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Introdução à Filosofia Moderna
Você vai compreender o significado da História da Filosofia, sua origem e intencionalidade, além de
analisar o movimento humanista, o pensamento moderno e os impactos históricos que transformaram a
Filosofia nesse período.
Profa. Clara Maria Cavalcante Brum de Oliveira
1. Itens iniciais
Propósito
O estudo da História da Filosofia permite ao aluno desenvolver uma compreensão crítica sobre os conceitos
filosóficos e seus contextos históricos. Esse conhecimento é fundamental para profissionais da educação e
das ciências humanas, pois amplia a capacidade de análise, argumentação e reflexão sobre questões
contemporâneas e práticas pedagógicas.
Objetivos
Compreender a História da Filosofia, os significados de moderno e modernidade, e os fatores históricos
que contribuíram para a Filosofia moderna.
 
Analisar as características do movimento humanista e as questões filosóficas relacionadas à Reforma
Protestante, à Revolução Científica e ao Ceticismo.
Introdução
A Filosofia nos convida a investigar com profundidade e rigor os conceitos que moldam nosso pensamento e
nossa compreensão do mundo. Neste conteúdo, será explorado o significado da expressão "História da
Filosofia", buscando compreender como essa denominação surgiu, qual sua intencionalidade e de que forma
ela se consolidou como uma área específica dentro da Filosofia. A História da Filosofia não se limita a relatar
cronologicamente os pensamentos dos grandes filósofos, mas propõe uma análise crítica de suas teorias,
indagações e preocupações, sempre considerando o contexto histórico em que estavam inseridos.
 
Com esse olhar atento ao tempo e às circunstâncias, será possível compreender os fatores históricos que
contribuíram para o surgimento do pensamento moderno. Termos como "moderno" e "modernidade",
amplamente utilizados por pensadores pós-modernos, serão examinados em sua origem e significado,
revelando como esses conceitos influenciaram a construção de novas formas de pensar.
 
Além disso, será abordado o movimento humanista, que marcou uma profunda transformação na maneira
como o ser humano passou a se enxergar e a refletir sobre sua existência. O humanismo, ao colocar o ser
humano no centro das reflexões filosóficas e artísticas, rompeu com os paradigmas da Idade Média e abriu
caminho para novas descobertas e questionamentos.
 
Por fim, serão analisadas as transformações provocadas por eventos históricos como a Reforma Protestante, a
Revolução Científica e o surgimento do ceticismo, compreendendo suas implicações na formação da Filosofia
moderna. Esse percurso permitirá uma visão mais ampla e crítica sobre os fundamentos do pensamento
ocidental.
 
Se quiser, posso ajustar o tom, o foco ou o tamanho do texto. Deseja alguma modificação?
• 
• 
1. A história da Filosofia e a Filosofia moderna
A História da Filosofia
Fazer História da Filosofia significa escolher uma maneira de estudar Filosofia. Podemos estudar Filosofia de
variados modos: escolhendo temas, autores ou investigando as ideias de acordo com uma trajetória no tempo.
 
Assista ao vídeo para aprender sobre a História da Filosofia.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Vejamos um breve histórico da filosofia:
Invenção grega
A Filosofia, como invenção grega, iniciada pelos
filósofos da physis, os filósofos pré-socráticos,
não tem paredes, não tem limites, não é
portadora de uma Verdade. 
Ela é uma maneira de ser e agir, um olhar
questionador, surpreendendo-se diante dos
acontecimentos da vida, problematizando o
que, para o senso comum, parece
inquestionável, evidenciando que a verdade é
um saber infinito.
Visão de mundo
Foram os pré-socráticos, por volta do século VII
a.C., que inauguraram essa forma de pensar.
Esse surgimento pode ser compreendido como
momento de passagem de uma visão de mundo
mítica para uma visão racional porque não
podiam mais conter a curiosidade, o espanto.
 
Esses filósofos se preocuparam em saber qual a
origem de todas as coisas, por que existem
diferentes seres, como o cosmo se organiza,
por que um objeto se movimenta ou se
transforma, entre outras situações.
A Filosofia é um saber que busca investigar os fundamentos de tudo o que existe. Diferentemente da ciência
que constrói problemas científicos, a Filosofia propõe problemas filosóficos.
Quando falamos em História da Filosofia, falamos de quê?
Quando falamos em História da Filosofia, estamos nos referindo à Filosofia como área do conhecimento
humano, que se divide em muitas áreas, tais como Metafísica, Ética, Filosofia da História, História da Filosofia,
entre outras.
 
O estudo da Filosofia exige uma aproximação com a sua história, a história das ideias, que nos permite
dialogar com grandes pensadores de cada época.
 
Por isso, identificamos a História da Filosofia como uma área da Filosofia que se preocupa com o
desenvolvimento das ideias filosóficas ao longo do tempo e sua relação com a realidade, ou seja, o mundo em
que viviam os filósofos (MARCONDES, 1997).
A História da Filosofia é a história dos problemas filosóficos, das teorias filosóficas e das argumentações
filosóficas. (...) É sempre a história de novas tentativas de versar sobre questões inevitáveis, na
esperança de conhecer sempre melhor a nós mesmos e de encontrar orientações para nossa vida e
motivações menos frágeis para nossas escolhas.
(Reale; Antiseri, 2005, p. V)
Identificando o contexto e os desafios vividos pelos
pensadores
Não seria prudente agir assim. Todos nós vivemos em nosso tempo histórico e os autores igualmente. Imagine
estudar um autor da Antiguidade clássica para embasar um estudo sobre redes sociais. Os autores antigos
não trataram dessa temática que é contemporânea.
Quando observamos a História da Filosofia Moderna,
estamos direcionando nossas leituras a um período
histórico específico e aos filósofos que viveram nessa fase.
Curiosidade
Segundo Marcondes (1977), foi o filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) quem elaborou pela
primeira vez uma História da Filosofia para além de um sentido meramente histórico. A sua obra
Introdução à História da Filosofia, de 1816, foi identificada como uma Filosofia sobre as ideias dos
pensadores, mas analisadas em um transcurso do tempo. 
O aparecimento de ideias sobre o ser humano, a vida, a sociedade aconteceu no horizonte de um contexto
histórico específico, uma realidade, que influencia o olhar de quem escreve e suas respostas aos dilemas da
vida.
A História da Filosofia e a investigação da evolução das
ideias
Na verdade, não é bem assim. A palavra evolução não expressa corretamente o que se pretende, pois o que
existe, em Filosofia, são teorias com diferentes perspectivas.
Uma teoria vale tanto quanto a de outro pensador, são diferentes olhares que enriquecem e
fortalecem o nosso. 
Em Filosofia, não podemos dizer que um filósofo é melhor que outro. Cada um, ao seu modo, deixou
contribuições importantes. Em Filosofia não existem verdades, pois verdade é um conceito infinito. Existem
olhares diferentes.
 
Assim, de acordo com Chatelet (1982), esta área da Filosofia procura informar sobre as ideias produzidas e
que se tornam uma herança filosófica instigante para todos que se dedicam aos estudos filosóficos.
Por que utiliza-se o termo moderno?
Em Filosofia, quando nos referimos ao termo moderno, estamos especificando uma época histórica que
designa o pensamento filosófico produzido no século XVII.
 
Assista ao vídeo e aprenda o que os dois dicionários clássicos de Filosofia falam sobre isso.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Observe o que Abbagnano e Lalande dizem sobre isso:
A fase moderna compreende o período da história ocidental que começa depois do Renascimento, isto é,
a partir do século XVII.
(Abbagnano, 1982, p. 650)
A história moderna é a história dos fatos posteriores à tomada de Constantinopla em 1453; a “Filosofia
moderna” é a do século XVI e dos séculos seguintes, até os nossos dias.
(Lalande, 1993,p. 693)
O que será que dizem quando usam o substantivo modernidade? Trata-se do sentido de algo
que é novo em ruptura com o passado, algo que simboliza mudança e progresso.
O conceito de modernidade está sempre relacionado para nós ao “novo”, àquilo que rompe com a
tradição. (...) período que, na História da Filosofia, convencionalmente conhecemos como “moderno”, isto
é, os séculos XVII–XIX.
(Marcondes, 1997, p.139)
Então, sob o ponto de vista filosófico, a História da Filosofia Moderna se afigura a partir dos grandes filósofos
do séc. XVII que foram inovadores e romperam com as ideias da escolástica medieval. Esse é o período da
modernidade filosófica.
Querela entre antigos e modernos
Há, ainda, uma possível origem para o uso do termo moderno na famosa querela entre antigos e modernos
que ocupou o cenário do círculo literário francês do século XVII.
 
Na ocasião, os que se afinavam com valores modernos entendiam o termo vinculado à ideia de progresso,
algo novo. E, nesse contexto, os autores destacavam que a ideia de progresso, de avanço, a valorização da
individualidade ou subjetividade como o lugar da certeza e da verdade formava uma oposição ao pensamento
da tradição que era o pensamento da escolástica medieval.
Os pensadores se autodenominavam modernos.
As ideias de progresso, racionalidade contra superstição, novo, avanço, ser humano como seu próprio senhor,
entre outras, no seu conjunto, formariam uma identidade para o período moderno. Que fatores históricos
contribuíram para Filosofia moderna?
Assista ao vídeo para conhecer, entre os fatores históricos que contribuíram para o advento da Filosofia
moderna.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
São eles:
 
O Humanismo Renascentista do século XV.
 
A Reforma Protestante do século XVI.
• 
• 
 
A Revolução Científica do século XVII.
 
A redescoberta do ceticismo.
 
Outros fatores também foram importantes, porque estamos diante de um fenômeno complexo. De acordo com
Marcondes (1997), podemos ressaltar várias influências como a descoberta do mundo novo em 1492, o
desenvolvimento do mercantilismo como modelo econômico que paulatinamente superou o sistema feudal, e a
consolidação dos Estados nacionais. Todos concorreram para mudar o olhar do ser humano na época, criaram
novas necessidades, permitindo a invenção de conceitos anteriormente inexistentes.
Imagine o impacto que a
descoberta do mundo novo
provocou na mente das
pessoas. Não seria possível
novos mundos, mas apenas
aquele que era conhecido. O
mercantilismo fez surgir uma
classe social nova — a
burguesia, que iria aos
poucos subverter a ordem e
valorizar o trabalho que
sempre estava atrelado ao
escravo ou servo. Os
burgueses não eram nobres,
nem escravos. Eram homens
livres que propiciaram o
ressurgimento do comércio
com o fim da Idade Média.
 Entre o final da
Idade Média e o
início do período
moderno,
vivenciamos uma
fase muito rica,
denominada de
Renascimento, e
que envolveu os
séculos XV e XVI
e permitiu esses
movimentos
históricos que
fizeram florescer
a vida humana
dissociada das
concepções
medievais.
 Em História
da Filosofia,
geralmente,
os autores
observam a
fase do
Renascimento
como
momento de
transição
entre os
valores
medievais e
os ideais
modernos,
lugar da
emergência
do
humanismo.
 Estudar a
História da
Filosofia nos
permite
sentir, no
diálogo que
travamos
com esses
pensadores,
a atmosfera
de cada
época e
compreender
melhor o que
queriam
dizer com
suas
reflexões.
Burguesia após Dupin (século XVIII). 
Saiba mais
Antes de prosseguirmos, acesse o site educacao.uol.com.br/ e leia o artigo Conheça dez obras clássicas
para entender o Renascimento e reforce seu olhar sobre essa fase intermediária em que há uma
retomada do pensamento clássico e a construção de um olhar antropocêntrico. 
Um novo tempo do mundo, um novo olhar
O que importa perceber no advento da modernidade filosófica? Identificar que as ideias, as teorias, o
conhecimento produzido até então também se modificaram.
 
As maneiras de pensar ligadas ao modelo feudal se esgotaram e perderam, paulatinamente, a credibilidade.
Novas ideias surgiram para justificar as relações sociais em um novo ritmo de mundo.
• 
• 
Medievais
Os medievais, por exemplo, acreditavam que os
reis eram descendentes de Adão e Eva, que o
mar tinha fim e as embarcações cairiam em um
abismo com monstros e dragões.
Gregos antigos
Os gregos antigos também acreditavam na
interferência dos deuses do Olimpo e um bom
exemplo é a narrativa da guerra de Troia por
Homero.
O que ocorreu nesse período foi a progressiva desconstrução de uma visão de mundo produzida na fase da
escolástica, recheada de credulidade, misticismo, superstições, entre outros. O ser humano passava a ocupar
o lugar central e sua relação com a natureza evidenciava sua capacidade de transformar a realidade por meio
da ação.
 
O mundo é novo, com novas exigências práticas e políticas, fortalecidas pela crença no poder do ser humano
em mudar o seu destino. Inovações técnicas surgiram, fortalecendo a percepção do progresso da ciência e
uma sensação autêntica, ao sujeito da época, de que estava caminhando para o melhor.
 
Os filósofos e cientistas desse período inauguraram uma nova ordem em que o centro do universo passava a
ser ocupado pelo Sol e não mais pela Terra, como era pensado na ciência antiga, meramente especulativa; o
cosmo passava a ser organizado por leis, as leis naturais.
Essa visão do universo é totalmente nova e acompanhada pela Filosofia mecanicista, que afirmava que
os fenômenos naturais poderiam ser conhecidos e explicados. O mundo passava a ser considerado a
partir da lógica de um sistema mecânico, ou seja, uma máquina, como as engrenagens de um relógio.
(Macedo Jr., 2008)
A metáfora da máquina revelou a tese de que o mundo obedecia a leis simples, redutíveis à matemática e, por
conseguinte, acessíveis à racionalidade. O grande nome dessa mudança de mentalidade foi Galileu, mas antes
dele, Nicolau de Cusa, Copérnico, Tycho Brahe e Kepler contribuíram, cada um a seu modo, para um novo
olhar na ciência.
 
De acordo com Macedo Jr. (2008):
Cusa
Negou que a Terra fosse imóvel e que o céu seria mais perfeito do que a
Terra.
Copérnico 
Recusou o geocentrismo.
Brahe 
Ressaltou a importância da observação e a elaboração de instrumentos de
observação para astronomia.
Kepler 
Defendeu que todas as partes do universo seriam regidas pelas mesmas leis,
as leis de natureza matemática.
A reunião do método matemático com a experiência conduziu a um melhor conhecimento dos fenômenos
naturais e se tornou uma característica da ciência moderna. Mas, essa junção entre razão e experiência não
foi possível entre os filósofos antigos.
 
Segundo Andery et al (2007), alguns pensadores acreditaram que a via dedutiva seria o melhor caminho,
outros apontaram na direção do caminho indutivo e que resultou em duas grandes correntes do
conhecimento:
 
O racionalismo: a partir do método matemático dedutivo.
 
O empirismo: no método experimental e indutivo.
O uso da razão, a valorização da experiência e a dúvida marcaram a produção dos filósofos desse momento
histórico.
Foi-se firmando um novo conhecimento, uma nova ciência, que buscava leis, e leis naturais, que
permitissem a compreensão do universo.
(Andery et al., 2007, p. 178)
Alguns fatores históricos colaboraram na desconsolidação de um mundo medieval fechado, baseado no
sistema feudal, e fertilizaram a atmosfera com novas preocupações em relação ao conhecimento.
 
Nesse período, indagações surgiram em abundância na mente dos filósofos acerca da vida, do mundo, e do
nosso lugar nesse novo cenário. Estava aberto o caminho para novas possibilidades.
Verificando o aprendizado
Questão 1
“Eu vejo um novo começo de era” diz a música Tempos Modernos (1982), de Lulu Santos. Ouça a música e
reflita em que sentido podemos relacionar essa frase expressa na música com o sentido dos termos moderno
e modernidade que caracterizaram o século XVII?
Chave de respostaA música Tempos Modernos (1982), de Lulu Santos, menciona que há um novo começo, um novo tempo do
mundo e que o ser humano ocupa um lugar mais livre, mais leve. Os filósofos do século XVII se
autodenominaram modernos, experimentando uma modernidade filosófica porque estavam vivenciando
mudanças importantes na vida, sentiram-se livres das doutrinas medievais. Promoveram rupturas com
velhas doutrinas, valorizaram a racionalidade, o livre pensar, o novo e a ideia de progresso.
• 
• 
Questão 2
Em nosso caminhar histórico evidenciamos muitos acontecimentos que interferem na vida, gerando
fenômenos sociais. Nesse sentido, aponte que fatores contribuíram para o advento da Filosofia moderna.
Chave de resposta
Estudiosos observam que alguns fatores históricos foram importantes para o advento da Filosofia
moderna, como o Humanismo Renascentista do século XV, a Reforma Protestante do século XVI, a
Revolução Científica do século XVII e a redescoberta do ceticismo, entre outros.
Questão 3
O filósofo que elaborou pela primeira vez uma História da Filosofia para além de um sentido meramente
histórico foi:
A Bacon
B Kant
C Hobbes
D Hegel
E Descartes
A alternativa D está correta.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) foi o filósofo que elaborou pela primeira vez uma História da
Filosofia para além de um sentido meramente histórico.
Questão 4
O termo moderno assume um sentido especial em Filosofia. O que significa mencionar Filosofia moderna?
A O pensamento filosófico do século XVII.
B O pensamento filosófico do século XXI.
C O pensamento filosófico do Renascimento.
D O pensamento filosófico da escolástica.
E O pensamento filosófico do século XV.
A alternativa A está correta.
O termo moderno assume em Filosofia um sentido do pensamento filosófico produzido no século XVII.
Questão 5
“A palavra evolução não representa um termo adequado quando se estuda História da Filosofia”. Assinale a
opção que apresenta a justificativa para esta assertiva.
A As teorias filosóficas apresentam diferentes perspectivas.
B As teorias filosóficas apresentam verdades incontestes.
C As teorias filosóficas excluem-se mutuamente.
D As teorias filosóficas apresentam melhoramento linear.
E As teorias filosóficas apresentam falseabilidade como a ciência.
A alternativa A está correta.
O que existe, em Filosofia, são teorias com diferentes perspectivas. Uma teoria filosófica vale tanto quanto
a de outro pensador, são diferentes olhares que enriquecem e fortalecem o nosso.
Questão 6
Com o advento dos valores modernos, criou-se a expectativa com o progresso, um novo tempo do mundo.
Que característica será fundamental nessa fase?
A A valorização da doutrina.
B O fortalecimento da escolástica.
C O crescimento de valores teológicos.
D A valorização da racionalidade.
E O fortalecimento da credulidade.
A alternativa D está correta.
Uma das características fundamentais da Filosofia moderna, e que ocorre no período do Renascimento, é o
crescente fortalecimento da racionalidade que impulsionou o fortalecimento da ciência mecanicista com
novas leituras sobre o ser humano e a natureza.
Questão 7
A expressão modernidade filosófica é frequentemente usada por estudiosos na área da Filosofia. O que
podemos entender por essa expressão?
A O mesmo que escolástica.
B O sentido de valorização do passado.
C O mesmo que Antiguidade clássica.
D O sentido de republicanismo.
E O sentido de romper com a tradição.
A alternativa E está correta.
O termo modernidade significa a ruptura com a tradição, a busca pelo novo, no sentido de progresso.
Questão 8
Os filósofos e cientistas dos períodos Renascimento e Moderno inauguraram uma metodologia para atender a
um novo tempo do mundo. Como podemos caracterizar essa nova metodologia?
A O método de uma ciência meramente especulativa.
B A reunião do método matemático com a experiência.
C A união do método dedutivo com a Teologia.
D O método da disputatio.
E O método maiêutico.
A alternativa B está correta.
A reunião do método matemático com a experiência conduziu a um melhor conhecimento dos fenômenos
naturais e se tornou uma característica da ciência moderna.
2. O humanismo e suas transformações
Humanismo: o reconhecimento do valor do homem
Assista ao vídeo e veja como o termo foi usado em dois sentidos distintos, segundo Abbagnano (1982).
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
São eles: 
 
Para indicar o movimento literário e filosófico italiano da segunda metade do século XIV, dando origem
à cultura moderna.
 
Para designar qualquer movimento filosófico fundamentado no ser humano.
Primeiro sentido
O primeiro é o sentido histórico do termo e que marca uma característica central da fase denominada de
Renascimento em que o ser humano assume um status importante na natureza.
 
Durante a fase medieval, o ser humano era identificado como mera criatura destinada a sofrer no mundo por
sua própria culpa, não era considerado senhor de seu destino, muito menos identificado como um ser
portador de dignidade intrínseca, como mencionamos hoje, na expressão dignidade da pessoa humana.
 
O papado e o senhor feudal exerciam um poder de forma irrestrita e o ser humano comum, medieval, vivia uma
vida dura, sem autonomia, sem direitos, apenas com deveres.
 
Na fase do Renascimento, ocorreu um retorno à grecidade e o ser humano gradativamente passou a ser
pensado de modo diferente, começou a ser considerado, pelos filósofos, um ser de razão, livre e igual.
 
De acordo com Abbagnano:
O Renascimento é o reconhecimento do valor do homem em sua totalidade, e a tentativa de
compreendê-lo em seu mundo, que é o da natureza e o da história.
(Abbagnano, 1982, p. 493)
O Renascimento representou um momento histórico em que ocorreu a “revivescência das origens, um retorno
aos princípios” (REALE; ANTISERI, 1990, p. 28). Construiu-se lentamente um novo plano de realidade e uma
• 
• 
nova consciência dessa realidade.
Características fundamentais desse período:
 
A valorização do ser humano e sua liberdade, do estudo da ética, da medicina em face da metafísica.
 
O reconhecimento do ser humano como um ser no tempo, na temporalidade e um resgate do passado
para se compreender o presente.
 
O reconhecimento da educação, do que os gregos chamaram de Paideia na formação do ser humano
— o conhecimento humanístico.
 
O reconhecimento do ser humano como um ser natural que demonstra a importância do conhecimento
da natureza.
Paideia
Paideia significa educação do jovem grego. Leia o livro Paideia — A formação do homem grego, de
Werner Jaeger, editora Martins Fontes, 1989.
Segundo sentido
O segundo sentido
destacado por
Abbagnano (1982) é
aquele que está
baseado no
pensamento do
sofista Protágoras,
com seu famoso
fragmento “o homem
é a medida de todas
as coisas, das que
são enquanto são e
das que não são
enquanto não são.”
(apud JAEGER, 1989,
p. 427).
 De acordo com
Marcondes
(1997), essa
ideia de
Protágoras
influenciou o
pensamento de
Schiller, em uma
visão crítica de
Heidegger como
o caminho que
subordina o ser
ao homem e,
também, em
Sartre com seu
existencialismo.
 Podemos
afirmar que o
movimento
do
Renascimento
foi aquele que
valorizou a
cultura
clássica e a
herança
greco-
romana,
afastando
seu olhar dos
valores
medievais da
Escolástica.
 O humanismo foi,
portanto, um
movimento artístico
e cultural voltado
para o ser humano,
o homem comum
do cotidiano,
identificado na
cidade de Florença
do século XV e que
passou a figurar na
arte que, até então,
apenas retratava
santos, imagens
sacras, reis e a
nobreza.
Grandes Humanistas
A seguir, conheça a influência de grandes humanistas nas artes e na política.
Arte
Segundo Marcondes (1997), a obra mais famosa de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa (La Gioconda), e A Escola
de Atenas, pintada em 1510, no Vaticano, por Rafael Sanzio para o papa Júlio II, o papa guerreiro, são bons
exemplos de uma nova arte que passou a valorizar pessoas comuns e a cultura grega, retratando os mais
importantesfilósofos da Grécia antiga.
• 
• 
• 
• 
La Gioconda, Leonardo da Vinci, 1503-6. 
A pintura de Rafael que retrata a Escola de Atenas é uma das mais belas sobre os filósofos gregos, retratados
em diferentes teorias e que marcou uma síntese do pensamento renascentista que propôs um retorno ao
mundo clássico.
Scuola di Atene, Rafael Sanzio, pintado em 1510-11.
Segundo Reali e Antiseri (1990), no quadro, temos duas figuras centrais: Platão, de barba branca apontado
para cima, para o mundo das ideias e, ao seu lado, Aristóteles, segurando a Ética Nicômaco e pontando para
baixo, para o mundo material.
 
O grupo que fica à esquerda do quadro representa a tradição órfica-pitagórica.
 
No lado oposto, no grupo de filósofos da direita, os filósofos da natureza e os cientistas.
Esse movimento envolveu também a
literatura e a Filosofia, e podemos
afirmar que o poeta Francesco
Petrarca (1304-1374), florentino, foi
o primeiro humanista que identificou
a época medieval como Idade das
trevas. Esse pensador retomou a
leitura dos clássicos, a leitura de
Cícero e rejeitou ideias metafísicas e
teológicas do pensamento medieval.
 Petrarca foi o primeiro humanista
e, segundo Reale e Antiseri
(1990), teria se preocupado com a
corrupção em seu tempo,
procurando identificar suas
possíveis causas. Sua proposta foi
buscar no próprio ser humano e
nos estudos humanísticos uma
saída: A sabedoria do
autoconhecimento e o
conhecimento das artes liberais.
Saiba mais
Para saber mais sobre Francesco Petrarca acesse o site brasilescola.uol.com.br. 
Conheça outros pensadores:
Dante Alighieri
Dante Alighieri (1265-1321), cuja obra Divina
Comédia inaugurou um estilo.
De acordo com Macedo Jr. (2008), Alighieri foi
considerado o maior poeta italiano. Na época,
todos os escritos eram em latim, mas Dante
escreveu na língua italiana e suas obras se
tornaram a base para essa língua. Foi
condenado ao exílio perpétuo em 1301.
Nicolau de Cusa
Nicolau de Cusa (1401-1464), teólogo e filósofo,
foi um dos pensadores de grande destaque
nesta fase do Renascimento. Era alemão, mas
italiano por formação.
 
O seu pensamento foi marcado pelo
neoplatonismo.
A denominação Idade das trevas se deve a vários fatores que marcaram o período anterior ao Renascimento.
Os historiadores observam que a vida intelectual ficou comprometida nesta fase, o analfabetismo era a regra.
 
Foi uma fase rude em muitos aspectos, com fome, peste, raquitismo, ataques incessantes de tribos bárbaras e
os mais tenebrosos atos de violência; violência cotidiana, camponeses trabalhavam à exaustão; a penalidade
para vários delitos diferentes era a pena capital; geralmente as aldeias não tinham nomes, eram endógamas e
o homem comum não fazia ideia sobre sua temporalidade, vivia apenas.
O conhecimento ficava restrito ao ambiente das ordens religiosas.
O universo pensado por Claudio Ptolomeu era o único conhecido. A Terra era concebida como absolutamente
imóvel e centro do universo. Os cartógrafos dessa fase escreviam nos mapas: “Cuidado: dragões à espreita
além deste ponto”. (MANCHESTER, 2004, p. 57)
No Renascimento, ocorreu a reinterpretação de vários textos de Platão e Aristóteles, obras que foram
traduzidas para o latim diretamente do grego. Circularam obras e autores que o papado de certo modo tentou
afastar e surgiu uma escola filosófica à moda da Academia de Platão, financiada por Cosme de Médici e
dirigida por Marsílio Ficino (1433-1499).
Cosme de Médici
A família Médici foi uma família poderosa da cidade de Florença durante o Renascimento. Foram
banqueiros, políticos, clérigos e nobres. O Papa Leão X era Giovani de Médici (1475-1521), filho de
Lourenço de Médici.
Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494) foi um pensador platônico que trouxe uma importante afirmação da
“dignidade do ser humano”. De acordo com Reale e Antiseri (1990, p.81), o autor levou a ideia da sabedoria do
Oriente, que entendia o ser humano como um grande milagre, um grande valor. Giovanni Pico destacou o
status ontológico do ser humano que o permitia transitar entre dois mundos, o mundo material e o mundo da
inteligência. Neste caso, a grandeza e o milagre do ser humano é poder ser seu próprio senhor, seu próprio
artífice.
O movimento humanista representou o surgimento de uma nova forma de pensar em que o ser humano
aparece como sui iuris, não obstante a permanência de algumas das ideias da escolástica medieval.
Política
Na política, a arte de governar a cidade, o humanismo nos oportunizou o pensamento de Erasmo de
Rotterdam (1466-1533) e Thomas More (1478-1535), que promoveram a rejeição do pensamento escolástico
em favor de uma virtude inspirada no estoicismo e epicurismo, escolas filosóficas que se destacaram no
período sistemático antigo. Segundo Marcondes (1997), a recuperação da virtude, típica das éticas dos
antigos, foi uma base importante para o pensamento moderno.
Erasmo de Rotterdam
Erasmo de Rotterdam foi uma figura interessante.
De acordo com Manchester (2004), Erasmo era filho de um padre e foi
criado em monastérios. Católico ortodoxo, mais tarde atacou a estrutura
católica em razão da corrupção e dos escândalos clericais.
Mesmo sem ter essa intenção, seus livros tiveram grande sucesso e um
dos mais difundidos foi Elogio à loucura, escrito por ocasião de sua
estada na Inglaterra.
Thomas More
Thomas More, também conhecido como Thomas Morus, foi discípulo de
Erasmo, católico fervoroso, foi condenado à morte por não reconhecer o
rei Henrique VIII como chefe da Igreja anglicana.
Segundo Reale e Antiseri (1990, p. 132), sua obra Utopia inaugurou um
gênero literário que trazia a ideia de uma dimensão imaginária, daquilo
que deveria ser, mas não era, a utopia. Esse termo em grego significa
"lugar que não existe". O seu pensamento foi claramente inspirado em
Platão, na obra República.
Nicolau Maquiavel 
Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um autor de destaque com seu escrito
sobre política - 0 príncipe, publicado em 1513, em honra de Lorenzo de
Médici.
Segundo Marcondes (1997), a obra apresenta uma análise do poder
como fato político e traz uma importante história de seu tempo, com
finalidade pragmática de manutenção do poder, desvinculada de
aspectos morais ou virtudes morais.
Veja o que dizem sobre os cidadãos:
Em sua ilha de Utopia, os cidadãos eram iguais entre si de forma equilibrada, pacífico, com prazeres
saudáveis, com trabalho edificante com horas de lazer, sufocando toda a avidez por dinheiro e poder. 
(Reale; Antiseri, 1990)
A Reforma Protestante
A Reforma Protestante foi fator relevante para o advento do pensamento moderno. Foi deflagrada pelo
episódio em que Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano, pregou suas 95 teses contra os teólogos e
o Papa Leão X, às portas da Igreja em Wittenberg.
 
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Veja o que Manchester diz:
Muitas situações constrangedoras conduziram a esse episódio e, dentre eles, podemos destacar a
transferência da sede do papado para Avignon, a influência dos reis franceses sobre os papas, o
envolvimento da Igreja com questões políticas e a necessidade de manter exércitos e os territórios
governados pelo papado.
(Marcondes, 1997)
A venda de indulgências (misericórdia) e de favores representou uma fonte de recursos para manter a
estrutura, bem como as construções e obras solicitadas pelos papas do Renascimento, grandiosas e
igualmente custosas. Lutero ficou chocado com a corrupção.
 
Naquela época, era comum e rotineiro usar a porta da igreja como um possível local de avisos. Os eruditos
com novas doutrinas faziam assim, por isso ele afixou nas portas da igreja suas ideias.
E o que ele queria? Queria mostrar que a venda de indulgências banalizava o pecado. Todavia, o que
verdadeiramente incomodou o Papado foi a sua alegação de que a força papal não alcançaria os mortos,
não tinha poderes para libertar as almas do purgatório em troca de dinheiro. E segundo relatam a venda
de indulgênciateria caído significativamente na região. 
(Manchester, 2004)
A Reforma foi, por conseguinte, um movimento importante para a Modernidade porque representou a defesa
do individualismo e a liberdade em face da tutela religiosa. 
A Reforma
havia
colocado
sob
suspeita a
mentalidade
escolástica. 
Baseando-se no pensamento
de Agostinho, e na valorização
da consciência individual,
segundo o qual o indivíduo teria
condições de compreender a
mensagem divina, sem
intermediários, Lutero
questionou a autoridade
institucional da Igreja.
 Segundo Marcondes (1997),
no aspecto filosófico, o
movimento de Lutero
contribuiu para a defesa da
liberdade individual e de
consciência, ideias que serão
importantes para Filosofia
Moderna, sobretudo, no
pensamento de Descartes.
A Revolução e o retorno ao Ceticismo
A Revolução Científica, cujo marco foi a obra de Copérnico (1473-1543), sob o título Das revoluções dos orbes
celestes, de 1543, com a defesa do sistema heliocêntrico, foi importante para o advento da Filosofia Moderna.
Por quê?
 
Assista ao vídeo e aprenda sobre a Revolução Científica.
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O pensamento de Copérnico rompeu com o modelo geocêntrico elaborado no século II por Cláudio Ptolomeu
baseado no tratado de Aristóteles. Ademais, o reingresso na Europa de textos gregos reinterpretados por
pensadores árabes provocou um interesse pela ciências naturais e uso da matemática na explicação do
cosmos.
 
Sob o ponto de vista filosófico, a Revolução Científica deslocou o pensamento da transcendência (céu) para
imanência (terra), ou seja, o mundo passou a ser um lugar importante, e a experimentação, a verificação dos
fenômenos, um método relevante.
 
Sob o ponto de vista filosófico, a Revolução Científica deslocou o pensamento da transcendência (céu) para
imanência (terra), ou seja, o mundo passou a ser um lugar importante, e a experimentação, a verificação dos
fenômenos, um método relevante.
Curiosidade
Leonardo da Vinci (1452-1519), além de grande pintor, foi também um inventor, desenhou máquinas, a
anatomia do corpo humano, dentre outros elementos que podem evidenciar a atmosfera da época. 
O período denominado Revolução Científica marcou uma fase que se estende desde a publicação da obra Das
revoluções dos orbes celestes, de Nicolau Copérnico, até a publicação da obra Princípios Matemáticos da
Filosofia Natural, de Isaac Newton.
 
O retorno ao ceticismo antigo foi também fator relevante para o advento da Filosofia Moderna. Com o
Renascimento, ocorreu um retorno aos escritos antigos, sobretudo os escritos céticos que os medievais
haviam ignorado.
Entre os pensadores antigos, nesse retorno aos clássicos, destacam-se Cícero, Diógenes Laércio e
Sexto Empírico. Este último foi considerado um importante expoente do ceticismo antigo influenciando
mais tarde o pensamento de Montaigne, Hume e Kant.
(Marcondes, 1997)
A crise que se vivenciava nessa fase de transição marcada por desconfianças de um conhecimento que já não
se sustentava, rupturas e conflitos, fortalecia ideias céticas.
 
Que ideias eram essas? Os céticos no mundo antigo questionavam os limites para o conhecimento humano.
Quais seriam os limites humanos para o conhecimento?
Michel Montaigne (1533-1595),
representante desse ceticismo, escreveu a
obra Ensaios (Essais) inaugurando o ensaio
como um gênero literário, contendo
pensamento e digressões de um humanismo
individualista, influenciado pelo ceticismo
antigo, estoicismo e epicurismo. Em sua
obra, apresentou os princípios do ceticismo
antigo e fortaleceu as bases do ceticismo
nos séculos XVI e XVII com um olhar mais
direcionado à ética.
 Assim, defendeu a
tolerância religiosa numa
fase em que a Europa se
dividia entre católicos e
protestantes. Por isso, o
ceticismo pode ser
considerado como inicio
de uma visão subjetivista
e individualista
evidenciadas nas obras de
pensadores do século
XVII.
Últimas palavras
O humanismo colocou o ser humano como sui iuris, seu próprio senhor, centro das preocupações
humanas da vida citadina.
 
A Reforma valorizou o individualismo e o pensamento crítico.
 
A Revolução Científica colocou o Sol no centro do sistema e a Terra girando ao seu redor, em uma
subversão de todos os valores de uma antiga ciência contemplativa.
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Comentário
Então, quem é esse novo ser que passa a ocupar o centro do mundo, quais os limites de seu
conhecimento e como é possível melhorar a sua vida — são questões que passam a fazer parte da
reflexão filosófica e científica dos pensadores modernos. 
Verificando o aprendizado
Questão 1
O movimento literário e filosófico da segunda metade do século XIV que deu origem à cultura moderna e,
também, ao movimento filosófico fundamentado no ser humano foi denominado de:
A Racionalismo
B Empirismo
C Ceticismo
D Humanismo
E Criticismo
A alternativa D está correta.
O movimento literário e filosófico da segunda metade do século XIV, que deu origem à cultura moderna e,
também, ao movimento filosófico fundamentado no ser humano foi denominado de humanismo.
Questão 2
O Renascimento foi considerado o momento em que as antigas crenças e atitudes dominantes na Idade Média
encontram-se abaladas, incitando a elaboração de um novos saber. O Renascimento representou um retorno
à:
A Grecidade
B Matemática
C Ciência ptolomaica
D Escolástica
E Patrística
A alternativa A está correta.
O Renascimento foi compreendido como o reconhecimento do valor do homem e a tentativa de
compreendê-lo em seu mundo da vida. O Renascimento representou um retorno à grecidade, um retorno ao
valores gregos e a autores como Platão e Aristóteles.
Questão 3
Os filósofos analisam que a vida intelectual ficou comprometida durante o período entre a cultura antiga e
moderna, o analfabetismo era a regra, a crença e o misticismo ocupavam as escolas. Esse período ficou
conhecido como:
A Idade Média
B Antiguidade Clássica
C Moderno
D Arcaico
E Contemporâneo
A alternativa A está correta.
A denominação Idade Média assinala a fase entre o mundo antigo e o período moderno, precedido por uma
breve fase chamada Renascimento. De um modo geral, os historiadores observam que a vida intelectual
ficou comprometida nessa fase.
3. Conclusão
Considerações finais
Neste conteúdo, foi proposta uma reflexão filosófica fundamentada na análise rigorosa de conceitos, com
foco na História da Filosofia e suas implicações. Iniciamos com a compreensão do significado dessa
expressão, investigando sua origem, intencionalidade e consolidação como campo específico dentro da
Filosofia. A abordagem adotada permitiu observar como os filósofos, suas teorias e inquietações são
influenciados por seus contextos históricos, revelando a importância de considerar o tempo e o espaço na
construção do pensamento filosófico.
 
Avançamos para a análise dos fatores históricos que contribuíram para o surgimento do pensamento moderno,
destacando os sentidos atribuídos aos termos “moderno” e “modernidade”. Essa investigação possibilitou
compreender como essas ideias moldaram novas formas de pensar e influenciaram gerações de pensadores,
especialmente no período pós-moderno.
 
Também exploramos o movimento humanista, que representou uma ruptura com os valores predominantes da
Idade Média. Ao colocar o ser humano no centro das reflexões filosóficas e artísticas, o humanismo promoveu
uma nova visão de mundo, marcada pela valorização da razão, da experiência e da busca por conhecimento.
 
Por fim, examinamos os impactos de eventos históricos como a Reforma Protestante, a Revolução Científica e
o surgimento do ceticismo, compreendendo suas contribuições para a formação da Filosofia moderna. Esse
percurso proporcionou uma visão crítica e contextualizada dos fundamentos do pensamento ocidental,
essencial para a formação de uma consciência filosófica sólida e reflexiva.
Explore +
Assista aos filmes que trazem a atmosfera do fim do período medieval e início do período moderno:
 
1492 — A CONQUISTA do paraíso. Dir.:Ridley Scott. França, Espanha, Estados Unidos, 1992. 154 min.
 
LUTERO. Dir.: Eric Till. Alemanha, Estados Unidos, 2003. 123 min.
 
O MERCADOR de Veneza. Dir.: Michael Radford. Estados Unidos, Itália, Luxemburgo, Reino Unido,
2004. 131 min.
 
O NOME da Rosa. Dir.: Jean-Jacques Annaud. França, Itália, Alemanha, 1986. 131 min.
 
SANTO AGOSTINHO. Dir.: Roberto Rosselini. Itália, 1972. 121 min.
 
A VIDA DE Leonardo da Vinci. Dir.: Renato Castellani. Itália, França, Espanha, 1971. Minissérie, 5
episódios.
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Assista aos filmes que trazem a atmosfera do humanismo e do racionalismo.
 
ELIZABETH, A Era de Ouro. Dir.: Shekhar Kapur. Reino Unido, França, Alemanha, Estados Unidos, 2007.
114 min.
 
GERMINAL. Dir.: Claude Berri. França, Bélgica, Itália, 1993. 160 min.
 
O HOMEM DA MÁSCARA de ferro. Dir.: Randall Wallace. França, Estados Unidos, 1998. 132 min.
 
MARIA ANTONIETA. Dir.: Sophia Coppola. Estados Unidos, França, Japão, 2006. 123 min.
 
TEMPOS MODERNOS. Dir.: Charles Chaplin. Estados Unidos,1936. 87 min.
 
Leia o livro O Novo Iluminismo, de Steven Pinker, da Companhia das Letras, 2018.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982.
 
ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
 
CHATELET, François. História da Filosofia: ideias, doutrinas. Rio de janeiro: Zahar, 1982.
 
FOLSCHEID, Dominique; WUNENBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. São Paulo: Martins Fontes,
2006.
 
JAEGER, W. Paideia. A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
 
JAEGER, W. Paideia. A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
 
MACEDO Jr., Ronaldo Porto (Coord.). Curso de Filosofia política. Do nascimento da Filosofia a Kant. São Paulo:
Atlas, 2008.
 
MANCHESTER, William. O fogo sobre a terra. A mentalidade medieval e o renascimento. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2004.
 
NUNES, César Aparecido. Aprendendo Filosofia. São Paulo: Papirus, 1993.
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REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Do humanismo a Kant. São Paulo: Paulus, 1990.
	Introdução à Filosofia Moderna
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. A história da Filosofia e a Filosofia moderna
	A História da Filosofia
	Conteúdo interativo
	Invenção grega
	Visão de mundo
	Quando falamos em História da Filosofia, falamos de quê?
	Identificando o contexto e os desafios vividos pelos pensadores
	Quando observamos a História da Filosofia Moderna, estamos direcionando nossas leituras a um período histórico específico e aos filósofos que viveram nessa fase.
	Curiosidade
	A História da Filosofia e a investigação da evolução das ideias
	Por que utiliza-se o termo moderno?
	Conteúdo interativo
	O que será que dizem quando usam o substantivo modernidade? Trata-se do sentido de algo que é novo em ruptura com o passado, algo que simboliza mudança e progresso.
	Querela entre antigos e modernos
	Conteúdo interativo
	Saiba mais
	Um novo tempo do mundo, um novo olhar
	Medievais
	Gregos antigos
	Cusa
	Copérnico
	Brahe
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	Verificando o aprendizado
	2. O humanismo e suas transformações
	Humanismo: o reconhecimento do valor do homem
	Conteúdo interativo
	Primeiro sentido
	Segundo sentido
	Grandes Humanistas
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	Dante Alighieri
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	Política
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	A Reforma Protestante
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	A Revolução e o retorno ao Ceticismo
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