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David Pereira

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Questões resolvidas

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
1. Considera as afirmações seguintes relativas ao conhecimento científico e seleciona 
a alternativa que o descreve corretamente. 
1. O conhecimento científico obedece a um método rigoroso e procura garantir que as 
mesmas experiências produzam os mesmos resultados. 
2. O conhecimento científico é mediato. 
3. O conhecimento científico recorre a uma linguagem rigorosa e ambígua. 
4. O conhecimento científico raramente pode ser usado para as questões que surgem 
diariamente. 
(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 e 4 são falsas. 
(B) 2 é verdadeira; 1, 3 e 4 são falsas. 
(C) 1 e 2 são verdadeiras; 3 e 4 são falsas. 
(D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 e 4 são falsas. 
 
Cenário de resposta 
1. (C). 
 
2. O conhecimento científico caracteriza-se, entre outros aspetos, por ser: 
(A) metódico e subjetivo. 
(B) qualitativo e assistemático. 
(C) metódico e explicativo. 
(D) verdadeiro e definitivo. 
 
Cenário de resposta 
2. (C). 
 
3. O conhecimento vulgar distingue-se do conhecimento científico porque: 
(A) o primeiro usa uma linguagem rigorosa e o segundo usa uma linguagem simples, que se 
adapta ao imediato. 
(B) o primeiro tem por base a experiência do quotidiano e o segundo tem por base a 
observação rigorosa dos fenómenos. 
(C) o primeiro exprime os seus resultados em termos quantitativos e o segundo descreve os 
fenómenos qualitativamente. 
(D) o primeiro tem um valor predominantemente teórico e o segundo tem um valor 
eminentemente prático. 
 
Cenário de resposta 
3. (B). 
 
4. O problema da indução prende-se com a questão: 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(A) Do que é a indução. 
(B) Do que é uma lei científica. 
(C) De como é possível a descoberta em ciência. 
(D) Da justificação dos enunciados científicos. 
 
Cenário de resposta 
4. (D). 
 
5. A primeira sistematização do método indutivo deve-se a: 
(A) David Hume. 
(B) Karl Popper. 
(C) Galileu Galilei. 
(D) Francis Bacon. 
 
Cenário de resposta 
5. (D). 
 
6. Considera os seguintes enunciados relativos ao método indutivo. 
1. Parte da observação dos fenómenos e faz generalizações. 
2. Generaliza a partir das relações observadas entre os fenómenos. 
3. Explora várias possibilidades de explicação dos fenómenos. 
4. Parte de teorias e não da observação. 
Devemos afirmar que: 
(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos. 
(B) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto. 
(C) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto. 
(D) 2 é correto; 1, 3 e 4 são incorretos. 
 
Cenário de resposta 
6. (B). 
 
7. Considera as afirmações sobre as críticas à observação no método experimental. 
1. A observação é o ponto de partida da ciência e é seletiva. 
2. A observação nunca é completamente neutra e objetiva. 
3. A observação é completamente objetiva e seletiva. 
4. A observação é seletiva e nunca é completamente objetiva. 
Devemos afirmar que: 
(A) Todas as afirmações são incorretas. 
(B) Todas as afirmações são corretas. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(C) 1 e 3 são corretas; 2 e 4 são incorretas. 
(D) 2 e 4 são corretas; 1 e 3 são incorretas. 
 
Cenário de resposta 
7. (D). 
 
8. De acordo com o método indutivo: 
(A) Uma boa teoria deve ser explicativa e preditiva. 
(B) Ao registar os dados, o cientista deve ser imparcial e aderir a preconceitos. 
(C) A produção científica tem início na formulação de uma hipótese e não na observação. 
(D) Uma teoria científica deve ser capaz de explicar exclusivamente os fenómenos passados. 
 
Cenário de resposta 
8. (A). 
 
9. De acordo com o critério de verificação de teorias: 
(A) A metafísica também pode ser considerada ciência. 
(B) Apenas pode ser considerado ciência o que pode ser verificado empiricamente. 
(C) Tudo pode ser verificado empiricamente. 
(D) Ser empiricamente verificável é garantia de que a teoria está certa. 
 
Cenário de resposta 
9. (B). 
 
10. De acordo com o modelo hipotético-dedutivo: 
(A) a observação é a primeira etapa da criação científica. 
(B) o ponto de partida para a construção científica é a experimentação. 
(C) a formulação de hipóteses é um ato essencialmente criativo. 
(D) através da experimentação, o cientista deve procurar verificar a sua hipótese. 
 
Cenário de resposta 
10. (C). 
 
11. Os defensores da conceção indutivista de ciência defendem que: 
(A) A observação não intervém no desenvolvimento da ciência. 
(B) As teorias científicas permitem fazer previsões precisas. 
(C) Todo o conhecimento científico é a priori. 
(D) Os pressupostos acerca da observação são polémicos. 
 
Cenário de resposta 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
11. (B). 
 
12. No método experimental tradicional uma hipótese verificada é aquela que: 
(A) Foi comprovada pela experiência. 
(B) Pode ser comprovada pela experiência. 
(C) Tem de ser comprovada pela experiência. 
(D) Tem de ser refutada pela experiência. 
 
Cenário de resposta 
12. (A). 
 
13. Considera as afirmações que se seguem e seleciona a alternativa que as descreve 
corretamente. 
1. É por indução que se inferem as teorias, a partir dos factos observados. 
2. Os cientistas propõem teorias sem se basearem na observação. 
3. Os cientistas partem de hipóteses ou conjeturas. 
4. O ponto de partida de uma boa teoria é sempre a observação. 
(A) Um indutivista aceita apenas 1 e 3. 
(B) Um indutivista aceita apenas 2 e 4. 
(C) Um indutivista aceita apenas 1 e 4. 
(D) Um indutivista aceita apenas 2 e 3. 
 
Cenário de resposta 
13. (C). 
 
14. Um defensor da indução, em resposta ao argumento cético de David Hume, afirma 
que: 
(A) As inferências indutivas não existem. 
(B) As inferências indutivas são fruto do hábito. 
(C) As inferências indutivas são infalíveis. 
(D) As inferências indutivas são justificáveis. 
 
Cenário de resposta 
14. (D). 
 
15. Considera as afirmações seguintes relativas ao papel da verificação no 
desenvolvimento científico e seleciona a alternativa que o descreve corretamente. 
1. Para o verificacionismo, as experiências são um meio de confirmar as hipóteses. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
2. De acordo com o critério de verificabilidade, para que uma teoria possa ser considerada 
científica, tem de ser composta por proposições observáveis. 
3. De acordo com o critério de verificabilidade, para que uma teoria possa ser considerada 
científica, tem de ser empiricamente verificável. 
4. De acordo com o verificacionismo, alguns dados, como a metafísica, podem carecer de 
verificação empírica e ainda assim ser considerados científicos. 
(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 e 4 são falsas. 
(B) 2 é verdadeira; 1, 3 e 4 são falsas. 
(C) 1 e 4 são verdadeiras; 2 e 3 são falsas. 
(D) 1, 2 e 3 são verdadeiras; 4 é falsa. 
 
Cenário de resposta 
15. (D). 
 
16. Segundo a conceção indutivista do método científico: 
(A) O número de casos observados confirma uma hipótese. 
(B) O número de casos observados não confirma uma hipótese. 
(C) As hipóteses nunca podem ser confirmadas. 
(D) As hipóteses não permitem a generalização. 
 
Cenário de resposta 
16. (A). 
 
17. Lê o excerto que se segue. 
Bertrand Russell, nos Problemas da Filosofia, usou o exemplo de uma galinha que acorda todas 
as manhãs pensando que, uma vez que foi alimentada no dia anterior, sê-lo-á mais uma vez 
naquele dia. Um dia acorda e o camponês torce- -lhe o pescoço. A galinha estava a usar um 
argumento indutivo baseado num grande número de observações. Estaremos a ser tão tolos 
quanto esta galinha ao apoiar-nos tão fortemente na indução? Como poderemos justificar a nossa 
fé na indução? Este é o chamado problema da indução (…). 
Nigel Warburton (1998). Elementos Básicosfases dá-se o nome de «revoluções científicas» (…). Estas 
revoluções da ciência são raras; apesar disso, são responsáveis pelos maiores progressos 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
científicos. Quanto ao modo como progride, podemos dizer que a ciência avança com pequenos 
passos nos períodos da «ciência normal» e dá saltos de gigante nos períodos da «ciência 
extraordinária». 
Tomás: Muito bem, sim senhor! 
Cláudia: Só mais uma coisa. Ficou claro porque é que Kuhn não subscreve o método proposto 
por Popper, uma vez que, segundo ele, os cientistas não funcionam desse modo. Agora eu 
pergunto: qual é o método utilizado pelos cientistas, segundo Kuhn? 
Tomás: Kuhn afirma (…) que os cientistas se comportam (…) como aquelas pessoas que se 
especializam na resolução de puzzles ou enigmas. 
Cláudia: Quer dizer que, para Kuhn, o método científico é um processo de resolução de puzzles… 
Tomás: Exatamente, só que os puzzles são, neste caso, os problemas científicos. Mas a essência 
é a mesma: esses problemas específicos dão ao cientista a ocasião e a possibilidade de pôr à 
prova a sua habilidade. 
Carlos Café (2001). Eles não sabem que eu sonho. Um jovem poeta no país da ciência. 
Asa, pp. 126-127. 
 
92.1. Em que difere a postura do cientista em fase de ciência normal e de ciência extraordinária? 
 
92.2. A que correspondem os puzzles na prática de ciência normal? 
 
92.3. Quais as características do progresso científico em ambas as práticas científicas? 
 
92.4. Tendo em conta o modelo proposto por Kuhn, o que conduz a comunidade científica à 
prática da ciência extraordinária? 
 
Cenários de resposta 
92.1. Na fase de ciência normal, os cientistas resistem à mudança, são conservadores, orientando-se pelo 
paradigma dominante; na fase da ciência extraordinária são inovadores e põem em causa o paradigma vigente, 
procurando novas teorias. 
92.2. Em ciência normal, os puzzles correspondem ao trabalho dos cientistas e identificam-se com os 
problemas científicos que têm para resolver, pondo à prova a sua habilidade e capacidades. 
92.3. Em ciência normal, o progresso científico é cumulativo, isto é, vão-se acrescentando problemas 
resolvidos; em ciência extraordinária, este progresso é mais brusco, fruto da revolução científica que lhe está 
associada. 
92.4. A prática da ciência extraordinária é resultante do período de crise, que se inicia quando as anomalias 
acumuladas são em tal número e grau que os cientistas já não as podem ignorar, dando assim início a uma 
tentativa de as resolver fora do paradigma vigente, originando a mudança do paradigma. 
 
93. Lê o excerto atentamente. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
Deste modo começamos com um ponto de partida vago e construímos sobre alicerces inseguros. 
Mas podemos progredir: podemos às vezes, após alguma crítica, ver que estivemos errados; 
podemos aprender com os nossos enganos, com a compreensão de que fizemos um erro. (…) [O] 
nosso ponto de partida é o senso comum e (…) [o] nosso grande instrumento para progredir é a 
crítica. 
Karl Popper (1975). Conhecimento Objetivo. Itatiaia, pp. 42-43. 
 
93.1. Analisa criticamente a perspetiva de Thomas Kuhn acerca da evolução científica. 
 
Cenário de resposta 
93.1. O aluno deverá adotar uma posição crítica acerca do desenvolvimento da ciência, defendendo ou 
opondo- -se a uma das teses centrais de Thomas Kuhn. 
 
94. Lê o texto seguinte. 
Kuhn sublinhou a enorme importância da história da ciência para a epistemologia. A sua principal 
crítica a Popper visou a visão continuísta e cumulativa do progresso científico que aquele defendeu; 
pelo contrário, para Kuhn a ciência avança na base de crises e roturas, que implicam na conceção 
do mundo mudanças radicais, às quais dá o nome de revoluções científicas. 
Javier Echeverría (2003). Introdução à Metodologia da Ciência. Almedina, p. 116. 
 
94.1. Redige um texto em que mostre o que separa Kuhn de Popper relativamente ao progresso 
e objetividade da ciência. Na tua resposta deves referir: a epistemologia evolucionista de 
Popper; a incomensurabilidade dos paradigmas; o alcance da verdade em ambos os filósofos. 
 
Cenário de resposta 
94.1. Kuhn e Popper apresentam-nos diferentes perspetivas face à objetividade e ao progresso da ciência. 
Para Popper, o progresso é cumulativo; para Kuhn a marca desse progresso são as revoluções científicas. A 
aproximação à verdade é, em Kuhn, uma ilusão. Os paradigmas são, por natureza, incomensuráveis. Também 
Popper considera que, em ciência, a objetividade não existe, pois as teorias científicas não passam de meras 
conjeturas e, como tal, sempre sujeitas, através dos testes a que são submetidas, à refutação. Popper, com 
a sua perspetiva sobre o progresso científico, contribui para o desenvolvimento da epistemologia evolucionista, 
pois considera que, tal como na teoria da evolução das espécies, também em ciência só as melhores teorias 
sobrevivem, ainda que seja apenas por mais um dia, e sempre ameaçadas por eventuais novas teorias rivais. 
 
95. Completa as lacunas com as palavras sugeridas, por modo a que o texto faça sentido. 
• cientistas • velho • extraordinária • paradigma • crise 
• transição • normal • científica • objetivos • métodos 
 
A transição de um ________________ (1) em crise para um novo paradigma do qual uma nova 
tradição de ciência ________________ (2) emergirá é tudo menos um processo cumulativo, um 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
processo alcançado mediante uma reorientação ou extensão do velho paradigma. Ao contrário 
disso, trata-se de uma reconstrução do campo de estudos a partir de novos fundamentos, uma 
reconstrução que altera algumas das mais elementares generalizações teóricas do campo, bem 
como muitos dos seus paradigmas ao nível dos ________________ (3) e aplicações. Durante o 
período de ________________ (4) haverá uma justaposição alargada, embora nunca total, entre 
os problemas que podem ser resolvidos pelo ________________ (5) e pelo novo paradigma. Mas 
existirá também uma diferença decisiva no modo de os resolver. Quando a transição se completa, 
os membros da profissão terão alterado o seu conceito do campo de estudos, dos seus métodos 
e dos seus ________________ (6). (…) Os ________________ (7) não passam a ver uma coisa 
como uma coisa diferente. Em vez disso, eles vêem-na simplesmente. (…) Estas ideias aqui 
antecipadas podem ajudar-nos a identificar a ________________ (8) como um prelúdio 
apropriado à emergência de novas teorias, sobretudo depois de termos examinado uma versão 
de pequena escala do mesmo processo, ao discutir a emergência das descobertas científicas. 
Sendo que a emergência de uma nova teoria corta com uma tradição de prática 
________________ (9) e introduz uma nova tradição governada por novas regras e dentro de 
um novo universo discursivo, é provável que ela ocorra apenas quando se pressente que a tradição 
anterior está claramente fora do bom caminho. Esta observação não é, no entanto, mais do que 
um prelúdio à investigação do estado de crise, e, infelizmente, as questões a que ela nos leva 
requerem mais a competência do psicólogo do que a do historiador. A que se assemelha a ciência 
________________ (10)? Como ganha a anomalia contornos normativos? Como trabalham os 
cientistas quando sabem apenas que algo está errado a um nível fundamental, nível esse para o 
qual não estão preparados pela educação que receberam? Estas questões têm de ser muito mais 
investigadas, e essa investigação não deve ser meramente histórica. (…) É frequente que um 
paradigma emerja, pelo menos em embrião, antes que uma crise se desenvolva muito ou que seja 
explicitamente identificada. 
Thomas Kuhn (2009). A estrutura das revoluções científicas. Guerra & Paz, pp. 124-126. 
 
Cenários de resposta 
95. (1) paradigma;(2) normal; (3) métodos; (4) transição; (5) velho; (6) objetivos; (7) cientistas; (8) 
crise; (9) científica; (10) extraordinária. 
 
96. Assinala com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. 
A. Kuhn é um crítico do método de Popper. 
B. Para Kuhn, a ciência progride por acumulação de conhecimentos e não por saltos bruscos, 
como em Popper. 
C. Em ciência normal o conhecimento é cumulativo. 
D. Um paradigma é um modelo para fazer ciência e um modo de ver o mundo. 
E. O modelo astronómico de Copérnico é um bom exemplo de paradigma. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
F. A ciência normal é a que se pratica no contexto de um paradigma, tal como acontece com a 
ciência extraordinária. 
G. As anomalias são problemas mal resolvidos. 
H. O cientista, na prática da ciência normal, resolve problemas para os quais já conhece os 
procedimentos a seguir. 
I. Pela prática da ciência normal o cientista procede a reajustamentos do paradigma. 
J. Para Kuhn, o cientista acredita piamente no paradigma. 
K. Anomalias acumuladas conduzem, mais tarde ou mais cedo, à crise paradigmática. 
L. Para a crise paradigmática não conta o grau das anomalias acumuladas, mas apenas, o seu 
número. 
M. A crise do paradigma abre o caminho à revolução científica. 
N. Dizer que os paradigmas são incomensuráveis significa afirmar que não servem de critério 
para se avaliarem mutuamente. 
O. A evolução da ciência é, para Kuhn, descontínua. 
P. Tal como para Popper, também para Kuhn a eliminação dos erros aproxima-nos da verdade. 
Q. Para Kuhn, quando se trata de escolher entre teorias, há que ter em conta critérios 
subjetivos. 
R. Um dos critérios objetivos da escolha entre teorias é a simplicidade das teorias em questão. 
S. Dizer que uma teoria é consistente significa dizer que ela não apresenta incoerências 
internas. 
T. Kuhn e Popper concordam que a ciência não é objetiva. 
 
Cenários de resposta 
96. A. V; B. F; C. V; D. V; E. V; F. V; G. F; H. V; I. V; J. V; K. V; L. F; M. F; N. V; O. V; P. F; Q. V; R. V; 
S. F; T. V.de Filosofia. Gradiva, p. 174. 
 
17.1. Esclarece em que consiste o problema da indução identificado no texto. 
 
Cenário de resposta 
17.1. O texto salienta a ideia de que o método indutivo é falível, pois, por grande que seja o número de 
observações realizadas, nunca estaremos em condições de prever, de forma absoluta, o que virá a suceder no 
futuro. 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
18. Lê o excerto que se segue. 
Os cientistas não começam por fazer observações, começam com uma teoria. As teorias científicas 
e as chamadas leis da natureza não aspiram à verdade: ao invés, são tentativas especulativas de 
oferecer uma análise de vários aspetos da natureza. São conjeturas: suposições bem informadas, 
concebidas para serem melhores do que as teorias anteriores. 
Nigel Warburton (1998). Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva. 
 
18.1. Explica por que razão se diz que «as teorias científicas (…) não aspiram à verdade». 
 
Cenário de resposta 
18.1. As teorias científicas não aspiram à verdade porque a sua veracidade nunca pode ser confirmada de 
forma definitiva. As teorias científicas são, deste modo, conjeturas, isto é, tentativas de explicação dos 
fenómenos da natureza tão rigorosas quanto possível. 
 
19. Lê o texto e responde às questões apresentadas. 
A ciência não é um sistema de enunciados certos ou bem estabelecidos, nem é um sistema que 
avance continuamente em direção a um estado de finalidade. (…) Ela jamais pode proclamar haver 
atingido a verdade ou um substituto da verdade, como a probabilidade. (…) Não sabemos: só 
podemos conjeturar. (…) Essas conjeturas ou «antecipações», esplendidamente imaginativas, são, 
contudo, cuidadosamente controladas por testes sistemáticos. Uma vez elaborada, nenhuma 
dessas «antecipações» é dogmaticamente defendida. O nosso método de pesquisa não se orienta 
no sentido de defendê-las para provar que tínhamos razão. Pelo contrário, procuramos contestar 
essas antecipações. Recorrendo a todos os meios lógicos, matemáticos e técnicos de que 
dispomos, procuramos demonstrar que as nossas antecipações são falsas – a fim de colocar, no 
lugar delas, novas antecipações injustificadas e injustificáveis. (…) O avanço da ciência não se 
deve ao facto de se acumularem ao longo do tempo mais e mais experiências percetuais. Nem se 
deve ao facto de estarmos a fazer um uso cada vez melhor dos nossos sentidos. (…) Mesmo o 
teste cuidadoso e sóbrio das nossas ideias, através da experiência, é, por sua vez, inspirado por 
ideias: a experimentação é ação planeada, onde cada passo é orientado pela teoria. (…) Somos 
sempre nós que propomos questões à natureza; somos nós que repetidamente procuramos 
formular essas questões, de modo a provocar um claro «sim» ou «não» (…); somos nós próprios 
que, após intenso exame, decidimos acerca da resposta à indagação que propusemos à natureza 
– após tentativas longas e sérias de obter dela um inequívoco «não». (…) O velho ideal científico 
da episteme – do conhecimento absolutamente certo, demonstrável – mostrou não passar de um 
«ídolo». A exigência de objetividade científica torna inevitável que todo o enunciado científico 
permaneça provisório para sempre. Pode ele, é claro, ser corroborado, mas toda corroboração é 
feita com referência a outros enunciados, por sua vez provisórios. (…) A visão errónea da ciência 
trai-se a si mesma na ânsia de estar correta, pois não é a posse do conhecimento, da verdade 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
irrefutável, que faz o homem de ciência – o que o faz é a persistente e arrojada procura crítica da 
verdade. 
Karl Popper (1998). A Lógica da Pesquisa Científica. Cultrix, pp. 305-308 (adaptado). 
 
19.1. Explica em que consiste o método proposto por Popper. 
 
19.2. Qual o ponto de partida proposto por Popper? 
 
Cenários de resposta 
19.1. Basicamente, o método proposto por Popper é o inverso do método experimental simples. Se neste a 
experimentação tem por função verificar a hipótese, Popper propõe que a experimentação sirva para a refutar, 
isto é, para provar que ela é falsa. Diz Popper: «O nosso método de pesquisa não se orienta no sentido de 
defendê-las para provar que tínhamos razão. Pelo contrário, (…) procuramos demonstrar que as nossas 
antecipações são falsas – a fim de colocar, no lugar delas, novas antecipações injustificadas e injustificáveis». 
19.2. O ponto de partida proposto por Popper é a hipótese ou teoria (conjetura). 
 
20. Lê o texto e responde às questões apresentadas. 
Carla: Imagina que és um cientista que utiliza o método defendido por Popper. Estás empenhado 
numa pesquisa sobre determinado problema que interessa à tua área de investigação. Já sabemos 
que não começas por fazer observações, começas com uma teoria (a que é de momento aceite 
sobre o assunto, por exemplo). No decurso do teu trabalho, fazes determinadas observações que 
te chamam especialmente à atenção pelo facto de não se adequarem exatamente àquilo que era 
suposto que acontecesse. (…) Que fazes agora? 
Marco: Vou fazer testes experimentais para pôr à prova a teoria? 
Carla: Exatamente. Recordo-te que, para Popper, as teorias nunca podem ser demonstradas ou 
verificadas; são criadas pelos cientistas como tentativas de compreensão racional de vários 
aspetos da natureza. As teorias científicas são, portanto, suposições, mas suposições que estão 
bem fundamentadas. Popper dá- -lhes o nome de conjeturas. 
Marco: Continua… 
Carla: Vamos então aos testes. O objetivo destes testes é claro: pôr à prova a teoria, ou seja, as 
conjeturas. O que se espera é que os testes venham a detetar as falhas da teoria, isto é, que as 
conjeturas sejam refutadas. É por isso que a este processo (através do qual se detetam os erros 
de uma conjetura) se dá o nome de falsificacionismo. Marco: E o que é que pode acontecer? Carla: 
Uma de duas coisas: ou a conjetura resiste às tentativas de refutação ou não resiste. Mas, seja 
qual for o resultado dos testes, será sempre útil à ciência: se for descoberto que a conjetura tem 
conteúdos falsos (…), estimulará o aparecimento de uma nova conjetura que resista melhor às 
tentativas de refutação (…). 
Carlos Café (2001). Eles não sabem que eu sonho. 
Um jovem poeta no país da Ciência. Asa, pp. 108-113. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
20.1. Qual o objetivo dos testes científicos? 
 
20.2. Como chama Popper às teorias científicas? Porquê? 
 
20.3. Porque é que uma teoria falsificada é sempre útil à ciência? 
 
Cenários de resposta 
20.1. O objetivo dos testes científicos é pôr à prova a teoria e detetar falhas. 
20.2. Uma teoria científica é, para Popper, uma conjetura, uma hipótese que ainda não se conseguiu provar 
que é falsa (o que é muito distinto de afirmar que é verdadeira). 
20.3. A teoria falsificada é útil porque permite que possa aparecer uma melhor, isto é, mais resistente às 
tentativas de refutação, o que se traduz num avanço científico. 
 
21. Lê o texto e responde à questão apresentada. 
A esta altura, percebe-se claramente a diferença entre verdade e corroboração. Apreciar um 
enunciado, dando-o como corroborado ou não corroborado, é também uma apreciação lógica e, 
portanto, intemporal. (…) Entretanto, nunca podemos dizer que um enunciado, como tal, está, 
por si mesmo, «corroborado» (no sentido em que podemos dizer que ele é «verdadeiro»). Só 
podemos dizer que está corroborado com respeito a algum sistema de enunciados básicos – 
sistema aceite até um determinado ponto no tempo. «A corroboração que uma teoria recebeu até 
ontem» não é logicamente idêntica à «corroboração que uma teoria recebeu até hoje». Por isso, 
devemos colocar um indicador, por assim dizer, em cada apreciação de corroboração – indicador 
que caracterize o sistema de enunciados básicos a que a corroboração se associe (por exemplo,a 
data da sua aceitação). A corroboração não é, portanto, um «valor de verdade»; não pode ser 
colocada a par dos conceitos «verdadeiro» e «falso» (que estão livres de indicadores temporais). 
 
Karl Popper (1998). A Lógica da Pesquisa Científica. Cultrix, pp. 302-303 (adaptado). 
 
21.1. Explica o que se entende por corroboração. 
 
Cenário de resposta 
21.1. Corroborar uma teoria não é o mesmo que afirmar que ela é verdadeira. A corroboração não atribui 
nenhum valor de verdade à teoria que passa nos testes a que foi sujeita, isto é, não diz que ela é verdadeira. 
Diz apenas que a corroboração dá o seu aval a uma dada teoria até um determinado momento, o momento 
em que ela ultrapassou com sucesso os testes de falsificação. Mas, na próxima bateria de testes a que for 
sujeita, pode não passar, o que faz com se seja falsificada. Daí que o autor diga que a corroboração é um 
indicador temporal, coisa que a verdade ou falsidade não são. 
 
22. Lê o texto e responde às questões apresentadas. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
Popper pensava que muitas das afirmações da psicanálise eram infalsificáveis neste sentido. 
Considerava-se impossível de serem testadas. Por exemplo, se alguém diz que todas as pessoas 
são motivadas por desejos inconscientes, não há teste para pôr à prova essa afirmação. Cada 
indício, incluindo as pessoas que negam ser motivadas por desejos inconscientes, é, segundo 
Popper, apenas visto como mais uma prova de que a psicanálise é válida. O psicanalista dirá: «O 
facto de você negar o inconsciente demonstra que tem um forte desejo inconsciente de desafiar 
o seu pai». Mas esta afirmação não pode ser testada, pois não existem provas imagináveis que 
possam mostrar que é falsa. Por conseguinte, afirma Popper, a psicanálise não é uma ciência. Não 
pode dar-nos conhecimento como aquele que nos é fornecido pela ciência. (…) Pelo contrário, a 
teoria de Albert Einstein de que a luz era atraída pelo Sol era falsificável. Fez dela uma teoria 
científica. Em 1919, as observações da posição aparente das estrelas durante um eclipse solar 
não conseguiram refutá-la. Mas poderiam tê-lo feito. A luz das estrelas não era normalmente 
visível, mas, sob as raras condições de um eclipse, os cientistas conseguiram ver que as posições 
aparentes das estrelas se encontravam onde a teoria de Einstein previa que estariam. Se tivessem 
parecido estar noutro ponto, isso teria refutado a teoria de Einstein de como a luz é atraída por 
corpos muito pesados. Popper não achava que estas observações provassem que a teoria de 
Einstein era verdadeira. Mas a testabilidade da teoria e o facto de os cientistas poderem mostrar 
que é falsa contavam a seu favor. 
Nigel Warburton (2012). Uma Pequena História da Filosofia. Edições 70, 2012, pp. 216-217. 
 
22.1. Que critério permite distinguir, segundo Popper, a ciência da não ciência? 
 
22.2. À luz da perspetiva de Popper, a psicologia pode ser considerada ciência? Porquê? 
 
Cenários de resposta 
22.1. O critério de demarcação que separa, segundo Popper, a ciência da não ciência é a falsificabilidade, 
isto é, a possibilidade de uma teoria poder ser submetida a testes que a ponham à prova. 
22.2. Não. Os enunciados da psicologia, tal como os da psicanálise, não são, segundo Popper, falsificáveis, 
pois as suas suposições não podem ser sujeitas a testes e refutadas. 
 
23. Lê o excerto que se segue. 
Além disso, também eu sustento que não se pode asseverar que as hipóteses sejam enunciados 
“verdadeiros”, mas que são apenas “conjeturas provisórias” (ou algo semelhante) e essa conceção 
só pode ser expressa por meio de uma apreciação dessas hipóteses. 
Karl Popper (2013). A Lógica da Pesquisa Científica, Cultrix, p. 291. 
 
23.1. Explica o significado do conceito de teoria corroborada e relaciona-o com as «conjeturas 
provisórias» referidas no texto. 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
Cenário de resposta 
23.1. Uma teoria corroborada é uma teoria fortalecida pelo facto de ter resistido às sucessivas tentativas de 
refutação de que foi alvo. Apesar da sua resistência às tentativas de refutação, a teoria nunca é verificada de 
forma definitiva, pelo que continua a ser uma conjetura provisória, ou seja, uma explicação provável para 
determinado fenómeno, que eventualmente pode vir a ser falsificada. 
 
24. Considera o excerto. 
Não é tanto o número de casos corroboradores que determina o grau de corroboração, mas sim a 
severidade dos vários testes a que a hipótese pode ser e foi submetida. (…) O grau de corroboração 
efetivamente alcançado não depende, como é claro, apenas do grau de falsificabilidade: um 
enunciado pode ser falsificável em alto grau e, ainda assim, estar corroborado de maneira apenas 
superficial (…). 
Karl Popper (1998). A Lógica da Pesquisa Científica. Cultrix, p. 293 (adaptado). 
 
24.1. Explica, justificadamente, o que distingue a corroboração da verdade. 
 
Cenário de resposta 
24.1. Verdade e corroboração não são o mesmo. A verdade é algo acabado, definitivo; a corroboração exige 
o teste constante e a tentativa de se refutar, falsificar, uma teoria, daí que a corroboração seja apenas 
provisória. Uma teoria corroborada não é uma teoria verdadeira, mas apenas uma teoria que provisoriamente 
passou nos testes, até uma próxima tentativa de falsificação. 
 
25. Lê o texto seguinte. 
Antes de Popper ter começado a escrever sobre o método científico, muitos cientistas e filósofos 
pensavam que a forma de fazer ciência era procurar provas que apoiassem as suas hipóteses. Se 
eu quisesse provar que todos os cisnes são brancos, faria um grande número de observações de 
cisnes. Se todos os cisnes que visse fossem brancos, pareceria sensato concluir que a hipótese 
«todos os cisnes são brancos» era verdadeira. Este tipo de raciocínio parte da afirmação «todos 
os cisnes que vi são brancos» e conclui que «todos os cisnes são brancos». 
Nigel Warburton (2012). Uma Pequena História da Filosofia. Edições 70, p. 214. 
 
25.1. A partir do texto, explicita em que consiste o falsificacionismo, referindo o método e a 
importância dos testes na proposta de Karl Popper. 
 
Cenário de resposta 
25.1. Popper propôs o método das conjeturas e refutações. As hipóteses, teorias de partida, são sempre 
suposições que precisam de ser testadas. Como se diz no texto, afirmar que «todos os cisnes são brancos» a 
partir de «todos os cisnes que vi são brancos» não faz sentido, pois Popper considera que a ciência não 
funciona por indução. Daí que proponha, não a verificação das hipóteses, mas antes a sua falsificação, e é 
aqui que reside a importância dos testes. Segundo Popper, uma teoria científica deve ser sujeita a testes que 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
a tentem falsificar, isto é, que a tentam derrubar provando que é falsa. Basta um único caso, um único teste 
a que a teoria não resista, para ela ser rejeitada ou corrigida. Mostrar que uma teoria é falsa é o objetivo da 
experimentação. Por mais provas que tenhamos, nunca poderemos dizer que uma teoria é absolutamente 
verdadeira. Os testes têm essa função: provar que uma teoria é falsa. 
 
26. Lê o texto seguinte. 
Uma hipótese científica é uma hipótese cuja falsidade pode ser provada: faz previsões que se 
podem revelar falsas. 
Nigel Warburton (2012). Uma Pequena História da Filosofia. Edições 70, p. 216. 
 
26.1. A partir do texto, explica o critério de demarcação proposto por Karl Popper. Na tua 
resposta deves referir: o que o distingue do critério dos positivistas; o que se entende por 
critério de demarcação; o critério popperiano de demarcação. 
 
Cenário de resposta 
26.1. O critério de demarcação científica, isto é, o que permite distinguir uma teoria científica de uma teoria 
não científica é, para Popper, a falsificabilidade. Uma teoriacientífica é aquela que pode ser falsificada pelos 
testes a que irá ser sujeita. A falsificabilidade é assim o que distingue a ciência da não ciência. O que distingue 
o método proposto por Popper do método dos positivistas é que estes têm como critério o verificacionismo, 
ou seja, uma hipótese é científica se puder ser verificada empiricamente através do método experimental, o 
que Popper rejeita absolutamente quando questiona o valor preditivo da indução que subjaz ao método 
positivista. 
 
27. Lê o texto seguinte. 
A falsificabilidade é um critério de demarcação, mas não de sentido. (…) Entre os enunciados 
empíricos que têm sentido, por exemplo, «surgirá no céu uma bola de fogo» e «o cometa Halley 
aparecerá no ano de 1986», o primeiro não é falsificável e o segundo, sim; nesta medida, só o 
segundo é um enunciado científico. Popper propôs a falsificabilidade como critério de demarcação 
depois de afirmar que há uma assimetria lógica entre a verificabilidade e a falsificabilidade. Um 
enunciado universal nunca é dedutível a partir dos enunciados singulares, por muitos que estes 
sejam (…); mas, em contrapartida, um enunciado singular pode contradizer um enunciado 
universal e, portanto, refutá-lo. 
Javier Echeverría (2003). Introdução à Metodologia da Ciência. Almedina, p. 97. 
 
27.1. A partir do texto, mostra em que medida a falsificabilidade é o critério de demarcação de 
Popper. Na tua resposta deve referir: o papel do erro no progresso científico; o que separa a 
verificabilidade da falsificabilidade. 
 
Cenário de resposta 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
27.1. O método de Popper é o método das conjeturas e refutações. As hipóteses, enquanto conjeturas, são 
expostas aos testes com o intuito de serem falsificadas. Só os enunciados empíricos falsificáveis são científicos. 
É este o critério de demarcação. O erro tem, pois, um papel decisivo no progresso científico. 
 
28. Lê o texto seguinte. 
Para Popper (…) a ciência nunca alcança a verdade, mas aproxima-se dela propondo sistemas 
hipotéticos complexos, as teorias científicas (…). Os cientistas, a partir desses sistemas 
hipotéticos, deduzem consequências que coincidem em grau maior ou menor com a experiência. 
Mas as teorias científicas nunca são categóricas, mas sim conjeturais. 
Javier Echeverría (2003). Introdução à Metodologia da Ciência. Almedina, p. 96. 
 
28.1. A partir do texto, discute a diferença entre verdade e corroboração. 
 
Cenário de resposta 
28.1. Para Popper, verdade e corroboração são coisas distintas. Uma teoria corroborada é uma teoria que 
passou nos testes até um determinado ponto no tempo. A corroboração não é um valor de verdade, não 
podendo, como tal, ser identificada com os conceitos de verdadeiro ou de falso, já que estes estão livres de 
indicadores temporais. 
 
29. Karl Popper foi crítico em relação: 
(A) Ao poder preditivo da indução. 
(B) Ao princípio metodológico da falsificação. 
(C) À ciência em geral. 
(D) À corroboração das teorias. 
 
Cenário de resposta 
29. (A). 
 
30. Uma das críticas ao método experimental reside na observação, pois: 
(A) Ela é objetiva e seletiva. 
(B) Ela é neutra e seletiva. 
(C) Ela não é objetiva nem neutra. 
(D) Ela não é seletiva nem neutra. 
 
Cenário de resposta 
30. (C). 
 
31. O critério de demarcação para Popper é: 
(A) A falsidade da teoria. 
(B) A falsificabilidade da teoria. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(C) A verificação da teoria. 
(D) A verificação da falsidade da teoria. 
 
Cenário de resposta 
31. (B). 
 
32. O método de Popper é conhecido como: 
(A) Método das conjeturas e verificações. 
(B) Método das hipóteses e refutações. 
(C) Método das conjeturas e afirmações. 
(D) Método das conjeturas e refutações. 
 
Cenário de resposta 
32. (D). 
 
33. Considera os seguintes enunciados, relativos ao critério de demarcação proposto 
por Karl Popper. 
1. Uma teoria científica é falsificável. 
2. Uma teoria científica é verificável. 
3. Uma teoria científica deve ser refutável. 
4. Uma teoria científica não deve ser corroborada. 
Karl Popper aceitaria: 
(A) 1, 2 e 3 e rejeitaria 4. 
(B) 1 e 2 e rejeitaria 3 e 4. 
(C) 2 e 4 e rejeitaria 1 e 3. 
(D) 1 e 3 e rejeitaria 2 e 4. 
 
Cenário de resposta 
33. (D). 
 
34. O erro, em Popper, tem uma função importante porque: 
(A) Permite chegar à verdade. 
(B) Evita a verificação da teoria. 
(C) Permite a evolução da ciência. 
(D) Evita encontrar a certeza. 
 
Cenário de resposta 
34. (C). 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
35. Considera as afirmações que se seguem e seleciona a alternativa que as descreve 
corretamente. 
1. Só as teorias falsificáveis são científicas. 
2. A indução faz sentido em ciência. 
3. A experimentação não verifica a hipótese. 
(A) Popper aceita 2 e 3, mas rejeita 1. 
(B) Popper aceita 1, mas rejeita 2 e 3. 
(C) Popper aceita 2, mas rejeita 1 e 3. 
(D) Popper aceita 1 e 3, mas rejeita 2. 
 
Cenário de resposta 
35. (D). 
 
36. Para Popper, a teoria da relatividade de Einstein é: 
(A) Uma teoria científica porque é universalmente verdadeira. 
(B) Uma teoria científica porque é passível de verificação. 
(C) Uma dedução que não pode ser sujeita a testes empíricos. 
(D) Uma teoria científica porque até hoje foi corroborada. 
 
Cenário de resposta 
36. (D). 
 
37. Segundo o critério de demarcação de Popper, uma teoria científica é aquela que: 
(A) Foi falsificada pela experimentação. 
(B) Tem de ser falsificável pela observação. 
(C) Foi falsificada pela observação. 
(D) Tem de ser falsificável pela experimentação. 
 
Cenário de resposta 
37. (D). 
 
38. Considera as afirmações que se seguem, sobre a corroboração na teoria de Popper, 
e seleciona a alternativa que a descreve corretamente. 
1. Corroborar um enunciado não confirma a sua veracidade. 
2. A corroboração é um valor de verdade. 
3. A corroboração está livre de indicadores temporais. 
4. Corroboração não é o mesmo que verdade. 
(A) 1, 2 e 4 são verdadeiras; 3 é falsa. 
(B) 3 e 4 são verdadeiras; 1 e 2 são falsas. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(C) 1, 3 e 4 são verdadeiras; 2 é falsa. 
(D) 1 e 4 são verdadeiras; 2 e 3 são falsas. 
 
Cenário de resposta 
38. (D). 
 
39. Para Popper: 
(A) É a confirmação que está no centro do método científico. 
(B) É a refutação que está no centro do método científico. 
(C) É a verificação que está no centro do método científico. 
(D) É a experimentação que está no centro do método científico. 
 
Cenário de resposta 
39. (B). 
 
40. De acordo com o Karl Popper: 
(A) Uma teoria corroborada é uma teoria fortalecida pelas tentativas de falsificação a que foi 
sujeita. 
(B) Uma teoria corroborada é uma teoria que foi verificada pela experimentação. 
(C) Para que uma teoria seja corroborada, deve haver um elevado número de cientistas a 
defendê-la. 
(D) As teorias nunca são corroboradas. 
 
Cenário de resposta 
40. (A). 
 
41. Para Karl Popper: 
(A) É possível fazer uma observação fenoménica absolutamente imparcial. 
(B) O método indutivo é o único verdadeiramente científico. 
(C) Não é possível fazer a verificação definitiva de qualquer teoria científica. 
(D) O conhecimento científico depende das revoluções paradigmáticas. 
 
Cenário de resposta 
41. (C). 
 
42. Para Popper, o progresso da ciência faz-se: 
(A) Por conjeturas e observações. 
(B) Por experimentações e verificações. 
(C) Por conjeturas e refutações. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(D) Por observações e experimentações. 
 
Cenário de resposta 
42. (C). 
 
43. Considera os enunciados sobre o falsificacionismo. 
1. Uma teoria diz-se falsificada quandose provou que é falsa. 
2. Um único contraexemplo que negue uma teoria é suficiente para a declarar falsificada. 
3. Uma teoria corroborada é uma teoria que é declarada refutada ou falsificada. 
4. Uma teoria que passa nos testes de falsificação a que é sujeita diz-se verdadeira. 
Deve afirmar-se que: 
(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos. 
(B) 1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos. 
(C) 2 e 4 são corretos; 1 e 3 são incorretos. 
(D) 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos. 
 
Cenário de resposta 
43. (A). 
 
44. Segundo Popper, as hipóteses científicas são enunciados universais e, como tal, 
não podem ser verificadas. Esta afirmação é: 
(A) Verdadeira: é impossível falsificar teorias baseadas em casos particulares. 
(B) Falsa: Popper foi um crítico da perspetiva indutivista do método científico. 
(C) Verdadeira: Popper foi um crítico da perspetiva indutivista do método científico. 
(D) Falsa: é impossível verificar todos os casos particulares de um fenómeno. 
 
Cenário de resposta 
44. (C). 
 
45. Segundo Popper, acerca das teorias ou hipóteses científicas, a única coisa que os 
cientistas legitimamente podem fazer: 
(A) É considerá-las verdades que ainda não foram verificadas. 
(B) É procurar sujeitá-las a testes que provem a sua veracidade. 
(C) É afirmar que, enquanto não forem refutadas, são verdadeiras. 
(D) É mostrar ou que são falsas ou que ainda não foi provada a sua falsidade. 
 
Cenário de resposta 
45. (D). 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
46. Para Popper, o que caracteriza as hipóteses científicas é: 
(A) A sua irrefutabilidade. 
(B) Poderem ser verificadas. 
(C) A sua falsificabilidade. 
(D) Não poderem ser testadas. 
 
Cenário de resposta 
46. (C). 
 
47. De acordo com Popper, a descoberta do erro: 
(A) Mostra a verificabilidade da ciência. 
(B) É desprezada pelos cientistas. 
(C) Mostra a impossibilidade da verdade. 
(D) É o motor de progresso científico. 
 
Cenário de resposta 
47. (D). 
 
48. Para Popper, o ponto de partida do trabalho científico: 
(A) É a observação. 
(B) É o cientista. 
(C) É uma teoria. 
(D) São os testes. 
 
Cenário de resposta 
48. (C). 
 
49. O falsificacionismo considera não científicas: 
(A) As teorias impossíveis de falsificar. 
(B) As teorias passíveis de falsificação. 
(C) As teorias impossíveis de verificar. 
(D) As teorias passíveis de verificação. 
 
Cenário de resposta 
49. (A). 
 
50. Karl Popper defende uma conceção de ciência que assenta: 
(A) Na rejeição completa da indução. 
(B) Na rejeição completa da dedução. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(C) Na rejeição completa da procura da verdade. 
(D) Na rejeição completa da procura do erro. 
 
Cenário de resposta 
50. (A). 
 
51. Karl Popper contribuiu para o desenvolvimento da epistemologia: 
(A) Mecanicista. 
(B) Positivista. 
(C) Evolucionista. 
(D) Organicista. 
 
Cenário de resposta 
51. (C). 
 
52. Para Popper, a afirmação Todos os mochos piam: 
(A) É verificável. 
(B) Não é verificável. 
(C) Não é falsificável. 
(D) É falsa. 
 
Cenário de resposta 
52. (B). 
 
53. No método proposto por Karl Popper: 
(A) O ponto de partida para a investigação é a constatação de um problema. 
(B) Recorre-se à experimentação exclusivamente como forma de comprovar a veracidade das 
hipóteses. 
(C) A primeira fase é a observação e seguem-se a teoria e a elaboração de experiências no 
intuito de falsificar a hipótese. 
(D) É defendida uma conceção indutivista da ciência. 
 
Cenário de resposta 
53. (A). 
 
54. De acordo com Karl Popper: 
(A) A verificação de teorias permite uma aproximação aleatória à verdade. 
(B) A elaboração de hipóteses está associada à capacidade criativa do cientista. 
(C) A verdade é um ideal regulador. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(D) Através da falsificação é possível ter a certeza absoluta que uma teoria está correta. 
 
Cenário de resposta 
54. (C). 
 
55. Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada proposição, mais 
interessante ela é para a ciência. Qual das proposições seguintes é, de acordo com 
Popper, mais interessante? 
(A) Não existem cisnes negros. 
(B) Todos os cisnes são brancos. 
(C) Alguns cisnes são negros. 
(D) Existem cisnes brancos. 
 
Cenário de resposta 
55. (B). 
 
56. Completa as lacunas com as palavras sugeridas no quadro, por modo a que o texto 
faça sentido. 
• demarcação • indutiva • verdadeiro • negativas • verdadeiras 
• falsidade • progresso • verificá-los • corroborada • empírica 
 
Importa acentuar que uma decisão positiva só pode proporcionar alicerce temporário à teoria, pois 
subsequentes decisões _________________ (1) sempre poderão constituir-se em motivo para 
rejeitá-la. Na medida em que a teoria resista a provas pormenorizadas e severas, e não seja 
suplantada por outra, no curso do _________________ (2) científico, poderemos dizer que ela 
«comprovou sua qualidade» ou foi «_________________» (3) pela experiência passada. Nada 
que lembre a lógica _________________ (4) aparece no processo aqui esquematizado. Nunca 
suponho que possamos sustentar a verdade de teorias a partir da verdade de enunciados 
singulares. Nunca suponho que, por força de conclusões «verificadas», seja possível ter por 
«_________________» (5) ou mesmo por meramente «prováveis» quaisquer teorias. (…) O 
critério de _________________ (6) inerente à Lógica Indutiva – isto é, o dogma positivista do 
significado – equivale ao requisito de que todos os enunciados da ciência _________________ 
(7) (ou todos os enunciados «significativos») devem ser suscetíveis de serem, afinal, julgados 
com respeito à sua verdade e _________________ (8); diremos que eles devem ser 
«conclusivamente julgáveis». Isso quer dizer que a sua forma deve ser tal que se torne 
logicamente possível _________________ (9) e falsificá-los. Schlick diz: «(…) um enunciado 
genuíno deve ser passível de verificação conclusiva»; Waismann é ainda mais claro: «Se não 
houver meio possível de determinar se um enunciado é _________________ (10), esse enunciado 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
não terá significado algum, pois o significado de um enunciado confunde-se com o método de sua 
verificação». 
Karl Popper (1972). A Lógica da Pesquisa Científica. Cultrix, pp. 34-42. 
 
Cenários de resposta 
56. (1) negativas; (2) progresso; (3) corroborada; (4) indutiva; (5) verdadeiras; (6) demarcação; (7) 
empírica; (8) falsidade; (9) verificá-los; (10) verdadeiro. 
 
57. Lê o texto seguinte. 
Assuma-se que as crises são uma pré-condição necessária para a emergência de novas teorias e 
perguntemos de seguida como lhes reagem os cientistas. Parte da resposta, tão óbvia quanto 
importante, pode ser descoberta se procurarmos perceber o que os cientistas nunca fazem quando 
confrontados com anomalias, mesmo quando sérias e duradouras. Embora possam começar por 
perder a sua fé e começar a considerar alternativas, eles não renunciam ao paradigma que os 
conduziu à crise. Quer dizer, eles não olham para as anomalias como contraexemplos, apesar de 
ser isso mesmo que, no vocabulário da filosofia das ciências, estas são. 
Thomas Kuhn (2009). A estrutura das revoluções científicas. Guerra & Paz, pp. 115-119. 
 
57.1. Tendo em conta o texto, explica por que razão podemos afirmar que o cientista é 
dogmático na defesa do seu paradigma? 
 
Cenário de resposta 
57.1. O cientista, confrontado com anomalias sérias e duradouras, resiste-lhes. Embora o acumular de 
anomalias comece a colocar em causa a sua fé no paradigma, o cientista não lhe renuncia de ânimo leve. 
Como diz o texto, eles não olham para as anomalias como contraexemplos, veem-nas antes como problemas 
que precisamde ser resolvidos dentro do paradigma vigente, e é nesse sentido que trabalham. 
 
58. Lê, com atenção, o texto seguinte. 
São episódios – exemplificados nas suas formas mais extremas e facilmente reconhecidas pelo 
advento do copernicanismo, darwinismo ou einsteinianismo – em que uma comunidade científica 
abandona o caminho, outrora venerado, de olhar para o mundo e de exercer a ciência a favor de 
outra abordagem da sua disciplina, em geral incompatível. (…) Ao contrário de uma impressão 
dominante, a maior parte das novas descobertas e teorias nas ciências não são meras adições ao 
lote existente de conhecimentos científicos. Para os assimilar, o cientista deve em geral voltar a 
arrumar o equipamento intelectual e manipulativo em que confiara anteriormente, descartando 
alguns elementos da sua crença e prática anteriores até encontrar novos significados e novas 
relações entre muitos outros. Visto que o antigo precisa de ser reavaliado e reordenado quando 
se assimila o novo, a descoberta e a invenção nas ciências são em geral intrinsecamente 
revolucionárias. (…) Quase nenhuma das investigações empreendidas, mesmo pelos maiores 
cientistas, está projetada para ser revolucionária e muito poucas têm quaisquer consequências. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
Pelo contrário, a investigação normal, mesmo a melhor, é uma atividade altamente convergente 
baseada firmemente num consenso estabelecido, adquirido na educação científica e reforçado pela 
vida subsequente na profissão. É típico que esta investigação convergente ou de consenso limitado 
desemboque por fim na revolução. Então, as técnicas e crenças tradicionais são abandonadas e 
substituídas por outras novas. Mas as alterações revolucionárias de uma tradição científica são 
relativamente raras, e os períodos extensos de investigação convergente são os preliminares 
necessários para que apareçam. 
Thomas Kuhn (2009). A estrutura das revoluções científicas. Guerra & Paz, p. 277. 
 
58.1. A partir do texto, explicita o conceito de revolução científica. 
 
Cenário de resposta 
58.1. Diz o texto que as revoluções científicas são: «episódios em que uma comunidade científica abandona 
o caminho, outrora venerado, de olhar para o mundo e de exercer a ciência a favor de outra abordagem da 
sua disciplina, em geral incompatível». Elas representam o novo e o diferente e, por isso, «visto que o antigo 
precisa de ser reavaliado e reordenado quando se assimila o novo, a descoberta e a invenção nas ciências são 
em geral intrinsecamente revolucionários». Nesta medida, a revolução científica transporta uma mudança 
radical na prática científica praticada até aí: «Então, as técnicas e crenças tradicionais são abandonadas e 
substituídas por outras novas». 
 
59. Lê o texto seguinte e responde à questão colocada. 
Começarei por perguntar: quais são as características de uma boa teoria científica? Entre muitas 
das respostas usuais, selecionei cinco, não porque sejam exaustivas, mas porque são 
individualmente importantes e em conjunto suficientemente variadas para indicar o que está em 
jogo. Em primeiro lugar, uma teoria deve ser exata: quer dizer, no seu domínio, as consequências 
deduzíveis de uma teoria devem estar em concordância demonstrada com os resultados das 
experimentações e observações existentes. Em segundo lugar, uma teoria deve ser consistente, 
não só internamente ou com ela própria, mas também com outras teorias correntemente aceites 
e aplicáveis a aspetos relacionados da natureza. Terceiro, deve ter um longo alcance: em 
particular, as consequências de uma teoria devem estender-se muito para além das observações, 
leis ou subteorias particulares, para as quais ela estava projetada em princípio. Quarto, (…) deve 
ser simples, ordenando fenómenos que, sem ela, seriam individualmente isolados e, em conjunto, 
seriam confusos. Quinto, (…) uma teoria deve ser fecunda quanto a novas descobertas de 
investigação: deve desvendar novos fenómenos ou relações anteriormente não verificadas entre 
fenómenos já conhecidos. Estas cinco características – exatidão, consistência, alcance, 
simplicidade e fecundidade – são todas elas critérios padronizados para a avaliação da adequação 
de uma teoria. Juntamente com outras do mesmo género, elas fornecem a base partilhada para a 
escolha teórica. 
Thomas Kuhn (1989). A tensão essencial. Edições 70, p. 385. 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
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59.1. Apresenta a resposta de Kuhn à pergunta que abre o texto. 
 
Cenário de resposta 
59.1. Kuhn responde à questão dizendo que uma boa teoria deve ter as seguintes características: ser exata; 
ser consistente; ter um longo alcance; ser simples; e ser fecunda. Significa isto que, e respetivamente, as 
consequências deduzíveis da teoria devem concordar com os resultados das experimentações e das 
observações; a sua consistência deve ser não só interna, mas também externa (com as outras teorias 
correntemente aceites); o seu longo alcance relaciona-se com a extensão das suas consequências; a sua 
simplicidade decorre da sua capacidade de ordenar os fenómenos; e a sua fecundidade depende da 
possibilidade de permitir descobrir novas investigações. 
 
60. Lê o texto seguinte e responde à questão colocada. 
Quando os cientistas têm de escolher entre teorias rivais, dois homens comprometidos 
completamente com a mesma lista de critérios para escolha podem, contudo, chegar a conclusões 
diferentes. Talvez interpretem a simplicidade de maneira diferente ou tenham convicções 
diferentes sobre o âmbito de campos em que o critério de consistência se deva aplicar. Ou talvez 
concordem sobre estas matérias, mas difiram quanto aos pesos relativos a ser acordados a estes 
ou a outros critérios (…). Quer dizer, há que lidar com características que variam de um cientista 
para outro sem com isso arriscar minimamente a sua adesão aos cânones que tornam científica a 
ciência. Embora tais cânones existam e devam ser descobertos (…), não são por si suficientes para 
determinar as decisões dos cientistas individuais. (…) Algumas das diferenças que tenho em mente 
resultam da experiência anterior do indivíduo como cientista. Em que parte do campo trabalhava 
ele, quando se confrontou com a necessidade de escolher? Por quanto tempo trabalhou nele; qual 
foi o seu êxito; e quanto do seu trabalho dependeu de conceitos e técnicas impugnados pela nova 
teoria? (…) Alguns cientistas põem mais ênfase do que outros na originalidade e têm mais vontade, 
portanto, em tomar riscos; alguns cientistas preferem teorias compreensivas, unificadas para 
soluções de problemas exatos e pormenorizados de alcance aparentemente mais restrito. Fatores 
diferenciadores como estes são descritos pelos meus críticos como subjetivos, e são postos em 
contraste com os critérios partilhados ou objetivos de onde parti. (…) O meu ponto é, portanto, 
que toda a escolha individual entre teorias rivais depende de uma mistura de fatores objetivos e 
subjetivos, ou de critérios partilhados e individuais. 
Thomas Kuhn (1989). A tensão essencial. Edições 70, pp. 388-389. 
 
60.1. Em que medida os fatores subjetivos se relacionam com os fatores objetivos? 
 
Cenário de resposta 
60.1. Na escolha das teorias, os fatores objetivos – exatidão, consistência, alcance, simplicidade e fecundidade 
– não podem deixar de se relacionar com as idiossincrasias de cada um dos cientistas envolvidos. Os fatores 
subjetivos, diz Kuhn, podem levá-los a conclusões diferentes. Embora as regras e cânones se encontrem bem 
 
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definidos, não são, no entender de Kuhn, suficientes para determinar as decisões individuais. Assim, Kuhn 
considera que fatores como: «Em que parte do campo trabalhava ele, quando se confrontou com a necessidade 
de escolher? Por quanto tempo trabalhou nele; qualfoi o seu êxito; e quanto do seu trabalho dependeu de 
conceitos e técnicas impugnados pela nova teoria?» vão ter influência na decisão a tomar. Daí que conclua 
que «toda a escolha individual entre teorias rivais depende de uma mistura de fatores objetivos e subjetivos, 
ou de critérios partilhados e individuais». 
 
61. Considera o texto e responde às questões que se apresentam de seguida. 
Do mesmo modo, a ciência normal consagra uma boa parte dos seus esforços à resolução de 
puzzles, quer dizer, problemas difíceis de enfrentar, mas que em princípio podem ter solução, 
segundo os critérios de plausibilidade que um paradigma estabelece sempre. (…) As etapas de 
ciência normal caracterizam-se precisamente pelo facto de nelas se dedicar muitíssimo tempo e 
esforço à tentativa de solucionar problemas de pouca relevância, mas que têm sentido profundo 
no interior do paradigma. Seja como for, em qualquer etapa de ciência normal existem numerosas 
anomalias, quer dizer, factos que de maneira alguma são explicáveis no quadro conceptual do 
paradigma e que até mesmo o contradizem. 
Javier Echeverría (2003). Introdução à Metodologia da Ciência. Almedina, p. 122. 
 
61.1. Os puzzles que o cientista resolve em ciência normal são: 
(A) Problemas fáceis de enfrentar, mas que não têm solução. 
(B) Problemas difíceis de enfrentar, mas que têm solução. 
(C) Problemas fáceis de enfrentar, mas que podem ter solução. 
(D) Problemas difíceis de enfrentar, mas que podem ter solução. 
 
61.2. O paradigma estabelece sempre: 
(A) Os critérios plausíveis para a solução dos puzzles. 
(B) As regras aceitáveis para desenvolver as anomalias. 
(C) Os critérios aceitáveis para evitar os puzzles. 
(D) As regras plausíveis para a conceção das anomalias. 
 
61.3. A procura da solução dos puzzles em ciência normal: 
(A) Não tem sentido no interior do paradigma. 
(B) Tem sentido no interior do paradigma. 
(C) Não tem importância no interior do paradigma. 
(D) Tem importância no exterior do paradigma. 
 
61.4. As anomalias que surgem são: 
(A) Factos explicáveis pelo paradigma, mas que o contradizem. 
 
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(B) Factos inexplicáveis pelo paradigma e que o contradizem. 
(C) Factos provados pelo paradigma e que o explicam. 
(D) Factos estranhos ao paradigma, mas que o afirmam. 
 
Cenários de resposta 
61.1. (D). 
61.2. (A). 
61.3. (B). 
61.4. (B). 
 
62. Lê o texto seguinte. 
Ao longo da sua formação, os cientistas familiarizaram-se com determinadas linguagens e técnicas 
cuja eficácia para resolver problemas marcou profundamente o seu modo de considerar os 
fenómenos, associando-os ao paradigma vigente na comunidade científica da sua época. (…) Tudo 
isso origina uma série de crenças e de hábitos intelectuais comuns a numerosos cientistas, que, 
por isso mesmo, formam uma comunidade. Pode haver paradigmas e comunidades rivais, com as 
suas lutas em torno do poder académico e científico. A ciência vigente num dado momento implica 
a consolidação de um desses paradigmas. 
Javier Echeverría (2003). Introdução à Metodologia da Ciência. Almedina, p. 117. 
 
62.1. A partir do texto, mostra a importância do paradigma para a investigação científica. Na 
tua resposta deves referir: o que dá o paradigma à comunidade científica; em que consiste o 
trabalho do cientista no âmbito do paradigma; o papel do paradigma. 
 
Cenário de resposta 
62.1. Uma ciência só o é absolutamente quando surge um paradigma que a sustenta. O paradigma é a noção 
central da proposta epistemológica de Kuhn. O paradigma dá à comunidade científica os supostos teóricos 
gerais, as leis e as técnicas para a sua aplicação, estabelece as normas necessárias que tornam legítimo o 
trabalho dentro dessa ciência e forja uma comunidade científica. – O paradigma coordena e dirige a atividade 
do cientista no seu trabalho de ciência normal, que é o trabalho científico quotidiano e que, segundo Kuhn, 
consiste em resolver problemas, enigmas ou puzzles. O trabalho do cientista consiste em adequar a realidade 
ao paradigma, sendo que esta prática científica articula e desenvolve o próprio paradigma. 
 
63. Lê o texto seguinte. 
Os cientistas que passaram a vida a trabalhar no interior de um paradigma não costumam aceitar 
de bom grado uma maneira diferente de ver o mundo. Quando finalmente mudam para um novo 
paradigma, pode então recomeçar um período de ciência normal, desta vez dentro de um novo 
quadro de referência. E assim sucessivamente. 
Nigel Warburton (2012). Uma Pequena História da Filosofia. Edições 70, p. 218. 
 
 
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63.1. A partir do texto, mostra em que medida ciência extraordinária e crise se encontram 
relacionadas na epistemologia de Thomas Kuhn. Na tua resposta deves referir: a relação das 
anomalias com o paradigma e a caracterização do momento de crise; a importância da ciência 
extraordinária na mudança de paradigma. 
 
Cenário de resposta 
63.1. A mudança de paradigma traz consigo todo um conjunto de alterações na prática de ciência normal e 
na própria visão do mundo. Mas até lá, há todo um conjunto de factos que é preciso perceber. O cientista é 
dogmático, isto significa que, perante as anomalias que vão aparecendo, ele tenta não perder muito tempo 
com elas, considerando que o problema reside em alguma falha sua e nunca uma falha atribuível ao paradigma. 
O que sucede é que, perante o acumular de anomalias, o cientista começa a ter de lidar com elas e a tentar 
resolvê-las no âmbito do paradigma. A partir deste momento, entra-se no período a que Kuhn chama crise, 
isto é, no período em que o cientista centra toda a sua atenção em tentar resolver as anomalias no quadro do 
paradigma vigente. Estamos já não numa prática de ciência normal, mas de ciência extraordinária. Neste 
período conturbado da prática científica, os cientistas tentam a todo o custo defender o paradigma e encontrar 
nele as soluções para as anomalias. Como diz Kuhn, neste período de ciência extraordinária, é normal que 
alguns cientistas comecem a tentar encontrar as soluções fora do paradigma vigente. O que acontece nestes 
períodos é que dois paradigmas se confrontam: o velho, que tenta resistir, e o novo que tenta afirmar-se. É 
neste sentido que as anomalias e a ciência extraordinária se relacionam, já que estão na base da mudança de 
paradigma. 
 
64. Para Kuhn, a ciência normal não tem como tarefa: 
(A) Determinar os factos significativos no âmbito do paradigma. 
(B) Garantir o rigor e a precisão da teoria. 
(C) Descobrir novos factos e inventar novas teorias. 
(D) Estabelecer a concordância dos factos com a teoria paradigmática. 
 
Cenário de resposta 
64. (C). 
 
65. Para Thomas Kuhn: 
(A) A evolução científica está associada à adoção de modelos de investigação designados 
como paradigmas. 
(B) A criação de paradigmas é uma das características do período pré-científico. 
(C) Os paradigmas resultam da aplicação do método indutivo. 
(D) Um paradigma científico só pode ser alterado quando a ciência alterar o seu objeto de 
investigação. 
 
Cenário de resposta 
65. (A). 
 
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66. Analisa as proposições seguintes e escolhe a alternativa correta. 
(A) O conceito “emergência paradigmática” designa a urgência de encontrar um novo 
paradigma em altura de crise. 
(B) No período de ciência normal, o paradigma é adotado, não surgindo novas descobertas 
científicas. 
(C) Os paradigmas são incomensuráveis, porque não é possível compará-los objetivamente. 
(D) Para que um paradigma entre em crise, basta que surja uma anomalia. 
 
Cenário de resposta 
66. (C). 
 
67. Em relação à objetividade do conhecimento científico, Thomas Kuhn considera que: 
(A) se usarmos um critério rigoroso, podemos estar certosde que o novo paradigma é melhor 
do que o anterior. 
(B) não temos forma de garantir que o novo modelo adotado seja melhor do que o anterior. 
(C) podemos considerar que a evolução científica se dá de forma objetiva. 
(D) a evolução científica é cumulativa e, por isso, deve ser considerada revolucionária. 
 
Cenário de resposta 
67. (B). 
 
68. Kuhn rejeita que: 
(A) A ciência progrida por acumulação e sem conflitos. 
(B) A evolução do conhecimento científico ocorra por solavancos. 
(C) A subjetividade interfira na escolha entre teorias rivais. 
(D) A revolução científica trace um abismo entre teorias rivais. 
 
Cenário de resposta 
68. (A). 
 
69. A incomensurabilidade que decorre de uma revolução científica revela que: 
(A) Os opositores estabelecem pontes de concordância entre si. 
(B) O conhecimento científico adquirido é impossível de quantificar. 
(C) As anomalias são tantas que se tornam difíceis de quantificar. 
(D) A divergência e o conflito radicais são uma marca das revoluções. 
 
Cenário de resposta 
69. (D). 
 
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70. Segundo Kuhn, os critérios que determinam a escolha de uma teoria científica são: 
(A) Objetivos e subjetivos. 
(B) Objetivos. 
(C) Subjetivos. 
(D) Nem objetivos nem subjetivos. 
 
Cenário de resposta 
70. (A). 
 
71. Segundo Kuhn, uma teoria simples deve: 
(A) Reordenar os fenómenos. 
(B) Ordenar as práticas científicas. 
(C) Reordenar os problemas a resolver. 
(D) Ordenar os fenómenos. 
 
Cenário de resposta 
71. (D). 
 
72. Para Kuhn, o longo alcance de uma teoria mede-se: 
(A) Pela extensão dos seus problemas. 
(B) Pela extensão das suas consequências. 
(C) Pela extensão das suas metodologias. 
(D) Pela extensão das suas anomalias. 
 
Cenário de resposta 
72. (B). 
 
73. Para Kuhn, uma teoria é fecunda quando: 
(A) Desvenda novas teorias. 
(B) Desvenda novas anomalias. 
(C) Desvenda novos fenómenos. 
(D) Desvenda novos instrumentos. 
 
Cenário de resposta 
73. (C). 
 
74. Na presença de um paradigma, a atividade científica desenvolve-se em três fases: 
(A) Fase normal, fase crítica, fase revolucionária. 
 
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TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(B) Fase crítica, fase normal, fase paradigmática. 
(C) Fase normal, fase extraordinária, fase paradigmática. 
(D) Fase normal, fase extraordinária, fase revolucionária. 
 
Cenário de resposta 
74. (A). 
 
75. Considera os enunciados seguintes sobre a perspetiva de Kuhn. 
1. A ciência extraordinária pratica-se à margem do paradigma dominante. 
2. As anomalias acumuladas podem pôr em causa o paradigma. 
3. A pré-ciência corresponde à atividade organizada que precede a formação de uma ciência. 
4. Os paradigmas são sempre comparáveis quanto aos seus resultados. 
Devemos afirmar que: 
(A) 1 e 2 são incorretos; 3 e 4 são corretos. 
(B) 3 e 4 são incorretos; 1 e 2 são corretos. 
(C) 2 e 3 são incorretos; 1 e 4 são corretos. 
(D) 1 e 4 são incorretos; 2 e 3 são corretos. 
 
Cenário de resposta 
75. (B). 
 
76. Considera os seguintes enunciados sobre a noção de paradigma. 
1. Uma «ciência» que não possui um paradigma não tem direito ao título de ciência. 
2. O paradigma vigente serve de base tanto ao cientista da ciência normal como ao da 
extraordinária. 
3. O paradigma inclui os problemas e as soluções que devem orientar a investigação. 
4. O paradigma em vigor começa a ser contestado mal surgem anomalias. 
Deve afirmar-se que: 
(A) 1 e 2 são corretos; 3 e 4 são incorretos. 
(B) 1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos. 
(C) 2 e 4 são corretos; 1 e 3 são incorretos. 
(D) 3 e 4 são corretos; 1 e 2 são incorretos. 
 
Cenário de resposta 
76. (B). 
 
77. Ciência normal é uma expressão que, em Kuhn, designa os momentos da história 
da ciência em que não há revoluções ou mudanças de paradigma. Esta afirmação é: 
(A) Verdadeira: o período de ciência normal só acontece uma vez. 
 
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(B) Falsa: no período de ciência normal, o paradigma não é questionado. 
(C) Falsa: o período de ciência normal só acontece uma vez. 
(D) Verdadeira: no período de ciência normal, o paradigma não é questionado. 
 
Cenário de resposta 
77. (D). 
 
78. A ciência extraordinária é um período de: 
(A) Reajustamento e aprofundamento do paradigma vigente. 
(B) Resolução de enigmas, tendo por base o paradigma dominante. 
(C) Adoção de um novo paradigma e de abandono do velho paradigma. 
(D) Discussão do paradigma vigente em que diminui a confiança neste. 
 
Cenário de resposta 
78. (D). 
 
79. Segundo Kuhn, o conhecimento científico não evolui por acumulação de verdades 
ou correção de erros. Esta afirmação é: 
(A) Verdadeira: só as melhores teorias sobrevivem. 
(B) Falsa: só as melhores teorias sobrevivem. 
(C) Verdadeira: a ciência progride por revoluções científicas. 
(D) Falsa: a ciência progride por revoluções científicas. 
 
Cenário de resposta 
79. (C). 
 
80. As anomalias são factos polémicos que: 
(A) Conduzem ao abandono do paradigma. 
(B) Podem abalar a confiança no paradigma. 
(C) São sempre resolúveis no âmbito do paradigma. 
(D) Apenas estão presentes nos momentos de crise. 
 
Cenário de resposta 
80. (B). 
 
81. Quando certos enigmas que um paradigma não previu são resolvidos segundo a 
forma prevista pelo paradigma estamos num período de: 
(A) Crise. 
(B) Revolução científica. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(C) Ciência normal. 
(D) Ciência extraordinária. 
 
Cenário de resposta 
81. (C). 
 
82. A tese da incomensurabilidade dos paradigmas significa: 
(A) Não ser possível comparar objetivamente dois paradigmas. 
(B) Que o novo paradigma é de longe melhor e mais verdadeiro que o anterior. 
(C) Que a substituição de um paradigma por outro implica avanço em relação ao anterior. 
(D) Que a mudança de paradigmas dá lugar a uma imagem mais objetiva da realidade. 
 
Cenário de resposta 
82. (A). 
 
83. O que leva um cientista a aderir a um novo paradigma são: 
(A) Exclusivamente critérios objetivos e universais. 
(B) Critérios objetivos, mas também fatores de ordem subjetiva. 
(C) Critérios impossíveis de identificar, mas nem subjetivos nem objetivos. 
(D) Exclusivamente fatores de ordem subjetiva e individual. 
 
Cenário de resposta 
83. (B). 
 
84. Para Thomas Kuhn, a ciência progride por meio de: 
(A) Acumulação de conhecimentos. 
(B) Eliminação de erros. 
(C) Revoluções científicas. 
(D) Conjeturas e refutações. 
 
Cenário de resposta 
84. (C). 
 
85. Considera os seguintes enunciados relativos à prática de ciência normal. 
1. A ciência normal faz-se para derrubar um paradigma e resolver anomalias. 
2. A ciência normal faz-se para derrubar um paradigma e resolver puzzles. 
3. A ciência normal faz-se para consolidar um paradigma e resolver anomalias. 
4. A ciência normal faz-se para consolidar um paradigma e resolver enigmas. 
Kuhn afirmaria que: 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
(A) 1 e 2 são verdadeiros; 3 e 4 são falsos. 
(B) 3 e 4 são verdadeiros; 1 e 2 são falsos. 
(C) 1 e 3 são verdadeiros; 2 e 4 são falsos. 
(D) 2 e 4 são verdadeiros; 1 e 3 são falsos. 
 
Cenário de resposta 
85. (B). 
 
86. Para Thomas Kuhn: 
(A) É a existência de um paradigma que distingue ciência de não ciência. 
(B) É a existência de uma crise que distingue ciência de não ciência. 
(C) É a existência de enigmas que distingue ciência de não ciência. 
(D) É a existência de um método que distingue ciência de não ciência. 
 
Cenário de resposta 
86. (A). 
 
87. O que significa dizer que os paradigmas são incomensuráveis, segundo Thomas 
Kuhn? 
 
Cenário de resposta 
87. Dizer queos paradigmas são incomensuráveis equivale a dizer que não há forma de os comparar de 
maneira objetiva e, consequentemente, de concluir que um é melhor que o outro. 
 
88. Esclarece em que consiste um paradigma científico, segundo a perspetiva 
kuhniana. 
 
Cenário de resposta 
88. Um paradigma científico é um modelo adotado pela comunidade científica durante um determinado período 
de tempo e ao abrigo do qual é realizada a investigação. O paradigma em vigor inclui, usualmente, 
metodologias de investigação, leis, teorias, instrumentos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
89. Estabelece a devida identificação entre as afirmações e os conceitos, tendo em 
conta que a cada conceito pode corresponder mais do que uma afirmação. 
 
Conceitos Afirmações 
A. Pré-ciência 
 
B. Comunidade científica 
 
C. Paradigma 
 
D. Ciência normal 
 
E. Anomalia 
 
F. Crise 
 
G. Ciência extraordinária 
 
H. Revolução científica 
 1. É a prática científica que articula e desenvolve um 
paradigma. 
2. Define os problemas e soluções admissíveis na 
prática científica normal. 
3. Atividade científica que antecede a mudança de 
paradigma. 
4. Falhanços na prática científica normal. 
5. É o conjunto de supostos gerais, leis e técnicas que 
as comunidades científicas adotam. 
6. Período em que um novo paradigma se começa a 
formar. 
7. É o estado pré-paradigmático de uma ciência. 
8. Grupo em que os cientistas se inserem para 
desenvolver o seu trabalho de investigação. 
9. O estado em que uma ciência é considerada imatura. 
10. Atividade científica que se pratica nos períodos de 
crise. 
11. Distingue a ciência da não ciência. 
12. Ciência oposta à ciência normal. 
13. Estado que marca a acumulação em grande número 
de anomalias não resolvidas. 
14. Período de confronto entre paradigmas. 
15. Corresponde ao abandono de um paradigma e à 
adoção de um novo. 
16. É a prática científica que entra em rutura com um 
paradigma. 
17. É a atividade de resolução de problemas dirigida 
pelas regras paradigmáticas. 
18. Conjunto de cientistas que trabalham de acordo com 
um paradigma. 
19. É a ciência praticada na maioria do tempo pelos 
cientistas. 
20. Prática científica que marca o período que sucede à 
assunção de um novo paradigma. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
Cenário de resposta 
89. A: 7, 9; B: 8, 18; C: 2, 5, 11; D: 1, 17, 19, 20; E: 4; F: 6, 13, 14; G: 3, 10, 12, 16; H: 15. 
 
90. Lê o texto, com atenção, e responde à pergunta apresentada. 
Pensamos normalmente que uma teoria científica é melhor que as suas predecessoras não só 
porque é um instrumento melhor para descobrir e resolver enigmas, mas também porque é de 
algum modo uma melhor representação do que é realmente a natureza. Ouve-se frequentemente 
dizer que uma teoria que se sucede a outra fica cada vez mais próxima, ou se aproxima cada vez 
mais, da verdade. (…) Enquanto historiador dou-me conta da implausibilidade desta perspetiva. 
Não duvido, por exemplo, de que enquanto instrumento de resolução de enigmas, a mecânica de 
Newton é uma melhoria relativamente à de Aristóteles e que a de Einstein é uma melhoria 
relativamente à de Newton. Mas não vejo na sua sucessão um caminho coerente de 
desenvolvimento ontológico. Pelo contrário, em certos aspetos importantes, embora de forma 
alguma em todos, a teoria da relatividade de Einstein está mais próxima da de Aristóteles do que 
qualquer uma delas da de Newton. 
Thomas Kuhn (2009). A estrutura das revoluções científicas. Guerra & Paz, p. 275. 
 
90.1. «Ouve-se frequentemente dizer que uma teoria que se sucede a outra fica cada vez mais 
próxima, ou se aproxima cada vez mais, da verdade.» Por que razão, para Kuhn, esta perspetiva 
é implausível? 
 
90.2. Contrasta as perspetivas de Kuhn e Popper, a propósito da questão do progresso científico. 
 
Cenários de resposta 
90.1. Kuhn considera esta perspetiva implausível porque crê que a mudança de paradigma não nos aproxima, 
necessariamente, da verdade. A sucessão de paradigmas apenas garante uma nova visão do mundo. A 
incomensurabilidade existente entre os paradigmas não afirma que o novo paradigma esteja mais próximo da 
verdade, pois o facto de não serem comparáveis entre si não nos permite afirmar que o novo é melhor que o 
antigo, mas, apenas e só, que é diferente. 
90.2. Popper considera que a ciência se aproxima da verdade à medida que os erros vão sendo eliminados. 
Falar em aproximação à verdade não significa, para Popper, que a alcancemos, mas tão-só que dela nos 
aproximamos. Kuhn rejeita essa hipótese. Os paradigmas são incomensuráveis e não temos qualquer garantia 
de nos estarmos a aproximar da verdade. Falar em incomensurabilidade implica falar em universos distintos, 
que não podem (nem devem) ser comparados. O progresso científico é, para Kuhn, claramente descontínuo. 
 
91. Lê o texto e responde às questões que se seguem. 
Qualquer que seja o nível de genialidade disponível para as observar, as anomalias não emergem 
do curso normal da investigação científica enquanto os instrumentos e os conceitos não se tiverem 
desenvolvido o suficiente para tornar a sua emergência provável e para tornar a anomalia que daí 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
TEMA II | FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
 
resulta reconhecível como uma violação da expectativa. Dizer que uma descoberta inesperada só 
começa quando algo sai mal é dizer que ela só começa quando os cientistas sabem exatamente 
como é que os instrumentos ou a natureza se deviam comportar. (…) Embora o conhecimento da 
anomalia assinale o começo de uma descoberta, só assinala o início. O que se segue 
necessariamente, se há algo a descobrir, é um período mais ou menos longo durante o qual o 
indivíduo e, amiúde, muitos membros do seu grupo procuram transformar a anomalia numa regra. 
Esse período exige invariavelmente observação e experimentação adicionais e uma reflexão 
sistemática. Enquanto isto prossegue, os cientistas revêm permanentemente as suas expectativas, 
em geral os padrões instrumentais e, por vezes, também as suas teorias mais fundamentais. 
 
Thomas Kuhn (1989). A tensão essencial. Edições 70, pp. 218-219. 
 
91.1. Qual a atitude do cientista face ao aparecimento das anomalias? 
 
91.2. Quais as condições que permitem o aparecimento das anomalias? 
 
91.3. De acordo com o texto, as anomalias que surgem no período de ciência normal são: 
(A) Uma justificação da expectativa. 
(B) Uma consequência da expectativa. 
(C) Uma previsão da expectativa. 
(D) Uma violação da expectativa. 
 
Cenários de resposta 
91.1. Face às anomalias, algo que foge às expectativas que o cientista possui à partida, este e muitos dos 
seus pares tentam integrá-las no paradigma, mas tal obriga a um trabalho redobrado e a uma revisão 
permanente, quer das expectativas quer das suas teorias fundamentais. Por isso, muitas vezes, as anomalias 
são abandonadas e deixadas para uma geração posterior. 
91.2. O aparecimento das anomalias está relacionado com o crescente desenvolvimento dos instrumentos e 
dos conceitos. Só assim estão criadas as condições para que se dê a provável emergência das anomalias e 
para que estas sejam assumidas pelos cientistas como uma violação das suas expectativas. 
91.3. (D). 
 
92. Lê o texto e responde às questões que se seguem. 
Marco: Segundo Kuhn, a história da ciência é feita de alternâncias entre os períodos de «ciência 
normal» e os períodos de «ciência extraordinária». A ciência “normal” é o que acontece 
normalmente, a regra, enquanto a «extraordinária» é a exceção. Durante os períodos de ciência 
normal, os cientistas resistem à mudança e são conservadores; durante os períodos da ciência 
extraordinária (…) põem os antigos paradigmas em causa e procuram teorias novas, de acordo 
com o novo paradigma. A estas

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