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1 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
Morfologia do sistema locomotor: 
• Membros locomotores: torácicos (anteriores) e pélvicos (posteriores). 
• Coluna: cervical e toracolombar. 
 
• Tecidos que auxiliam na locomoção: 
- tecido ósseo: sustentação e estrutura. 
- tecido muscular: promove a movimentação. 
- tendões: origem muscular e inserção óssea. Responsável pela movimentação juntamente com o 
músculo. 
- ligamentos: origem óssea e inserção óssea. Promove estabilidade. 
- articulações 
Tendão flexor digital profundo: origem no músculo flexor, se insere na falange distal. Se houver alguma 
lesão nele, o animal não vai mais conseguir flexionar a falange distal pois ele é o único ali. 
Tendão flexor digital superficial: origem no músculo flexor e possuí duas inserções, uma no distalmente 
na falange proximal e proximal na falange média. Um dos tendões responsável pela movimentação do 
boleto. 
Ligamento suspensor do boleto ou ligamento interósseo: mantém a estabilidade do boleto, origem na 
face proximal do terceiro metacarpiano/metatarsiano, ao longo ele se bifurca e tem inserção nos 
sesamóides proximais. 
*abaixo do carpo e abaixo do curvilhão, não há musculatura!* 
 
Características: 
• Apoio sobre um único dedo. 
 
• Centro de gravidade do cavalo: 
- MAS 70% : MPS 30% 
- por conta da maior parte do peso ser 
distribuída nos membros anteriores, isso gera 
um maior índice de claudicação de membros 
anteriores. 
 
• Sobrecarga em regiões específicas na 
dependência da utilização do animal. 
 
 
 
Semiologia do sistema locomotor: 
• Identificação 
• Histórico/anamnese 
• Exame físico 
• Inspeção 
• Palpação 
 
2 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
• Teste de flexão e extensão 
• Bloqueios anestésicos 
• Exames complementares 
 
IDENTIFICAÇÃO/ANAMNESE 
➢ Dados do animal: 
- idade (ex: DOD= doença ortopédica do desenvolvimento, osteoartroses) 
- raça 
 
➢ Manejo geral 
➢ Manejo alimentar 
➢ Uso do animal 
 
➢ Queixa principal: 
- quando? 
- qual membro? 
- antes/durante/depois do treino? 
 
➢ Informações subjetivas x objetivas 
 
INSPEÇÃO 
➢ Com o animal parado: em diferentes ângulos 
- Posição 
- Atitude 
- Aprumos 
- Constituição física 
- normal: as mãos ficam 
paralelas paradas em estaca e 
os pés de tempo em tempo 
alternando o apoio. 
 
➢ Sinais de dor (claudicação): 
- distúrbio estrutural ou 
funcional, visível normalmente 
durante a locomoção. 
 
➢ Alterações visíveis: 
- aumento de volume 
- atrofia/assimetria 
 
 
 
 
 
 
Animal com lordose Animal com sifóse 
 
3 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
➢ Inspeção em movimento: 
- em linha reta: membros anteriores preferencialmente 
vistos de frente e membros posteriores preferencialmente 
vistos de trás. 
- vista lateral: para ver a amplitude de movimento. 
 
➢ Movimentos de cabeça: o animal abaixa a cabeça quando 
está pisando na mão boa. 
- o cavalo faz “sim” pra mão. 
 
➢ Abaixamento/assimetria de garupa: 
 
➢ Graduar a claudicação: 0-5 / 0-10 
 
 
PALPAÇÃO 
➢ Cranial > Caudal 
- musculatura 
- coluna 
 
➢ Distal > proximal 
- membros 
- mobilidade das articulações 
- tendões e ligamentos 
- ossos 
- presença de efusões sinoviais 
- consistência 
 
TESTE DE FLEXÃO 
➢ Serve para evidenciar a claudicação. 
➢ Flexionar por 1 minuto e depois colocar para trotar. 
➢ Sempre tomar o cuidado de flexionar uma articulação por vez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste do esparavão 
 
4 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
TESTE DE EXTENSÃO 
➢ Não é feito por um minuto, e serve apenas para ver se o animal consegue fazer os movimentos 
ou não, então não precisa por para trotar logo após. 
 
BLOQUEIOS ANESTÉSICOS 
➢ Bloqueios perineurais: são os mais feitos 
- feito no subcutâneo, ao redor dos nervos. 
 
➢ Bloqueios intrarticulares: 
- antissepsia 
- luva estéril 
 
➢ Bloqueios específicos: 
- bolsa do navicular 
- origem do ligamento suspensor 
 
EXAME RADIOGRÁFICO 
➢ Princípios básicos: 
- qualidade do exame 
- leitura radiográfica 
- diagnóstico e/ou prognóstico 
 
➢ Projeções radiográficas de acordo com a região desejada. 
 
EXAME ULTRASSONOGRÁFICO 
➢ Exame dinâmico 
➢ Zonas/sessões 
 
 
OUTROS EXAMES 
➢ Ressonância magnética 
➢ Tomografia computadorizada 
➢ Coleta de líquido sinovial: animal em posição quadrupedal, antissepsia, analisar macro também. 
- analise laboratorial: proteína (até 2g/dL), hemácias (ausente), leucócitos (até 1000 cél/mm³). 
 
 
5 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
Hematoma subsolear e abscesso subsolear (broca) 
CAUSA 
➢ Ferraduras mal colocadas 
➢ Traumas: pisos, pedras, objetos penetrantes (pregos). 
 
LOCALIZAÇÃO 
➢ Traumas: mais comum entre talões e ranilha 
➢ Brocas: mais comum na sola. 
 
CAUSA 
➢ Broca: infecção bacteriana, caracterizada por acúmulo 
de material enegrecido, mal cheiroso, necrótico. 
 
➢ Diferentes organismos, mais comum fusobacterium 
necrophorum (anaeróbia). 
➢ Relação com falha de manejo: falta de higiene e piso 
úmido. 
 
SINTOMAS 
➢ Claudicação: relutância em apoiar o membro (apoio em pinça), 
encurtamento do passo. 
 
➢ Pode ocorrer edema de membro (godet positivo!). 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Aumento na temperatura do casco 
➢ Resposta ao pinçamento do casco (dor) 
➢ Regiões enegrecidas na sola 
 
➢ Bloqueio diagnóstico: 
- em casos assim de inflamação o bloqueio não pega. 
 
TRATAMENTO 
➢ Correção da ferradura (etiologia?) 
➢ Descompressão do casco (casqueamento) 
 
➢ Pedilúvios quentes para os abcessos ficarem ao ponto de serem 
drenados e pedilúvios antissépticos para limpeza do casco: 
- hipoclorito de sódio (água sanitária)/permanganato de potássio. 
 
➢ Analgésicos/anti-inflamatórios não esteroidais: 
- fenilbutazona (2,2 mg/kg a 4,4 mg/kg) ou flunixina meglumina (banamini) 1,1 mg/kg, BID por 5 
a 7 dias 
 
➢ Antibioticoterapia (para tratar os abscessos) 
➢ Soro antitetânico (vacina) dose de 5.000 a 10.000 UI 
 
COMPLICAÇÕES 
➢ Osteite podal (infecção óssea). 
 
Ponto de drenagem 
Ponto de auto-drenagem, 
muito comum acima da 
coroa 
 
6 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
 
Síndrome/doença do navicular ou podotrocleose 
• Doença degenerativa, progressiva e de origem controversa. 
 
• Multifatorial: fatores predisponentes (má conformação dos cascos, trabalho excessivo ou 
inadequado, idade). 
 
• Comum em animais com mais de 6-8 anos 
 
• Membros anteriores de forma bilateral (muito 
comum em animais de salto). 
- quando o bloqueio é feito em um membro, é 
normal que o animal comece a mancar do outro. 
 
ESTRUTURAS RELACIONADAS 
➢ Osso sesamóide distal 
➢ Ligamento colateral do osso navicular 
➢ Ligamento ímpar 
➢ Bursa do navicular 
➢ Tendão flexor digital profundo 
 
SINTOMAS 
➢ Claudicação progressiva mas intermitente 
➢ Evidente a rejeição ao andamento (cavalo pisa em ovos) 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Movimentos circulares pioram o quadro. 
➢ Pinça de casco positiva. 
➢ Bloqueio anestésico positivo (bloqueio do nervo digital palmar/plantar). 
➢ Teste de flexão da região distal é positivo. 
 
EXAME COMPLEMENTAR 
➢ Radiologia (incidências dorso palmar/plantar e slyline) 
- lise óssea, perda da relação corticomedular. 
- lesões de lollypop 
 
➢ Ressonância magnética 
 
TRATAMENTO 
➢ Ferrageamento corretivo (pinça rolada/arredondada) 
- facilita a locomoção do animal tirando a pressão entre o tendão flexor digital profundo e o 
osso navicular. 
 
➢ Ferraduras ortopédicas (ferradura fechada) 
 
➢ Analgésicos/anti-inflamatórios: sistêmico (AINE) / local (articulação interfalangeana distal ou 
bursa AIE – corticóide). 
 
➢ Agentes vasomoduladores: facilita a perfusão na região e retarda a degeneração. 
- isoxsuprine 0,6mg/kg, via oral BID e SID – manutenção 
 
➢ Tildren (ácido tiludrônico – europa) 
➢ Neurectomiaquímica ou cirúrgica (paliativo) 
 
 
7 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
Laminite 
Pododermatite asséptica difusa ou aguamento 
 
• Lesão inflamatória nas lâminas dérmicas. 
 
• Considerado um processo desencadeado por liberação excessiva de enzimas degradantes 
(metaloproteinases). 
 
• Falha na união do tecido conjuntivo da derme ou cório laminar e a camada basal da lâmina 
epidérmica. 
 
• Várias afecções primárias predisponentes. 
 
HISTÓRICO 
➢ Secundária a alterações inflamatórias sistêmicas 
➢ Membros anteriores de forma bilateral 
➢ Membro contralateral ao membro que tiver lesionado. 
➢ Equinos que possuem resistência insulínica podem ter laminite. 
 
INSPEÇÃO/PALPAÇÃO 
➢ Atitude patognomônica: o animal joga o peso para 
trás, ficando em uma posição “cabo-de-guerra”. 
➢ Casos quentes 
➢ Pulso 
➢ Pinçamento de casco positivo, de forma difusa. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
➢ Fase pré-clínica (pré-laminite): 
- antes do início da claudicação, o animal não 
apresenta dor porém as lâminas já estão 
inflamadas. 
- preservação da união dérmica/epidérmica 
- aumento de temperatura dos cascos e pulso 
digital 
- nesta fase ainda é possível impedir que as 
laminas descolem, com crioterapia contínua! 
 
➢ Fase clínica: 
- ocorrência de lesão (ou separação) 
dérmica/epidérmica 
- claudicação evidente 
- aumento de temperatura dos cascos e pulso 
digital 
- pinçamento de cascos positivo 
 
PREVENÇÃO 
➢ Tratamento das doenças primárias 
➢ Crioterapia contínua por 48 a 72 horas (seguidos!) 
 
➢ Resfriamento das extremidades para reduzir fluxo sanguíneo local 
- redução de até 85% da perfusão local 
 
➢ Menor exposição dos tecidos a citocinas 
➢ Menor ativação de metaloproteinases 
 
A falange distal deveria 
ficar paralela à parede 
distal do casco, e não 
está. 
O animal pisa na própria 
falange que está rotacionada. 
 
8 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
TRATAMENTO 
➢ Tratar a causa primária! 
➢ Acepromazina (vasodilatação periférica): 0,02-0,05 IV ou IM – QID/TID (utilizada apenas na 
fase clínica) 
 
➢ Agentes vasomoduladores 
- isoxsuprine 
- pentoxifilina (age nas hemácias) 
 
➢ Anti-inflamatórios 
- fenilbutazona (4,4 mg/kg BID ou SID) 
- cetoprofeno (2,2 mg/kg BID ou SID) 
 
➢ Botas protetoras ou ferraduras corretivas 
➢ Cama sempre alta 
➢ Bandagens para melhor sustentação dos membros 
➢ Biotina: crescimento dos cascos. 
 
Tendões: 
Tendinite e desmite 
• Inflamação: 
- tendões: tendinite 
- ligamentos: desmite 
 
• Afecção mais comum nos cavalos atletas, qualquer atividade atlética leva a processo inflamatório 
suportável (?). 
 
• Tendões: 
- posturais: tendão flexor digital profundo. 
- elásticos: tendão flexor digital supeficial e ligamento 
suspensório. 
 
• Maior frequência de lesões: 
- tendão flexor digital superficial (1) 
- ligamento suspensório (3) 
- tendão flexor digital profundo (2) 
 
• Patogenia: esforço repetitivo ou trauma intenso (hemorragia 
e edema, inflamação, acúmulo transudato e 
desarranjo das fibras tendíneas ou 
ligamentares. Substituição das fibras 
colágenas tipo I por tipo III, formando fibrose). 
 
• Classificadas dependendo da fase: 
- fase aguda: ruptura da matriz tendínea e 
hemorragia – inflamação. 
 
- fase subaguda: angiogênese e invasão de 
fibroblastos – cicatrização. 
 
- fase crônica: remodelação. 
 
9 01 a 22 de março de 2021 – Clínica de grandes animais I 
SINTOMAS 
➢ Aumento de volume e claudicação de 
diferentes graus, dependendo do local e 
tamanho da lesão. 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Palpação e inspeção local evidenciam dor, 
aumento de temperatura e de volume local. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
➢ Ultrassonografia: para diagnóstico preciso 
do grau da lesão, já consegue ver 
detalhadamente. 
 
➢ Ressonância magnética. 
 
TRATAMENTO: depende do grau da lesão. 
➢ Repouso (se possível) 
 
➢ Crioterapia 
- menos de 30 minutos (processos agudos) 
- mais de 30 minutos (processos crônicos) 
 
➢ Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais: 
- fenilbutazona 
- cetropofeno 
- flunixina meglunima (banamini) 
 
➢ Pomadas locais com bandagem compressiva 
➢ Infiltrações locais (Hyaluronato de sódio) 
 
➢ Fisioterapia: 
- laser 
- ultra-som 
 
➢ Ferraduras corretivas: aumentando a área de sustentação dos cascos. 
➢ Terapia com células tronco ou PRP 
 
➢ Fase aguda: controle da inflamação 
- fisioterapia (frio) 
- esteróides de curta duração 
 
➢ Fase subaguda: estímulo da organização 
- exercício monitorado 
- anti-inflamatórios 
 
➢ Fase crônica: melhorar a função. 
- exercício 
- ondas de choque extracorpóreo

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