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Plano Terapêutico de Musicoterapia Baseado na Abordagem Nordoff-Robbins Paciente: João Matheus (Criança). sexo: masculino. Idade: 6 anos. Diagnóstico: TEA (Transtorno do Espectro Autista), mutismo total, dificuldades motoras finas e amplas, baixa interação social Tempo de Intervenção: 6 meses Objetivo Terapêutico Geral Promover a comunicação expressiva e a interação social através da música, estimulando o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança. Objetivos Terapêuticos Específicos • Estimular a comunicação verbal e não verbal por meio de vocalizações, cantos improvisados e exploração de instrumentos musicais. • Favorecer a interação social progressiva, primeiro com o terapeuta e, posteriormente, com os pais e outras crianças. • Desenvolver habilidades motoras finas e amplas através do uso de instrumentos musicais e do movimento corporal ritmado. • Ampliar o contato visual e a atenção compartilhada durante as interações musicais. • Trabalhar a regulação emocional e o engajamento na atividade musical através de experiências musicais estruturadas e improvisadas. Metodologia e Intervenções A abordagem que será utilizada e de Nordoff-Robbins se baseia na música criativa e improvisada, promovendo uma experiência espontânea e significativa para a criança. O terapeuta estará atuando como parceiro musical, ajustando-se ao nível de resposta da criança e estimulando gradativamente novas habilidades. 1º e 2º Mês: Estabelecendo Vínculo e Explorando a Música • Improvisação Musical: Uso do piano e de instrumentos de percussão para criar um ambiente seguro e motivador, explorando sons que possam captar a atenção da criança. • Cantos Espontâneos: O terapeuta improvisará canções com o nome da criança, incentivando-a a associar a música a si mesma. • Instrumentos de Percussão Grande (Tambores, Pandeiros): Para incentivar o movimento e explorar sons com contato visual ocasional. • Movimentos Rítmicos: Estimulação da motricidade ampla com brincadeiras musicais que envolvem bater palmas, marchar e balançar o corpo. 3º e 4º Mês: Início da Comunicação e Coordenação Motora • Vocalizações e Sons Simples: Uso de melodias conhecidas e canções com repetições, incentivando a criança a emitir sons ou completar frases musicais. • Música Associada a Movimentos Finos: Uso de xilofones, metalofones e pequenos sinos para estimular o movimento de pinça. • Jogos Musicais com Instrumentos Pequenos: Atividades com reco-reco, maracas e castanholas para aprimorar a coordenação motora. • Contato Visual e Expressão Facial: Espelhamento musical, onde o terapeuta imita pequenos gestos da criança dentro da música para aumentar o engajamento. 5º e 6º Mês: Expansão da Comunicação e Socialização • Diálogo Musical: O terapeuta cria pequenas conversas melódicas para que a criança possa responder com gestos ou sons. • Interação com os Pais: Introdução de atividades musicais com os pais, como cantar juntos ou segurar instrumentos de forma compartilhada. • Atividades Musicais em Pequenos Grupos: Introdução progressiva da criança em atividades com outras crianças para promover a interação social. • Música e Expressão Corporal: Uso de canções que envolvam movimentos de correr e pular, melhorando a coordenação motora global. Avaliação: • Maior resposta musical espontânea (gestos, olhares, sons, batidas rítmicas). • Aumento da interação com o terapeuta e os pais durante a sessão. • Melhora na coordenação motora ao manusear instrumentos musicais. • Demonstração de tentativa de comunicação por meio da música (vocalizações, balbucios ou frases curtas cantadas). • Participação em atividades musicais em grupo com alguma interação social. Plano Musicoterapêutico – Modelo Analítico 1. Identificação da Paciente • Nome: Joana Clara • Idade: 23 anos (jovem) • Sexo: Feminino • Diagnóstico: Traumatismo Cranioencefálico (TCE) há 3 anos • Sequelas: Hemiplegia à direita, disfonia, dificuldades de locomoção • Aspectos emocionais: Conflitos familiares, dificuldades na reintegração acadêmica e laboral, desejo de morte devido à perda de autonomia 2. Objetivo Terapêutico Utilizar a Musicoterapia Analítica para facilitar a exploração do inconsciente da paciente, promovendo a expressão de emoções reprimidas, a ressignificação da identidade pós-trauma e a construção de um novo senso de autonomia e propósito. 3. Objetivos Específicos • Exploração Emocional: Acessar conteúdos inconscientes relacionados ao trauma e aos sentimentos de perda de autonomia. • Ressignificação do Trauma: Trabalhar a aceitação da nova condição e encontrar um novo sentido de vida. • Reabilitação Expressiva: Melhorar a qualidade vocal e a autoexpressão. • Reconstrução da Identidade: Redescobrir aspectos positivos da paciente além das limitações físicas. • Integração Familiar: Facilitar a comunicação emocional com os familiares. 4. Intervenções Musicoterapêuticas (dividido em 3 fases) Fase 1: Exploração e Expressão do Inconsciente • Improvisação Livre (Instrumental e Vocal): A paciente usará instrumentos ou a própria voz para expressar emoções espontaneamente, sem exigências técnicas. O terapeuta responderá musicalmente, promovendo um diálogo sonoro. • Técnica de Contenção Sonora: Uso do som para sustentar e validar emoções difíceis, como frustração e tristeza, ajudando a paciente a sentir-se ouvida e compreendida. • Diário Sonoro: Registro semanal de músicas ou sons que despertam sentimentos, auxiliando na identificação de padrões emocionais inconscientes. Fase 2: Ressignificação e Transformação • Recriação de Narrativas Musicais: A paciente escolherá músicas que representam sua jornada pós-acidente e, junto ao terapeuta, adaptará trechos para ressignificar sua experiência. • Técnica da Música Guiada: O terapeuta selecionará músicas evocativas que ajudem a paciente a acessar memórias e emoções profundas, promovendo uma catarse controlada. • Improvisação Terapêutica Direcionada: Trabalhar temas como autonomia, superação e identidade, utilizando a improvisação para simbolizar mudanças e desafios. Fase 3: Integração e Reestruturação da Identidade • Composição Terapêutica: Criar uma música original que represente sua nova perspectiva de vida. • Exploração Vocal: Exercícios de canto e respiração para fortalecer a voz e simbolizar o resgate da autoexpressão. • Performance Terapêutica: Preparação para uma pequena apresentação (para si mesma, familiares ou grupo terapêutico), simbolizando a reconstrução de sua identidade e reforçando sua capacidade de superação. 5. Avaliação Contínua • Registro de mudanças emocionais e na expressão musical. • Evolução na autoaceitação e na ressignificação da autonomia. • Observação da melhora na qualidade vocal e na comunicação interpessoal. • Feedback da paciente sobre sua jornada terapêutica e percepção de mudanças internas.