Prévia do material em texto
GRUPO I Selecione a opção correta para cada enunciado. 1. problema da natureza dos juízos morais prende-se sobretudo em saber se juízos morais poderão ser verdadeiros ou falsos. juízos morais são ou não juízos de valor. faz sentido falar em moralidade quando nos referimos aos juízos de valor. D. podemos considerar qualquer ação legal moralmente boa ou má. 2. Os juízos morais podem expressar factos morais se pressupusermos que se pode atribuir à moralidade algo de concreto e com propriedade objetiva. B. a moralidade pode depender dos costumes e das crenças de uma sociedade particular. todos factos podem estar sujeitos a uma avaliação moral. D. se pode atribuir um valor moral subjetivo a uma determinada situação. 3. Para um emotivista os juízos morais não são verdadeiros nem falsos. Esta afirmação é A. falsa, pois exprimimos emoções em função da verdade ou falsidade dos juízos. verdadeira, pois juízos morais apenas pretendem descrever emoções e alterar comportamentos e não propriamente constituir verdades. falsa, pois 0 caráter normativo que defendem emotivistas pressupõe um critério de verdade nos juízos morais. D. verdadeira, pois não é possível determinar verdade ou falsidade nos juízos morais quando estes são suportados na razão. 4. Um subjetivista, acerca do problema da exploração infantil, diria que A. é um problema que diz respeito a cada sociedade e que depende da sua cultura. B. ninguém pode ficar indiferente a essa situação e que não é possível não existir unanimidade sobre este assunto. é objetivamente condenável. D. pessoalmente condena essa realidade. 5. Se subjetivismo moral for verdadeiro, então cada indivíduo não se pode impor na sociedade. valores de cada pessoa devem ser respeitados. DOLE10CA © RAIZ EDITORA é importante promover a discussão pública em torno da moralidade a fim de se estabelecerem con- sensos. D. as regras morais são universalmente válidas.6. Segundo 0 relativismo moral, se uma pessoa for contra a utilização de armas de fogo para defesa pes- soal numa sociedade que aprova essa medida, então A. a ideia moral que essa pessoa tem acerca da utilização de armas de fogo é errada. B. 0 juízo pessoas não devem fazer uso de armas de fogo para defesa pessoal» é verdadeiro. C. ambas as posições devem ser respeitadas. D. essa sociedade é a favor do homicídio. 7. objetivismo opõe-se ao relativismo, pois A. 0 relativismo não respeita a multiculturalidade enquanto 0 objetivismo sim. a cultura, segundo 0 objetivismo, é fator determinante para definir 0 que está certo ou 0 que está er- rado. segundo 0 objetivismo, terão de existir princípios universais que determinem 0 que é moralmente certo e errado. D. 0 critério de verdade ou falsidade dos juízos morais não é determinável a partir das emoções. 8. Segundo objetivismo, existem factos morais porque A. cada sociedade determina objetivamente 0 que está certo e 0 que está errado. juízos morais não expressam emoções, mas descrevem a realidade. juízos morais são universalmente verdadeiros ou falsos. D. a moralidade é um tema consensual. GRUPO II 1. Considere os seguintes enunciados. ENUNCIADOS PERSPETIVA FILOSÓFICA A. Podemos hoje condenar 0 nazismo que vigorou no período da II Guerra Mundial, no entanto, nessa altura, para 0 povo alemão, era uma ideologia moralmente aceite e, por isso, verdadeira. B. Quando alguém diz que deverá existir igualdade de género, apenas pretende 0 desejo de esse princípio ser respeitado. C. Deve haver respeito pela ideologia de cada um, pois, na verdade, nada me garante que princípios que eu defendo sejam mais corretos do que OS de outra pessoa que defende princípios diferentes. D. Em que medida se devem tolerar certos comportamentos considerados reprováveis só porque se exige respeito pela cultura de sociedades diferentes? 0 bem e 0 mal ultrapassam a cultura, pois são universalmente verdadeiros. E. Podemos questionar em certos momentos se vale a pena viver. Já sentimos por diversas vezes que, por causa disto ou daquilo, não vale a pena continuar, no entanto isso deve-se a alguns acontecimentos que vivenciamos porque, na verdade, independentemente disso, todos nós queremos viver e ser felizes.F. Admitir que não existe uma verdade moral partilhada por todos não significa que juízos morais não possam ser verdadeiros. Cada pessoa tem a sua própria a sua crença, no entanto esta deve ir ao encontro daquilo que a sociedade defende, pois é nela que cada indivíduo vive. G. Os valores não são estáticos e a prova disso são as preocupações ecológicas que hoje constatamos em todo 0 mundo e a urgência moral de preservar 0 planeta. Quem se preocupava com isto há alguns anos? 0 facto é que hoje essa preocupação é visível em qualquer lado e está na consciência de todos nós. 1.1 Preencha quadro, indicando a que perspetivas filosóficas acerca da natureza dos juízos morais corresponde cada enunciado. 1.2 Justifique a resposta dada nas alíneas e G. 1.3 Contraponha, com base noutras perspetivas filosóficas sobre 0 mesmo problema, a tese presente nas alíneas e F.1. Leia 0 texto seguinte. Se tivermos em consideração 0 quanto as ideias morais mudaram, quer de lugar para lugar, quer ao longo do tempo, pode ser tentador pensar que não existem factos morais absolutos e que, pelo contrário, a moral é sem- pre relativa à sociedade na qual fomos educados. Segundo esta perspetiva, uma vez que a escravatura era To- ralmente aceite para a maioria dos Gregos antigos, apesar de não ser para a maioria dos Europeus de hoje em dia, a escravatura seria moralmente boa para os Gregos antigos, apesar de ser moralmente má para os Euro- peus contemporâneos. Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva, 2007, 104. 1.1 Indique a posição filosófica sobre 0 problema da natureza dos juízos morais que 0 texto apresenta. 1.2 Apresente argumentos que justifiquem a resposta dada em 1.1. 1.3 Considera que um objetivista moral concordaria com esta ideia? Porquê? 1.4 Esclareça em que medida 0 relativismo moral pode ou não defender as sociedades multiculturais.GRUPO Selecione a opção correta para cada enunciado. 1. A discussão em torno da necessidade da fundamentação da moral é importante, porque a moralidade é 0 suporte de toda a existência humana. sendo juízos morais objetivos, é necessário clarificar critérios que definem uma ação moral. permite determinar critérios que estão na base da definição de uma ação moral. D. não existe acordo em relação a temas centrais da atualidade. 2. A ética kantiana é deontológica, porque define como moral A. a ação que, independente da intenção, apresenta resultados bons. a ação cujas consequências são boas. a ação que respeita a norma moral. D. efeitos resultantes de uma ação. 3. Para Kant, um indivíduo pode praticar uma ação boa, no entanto esta pode não ser moral. Esta afirma- ção é falsa, pois uma ação que se apresente boa terá de ser necessariamente moral, uma vez que de outro modo entraríamos em contradição. verdadeira, pois na base da ação moral está 0 resultado e, se este for bom, a ação é moral. falsa, pois a intenção de praticar uma ação boa torna-a necessariamante moral. D. verdadeira, pois a ação só é moral quando a intenção é pura e nem todas as ações boas são puras. 4. De acordo com imperativo categórico, se alguém considerar que a dignidade da pessoa deve ser respeitada, um assassino cruel e reincidente deve ser tratado com respeito de forma a preservar a sua dignidade. só tem direito a ser tratado com dignidade quem respeitar outros de igual modo. C. espera-se que todas as pessoas tratem OS outros com dignidade a fim de serem respeitadas também. D. não implica necessariamente que isso se aplique a todas e quaisquer situações, pois do ponto de vista moral um criminoso atroz deve ser tratado em função dos crimes que cometeu. 5. Um juiz que decida aplicar uma pena exemplar a um condenado está, segundo Kant, a agir moralmente? A. Não, pois, segundo Kant, um condenado deve ter uma pena proporcional ao crime cometido. Sim, pois a aplicação de uma pena exemplar justifica-se quando as suas consequências podem ser sitivas. Não, pois, segundo Kant, 0 juiz estaria a utilizar 0 condenado como um meio para atingir outros fins. DOLE10CA RAIZ EDITORA D. Sim, pois a aplicação de uma pena exemplar é incondicionalmente justa e, por isso, encontra-se no plano da moralidade.6. A ética utilitarista considera que critério que define a moralidade de uma ação é A. 0 princípio ou a regra em que se fundamenta. 0 prazer ou a felicidade que a ação proporcionar aos envolvidos. a consequência ou 0 efeito que a ação provocar. D. a vontade com que uma ação é praticada. 7. De acordo com a ética utilitarista de Mill, mentir A. pode ser correto, se as consequências dessa ação forem moralmente boas. B. é incorreto, porque nunca se deve mentir. pode ser correto, mas isso não depende das consequências. D. é correto, porque nenhuma lei proíbe a mentira. 8. utilitarismo, ao colocar em causa existência de regras morais absolutas, não descarta, contudo, a existência de regras morais. Esta afirmação é A. verdadeira, pois, existindo critérios, terão de existir regras e toda a ação humana é realizada segundo um princípio moral. falsa, pois, ao serem as consequências a determinar a moralidade, uma mesma ação pode numa situa- ção ser correta e noutra incorreta. verdadeira, pois Mill defende que a experiência nos permite adquirir regras, no entanto estas, embora objetivas, não têm caráter absoluto. D. falsa, pois as regras morais que não gozam de caráter absoluto e universal não têm valor nenhum, pois podem ser desrespeitadas. GRUPO II 1. Os seguintes enunciados exprimem posições sobre a ação moral e os princípios morais. Assinale os que caracterizam a ética kantiana e os que caracterizam a ética de Mill. ENUNCIADOS KANT MILL A. Um princípio moral pode ser objetivamente necessário, mas admitir exceções. B. A ação moral impõe-se por si mesma, é objetivamente necessária. C. A humanidade aprendeu, através de experiências acumuladas, que há determinados normativos morais que, em princípio, devem ser seguidos e respeitados. D. 0 que confere valor à pessoa reside no facto de ser capaz de encontrar em si mesma a lei moral. E. A ação moral é um meio para se atingir outra coisa. F. A razão humana é a fonte e a sede dos conceitos morais.2. Das seguintes observações críticas, assinale as que atingem ética deontológica de Kant e as que se dirigem à ética utilitarista de Mill. OBSERVAÇÕES CRÍTICAS KANT MILL É uma teoria ética com várias marcas de relativismo que podem tornar difícil a formulação de princípios morais objetivos. B. É uma ética formal que se confronta com dificuldades sérias de operacionalização face a situações de conflitos de deveres. C. Coloca a ênfase nas consequências da ação e descura a intenção sob a qual esta é praticada e que também é importante para a consideração do valor moral da ação. D. Ignora que as consequências da ação também fazem parte da estrutura desta e que é irrealista desconsiderá-las. É uma teoria teleológica que pressupõe uma prévia e substantiva conceção de bem sobre a qual é discutível encontrar-se consenso. F. Descura aspetos da natureza humana ligados aos afetos que tantas vezes são as forças propulsoras das ações morais. GRUPO III 1. Considere a seguinte situação. Em março de 1990, apareceu nos jornais americanos uma história acerca de um casal de Los Angeles que tinha decidido ter uma nova criança na esperança de que as células ósseas da bebé pudessem ser utilizadas para sal- var a vida da sua filha adolescente. Abe e Mary Ayala, que estavam nos seus 40, não tencionavam ter um outro filho; na verdade, Abe Ayala tinha mesmo feito uma vasectomia. Mas a sua filha de 17 anos, Anissa, estava a morrer de leucemia e um transplante ósseo era a sua única esperança. Depois de dois anos de vã procura por um dador compatível, decidiram ter outra criança, porque as possibilidades de novo membro da família ser um dador compatível eram de uma em quatro. Assim, Abe Ayala teve a sua vasectomia revertida e Mary Ayala ficou grávida. A bebé, uma menina de nome Marisa, nasceu a 6 de abril e, de facto, era um dador compatível. risco para a bebé era pequeno e as hipóteses de Anissa sobreviver subiriam de até 70 ou 80%. James Rachels, «When Philosophers Shoot from the Hip», Bioethics, 1, 1991, 68 (tradução livre do inglês). 1.1 Avalie a decisão tomada pelo casal, a partir da perspetiva da ética kantiana.1.2 Faça idêntico exercício, colocando-se na perspetiva da ética utilitarista. 1.3 Apresente a sua posição pessoal e respetiva fundamentação. Leia os textos A e B a seguir apresentados e responda às respetivas questões. Texto A Não preciso, pois, de levar muito longe a minha subtileza para fazer que tenho a fazer para que a minha von- tade seja moralmente boa. Inexperiente em questões relativas ao decurso das coisas deste mundo, incapaz de dar resposta a todos os acontecimentos que nele têm lugar, bastar-me-á perguntar: Quererás que a tua má- xima se torne numa lei universal? Se não quiseres, a máxima é de rejeitar, não por causa de um qualquer dano que dela possa advir para ti ou para os outros, mas porque não pode ser incluída como princípio numa possível legislação universal (...). Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Lisboa Editora, 2002. 70. 2.1 Segundo Kant, como posso saber que a minha vontade é moralmente boa? 2.2 Como se distingue a «máxima da conduta» da «lei2.3 Apresente um exemplo em que a máxima de uma conduta não será universalizável e apresente a respetiva justificação. Texto As questões relativas aos fins supremos não permitem provas diretas. Para provar que uma coisa é boa, é neces- sariamente preciso mostrar que essa coisa é um meio para atingir uma outra coisa que, sem prova, admitimos que é boa. Prova-se que a arte médica é boa porque cuida da saúde; mas como é possível provar que a saúde é boa? A arte musical é boa porque, entre outras razões, origina prazer; mas que prova dá que prazer é bom? John Stuart Mill, Utilitarismo, Lisboa Editora, 2005, p. 69. 2.4 Qual é 0 princípio fundamental da teoria utilitarista? 2.5 Que dificuldade está aqui Mill a reconhecer relativamente a este princípio? 2.6 Explicite a prova que Mill dá para defender 0 princípio utilitarista. 2.7 Essa prova é de natureza empírica ou é estritamente fundada na razão? Justifique.GRUPO I Selecione a opção correta para cada enunciado. 1. direito deve ter um fundamento ético. Esta afirmação é A. falsa, pois uma coisa é 0 plano jurídico e outra 0 plano ético. B. verdadeira, pois toda a ética deve ser regulada pelo direito. falsa, pois um indivíduo pode agir corretamente do ponto de vista legal, mas incorretamente do ponto de vista moral. D. verdadeira, pois na base das leis jurídicas estão conceitos de bem e de justiça. 2. Estado exerce sobretudo atividades A. éticas e morais. sociais e económicas. C. políticas. D. argumentativas. 3. Um indivíduo que roube uma viatura para levar alguém ferido, em perigo de vida, ao hospital está por um lado a praticar um crime, mas por outro lado eventualmente um ato moral também. Esta afirmação é A. verdadeira, pois 0 roubo é considerado crime, no entanto 0 facto de 0 indivíduo agir com a preocupa- ção em salvar a vida de outrem perspetiva uma intenção moral. falsa, pois a prática de crime não autoriza qualquer moralidade no ato. verdadeira, pois a condenação deste ato deve ser legalmente ignorada. D. falsa, pois a ética não pressupõe a realização de atos egoístas. 4. Qual das seguintes situações é da responsabilidade política do Estado? A. Definir um orçamento familiar a fim de evitar gastos desnecessários. Chamar a polícia em situações de conflito social ou desordem pública. C. Definir um horário de fecho dos estabelecimentos comerciais num cenário de pandemia. D. Reciclar objetos tendo em vista a resolução ou diminuição dos problemas ambientais. 5. A criação de uma sociedade politicamente organizada surge devido à necessidade de A. defender as classes menos favorecidas. colocar em causa interesses individuais. C. criar condições para aumentar 0 bem-estar dos cidadãos. D. defender interesses individuais em prol dos interesses da comunidade.6. Segundo a perspetiva naturalista, A. todas as pessoas têm mesmos direitos e são iguais perante a lei independentemente das suas ori- gens e condições. direitos e a estratificação social dependem da natureza dos indivíduos. 0 Estado deverá assegurar que indivíduos menos favorecidos tenham oportunidades justas. D. cada indivíduo deverá ter naturalmente mesmos direitos e oportunidades que qualquer outro cida- dão. 7. Um dos filósofos representativos das teorias contratualistas foi A. Aristóteles. Platão. C. Stuart Mill. D. Hobbes. 8. As teorias contratualistas, apesar de divergirem entre si em alguns aspetos, têm como princípio comum que A. todas as ações humanas resultam de um contrato. 0 poder político tem por base um acordo entre indivíduos e é legitimado por um contrato social. C. cabe ao Estado resolver conflitos entre cidadãos através do uso da força quando necessário. D. os cidadãos que não cumprirem contratos serão expulsos da cidade-Estado. GRUPO II 1. Dos seguintes enunciados, indique os que se enquadram na teoria naturalista de Aristóteles e os que se enquadram nas teorias contratualistas da época moderna. Teoria Teorias ENUNCIADOS naturalista contratualistas A. Os seres humanos passaram do estado de natureza ao estado de sociedade civil após acordo e delegação de poderes. 0 Homem é, por natureza, um animal político. C. As motivações que levaram OS seres humanos a constituírem associações políticas foram a procura de segurança e a garantia de certos direitos individuais. D. Existe uma hierarquia entre seres humanos que é naturalmente determinada. E. Os seres humanos nascem livres e iguais em direitos. F. Os seres humanos desde sempre sentiram necessidade de viver em sociedade e de se organizarem. G. Embora no estado de natureza já possa haver leis, estas para serem efetivas requerem um aparelho coercitivo.1. Partindo das seguintes posições, elabore um comentário sobre a relação entre ética, direito e política. A. direito disse Leibniz em expressão famosa é um poder moral; opõe-se aos poderes naturais ha- bitualmente chamados forças; repousa na consciência de um ideal, de uma perfeição que 0 Homem se deve esforçar por alcançar.» (V. Vilhena) «A finalidade e 0 objetivo da cidade é a vida boa, e tais instituições propiciam esse fim.» (Aristóteles) «Como 0 defini, a Ética visa determinar 0 que deve ser feito pelos indivíduos, enquanto a Política visa determinar 0 que 0 governo de um Estado ou de uma sociedade política deve fazer e como deve ser cons- tituída.» (H. Sidgwick) 2. Leia texto seguinte. contrato social, como qualquer outro contrato, assenta em critérios de inclusão que, portanto, são também critérios de exclusão. [...] primeiro é que contrato social inclui apenas os indivíduos e as suas associações. A natureza é assim excluída do contrato e é significativo a este respeito que que está antes ou fora dele se de- signe por estado de natureza. A única natureza que conta é a humana e mesmo essa para ser domesticada pelas leis do Estado e pelas regras de convivência da sociedade civil. Toda a outra natureza é ameaça ou recurso. segundo critério é da cidadania territorialmente fundada. Só os cidadãos são parte contrato social. Todos os outros sejam eles mulheres, estrangeiros, imigrantes, minorias (e às vezes maiorias) são dele excluídos. Vivem estado de natureza mesmo quando vivem na casa dos cidadãos. Boaventura de Sousa Santos, Reinventar a Democracia, Gradiva, 1998, pp. 6-7. 2.1 Caracterize a conceção sobre a origem do Estado que a teoria do contrato social defende.2.2 De que outra teoria política divergiu? 2.3 0 autor do texto refere dois critérios de exclusão social que a teoria contratualista implicou. Quais são esses critérios? 2.4 Dada a evolução histórica e social que, entretanto, tem ocorrido, será que a teoria contratualista não precisaria de ser reformulada? Justifique, partindo de dois exemplos referidos no próprio texto. 2.5 Como é que as teorias contratualistas entendem aquilo que designamos por natureza? Thomas Hobbes escreveu: Eu demonstro, em primeiro lugar, que estado dos Homens sem sociedade civil, estado esse a que podemos chamar com propriedade estado de natureza, nada mais é do que um estado de guerra de todos contra todos; e nessa guerra, todos os Homens têm igual direito a todas as coisas. 3.1 Que características atribui Hobbes ao estado dos Homens sem sociedade civil? 3.2 Nesse contexto, como se poderá explicar a transição para 0 estado de sociedade civil?GRUPO I Selecione a opção correta para cada enunciado. 1. A teoria da justiça de John Rawls é sobretudo contratualista. naturalista. utilitarista. D. comunitarista. 2. Pressupõe-se que uma pessoa sob véu de ignorância A. não tenha conhecimento sobre 0 seu futuro nem sobre 0 seu passado particular. tenha sofrido influência da sua experiência passada na determinação dos princípios justos, embora pouco ou nada pesem em relação ao seu futuro. não tenha conhecimentos alguns sobre 0 conceito de justiça. D. reconheça que nem todas as pessoas gozam do mesmo estatuto na vida social. 3. Segundo Rawls, a distribuição desigual da riqueza justifica-se quando A. existirem boas oportunidades de negócio. B. for aplicada em benefício dos mais desfavorecidos. for justa, isto é, premiar 0 mérito daqueles que produzem mais. D. defender interesses do Estado. 4. Qual das seguintes situações representa a regra maximin? A. Apoiar financeiramente um jovem empresário empreendedor de forma a maximizar a atividade pro- fissional da sua empresa a fim de obter maior rendimento. Criar condições para que 0 maior número de pessoas tenha possibilidade de tirar um curso superior. Permitir a todas as pessoas exercer 0 seu direito de voto nas eleições. D. Privilegiar maior número de pessoas com menores condições no acesso aos cuidados básicos de saúde. 5. Segundo Rawls, atribuir uma bolsa de estudo aos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória e que vivem em dificuldades sociais e económicas, independentemente dos resultados escolares que ob- tenham, é uma medida A. justa, pois beneficia mais desfavorecidos no sentido de poderem usufruir de condições iguais acesso ao ensino. injusta, pois ao não considerar resultados escolares não promove 0 mérito. justa, pois os impostos daqueles que descontam devem ser utilizados para 0 benefício de todos. D. injusta, dado que coloca em causa 0 princípio da igualdade ao atribuir a bolsa a uns e não a outros.6. princípio da equidade passa por A. todos pagarem impostos por igual. B. todos terem direito à igualdade de oportunidades. a lei ser igual para todos. D. cada indivíduo ter a liberdade de aplicar 0 seu dinheiro onde quiser. 7. Uma das críticas apontadas à teoria da justiça de Rawls foi A. desvalorizar a classe média. promover uma desigualdade injusta ao penalizar demasiado as classes mais altas. C. não valorizar 0 mérito daqueles que se esforçam mais. D. evidenciar os problemas das classes menos favorecidas. 8. Sandel critica conceito de véu de ignorância proposto por Rawls porque A. ao definir princípios da justiça com base na ignorância e no desconhecimento, estes nunca poderão ser justos. 0 véu da ignorância não estabelece diferenças entre as classes. princípios da justiça não podem ser definidos abstratamente na ignorância dos laços comunitários que ligam indivíduos. D. é impossível qualquer indivíduo demitir-se do seu passado. 9. Nozick afasta-se da conceção de Rawls, pois defende que Estado deve A. ter uma intervenção mínima na sociedade, recusando deste modo 0 princípio da diferença. B. apoiar e cobrar impostos a todos cidadãos de forma igualitária. criar condições para que os mais desfavorecidos possam ter a mesma liberdade que mais favoreci- dos. D. ser livre e independente dos estatutos e da pressão social, pois só assim poderão existir oportunida- des iguais. 10. autor que considera injusta a lei de aplicar impostos mais elevados aqueles que obtêm mais rendi- mentos é A. Thomas Hobbes. John Rawls. Michael Sandel. D. Robert Nozick.1. Leia texto seguinte. Kant define, em minha opinião, que uma pessoa age de modo autónomo quando os princípios que regem a sua ação são por ela escolhidos como a melhor expressão possível da sua natureza enquanto ser racional livre e igual. Os princípios com base nos quais ela age não são adotados devido à sua posição social ou qualidades naturais, nem tendo em vista a espécie particular da sociedade em que vive, nem os objetos específicos que de- seja. Agir de acordo com estes princípios é agir de modo heterónomo. Ora, véu de ignorância priva as pessoas da posição original dos conhecimentos que lhes permitiriam escolher princípios heterónomos. As partes efe- tuam a sua escolha conjuntamente, como pessoas racionais livres e iguais que conhecem apenas as circunstân- cias que originam a necessidade dos princípios de justiça. John Rawls, Uma Teoria da Justiça, Editorial Presença, 2013, 204. 1.1 Considerando a afinidade entre Kant e Rawls em relação ao tema abordado no texto, identifique as alternativas que exprimem declarações verdadeiras e as que exprimem declarações falsas. DECLARAÇÕES V F Agir de modo autónomo é agir de acordo com princípios que a própria pessoa escolheu. Agir de modo autónomo é agir de acordo com princípios que exprimem a natureza da pessoa enquanto ser racional e livre. C. Agir de modo autónomo é agir de acordo com princípios que espelham a posição social ou qualidades naturais da pessoa. D. A escolha de princípios de autonomia depende da ignorância das pessoas relativamente às características básicas e gerais da sociedade. A escolha de princípios de autonomia depende da ignorância das pessoas relativamente a certos conhecimentos que as poderiam favorecer. F. 0 véu de ignorância permite escolher princípios de autonomia. G. Agir de modo heterónomo é pôr de lado interesses da sociedade em que se vive. Sob 0 véu de ignorância, as pessoas percebem que é importante encontrar princípios de justiça. 2. Considerando que tanto Michael Sandel como Robert Nozick, com motivações e razões diferentes, cri- ticam a teoria da justiça de John Rawls, indique no quadro as críticas que um e outro lhe dirigiram. CRÍTICAS À TEORIA DE RAWLS SANDEL NOZICK É uma teoria padronizada de justiça. DOLE10CA © RAIZ EDITORA É uma teoria demasiado liberal. Implica uma interferência continua do Estado na vida dos cidadãos. D. É insuficientemente liberal.Não pressupõe uma conceção forte de comunidade. F. Os princípios de justiça são propostos por sujeitos pretensamente autónomos. G. 0 princípio da diferença não respeita 0 direito de propriedade. Tem uma conceção individualista e atomizada de pessoa. GRUPO III 1. Leia texto seguinte. A distribuição natural [dos talentos ] não é justa nem injusta, tal como não é injusto que se nasça numa deter- minada posição social. Trata-se de simples factos naturais. A forma como as instituições lidam com esses factos é que pode ser justa ou injusta. [...]0 sistema social não é uma ordem imutável para lá do controlo humano, mas um padrão da ação humana. John Rawls, Uma Teoria da Justiça, Editorial Presença, 2013, p. 96. 1.1 Como é que Rawls avalia, em si mesmas, as diferenças de capacidades individuais e de estatuto social? 1.2 Em que perspetiva terão de ser encaradas essas diferenças pelas instituições sociais? 1.3 Segundo Rawls, qual é 0 princípio de justiça que poderá permitir que as instituições lidem correta- mente com esse problema? Que medidas preconiza esse princípio?