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PATOLOGIA ANIMAL 1 COMPLETO

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PATOLOGIA ANIMAL 1 
RESUMO AULA 1 
 
● FINALIDADE: 
○ diagnosticar e coletar material para exames complementares (microbiológico, 
parasitológico, toxicológico e citológico), assim estabelecendo a causa 
mortis; 
○ compreender a história da doença 
○ Aprender a reconhecer e diferenciar lesões macroscópicas de alterações 
post mortem 
● LOCAL IDEAL: 
○ sala com mesa de inox, possível de lavar e desinfectar 
○ orientada de modo que a luz vá oposto à cabeça 
○ movimentação livre 
● EQUIPAMENTOS: 
○ refrigerador: 2-3 graus negativos para pequenos e -8 à -10 graus para 
grandes 
○ congelamento de carcaça, 18-20 graus negativo 
○ desinfecção e esterilização de equipamentos 
■ tesouras 
■ bisturi e lâminas 
■ faca cabo lavável 
■ cizalha 
■ serra /maquina de serrar/ serra fita 
■ calha de posicionamento 
○ fixadores: formol 10%, álcool etílico e álcool metílico para fixar lâminas; 
 
EXAME NO CADÁVER 
● grupo de sinais pós mortem: perda da função nervosa, respirátoria e cardiáca: atria 
mortis (se perder qualquer uma dessas) 
● Função nervosa: animal fica imóvel, perde a sensibilidade, e tônus muscular, 
relaxamento dos esfíncteres e desaparecimento de todos os reflexos; 
● Função respiratória: falta de movimentos respiratórios, falta de oxigenação dos 
tecidos e resfriamento do cadáver – Algor mortis; 
ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
● processos que vão ocorrer após á morte clinica, sendo possivel definir tempo de 
morte e alterações pós morte 
● avaliação do tempo: cronotanatognose 
● alterações post mortem: são alterações cadavéricas que vão surgir após a morte 
do animal, pode ser classificada como abióticas e bióticas: 
○ abióticas (bactérias que não modificam o aspecto do cadáver, sendo uma 
consequência da perda de função vital do animal), geralmente antes da 
proliferação secundária (representado pelo algor mortis; livor mortis; rigor 
mortis; coagulação sanguínea e embebição de hemoglobina e bile) 
■ Coágulos: parada da circulação sanguínea, as células endoteliais 
deixam de receber suprimento de oxigênio e começam a morrer ... 
desencadeando a coagulação sanguínea (superfície lisa e brilhante, 
são elásticos e destacam-se facilmente da superfície onde estão 
apoiados. Já os trombos são opacos, friáveis e inelásticos e 
apresentam aderidos à parede do vaso sanguíneo ou do endocárdio). 
■ Embebição biliar: manchas amarelo-esverdeadas nos tecidos 
circunvizinhos à vesícula biliar, como diafragma, serosa intestinal e 
estomacal, omento, mesentério, cápsula hepática, entre outros. 
Ocorre devido à autólise rápida da parede da vesícula provocada 
pelos ácidos biliares, (A embebição biliar não deve ser confundida 
com icterícia. A icterícia é uma alteração ante mortem sistêmica) 
■ Embebição hemoglobínica: manchas avermelhadas presentes na 
camada interna de grandes vasos sanguíneos, tecidos claros e vasos 
sanguineos. Aparece em torno de oito a 24 horas após o óbito, devido 
à hemólise post mortem com liberação de hemoglobina que tinge os 
tecidos de vermelho 
■ Meteorismo cadavérico: distensão abdominal provocada pelo 
acúmulo de gases no trato gastrointestinal pela ação dos 
microrganismos de origem intestinal. As vísceras ocas (rúmen, 
omaso, abomaso, estômago, intestino) estão distendidas, cheias de 
gases e às vezes com paredes mais finas. Os gases são formados 
pela fermentação e pela putrefação do conteúdo gastrointestinal. É 
importante diferenciar o timpanismo ou meteorismo post mortem do 
ante mortem, que acontece em qualquer víscera oca. 
■ Deslocamento e ruptura de vísceras:decorrência da fermentação e 
da putrefação do conteúdo gastrointestinal, que originam gases, que 
são deslocados para as porções mais elevadas, em relação ao solo e 
forçam as vísceras a mudarem de posição e até a se romperem. 
■ Pseudoprolapso retal: exteriorização do reto através do ânus, com 
ausência de alterações circulatórias. Ocorre pelo aumento da pressão 
intra-abdominal, determinada pelo timpanismo post mortem. Pela 
ausência de alterações circulatórias, é possível diferenciar o 
pseudoprolapso retal do prolapso retal ante mortem 
○ algor mortis: processo que o cadáver se resfria, incio após 3 horas pós 
morte. 
■ ocorre evaporação 
■ é mais rapido em altas temperaturas sendo mais rápido em animais 
magros e doentes 
■ Animais mortos por processo infeccioso demoram mais pra resfriar 
○ livor mortis: comum manchas na area de contato, ocorre 2-24h após o rigor 
mortis 
■ pode indicar a posição de morte do animal 
○ rigor mortis: vai ocorrer 2-24h pós morte, fixa articulações 
■ Sequência: mm da mandíbula, mm cervical, dos membros, do tronco 
e da cauda – desaparecimento da rigidez ocorre na mesma ordem 
○ Pré-rigor: após a morte, mas há tecidos vivos, presença de glicogênio, 
produção de ácido láctico e queda no pH 
○ Rigor: contração propriamente dita, ausência de ATP e ligação 
actina-miosina não é desfeita 
○ Pós-rigor: predomínio de processos líticos, ligação actina-miosina é desfeita 
e há relaxamento muscular 
○ 
 
○ bióticas sendo caracterizada pela proliferação bacterian, heterólise, 
alteração de forma e odor do orgão 
■ iniciada 1-2 dias após a morte 
■ pseudomelanose: manchas de cor cinza esverdeada devido ao 
sulfametahemoglobina 
■ enfizema cadavérico *acúmulo de ar nos alvéolos que causa ruptura 
dos mesmo*; 
■ maceração: desprende tecidos moles como mucosa, visceras pela 
ação de enzimas, ocorre entre 12 e 24 horas após a morte e, por isso, 
ela não é considerada uma alteração putrefativa ou destrutiva 
■ coliquação ruptura de vísceras:perda progressiva do aspecto e da 
estrutura das vísceras, que se tornam amorfas e amolecidas pela 
ação das enzimas proteolíticas bacterianas, as quais decompõem e 
liquefazem o parênquima das vísceras (liquefação é visualizada 
primeiro em órgãos com maior conteúdo de água, como o sistema 
nervoso central.) 
■ redução esquelética: Com o avançar da putrefação, além da autólise 
e da heterólise, há também a participação de larvas de insetos que 
consomem os tecidos quando o cadáver não está enterrado 
 
ROTEIRO DO EXAME NECROSCÓPICO 
● Identificação: 
○ Espécie 
○ Raça 
○ Sexo 
○ Idade aproximada 
○ Cor do animal 
○ Marcas 
○ características 
○ Identificação: anilhas, brincos, tatuagens ou chips 
● Exame externo: 
○ Estado nutricional 
○ Pelame e Lesões cutâneas 
○ Ectoparasitos 
○ Exame do escroto e glândulas mamárias 
○ Mucosas 
○ Olhos e Pavilhão auricular 
○ Hemorragias, Edemas e Fraturas 
○ Exposição óssea 
○ Sinais de diarreia 
○ Narinas, boca e olhos 
○ Ânus e Genitália 
○ Posicionar o animal em decúbito dorsal com cabeça a esquerda do 
patologista (destro) ou a direita (canhoto) 
○ Prender os membros (acima das articulações do carpo e tarso) 
○ Molhar o cadáver 
 
ABERTURA DO CADÁVER, POR CONJUNTOS: 
● 1º conjunto: língua, faringe, amígdalas, esôfago, laringe, traqueia, 
tireoide/paratireoide, pulmões, coração, timo e linfonodos mediastínicos 
○ Língua: Observe o tamanho, cor e consistência da superfície externa. Faça 
um corte na parte inferior, no sentido maior, e avalie a cor, umidade, 
músculos e espessura da mucosa. 
○ Esôfago: Use uma pinça e tesoura para cortar o esôfago. Observe a 
mucosa, procurando úlceras, erosões, cor e conteúdo. Retire-o sem cortar a 
traqueia. 
○ Traqueia e pulmões: Faça uma incisão da faringe (onde está a epiglote) até 
os brônquios, usando tesoura fina. Avalie o líquido, cor e aparência dos anéis 
traqueais. 
○ Amígdalas: Encontre as amígdalas ao redor da orofaringe e, com pinça e 
bisturi, faça um corte no maior eixo, avaliando tamanho, cor e consistência. 
○ Tireoide e paratireoide: Retire as glândulas e observe tamanho, cor, 
consistência e alterações. 
○ Pulmões: Verifique a consistência, cor e alterações na superfície dos 
pulmões. Se houver, examine o timo e linfonodos. 
○ Coração: Para um patologista destro, segure o coração com a mão esquerda 
e posicione o lado esquerdo do coração à sua direita.Faça o corte com 
tesoura curva, começando pela veia cava no lado direito e indo até o ápice, 
depois gire o coração e corte em direção à artéria pulmonar. Repita o 
processo para as veias pulmonares, passando pelo átrio esquerdo até a 
aorta. 
○ Observação do coração: Durante o corte, observe as válvulas 
(atrio-ventriculares e semilunares) quanto à aparência, presença de coágulos 
e a proporção entre os ventrículos (esquerdo e direito), que deve ser 3:1. 
Faça cortes no miocárdio para avaliar a superfície. 
● 2º conjunto: omento e baço: 
○ Separar o omento do baço com a tesoura. O omento deve ser avaliado 
quanto a cor, quantidade de gordura, vasos e lesões. 
○ O baço deve ter a superfície externa avaliada quanto a cor, tamanho, 
consistência e alterações. Fazer o corte no sentido do maior eixo na região 
do hilo. Observar a cor, polpa branca, polpa vermelha e alterações 
● 3º conjunto: intestinos (exceto duodeno); 
○ Posicionar as alças em zig zag, observar o diâmetro das alças. Com o 
enterótomo ou tesoura reta cortar os segmentos alternadamente iniciando do 
jejuno ao reto. 
○ Observar o conteúdo, mucosa, espessura da parede e presença de 
parasitas. 
○ Lavar delicadamente e observar a mucosa intestinal. Não raspar a mucosa 
com os dedos ou instrumental 
● 4º conjunto: diafragma, fígado, vesícula biliar, estômago, duodeno, pâncreas e 
gânglios mesentéricos; 
○ Inicialmente é feita a avaliação da permeabilidade das vias biliares através 
da manobra de Virshow. 
○ Abrir o estômago pela curvatura maior para avaliar o conteúdo e mucosa. 
Separar todos os componentes do conjunto. 
○ Fígado: superfície externa quanto a cor, tamanho, consistência, bordos e 
lobos. Superfície de corte: cortes realizados em vários sentidos para 
observar vasos, alterações e consistência. 
○ Vesícula biliar : com a tesoura realizar a incisão a partir do fundo cego. 
Verificar espessura da parede, presença de cálculos ou lesões. 
○ Diafragma: observar lisura, brilho, rupturas ou alterações. 
○ Pâncreas: superfície externa quanto a cor, tamanho, lobulação e 
consistência. Cortar no sentido do eixo maior do órgão e observar cor e 
alterações. 
● 5º conjunto: aparelho urogenital, adrenais e ânus; 
○ Adrenais: análise comparativa da superfície externa, observar cor, tamanho e 
consistência. Ao corte no maior eixo do órgão, observar cor, zona cortical e 
medular, além de alterações. 
○ Rins: observar gordura peri-renal, na superfície externa observar cor, 
tamanho e consistência. Fixar o órgão com a esponja e realizar um corte 
sagital em ambos os rins, retirar suas respectivas cápsulas com auxílio da 
pinça. Observar a superfície de corte analisando a zona cortical, medular e a 
pelve. 
○ Ureteres 
○ Bexiga: repleta/vazia, cortar pelo fundo cego e verificar coloração, cheiro e 
aspecto do conteúdo. Observar a mucosa. Seguir a abertura da uretra. 
○ Fêmeas: realizar abertura e exame da vagina, cérvix, cornos uterinos e 
ovários que devem ser abertos da mesma forma que os rins, ou seja, com 
auxílio da esponja ou pano. 
○ Machos: cortar a uretra com auxílio da tentacânula e tesoura, atentando para 
o osso peniano que pode dificultar a abertura. Observar a próstata, prepúcio, 
uretra e mucosa peniana. Os testículos são cortados com a faca e avaliados 
comparativamente quanto à cor, tamanho, consistência, alterações, avaliar 
também as túnicas vaginais e espermáticas quanto a lisura e brilho. 
● 6º conjunto: meninges, cérebro, cerebelo e bulbo; 
○ Medula espinhal: abertura só quando houver suspeita clínica. Cérebro, 
cerebelo, pedúnculo e bulbo 
■ Superfície externa: tamanho, cor, consistência e alterações 
■ Superfície interna: cor, substância branca/cinzenta e alterações 
Observação: às vezes é necessário ficar o cérebro inteiro em formol 
10% por se tratar de um órgão frágil 
○ Exame de raiva: Cornos de Amon (hipotálamo) – incisão é feita contando três 
giros a partir da porção interna hemisfério cerebral de ambos os lados

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