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Í N D I C EÍ N D I C EÍ N D I C EÍ N D I C E 
 
 
 
 
 
Prólogo 02 
Capítulo 01 – Legislação Tributária 03 
Capítulo 02 – Tributos 04 
Capítulo 03 – Créditos Tributários 07 
Capítulo 04 – ICMS 09 
Capítulo 05 – IPI 14 
Capítulo 06 – Emissão de Nota Fiscal Mercantil 18 
Capítulo 07 – ISS 23 
Capítulo 08 – Regimes Tributários 24 
Capítulo 09 – CSLL 25 
Capítulo 10 – IRPJ 27 
Capítulo 11 – CONTRIBUIÇÃO PIS / COFINS 36 
Capítulo 12 – IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO 39 
Capítulo 13 – IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO 41 
Capítulo 14 - LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS 43 
Referências bibliográficas 50 
Sumário 51 
Dicionário tributário Anexo I 
Modelo de documentos fiscais Anexo II 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
PRÓLOGO 
 
Direito Tributário 
 
Para uma convivência em sociedade há a necessidade de normas e regras. Estas, uma vez 
documentadas, escritas e positivas, tornam-se matéria de Direito Objetivo. Na ramificação da 
ciência do Direito, dentro do segmento “Público” encontramos o “Direito Tributário” de onde 
extraímos os aspectos legais das questões relativas aos tributos. 
 
A Legislação Tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares que versam, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas eles pertinentes. (art. 96 da Lei 5.172/66 de 25/10/1966). Em contrapartida, devemos 
atentar para o fato de que o Estado, na qualidade de pessoa jurídica de poder público, tem entre 
um de seus objetivos, o de prestar serviços ao seu povo, como os de saúde, educação, moradia 
etc. Para tanto, necessita de receitas que possam viabilizar a prestação desses serviços. Uma das 
fontes destas receitas é justamente a arrecadação tributária. 
 
Contabilidade tributária 
 
A Contabilidade possui várias ramificações, ou seja, estudos voltados às áreas específicas, dentre 
estas ramificações temos a Contabilidade Tributária, cujo objeto principal é os tributos. Do ponto 
de vista das empresas, o objetivo da mesma é aplicar a legislação tributária, de forma menos 
onerosa às entidades empresarias. 
 
Do ponto de vista geral, a Contabilidade Tributária é um campo de estudo e de aplicação da 
Contabilidade, que se ocupa da contabilização por meio de lançamentos adequados das 
operações das empresas que produzam o fato gerador dos tributos incidentes sobre lucros ou 
resultados superavitários que geram obrigações tributárias principais. No Brasil os referidos 
tributos são de legislação da União, basicamente Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido. 
 
Outros tributos brasileiros exigem escrituração e cálculos diversos, não só da União, mas também 
dos estados, municípios e Distrito Federal. A rigor, essa especialização não faz parte da 
Contabilidade Tributária, mas de uma atividade específica conhecida como Escrita ou Escrituração 
Fiscal, cuja realização depende de conhecimento da legislação de cada tributo, sem envolver 
conhecimentos mais amplos sobre Teoria Contábil e Economia Empresarial, por exemplo. 
 
Oliveira (2003) conceitua a Contabilidade Tributária como o ramo da contabilidade responsável 
pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de 
empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a 
entidade às possíveis sanções fiscais e legais. 
 
Fabretti (2001) conceitua a Contabilidade Tributária como “o ramo da contabilidade que tem por 
objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação 
tributária, de forma simultânea e adequada.”. 
 
No Brasil, houve uma verdadeira intervenção por parte dos legisladores do imposto de renda na 
escrituração contábil das empresas e, indiretamente, na própria contablidade. E que se tornou 
sistemática com o advento do Decreto-lei n° 1.598/77, que definiu o que seria Lucro Real. 
 
Alguns principios impostos pela legislação nessa área: 
 
• A interpretação da legislação tributária levará em conta os principios de contabilidade 
geralmente aceitos somente quando não resultarem em redução do imposto de renda devido. 
 
• Os gastos das empresas para serem dedutiveis ou indedutíveis do imposto de renda, devem 
estar "a priori" registrados como "despesas" ou "custos" na escrituração contábil. 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Capítulo 01 – Legislação Tributária 
 
Hierarquia das Leis 
 
Veja a posição da Constituição Federal na hierarquia das leis: 
 
1º) Constituição Federal: A lei máxima de um país é a sua Constituição Federal – CF. A nossa 
possui artigos específicos que tratam da criação de leis, incluindo a legislação tributária, que 
regulamenta a arrecadação e a fiscalização de tributos (art. 145 ao art. 163). A mais recente 
Constituição Federal do Brasil foi promulgada em 5/10/1988. 
 
2º) Emendas à Constituição: Atos que alteram o texto original da Constituição Federal. 
 
3º) Lei Complementar: Complementa a Constituição Federal. É votada pelo Congresso Nacional. 
 
4º) Lei Ordinária: Instrumento formal através do qual se exercita a competência tributária. 
Aumenta ou extingue os tributos. 
 
5º) Lei Delegada: Elaborada pelo Presidente da República sobre matérias específicas, objeto de 
delegação do Congresso Nacional. 
 
6º) Medidas Provisórias: A CF/88 as criou em substituição ao Decreto – Lei. Têm força de Lei 
Ordinária. Com validade de 60 dias (podendo ser prorrogada uma única vez por igual período) 
para serem apreciadas pelo Congresso Nacional. 
 
7º) Decretos do Legislativo: São atos do Congresso Nacional para disciplinar matéria privativa do 
Congresso Nacional, tais como tratados internacionais. 
 
8º) Resoluções: São atos privativos do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do 
Congresso Nacional, que não necessitam de sanção presidencial. 
Uma lei é criada, elaborada, votada e sancionada de acordo com procedimentos estabelecidos. 
 
Competência Tributária 
 
No caso, a legislação tributária considera competências tributárias da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal, que determinam a carga tributária que compete a cada um 
arrecadar; competência tributária é o ato constitucional em que se atribuiu a determinados entes 
de poder público o poder e o limite de tributar. Outro fator importante a ser observado é que, ao se 
determinar competência, está se determinando limites, ou seja, restringe-se até onde se pode 
tributar. 
 
Por exemplo: é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional (verificar artigos, 153 a 156 da Constituição Federal). 
 
Código Tributário Nacional 
 
O código tributário nacional, Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, dispõe sobre o sistema tributário 
nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados, Municípios e do 
Distrito Federal. 
 
Denominado: CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL pelo art. 7º do Ato Complementar nº 36, de 
13.03.1967. 
 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Capítulo 02 - Tributos 
 
Tributos: É a parcela que a sociedade entrega ao Estado, em dinheiro, de forma obrigatória, 
para financiamento dos gastos públicos. Tributo é gênero, da qual são espécies: 
impostos, taxas e contribuições de melhoria (verificar art. 3º CTN). 
 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Impostos: O fato gerador ocorre independentemente de atividade estatal específica. Ex.: 
ICMS, IPI, ISS e IRPJ (verificar art. 16 CTN). 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
Taxas: Decorre da utilização do poder de polícia ou de serviços públicos. Ex.: asfalto, taxa 
de licença,locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; 
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de 
crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
LUCRO REAL 
 
A base de cálculo para as pessoas jurídicas optantes pelo lucro real é o lucro contábil, ajustado 
pelas adições e exclusões previstas na legislação. 
 
 
Deduções da Receita Bruta: Da receita bruta poderão ser deduzidas as vendas canceladas, os 
descontos incondicionalmente concedidos e os impostos não 
cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou 
contratante, e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos 
serviços seja mero depositário (IPI e ICMS Substituição 
Tributária). A partir da publicação da IN 104/98 (26.08.1998), a 
receita bruta poderá ser considerada pelo regime de caixa. 
 
Adições à Base de Cálculo: Deverão, ainda, ser somadas á base de cálculo da CSSL no Lucro 
Presumido: 
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1. Os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas 
não compreendidas na atividade, inclusive: 
 
a) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas 
controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição 
autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; 
b) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em 
sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da 
pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; 
c) os ganhos auferidos em operações de cobertura ("hedge") realizadas em bolsas de valores, de 
mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; 
d) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica, deduzida 
dos encargos necessários à percepção da mesma; 
e) os juros relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; 
f) as variações monetárias ativas; 
 
Nota: A partir de 01.01.2000, as receitas decorrentes das variações monetárias dos direitos de 
créditos e das obrigações, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeitos 
da base de cálculo, entre uma das seguintes opções: (1) no momento da liquidação da 
operação correspondente ("regime de caixa"); ou (2) pelo regime de competência, 
aplicando-se a opção escolhida para todo o ano-calendário. 
 
g) juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados por sociedade da qual a empresa 
seja sócia ou acionista. 
 
2. Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda 
variável. 
1. O resultado do cálculo do preço de transferência, decorrentes de operações externas de 
exportação ou mútuo com empresas vinculadas ou domiciliadas em países com tributação 
favorecida. Nesta hipótese, serão somada 12% da diferença da receita de exportações e o 
valor integral da receita com mútuo apurados segundo as regras do IRPJ. 
 
ALÍQUOTAS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
 
8% (oito por cento) até 30.04.1999, a partir de 01.05.1999, a alíquota foi majorada para 12% (doze 
por cento) e a partir de 01.02.2000 a alíquota é de 9% (nove por cento). 
 
REGIME DE COMPETÊNCIA OU REGIME DE CAIXA 
 
I. Se, em decorrência da Instrução Normativa 104/98, a empresa apurar o IRPJ no Lucro 
Presumido segundo o regime de caixa sobre a receita bruta, deverá proceder ao cálculo 
da tributação pela CSLL também pelo regime de caixa. 
 
II. No caso de ter optado pelo tributação do IRPJ pelo regime de competência, fará a 
apuração da CSLL segundo este regime. 
 
III. Ou seja, a escolha entre regime de caixa e regime de competência, no IRPJ, vincula a 
forma de apuração da CSLL. 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Capítulo 10 – IRPJ 
 
IRPJ - LUCRO REAL 
 
A tributação Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) - Lucro Real, se dá mediante a apuração 
contábil dos resultados, com os ajustes determinados pela legislação fiscal. 
 
BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato 
gerador, é o lucro real correspondente ao período de apuração. 
 
Como regra geral integra a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer 
que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da 
existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua 
finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto. 
 
PERÍODO DE APURAÇÃO 
 
O imposto será determinado com base no lucro real por períodos de apuração trimestrais, 
encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-
calendário. 
 
No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte tem a opção de apurar anualmente o 
imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa. 
 
Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto devido 
será efetuada na data do evento. 
 
Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e 
do imposto devido será efetuada na data desse evento. 
 
ALÍQUOTAS 
 
A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de 15% (quinze 
por cento) sobre o lucro real, apurado de conformidade com o Regulamento. 
 
O disposto neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore atividade rural. 
 
ADICIONAL 
 
A parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, se sujeita à incidência de 
adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). 
 
O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da 
pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação. 
 
O disposto neste item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explore atividade rural. 
 
O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda apurado pela 
aplicação da alíquota geral de 15%. 
 
LUCROS DISTRIBUÍDOS 
 
Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro 
de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, não estão 
sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto 
de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no país ou no exterior. 
 
OBRIGAÇÕES, LUCRO LÍQUIDO 
Contabilidade Tributária I 
 
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A sistemática de tributação sob o Lucro Real é disciplinada pelos artigos 246 a 515 do 
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99). 
 
PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL 
 
A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei 9.718/1998, 
art. 14): 
 
I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 
(quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado 
pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses 
(limite fixado pela Lei 10.637/2002); 
 
Nota: o limite acima é válido a partir de 01.01.2003. Até 31.12.2002, a obrigação pela opção do 
lucro real era para as pessoas jurídicas cuja receita total no ano-calendário fosse superior 
a R$ 24.000.000,00, ou proporcionalmente, quando o número de meses de atividades 
fosse inferior a 12 meses. 
 
II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
sociedadesde crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, 
distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas 
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada 
aberta; 
 
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
 
Nota: com base no Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF: 
 
1. Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com receitas de 
exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido, desde que não estejam nas 
hipóteses de vedação. A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros 
gerados no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior, etc.). 
 
2. A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais, sucursais, agências, 
representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica 
que lhes sejam assemelhadas) não obriga á tributação do lucro real. 
 
IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção 
ou redução do imposto; 
 
Nota: como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção do lucro de exportação), 
redução do IR pelo Programa de Alimentação do Trabalhador, projetos incentivados pela 
SUDENE e SUDAM, etc. 
 
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de 
estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/1996; 
 
Nota: o regime de estimativa é a opção de pagamento mensal, estimado, do Imposto de Renda, 
para fins de apuração do Lucro Real em Balanço Anual. 
 
VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação 
de serviços “factoring”. 
 
Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as 
operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo 
orçado é a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras. 
 
LUCRO REAL – OPÇÃO – POSSIBILIDADE 
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As pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal, poderão apurar seus resultados tributáveis 
com base no Lucro Real. 
 
Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou mesmo prejuízo, não 
estando obrigada a apurar o Lucro Real, poderá fazê-lo, visando economia tributária 
(planejamento fiscal). 
 
OBRIGATORIEDADE AO LUCRO REAL DURANTE O ANO CALENDÁRIO. 
 
A pessoa jurídica que pagar o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo 
ano calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter 
auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e 
CSLL sob o regime de apuração do lucro real trimestral, a partir inclusive, do trimestre da 
ocorrência do fato. 
 
Base: art. 2 do Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF. 
 
CONCEITO DE LUCRO REAL 
 
Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento (Decreto-lei 1.598/1977, art. 6). 
 
A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de 
apuração com observância das disposições das leis comerciais (Lei 8.981/1995, art. 37, § 1º). 
 
O lucro líquido do exercício referido no conceito acima é a soma algébrica do lucro operacional, 
dos resultados não operacionais e das participações, e deverá ser determinado com observância 
dos preceitos da lei comercial. Portanto, o lucro líquido é aquele definido no art. 191, da Lei 
6.404/1976, porém, sem as deduções do art. 189 (prejuízos contábeis acumulados e provisão para 
o imposto sobre a renda). 
 
IRPJ - LUCRO PRESUMIDO 
 
O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda (IR) e Contribuição 
Social sobre o Lucro (CSLL). A sistemática de tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada 
pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99). 
 
PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR 
 
A partir de 01.01.2003, a pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha 
sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 
(quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário 
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no 
lucro presumido. 
 
Este aumento de limite é válido para opção do lucro presumido a partir de 01.01.2003. Portanto, a 
base da receita a ser considerada para fins de enquadramento pode ser a de 2.002. Observe-se 
que o primeiro requisito é não estar obrigada ao regime de tributação pelo lucro real. Assim, por 
exemplo as empresas de factoring e as que usufruam de benefícios fiscais, não poderão optar 
pelo lucro presumido. 
 
Base: artigo 46 da Lei 10.637/2002. 
 
OPTANTE PELO REFIS 
 
As empresas que aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal (REFIS), de que trata a Lei 
9.964/2000, poderão optar, durante o período em que ficaram submetidas ao REFIS, pelo regime 
de tributação com base no lucro presumido (art. 9 do Decreto 3.431/2000). O disciplinamento da 
matéria está na Instrução Normativa SRF 16/2001. 
 
OBRIGATORIEDADE AO LUCRO REAL DURANTE O ANO CALENDÁRIO 
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A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao 
mesmo ano calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter 
auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e 
CSLL sob o regime de apuração do lucro real trimestral, a partir inclusive, do trimestre da 
ocorrência do fato. 
 
MOMENTO DA OPÇÃO 
 
A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo o período 
de atividade da empresa em cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, art. 26). A opção será 
manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao 
primeiro período de apuração de cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, art. 26, § 1°). 
 
A partir do ano-base de 1997, a empresa que houver iniciado atividade a partir do segundo 
trimestre manifestará a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido 
relativa ao período de apuração do início de atividade (Lei 9430/1996, art. 26, § 2°). 
 
MUDANÇA DE OPÇÃO 
 
A partir de 1999 a opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a 
todo o ano-calendário (Lei 9.718/1998, art. 13, § 1°). Portanto, a empresa que efetuar o 
recolhimento do primeiro trimestre nesta opção, deverá manter esta forma de tributação durante 
todo o ano. 
 
PERÍODO DE APURAÇÃO 
 
O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, 
encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-
calendário (Lei 9.430/1996, artigos 1° e 25). 
 
PRAZO E FORMA DE PAGAMENTO 
 
O IRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido deverão ser pagos até o último dia útil do 
mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração trimestral. Assim, o IR devido no 1o 
trimestre de 2001 deverá ser pago até 30.04.2001 (se este dia não houver expediente bancário, 
então o vencimento deve ser antecipado). 
 
Utiliza-se o DARF normal (cor preta), com os seguintes códigos: 
 
2089 - IRPJ 2372 - CSLL 
 
Na hipótese do IR ou CSLL ser superior a R$ 2.000,00, poderá ser pago em até 3 quotas iguais, 
mensais e sucessivas, observado o seguinte: 
 
a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dosmeses subseqüentes ao do encerramento 
do período de apuração; 
b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00; 
c) o valor de cada quota (excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido de juros SELIC, 
acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao 
do enceramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e 
de 1% no mês de pagamento. 
 
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PARA O LUCRO PRESUMIDO 
 
A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido 
deverá manter (Lei 8.981/1995, art. 45): 
 
I – Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive 
bancária, ou escrituração contábil nos termos da legislação comercial; 
II – Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no 
término do ano-calendário; 
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III – em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas 
eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por 
legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para 
escrituração comercial e fiscal. 
 
Nota: O prazo de decadência do Imposto de Renda é de 05 (cinco) anos 
 
ALÍQUOTAS 
 
A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de 15% (quinze 
por cento) sobre o lucro presumido, apurado de conformidade com o Regulamento. O disposto 
neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore atividade rural. 
 
ADICIONAL 
 
A parcela do lucro presumido que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 
(vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, se sujeita à incidência 
de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). 
 
• O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da 
pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação. 
• O disposto neste item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explore atividade rural. 
• O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de renda apurado pela 
aplicação da alíquota geral de 15%. 
 
PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO SOBRE A RECEITA BRUTA 
 
A base de cálculo do imposto e do adicional, decorrente da receita bruta, em cada trimestre, será 
determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta 
auferida no período de apuração, obedecidas as demais disposições (Lei 9.249/1995, art. 15, e Lei 
9.430/1996, artigos 1° e 25, inciso I). 
 
Nas seguintes atividades, o percentual será de (Lei 9.249/1995, art. 15, § 1°): 
 
ESPÉCIES DE ATIVIDADES: Percentuais sobre a receita 
• Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% 
• Venda de mercadorias ou produtos 
• Transporte de cargas 
• Atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incorporação e 
construção de imóveis) 
• Serviços hospitalares 
• Atividade Rural 
• Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante 
• Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços) 
 
 
 
 
8 % 
• Serviços de transporte (exceto o de cargas) 
• Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano – ver nota (1) 
 
16% 
• Serviços profissionais (Sociedades Civis - S/C, médicos, dentistas, 
advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, 
economistas, etc.) 
• Intermediação de negócios 
• Administração, locação ou cessão de bens móveis / imóveis ou 
direitos 
• Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar 
materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução 
da obra (ADN Cosit 6/97). 
• Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual 
específico 
 
 
 
32% 
• Comercialização de veículos usados ver nota (2) 
• No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado 
sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual 
 
1,6 a 32% 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
NOTAS IMPORTANTES: 
 
(1) Esta regra não se aplica às pessoas jurídicas que prestam serviços hospitalares e de 
transporte, bem como às sociedades prestadoras de serviços de profissões legalmente 
regulamentadas (Lei 9.250/1995, art. 40, parágrafo único). As empresas de serviços de 
profissões regulamentadas são aquelas sujeitas à fiscalização e controle profissional, como 
Advogados, Médicos, Dentistas, Músicos, Contabilistas, Auditores, Consultores, 
Administradores, Economistas, Engenheiros, etc. A pessoa jurídica que houver utilizado o 
percentual de 16% para apuração da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta 
acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00 (cento 
e vinte mil reais), ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurado 
pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A diferença deverá ser paga 
até o último dia útil do mês subseqüente ao do trimestre em que ocorreu o excesso, sem 
acréscimos legais. 
 
(2) A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a 
compra de venda de veículos automotores, que pratique as venda em consignação, terá como 
base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da compra (IN SRF 152/1998). 
 
SERVIÇOS DE ANÁLISES CLÍNICAS E LABORATORIAIS 
 
Aos serviços de análises clínicas e patológicas, a base de cálculo do IRPJ para determinação do 
lucro presumido é de 32%, conforme as seguintes decisões DRF: 
 
DECISÃO Nº 795 (6ª Região Fiscal), DE 28 DE JULHO DE 1997 
 
Assunto: Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ 
Ementa: Para o fim de se determinar a base de cálculo do imposto de renda, deve ser aplicado o 
percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta relativa à atividade de prestação 
de serviços de análises clínicas e patológicas. 
Dispositivos Legais: Lei n° 9.249/95, art. 15, § 1°, III: PN CST n° 08/86. 
 
DECISÃO N° 9E97R007 (9ª Região Fiscal), DE 10 DE JULHO DE 1997 
 
Assunto: Imposto de Renda Pessoa Jurídica. 
Ementa: LUCRO PRESUMIDO – BASE DE CÁLCULO – PERCENTUAIS DE DETERMINAÇÃO – 
SERVIÇOS HOSPITALARES - Para determinação da base de cálculo do lucro presumido, no caso 
de pessoas jurídicas que exercem atividades diversificadas, aplica-se o percentual correspondente 
a cada atividade, o qual, a partir do ano-calendário de 1997, será de 8% sobre a receita bruta de 
prestação de serviços hospitalares, e de 32% para os serviços de análises clínicas, de clínica 
médica, de exames clínicos, serviços ambulatoriais, e correlatos. 
Fundamentos legais: Lei n° 9.430/96, arts. 1° e 25; Lei n° 9.249/95, art. 15, §1°, III, a, e § 2°. 
 (DT 9ª RF – Marco Aurélio Chichorro Falavinha – Chefe da Divisão – DOU 12.09.1997 – p. 
20301). 
 
Desta forma, no caso de a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas deverá ser aplicado 
especificamente, para cada uma delas, o respectivo percentual previsto na legislação, devendo as 
receitas ser apuradas separadamente (RIR/99, art. 223, § 3º). 
 
RECEITA FINANCEIRA - ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 
 
A partir de 01.01.2006, a base de cálculo do imposto será determinada mediante a aplicação do 
percentual de 8% (oito por cento) sobre a RECEITA FINANCEIRA da pessoa jurídica que explore 
atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de 
prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a 
revenda, quando decorrente de comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou 
coeficientes previstos em contrato (art. 34, da Lei 11.196/2005, que acresceu o § 4º, ao artigo 15, 
da Lei nº 9.249/95). 
 
CONCEITO DE RECEITA BRUTA 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Para efeitos da sistemática de tributação pelo Lucro Presumido, a receita bruta compreende:a. o produto da venda de bens nas operações de conta própria 
b. o preço dos serviços prestados e 
c. o resultado auferido nas operações de conta alheia* (Lei 8.541/1992, art. 14, § 3°). 
 
Nota: O resultado auferido nas operações de conta alheia são aquelas decorrentes de 
comissões obtidas sobre representação de bens ou serviços de terceiros. 
 
RECEITA BRUTA NA REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES USADOS 
 
A partir de 30.10.1998, as pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus 
atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores, nas vendas de veículos, adquiridos 
para revenda ou recebidos como parte do preço de venda de veículos novos ou usados, será 
computada como receita a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado 
(constante na nota fiscal de venda), e o seu custo de aquisição (constante da nota fiscal de 
entrada) - Lei 9.716/1998, art. 5 e IN SRF 152/1998. 
 
Assim, somente a diferença entre o preço de venda e o custo da aquisição do veículo automotor 
usado é que fará parte da receita bruta. 
 
RECEITA BRUTA NAS ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 
 
Considera-se receita bruta nas atividades imobiliárias o montante efetivamente recebido em cada 
período de apuração, relativo ás unidades imobiliárias vendidas. 
 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
 
Na receita bruta não se incluem (Lei 8.541/1992, art. 14, § 4°). 
 
1. as vendas canceladas; 
2. os descontos incondicionais concedidos (constantes na nota fiscal de venda dos bens ou da 
fatura de serviços e não dependentes de evento posterior á emissão desses documentos); 
3. os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos 
quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário. Estes impostos 
são: o IPI incidente sobre as vendas e ao ICMS devido por substituição tributária. 
 
RECEITA BRUTA - REGIME DE COMPETÊNCIA OU REGIME DE CAIXA 
 
A receita bruta era considerada pelo regime de competência, ou seja, quando a receita era 
auferida, independentemente da data de seu pagamento. 
 
Porém, a partir da publicação da Instrução Normativa SRF 104/1998 (DOU 26.08.1998), passou-
se a admitir o regime de caixa para a tributação da receita bruta. Ou seja, é admissível a 
tributação da receita bruta somente por ocasião do recebimento da mesma. 
 
A tributação somente por ocasião do recebimento da receita está sujeita ás seguintes condições: 
 
1. emissão da nota fiscal por ocasião da entrega do bem ou da conclusão do serviço; 
2. caso seja mantida escrituração somente do Livro Caixa, neste deverá ser indicada, em registro 
individual, a nota fiscal a que corresponder a cada recebimento; 
3. caso seja mantida escrituração contábil, os recebimentos das receitas deverão ser controlados 
em conta específica, na qual, em cada lançamento, deverá ser indicada a nota fiscal a que 
corresponder o recebimento; 
 
OUTRAS RECEITAS QUE DEVEM SER ADICIONADAS A BASE DE CÁLCULO 
 
GANHOS DE CAPITAL E OUTRAS RECEITAS 
 
Os ganhos de capital, os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa (CDB, FIF, etc.) e 
ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável (ações, mercados futuros, etc.), as 
demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela receita 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
bruta, integrarão a base de cálculo para efeito de incidência do imposto e do adicional (Lei 
9.430/1996, art. 25, inciso II). 
Com relação aos rendimentos e ganhos líquidos de aplicações financeiras, por força do disposto 
na IN SRF 25/2001, art. 33, § 9º, II, estas são tributadas pelo regime de caixa. 
 
Não são tributáveis: 
 
a. as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas, e cujas perdas 
não tenham sido deduzidas na apuração do lucro real em anos anteriores; 
b. a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas; 
c. os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias, caso refiram-se a períodos 
em que os mesmos sejam isentos de imposto de renda (a partir de 1996). 
 
O ganho de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de aplicações em ouro não 
tributadas como renda variável corresponderá à diferença positiva verificada entre o valor da 
alienação e o respectivo valor contábil. 
 
PARCELA DE REAVALIAÇÃO DE BENS OU DIREITOS 
 
Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação somente 
poderão ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se a 
empresa comprovar que os valores acrescidos foram computados na determinação da base de 
cálculo do imposto (Lei 9.430/1996, art. 52). Os valores reavaliados são aqueles que, por força de 
Laudo de Reavaliação, foram acrescidos ao valor contábil dos bens ou direitos. 
 
VALORES DIFERIDOS NO LALUR 
 
A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base no lucro real, 
deverá adicionar à base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro período de apuração 
no qual houver optado pela tributação com base no lucro presumido, os saldos dos valores cuja 
tributação havia diferido, controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR, 
corrigidos monetariamente até 31.12.1995 (Lei 9.430/1996, art. 54). 
 
Ressalta-se, ainda, que a depreciação acelerada incentivada não deve ser adicionada de imediato 
na apuração do lucro presumido, mas sim na medida em que a depreciação normal for adicionada 
ao lucro líquido, conforme dispõe a solução de consulta nº 71, da 10ª Região Fiscal, de 
09.05.2001: 
 
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 71 (10ª Região Fiscal), DE 9 DE MAIO DE 2001 
 
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ 
 
Ementa: LUCRO PRESUMIDO – BASE DE CÁLCULO – DEPRECIAÇÃO ACELERADA 
INCENTIVADA - Dos valores controlados na parte B do LALUR, a serem adicionados à base de 
cálculo do imposto de renda, correspondente ao primeiro período de opção pelo regime de lucro 
presumido, excluem-se os de depreciação acelerada incentivada. O saldo dos valores 
correspondentes à depreciação acelerada incentivada deve ser atualizado até dezembro de 1995 
e permanecerá registrado no LALUR. Havendo mudança na forma de tributação, do lucro 
presumido para o lucro real, em anos-calendários subseqüentes, os valores que compõe o saldo 
deverão ser baixados na medida em que os valores da depreciação normal forem adicionados ao 
lucro líquido, para fins de determinação do lucro real, e sua conseqüente tributação. 
Dispositivos legais: Lei nº 8.383, de 1991, art. 46; Lei nº 8.643, de 1993, art. 2º; Lei nº 9.430, de 
1996, art. 54; Decreto nº 3.000, de 1999, art. 313; Parecer Normativo CST nº 19, de 1982. 
 
(DT 10ª RF – Vera Lúcia Ribeiro Conde – Chefe da divisão – DOU 25.06.2001 – p. 47). 
 
RESULTADO DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 
 
Serão somadas, ainda, as seguintes receitas, relativamente ao 4º trimestre de apuração de cada 
ano, conforme a IN SRF 93/1997, art. 36, VII a IX e parágrafo 10: 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
A. O resultado da aplicação dos percentuais de incidência sobre as receitas auferidas nas 
exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao 
valor já apropriado na escrituração da empresa. 
 
Nota: esta regra refere-se aos "preços de transferência". Exemplo: exportação de produtos para 
país considerado paraíso fiscal, cujo cálculo do preço de transferência resultou em R$ 
100.000,00. Será acrescido á base de cálculo R$ 100.000,00 x 8% (percentual do Lucro 
Presumido para venda de produtos) = R$ 8.000,00. 
 
B. A parcela dos juros pagos ou creditados ás pessoas vinculadas ou domiciliadas em países 
com tributação favorecida, que exceder ao limite calculado com base na taxa Libor, para 
depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescido de 
três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se 
referirem os juros, quandopagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato 
não for registrado no Banco Central do Brasil. 
 
C. A diferença de receita, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o 
inciso anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no 
Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada 
domiciliada no exterior. 
 
Nota: os valores mencionados em A, B e C serão apurados com base nas exportações 
realizadas e nos encargos ou nas receitas financeiras incorridos durante o ano-calendário. 
 
VARIAÇÕES CAMBIAIS 
 
A partir de 01.01.2000, as receitas decorrentes das variações monetárias dos direitos de créditos e 
das obrigações, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeitos da base de 
cálculo, entre uma das seguintes opções: 
 
1. no momento da liquidação da operação correspondente ("regime de caixa"); ou 
2. pelo regime de competência. 
 
Aplica-se a opção escolhida para todo o ano-calendário. 
 
DEDUÇÕES DO IMPOSTO 
 
Para efeito de pagamento, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido no período de 
apuração, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo, 
bem como o imposto de renda pago indevidamente em períodos anteriores (art. 10 da Lei 
9.532/1997). 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Capítulo 11 – CONTRIBUIÇÃO PIS / COFINS 
 
PIS e COFINS 
 
PIS e a COFINS são tributos de competência federal, conforme artigo 149 e 195 da Constituição 
Federal. 
 
Vejamos, então, o significado das siglas: 
 
PIS Programa de Integração Social; 
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público; 
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. 
 
A contribuição para o PIS foi instituída pela Lei Complementar nº 7, de 07 de setembro de 1970. 
Já a contribuição para o PASEP foi instituída pela Lei Complementar nº 8 de 03 de dezembro de 
1970. 
 
A unificação “PIS/PASEP” se deu pela Lei Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975, e a 
partir de então são tratados como uma única contribuição. 
 
Após a Constituição Federal de 1988, tais contribuições, uma vez mantidas, passaram a financiar 
o seguro-desemprego, programas de desenvolvimento econômico (através do BNDES) e o 
benefício de abono anual para empregados de baixa renda. 
 
Já a COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991. Vale frisar 
que, historicamente, essas contribuições passaram por diversas modificações legislativas, o que 
tem sido motivo de um considerado número de lides em discussões judiciárias. 
 
Existem PIS e COFINS nas modalidades cumulativa e não cumulativa, que se destinam a 
contribuintes específicos. Outros são aqueles que se obrigam a substituição tributária e ainda 
outros a tributação monofásica. 
 
PIS e COFINS substituição tributária; 
PIS e COFINS monofásico; 
PIS e COFINS cumulativo; 
PIS e COFINS não cumulativo. 
 
Vamos observar o quadro a seguir: 
 
 
Regime Tributário 
Apuração dos tributos 
IRPJ CSLL PIS COFINS 
Lucro Real 
Apurado sob o 
efetivo resultado, 
quando este for 
lucro 
Apurado sob o 
efetivo resultado, 
quando este for 
lucro 
Apurado na forma 
não cumulativa, com 
créditos fiscais e 
alíquota de 1,65% 
Apurado na forma 
não cumulativa, 
com créditos fiscais 
e alíquota de 7,6% 
Lucro Presumido 
Apurado sob uma 
estimativa do 
resultado 
Apurado sob uma 
estimativa do 
resultado 
Apurado na forma 
cumulativa, sem 
créditos fiscais e 
alíquota de 0,65% 
Apurado na forma 
cumulativa, sem 
créditos fiscais e 
alíquota de 3% 
Simples Nacional Todos os tributos apurados de uma única vez através de um único percentual, 
conforme legislação especifica 
 
ATENÇÃO: A opção da tributação deverá ser aplicada em todo o ano-calendário. 
 
RETENÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES 4,65 % 
 
A Secretaria da Receita Federal (SRF), determinou, através de Instrução Normativa, que a partir 
do mês de fevereiro de 2004, os pagamentos que fossem efetuados pelos serviços contratados, 
dentro da lista específica, estariam sujeitos à retenção de 4,65%, sendo, 1% de CSLL, 3% de 
COFINS e 0,65% de PIS. 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Estão sujeitos à retenção os serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, 
vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, assessoria creditícia, mercadológica, 
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber. 
 
Os serviços profissionais a seguir relacionados, também estão sujeitos à retenção dos 4,65% 
previstos no Regulamento do Imposto de Renda (RIR): 
 
• Administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou fundos mútuos para 
aquisição de bens) 
• Advocacia 
• Análise clínica laboratorial 
• Análises técnicas 
• Arquitetura 
• Assessoria e consultoria técnica (exceto serviço de assistência técnica prestado a terceiros e 
concernente a ramo de indústria ou comércio explorado pelo prestador do serviço) 
• Assistência social 
• Auditoria 
• Avaliação e perícia 
• Biologia e biomedicina 
• Cálculo em geral 
• Consultoria 
• Contabilidade 
• Desenho técnico 
• Economia 
• Elaboração de projetos 
• Engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas) 
• Ensino e treinamento 
• Estatística 
• Fisioterapia 
• Fonoaudióloga 
• Geologia 
• Leilão 
• Medicina (exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de 
recuperação ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro) 
• Nutricionismo e dietética 
• Odontologia 
• Organização de feiras de amostras, congressos seminários, simpósios e congêneres 
• Pesquisa em geral 
• Planejamento 
• Programação 
• Prótese 
• Psicologia e psicanálise 
• Química 
• Radiologia e radioterapia 
• Relações públicas 
• Serviço de despachante 
• Terapêutica ocupacional 
• Tradução ou interpretação comercial 
• Urbanismo 
• Veterinária 
 
A contabilização dessas retenções deverá ocorrer separadamente à parcela de cada tributo a que 
se refere (1% CSLL, 3% COFINS e 0,65% PIS), para que seja compensado com os respectivos 
tributos apurados pela empresa que sofreu a retenção. 
 
A retenção ou a compensação não depende do regime tributário das empresas envolvidas 
(prestador e prestadora). O fato gerador é o pagamento pelos serviços profissionais descritos na 
Instrução Normativa da SRF. 
 
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Cabe salientar que a prestação de serviço por uma pessoa física não está sujeita a essa retenção. 
O período de apuração dessas retenções é mensal e os valores de serviços prestados por Pessoa 
Jurídica até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) não sofrem retenção; no entanto, deve-se observar que 
durante o mês a soma de serviços pagos a um mesmo prestador ultrapassar esse limite, deve-se 
aplicar a retenção e descontar no valor final a ser pago. 
 
Exemplos de valores pagos ao mesmo prestador de serviço: 
 
Não há retenção: 
 
Período Valor do Serviço Retenções Valor líquido a pagar 
1ª. Quinzena R$ 3.000,00 R$ 000,00 R$ 3.000,00 
2ª. Quinzena R$ 1.500,00 R$ 000,00 R$ 1.500,00 
Total do mês R$ 4.500,00 Não haverá retenção R$ 4.500,00 
 
Com retenção: 
 
Período Valor do Serviço Retenções Valor líquido a pagar 
1ª. Quinzena R$ 3.000,00 R$ 000,00 R$ 3.000,00 
2ª. Quinzena R$ 4.000,00 R$ 325,50 R$ 3.674,50 
Total do mês R$ 7.000,00 R$ 325,50 R$ 6.674,50 
 
As retenções dos tributos federais de 4,65% devem ser recolhidas até o último dia da quinzena 
subseqüente ao período de apuração. 
 
Nos casos de retenções sobre o valor total dos 4,65%, deve constar no DARF o código de receita 
5952. 
 
Caso uma empresa seja beneficiária de isenção ou de alíquota zero, a retenção deverá ser 
efetuada para os demais tributos. Por exemplo: se uma empresa é isenta da COFINS, ela sofrerá 
a retenção do PIS e da CSLL, totalizando 1,65%. 
 
Nesse caso, deverão ser recolhidas separadamenteas retenções, utilizando os seguintes códigos: 
 
5987 – CSLL 
5960 – COFINS 
5979 – PIS/PASEP 
 
As pessoas jurídicas que efetuarem essas retenções devem fornecer, até o dia 28 de fevereiro do 
ano subseqüente, um “informe de retenções” semelhante ao informe de rendimento que hoje já 
existe em relação ao IRRF para as empresas em que se aplicaram tais retenções. 
 
Também, na mesma data, as retentoras deverão informar na DIRF (Declaração de Imposto de 
Renda Retido na Fonte) os valores retidos, discriminando mensalmente o somatório dos valores 
pagos e o total retido, por contribuinte e por código de recolhimento. 
 
Haverá retenções das contribuições em valores inferiores a R$ 10,00, porem não poderão ser 
recolhidas em DARF; nesse caso, estas retenções devem ser acumuladas até atingirem este 
limite. 
 
O ideal é que a prestadora destaque, na nota fiscal ou recibo, os valores discriminados por 
contribuição das retenções, porem, não obrigatoriamente precisam estar destacadas. 
 
O fato das retenções estarem ou não destacadas na nota fiscal, não desobriga o recolhimento, 
pois a obrigatoriedade de fazer a retenção é sempre do contratante (tomador do serviço). 
 
 
 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Capítulo 12 – IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO 
 
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) 
 
Quais os tributos que incidem sobre a importação de produtos e serviços no Brasil? 
 
1. II (Imposto sobre Importação) - calculado sobre o valor aduaneiro, com alíquotas variáveis. 
2. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - calculado conforme a Tabela do IPI. 
3. ICMS (Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços), alíquota variável segundo as 
alíquotas vigentes no Estado em que o desembaraço aduaneiro é procedido. 
4. PIS - Importação (Lei nº 10.865/2004) - alíquota geral de 1,65%, existindo alíquotas 
específicas para determinados produtos. 
5. COFINS - Importação (Lei nº 10.865/2004) - alíquota geral de 7,6%, existindo alíquotas 
específicas para determinados produtos. 
6. ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) - alíquota de 5% sobre a importação de 
serviço proveniente do exterior do País especificadas na Lei Complementar 116/2003. 
7. IOF - Imposto sobre Operações de Câmbio - devido sobre a compra de moeda estrangeira, na 
liquidação da operação de câmbio para pagamento da importação de serviços, devido à 
alíquota de 0,38%. 
 
Além dos tributos acima citados, há incidências de taxas, como o Adicional de Frete para 
Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei 10.893/2004 e tarifas aduaneiras. 
 
SIMULADOR DE CÁLCULO 
 
Introdução 
 
Este SIMULADOR tem como objetivo explicar como calcular os possíveis impostos e taxas de 
produtos comprados no exterior. Para efeito de exemplo, será utilizado o Dólar cotado a R$1,70 e 
produto “jogos”. 
 
Tributos incidentes 
 
A legislação prevê que toda encomenda, cujo remetente seja uma Pessoa Jurídica, seja taxada. 
Só não são taxadas encomendas cujo conteúdo seja livro ou se o remetente seja uma Pessoa 
Física e a encomenda seja abaixo de US$50.00. Fora desses casos, existe a chance de ocorrer à 
taxação, independente do valor do produto. 
 
Vale lembrar que é limitado o valor máximo de US$500 por mês para importações, acima deste 
valor o processo é outro, veja mais no site da Receita Federal 
 
Incidência s/ jogos 
 
Basicamente temos três valores a adicionar no valor final: 
 
• Imposto sobre Importação: 60% 
• ICMS (depende do estado, neste exemplo SP): 18% 
• Tarifas de desembaraço: aproximadamente R$ 20,00 
 
Cálculo sem imposto 
 
Se efetuar a compra e não for taxado, a conta é simples, basta converter para R$. Neste caso o 
produto é entregue na sua casa pelo Correio, e se ninguém estiver em casa no momento da 
entrega, o produto volta para a agência e você fica sabendo através de uma notificação o prazo 
para retirá-lo. 
 
Considerando um lançamento, que custa normalmente US$58.95, e o frete mais barato, 
US$10.99, teremos o seguinte: (Preço do Jogo + Preço do Frete) x Taxa do Dólar 
 (58.95 + 10.99) x 1.70 = R$118.90 
 
Então se o produto não for taxado, o preço final seria R$ 118,90. 
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Para este tipo de compra, mais barato, o tempo de entrega varia de 15 dias a 40 dias, depende 
das lojas e do Correio. Se a Receita Federal reter o produto para taxação, ela tem o prazo de 90 
dias para liberá-lo, contando a data da retenção. 
 
Calculo do Imposto de Importação 
 
O valor do Imposto de Importação é aplicado em cima do valor do produto. Já tive casos onde foi 
aplicado considerando o frete, mas normalmente é só sobre o produto. 
 
Neste caso teríamos a seguinte conta: 
 
Sem considerar o frete: (Preço do Jogo x Taxa do Dólar) x 0.60 
 
(58.95 x 1,70) x 0.60 = R$ 41,45 
 
Ou 
 
Considerando o frete: ((Preço do Jogo + Preço do Frete) x Taxa do Dólar) x 0.60 
 
((58.95 + 10.99) x 1,70) x 0.60 = R$ 71,29 
 
Se taxado, você receberá no seu endereço um comunicado do Correio informando que há uma 
mercadoria a ser retirada na agência mais próxima da sua casa e o valor, que é o valor do 
imposto, e não o do produto. Então no nosso exemplo iríamos pagar no cartão de crédito a 
compra, R$118.90, e no Correio o valor do Imposto de Importação, que pode ser R$ 41,45 ou R$ 
71,29 (dependendo se foi utilizado o frete ou não na base de cálculo). 
 
Calculando o ICMS 
 
A conta do ICMS é mais complexa, pois varia de estado para estado, e nem sempre é cobrado na 
taxação. Em SP, desde 2001 a lei do ICMS diz que ele tem que entrar na base de cálculo do 
imposto, então teríamos a seguinte forma para calcular o ICMS de SP, que hoje é de 18%: 
 
(Valor/(1-Valor ICMS)) x Valor ICMS 
 
Sem considerar o frete: ((Preço do Jogo x Taxa do Dólar)/(1-0,18)) x 0,18 
 
((58.95 x 1,70)/(1-0,18)) x 0,18 = R$ 22,00 
 
Ou 
 
Considerando o frete: (((Preço do Jogo+Preço do Frete) x Taxa do Dólar)/(1-0,18)) x 
0,18 
 
(((58.95 + 10.99) x 1,70)/(1-0,18)) x 0,18 = R$ 26,10 
 
Utilizando formas de envio da Fedex ou UPS 
 
Para agilizar a entrega, que acaba ocorrendo de 3 a 5 dias, estas empresas cobram 
automaticamente o Imposto de Importação e o ICMS, além da Tarifa de Desembaraço, que é de 
aproximadamente R$ 30,00. A diferença, além da agilidade e preço do frete, é que o pagamento 
dos impostos é feito ao funcionário da empresa no momento da entrega do produto na sua 
residência. Se não houver ninguém no momento da entrega, ocorrem novas tentativas e avisos 
por parte da empresa. 
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Capítulo 13 – IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO 
 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) 
 
Segundo a Constituição Federal (art. 153, II), o Imposto de Exportação é de competência 
exclusiva da União, tem como fato gerador a saída de produto nacional ou nacionalizado do 
território nacional. 
 
Uma de suas características é a cobrança com função fiscal e regulatória, não só na medida em 
que se presta a arrecadação, mas também de acordo com a variação de suas alíquotas, à 
disciplina do fluxo de exportação. 
 
O imposto de exportação não se sujeita ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado no 
mesmo exercício financeiro. 
 
É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, 
alterarem as alíquotas do IE. 
 
No Código Tributário Nacional, encontramos as regras e as disciplinas para o imposto em seus 
artigos 23 a 28. 
 
Na legislação ordinária, temos o Decreto-lei nº. 1.578/77, que dispõe sobre o imposto de 
exportação. 
 
FATO GERADOR DO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO 
 
O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos 
nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional – art. 23 
do CTN. O fato gerador se caracteriza com o fato material da saída de produto nacional, ou 
nacionalizado, para outro país, qualquer que seja a finalidade de quem remete, e não com o 
negócio jurídicoda compra e venda do exportador para o estrangeiro. 
 
Com exceção dos casos pessoais, como bagagens, estabelecidos no art. 23 do CTN e art. 1º do 
Decreto-Lei nº 1.578/77, não importa que se trate de doação ou mercadoria do próprio remetente, 
o fato da saída do país ocasiona o fato gerador. 
 
Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou 
documento equivalente. 
 
O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto. 
 
BASE DE CÁLCULO 
 
A base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo 
da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, 
observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato do Conselho Monetário 
Nacional. 
 
O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. 
 
Quando o preço do produto for de difícil apuração ou for susceptível de oscilações bruscas no 
mercado internacional, o Poder Executivo, mediante ato do Conselho Monetário Nacional, fixará 
critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração de base de cálculo. 
 
Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias 
exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou produção, acrescido dos 
impostos e das contribuições incidentes e de margem de lucro de quinze por cento sobre a soma 
dos custos, mais impostos e contribuições. 
 
A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço excedente de valor básico, 
fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. 
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ALÍQUOTAS 
 
A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para 
atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
 
Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150%. 
 
O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou 
as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio 
exterior. 
 
Devido ao fato de que o equilíbrio da balança comercial depende fundamentalmente do esforço de 
exportação e que o imposto é extrafiscal, o imposto é minimamente exigido, sendo comum o uso 
da alíquota zero, pois o fator constitutivo do dever tributário não está na sua hipótese de incidência 
(ou fato gerador), mas sim, no mandamento da norma de tributação. 
 
CONTRIBUINTE 
 
Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, considerada qualquer 
pessoa que promova a saída de produtos do território nacional, podendo também a lei equipar 
terceiro ao exportador. (art. 27 do CTN e art. 5º do Decreto-Lei nº. 1.578/77). 
 
LEGISLAÇÃO SUBSIDIÁRIA 
 
No que couber, aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação a legislação relativa ao 
imposto de importação. 
 
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Capítulo 14 - LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Diante de uma das maiores cargas tributárias do mundo, o contribuinte se vê coagido quando se 
trata da tributação sobre a desenvoltura de sua atividade comercial. Conseqüentemente este, em 
alguns casos, passa a procurar maneiras ilícitas de diminuir sua carga tributária, visto que 
licitamente este não o consegue. Passa então a se tornar importante figura nesse processo o 
Estado, que, na tentativa de combater estas fraudes invoca o fisco a regular e fiscalizar estas 
pessoas, visto que por trás de todo este processo está o interesse da população como um todo. 
 
Para isso, se dispõem de várias ferramentas, entre as quais veremos algumas a seguir. 
 
AUDITORIA FISCAL 
 
Segundo Sá (1990, p. 35): AUDITORIA - revisão; perícia; intervenção ou exame de contas ou de 
toda uma escrita, periódica ou continuamente, eventual ou definitivamente. 
 
Ainda podemos dizer que auditoria é a confirmação dos registros e demonstrações contábeis, 
obtidos através do exame de todos os documentos, livros e registros. 
 
Sendo assim, podemos definir auditoria fiscal como sendo a auditoria realizada com o objetivo de 
verificar o correto cumprimento das obrigações, em matéria tributária, dos contribuintes. 
 
O agente executor dessa atividade é o fiscal, que tem como prerrogativas examinar, e até reter ou 
apreender todos os livros contábeis e fiscais, mercadorias, arquivos, inclusive os magnéticos, 
papéis e documentos de efeitos comerciais e fiscais. Além disso, pode o fiscal realizar diligências 
ou solicitar informações junto a pessoas jurídicas ou físicas sobre as atividades do auditado. 
 
LIVROS FISCAIS 
 
Podemos classificar como livros fiscais os que se encarregam de armazenar todos os fatos 
relacionados com as atividades fiscais da empresa. É através deles que as informações são 
extraídas, destinando-se para aqueles que delas necessitarem. 
 
Um dos interessados nessas informações é o Estado, pois, é através destas informações que ele 
exerce sua atividade de policiar parte do grandioso vulto econômico gerado pelas entidades 
econômicas. Por isso que é o próprio instituidor dos livros, no intuito de acompanhar no dia-a-dia 
todas as transações realizadas pelas empresas. 
 
É através dos livros fiscais que o fisco audita todas as transações das empresas, conferindo todos 
os registros efetuados pela empresa, retificando-os ou ratificando-os conforme constatações. 
 
Alguns dos livros fiscais são: 
 
Registro de Entradas: Este livro registra todas as aquisições realizadas pela empresa. Todas as 
mercadorias (gerando crédito fiscal ou não), e principalmente as em regime de Substituição 
Tributária. 
 
As principais observações realizadas neste são as referentes aos cálculos dos impostos, se houve 
aproveitamento intempestivo do crédito fiscal, duplicidade de lançamentos de entradas, 
aproveitamento de créditos fiscais sem o documento original (quando contém apenas a xérox), 
falta de registro de documento fiscal, etc. 
 
Registro de Saídas: No registro de saídas temos os lançamentos oriundos das operações de 
vendas realizadas pela empresa. Este registro, em contrapartida com os registros de entradas, 
são os originários da apuração entre os débitos e créditos fiscais, resultando no montante de 
impostos que a empresa vai recolher. 
 
As observações aqui realizadas devem ser, praticamente, as mesmas a serem realizadas nos 
livros de registros de saídas. 
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Registro de Controle da Produção e do Estoque: O livro de Registro e Controle da Produção e do 
Estoque é obrigatório para as indústrias e estabelecimentos equiparados, estabelecido pelo 
Regulamento do IPI, com o objetivo de promover o controle de produção e do estoque. 
 
Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrência: Um dos livros mais 
importantes para a fiscalização ou auditagem de uma empresa, pois, é nele que ficam registradas 
as informações correspondentes à última fiscalização. Nele podem ser observadas informações 
como, por exemplo, se a empresa goza de regime especial concedido ou exigido pela repartição 
fazendária, os resultados da última fiscalização, quais as contas que foram verificadas, os livros 
examinados, tipos de infrações cometidas pelo contribuinte, etc. 
 
Registro de Inventário: Neste livro a empresa realiza o lançamento dos saldos das mercadorias e 
materiais não comercializados ou consumidos durante o exercício comercial. 
 
Alguns cuidados e observações devem ser tomados quando nos referimos a este livro, entre eles: 
verificar a autenticação do livro no órgão competente; verificar se os registros das mercadorias de 
entrada foram todos realizados; verificar cálculos; etc. 
 
Registro de Apuração de ICMS: O livro de registro de apuração do ICMS é o livro encarregado da 
conta corrente do ICMS. Pelos registros de créditos e débitos que realizamos nele, podemosapurar o saldo da conta corrente, verificando se este é devedor ou credor, e se a empresa terá 
imposto a recolher ou saldo a transferir ao próximo período. 
 
Algumas observações devem ser feitas, como: a autenticação obrigatória pela autoridade 
competente; verificar se os transportes dos livros de registro de entrada e saída estão corretos, 
bem como seus saldos; conferir os valores a serem recolhidos e as guias de recolhimento dos 
respectivos impostos; entre outros. 
 
Livro de Movimentação de Combustível: O LMC destina-se ao registro diário, pelo posto 
revendedor de combustíveis líquidos e gasosos, dos estoques e de movimentação de compra e 
venda de gasolina, óleo diesel, querosene iluminante, álcool etílico hidratado carburante, mistura 
metanol/etanol/gasolina e gás automotivo. 
 
Livro de Controle de Crédito do Ativo Permanente: O documento denominado "Controle de Crédito 
de ICMS do Ativo Permanente - CIAP" se destina ao controle do crédito do ICMS relativo à 
aquisição de bem destinado ao ativo permanente. 
 
Todos os livros são facilmente encontrados nas papelarias, podendo, também, ser utilizado o 
Sistema Eletrônico de Processamento de Dados (SEPD) para sua escrituração. 
 
Formalidades e obrigações acessórias inerentes aos Livros Fiscais: 
 
De acordo com o Regulamento do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação – RICMS, em relação às obrigações acessórias relativas à confecção e manuseio 
dos livros fiscais: 
 
Art. 119. São obrigações do contribuinte: 
 
I - inscrever-se na repartição fiscal antes do início de suas atividades, na forma estabelecida nos 
arts. 120 a 122; 
II - solicitar autorização da repartição fiscal competente, para imprimir ou mandar imprimir 
documento fiscal; 
III - solicitar à repartição fiscal competente a autenticação de livros e documentos fiscais, antes de 
sua utilização; 
IV - manter em seu poder, devidamente registrados na repartição fiscal do seu domicílio, os livros 
e documentos fiscais até que ocorra a decadência dos créditos tributários decorrentes das 
operações a que se refiram, observado o seguinte: 
 
a) em se tratando de livros, o prazo se contará a partir do último lançamento nele consignado, 
quando obedecido o prazo legal de escrituração; 
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b) em se tratando de documento fiscal, o prazo ocorrerá a partir da data de sua emissão; 
 
V - exibir ou entregar ao Fisco, quando exigido ou solicitado, os livros e/ou documentos fiscais, 
assim como outros elementos auxiliares relacionados com sua condição de contribuinte; 
VI - remeter à repartição fiscal de seu domicílio, quando de início e todas as vezes que houver 
substituição, comunicação contendo dados do responsável pela sua escrita contábil; 
VII - comunicar à repartição fazendária as alterações contratuais e estatutárias, bem como as 
mudanças de domicílio fiscal, venda, fusão, cisão, transformação, incorporação, sucessão 
motivada pela morte do titular, transferência de estabelecimento, encerramento ou suspensão de 
atividade, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas após a ocorrência do fato, observado o disposto 
no art. 123; 
VIII - escriturar os livros e emitir documentos fiscais, observadas as disposições constantes dos 
Capítulos próprios deste Regulamento; 
XI - exibir a outro contribuinte a FIC, nas operações que com ele realizar; 
XIII - comunicar imediatamente à repartição fiscal de seu domicílio o extravio ou perecimento de 
livros e documentos fiscais, bem como o roubo ou inutilização do equipamento ECF, observado o 
disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo; 
XV - cumprir todas as exigências fiscais previstas na legislação tributária; 
Art. 268. Os livros fiscais, que serão impressos e de folhas numeradas tipograficamente, em 
ordem crescente, só serão usados depois de visados pela repartição do domicílio fiscal do 
contribuinte. 
 
§ 1º Os livros fiscais terão suas folhas encadernadas, de forma a impedir sua 
substituição. 
§ 2º O "visto" será gratuito e aposto em seguida ao termo de abertura lavrado pelo 
contribuinte, juntamente com a apresentação do livro anterior a ser encerrado, 
desde que não se trate de início de atividade. 
§ 3º Para os efeitos do parágrafo anterior, os livros a serem encerrados serão exibidos 
à repartição competente do Fisco dentro de 05 (cinco) dias, contados da data do 
último lançamento. 
 
Prazo para escrituração 
 
Os lançamentos nos livros fiscais não podem atrasar mais que 5 (cinco) dias, à exceção do livro 
Registro de Inventário, cujo prazo é de 60 (sessenta) dias do fechamento do Balanço Contábil ou 
do último dia do ano civil (quando a empresa não realizar escrituração contábil). 
 
Perda, extravio ou inutilização de livros fiscais 
 
Na perda, extravio ou inutilização dos livros fiscais, o contribuinte deve: 
 
1. Efetuar a imediata publicação da ocorrência em jornal de circulação em todo o Estado. 
2. Comunicar por escrito à repartição fiscal de sua circunscrição em 15 dias, a contar da 
ocorrência da seguinte forma: 
• mencionar a espécie, o número de ordem e demais características do livro; 
• informar o período a que se referir à escrituração do livro; 
• declarar expressamente a possibilidade ou não de se refazer a escrituração em 45 dias; 
• informar a existência ou não de débito de imposto, qual o período e o valor (se existir); 
• anexar às publicações no jornal e no Diário Oficial. 
 
O contribuinte está obrigado, no prazo de 45 dias contados da ocorrência, a comprovar os valores 
das operações a que se referir ao livro. A não comprovação ou insuficiência ou inidoneidade das 
provas, implicará no arbitramento do ICMS. 
 
Livros escriturados por Sistema Eletrônico de Processamento de Dados (SEPD) 
 
Para utilizar sistema de processamento de dados na escrituração de livros fiscais, é necessário 
solicitar autorização para seu uso (SEPD). 
 
Na mudança de escrituração manual para a Eletrônica (SEPD), a seqüência numérica dos livros 
deverá ser continuada, observando-se o último Livro Fiscal utilizado. 
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Os livros fiscais escriturados por SEPD devem ser enfeixados ou encadernados, respeitando-se 
as regras: 
 
• os formulários (folhas) de cada livro são numerados pelo sistema, em ordem consecutiva de 1 
a 999.999, reiniciada a numeração quando atingido o limite. 
• cada livro deve ser enfeixado por exercício de apuração, em grupo de, no máximo, 500 
(quinhentas) folhas. 
• há a prerrogativa de se enfeixar ou encadernar mensalmente e reiniciar a numeração mensal 
ou anualmente. 
 
Dois ou mais livros diferentes de um mesmo exercício podem ser enfeixados ou encadernados 
juntos, num único volume, de no máximo 500 folhas, desde que separados por contracapas com 
identificação do tipo de livros fiscal e expressamente relacionados na capa da encadernação. 
Cada livro possuirá seu próprio Termo de Abertura e Encerramento. 
 
Prazo para escrituração para Sistema Eletrônico de Processamento de Dados (SEPD) 
 
O contribuinte tem o prazo de 10 (dez) dias úteis contados do encerramento do período de 
apuração para manter disponível em seu estabelecimento, as respectivas folhas dos livros fiscais. 
 
NOTA FISCAL 
 
De acordo com Lopes de Sá (1990, p. 165), documentos fiscais são: 
 
"Documentos que se destinam a comprovar os lançamentos suscetíveis de 
fiscalização; para maior garantia, adota-se um Arquivo Fiscal, 
exclusivamente destinado a reunir a documentação tornada objeto de 
fiscalização imediata, nas verificações primárias ou iniciais." 
 
Este é o documento mais importante do campo tributário exigido pela legislação. Ela faz parte das 
obrigações acessórias, que na maioria das vezes gera obrigação principal, isto quando, 
naturalmente, a operação é tributável. 
 
A legitimidade dar-se através de autorização de impressão, a qual é feita em 3 vias, uma darepartição, outra do contribuinte e outra da gráfica impressora. Alem desse procedimento, sua 
utilização ainda depende de autenticação da repartição fiscal responsável, modelos de notas 
fiscais: 
 
Nota Fiscal – Modelos 1 e 1A 
 
A nota fiscal de modelo 1 ou 1A é emitida por empresas comerciais ou industriais, servindo para 
as entradas ou saídas de mercadorias. São padronizadas em todo o país, apresentando campos 
que identificam todas as informações referentes á circulação das mercadorias sujeitas aos 
impostos IPI e ICMS. 
 
Nota Fiscal – Modelo 2 
 
Emitida exclusivamente para consumidor final, por tanto, gerando apenas débito fiscal. 
 
Nota Fiscal – Modelo Único 
 
Conforme sua própria nomenclatura, serve para substituir as séries acima citadas, gerando crédito 
fiscal quando destinada a outro comerciante. 
 
Máquina Registradora – Cupom ou Ticket 
 
Emitido por empresa que venda exclusivamente a consumidor, e que apresente um valor 
considerável de vendas exigindo um processo de rápido atendimento. Este documento substituiu a 
nota fiscal Modelo 2, e sua liberação dependem de autorização especial de órgão Fazendário. 
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Nota Fiscal – Avulsa 
 
Utilizada exclusivamente pelo fisco, sobretudo nas operações desacompanhadas de documento 
fiscal e produtos primários, quando o contribuinte não é inscrito no cadastro do Estado. 
 
Nota Fiscal – Jogos Soltos 
 
São as notas fiscais datilografadas ou informatizadas, impressas. Estes jogos, todos, são 
autenticados pela repartição fiscal e também estão sujeitas às mesmas exigências legais. 
 
Credibilidade dos Documentos Fiscais 
 
O fisco destina uma atenção especial para a credibilidade do documento fiscal. Assim que agentes 
fiscais se deparam com uma nota fiscal, são induzidos quase que intuitivamente á análise do 
documento. São observadas características intrínsecas como: razão social do emitente; inscrição; 
tipo de nota fiscal; quantidade de notas confeccionadas; data da confecção; etc., como também as 
características extrínsecas: empresa destinatária; sua inscrição; localização; tipo de mercadoria; 
quantidade física e monetária da mercadoria; ICMS destacado; carimbos afixados durante o 
trânsito da mercadoria; etc. Um elenco considerável de detalhes pode ser averiguado, a fim de se 
concluir a plena credibilidade do documento fiscal. 
 
Isto naturalmente por que a nota fiscal é o meio pelo qual o contribuinte dá evidência de sua 
própria existência, pois ela é o termômetro que denuncia suas atividades, acusando altas e baixas 
no relacionamento do dia-a-dia de sua vida comercial. Para a Fazenda, ela é uma espécie de talão 
de cheques. 
 
A Nota Fiscal Fria 
 
Nota fiscal fria é aquela que tem tudo da nota fiscal legal, isto no que concerne às formalidades 
intrínsecas e extrínsecas, exceto sua autenticidade. São emitidas engenhosamente com o fim 
específico de fraudar o fisco. Sua falsidade está ligada diretamente ao pseudo-emitente que, na 
maioria das vezes, foi um contribuinte, que um dia nasceu, viveu e morreu para o Estado. Toda via 
sua morte deu-se apenas de direito, isto por força de um ato administrativo. Este contribuinte, não 
tendo recolhido os talonários quando do encerramento de suas atividade à repartição fiscal, 
conserva-os para ofertar crédito fiscal para outras empresas, envolvendo uma transação 
tipicamente de "conluio". 
 
Neste caso temos duas fraudes conhecidas. A primeira é a venda do direito do crédito fiscal, que 
conseqüentemente dará condições de o adquirente pagar menos impostos. E a segunda é a 
hipótese de a nota fiscal fria "esquentar" mercadorias sem nota, ou seja, fazer com que 
mercadorias que não tinham nota fiscal, que podem ser roubadas, desviadas, etc., passem a ser 
mercadorias com notas fiscais e livres para a comercialização. 
 
Nota Fiscal Sem Valor Legal 
 
Assim considerada a nota fiscal que, embora revestida de todas as características exigidas pela 
legislação, não se preste para acobertar determinadas transações comerciais. Por exemplo: 
destinação da nota fiscal diversa da empresa em causa, ou seja, nota fiscal em nome de outra 
empresa, gerando crédito para a empresa em causa; endereço da nota fiscal diverso do endereço 
em que está sendo entregue a mercadoria; etc. 
 
Nota Fiscal Calçada 
 
Denomina-se calçada pelo fato de o emitente colocar um calço entre a primeira e a segunda via, e 
assim preencher as respectivas vias com valores diferentes. Geralmente a segunda via, que é a 
via que fica fixada no talonário, é preenchida com um valor menor, a fim de pagar menos 
impostos. 
 
Isto se proliferou nas operações comerciais envolvendo órgãos públicos e entidades sociais pelo 
fato de estas não estarem sujeitas à fiscalização, por não estarem obrigadas a cumprir as 
obrigações principais por não apresentarem a chancela de contribuintes. 
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Esta prática se caracteriza como sonegação fiscal, ficando o praticante deste ato sujeito a 
pesadas multas, além de implicações penais. 
 
Nota Fiscal Desdobrada 
 
Além da artimanha citada anteriormente, este fato envolve mais uma. Não satisfeito em apenas 
calçar a nota fiscal, o contribuinte resolve desdobrar o jogo de nota fiscal, pondo um calço entre a 
1ª e a 2ª vias, dividindo o jogo de notas em duas, a fim de ensejar condições de atender a duas 
operações comerciais: a primeira para um destinatário que normalmente é uma entidade pública 
ou social, clínica, hospital ou até consumidor final; e a segunda para outro adquirente. 
 
Na primeira operação o contribuinte preenche as 1ª, 3ª e 4ª vias, que são as que serão destacas e 
enviadas junto com a mercadoria. E na segunda operação o contribuinte preenche a 2ª via para 
outro adquirente, que é a via que ficará fixada no talão e pela qual ele fará o recolhimento do 
imposto devido, ficando assim a primeira obrigação totalmente fora do recolhimento do imposto. 
 
Nota Fiscal Paralela ou Duplicada 
 
É uma fraude que envolve o contribuinte e a gráfica responsável pela impressão dos talonários 
fiscais. Trata-se da impressão de alguns jogos de notas fiscais, ou até mesmo de um dos 
talonários inteiro, de forma duplicada. Assim o contribuinte ficará com dois talões fiscais com a 
mesma numeração de notas. 
 
Notas Fiscais Canceladas 
 
Ocorre quando o contribuinte emite a nota fiscal, e até o ato da entrega da mercadoria a nota fiscal 
não passa pelo fisco. Sendo assim, a nota fiscal é trazida de volta ao talão de nota e 
conseqüentemente cancelada. Com essa operação o contribuinte cancela a venda e 
conseqüentemente fica "desobrigado" de fazer o recolhimento do imposto daquela nota específica. 
 
Há grande atenção do fisco em relação a este tipo de operação quando: há muitas notas fiscais 
canceladas nos talões; há indícios de circulação das notas; etc. 
 
Documentos Suspeitos de Idoneidade 
 
Considera-se inidôneo o documento fiscal: 
 
I - extraviado, adulterado ou inutilizado; 
II - não enquadrado nas hipóteses do tópico anterior e com informações que não correspondam a 
real operação ou prestação; 
III - que for assim considerado em Resolução do Secretário de Estado de Fazenda. 
 
Hipóteses 
 
Para efeitos do disposto no tópico anterior, considera-se, dentre outras hipóteses, inidôneo o 
documento: 
 
I - de contribuinte que tenha encerrado irregularmente sua atividade; 
II - de contribuinte inscrito, porém sem estabelecimento, desde que o documento fiscal tenha sido 
autorizado; 
III - apropriado irregularmente, ou desaparecido; 
IV - que não se refira a uma efetiva saída de mercadoria ou prestação de serviço, ressalvados os 
casos previstos no RICMS. 
 
Emissor de Cupom Fiscal 
 
Relativamente ao documento fiscal emitido por ECF, considera-se ainda inidôneo aquele: 
 
I - que estiver preenchido de forma ilegível ou apresentar emenda ou rasura que lhe prejudique a 
clareza. 
II - emitido por equipamento deslacrado. 
Contabilidade TributáriaI 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Recurso 
 
Declarada a falsidade ou a inidoneidade de documento fiscal, qualquer contribuinte interessado 
poderá recorrer dos fundamentos do ato administrativo, no prazo de 10 (dez) dias, contado da 
publicação do ato declaratório, apresentando: 
 
I - petição dirigida à autoridade que o expediu; e 
II - prova inequívoca da inexistência dos pressupostos para sua publicação. 
 
Reconhecida a procedência das alegações, a autoridade competente retificará ou cancelará o ato, 
nos termos de resolução que disciplina a matéria. 
 
Prova 
 
Os documentos falsos ou inidôneos fazem prova apenas a favor do Fisco. 
Constatada a falsidade ou a inidoneidade de documento fiscal, nos termos dos tópicos anteriores, 
a ação fiscal independe de ato declaratório prévio que o tenha considerado falso ou inidôneo. 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Referências bibliográficas 
 
1. BRASIL. Constituição Federal – Editora Revista dos Tribunais. 6ª ed., 2004. 
2. Código Tributário Nacional – Editora Revista dos Tribunais. 6ª. ed., 2004. 
3. Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo – www.fazenda.sp.gov.br. 
4. Regulamento do IPI – www.receita.gov.br. 
5. Regulamento do Imposto de Renda – www.receita.fazenda.gov.br. 
6. Manual do ISS de São Paulo – www.prefeitura.sp.gov.br 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO 
 
Prólogo 02 
Direito Tributário 02 
Contabilidade tributária 02 
Capítulo 01 – Legislação Tributária 03 
Hierarquia das Leis 03 
Competência Tributária 03 
Código Tributário Nacional 03 
Capítulo 02 – Tributos 04 
 Tributos 04 
 Impostos 04 
 Taxas 04 
 Contribuições 04 
Elementos do Tributo 05 
Fato Gerador 05 
Base de Cálculo 05 
Contribuinte 05 
Situações Tributárias 06 
Limitações ao poder de Tributar 06 
Principais tributos que norteiam as atividades das empresas 06 
Capítulo 03 – Créditos Tributários 07 
Conceito 07 
Capítulo 04 – ICMS 09 
INCIDÊNCIAS 09 
NÃO INCIDÊNCIAS 09 
CONTRIBUINTE 10 
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 10 
DIREITO DE CRÉDITO POR FATO GERADOR PRESUMIDO QUE NÃO SE REALIZAR 10 
LOCAL DA OPERAÇÃO OU DA PRESTAÇÃO 10 
OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR 11 
NÃO CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO 12 
VEDAÇÃO DE CRÉDITO 12 
ESTORNO DE CRÉDITO 12 
PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO 12 
LIQUIDAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 12 
SALDOS CREDORES ACUMULADOS DO ICMS 13 
Capítulo 05 – IPI 14 
PRODUTO INDUSTRIALIZADO – CONCEITO 14 
INDUSTRIALIZAÇÃO 14 
ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL – CONCEITO 15 
IMUNIDADE 16 
CONTRIBUINTES 16 
FATO GERADOR 16 
IPI – PERÍODO DE APURAÇÃO 17 
PRAZOS DE RECOLHIMENTO 17 
DEMAIS PRAZOS DE RECOLHIMENTO 17 
Capítulo 06 – Emissão de Nota Fiscal Mercantil 18 
CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) 18 
INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO 18 
DADOS DO DESTINATÁRIO/REMETENTE 18 
CNPJ - (CADASTRO NACIONAL DE PESSOAS JURÍDICAS) 18 
INSCRIÇÃO ESTADUAL 18 
DATA LIMITE PARA EMISSÃO 18 
DATA DE EMISSÃO 18 
DATA E HORA DE SAÍDA 18 
DADOS DA FATURA 18 
CÓDIGO DO PRODUTO 19 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO 19 
CLASSIFICAÇÃO FISCAL 19 
CST (Código de Situação Tributária) 19 
UNIDADE 20 
QUANTIDADE 20 
VALOR UNITÁRIO 20 
VALOR TOTAL 20 
ALÍQUOTA DO ICMS 20 
ALÍQUOTA DO IPI 21 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
VALOR DO IPI 21 
BASE DE CÁLCULO DO ICMS 21 
VALOR DO ICMS 21 
BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO /VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO 22 
TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS 22 
DADOS ADICIONAIS 22 
CANHOTO DA NOTA FISCAL 22 
Capítulo 07 – ISS 23 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISS 23 
CONTRIBUINTE 23 
LOCAL DOS SERVIÇOS 23 
ALÍQUOTA MÍNIMA 23 
ALÍQUOTA MÁXIMA 23 
ISS NA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 23 
Capítulo 08 – Regimes Tributários 24 
Regime do Lucro Real 24 
Regime do Lucro Presumido 24 
Regime do Simples Nacional 24 
Capítulo 09 – CSLL 25 
CSLL - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 25 
BASE DE CÁLCULO DA CSLL - A PARTIR DE 01.09.2003 25 
LUCRO PRESUMIDO 25 
ESTIMATIVA MENSAL 25 
LUCRO REAL 25 
ALÍQUOTAS DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 26 
REGIME DE COMPETÊNCIA OU REGIME DE CAIXA 26 
Capítulo 10 – IRPJ 27 
IRPJ - LUCRO REAL 27 
BASE DE CÁLCULO 27 
PERÍODO DE APURAÇÃO 27 
ALÍQUOTAS 27 
ADICIONAL 27 
LUCROS DISTRIBUÍDOS 27 
OBRIGAÇÕES, LUCRO LÍQUIDO 27 
PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL 28 
LUCRO REAL – OPÇÃO – POSSIBILIDADE 28 
OBRIGATORIEDADE AO LUCRO REAL DURANTE O ANO CALENDÁRIO 29 
CONCEITO DE LUCRO REAL 29 
IRPJ - LUCRO PRESUMIDO 29 
PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR 29 
OPTANTE PELO REFIS 29 
OBRIGATORIEDADE AO LUCRO REAL DURANTE O ANO CALENDÁRIO 29 
MOMENTO DA OPÇÃO 30 
MUDANÇA DE OPÇÃO 30 
PERÍODO DE APURAÇÃO 30 
PRAZO E FORMA DE PAGAMENTO 30 
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PARA O LUCRO PRESUMIDO 30 
ALÍQUOTAS 31 
ADICIONAL 31 
PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO SOBRE A RECEITA BRUTA 31 
NOTAS IMPORTANTES 32 
SERVIÇOS DE ANÁLISES CLÍNICAS E LABORATORIAIS 32 
RECEITA FINANCEIRA - ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 32 
CONCEITO DE RECEITA BRUTA 32 
RECEITA BRUTA NA REVENDA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES USADOS 33 
RECEITA BRUTA NAS ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS 33 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 33 
RECEITA BRUTA - REGIME DE COMPETÊNCIA OU REGIME DE CAIXA 33 
OUTRAS RECEITAS QUE DEVEM SER ADICIONADAS A BASE DE CÁLCULO 33 
GANHOS DE CAPITAL E OUTRAS RECEITAS 33 
PARCELA DE REAVALIAÇÃO DE BENS OU DIREITOS 34 
VALORES DIFERIDOS NO LALUR 34 
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 71 (10ª Região Fiscal), DE 9 DE MAIO DE 2001 34 
RESULTADO DOS PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 34 
VARIAÇÕES CAMBIAIS 35 
DEDUÇÕES DO IMPOSTO 35 
Capítulo 11 – CONTRIBUIÇÃO PIS / COFINS 36 
PIS e COFINS 36 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
RETENÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES 4,65 % 36 
Capítulo 12 – IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO 39 
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) 39 
SIMULADOR DE CÁLCULO 39 
Introdução 39 
Tributos incidentes 39 
Incidência s/ jogos 39 
Cálculo sem imposto 39 
Calculo do Imposto de Importação 40 
Calculando o ICMS 40 
Utilizando formas de envio da Fedex ou UPS 40 
Capítulo 13 – IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO 41 
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) 41 
FATO GERADOR DO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO 41 
BASE DE CÁLCULO 41 
ALÍQUOTAS 42 
CONTRIBUINTE 42 
LEGISLAÇÃO SUBSIDIÁRIA 42 
Capítulo 14 - LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS 43 
INTRODUÇÃO 43 
AUDITORIA FISCAL 43 
LIVROS FISCAIS 43 
Prazo para escrituração 45 
Perda, extravio ou inutilização de livros fiscais 45 
Livros escriturados por Sistema Eletrônico de Processamento de Dados (SEPD) 45 
Prazo para escrituração para Sistema Eletrônico de Processamento de Dados (SEPD) 46 
NOTA FISCAL 46 
Nota Fiscal – Modelos 1 e 1ª 46 
Nota Fiscal – Modelo 2 46 
Máquina Registradora – Cupom ou Ticket 46 
Nota Fiscal – Avulsa 47 
Nota Fiscal – Jogos Soltos 47 
Credibilidade dos Documentos Fiscais 47 
A Nota Fiscal Fria 47 
Nota Fiscal Sem Valor Legal 47 
Nota Fiscal Calçada 47 
Nota Fiscal Desdobrada 48 
Nota Fiscal Paralela ou Duplicada 48 
Notas Fiscais Canceladas 48 
Documentos Suspeitos de Idoneidade 48 
Hipóteses 48 
Emissor de Cupom Fiscal 48 
Recurso 49 
Prova 49 
Referências bibliográficas 50 
Sumário 51 
 
Dicionário Tributário Anexo I 
 
Modelos de documentos fiscais Anexo II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TÉCNICO EM CONTABILIDADE 
 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º Módulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vladimir.junior@etec.sp.gov.brcustas e emolumentos judiciais (verificar art. 77 CTN). 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. (Redação 
dada pelo Ato Complementar nº 34, de 30.1.1967). 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando 
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato 
Complementar nº 31, de 28.12.1966). 
 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso 
ou desvio de poder. 
 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
I - utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua 
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, 
de unidade, ou de necessidades públicas; 
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um 
dos seus usuários. 
 
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no 
âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, 
aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis 
Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, 
competem a cada uma dessas pessoas de direito público. 
 
Contribuições: Instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorre valorização 
imobiliária. Ex.: pavimentação e calçamento (verificar art. 81 CTN). 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para 
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como 
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos 
mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou 
para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, 
de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da 
impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do 
custo da obra a que se referem à alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona 
beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. 
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do 
montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que 
integram o respectivo cálculo. 
 
Uma vez criada uma lei tributária, observados todos os ditames para a sua elaboração, é preciso 
que algo ocorra para que a norma que está no abstrato possa se materializar na vida fática. Este 
momento também não pode ser isolado de legislação e nem sofrer prejuízo de conduta, para 
tanto, deve ser expresso na própria legislação. Em outras palavras, o momento em que a 
tributação vai acontecer deve ser previsto legalmente, 
 
Elementos do Tributo 
 
Como já vimos, existe todo um procedimento para que haja a tributação. Assim sendo é de grande 
importância na relação tributária: 
 
Fato Gerador: Fato gerador é o momento em que nasce a obrigação tributária, ou seja, deve 
existir o momento do fato gerador previsto em lei. Tal momento determinará a incidência tributária. 
 
Assim, fato gerador é a ação que, quando praticada, provocará a tributação. Não é uma ação 
qualquer, é aquela prevista na lei do tributo que a mencionar; com isto, vale esclarecer que todo 
tributo terá o seu fato gerador. Ou seja: a ação, quando praticada, determinará a incidência 
tributária. 
 
Temos dois fatos geradores específicos no Código Tributário Nacional – CTN: 
1. Da obrigação principal: situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
(art. 114 do CTN). Ex.: recolhimento de imposto. 
2. Da obrigação acessória: qualquer situação que, na forma da legislação, impõe a prática ou 
abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 115 CTN). Ex.: Declaração de 
Débito e Crédito de Tributos Federais – DCTF, escrituração de livros. 
 
Base de Cálculo: Base de calculo é o valor sobre o qual será aplicada a alíquota do respectivo 
tributo, atendendo-se as exigências legais. 
 
Alíquota: Percentual que é aplicado sobre a base de cálculo para se calcular o imposto a pagar 
pelos contribuintes. 
 
Contribuinte: É a pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo. Pode ser: 
a) Contribuinte de fato: é aquele que sofre efetivamente o ônus do tributo, ou seja, o consumidor 
final; 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
b) Contribuinte de direito: é aquele que tendo cobrado o imposto do consumidor final ao embuti-lo 
no preço da mercadoria ou serviço, tem a obrigação de repassá-lo a União, Estados e 
municípios. 
 
Situações Tributárias 
 
• Incidência: Ocorre quando no fato descrito pela lei estão presentes os pressupostos 
necessários para gerar o nascimento da obrigação tributária. 
• Não incidência: São todos os fatos que ocorrem fora do campo da incidência dentro do 
ordenamento jurídico tributário. 
• Isenção: Dispensa legal de pagamento do tributo por disposição definida em lei. 
• Suspensão: Deixar de cobrar o tributo por determinado período. 
• Diferimento: Postergar, adiar o pagamento do tributo; melhor dizendo: é a transferência do 
momento de ocorrência do fato gerador. 
• Imunidade: Decorre de previsão constitucional (art. 150 CF). 
 
Limitações ao poder de Tributar 
 
• Princípios Constitucionais: Fundamentados na Constituição Federal (CF), nos artigos 150 e 
151. 
• Princípio da Isonomia: Todos possuem tratamento igual perante a Lei (artigo 150 II CF). 
• Princípio da Legalidade: É proibido exigir ou aumentar tributo sem que a lei estabeleça (art. 
150 CF). 
• Princípio da Anterioridade: Não é permitido cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em 
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (art. 150 III, b CF). 
• Princípio da Irretroatividade: É proibido cobrar impostos antes da vigência da lei (art. 150 III 
CF). 
• Princípio da Imunidade: Trata da impossibilidade de tributar a renda das obrigações da 
dívidapública dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151 CF). 
 
Principais tributos que norteiam as atividades das empresas 
 
Tributo Competência Característica Contribuinte 
ISS Municipal Direto e indireto; Cumulativo. Prestador de Serviços. 
ICMS Estadual 
Indireto; Não cumulativo; 
seletivo e real. 
Compõem a sua própria base 
de cálculo. 
Comerciantes e todo aquele que pratica com 
habitualidade operações de circulação de 
mercadorias e a prestação de serviços de transportes 
interestaduais, intermunicipais e de comunicação. 
IPI Federal Indireto; Não Cumulativo; 
Seletivo e real. Industriais e Equiparados. 
PIS Federal 
Indireto; possui regimes 
diferentes de apuração. 
(Cumulativo, Não Cumulativo), 
(Monofásico e Substituição). 
Todas as pessoas jurídicas e as que lhe são 
equiparadas pela legislação. 
 
COFINS Federal 
Indireto; Possui regimes 
diferentes de apuração. 
(Cumulativo, Não Cumulativo, 
Monofásico e Substituição). 
Todas as pessoas jurídicas e as que lhe são 
equiparadas pela legislação. 
 
IRPJ Federal 
Direto; possui regimes de 
apuração diferentes, tais como 
Lucro Real (podendo ser feita à 
apuração por estimativa) e 
Lucro Presumido. 
Todas as pessoas jurídicas e as que lhe são 
equiparadas pela legislação. 
 
CSLL Federal 
Direto; possui regimes de 
apuração diferentes, tais como 
Lucro Real (podendo ser feita à 
apuração por estimativa) e 
Lucro Presumido. 
Todas as pessoas jurídicas e as que lhe são 
equiparadas pela legislação. 
 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Capítulo 03 – Créditos Tributários 
 
Conceito 
 
Para que um determinado tributo gere um crédito tributário é necessário que ele seja de natureza 
não cumulativa como é o caso do ICMS, IPI, PIS e da COFINS recolhidos nesta modalidade. Já o 
ISS, por exemplo, é um tributo de natureza cumulativa, portanto, não gera créditos tributários. 
 
Se o tributo for de natureza cumulativa o contribuinte terá a seu favor um imposto a ser restituído 
ou ressarcido. Todavia, precisamos verificar se o tributo poderá gerar um crédito. 
 
Vejamos algumas situações de crédito do ICMS: 
 
As entradas de mercadorias que gerem posterior saída tributada; lançamento de crédito 
efetuado mediante a primeira via da nota fiscal; a nota fiscal considerada um documento 
fiscal idôneo; a nota fiscal deverá ainda ter sido emitida por um contribuinte em situação 
regular, sob risco de glosa do crédito. 
 
Portanto, não basta o tributo ser compensável, deve-se ainda seguir outras formalidades para ter 
garantido o direito a determinado crédito. Estando o crédito seguro e documentado, o mesmo 
poderá ser objeto de compensação, de forma a reduzir o valor a pagar, e até mesmo evitar o 
pagamento do imposto. 
 
Com isso verificamos que o crédito está sempre vinculado a uma operação futura tributada, de 
outra maneira não poderíamos falar de compensação. 
 
No caso do ICMS existe ainda os “Créditos Acumulados” que poderão, em alguns casos, serem 
menores que o saldo credor. 
 
O RICMS/SP determina que seja considerado crédito acumulado àquele que resultar de: 
 
• Aplicação de alíquotas diversificadas em operações de entrada e de saída de mercadoria ou 
em serviço tomado ou prestado; 
• Operação ou prestação efetuada com redução de base de cálculo; 
• Operação ou prestação realizada sem o pagamento do imposto, tais como isenção ou não 
incidência com manutenção de crédito, ou, ainda, abrangida pelo regime jurídico da 
substituição tributária com retenção antecipada do imposto ou do diferimento. 
 
Com isto, vemos que as transferências de créditos que têm previsão legal são as de Créditos 
Acumulados, previstas no RICMS/SP. Sabe-se que uma empresa pode ter créditos básicos do 
ICMS, IPI, PIS e COFINS no caso de apuração não cumulativa. Porém, a resposta deve 
considerar alguns requisitos: 
 
• Verificar a legislação vigente para aquele tributo específico; 
• Observar a finalidade da aquisição, da compra ou da despesa; 
• Todo crédito virá por uma entrada (compra, aquisição ou despesa). 
 
Existem regras estabelecidas na legislação, porém devemos observar a situação específica para 
cada empresa para avaliarmos a possibilidade de seus créditos. 
 
Vejamos, por exemplo, no caso de compra de mercadoria para revenda, pois tal aquisição gera 
crédito do ICMS, do PIS e da COFINS. Contudo, não necessariamente, aquela mercadoria que 
seria destinada à revenda em uma empresa terá o mesmo fim em outra empresa. Dessa forma, a 
observação da legislação se fará à luz da atividade da empresa. 
 
Como definir os créditos a que uma empresa terá direito? 
 
Vejamos a classificação dos materiais do ponto de vista fiscal. 
 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Tomemos como exemplo uma confecção: 
 
Geram créditos Não geram créditos 
Ativo fixo: 
É o maquinário da empresa, utilizado para 
transformar e/ou guardar os produtos. 
Ex.: Maquinas de costura. 
 
Matéria prima: 
É o elemento que sofrerá transformação ou 
agregação para o surgimento de outro bem 
diferente. 
Ex.: Tecido. 
 
Insumo: 
É o material que agrega o produto final, mas 
que não sofre transformação. 
Ex.: botões. 
 
Embalagem: 
É o material que auxilia na apresentação do 
produto final, isto é, embala o produto 
acabado. 
Ex.: caixas. 
 
Material intermediário: 
É o material que não compõem o produto 
final, mas auxilia na transformação da 
matéria-prima em produto acabado. 
Ex.: agulhas de maquina de costura. 
Material de uso e consumo: 
É aquele utilizado na empresa, muitas vezes 
essencial, mas que não faz parte do produto final 
(acabado). 
Ex.: material de limpeza. 
 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
Capítulo 04 – ICMS 
 
ICMS - IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
 
O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos 
Estados e do Distrito Federal. 
 
Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei 
Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. 
 
INCIDÊNCIAS 
 
O imposto incide sobre: 
 
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e 
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; 
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de 
pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a 
emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação 
de qualquer natureza; 
IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência 
tributária dos Municípios; 
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, 
de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à 
incidência do imposto estadual. 
VI – a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se 
tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; 
VII – o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; 
VIII – a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o 
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. 
 
NÃO INCIDÊNCIAS 
 
O imposto não incide sobre: 
 
I – operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 
II – operações e prestações que destinem ao exterior mercadoria, inclusive produtos primários e 
produtos industrializados semi elaborados, ou serviços;II – operações interestaduais relativas à energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à 
comercialização; 
IV – operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; 
V – operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na 
prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei 
complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, 
ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar; 
VI – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de 
estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; 
VII – operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada 
pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor; 
VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao 
arrendatário; 
IX – operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de 
sinistro para companhias seguradoras. 
 
Equipara-se às operações de que trata o item II a saída de mercadoria realizada com o fim 
específico de exportação para o exterior, destinada a: 
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a) empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma 
empresa; 
b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 
 
CONTRIBUINTE 
 
Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume 
que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e 
as prestações se iniciem no exterior. 
 
É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem habitualidade: 
 
I – importe mercadorias do exterior, ainda que as destine a consumo ou ao ativo permanente do 
estabelecimento; 
II – seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior, 
III – adquira em licitação de mercadorias apreendidas ou abandonadas; 
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia 
elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. 
 
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
A Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a 
responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que o contribuinte assumirá a condição de 
substituto tributário. 
 
A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais 
operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subseqüentes, inclusive ao valor 
decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que 
destinem bens e serviços o consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do 
imposto. 
 
A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a mercadorias ou serviços previstos em lei 
de cada Estado. 
 
É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força 
da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido, que não se realizar. 
 
DIREITO DE CRÉDITO POR FATO GERADOR PRESUMIDO QUE NÃO SE REALIZAR 
 
Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de noventa dias, o 
contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor objeto do pedido, 
devidamente atualizado segundo os mesmos critérios aplicáveis ao tributo (parágrafo 1 do art. 10 
da Lei Complementar 87/96). 
 
Sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da 
respectiva notificação, procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente 
atualizados, com o pagamento dos acréscimos legais cabíveis. 
 
LOCAL DA OPERAÇÃO OU DA PRESTAÇÃO 
 
O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do 
estabelecimento responsável, é: 
 
I – tratando-se de mercadoria ou bem: 
 
a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador; 
b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando 
acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
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c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria 
por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado; 
d) importado do exterior, a do estabelecimento onde ocorrer à entrada física; 
e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido; 
f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria importada do 
exterior e apreendida; 
g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações 
interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando 
não destinados à industrialização ou à comercialização; 
h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo financeiro 
ou instrumento cambial; 
i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos; 
 
II – tratando-se de prestação de serviço de transporte: 
 
a) onde tenha início à prestação; 
b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação 
fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese da utilização, por contribuinte, de 
serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou 
prestação subseqüente; 
 
III – tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação: 
 
a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da 
geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; 
b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou 
assemelhados com que o serviço é pago; 
c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese da utilização, por contribuinte, de 
serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou 
prestação subseqüente; 
d) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite; 
e) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos. 
 
IV – tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do 
domicílio do destinatário. 
 
OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR 
 
Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
I – da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro 
estabelecimento do mesmo titular; 
II – do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; 
III – da transmissão à terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito 
fechado, no Estado do transmitente; 
IV – da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a 
mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; 
V – do inicio da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer 
natureza; 
VI – do ato final do transporte iniciado no exterior; 
VII – das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de 
comunicação de qualquer natureza; 
VIII – do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: 
a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressade 
incidência do imposto da competência estadual, como definido na lei complementar aplicável, 
 
IX – do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior; 
X – do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; 
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XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias importadas do exterior apreendidas ou 
abandonadas; 
XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos 
derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização; 
XIII – da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e 
não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente. 
 
NÃO CUMULATIVIDADE DO IMPOSTO 
 
O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à 
circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. 
 
É assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em 
operações de que tenha resultado à entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. 
 
Exemplo: 
 
Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00 
Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias R$ 10.000,00. 
Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00. 
 
VEDAÇÃO DE CRÉDITO 
 
Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de 
operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços 
alheios à atividade do estabelecimento. Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à 
atividade do estabelecimento os veículos de transporte pessoal. 
 
É vedado o crédito relativo à mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a 
ele feita: 
 
I – para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a 
saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de 
saída para o exterior; 
II – para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente 
não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior. 
 
ESTORNO DE CRÉDITO 
 
O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o 
serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento: 
I – for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância 
imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; 
II – for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto 
resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; 
III – vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
IV – vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se. 
 
Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de 
operações ou prestações destinadas ao exterior. 
 
PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO 
 
O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data de 
emissão do documento (parágrafo único do art. 23 da LC 87/96). 
 
LIQUIDAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
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As obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos 
escriturados no mesmo período mais o saldo credor de períodos ou períodos anteriores, se for o 
caso. 
 
Se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada para o período 
seguinte. 
 
SALDOS CREDORES ACUMULADOS DO ICMS 
 
A Lei estadual poderá, nos casos de saldos credores acumulados, permitir que: 
 
I – sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado; 
II – sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo Estado. 
 
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Capítulo 05 – IPI 
 
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI 
 
O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados, nacionais e 
estrangeiros. 
 
Suas disposições estão regulamentadas pelo Decreto 7.212/2010 (RIPI/2010). 
 
O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, 
relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas as disposições contidas nas 
respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde à notação "NT" (não-
tributado). 
 
PRODUTO INDUSTRIALIZADO - CONCEITO 
 
Produto industrializado é o resultante de qualquer operação definida no RIPI como 
industrialização, mesmo incompleta, parcial ou intermediária. 
 
INDUSTRIALIZAÇÃO 
 
Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o 
acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como: 
 
I – a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie 
nova (transformação); 
II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a 
utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); 
III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou 
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); 
IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda 
que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao 
transporte da mercadoria (acondicionamento ou recondicionamento); 
V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou 
inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). 
 
Não se considera industrialização: 
 
I – o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação: 
 
a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias, 
quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; 
b) em cozinhas industriais, quando destinados à venda direta a corporações, empresas e outras 
entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes; 
 
II – o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas 
ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor; 
III – a confecção ou preparo de produto de artesanato. 
IV - confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou na 
residência do confeccionador; 
V – o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, na residência do 
preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho 
profissional; 
VI – a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentos oficiais e 
magistrais, mediante receita médica; 
VII – a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como atividade acessória; 
VIII - a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião de produtos, 
peças ou partes e de que resulte: 
 
a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e suas coberturas); 
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b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, estações e centrais 
telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de 
distribuição de energia elétrica e semelhantes; 
c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo; 
 
Nota: O disposto neste item não exclui a incidência do imposto sobre os produtos, partes ou 
peças utilizados nas operações nele referidas. 
 
IX – a montagemde óculos, mediante receita médica; 
X – o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da TIPI adquiridos de 
terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal e semelhantes; 
XI – o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados, nos casos em que se 
destinem ao uso da própria empresa executora ou quando essas operações sejam executadas por 
encomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de tais produtos, bem assim o 
preparo, pelo consertador, restaurador ou recondicionador, de partes ou peças empregadas 
exclusiva e especificamente naquelas operações; 
XII – o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição de partes e 
peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por concessionários ou 
representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante; 
XIII – a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com 
emprego de máquinas de costura; 
XIV – a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do 
consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento varejista, efetuada por máquina automática 
ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, controladora, 
controlada ou coligadas. 
 
Também por força do artigo 12 da Lei 11.051/2004, não se considera industrialização a operação 
de que resultem os produtos relacionados nos códigos 2401.10.20, 2401.10.30, 2401.10.40 e na 
subposição 2401.20 da TIPI, quando exercida por produtor rural pessoa física. 
 
ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL – CONCEITO 
 
Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações consideradas industrialização, 
de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. 
 
Equiparam-se a estabelecimento industrial: 
 
I – os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saídas 
a esses produtos; 
II – os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente 
da repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma; 
III – as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, 
industrializados ou mandados industrializarem por outro estabelecimento do mesmo contribuinte, 
salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na 
hipótese do inciso anterior; 
IV – os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sido realizada por 
outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de 
matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos; 
V – os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da TIPI, cuja industrialização 
tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de 
propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda; 
VI – os estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados nas posições 7101 a 
7116 da TIPI; 
VII – os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saídas a bebidas 
alcoólicas e demais produtos, de produção nacional, classificados nas posições 2204, 2205, 2206 
e 2208 da TIPI e acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo 
permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos (Lei nº 9.493, de 
1997, art. 3º): 
 
a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como insumo na fabricação de bebidas; 
b) atacadistas e cooperativas de produtores; 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
c) engarrafadores dos mesmos produtos. 
 
Os estabelecimentos industriais quando derem saída a matérias-primas, produtos intermediários e 
material de embalagem, adquiridos de terceiros, com destino a outros estabelecimentos, para 
industrialização ou revenda, serão considerados estabelecimentos comerciais de bens de 
produção e obrigatoriamente equiparados a estabelecimento industrial em relação a essas 
operações. 
 
IMUNIDADE 
 
São imunes da incidência do IPI: 
 
I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; 
II – os produtos industrializados destinados ao exterior; 
III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; 
IV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. 
 
Se a imunidade estiver condicionada à destinação do produto, e a este for dado destino diverso, 
ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, como se 
a imunidade não existisse. 
 
Cessará a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos quando este 
for consumido ou utilizado em finalidade diversa da prevista, ou encontrado em poder de pessoa 
que não seja fabricante, importador, ou seus estabelecimentos distribuidores, bem assim que não 
sejam empresas jornalísticas ou editoras. 
 
CONTRIBUINTES 
 
São obrigados ao pagamento do IPI como contribuinte: 
 
I – o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de 
procedência estrangeira; 
II – o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em 
seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que 
praticar; 
III – o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que 
dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; 
IV – os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não 
sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e 
periódicos, quando alcançado pela imunidade. 
 
É ainda responsável, por substituição, o industrial ou equiparado a industrial, mediante 
requerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que 
promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. 
 
FATO GERADOR 
 
Fato gerador do IPI é: 
 
1 – o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; 
2 – a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. 
 
Considera-se ocorrido o fato gerador: 
 
I – na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes; 
II – na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a 
industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento; 
III – na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, 
por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros; 
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IV – na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou 
de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por 
encomenda; 
V – na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por 
opção, a estabelecimento industrial; 
VI – no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia 
anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte; 
VII – no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der 
no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial; 
VIII – no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e 
periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade, ou na saída do fabricante, 
do importador ou de seus estabelecimentos distribuidores, para pessoas que não sejam empresas 
jornalísticas ou editoras; 
IX – na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial, na 
conclusão desta, quanto aos produtos que, antesde sair do estabelecimento que os tenha 
industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos; 
X – na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando da ocorrência de 
qualquer das hipóteses enumeradas no RIPI. 
XI – no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem 
consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial; 
XII – na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas, 
por opção, a estabelecimento industrial. 
XIII - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto alfandegado, 
antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas 
abandonadas pelo decurso do referido prazo. 
 
Na hipótese de venda, exposição à venda, ou consumo no Território Nacional, de produtos 
destinados ao exterior, ou na hipótese de descumprimento das condições estabelecidas para a 
isenção ou a suspensão do imposto, considerar-se-á ocorrido o fato gerador na data da saída dos 
produtos do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. 
 
IPI – PERÍODO DE APURAÇÃO 
 
A partir de 01.05.2009, o período de apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, 
incidente na saída dos produtos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a industrial, 
passa a ser mensal, conforme Lei 11.933/2009, que revogou o § 1o do art. 1 da Lei 8.850/1994. 
 
PRAZOS DE RECOLHIMENTO 
 
Os prazos de recolhimento do IPI, a partir de 01.05.2009, são: 
 
• Até o 25º (vigésimo quinto) dia do mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos 
geradores, para os produtos em geral; 
 
• Para os produtos classificados no código 2402.20.00, da Nomenclatura Comum do 
MERCOSUL - NCM, até o 10º (décimo) dia do mês subseqüente ao mês de ocorrência dos 
fatos geradores. 
 
Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o primeiro dia útil 
que o anteceder. 
 
DEMAIS PRAZOS DE RECOLHIMENTO 
 
Para as seguintes operações, o prazo de recolhimento do IPI será: 
 
• No ato do pedido de autorização da venda de produtos trazidos do exterior a título de 
bagagem, despachados com isenção do imposto ou com pagamento de tributos nas 
condições previstas na legislação aduaneira; 
• Antes da saída do produto da repartição que processar o despacho, nos casos de importação; 
• Nos prazos previstos para o recolhimento pelo contribuinte substituído, no caso dos 
responsáveis como contribuinte substituto. 
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Capítulo 06 – Emissão de Nota Fiscal Mercantil 
 
PREENCHIMENTO DE NOTA FISCAL MERCANTIL. 
 
CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) 
 
Composto por quatro dígitos deverá, obrigatoriamente, ser informado no preenchimento da Nota 
Fiscal conforme Tabela de Códigos Fiscais. 
 
INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO 
 
Deve ser preenchido somente pelos contribuintes que pagam o ICMS pelo regime de substituição 
tributária na condição de contribuintes substitutos, ou seja aqueles que a lei identifica como 
responsável pelo pagamento do imposto nas operações anteriores e posteriores que vierem a ser 
realizadas com as mercadorias ou serviços, tais como fabricantes de refrigerantes, cervejas, 
cigarros, cimento, fumo, pneus, tintas e veículos. 
 
DADOS DO DESTINATÁRIO/REMETENTE 
 
Campos de preenchimento obrigatório, devendo ser preenchidos de forma correta, legível e sem 
rasuras. 
 
CNPJ - (CADASTRO NACIONAL DE PESSOAS JURÍDICAS) 
 
Composto por 14 dígitos,deve ser preenchido corretamente, pois o seu não preenchimento ou 
preenchimento de forma incorreta poderá acarretar penalidades fiscais. Em se tratando de Pessoa 
Física deverá ser informado o número do CPF. 
 
INSCRIÇÃO ESTADUAL 
 
No estado de São Paulo a inscrição Estadual é composta por 12 (doze) dígitos. Quando o 
destinatário for não contribuinte (pessoa física ou empresa exclusivamente prestadora de serviços) 
mencionar a expressão “ISENTO”. 
 
DATA LIMITE PARA EMISSÃO 
 
Não preencher. A legislação do Estado de São Paulo não prevê prazo de validade para emissão 
de documento fiscal, rotina já adotada por alguns estados como por exemplo Minas Gerais e 
Espírito Santo. 
 
DATA DE EMISSÃO 
 
Campo de preenchimento obrigatório. 
 
DATA E HORA DE SAÍDA 
 
A menção da correta data de saída no documento fiscal é de fundamental importância para evitar 
possíveis autuações ou apreensão de mercadorias, no caso de fiscalização em trânsito. Com o 
objetivo de inibir a prática de reutilização do documento fiscal para acobertar a entrega da 
mercadoria foi instituído o campo hora da saída. Tais campos podem ser preenchidos por 
qualquer meio indelével (manuscrito, carimbo, datilografado, etc.) e sem rasuras. 
 
DADOS DA FATURA 
 
A Nota Fiscal poderá servir como fatura, feitas as inclusões dos elementos necessários do quadro 
fatura. A denominação da Nota Fiscal passará a ser Nota Fiscal Fatura. A fatura discriminará as 
mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará somente os números e valores 
das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despacho ou entrega das mercadorias. No 
ato da emissão da fatura, poderá ser extraída uma duplicata para circulação com efeito comercial 
que conterá a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem, o número 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
da fatura, a data do vencimento ou a declaração de ser duplicata a vista, o domicilio do vendedor e 
comprador e a importância a pagar em algarismo e por extenso. 
 
CÓDIGO DO PRODUTO 
 
Caso a empresa adote código interno do produto, a sua indicação no documento fiscal passa a ser 
obrigatória. Como prevenção sugerimos arquivar as listagens de produtos pelo prazo de 5 (cinco) 
anos. Utilização de códigos de barras: Indicação obrigatória do código de barras no campo “código 
do produto” quando o contribuinte utilizar código de barra para seu controle interno e identificação 
do produto. 
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO 
 
Quadro destinado à identificação do produto para que permita a sua perfeita identificação. 
 
a) Utilização de códigos na discriminação das mercadorias ou serviços: O contribuinte poderá 
utilizar códigos para discriminação das mercadorias ou serviços, desde que haja decodificação 
no verso do próprio documento. A permissão não se aplica a Nota Fiscal modelo 1 ou 1 A (Art. 
19, IV, b, Conv. Sinief, art. 182 RICMS). 
 
b) Descontos concedidos e outras informações do produto: É permitida a inclusão de colunas no 
quadro “Dados do Produto” com a finalidade de complementar a identificação do produto como 
desconto, peso, etc. 
 
c) Controles para identificação da origem do produto e tributação do imposto: Para permitir a 
correta identificação da origem do produto, mencionar nas fichas de controle de movimentação 
dos materiais, a origem da mercadoria adquirida, com base no documento fiscal que 
acobertou a sua entrada no estabelecimento. 
 
No caso de mercadoria produzida, a origem é de fácil identificação (nacional), devendo-se atentar 
para a correta indicação do código de tributação do imposto, quando da saída do produto do 
estabelecimento. 
 
CLASSIFICAÇÃO FISCAL 
 
Composto por 8 dígitos, deverá ser preenchido por empresas contribuintes do IPI (industrial ou 
importadora). A classificação fiscal dos produtos encontra-se na TIPI (Tabela do IPI). As empresas 
comerciais que revendem mercadorias (não contribuintes do IPI) estão dispensadas do 
preenchimento deste campo. Em substituição ao código da TIPI, poderá ser indicado outro código, 
desde que no campo “Informações Complementares” do quadro “Dados Adicionais” ou no verso 
da Nota Fiscal, seja impresso por meio indelével, tabela com a respectiva decodificação. 
 
CST (Código de Situação Tributária) 
 
O Código de Situação Tributária foi instituído com a finalidade de identificar a origem da 
mercadoria e identificar o regime de tributação a que esta sujeita a mercadoria, na operação 
praticada.É composto por três dígitos, onde o 1° dígito indicará a origem da mercadoria, com base 
na Tabela A e os dois últimos dígitos a tributação pelo ICMS, com base na Tabela B. 
 
TABELA A ORIGEM DA MERCADORIA 
 
0 Nacional 
1 Estrangeira Importação direta 
2 Estrangeira Adquirida no mercado interno 
 
TABELA B TRIBUTAÇÃO PELO ICMS 
 
00 Tributada integralmente 
10 Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 
20 Com redução de base de cálculo 
30 Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 
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40 Isenta 
41 Não tributada 
50 Suspensão 
51 Diferimento 
60 ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária 
70 Com redução de base de cálculo e cobrança do ICMS por substituição tributária 
90 Outras 
 
UNIDADE 
 
Deverá ser informada se a unidade é peça, quilo, metros, etc. 
 
QUANTIDADE 
 
Devera ser informada a quantidade física vendida. 
 
VALOR UNITÁRIO 
 
Deverá ser informado o preço de venda unitário. Nos casos de outras saídas (remessa para 
conserto, empréstimo, demonstração, industrialização, doação, transferências, etc.) utilizar o preço 
de venda, ou na sua ausência, o valor de mercado. 
 
VALOR TOTAL 
 
Deverá ser informado o valor total, ou seja o valor unitário multiplicado pela quantidade. 
 
ALÍQUOTA DO ICMS 
 
Alíquotas Convencionais: 
 
a) 18% nas operações ou prestações internas, ainda que iniciadas no exterior, e nas operações 
ou prestações que destinarem mercadorias ou serviços a pessoa não contribuinte localizada 
em outro Estado; 
 
b) 7% nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a 
contribuintes localizados nos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no 
Estado do Espírito Santo e nas operações internas com produtos da cesta básica, tais como 
arroz, feijão, farinha de mandioca, pão francês, sal de cozinha, linguiça, mortadela, salsicha, 
vinagre, sardinha enlatada, ovo integral; 
 
c) 12% nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a 
contribuintes localizados nos Estados das regiões Sul e Sudeste, nos serviços intermunicipais 
de transportes, nas operações internas com ave, coelho ou gado bovino, suíno, caprino ou 
ovino em pé e produto comestível resultante de seu abate, em estado natural, resfriado ou 
congelado, farinha de trigo, pedra e areia, implementos e tratores agrícolas, máquinas, 
aparelhos e equipamentos industriais e produtos da indústria de processamento eletrônico de 
dados, no fornecimento de refeição, nas operações com energia elétrica em relação à conta 
residencial que apresentar consumo mensal de até 200 (duzentos) kWh, etc. 
 
d) 25 % nas prestações onerosas de serviços de comunicações, nas operações internas com 
bebidas alcoólicas, fumo, perfumes e cosméticos, motocicletas, armas e munições, fogos de 
artifícios, jogos eletrônicos de vídeo, nas operações com energia elétrica em relação à conta 
residencial que apresentar consumo mensal acima de 200 (duzentos) kWh, etc.; 
 
e) 4% nas prestações interestaduais de transporte aéreo de passageiro,carga e mala postal, em 
que o destinatário do serviço seja contribuinte do imposto. 
 
Devolução ou retorno de mercadorias: 
 
Nas operações internas e interestaduais de devolução ou retorno, total ou parcial, de mercadoria 
ou bem, inclusive o recebido em transferência, aplicar-se-á a mesma base de cálculo e a mesma 
Contabilidade Tributária I 
 
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Vladimir Bueno da Silva Junior 
alíquota constantes no documento fiscal que acobertou a operação original da qual resultou o 
recebimento da mercadoria ou do bem. 
 
ALÍQUOTA DO IPI 
 
Somente será preenchido quando houver saída de produtos industrializados ou importados. 
Quando houver revenda de mercadorias adquiridas no mercado nacional não há IPI. Para 
aplicação correta da alíquota deverá ser consultada a TIPI (Tabela do IPI) e legislações 
posteriores. Atentar-se para o fato de que as alíquotas do IPI, por ser uma exceção ao Princípio 
Constitucional da Anterioridade, quando alterados, tem vigência imediata. Elas são seletivas, ou 
seja quanto mais supérfluo o produto maior sua tributação. 
 
VALOR DO IPI 
 
Aplicar alíquota do IPI constante na Tabela do IPI sobre o valor do produto. 
 
BASE DE CÁLCULO DO ICMS 
 
Deverão ser utilizados os seguintes valores: 
a) Quanto às saídas de mercadorias deverá ser utilizada o valor da operação; 
 
b) Quanto ao fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias, por qualquer 
estabelecimento, incluídos os serviços que lhes sejam inerentes, o valor total da operação, 
compreendendo as mercadorias e os serviços; 
 
c) No fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos municípios, o valor total da operação. Exemplo: Item 72 da lista de 
serviços da Prefeitura de São Paulo: Recondicionamento, acondicionamento, pintura, 
beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, 
polimento, plastificação e congêneres, de objetos não destinados à industrialização ou 
comercialização; 
 
d) No fornecimento de mercadorias com prestação de serviços compreendidos na competência 
tributária dos municípios, mas que por indicação expressa de lei complementar, sujeitam-se à 
incidência do imposto de competência estadual, o preço corrente da mercadoria fornecida ou 
empregada. Exemplo: Item 79 da lista de serviços: Conserto, restauração, manutenção e 
conservação de máquinas, veículos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto o 
fornecimento de peças e parte, que fica sujeito ao ICMS); 
 
e) Quanto ao desembaraço aduaneiro relativo as importações de mercadorias de procedência 
estrangeira o valor constante do documento de importação convertido para moeda nacional, 
acrescido do Imposto de Importação, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), IOC 
(Imposto sobre Operações Financeiras, Câmbio e Seguro), o valor do próprio ICMS além das 
demais despesas aduaneiras, conhecidas até o momento do desembaraço. 
 
Incluem-se na Base de Cálculo: 
a) Seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, descontos concedidos 
sob condição, bem como o valor de mercadorias dadas em bonificação; 
 
b) Frete, se cobrado em separado, relativo ao transporte intramunicipal, intermunicipal ou 
interestadual, realizado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem; 
 
c) O montante do IPI, salvo quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto 
destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os 
impostos. 
 
VALOR DO ICMS 
 
Corresponde ao valor do ICMS calculado aplicando-se a alíquota pertinente sobre o valor do 
produto, acrescido do IPI e demais despesas, se for o caso. 
 
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Observações: 
 
I. Se a empresa estiver enquadrada no SIMPLES PAULISTA não deverá informar o valor do 
ICMS neste campo. 
 
II. Quando a operação não estiver sujeita ao ICMS (isenção, suspensão, diferimento, 
imunidade, etc.) deverá ser descrito no campo de “Dados Adicionais” o fundamento legal. 
Exemplo: Remessa p/conserto – “Não incidência do ICMS conforme artigo 7.º, Inciso IX do 
Decreto 45.490/00”. 
 
III. A não menção do dispositivo legal torna a operação integralmente tributada. 
 
IV. Havendo alíquota reduzida ou redução de Base de Cálculo, deverá, também, ser 
fundamentado. 
 
BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTITUIÇÃO /VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO 
 
A ser preenchida somente pelos contribuintes enquadrados como substitutos, ou seja, regra geral, 
os fabricantes de cervejas, refrigerantes, cigarros, veículos, etc. 
 
TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS 
 
Quadro destinado à indicação do transportador e dos volumes transportados, cujo objetivo 
principal é identificar o transportador e o responsável pelo pagamento do frete, para cobrança do 
ICMS. 
 
Deverá ser informado: 
• O nome ou razão socialdo transportador, Inscrição Estadual e CNPJ; 
• A condição de pagamento do frete : se por conta do emitente ou do destinatário; 
• A placa do veículo, no caso de transporte rodoviário, ou outro elemento identificativo, nos 
demais casos; 
• A quantidade de volumes transportados, a espécie dos volumes transportados; 
• A marca dos transportados, a numeração dos volumes transportados; 
• O peso bruto dos volumes transportados, o peso líquido dos volumes transportados; 
• A indicação dos dados do transportador poderá ser feito por qualquer meio indelével. Quando 
o transporte for realizado pelo remetente ou destinatário será indicado no campo “nome/razão 
social” a expressão “Remetente ou Destinatário”. 
 
DADOS ADICIONAIS 
 
Quadro destinado às demais informações para as quais não há campo especifico no documento 
fiscal, onde poderá ser informado: 
 
1) número do pedido, vendedor; 
2) local de entrega; 
3) dispositivos legais de isenção, suspensão, diferimento, redução de base de cálculo, alíquota 
reduzida e outras informações necessárias, conforme tabela anexa. 
 
CANHOTO DA NOTA FISCAL 
 
Deverá ser assinado pelo destinatário e servirá de comprovante de que a mercadoria fora 
entregue. Caso o destinatário se recuse a receber a mercadoria por qualquer motivo, não deverá 
assinar o canhoto, pois tal procedimento poderá acarretar transtornos para o remetente. Deverá 
ser anexada, devidamente datada e assinada, junto a via fixa da nota fiscal. 
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Capítulo 07 – ISS 
 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS 
 
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito 
Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei 
Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do 
prestador. 
 
O ISS até 31.07.2003 foi regido pelo DL 406/1968 e alterações posteriores. A partir de 01.08.2003, 
o ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003 e Decreto 53.151 de 17 de maio de 2012. 
 
CONTRIBUINTE 
 
Contribuinte é o prestador do serviço. 
 
LOCAL DOS SERVIÇOS 
 
O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na 
falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos 
itens I a XXII do art. 3 da Lei Complementar 116/2003. 
 
Anteriormente a edição da LC 116/2003, o STJ manifestou entendimento jurisprudencial que o 
local de recolhimento do ISS é onde são prestados os serviços. Leia a jurisprudência do Acórdão 
STJ 252.114-PR. 
 
ALÍQUOTA MÍNIMA 
 
A Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3º, incluiu o artigo 88 ao Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota mínima do ISS em 2% (dois por cento), a partir da 
data da publicação da Emenda (13.06.2002). 
 
A alíquota mínima poderá ser reduzida para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da 
Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968. 
 
ALÍQUOTA MÁXIMA 
 
A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo art. 8, II, da Lei Complementar 
116/2003. 
 
ISS NA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 
 
O ISS não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do País. 
 
Nota: são tributáveis os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda 
que o pagamento seja feito por residente no exterior. (verificar relação anexa à Lei 
Complementar 116/2003 LISTA DE SERVIÇOS SUJEITOS AO ISS). 
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Capítulo 08 – Regimes Tributários 
 
Nas decisões tributárias da empresa os tributos federais são de grande peso, exigindo que se 
tenha uma perfeita análise de suas implicações. 
 
Os regimes tributários federais integram as apurações de tributos diretos e indiretos. 
 
Especificamente vamos relatar os casos do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL 
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). 
 
Uma providência que deve ser tomada na hora de optar por uma das formas de recolhimento do 
IR é verificar o nível de lucratividade em relação à receita bruta. Essa conta pode ser o primeiro 
passo para se decidir entre o lucro presumido, lucro real e simples nacional. 
 
Regime do Lucro Real 
 
A empresa paga o Imposto de Renda sobre o lucro apurado nos seus balanços. Dentro do lucro 
real, as opções são: lucro real trimestral ou lucro real anual. No lucro real trimestral, a empresa faz 
o balanço de três em três meses. No lucro real anual, o balanço contábil considerado é o ano-
calendário de 1º de janeiro a 31 de dezembro. 
 
Regime do Lucro Presumido 
 
É muito utilizado por ser considerado mais simples e também exigir menos documentação. 
 
Recebe o nome de “presumido” exatamente porque nesse regime o Imposto de Renda não é 
calculado sobre o lucro efetivo. Tanto o IR como a CSLL são calculados sobre uma base 
presumida de lucro. O cálculo é feito em períodos trimestrais, que se encerram em 31 de março, 
30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. 
 
Regime do Simples Nacional 
 
O Simples Nacional foi criado com o objetivo de unificar a arrecadação dos tributos e contribuições 
devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, 
estaduais e municipais. O regime especial de arrecadação não é um tributo ou um sistema 
tributário, mas uma forma de arrecadação unificada dos seguintes tributos e contribuições: 
 
Tributos da Competência Federal 
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; 
• Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; 
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; 
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; 
• Contribuição para o PIS; 
• Contribuição para a Seguridade Social - INSS, a cargo da pessoa jurídica (empresas com 
certas atividades devem recolher a contribuição em separado). 
 
Tributo da Competência Estadual 
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS 
 
Tributo da Competência Municipal 
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 
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Capítulo 09 – CSLL 
 
CSLL - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 
 
A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL ou CSSL) foi instituída pela Lei nº 7.689/1988. 
 
Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o 
imposto de renda das pessoas jurídicas, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na 
legislação em vigor (Lei nº 8.981, de 1995, art. 57). 
 
Desta forma, além do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado 
deverá recolher a Contribuição Social sobre o Lucro Presumido (CSLL), também pela forma 
escolhida. 
 
Não é possível, por exemplo, a empresa optar por recolher o IRPJ pelo Lucro Real e a CSLL pelo 
Lucro Presumido. 
 
Escolhida a opção, deverá proceder á tributação, tanto do IRPJ quanto da CSLL, pela forma 
escolhida. 
 
BASE DE CÁLCULO DA CSLL - A PARTIR DE 01.09.2003 
 
LUCRO PRESUMIDO 
 
A partir de 01.09.2003, por força do art. 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida 
pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido corresponderá a: 
 
12% - receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte. 
 
32% - a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte; b) 
intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis 
e direitos de qualquer natureza. 
 
ESTIMATIVA MENSAL 
 
As empresas que recolhem a CSLL por estimativa mensal, a partir de 01.09.2003, deverão 
considerar a nova base de cálculo da CSLL de 32% para as seguintes atividades: 
 
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transporte; 
b) intermediação de negócios; 
c) administração,

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