melanócitos. Ao mergulhar mais fundo nessa questão, Mariana descobriu que os melanócitos
são células especializadas localizadas na camada basal da epiderme e produzem melanina, o
pigmento responsável pela coloração da pele, dos cabelos e dos olhos. Intrigada com o
processo, Mariana decidiu investigar mais a fundo os mecanismos envolvidos na síntese e
distribuição da melanina. Vamos ajudar Mariana?
Chamamos de melanogênese o processo biológico pelo qual ocorre a produção de melanina
pelos melanócitos. Inicialmente, os melanócitos sintetizam uma proteína chamada tirosinase,
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que converte o aminoácido tirosina em DOPA (ácido diidroxifenilalanina). Em seguida, a DOPA é
convertida em dopaquinona, que é o primeiro passo na síntese de melanina. A dopaquinona é
então transformada em diferentes formas de melanina, como eumelanina (responsável pelas
cores escuras) e feomelanina (responsável pelas cores claras), por meio de uma série de reações
enzimáticas. Essas formas de melanina são posteriormente transferidas para os queratinócitos
pelos prolongamentos dos melanócitos, ajudando a proteger a pele dos danos causados pela
radiação ultravioleta.
Quanto à cor da pele, é determinada principalmente pela quantidade e pelo tipo de melanina
produzidos pelos melanócitos. Por exemplo, uma maior produção de eumelanina resulta em uma
pele mais escura, enquanto uma maior produção de feomelanina resulta em uma pele mais clara.
A combinação desses fatores genéticos, bem como a exposição ao sol, in�uencia a tonalidade
da pele de um indivíduo.
Saiba mais
Você sabia que o carcinoma basocelular (CBC), o tipo mais comum de câncer de pele, é
originado nas células basais da epiderme? Geralmente, esse tipo de câncer é causado pela
exposição prolongada à radiação ultravioleta do sol ao longo da vida e, por isso, o uso de
fotoprotetores é uma poderosa estratégia de prevenção dessa neoplasia. Leia o artigo
“Fisiopatologia do carcinoma basocelular de pele e a importância do uso de fotoprotetor” para
compreender mais a esse respeito.
Referências
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstreams/08ae98a5-1795-4ec2-b318-d975b6b18ea8/download
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Aula 3
Fisiologia do sistema tegumentar: Derme
Fisiologia
no corpo das mulheres durante o ciclo menstrual? Ao longo da
aula vamos explorar os eventos cíclicos que ocorrem nos ovários e no útero e como esses
processos estão intimamente conectados para criar um ambiente favorável à concepção e ao
desenvolvimento embrionário.
Nesta aula, vamos explorar os eventos que ocorrem no ciclo ovariano e uterino, e compreender a
ação dos hormônios gonadotró�cos e hormônios ovarianos no ciclo reprodutivo feminino. Esses
temas são fundamentais para que você entenda a �siologia feminina e a saúde reprodutiva!
Vamos lá?
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Vamos Começar!
Puberdade e os principais hormônios femininos
A puberdade, nas mulheres, é um período marcado por mudanças físicas, emocionais e
hormonais que marcam a entrada na maturidade sexual. Geralmente, a puberdade ocorre entre
os 12 e 14 anos, mas pode variar de acordo com fatores genéticos, ambientais e individuais. O
primeiro ciclo menstrual (menarca) marca o início do período reprodutivo.
Antes de iniciar o estudo do ciclo reprodutivo feminino, é importante conhecermos os principais
hormônios que desempenham papéis importantes no início da puberdade e na reprodução.
A puberdade é iniciada pela ativação de certos genes que estimulam a liberação do hormônio
liberador de gonadotro�nas (GnRH) no hipotálamo. Este hormônio atua na adeno-hipó�se,
induzindo a liberação dos hormônios gonadotró�cos: hormônio folículo-estimulante (FSH) e
luteinizante (LH).
O hormônio folículo-estimulante (FSH), como o nome já diz, estimula o desenvolvimento e a
maturação dos folículos ovarianos nos ovários. O hormônio luteinizante (LH), por sua vez,
desencadeia a ovulação, liberando um ovócito maduro dos ovários. Além disso, ele estimula
também a produção de hormônios ovarianos, como o estrógeno e a progesterona.
O estrógeno é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias
femininas, como crescimento das mamas, alargamento da pelve e crescimento de pelos púbicos
e axilares. Além disso, ele também tem papel crucial na regulação do ciclo menstrual, como
veremos mais adiante, e na manutenção da integridade óssea. A progesterona também tem um
papel importante na regulação do ciclo menstrual, preparando o útero para uma possível
implantação de um embrião fertilizado, e ajudando a manter a gestação caso ela ocorra.
Tanto os hormônios gonadotró�cos como os hormônios ovarianos trabalham em conjunto para
regular o ciclo reprodutivo da mulher. Eles são controlados por uma complexa interação de sinais
hormonais do hipotálamo, da hipó�se e dos próprios ovários, garantindo a regulação adequada
do sistema reprodutor feminino.
Ciclo reprodutivo feminino
Diferentemente do sistema reprodutor masculino, o sistema reprodutor feminino, após a
puberdade, apresenta alterações cíclicas regulares em sua secreção hormonal, além de
alterações físicas correspondentes no útero, nos ovários e em outras estruturas do sistema
reprodutor. Essas alterações são preparatórias para facilitar a fertilização e o desenvolvimento
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da gravidez. Esse padrão cíclico mensal é chamado ciclo menstrual. Embora a duração média
desse ciclo seja de 28 dias, variações podem ocorrer.
O ciclo menstrual tem dois objetivos principais e consequentes: promover a maturação folicular,
que leva à liberação de um único ovócito secundário e à formação subsequente do corpo lúteo,
conhecido como ciclo ovariano; e promover alterações morfológicas no endométrio, preparando-
o para a implantação do ovócito fecundado, chamado de ciclo endometrial ou uterino. Vamos
compreender as etapas que envolvem cada um desses ciclos e os hormônios envolvidos.
Ciclo ovariano
O ciclo ovariano consiste em uma série de eventos hormonais e �siológicos que culminam na
liberação de um ovócito maduro, pronto para a fertilização. Este é caracterizado por duas fases
distintas: fase folicular e fase lútea (Figura 1).
Durante a fase folicular, vários folículos ovarianos começam a amadurecer sob a in�uência do
hormônio folículo-estimulante (FSH). Normalmente, apenas um desses folículos se torna
dominante e atinge o padrão maduro de desenvolvimento, estando apto à ovulação. Este folículo
dominante secreta estrógeno, que estimula o espessamento do revestimento uterino, o
endométrio, em preparação para a possível gestação.
Aproximadamente no meio do ciclo (cerca de 14 dias), ocorre a ovulação, que é a liberação do
ovócito maduro do folículo dominante no ovário. Esse evento é desencadeado por um aumento
na secreção do hormônio luteinizante (LH). O ovócito maduro é então capturado pela fímbria da
tuba uterina e pode ser fertilizado por um espermatozoide.
Após a ovulação, inicia-se a segunda fase do ciclo ovariano, a fase lútea. Nesta fase, o folículo
dominante se transforma em uma estrutura chamada corpo lúteo, que secreta principalmente
progesterona. A progesterona prepara ainda mais o endométrio para uma possível gestação,
tornando-o espesso e rico em nutrientes. Se não ocorrer a fertilização, o corpo lúteo se degrada
ao longo do tempo e a queda dos níveis de progesterona desencadeia a menstruação, iniciando
um novo ciclo.
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Figura 1 | Representação do ciclo ovariano. Fonte: Curi e Procopio (2017, p. 789).
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Ciclo uterino
Paralelamente ao ciclo ovariano ocorre um processo cíclico que leva à descamação e
revestimento interno do útero, o endométrio: o ciclo uterino ou endometrial. O ciclo uterino é
dividido em três fases principais: fase proliferativa, fase secretora e fase menstrual.
No início de cada ciclo, o endométrio encontra-se descamado devido à última menstruação.
Dessa forma, o ciclo uterino se inicia com a fase proliferativa, em que o endométrio, sob a
in�uência de estrógenos produzidos pelos folículos ovarianos em crescimento, começa a se
proliferar e se tornar mais espesso, cessando a descamação e o sangramento menstrual. Ao
�nal da fase proliferativa, o endométrio está completamente desenvolvido e preparado para uma
possível implantação de um embrião fertilizado. Essa fase ocorre durante a primeira metade do
ciclo reprodutivo, coincidindo com a fase folicular do ciclo ovariano.
Após a ovulação inicia-se a fase secretora, que coincide com a fase lútea do ciclo ovariano. Com
o aumento nos níveis de estrógeno e progesterona produzidos pelo corpo lúteo, o endométrio se
torna mais vascularizado e ligeiramente edemaciado. Altas concentrações de progesterona
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estimulam as glândulas endometriais a produzirem secreções ricas em nutrientes, preparando
ainda mais o endométrio para a possível implantação de um embrião.
 Por �m, temos a fase menstrual, que acontece caso não ocorra a fertilização. Sem a fertilização,
o corpo lúteo começa a degenerar, e os níveis de estrógeno e progesterona diminuem,
consequentemente reduzindo o suporte hormonal para o endométrio. Sem esse suporte
hormonal, o revestimento uterino não é mais capaz de se manter e é descamado durante a
menstruação, que consiste na eliminação, através da vagina, do tecido endometrial não
fertilizado. Com a diminuição nos níveis de estrógeno e progesterona, a adeno-hipó�se retorna à
sua atividade cíclica, aumentando a produção de FSH e iniciando um novo ciclo.
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Figura 2 | Resumo de um ciclo reprodutivo feminino. (A) Ciclo ovariano; (B) Ciclo adeno-hipo�sário; (C) Ciclo uterino; (D) Ciclo
dos hormônios ovarianos. Fonte: Waugh (2021, p. 495).
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Todos os meses, após a menarca até a menopausa, esses ciclos acontecem na vida da mulher. O
ciclo ovariano e uterino são processos interligados que desempenham papéis essenciais na
reprodução
feminina e na manutenção da saúde reprodutiva. A interação precisa entre esses
dois ciclos resulta na criação de um ambiente propício para a concepção e a gestação.
Vamos Exercitar?
Nesta aula, discutimos o ciclo reprodutivo feminino e os hormônios envolvidos, e como você
pôde ver, esses ciclos desempenham papéis essenciais na regulação da menstruação, na
ovulação e na fertilidade. O ciclo reprodutivo feminino se inicia com a primeira menstruação e se
encerra com a menopausa. Mas você sabe o que é a menopausa? Por que ela marca a
interrupção do ciclo reprodutivo feminino?
A menopausa é um estágio natural da vida de uma mulher, e geralmente ocorre entre os 45 e 55
anos de idade, mas pode variar de mulher para mulher. Durante a menopausa, os ovários
gradualmente diminuem a produção de hormônios sexuais, como estrógeno e progesterona,
levando a alterações físicas, hormonais e emocionais. A interrupção do ciclo reprodutivo
feminino durante a menopausa ocorre devido à diminuição da reserva ovariana e à falência
ovariana, que resultam na cessação da ovulação e diminuição dos níveis hormonais. Isso leva a
sintomas como ondas de calor, suores noturnos, alterações hormonais, ressecamento vaginal e
perda óssea.
É importante destacar que a menopausa não é uma condição médica a ser “tratada”, mas um
processo natural. No entanto, os sintomas associados à menopausa podem ser gerenciados
com terapias hormonais ou não hormonais, além de mudanças no estilo de vida. A compreensão
da menopausa e seus efeitos no corpo feminino é fundamental para que as mulheres possam
enfrentar essa transição com mais conforto e qualidade de vida. 
Saiba mais
Você sabia que o estresse pode ter um impacto signi�cativo na função reprodutiva feminina? O
estresse pode afetar diversos aspectos do ciclo menstrual, da ovulação e da fertilidade. Quando
uma mulher está sob estresse crônico, seu corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol,
que podem interferir no equilíbrio hormonal necessário para a reprodução. Saiba mais a respeito
do assunto no artigo “Estresse e função reprodutiva feminina”.
Referências
https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/9ZNrvhBh4bPTcmVcZkD4tBN/
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CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 4
Sistema reprodutor feminino: a gravidez: da concepção à lactação
Sistema reprodutor feminino: a gravidez: da concepção à lactação
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Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai explorar a �siologia da gravidez, o processo do parto e
da lactação, além de conhecer os principais métodos contraceptivos. Entender esse conteúdo é
fundamental para sua prática pro�ssional, pois proporciona conhecimentos essenciais sobre
saúde reprodutiva e planejamento familiar. Prepare-se para uma jornada de aprendizado que
ampliará sua compreensão e habilidades na área da saúde! Vamos lá!
Ponto de Partida
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Olá, estudante! Nesta aula, vamos explorar uma série de tópicos fundamentais na �siologia
reprodutiva, incluindo a �siologia da gravidez, do parto e da lactação, bem como os métodos
contraceptivos.
A problematização que norteará nossas discussões é: como os processos �siológicos da
gravidez, do parto e da lactação são regulados pelo organismo? Vamos explorar as alterações
hormonais, as adaptações �siológicas e os mecanismos de controle envolvidos em cada uma
dessas fases. Além disso, vamos analisar os diferentes métodos contraceptivos disponíveis, sua
e�cácia, e considerações práticas para a escolha do método mais adequado para cada paciente.
Ao �nal desta aula, estude o conteúdo apresentado e a explore como esses conhecimentos
podem ser aplicados na prática pro�ssional na área da saúde. A compreensão da �siologia da
gravidez, do parto, da lactação e dos métodos contraceptivos não só é crucial para fornecer um
cuidado de qualidade às mulheres em diferentes momentos de suas vidas reprodutivas, mas
também permite que você atue de forma proativa na promoção da saúde, na prevenção de
complicações e na orientação adequada dos pacientes. Vamos embarcar juntos nessa jornada
de aprendizado e descoberta!
Vamos Começar!
Desejo sexual e a fecundação
O sistema reprodutor feminino desempenha um papel fundamental ao possibilitar a concepção e
o desenvolvimento de um novo ser, facilitando o encontro dos gametas masculino e feminino,
sua gestação e o nascimento. Antes de começarmos nosso estudo da �siologia da gestação,
precisamos compreender os fatores que vão possibilitar que essa gestação aconteça: o ato
sexual e a fecundação.
O desejo sexual, também conhecido como libido, é alimentado por fatores endócrinos, sensoriais
e psíquicos, que estimularão o ato sexual. Quando falamos de fatores endócrinos, estamos
tratando dos aspectos hormonais: o desejo feminino geralmente é aumentado próximo da
ovulação, devido ao aumento da secreção de estrogênio. Sensorialmente falando, sinais
químicos, chamados feromônios, são emitidos entre os indivíduos e sentidos por eles pelo
olfato. Além disso, contato físico, carícias, beijos e outras formas de intimidade podem atuar
como estímulos sensoriais que despertam o desejo sexual. O desejo sexual também é
in�uenciado por fatores psíquicos, como emoções, pensamentos, experiências passadas,
memórias e expectativas.
O corpo da mulher começa a se preparar para a relação sexual durante a fase de excitação, em
que as terminações nervosas liberam, no sistema genital, neurotransmissores como acetilcolina
e peptídeos vasodilatadores. Esses neurotransmissores estimularão a secreção das glândulas de
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Bartholin, responsáveis pela lubri�cação da vagina, além de proporcionarem a dilatação e a
congestão venosa, que, por sua vez, estimularão a ereção do clitóris, bem como a turgescência
dos pequenos lábios, alongando funcionalmente a vagina e a preparando para receber a
penetração. Após o orgasmo feminino, o canal cervical permanece dilatado durante cerca de 30
minutos, permitindo o fácil transporte dos espermatozoides.
Para que o ato sexual seja efetivo em sua função reprodutiva, o ovócito secundário precisa estar
disponível no sistema reprodutor feminino para que seja fecundado pelo espermatozoide. Nesse
processo, após a ovulação, o ovócito secundário é captado pela ampola da tuba uterina, �cando
viável por até 24 horas, prazo no qual deverá ocorrer a relação sexual. Os espermatozoides, em
contrapartida, podem sobreviver até 48 horas no corpo da mulher.
Quando o ovócito é liberado do ovário, encontra-se envolto por uma rede de �lamentos
glicoproteicos, denominado zona pelúcida. Externamente a esses �lamentos, ainda existe um
envoltório de células foliculares, derivadas do ovário, chamado corona radiata (Figura 1).
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Figura 1 | Ovócito secundário circundado pela zona pelúcida e corona radiata. Fonte: Moore, Persaud e Torchia (2022, p. 8).
Para que ocorra a fecundação, o espermatozoide deverá inicialmente passar pela corona radiata
e atingir a zona pelúcida. O acrossomo do espermatozoide libera uma enzima, chamada
hialuronidase, que faz com que as células foliculares da corona radiata se dispersem
e permitam
sua passagem; além disso, os movimentos da cauda do espermatozoide são importantes para
sua penetração através da corona radiata. A partir disso, a zona pelúcida sofrerá alterações,
levando à formação da membrana de fecundação, que impede a penetração de outros
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espermatozoides no ovócito (Figura 2). Ao mesmo tempo, a meiose do ovócito que havia sido
paralisada no processo de ovogênese é �nalizada, dando origem ao óvulo e formando-se o
segundo corpúsculo polar.
Figura 2 | Reação acrossômica e penetração do espermatozoide em um ovócito. Fonte: Moore, Persaud e Torchia (2022, p.
20).
Uma vez fecundado, o óvulo é chamado de zigoto, que se trata da primeira célula de um novo
organismo, contendo uma combinação única de material genético dos pais. Cerca de 30 a 36
horas após a fecundação, o zigoto inicia sua divisão no processo de clivagem, formando um
aglomerado de células chamado mórula. A mórula eventualmente se transforma em blastocisto,
que se implanta no útero, dando origem à gravidez e ao desenvolvimento do embrião (Figura 3).
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Figura 3 | Representação esquemática das etapas do desenvolvimento do zigoto até sua implantação no endométrio. Fonte:
Curi e Procopio (2017, p. 797).
Após as primeiras 5 semanas de gestação, a placenta torna-se o principal órgão de produção de
hormônios como estrógeno, progesterona e gonadotro�na coriônica. Logo após a implantação
do embrião no útero, o tecido placentário começa a secretar o hormônio gonadotro�na coriônica
(hCG), que estimula o corpo lúteo no ovário a continuar produzindo progesterona e estrógeno
para manutenção do revestimento uterino e para sustentar a gravidez nos estágios iniciais. A
placenta também secreta grandes quantidades de progesterona e estrógeno durante toda a
gestação. Estes desempenham papéis importantes na promoção do crescimento uterino, no
desenvolvimento do tecido mamário em preparação para a amamentação, na regulação do
equilíbrio hídrico e no relaxamento dos músculos uterinos, prevenindo contrações precoces.
Fisiologia da gestação
Agora que você conheceu os processos �siológicos da fecundação, vamos iniciar nosso estudo
sobre a �siologia da gestação. Durante a gravidez, várias mudanças ocorrem no corpo da mulher.
Didaticamente, é possível dividir as fases da gestação em três trimestres, sendo uma forma
conveniente de entender as alterações no organismo feminino em cada etapa.
No primeiro trimestre de gestação, o corpo da mulher deverá realizar um grande esforço para se
adaptar ao embrião e à placenta em desenvolvimento. Assim, aumenta-se o metabolismo,
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acelerando todas suas funções. Inicialmente, aumentam-se as frequências cardíaca e
respiratória à medida que o feto necessita de mais oxigênio. As �bras musculares do útero
aumentam de tamanho, e este, em expansão, tende a pressionar a bexiga, aumentando, por
consequência, a vontade de urinar. O tamanho e peso dos seios aumentam rapidamente,
tornando-se mais sensíveis, e suas veias �cam visíveis devido ao aumento do �uxo sanguíneo
local. Muitas mulheres experimentam náuseas matinais e fadiga devido às alterações hormonais
e metabólicas.
Já no segundo trimestre, o útero em expansão ultrapassa a borda da pelve, resultando em perda
da delimitação da cintura. Devido ao relaxamento da musculatura intestinal, as secreções
gástricas diminuem, deixando o alimento por um maior tempo no estômago. Por esse motivo,
também, a mulher poderá sentir re�uxo do esôfago e azia. A frequência de evacuação também
diminui. O coração continua trabalhando mais, uma vez que o útero e os rins precisam de mais
sangue que habitualmente.
Por �m, no último trimestre, o feto em crescimento pressiona e restringe o diafragma, motivo
pelo qual a gestante �ca mais ofegante. À medida que o feto cresce, as costelas inferiores da
mulher são empurradas para fora. Os ligamentos da pelve e dos quadris também �cam
distendidos, podendo causar desconforto ao caminhar, assim como dores nas costas, causadas
pela mudança do centro de gravidade do corpo e por um ligeiro relaxamento das articulações
pélvicas. Com o pressionamento da bexiga, aumenta-se a vontade de urinar. As mamas
apresentam um aumento signi�cativo de volume, à medida que se preparam para a produção de
leite materno. Algumas mulheres podem começar a experimentar o vazamento de colostro das
mamas, à medida que se aproximam do parto.
Na espécie humana, a duração média da gestação é de 40 ± 2 semanas, contadas a partir do
primeiro dia do último período menstrual até o parto.
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Fisiologia do parto e da lactação
O parto – no caso, o normal –, é um processo involuntário conduzido pelas partes irracionais e
mais primitivas do cérebro: o hipotálamo e a hipó�se. Assim, quando uma mulher está em
trabalho de parto, a área menos ativa de seu cérebro será o neocórtex, que é a parte racional do
cérebro.
Para que a mulher consiga dar à luz o bebê, seu organismo libera um coquetel de hormônios: a
ocitocina, responsável pela contração do útero e ejeção de leite; as endor�nas, responsáveis pela
diminuição da sensação de dor; a prolactina, responsável pela produção de leite; e as
prostaglandinas, que preparam o útero para a dilatação.
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A dilatação do colo do útero e o nascimento do bebê acontecem em diferentes fases e de forma
progressiva. A primeira fase dura cerca de 8 horas em mães de primeira gestação e
aproximadamente 5 horas quando a mãe já tem pelo menos um �lho. Nesse momento, o colo do
útero não se dilata muito e as contrações acontecem a cada 20 ou 30 minutos, com duração de
20 a 30 segundos.
Já a fase ativa do trabalho de parto poderá ter duração de até 12 horas. Nessa fase, a dilatação
do colo do útero e as contrações passam a aumentar progressivamente, até que, na fase �nal,
chegam a ter intervalos de um minuto e meio, e podem durar de 60 a 90 segundos. Conforme o
colo do útero se dilata, a cabeça do bebê é empurrada para baixo pelo canal de parto. Durante as
contrações, a mulher é orientada a empurrar ativamente para ajudar o bebê a sair. O nascimento
do bebê ocorre quando a cabeça e os ombros passam pelo canal de parto, seguidos pelo resto
do corpo.
Após o nascimento do bebê, o útero continua a se contrair para ajudar a liberar a placenta da
parede uterina. Isso é facilitado pela ação das contrações uterinas e pelo relaxamento do colo do
útero. Uma vez que a placenta é liberada, o processo de parto é concluído.
Após o parto, as modi�cações nas mamas continuam a acontecer, uma vez que a mãe precisa
amamentar o recém-nascido. Elas continuam a aumentar de tamanho e �rmeza, �cando
nodulares. Os mamilos tornam-se mais maleáveis para que o bebê tenha mais facilidade ao
mamar. Durante a gestação, os níveis de estrógeno e progesterona estão altos, o que inibe a
produção de leite. Após o parto e a expulsão da placenta, esses níveis hormonais diminuem
drasticamente, desencadeando o início da lactogênese (produção de leite materno).
O principal hormônio estimulante da lactogênese é a prolactina, secretada pela adeno-hipó�se. A
sucção do bebê no seio é o principal estímulo para a lactogênese, enviando sinais nervosos para
o cérebro e desencadeando a liberação de hormônios como a prolactina e a ocitocina. A
prolactina estimula as glândulas mamárias a produzirem leite, promovendo a síntese e a
secreção de componentes do leite materno, como proteínas, gorduras e carboidratos. Já a
ocitocina estimula a contração dos ductos mamários, promovendo a ejeção do leite dos seios.
Métodos contraceptivos
Para muitas mulheres, a gravidez é motivo de grande alegria e uma realização pessoal de vida.
Entretanto, quando a gravidez não é desejada ou não está sendo planejada, os métodos
contraceptivos se fazem
necessários, principalmente por pessoas que têm vida sexual ativa.
Existem diferentes métodos contraceptivos disponíveis no mercado, como os preservativos
masculino e feminino, o dispositivo intrauterino (DIU), a contracepção hormonal injetável ou oral,
a contracepção cirúrgica, e a contracepção de emergência, entre outros.
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Dentre tantos métodos disponíveis, é imprescindível a indicação médica para a de�nição de qual
deles utilizar, considerando fatores como idade, frequência com que mantém as relações
sexuais, saúde e necessidade reprodutiva, caso ainda se queira ter �lhos, por exemplo.
A necessidade reprodutiva é um fator importante a ser analisado, uma vez que existem
contraceptivos reversíveis e irreversíveis. Os primeiros, chamados de temporários, ao deixarem
de ser utilizados, poderão permitir uma gravidez, enquanto os métodos irreversíveis são
de�nitivos e exigem uma intervenção cirúrgica. São eles a vasectomia para os homens e a
laqueadura tubária para as mulheres.
De maneira geral, os métodos contraceptivos são classi�cados em diferentes grupos. Os
métodos comportamentais incluem a tabelinha, a temperatura basal, o muco cervical (também
chamado de método de Billings) e o coito interrompido. A e�cácia desses métodos varia
amplamente, com taxas de falhas que podem chegar a 25% em alguns casos. Os métodos de
barreira são os preservativos, o diafragma e os espermicidas, cuja e�cácia varia de moderada a
alta, com taxas de falha que geralmente variam de 12 a 21%, dependendo do uso correto e
consciente.
A contracepção ainda pode ser hormonal, por meio de contraceptivos orais (pílulas
anticoncepcionais), injetáveis, adesivos cutâneos e a contracepção de emergência com a pílula
do dia seguinte. Há ainda os dispositivos intrauterinos (DIU), que têm sido muito solicitados por
sua segurança e durabilidade. Os dispositivos intrauterinos podem ser hormonais ou de cobre.
Tanto a contracepção hormonal como o uso do DIU são métodos altamente e�cazes,
apresentando taxas de falha menores que 1%.
É importante notar que as taxas de e�cácia podem variar de acordo com o uso consistente e
correto do método contraceptivo. Além disso, nenhum método contraceptivo é 100% e�caz na
prevenção da gravidez, exceto a abstinência total. Portanto, para obter a melhor proteção contra
a gravidez indesejada, é recomendado o uso de métodos contraceptivos combinados e a
consulta a um pro�ssional de saúde para orientação individualizada.
Vamos Exercitar?
O risco de uma gravidez indesejada não deve ser a única preocupação das pessoas sexualmente
ativas. Quando falamos em sistema reprodutor, é importante destacarmos também as infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, a problematização que surge é: como podemos
garantir uma saúde sexual e reprodutiva abrangente, considerando tanto a prevenção da gravidez
indesejada quanto a proteção contra ISTs?
As ISTs são causadas por uma variedade de agentes infecciosos, como bactérias, vírus,
parasitas e fungos, e são transmitidas principalmente pelo contato sexual sem o uso de
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preservativo com uma pessoa que esteja infectada. Elas geralmente se manifestam por meio de
feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas nos órgãos genitais, tanto masculino quanto feminino.
Algumas ISTs podem não apresentar sintomas; entretanto, é importante informar às pessoas que
procurem pro�ssionais de saúde periodicamente ou sempre que houver algum risco. Essas
infecções, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, poderão evoluir para complicações
como infertilidades e câncer, ou levar, em casos mais graves, até à morte. As principais ISTs são:
clamídia, gonorreia, sí�lis, herpes genital, HIV (vírus da imunode�ciência humana) e HPV
(papilomavírus humano).
Para garantir a saúde sexual e reprodutiva, é importante incentivar o uso regular e correto de
preservativos em todas as relações sexuais, independentemente do uso de outros métodos
contraceptivos, uma vez que o uso de preservativos ainda é o método mais e�caz para reduzir o
risco de transmissão. Além disso, é importante também incentivar a vacinação contra infecções
como o HPV e hepatite B, que podem ser transmitidas sexualmente e causar complicações
graves.
Saiba mais
Você já ouviu falar da transmissão vertical? A transmissão vertical é a passagem de agentes
infecciosos da mãe para o feto ou recém-nascido durante a gestação, o parto ou a
amamentação. Esse processo pode ocorrer em diversas situações, incluindo a presença de vírus,
bactérias, parasitas e outros patógenos no organismo da mãe. A prevenção da transmissão
vertical é fundamental para proteger a saúde do bebê e da mãe. Conheça esse importante tema,
explorando os protocolos adotados para prevenção da transmissão vertical de HIV e sí�lis. A
leitura a respeito desse assunto certamente agregará valor à sua formação e prática pro�ssional
na área da saúde.
Referências
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N; TORCHIA, M. G. Embriologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2022.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_prevencao_transmissao_verticalhivsifilis_manualbolso.pdf
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WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 5
SISTEMA REPRODUTOR
Videoaula de Encerramento
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Dica para você
Aproveite o acesso para baixar os slides do vídeo, isso pode deixar sua
aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Nesta videoaula, vamos explorar um caso clínico de infertilidade e fertilização in
vitro. Você aprenderá a analisar e resolver situações complexas envolvendo questões
reprodutivas, fundamentais para sua prática pro�ssional. Entenderemos como a idade pode
afetar a fertilidade, as causas de infertilidade e como condições como infecção seminal e
endometriose podem in�uenciar a concepção. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e
aplicá-los na resolução desse caso!
Ponto de Chegada
No estudo teórico desta unidade, você conheceu a organização geral e as estruturas
microscópicas dos sistemas reprodutores do homem e da mulher, importante para a reprodução.
Vamos reorganizar e aprofundar nosso conhecimento, resolvendo uma situação-problema:
Um casal procurou uma clínica em razão de infertilidade há 10 anos. Atualmente, ela tem 39 e
ele, 43 anos. Iniciaram a investigação sobre a possível infertilidade após 5 anos de casamento.
Relataram que não usaram método contraceptivo algum durante esse tempo, e que durante esse
período foram tratadas uma infecção seminal nele e uma endometriose nela. Atualmente, foram
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informados acerca da possibilidade de gestação pela fertilização in vitro; interessaram-se pelo
tratamento, e alguns questionamentos foram feitos ao médico que acompanha o caso.
É Hora de Praticar!
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Frente a essa situação da realidade pro�ssional, como você, futuro pro�ssional da saúde,
responderia aos seguintes questionamentos do casal: quais seriam as chances de gravidez? A
idade da mulher in�uenciaria a fertilização e a gestação? Qual é a
diferença para esse processo
em relação à infertilidade masculina ou feminina? A infecção seminal e a endometriose podem
afetar a fertilidade?
O que é necessário conhecer para ser capaz de resolver essa situação-problema?
Como a idade avançada do casal pode in�uenciar a gestação?
Quais são as principais causas de infertilidade?
Para resolver essa situação-problema, é importante lembrar que o sistema reprodutor feminino é
formado por dois ovários, duas tubas uterinas conhecidas como trompas de Falópio, um útero,
uma vagina e uma vulva. Já o sistema reprodutor masculino é formado por testículos, epidídimo,
ductos deferentes, glândulas seminais, próstata, ducto ejaculatório e pênis.
Em relação às estruturas responsáveis pela formação dos gametas, na mulher o ovário é o órgão
em que são produzidos os gametas femininos, e no homem, as gônadas masculinas, chamadas
testículos, são os órgãos sexuais principais em que se produzem os gametas e os hormônios
que de�nem as características sexuais secundárias masculinas. Esses são os primeiros campos
a serem investigados em caso de infertilidade.
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida amplamente utilizada para
ajudar casais com di�culdades de conceber naturalmente. Nesse procedimento, os óvulos são
coletados do ovário da mulher e fertilizados em laboratório com o espermatozoide do parceiro
ou de um doador. Após a fertilização, os embriões resultantes são cultivados em laboratório por
alguns dias antes de serem transferidos para o útero da mulher.
As chances de gravidez por meio da fertilização in vitro (FIV) podem variar dependendo de
diversos fatores, incluindo a idade da mulher e do homem, a saúde dos gametas e a qualidade do
embrião formado. Dado o histórico de tentativas sem sucesso ao longo de 10 anos, é importante
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considerar que as chances podem ser um pouco reduzidas, especialmente devido à idade
avançada da mulher. A qualidade dos óvulos diminui com o tempo, tornando mais difícil a
concepção e aumentando o risco de complicações durante a gestação. No entanto, a FIV oferece
uma oportunidade de concepção que pode ser explorada com a orientação e assistência
adequadas.
De modo geral, as causas de infertilidade conjugal quando ligadas ao fator feminino podem ser:
causas ovarianas e ovulares; tubárias e do canal endocervical; associadas à união do
espermatozoide e do óvulo; ou ligadas à implantação do embrião. Já a infertilidade masculina
pode estar relacionada à produção, qualidade ou transporte inadequado dos espermatozoides.
Ambos os parceiros podem contribuir para a di�culdade em conceber, e o tratamento da
infertilidade muitas vezes envolve uma abordagem abrangente que considera a saúde
reprodutiva de ambos.
Uma infecção seminal, também conhecida como infecção do trato genital masculino, é uma
condição na qual há uma infecção em alguma parte do sistema reprodutor masculino, incluindo
os testículos, os ductos deferentes, a próstata ou a uretra. Essas infecções podem ser causadas
por bactérias, vírus, fungos ou outros microrganismos e podem resultar em uma variedade de
sintomas, como dor ao urinar, secreção peniana anormal, dor nos testículos ou na área pélvica,
febre e desconforto durante a relação sexual.
As infecções seminais podem afetar a saúde reprodutiva masculina de várias maneiras. Elas
podem comprometer a qualidade do sêmen, reduzindo a contagem, a mobilidade e a morfologia
dos espermatozoides, o que pode levar à infertilidade temporária. Além disso, algumas
infecções, se não tratadas adequadamente, podem causar danos permanentes aos órgãos
reprodutivos, resultando em infertilidade de longo prazo.
A endometriose é uma condição na qual o tecido que normalmente reveste o útero, o endométrio,
cresce fora do útero, geralmente nos órgãos pélvicos, como ovários, trompas de Falópio e
tecidos ao redor do útero e do intestino. Isso pode resultar em uma série de sintomas, incluindo
dor pélvica crônica, dor durante o período menstrual, dor durante as relações sexuais,
sangramento menstrual intenso, problemas de fertilidade e, em casos mais graves, aderências e
formação de cistos nos órgãos afetados.
A endometriose pode afetar a fertilidade de várias maneiras. Ela pode causar obstrução das
trompas de Falópio, di�cultando a passagem dos óvulos dos ovários para o útero, onde a
fertilização ocorre. Além disso, a in�amação causada pela endometriose pode prejudicar a
qualidade dos óvulos e dos embriões, reduzindo as chances de concepção. A presença de
aderências e cistos também pode interferir na implantação do embrião no útero.
Diante da complexidade da situação enfrentada pelo casal em busca da realização do sonho da
maternidade e paternidade, é essencial reconhecer a importância da orientação médica
especializada e do acompanhamento adequado durante todo o processo de tratamento da
infertilidade. A fertilização in vitro representa uma esperança para casais que enfrentam
di�culdades para conceber naturalmente, mas requer uma abordagem individualizada e
multidisciplinar para maximizar as chances de sucesso. Além disso, é crucial considerar não
apenas as questões médicas, mas também os aspectos emocionais e psicológicos envolvidos,
oferecendo suporte e cuidado integral ao casal ao longo de sua jornada reprodutiva.
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Acesse o material interativo indicado, que traz uma visão ampla da anatomia dos sistemas
reprodutores feminino e masculino, bem como dos processos �siológicos que envolvem esses
sistemas.
CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
KUMAR, V. Robbins: Patologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
https://view.genial.ly/66316ab0d1cb220013bfe2f1/interactive-content-sistema-reprodutor
do sistema tegumentar: Derme
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Dica para você
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Olá, estudante! Vamos, nesta aula que trata da �siologia cutânea, descobrir os segredos da
derme. Explore as funções e a estrutura dessa camada da pele, desde sua contribuição para a
regulação térmica até sua importância na cicatrização de feridas. Não perca a oportunidade de
aprofundar seu conhecimento sobre a derme e seu papel vital para a saúde da pele!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Nesta aula, vamos explorar as profundezas da pele, adentrando na camada
conhecida como derme. A derme é muito mais do que apenas uma estrutura de suporte; é um
ambiente dinâmico com células especializadas, vasos sanguíneos e uma miríade de receptores
sensoriais que desempenham papéis essenciais em nossa percepção sensorial e regulação
térmica.
Ao longo desta aula, investigaremos as camadas que compõem a derme, destacando a
complexidade de sua estrutura e função. Compreenderemos o papel das células presentes
nessas camadas e sua interação com os vasos sanguíneos e receptores sensoriais, essenciais
para nossa capacidade de sentir, regular a temperatura corporal e responder a estímulos
ambientais. Além disso, a derme desempenha um papel fundamental no processo de
cicatrização da pele e na manutenção da integridade da pele, sendo fundamental para a saúde e
bem-estar do organismo.
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Ao �nal desta jornada pelo mundo da derme, esperamos que você se sinta inspirado a explorar
ainda mais esse tema, e reconheça a importância de compreender a complexidade e a
funcionalidade da pele em suas práticas pro�ssionais. Vamos lá?
Vamos Começar!
A segunda camada da pele, e a mais profunda, é a derme. Ela é composta por tecido conjuntivo,
e desempenha um papel fundamental na manutenção da estrutura e função da pele. Composto
principalmente por �bras de colágeno, elastina e substância fundamental, o tecido conjuntivo
proporciona resistência, elasticidade e suporte à pele. Além disso, o tecido conjuntivo é rico em
células especializadas, como �broblastos, responsáveis pela produção e manutenção das �bras
e da matriz extracelular. Essas células também desempenham um papel crucial na cicatrização
de feridas e na resposta a lesões na pele. Em conjunto com os vasos sanguíneos, linfáticos,
nervos sensoriais e estruturas anexas, o tecido conjuntivo na derme forma uma rede complexa e
dinâmica que sustenta e protege a pele, garantindo sua integridade e funcionalidade.
Células da derme
A derme apresenta uma espessura signi�cativamente maior do que a epiderme, e essa
espessura varia de acordo com a região do corpo, alcançando seu ponto mais espesso nas
palmas das mãos e nas plantas dos pés. Os �broblastos (Figura 1) são as células predominantes
nesta camada, responsáveis pela produção de diversas substâncias essenciais para a
integridade e função dos tecidos conjuntivos, incluindo a derme. São alongados, e apresentam
muitos prolongamentos em seu estado ativo. Essas células são responsáveis pela produção de
colágeno e elastina, além de outras moléculas que compõem a matriz extracelular do tecido
conjuntivo, conferindo resistência e elasticidade à pele.
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Figura 1 | Fibroblastos. Fonte: Shutterstock.
Além dos �broblastos, é possível encontrar macrófagos, células do sistema imunológico que
atuam na defesa contra microrganismos patogênicos e na remoção de debris celulares,
ajudando a manter a integridade da pele, e os mastócitos, que participam da resposta
in�amatória e alérgica da pele, liberando substâncias como histamina em resposta a estímulos
externos.
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Camadas da derme
A derme é constituída de duas camadas: uma �na camada papilar super�cial e uma camada
reticular espessa e mais profunda.
A camada papilar é constituída por tecido conjuntivo frouxo contendo �bras colágenas �nas e
�bras elásticas delicadas. Essa camada recebe esse nome pela presença de suas projeções,
chamadas papilas dérmicas. As papilas dérmicas se projetam da derme em direção à epiderme,
contribuindo para a aderência entre as duas camadas e facilitando a troca de nutrientes e
oxigênio. Todas as papilas dérmicas são caracterizadas pela presença de alças capilares (vasos
sanguíneos), responsáveis por fornecer sangue e nutrientes para a epiderme. Algumas dessas
papilas também abrigam receptores táteis conhecidos como corpúsculos táteis ou corpúsculos
de Meissner, os quais são sensíveis ao toque e desempenham um papel importante na
percepção tátil. Além disso, outras papilas dérmicas contêm terminações nervosas livres,
responsáveis por iniciar os sinais que levam à percepção de sensações como calor, frio, dor,
cócegas e prurido.
A camada reticular é constituída de tecido conjuntivo denso, e é mais espessa que a camada
papilar. Esta camada é composta por feixes de �bras colágenas e elásticas espessas, dispostas
em linhas regulares de tensão na pele, denominadas linhas de clivagem ou linhas de Langer.
Essa orientação regular das �bras colágenas auxilia na resistência, na extensibilidade e n
elasticidade da pele. Vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e
glândulas sudoríparas ocupam os espaços entre as �bras. Os vasos sanguíneos localizados na
camada reticular provêm nutrientes para a pele e estão envolvidos na termorregulação. Nesta
camada encontram-se também os corpúsculos de Pacini, receptores encapsulados,
especializados na detecção de pressão e vibração, sendo particularmente sensíveis a estímulos
mecânicos de alta frequência. Esses corpúsculos desempenham um papel importante na
percepção tátil e na resposta do corpo a estímulos externos.
As camadas papilar e reticular da derme apresentam características distintas. A camada papilar
é composta por tecido conjuntivo frouxo e abriga as papilas dérmicas, responsáveis pela
conexão entre a derme e a epiderme. A camada reticular, por sua vez, é formada por tecido
conjuntivo denso, caracterizado pela presença de feixes robustos de �bras de colágeno,
conferindo resistência e suporte estrutural à pele.
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Figura 2 | Camadas papilar e reticular. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 395).
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Siga em Frente...
Envelhecimento da pele
A partir dos 40 anos, as mudanças relacionadas à idade afetam principalmente as proteínas da
derme. As �bras colágenas começam a diminuir em número, tornando-se mais rígidas,
quebradiças e desorganizadas, resultando em rugas. As �bras elásticas perdem parte de sua
elasticidade, aglomerando-se e desgastando-se, especialmente em fumantes. O número de
�broblastos diminui, reduzindo a produção de colágeno e elastina. Isso leva à formação de
�ssuras e rugas.
Além disso, a diminuição das células dendríticas afeta a resposta imune da pele, enquanto as
glândulas sebáceas menores causam pele seca e propensão a infecções. A produção de suor
diminui, aumentando o risco de insolação. O cabelo grisalho e a pigmentação atípica da pele
resultam da redução dos melanócitos funcionais. A pele envelhecida é mais �na, cicatriza com
mais di�culdade e se torna mais suscetível a condições patológicas, como câncer de pele e
feridas de pressão.
Após explorarmos os intricados detalhes da �siologia e histologia da derme, torna-se evidente a
complexidade e a importância dessa camada da pele. A derme não apenas fornece suporte
estrutural e resistência mecânica, mas também desempenha um papel crucial na regulação
da
temperatura corporal e na resposta imunológica. Compreender a composição e as funções da
derme nos permite apreciar sua relevância no nosso organismo. 
Vamos Exercitar?
Como você já conheceu a derme, responda: como a estrutura e a composição desta camada
in�uenciam o processo de cicatrização da pele?
O processo de cicatrização cutânea é complexo e envolve várias etapas, e a derme desempenha
um papel fundamental em várias delas. Após uma lesão na pele, as células in�amatórias, como
os macrófagos, são recrutadas para a área afetada na derme, onde iniciam o processo de
limpeza, removendo detritos e microrganismos, e formando um tecido de granulação. Esse
tecido é formado pela proliferação do tecido conjuntivo, sendo altamente vascularizado e
contendo numerosas células in�amatórias, além de uma matriz extracelular temporária.
Em seguida, inicia-se a fase de proliferação, em que ocorre a reepitelização, quando as células da
epiderme migram em direção à lesão e a fecham, a angiogênese, com a formação de novos
vasos, e a remodelação da derme. O processo de remodelação da derme ocorre com a
proliferação celular, em que os �broblastos sintetizam novo colágeno para substituir o tecido
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dani�cado. Por �m, na fase de maturação, as novas �bras colágenas se tornam mais
organizadas, auxiliando a preencher a ferida e restaurar a integridade da pele. Ao longo do tempo,
a ferida é fechada, embora uma cicatriz possa permanecer visível.
Saiba mais
O envelhecimento da pele é um processo natural e inevitável que ocorre ao longo da vida. Como
vimos nesta aula, com o passar dos anos, várias mudanças �siológicas afetam a pele. Além dos
fatores intrínsecos ao envelhecimento, os fatores extrínsecos, como exposição ao sol e
tabagismo, também podem acelerar essas mudanças. Leia o artigo “Colágeno e o
Envelhecimento Cutâneo”, que explora o papel crucial do colágeno na saúde da pele e como sua
deterioração contribui para os sinais visíveis de envelhecimento.
Referências
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
OVALLE, W. Netter Bases da Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 4
Fisiologia do sistema tegumentar: Tecido subcutâneo e anexos cutâneos
Fisiologia do sistema tegumentar: Tecido subcutâneo e anexos cutâneos
https://bwsjournal.emnuvens.com.br/bwsj/article/download/161/177/1187
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Olá, estudante! Nossa videoaula aborda o tecido subcutâneo e os diversos anexos cutâneos,
como glândulas sebáceas, sudoríparas, folículos pilosos e unhas. Descubra como essas
estruturas trabalham em conjunto para proteger, regular a temperatura e transmitir sensações
táteis. Vamos aprender mais sobre a incrível complexidade da pele, o maior órgão do corpo
humano.
Ponto de Partida
Olá, estudante! Nesta aula, exploraremos a anatomia e �siologia dos anexos cutâneos,
destacando a importância de tecidos subcutâneos, glândulas sebáceas, sudoríparas, folículos
pilosos e unhas. Compreender essas estruturas é essencial, pois elas desempenham papéis
fundamentais no nosso organismo.
Como as diferentes glândulas sebáceas e sudoríparas contribuem para a regulação da
temperatura corporal? Qual é a relação entre a estrutura dos folículos pilosos e a produção de
sebo? Fique atento aos detalhes desses tópicos para responder a essas perguntas durante o
nosso conteúdo.
Ao compreender a complexidade e a importância dessas estruturas, você fortalecerá suas
habilidades pro�ssionais e sua compreensão do funcionamento do corpo humano. Aplique esse
conhecimento no seu cotidiano pro�ssional, seja na prática clínica, na estética ou em qualquer
área relacionada à saúde e bem-estar. Boa aula e aproveite ao máximo essa oportunidade de
aprendizado!
Vamos Começar!
Tecido subcutâneo
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Assim como uma árvore depende de suas raízes para se manter �rme e absorver nutrientes do
solo, a pele repousa sobre o tecido subcutâneo, que traz a ela suporte estrutural, prendendo-a
aos ossos e aos músculos, e fornece os recursos necessários, através de vasos sanguíneos e
nervos.
O tecido subcutâneo, ou hipoderme (Figura 1), é constituída por tecido conjuntivo frouxo
especializado (tecido adiposo), unindo a derme aos órgãos subjacentes. Esta camada é
responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia, além de
desempenhar um papel importante na homeostasia energética. Os vasos sanguíneos e nervos
presentes na hipoderme fornecem nutrientes e sinais nervosos para as células da pele e outras
estruturas adjacentes.
As principais células presentes neste tecido são os adipócitos, células especializadas em
armazenar energia na forma de gordura, que pode ser mobilizada quando o corpo necessita de
combustível. Além disso, os adipócitos também desempenham um papel importante na
regulação da temperatura corporal, atuando como isolante térmico. Eles são responsáveis pela
produção de hormônios adipocitários, que desempenham funções metabólicas, endócrinas e
imunológicas.
Cerca de metade das reservas de gordura corporal estão localizadas no tecido subcutâneo,
desempenhando funções essenciais de isolamento térmico, preenchimento de espaços e reserva
de energia. A quantidade de tecido adiposo na camada subcutânea pode variar de acordo com
fatores como idade, sexo e hábitos alimentares.
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Figura 1 | Pele e suas principais estruturas. Fonte: Waugh (2021, p. 394).
Estruturas anexas da pele
Os anexos cutâneos são estruturas que se originam da pele ou de seus tecidos subjacentes, e
desempenham funções diversas. São eles: pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas.
Vamos conhecer cada um a seguir.
Pelo
Os pelos (Figura 2) são estruturas delgadas e queratinizadas que crescem descontinuamente,
para fora dos folículos pilosos, descendentes de células epidérmicas, para dentro da derme ou
do tecido subcutâneo. Essas estruturas desempenham funções essenciais para o corpo humano
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incluindo proteção, isolamento térmico, sensação tátil e proteção contra raios UV, além de
auxiliar na saída de substâncias em áreas como nas narinas e canais auditivos.
A distribuição, a morfologia e a coloração dos pelos na pele variam entre os diferentes
indivíduos, e são in�uenciadas por diversos fatores, incluindo o dimor�smo sexual. A estrutura
da pele que produz e contém os pelos é o folículo piloso, uma estrutura complexa e cilíndrica da
epiderme que se estende até a derme, onde o pelo se desenvolve.
O pelo é dividido em duas partes distintas: a haste, que se projeta acima da superfície da pele, e
a raiz, localizada abaixo da superfície. A base da raiz se expande para formar o bulbo capilar,
contendo a papila dérmica. Recobrindo a papila dérmica estão as células que formam a raiz do
pelo. Tanto a raiz quanto a haste são compostas principalmente por colunas de células
epiteliais
mortas e queratinizadas, organizadas em três camadas concêntricas: a medula, o córtex e a
cutícula. A medula ocupa o centro da haste capilar e consiste em duas ou três camadas de
células contendo queratina mole. O córtex, localizado na parte externa do bulbo capilar, é
formado por células que contêm queratina dura. Essa estrutura é revestida pela cutícula, uma
única camada de células que se sobrepõem, contendo queratina dura.
Associadas aos pelos, estão as glândulas sebáceas e um feixe de �bras musculares lisas,
também conhecido como músculo eretor do pelo. A contração dessas �bras em situações
�siológicas ou de estresse emocional, como o frio ou o susto, faz com que os pelos se elevem
perpendicularmente à superfície da pele. Este movimento resulta nos arrepios ou calafrios,
devido à formação de pequenas elevações na pele ao redor dos pelos.
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Figura 2 | Diagrama de um folículo piloso em corte transversal (A) e estrutura básica do pelo (B). Fonte: Shutterstock.
Unhas
As unhas (Figura 3), mais adequadamente designadas como placas ungueais, são formadas por
células epidérmicas queratinizadas que formam lâminas de consistência endurecida. Essa
consistência dura confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e pés.
Cada unha é constituída pelo corpo ungueal, uma margem livre e uma margem oculta. O corpo
ungueal é a porção visível da unha que cresce sobre a pele do dedo; é transparente e consiste em
camadas sobrepostas de queratina. A pele macia e rosada sob o corpo ungueal, onde a unha se
prende à pele, é chamada de leito ungueal. O leito ungueal é rico em vasos sanguíneos,
fornecendo nutrientes necessários para o crescimento e a saúde das unhas. A margem livre
corresponde à parte da unha que se estende além da extremidade distal do dedo. Sob a margem
livre temos uma região espessa da camada córnea, chamada hiponíquio, que �xa a unha à ponta
do dedo. E, por �m, a margem oculta, ou raiz, é a porção que está inserida na pele e coberta pela
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cutícula (ou eponíquio), formando uma área hemisférica e pálida chamada lúnula. Ainda na
margem oculta encontramos a matriz ungueal, responsável pela produção de células que
formam a unha, impulsionando seu crescimento.
 
Figura 3 | Vista dorsal e corte sagital demonstrando as partes da unha. Fonte: Tortora e Derrickson (2023, p. 161).
Siga em Frente...
Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas são compostas por células epiteliais secretoras. Sua porção secretora é
encontrada na derme, e geralmente estão conectadas aos folículos pilosos. Elas produzem sebo,
uma substância oleosa com propriedades antimicrobianas, que é secretada nos folículos
capilares. Presentes em todas as áreas da pele, exceto nas palmas das mãos e solas dos pés, as
glândulas sebáceas são mais numerosas no couro cabeludo, rosto, axilas e virilhas.
Em regiões de transição entre diferentes tipos de epitélio de superfície, como lábios, pálpebras,
mamilos, pequenos lábios e glande, existem glândulas sebáceas que secretam sebo diretamente
na superfície, sem estar associadas aos folículos pilosos.
O sebo desempenha várias funções essenciais: mantém os pelos macios, �exíveis e com um
brilho saudável; impermeabiliza a pele; tem propriedades bactericidas e fungicidas, prevenindo
infecções; e evita ressecamentos e rachaduras na pele, especialmente após exposição ao calor e
luz solar. A atividade das glândulas sebáceas aumenta durante a puberdade e diminui nos
extremos de idade.
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Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas estão amplamente distribuídas por toda a pele. São formadas por
células epiteliais que liberam suor ou transpiração através dos folículos pilosos, ou na superfície
da pele através dos poros. Elas podem ser classi�cadas como écrinas ou apócrinas, com base
em sua estrutura e tipo de secreção (Figura 4).
As glândulas sudoríparas écrinas ou merócrinas são as mais numerosas, distribuídas na maioria
das regiões do corpo, principalmente na região frontal, nas palmas das mãos e plantas dos pés.
A porção secretora dessas glândulas está localizada principalmente na derme reticular; o ducto
excretor se projeta através da derme e da epiderme e termina como um poro na superfície da
epiderme. Elas produzem um suor claro e líquido, composto principalmente por água e sais
minerais. Sua principal função é regular a temperatura corporal, ajudando na dissipação do calor
pela evaporação do suor na superfície da pele.
As glândulas sudoríparas apócrinas apresentam ductos e lúmens maiores que as glândulas
écrinas. A parte secretora da glândula se encontra nas camadas mais profundas da derme ou,
mais frequentemente, na porção superior da hipoderme. Estas glândulas estão associadas aos
folículos pilosos e são encontradas em áreas especí�cas, como axilas, região genital e mamilos.
Elas secretam um suor mais viscoso, que contém lipídios e proteínas. A atividade dessas
glândulas é in�uenciada por fatores como o estresse e a excitação emocional. Ao contrário das
glândulas sudoríparas écrinas, as glândulas sudoríparas apócrinas não participam da produção
de suor para a regulação térmica do corpo e, por conseguinte, não contribuem para o processo
de termorregulação. O suor apócrino é inodoro quando é secretado, mas pode ser decomposto
por bactérias na pele, resultando em odor corporal.
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Figura 4 | Glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas e sua distribuição. Fonte: Shutterstock.
De forma geral, o tecido subcutâneo e os anexos da pele desempenham papéis fundamentais na
manutenção da integridade e função da nossa pele. Ao longo desta aula, exploramos a
complexidade e a importância dessas estruturas, desde as glândulas sebáceas e sudoríparas até
os folículos pilosos e as unhas. Compreendemos como o tecido subcutâneo fornece suporte
estrutural e armazenamento de energia, enquanto os anexos da pele desempenham funções
essenciais, como regulação da temperatura corporal e proteção contra patógenos. A integração
entre essas diversas estruturas é crucial para a homeostase do corpo humano, re�etindo a
incrível complexidade e adaptação do maior órgão do corpo humano: a pele.
Vamos Exercitar?
A acne é uma condição comum da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo,
especialmente adolescentes e jovens adultos. Caracterizada pelo aparecimento de espinhas,
cravos e lesões in�amadas na pele, a acne pode causar desconforto físico e emocional. Embora
não seja uma condição grave, a acne pode ter um impacto signi�cativo na autoestima e na
qualidade de vida das pessoas afetadas. Você sabia que a acne é ocasionada, em grande parte,
pela atividade excessiva das glândulas sebáceas? Como você acha que o funcionamento das
glândulas sebáceas in�uencia o desenvolvimento e a persistência da acne?
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As glândulas sebáceas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da acne. As
glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de sebo, uma substância oleosa que
lubri�ca a pele e os cabelos. O sebo é essencial para a saúde da pele, pois ajuda a manter a
umidade e a �exibilidade, protege contra a perda excessiva de água e previne o ressecamento.
Além disso, o sebo tem propriedades antimicrobianas, ajudando a proteger a pele contra
infecções bacterianas e fúngicas. No entanto, quando as glândulas sebáceas produzem sebo em
excesso, pode ocorrer obstrução dos poros e folículos pilosos, criando um ambiente propício
para o crescimento bacteriano e a in�amação, o que pode levar ao desenvolvimento de acne.
 Além disso, alterações hormonais, como as que ocorrem durante a puberdade, podem estimular
a produção excessiva de sebo. Durante a infância, as glândulas sebáceas são relativamente
pequenas e inativas, e na puberdade, os hormônios andrógenos dos testículos, ovários e
glândulas suprarrenais estimulam o seu crescimento e o aumento da produção de sebo,
contribuindo para o aparecimento da acne.
Em conclusão, compreender o papel das glândulas sebáceas no desenvolvimento da acne é
essencial para o manejo e�caz dessa condição. Ao reconhecer como o sebo produzido por essas
glândulas pode contribuir para a obstrução dos poros e o surgimento de lesões acneicas,
podemos adotar medidas preventivas e terapêuticas adequadas. Além disso, ao considerar as
alterações hormonais que in�uenciam a atividade das glândulas sebáceas, como as que ocorrem
durante a puberdade, podemos entender melhor por que a acne é tão comum nessa faixa etária.
Saiba mais
Você já parou para pensar como os pelos crescem e se desenvolvem? Diferentemente do que
ocorre na renovação da epiderme, o crescimento dos pelos não se dá de forma contínua, mas,
sim, cíclica. Leia o texto “Crescimento e características dos pelos” para conhecer as etapas
desse ciclo desde seu início, nos folículos pilosos, até sua eventual queda.
O texto está no livro Ross Histologia – Texto e Atlas, Capítulo 15, “Sistema Tegumentar”, Boxe
15.4, página 544.
Referências
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527737241/epubcfi/6/52%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter15%5D!/4/388/13:48%5Bda%20%2Cger%5D
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TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
Aula 5
SISTEMA TEGUMENTAR
Videoaula de Encerramento
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Dica para você
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aprendizagem ainda mais completa.
Olá, estudante! Nesta videoaula, você vai mergulhar no fascinante mundo do sistema tegumentar,
explorando as diferentes camadas da pele, suas funções vitais e como elas impactam
diretamente sua prática pro�ssional. Entender os mecanismos de proteção, regulação térmica e
sensibilidade da pele é fundamental para diversas áreas, desde a dermatologia até a
enfermagem. Prepare-se para essa jornada de aprendizado e descoberta! Vamos lá!
Ponto de Chegada
O sistema tegumentar, composto por pele, pelos, unhas e glândulas anexas, desempenha um
papel crucial no organismo. Essa complexa rede de estruturas integra-se harmoniosamente para
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manter a homeostase do corpo e proteger contra patógenos. Compreender a anatomia e a
�siologia desse sistema é fundamental para a prática pro�ssional em diversas áreas da saúde!
A pele, o maior órgão do corpo humano, é muito mais do que uma simples barreira física. Ela
desempenha uma série de funções vitais para nossa sobrevivência e bem-estar. Além de
proteger os tecidos internos contra danos mecânicos, químicos e biológicos, a pele regula a
temperatura corporal, controla a perda de água, e atua como um importante órgão sensorial,
transmitindo informações sobre o ambiente ao redor.
As principais camadas da pele são a epiderme (mais super�cial) e a derme (mais profunda). O
tecido subcutâneo está situado abaixo da derme e não faz parte da estrutura da pele: ele ancora
a derme aos tecidos e órgãos subjacentes.
A epiderme é composta por tecido epitelial estrati�cado pavimentoso queratinizado dividido em
camadas: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida (presente apenas na pele espessa) e
córnea. As células-tronco epidérmicas estão presentes na camada basal e sofrem divisão celular
contínua, produzindo queratinócitos para as demais camadas. Os principais tipos celulares
encontrados na epiderme são queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de
Merkel.
A derme é composta por tecido conjuntivo, apresentando �bras de colágeno e elastina que
conferem resistência e elasticidade à pele. Essa camada é dividida em derme papilar, na qual
encontramos �bras colágenas e elásticas �nas e delicadas e as papilas dérmicas; e derme
reticular, que apresenta �bras colágenas e elásticas mais espessas. Na derme encontramos
também vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que fornecem nutrientes à epiderme, removem
resíduos e transmitem sensações. Além disso, a derme abriga os anexos cutâneos, como os
folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, que desempenham papéis importantes na
regulação da temperatura corporal e na proteção contra agentes externos.
A hipoderme ou tecido subcutâneo caracteriza-se por ser composta principalmente por um tipo
de tecido conjuntivo especializado, o tecido adiposo. Suas principais características incluem
servir como um isolante térmico, ajudar na absorção de choques mecânicos, armazenar energia
na forma de gordura (com os adipócitos) e fornecer suporte estrutural para a pele. Além disso, a
hipoderme desempenha um papel essencial na �xação da pele aos tecidos subjacentes, como
músculos e ossos, ajudando a manter a integridade e a forma do corpo.
As estruturas anexas da pele – pelo, glândulas sebáceas, sudoríparas e unhas – se desenvolvem
a partir da epiderme embrionária. Os pelos e os folículos pilosos são encontrados em
praticamente todo o corpo. Um pelo é uma estrutura complexa composta por uma haste, que
constitui a parte visível acima da superfície da pele, e uma raiz, que se estende até a derme e, por
vezes, até a camada subcutânea. Cada folículo piloso está associado a uma glândula sebácea,
um músculo eretor do pelo e um plexo da raiz do pelo. O crescimento do pelo é um processo
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cíclico que envolve a divisão das células da matriz no bulbo piloso, passando por estágios de
crescimento, regressão e repouso. Além de oferecer proteção contra os raios solares, a perda de
calor e a entrada de partículas estranhas, os pelos também desempenham um papel na detecção
do toque suave.
As unhas ou placas ungueais são estruturas rígidas e mortas compostas por células
queratinizadas da epiderme, localizadas nas extremidades dos dedos. Elas apresentam várias
partes, incluindo corpo ungueal, margem livre e oculta, lúnula, hiponíquio, leito ungueal, eponíquio
e matriz ungueal. A matriz ungueal é responsável pela produção de novas unhas por meio da
divisão celular.
As glândulas sebáceas são normalmente associadas aos folículos pilosos, exceto nas palmas
das mãos, plantas dos pés e algumas áreas especí�cas. Elas produzem o sebo, uma substância
que lubri�ca os pelos e a pele, conferindo-lhes impermeabilidade. A obstrução das glândulas
sebáceas pode levar ao desenvolvimento de acne. O sebo é secretado pelos sebócitos por meio
de secreção holócrina, e é liberado nos folículos pilosos através do canal pilossebáceo.
Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As glândulas sudoríparas
écrinas têm uma distribuição ampla, e seus ductos terminam nos poros da superfície da
epiderme. Elas são responsáveis principalmente pela termorregulação. Por outro lado, as
glândulas sudoríparas apócrinas estão localizadas em áreas especí�cas do corpo, como axilas,
virilhas e aréolas, e seus ductos se abrem nos folículos pilosos. Elas secretam um suor rico em
proteínas e lipídios. Enquanto as glândulas sudoríparas écrinas estão envolvidas principalmente
na regulação da temperatura corporal, as apócrinas são ativadas durante o estresse
emocional,
excitação sexual e resposta hormonal.
Ao �nal deste estudo sobre o sistema tegumentar, é imprescindível pensar na importância de
compreendermos de forma crítica as características morfofuncionais e histológicas das
camadas da pele e seus anexos. Essa competência não apenas nos permite reconhecer a
complexidade e a vitalidade desse órgão, como também nos capacita a diagnosticar e tratar uma
variedade de condições dermatológicas com maior e�cácia. Ao compreendermos
profundamente a estrutura e as funções da pele, estamos equipados para oferecer melhores
cuidados de saúde aos nossos clientes e pacientes.
É Hora de Praticar!
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Uma mulher, adulta, 35 anos, durante sua rotina doméstica cotidiana, sofreu um acidente
derrubando óleo quente de fritura em sua mão. Com muita dor, foi levada ao Pronto Atendimento
mais próximo para que diagnosticassem a gravidade da lesão e seu respectivo tratamento. O
médico que a atendeu pôde observar uma grande quantidade de bolhas de base branca,
diagnosticando-a como queimadura de 2º grau.
Nesse contexto, quais camadas da pele podem ser lesionadas nas queimaduras de 1º, 2º e 3º
graus? Quais fatores podem in�uenciar a di�culdade de reparação desta lesão celular?
Como a estrutura da pele in�uencia a regulação da temperatura corporal e a proteção contra
danos externos?
Qual é a importância dos anexos cutâneos, como pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas, e
unhas, para a saúde e integridade da pele?
Como as estruturas anexas da pele contribuem para as funções protetoras e sensoriais da pele?
Para resolução da nossa situação-problema, precisamos compreender o que é uma queimadura.
Queimadura é uma lesão na pele ou em outros tecidos corporais causada por diversos agentes,
como calor, frio, atrito, produtos químicos, eletricidade ou radiação. Independentemente da
causa, esses eventos resultam em danos ao tecido, rompendo a estrutura da pele e prejudicando
suas funções. Esses danos podem ser classi�cados de acordo com a extensão da área de
superfície envolvida e a profundidade do dano cutâneo.
Em relação à profundidade do dano cutâneo, as queimaduras podem ser classi�cadas como de
espessura parcial (1º e 2º grau) ou espessura completa (3º grau). As queimaduras de 1º grau
afetam somente a epiderme, e podem resultar em vermelhidão, dor e edema leve na região. Não
há presença de bolhas, e o dano causado ao tecido é mínimo. A restauração do tecido se dá em
uma semana, aproximadamente, e não deixa cicatrizes.
As queimaduras de 2º grau afetam a epiderme e parte superior da derme. Podem resultar em
todos os sinais e sintomas observados na queimadura de 1º grau, além da presença de bolhas.
Nesse tipo de queimadura, algumas funções da pele como a proteção e a sensação tátil são
perdidas. As estruturas associadas à pele, como folículos pilosos, glândulas sebáceas e
sudoríparas, geralmente não são lesionadas.
Por �m, as queimaduras de 3º grau destroem completamente a epiderme e a derme, podendo
envolver tecidos mais profundos. A maioria das funções da pele é perdida, é observado um
edema acentuado e a região queimada �ca dormente devido à destruição das terminações
nervosas sensoriais. A regeneração da pele ocorre de forma lenta, podendo ser necessário um
enxerto de pele para promover o reparo tecidual e minimizar as cicatrizes.
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Figura 1 | Classi�cação das queimaduras. Fonte: Vanputte,
Jennifer e Russo (2016, p. 151).
Existem vários fatores que podem in�uenciar a di�culdade de reparação dessas lesões celulares,
incluindo:
Extensão da lesão: quanto maior a área da queimadura e quanto mais profunda for a lesão, mais
difícil será o processo de reparação celular.
Idade do paciente: indivíduos mais jovens tendem a ter uma capacidade de regeneração celular
mais e�ciente do que os mais idosos.
Estado de saúde prévio: condições médicas preexistentes, como diabetes ou comprometimento
imunológico, podem di�cultar a cicatrização de feridas.
Presença de infecções: infecções secundárias nas áreas queimadas podem complicar o
processo de cicatrização e aumentar o risco de complicações.
Localização da queimadura: queimaduras em áreas como articulações ou regiões de dobras da
pele podem ser mais difíceis de tratar devido à mobilidade constante e atrito.
Tratamento adequado: a administração precoce de cuidados médicos adequados, incluindo
limpeza, desbridamento e curativos apropriados, pode in�uenciar signi�cativamente a velocidade
e a e�cácia da cicatrização.
O material a seguir é uma viagem visual pelo sistema tegumentar, destacando os principais
componentes e funções da nossa pele. Desde a epiderme até o tecido subcutâneo, vamos
explorar as camadas, células e estruturas que compõem esse incrível órgão, o maior do corpo
humano!
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JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica: Texto e Atlas. 14. ed. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2023.
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PAWLINA, W. Ross Histologia – Texto e Atlas. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 16. ed. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2023.
VANPUTTE, C.; JENNIFER, R.; RUSSO, A. Anatomia e �siologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
Grupo A, 2016.
WAUGH, A. Ross & Wilson – Anatomia e Fisiologia Integradas. 13. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN,
2021.
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Unidade 2
SISTEMA ESQUELÉTICO
Aula 1
Sistema esquelético: origem e organização geral dos ossos
Sistema esquelético: origem e organização geral dos ossos
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Bem-vindo à nossa videoaula de introdução ao sistema esquelético! Nesta aula, exploraremos a
histologia, a anatomia e a função do tecido ósseo, abordando os diferentes tipos de tecido ósseo
e os processos de osteogênese, ossi�cação intramembranosa e endocondral. Compreender esse
conteúdo é fundamental para qualquer pro�ssional da área da saúde, pois fornece uma base
sólida para compreender a estrutura e a função do sistema esquelético humano. Junte-se a nós
nesta jornada de aprendizado e aprofunde seus conhecimentos sobre o tecido ósseo!
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Ponto de Partida
Olá, estudante! Hoje damos início à nossa jornada de conhecimento sobre o sistema esquelético.
Nesta aula, você vai conhecer os fundamentos essenciais do tecido ósseo, com uma visão
abrangente de sua histologia, anatomia e função. Compreender esses aspectos é crucial, pois o
tecido ósseo desempenha um papel vital na estruturação e proteção do corpo humano. Ao longo
da aula, vamos discutir os diferentes tipos de tecido ósseo e os processos complexos de
osteogênese, ossi�cação intramembranosa e endocondral.
Você já parou para pensar em como um osso consegue se regenerar após uma fratura? Ao nos
aprofundarmos nos conteúdos propostos para esta aula, estaremos mais bem preparados para
entender como os ossos conseguem se recuperar e se adaptar após uma fratura. Portanto,
engaje-se ativamente nesta aula, mantendo-se atento aos detalhes abordados. Ao �nal, não
apenas teremos uma compreensão mais profunda do tecido ósseo, mas também estaremos
mais preparados para aplicar esses conhecimentos em nosso cotidiano pro�ssional. Vamos lá?
Vamos Começar!
Funções do sistema esquelético
O sistema esquelético, também conhecido como sistema ósseo, é a estrutura de suporte do
corpo humano. Para iniciar nosso estudo do sistema esquelético, vamos entender que ele não é
composto apenas pelos ossos do corpo, mas, também, pelas articulações e pelos tecidos
conectivos, como os ligamentos e a cartilagem. De forma geral, o esqueleto é considerado a
estrutura do corpo, mas esse sistema tem diversas outras funções, como as seguintes:
Suporte: os ossos fornecem uma estrutura que dá forma e suporte ao corpo humano, ajudando a
manter a postura e sustentar os órgãos internos em seus lugares. A cartilagem fornece apoio
dentro de algumas estruturas como nariz, orelhas, caixa torácica e traqueia. Já os ligamentos
são bandas fortes de tecido �broso conectivo que se ligam aos ossos para mantê-los unidos.
Proteção: os ossos formam uma barreira protetora ao redor de órgãos vitais como o cérebro, o
coração e os pulmões, protegendo-os de lesões e danos.
Movimento: os ossos, junto com articulações, músculos e tendões, permitem o movimento do
corpo. Os músculos se conectam aos ossos pelos tendões, e quando os músculos se contraem,
puxam os ossos, permitindo o movimento.
Armazenamento: os ossos atuam como reservatórios de minerais, como cálcio e fósforo,
essenciais para diversas funções do organismo. Alguns ossos ainda armazenam o tecido
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hematopoiético (medula óssea), responsável pela formação de todo o tecido sanguíneo de
nosso corpo.
Como você pode ver, o sistema esquelético desempenha uma variedade de funções vitais que
trabalham em conjunto para manter a integridade e o funcionamento adequado do corpo
humano. A seguir, vamos explorar mais detalhadamente o tecido ósseo, a substância que
compõe os ossos e desempenha um papel fundamental na estrutura e na função do sistema
esquelético.
Tecido ósseo
O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto. Trata-se de um tipo especializado de
tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calci�cado: a matriz óssea.
A matriz óssea é composta principalmente por dois tipos de materiais: orgânico e inorgânico. O
material orgânico representa cerca de 35% da matriz óssea, e é composto principalmente por
colágeno tipo I, uma proteína �brosa que confere resistência e �exibilidade aos ossos. Além do
colágeno, o material inorgânico inclui outras proteínas, como proteoglicanos e glicoproteínas,
que desempenham papéis importantes na estrutura e metabolismo ósseo. O material inorgânico
corresponde a 65% da matriz óssea, sendo que o principal mineral presente é a hidroxiapatita,
uma forma cristalina de fosfato de cálcio que confere rigidez e dureza aos ossos.
Quatro tipo de células estão presentes no tecido ósseo: células osteogênicas, osteoblastos,
osteócitos e osteoclastos. Vamos conhecer um pouco mais essas células?
As células precursoras das células ósseas são chamadas de células osteogênicas ou
osteoprogenitoras, que são células-tronco encontradas na região do periósteo (membrana
�brosa que envolve a superfície externa dos ossos), endósteo (camada de células que reveste a
cavidade medular interna dos ossos) e próximo aos vasos sanguíneos dos ossos. Elas têm a
particularidade de ser o único tipo de célula óssea que sofre divisão celular, dando origem aos
osteoblastos.
Os osteoblastos são células que desempenham papel fundamental na formação de osso novo,
processo conhecido como osteogênese. Elas são responsáveis pela síntese de colágeno e
outros componentes orgânicos necessários para formação da matriz óssea, participando
ativamente da mineralização da matriz. São encontradas na superfície externa dos ossos e
revestindo as superfícies internas dos ossos.
Uma vez que o osteoblasto é circundado pela matriz óssea, passa a ser chamado osteócito. Os
osteócitos residem em pequenas cavidades chamadas lacunas, que estão interconectadas por
canalículos dentro da matriz óssea. Essas células desempenham papéis importantes na
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LOCOMOTOR E REPRODUTOR
manutenção da saúde óssea e na regulação do metabolismo ósseo, mantendo o equilíbrio entre
a deposição e reabsorção óssea.
Já os osteoclastos são células grandes, móveis e multinucleadas, que resultam da fusão de
células precursoras de macrófagos. Os osteoclastos estão localizados na superfície do tecido
ósseo e desempenham um papel crucial na homeostase óssea, removendo o tecido ósseo
antigo ou dani�cado, bem como remodelando o osso em resposta a estímulos mecânicos ou
hormonais.
Figura 1 | Células do tecido ósseo. Fonte: Junqueira e Carneiro (2023, p. 145).
Tipos de tecidos ósseos
Histologicamente, o tecido ósseo pode ser classi�cado como não lamelar ou lamelar, de acordo
com a organização das �bras de colágeno dentro da matriz óssea. O tecido ósseo não lamelar,
ou imaturo (Figura 2-A), é o primeiro tecido ósseo a ser formado durante o desenvolvimento dos
ossos na vida intrauterina; além disso, está presente durante o crescimento dos ossos, nos
processos de remodelação óssea e na reparação de fraturas. Esse tecido apresenta um aspecto
desorganizado em que as �bras de colágeno estão dispostas aleatoriamente. Já o tecido ósseo
lamelar, ou maduro (Figura 2-B), é predominante em adultos, após a fase de crescimento do
corpo. Nesse tecido, as �bras colágenas da matriz óssea estão dispostas de maneira
organizada, paralelamente entre si, formando conjuntos denominados lamelas ósseas,
aumentando a resistência dos ossos.
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Figura 2 | Disposição das �bras colágenas na matriz extracelular do tecido ósseo. No tecido ósseo não lamelar (A), as �bras
estão dispostas de forma desordenada. No tecido ósseo lamelar, as �bras estão altamente organizadas (B). Fonte: Junqueira
e Carneiro (2023, p. 149).
O tecido ósseo ainda pode ser classi�cado com base em sua organização macroscópica, sendo
osso compacto (denso) ou esponjoso (trabecular) (Figura 3). Ambos apresentam os mesmos
tipos celulares e matriz óssea, mudando apenas entre si a organização de seus elementos e a
quantidade de espaços medulares.
O tecido ósseo compacto, ou denso, representa a maior parte da massa óssea do corpo, e é
encontrado na parte externa de todos os ossos, fornecendo proteção e apoio, sendo resistente
às tensões produzidas pelo peso e movimento. Este tecido apresenta componentes rígidos, com
pouco espaço entre eles, garantindo essa resistência e “dureza”.
O tecido ósseo esponjoso, ou trabecular, está localizado no interior de um osso, protegido por
uma cobertura de tecido ósseo compacto. Este tecido é menos denso e tem uma estrutura
porosa, formando uma rede de trabéculas, que proporciona suporte e �exibilidade. Essa
formação confere leveza na movimentação e permite espaços que podem ser preenchidos pela
medula óssea vermelha, como é o caso dos ossos do quadril.
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Figura 3 | Corte longitudinal da epí�se proximal do fêmur. A parte interna apresenta tecido ósseo esponjoso com numerosas
trabéculas ósseas. A porção externa apresenta tecido ósseo compacto, com estrutura sólida e densa. Fonte: Pawlina (2021,
p. 233).
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Osteogênese
A osteogênese, também chamada de ossi�cação, é o processo pelo qual o tecido ósseo é
formado durante o desenvolvimento embrionário, o crescimento e a reparação dos ossos ao
longo da vida. A formação dos ossos envolve dois processos distintos: a ossi�cação
intramembranosa e a ossi�cação endocondral. Em ambos os processos, o tecido ósseo inicial é
do tipo não lamelar, ou imaturo, que gradualmente é reabsorvido por osteoclastos e substituído
por tecido ósseo lamelar, ou maduro.
A ossi�cação intramembranosa ocorre principalmente na formação de ossos planos, como os
ossos do crânio. Esse tipo de ossi�cação

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