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ENTREVISTA – 17/04/2023 - PARTE 2 – GERENTE Anteriormente, você havia citado como uma decisão crítica, a modernidade dentro da organização. Ao que se refere essa modernidade? E1: “Eu me refiro especificamente as operações da empresa. Eu diria que é algo mais interno essa questão da modernidade. Eu considero que a empresa ela está um pouco ultrapassada em processos. Citando como exemplo, na empresa nós ainda temos muito a falsa necessidade de ter contato com processos físicos, entende? Eu chamo de falsa necessidade porque eu conhecendo todo o processo e já tendo até tentado implementar uma forma diferente de lidar com isso, eu sei que nós não temos essa necessidade de ter o processo em mãos, me referindo a papéis, sendo mais direto. E eu acho que isso faz com que a empresa acabe desperdiçando muito tempo para organizar isso, tempo esse que poderia ser convertido para explorar outras coisas. Então, falando da modernidade, eu levo mais para o ambiente interno. E se for levar para o ambiente externo, eu poderia citar uma atenção maior para as mídias sociais, no momento em que nós estamos vivendo, é muito relevante a questão das mídias sociais porque se você não é visto, você não vai ser lembrado. O principal nesse momento que nós estamos e a tendência é que com o passar do tempo, a empresa vai ficar muito para trás nesse sentido. Então eu cito a modernidade internamente em relação as operações, a empresa ainda é muito apegada aos processos e até dificulta se houver a necessidade de uma flexibilidade, como aconteceu na pandemia. O nosso trabalho foi extremamente prejudicado porque nós tínhamos que lidar com os arquivos, então quando nos deparamos com aquela situação de home office, todo o processo teve que ser revisto. Foram tomadas algumas decisões para que não houvesse a necessidade dos papéis, mas posteriormente voltou para essa questão dos processos físicos. Voltou tudo como era antes, e aí estamos novamente apegados aos processos. E com uma dificuldade para lidar com eles, eu diria, porque não tem espaço para eles na empresa e não tem tempo para que eles sejam cuidados da forma como deveria.” Você acha importante monitorar o comportamento da concorrência no mercado que a organização está inserida? E1: “Sim, com certeza. Eu acho que no mercado é relevante você saber a forma como seu concorrente está trabalhando e por que ele está trabalhando daquela forma. E se possível, você verificar se está tendo resultados positivos, porque eu acho que quando a gente visualiza isso, a gente percebe em que nós podemos fazer diferente para ficar mais competitivo. Levando esse ponto para nossa empresa, ela não visualiza isso, ela está encaixotada. Então, é de extrema importância analisar, verificar, observar a forma como os concorrentes trabalham, para que você possa perceber se você está seguindo a mesma linha, se você está ficando para trás, se você está à frente.” ENTREVISTA - 18/04/2023 - SÓCIA Considerando as particularidades do ambiente externo à organização, quais são as decisões críticas que precisam ser tomadas pela empresa com base nas suas operações? E2: “No momento em que a empresa está, acho que a decisão mais crítica seria procurar meios para reduzir nossos custos. Dependendo de como as coisas avançarem, acho importante a gente pensar num futuro próximo, tipo reduzir o trabalho com papéis, deixar todos os processos no sistema, essas coisas. Porque assim, a gente pode deixar de imprimir, não ter gastos com papel e impressora, e até deixando o escritório mais organizado, porque nesse momento a gente tá sofrendo muito com o acúmulo de papel. Outra coisa é a pensar na prosperidade da empresa, como somos só eu e o meu esposo (sócio majoritário), então a gente fica sem saída em casos de se ausentar da corretora, porque não tem quem assuma nossas tarefas, por mais que a gente tenha apoio de todas as funcionárias, a atividade que a gente faz do contato com o cliente, de oferecer suporte ao cliente, não temos como repassar isso porque ia sobrecarregar e prejudicar o trabalho. Então, eu acho que as decisões que a gente tem que tomar é pensar em como a gente pode reorganizar nossa rotina aqui pra reduzir custos, e o fato de pensar no futuro, de como a empresa pode trabalhar sem a nossa presença.” Esses pontos citados seriam afetados por alguma interferência externa? E2: “Acho que na questão dos custos, afeta por conta dos preços das coisas, no geral tudo aumenta, e a gente precisa dar conta de produzir mais pra pagar as contas. E a produção depende de nós que estamos na venda, eu e o Alexandre (sócio), e os outros corretores, então como só a gente faz esse papel, além da gestão da empresa, acho que uma coisa acaba ligando a outra. Na pandemia tudo ficou incerto, as pessoas não sabiam se iam continuar fazendo o seguro, porque ninguém saía de casa, então ninguém enxergava a necessidade de renovar o seguro do seu carro. Por isso, também é importante pensar em investir em outros produtos, não ficar refém só de vender seguro pra carro, porque quando acontece uma coisa que a gente não espera, a gente não sabe como agir, como argumentar pra vender.” Continuando nessa questão do ambiente externo, quais são as tendências de mercado que a empresa visualiza como uma oportunidade de investimento? E2: “Como eu falei, a gente tem que observar outros caminhos, diversificar nosso serviço pra que seja mais proveitoso pra gente. Uma visão que eu tenho, que nós podemos praticar aqui na empresa, é investir mais em comunicação com nossos clientes já fidelizados dos produtos de carro e residencial, pra tentar vender planos de saúde. Eu mesma já busquei entender sobre os planos, porque tenho interesse, já fiz algumas vendas, mas não se compara ao volume que nós temos de clientes que podem fechar negócio com seguro saúde. Depois da pandemia, todo mundo se preocupou mais com isso, os planos tiveram muita procura para negociar, e eu acho que a tendência é só aumentar porque as pessoas tão enxergando que manter a saúde lhe deixa menos vulnerável quando você adoece, por exemplo. Fora que o plano de saúde não é só em caso de doença, tem muitos outros benefícios, quando eu vendo já repasso para os clientes. Ai eu acho que a gente pode investir mais nisso, se organizar nossas atividades diárias, a gente consegue colocar isso pra frente.” Nesse caso, quais os recursos você enxerga necessário para esse investimento? E2: “Não precisa de investimentos altos, acho que é questão de tempo mesmo, porque por mais que eu assuma, alguém precisa me dar suporte com minhas outras atividades, ou nessa questão da venda do plano de saúde mesmo. Então precisaria de uma pessoa que me auxiliasse nisso, até o momento que seja uma atividade que esteja incluída na rotina e não pese tanto ou demande tempo demais, na venda, na transmissão do seguro saúde, ou no cadastro no sistema.” Quais são os desafios críticos identificados pela organização sobre suas operações? E2: “Primeiramente, lidar com vendas é um desafio porque tem clientes que o perfil não é o mais fácil de lidar, mas que a gente já sabe como falar pra que eles entendam e feche a renovação do seguro. Ainda mais quando ele nunca precisou usar o seguro, e ai acha que não precisa renovar, mas o trabalho que a gente faz para que eles entendam a importância daquilo, se torna um desafio a cada dia que passa. A questão também da concorrência, é um mercado que qualquer pessoa pode entrar, vender seguro, receber comissão e pronto. Fica mais cansativo porque a gente tem que lutar com as nossas armas pra vender o nosso serviço, é realmente competir com o outro, mexer em todos os pontos pra ficar com melhor custo-benefício e mostrar que o nosso atendimento vai ser melhor, as vezes a gente acaba perdendo um pouco pra ficar o melhor valor pro cliente.”