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EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - COLABORAÇÃO PARA O 
TRÁFICO DE DROGAS - ABSOLVIÇÃO - ATIPICIDADE DA 
CONDUTA - NECESSIDADE - GRUPO, ORGANIZAÇÃO OU 
ASSOCIAÇÃO - EXISTÊNCIA NÃO DEMONSTRADA - CONDUTA 
ATÍPICA - RECURSO PROVIDO. 
1. Não demonstrada a existência de grupo, organização ou 
associação criminosa a se beneficiar de informação 
proveniente da conduta do réu como colaborador, impõe-se 
a absolvição do recorrente por atipicidade da conduta. 
2. Recurso provido. (TJMG - Apelação Criminal 1.0000.24.207545-5/001, 
Relator(a): Des.(a) Paulo de Tarso Tamburini Souza , 3ª CÂMARA CRIMINAL, 
julgamento em 03/09/2024, publicação da súmula em 05/09/2024) 
 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - AUSÊNCIA DE INTERESSE 
RECURSAL E OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE - 
CONHECIMENTO PARCIAL DOS RECURSOS - RÉU COM APENAS 
15 ANOS NA DATA DO CRIME DE LESÃO CORPORAL - 
INIMPUTABILIDADE E ILEGITIMIDADE PASSIVA - 
RECONHECIMENTO - SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO - 
INTERNAÇÃO EM COMUNIDADE TERAPÊUTICA - DELITO 
CONFIGURADO EM RELAÇÃO A DUAS VÍTIMAS - AUTORIA 
DEMONSTRADA EM RELAÇÃO A UM DOS RÉUS - ABSOLVIÇÃO - 
IMPOSSIBILIDADE - PROVAS FRÁGEIS ACERCA DO 
ENVOLVIMENTO DOS DEMAIS ACUSADOS - CONDENAÇÃO - 
IMPOSSIBILIDADE - ROUBO, AMEAÇA E LESÃO CORPORAL - 
PROVAS FRÁGEIS - CONDENAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - POSSE 
ILEGAL DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA - 
AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADAS EM RELAÇÃO A 
UM DOS ACUSADOS - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - 
DISPARO DE ARMA DE FOGO - AUTORIA DEMONSTRADA EM 
RELAÇÃO A UM DOS RÉUS - CONDENAÇÃO - POSSIBILIDADE - 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - NÚMERO MÍNIMO DE AGENTES 
NÃO EVIDENCIADO - CONDENAÇÃO - INVIABILIDADE - CUSTAS 
- MATÉRIA AFETA À EXECUÇÃO PENAL. Verificando-se que 
acusação e defesa, em suas razões, formularam pedidos já 
atendidos na r. sentença, forçoso reconhecer a ausência de 
interesse recursal, devendo os recursos serem conhecidos 
exclusivamente em relação aos capítulos em que restaram 
sucumbentes. Constatando-se que, em parte, as razões 
recursais do Ministério Público não expõem os motivos de fato 
e de direito pelos quais pretende a reforma da sentença, 
apresentando narrativa confusa, tais pedidos não podem ser 
conhecidos, por violação ao princípio da dialeticidade. Sendo 
o restante das razões recursais ministeriais suficientemente 
compreensíveis, estando presente o interesse e a legitimidade 
recursal, impõe-se, nesta extensão, o seu conhecimento. 
Reconhecida a inimputabilidade do agente, por ser menor de 
18 anos à época de parte dos crimes imputados na denúncia, 
impõe-se a anulação do processo relativamente a ele, por 
manifesta ilegitimidade de parte passiva. Havendo 
comprovação da materialidade e da autoria dos crimes de 
sequestro e cárcere privado em relação a duas vítimas, não 
há como acolher a pretensão defensiva de absolvição por 
insuficiência de provas. A prolação de sentença condenatória 
pressupõe produção de prova firme e robusta, sem a qual se 
impõe a manutenção da sentença que absolveu oito 
acusados quanto aos crimes de sequestro e cárcere privado, 
bem como de todos os réus pelos crimes de roubo, ameaça e 
lesão corporal. Demonstrado que o agente possuía arma de 
fogo com numeração suprimida, além de manter consigo 
munições, bem como comprovada a eficiência e 
prestabilidade desses artefatos, resta devidamente 
configurado o crime do artigo 16, §1º, inc. IV, da Lei 10.826/03, 
não havendo que se falar em absolvição por insuficiência de 
provas. Não evidenciado o liame subjetivo dos demais 
acusados com a posse de arma de fogo com numeração 
suprimida, deve ser mantido o édito absolutório. Existindo nos 
autos provas suficientes de que um dos réus efetuou disparos 
de arma de fogo em local habitado, conduta não destinada 
à prática de outro crime, impõe-se a condenação pelo crime 
do artigo 15 da Lei 10.826/03, não havendo que se falar em 
desclassificação para o crime de ameaça. Ausentes 
elementos capazes de comprovar, com absoluta certeza, que 
os apelados integravam organização criminosa, de maneira 
estável, impõe-se a absolvição do delito previsto no artigo 2º, 
da Lei 12.850/13. É na fase da execução que a alegada 
miserabilidade jurídica do condenado deverá ser examinada, 
a fim de se conceder ou não a isenção de 
custas. (TJMG - Apelação Criminal 1.0000.23.178895-1/001, Relator(a): 
Des.(a) Maria Luíza de Marilac , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 
27/08/2024, publicação da súmula em 29/08/2024) 
 
 
EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS - COMÉRCIO ILEGAL DE 
ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES E PORTE ILEGAL DE ARMA DE 
FOGO - RECURSOS DEFENSIVOS - PRELIMINAR - ILICITUDE DA 
ESCUTA TELEFÔNICA E DOS RELATÓRIOS TÉCNICOS - REJEIÇÃO 
- MÉRITO - ABSOLVIÇÃO OU DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME 
DE POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - INADMISSIBILIDADE - 
MATERIALIDADES E AUTORIAS DEVIDAMENTE COMPROVADAS - 
TIPICIDADE DAS CONDUTAS - ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
- NÃO CONFIGURAÇÃO - CONDENAÇÕES MANTIDAS - 
REDUÇÃO DAS PENASE E DECOTE DA MAJORANTE - 
IMPOSSIBILIDADE - RECURSO MINISTERIAL - CONDENAÇÃO 
PELOS CRIMES DE COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO E 
MUNIÇÃO E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - INVIABILIDADE - 
DÚVIDAS ACERCA DA PRÁTICA DELITIVA POR ALGUM DOS RÉUS- 
ABSOLVIÇÕES MANTIDAS - RECONHECIMENTO DO CONCURSO 
MATERIAL EM DETRIMENTO DA CONTINUIDADE DELITIVA - 
INADMISSIBILIDADE - DECRETAÇÃO DA PERDA DO CARGO 
PÚBLICO DO RÉUS - DESCABIMENTO - APELOS DESPROVIDOS. -1. 
Não sendo constatada a existência de qualquer nulidade nas 
provas obtidas nos aparelhos celulares dos acusados, bem 
como nos áudios extraídos da interceptação telefônica, cuja 
transcrição pode ser perfeitamente realizada pela autoridade 
policial, sendo dispensável a perícia técnica, imperiosa a 
rejeição da preliminar de nulidade dos referidos elementos de 
prova. 2. Restando devidamente comprovadas nos autos a 
materialidade e a autoria dos crimes de comércio ilegal de 
arma de fogo e munições, bem como do delito de porte ilegal 
de arma de fogo de uso permitido, sobretudo diante da 
transcrição da interceptação telefônica, a qual foi 
corroborada pelas demais provas colhidas, sendo inequívoca, 
ainda, a tipicidade das condutas perpetradas pelos réus, não 
há que se cogitar em absolvição ou em desclassificação para 
o delito de posse ilegal de arma de fogo, impondo-se, pois, a 
manutenção das condenações firmadas em primeira 
instância, por seus próprios fundamentos. 3. Não restando 
demonstrado que o acusado Ramon agiu sem conhecimento 
da ilicitude de sua conduta, não há que se cogitar em sua 
absolvição ou em redução de sua pena, com fundamento no 
art. 21 do Código Penal. 4. Considerando que as penas foram 
fixadas com estrita observância aos artigos 59 e 68 do Código 
Penal, guardando a devida proporcionalidade e a 
necessidade para o caráter preventivo e repressivo da 
sanção, não há de se cogitar em qualquer espécie de reparo. 
5. Integrando dois dos réus, à época dos fatos, os quadros da 
polícia militar, mostra-se devida a incidência da causa de 
aumento do art. 20, inciso I, da Lei 10.826/03, com o 
consequente aumento da reprimenda em 1/2 (metade), tal 
como procedido pelo MM. Juiz a quo. 6. Inexistindo nos autos 
provas contundentes acerca da prática dos delitos de 
comércio ilegal de arma de fogo pelos apelados Ramon 
(crimes 6, 16, 23 e 24), Maraí (crime 1), Emerson (crimes 1, 15, e 
29), Diego (crime 27), Marcelly (crime 7), Maria Aparecida 
(crime 7), e Delson (crime 26), imperiosa a manutenção das 
absolvições firmadas em primeira instância quanto a tal 
imputação, por seus próprios fundamentos. 7. Não sendo 
comprovado nos autos, de forma inequívoca, que os 
acusados se associaram, de forma estável e permanente, e, 
sobretudo, de forma organizada e hierarquizada, com nítida 
divisão de tarefas e funções específicas, com o fim de praticar 
delitos previstos no Estatuto do Desarmamento, tendo o 
conjunto probatório demonstradotão somente que parte dos 
réus exercia o comércio ilícito de armas de fogo e munições, 
ainda que algumas das vezes em concurso entre si, mas longe 
de integrarem uma estrutura organizada e com tarefas 
divididas entre os seus membros, não há que se cogitar em sua 
condenação nas sanções do art. 2º da Lei 12.850/03. 8. Sendo 
as provas produzidas contundentes em apontar que, 
mediante mais de uma ação, houve a prática de vários crimes 
da mesma espécie, sendo que, pelas condições de tempo, 
lugar e maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos c (TJMG - Apelação 
Criminal 1.0479.18.009543-8/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Machado , 1ª 
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 27/08/2024, publicação da súmula em 
28/08/2024) 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - PRELIMINAR - INÉPCIA DA 
DENÚNCIA - REJEIÇÃO - MÉRITO - ROUBO MAJORADO E ART. 
288, CAPUT, DO CP - ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE - PROVA 
JUDICIAL FRÁGIL - AUTORIA NÃO COMPROVADA - 
ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE - IN DUBIO PRO REO. 
- Não há como taxar de inepta a denúncia que descreve 
todas as circunstâncias fáticas relevantes quanto ao delito, 
preenchendo os pressupostos exigidos no artigo 41 do CPP e, 
por consequência, permitindo ao réu o exercício da ampla 
defesa. 
-Deve ser acolhida a súplica absolutória em homenagem ao 
principio "in dubio pro reo", se as provas colhidas deixam 
dúvidas quanto à autoria delituosa. 
- Ausentes os elementos caracterizadores do crime do art. 288 
do CP, com a redação que lhe foi dada pela Lei 12.850/2013, 
ou seja, a associação de três ou mais pessoas, de maneira 
preordenada, organizada, com aspectos de estabilidade e 
permanência para a prática de crimes, inviável se condenar o 
acusado pela prática desse especial delito. 
V.V. - Suficientemente comprovada a autoria do crime de 
roubo narrado na denúncia em relação a um dos apelantes, 
deve ser mantida a sua condenação, não havendo que se 
falar em absolvição ou em desclassificação benéfica. 
- A não apreensão da arma utilizada e, consequentemente, a 
ausência de perícia, não é essencial para fins de 
reconhecimento da causa de aumento em questão, já que 
importa perquirir, fundamentalmente, se o objeto serviu a 
incutir medo na vítima e diminuiu, efetivamente, sua 
capacidade de defesa. 
- Restringida a liberdade das vítimas por tempo 
injustificadamente longo, de maior relevância jurídica, deve 
ser mantida a majorante descrita no art.157, §2º, V, do Código 
Penal. 
- Havendo mais de uma majorante, deve ser aplicada apenas 
a que seja conducente ao maior aumento, nos termos do 
art.68 do Código Penal. 
- Redimensionada a pena corporal para patamar abaixo de 
08 anos, cabe o abrandamento do regime prisional para o 
semiaber to. (TJMG - Apelação Criminal 1.0000.23.217614-9/001, 
Relator(a): Des.(a) Sálvio Chaves , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 
21/08/2024, publicação da súmula em 21/08/2024) 
 
 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - FALSIDADE IDEOLÓGICA, 
FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO, ORGANIZAÇÃO 
CRIMINOSA E CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO - 
RECURSOS DEFENSIVOS - PRELIMINARMENTE - ATIPICIDADE DA 
CONDUTA, AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA, INCOMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA COMUM, ILICITUDE DA PROVA E INÉPCIA DA DENÚNCIA 
- REJEIÇÃO. Não se declara nulidade por mera presunção. De 
acordo com o disposto nos artigos 563 e 566 do Código de 
Processo Penal, nenhum ato deve ser declarado nulo se não 
adveio prejuízo para a acusação ou para a defesa (pas de 
nullité sans grief), bem como não deve ser declarada a 
nulidade que não houver comprometido a apuração da 
verdade processual ou a decisão da causa. Assim, para o seu 
reconhecimento, há de ser feita a prova da ocorrência de 
efetivo prejuízo à parte que suscita o vício. MÉRITO - 
PRESCRIÇÃO RETROATIVA DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL - 
CONDUTAS TIPIFICADAS NOS ARTIGOS 299 E 311-A, INCISO III, 
AMBOS DO CÓDIGO PENAL - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. Por 
ser matéria de ordem pública, a prescrição deve ser 
conhecida e declarada em qualquer fase do processo, ainda 
que de ofício. Verificado o decurso do prazo prescricional 
entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação 
da sentença condenatória, ausente recurso da acusação 
objetivando o aumento das penas impostas, é de se declarar 
a extinção da punibilidade dos agentes pelos crimes de 
falsidade ideológica e de fraudes em certames de interesse 
público, pela ocorrência da prescrição retroativa da 
pretensão punitiva estatal. CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE 
CONSUMO - ARTIGO 7º, INCISOS I E VII, DA LEI Nº. 8.137/90 - 
PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO - CRIME PRÓPRIO - ACOLHIMENTO. As 
condutas tipificadas no artigo 7º da Lei nº. 8.137/90, cuidam-se 
de crimes próprios, que somente podem ser praticados por 
empresário fornecedor de bens e/ou serviços de qualquer 
natureza. Hipótese concreta em que nenhum dos acusados 
sequer agiu como empregado ou representante legal das 
instituições de ensino. Assim, de rigor a absolvição. 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - PRÁTICA DE INFRAÇÕES PENAIS 
COM PENAS MÁXIMAS INFERIORES A 4 (QUATRO) ANOS - 
AUSÊNCIA DE UMA DAS ELEMENTARES DO TIPO - ABSOLVIÇÃO 
NECESSÁRIA. Ausente uma das elementares caracterizadoras 
do tipo penal, imperiosa a absolvição dos 
acusados. (TJMG - Apelação Criminal 1.0000.23.220157-4/001, Relator(a): 
Des.(a) Edison Feital Leite , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 27/08/2024, 
publicação da súmula em 28/08/2024)

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