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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL – UDF Anna Beatriz Pereira da Silva RGM: 38550491 Beatriz Rodrigues Aragão RGM: 38409674 Biannca Naves Roriz RGM: 38777207 Camila Gomes de Moura RGM: 37413805 Geísa Baia Sarmento RGM: 38583348. Morbidade por Sífilis congênita no Brasil de 2000 – 2023. Brasília – DF 2025 Anna Beatriz Pereira da Silva RGM: 38550491 Beatriz Rodrigues Aragão RGM: 38409674 Biannca Naves Roriz RGM: 38777207 Camila Gomes de Moura RGM: 37413805 Geísa Baia Sarmento RGM: 38583348. Morbidade por Sífilis congênita no Brasil de 2000 – 2023. Trabalho acadêmico do curso de Odontologia do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF. Profª. Caroline Piske de Azevedo Barbosa. Brasília – DF 2025 SUMÁRIO RESUMO 4 INTRODUÇÃO 4 MÉTODO 5 RESULTADOS 5 DISCUSSÃO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8 2 Morbidade por Sífilis congênita no Brasil de 2000 – 2023 Anna Beatriz Pereira da Silva¹ RGM: 38550491, Beatriz Rodrigues Aragão¹ RGM: 38409674, Biannca Naves Roriz¹ RGM: 38777207, Camila Gomes de Moura¹ RGM: 37413805 e Geísa Baia Sarmento¹ RGM: 38583348. ¹Discentes, Centro Universitário do Distrito Federal UDF, Brasília, DF. RESUMO Introdução: A sífilis congênita é evitável, mas segue ocorrendo no Brasil por falhas no pré-natal. Objetivo: Identificar causas da persistência da sífilis congênita no Brasil. Método: Realizada revisão narrativa de literatura, cujo levantamento das publicações se deu na base de dados bibliográficas referenciais da PubMed, e no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus). Discussão: Os fatores são: pré-natal tardio, falta de testes, não uso de penicilina e parceiro sem tratamento. Considerações finais: É preciso diagnosticar cedo, realizar tratamento, incluindo o (os) parceiros, ressaltar a importancia da melhoria e construção de meios de monitoramento, politícas públicas e ações voltadas a temática. Palavras-chave: “Sífilis”, “Congênita”, “pré-natal”, “Transmissão vertical” e “Brasil”. INTRODUÇÃO A sífilis congênita, infecção transmitida verticalmente durante a gestação, ainda representa um desafio importante para a saúde pública no Brasil. Mesmo com avanços nos protocolos de triagem e tratamento das gestantes, a incidência da doença permanece elevada², indicando falhas no sistema de atenção básica à saúde. Além de ser totalmente evitável, seus impactos na vida do recém-nascido podem ser graves e irreversíveis. Fatores como a testagem tardia durante o pré-natal³, o não tratamento do parceiro sexual⁵ e dificuldades no acesso à penicilina⁴ são frequentes. Apesar da realização de consultas pré-natais por parte da maioria das gestantes, a qualidade do atendimento, a condução do tratamento e o seguimento adequado ainda são insuficientes. Compreender as barreiras assistenciais, sociais e estruturais que perpetuam a ocorrência da sífilis congênita é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de controle e eliminação da transmissão vertical no Brasil. MÉTODO Foi realizada uma revisão narrativa de literatura, cujo levantamento das publicações se deu nas bases de dados bibliográficas referenciais da, PubMed e no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus). Para isso, foram empregues os Descritores de Ciências da Saúde (DeCS): “Morbidade”, “Sífilis Congênita” e “Brasil”. Foram usados os operadores booleanos “AND” para combinar as palavras-chave. Como critérios de inclusão foram adotados: publicações disponíveis on-line, completas, de livre acesso, no período de 2000 a 2023, nos idiomas português ou inglês. No estudo, foram excluídas Trabalhos de conclusão de curso, monografias, teses, textos duplicados, artigos que não faziam conexão com o tema principal ou que apresentassem conflitos de interesse. Esta pesquisa foi norteada pela pergunta: Qual a realidade do país em relação aos indicadores de Sífilis congênita de um determinado período? A seleção dos artigos foi feita em maio de 2025, com leitura dos artigos e discussão, e com compilação dos principais achados. RESULTADOS Após a delimitação do escopo da pesquisa e a definição das palavras-chave, foi iniciada a busca, resultando inicialmente em 143 publicações. Dessas, 10 duplicadas foram excluídas, resultando em 133 estudos pré-selecionados. Com a aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão, 111 artigos foram eliminados, restando 17 para uma análise mais aprofundada. Após leitura dos resumos foram excluídos 12 artigos, resultando na seleção final de 5 artigos, lidos na íntegra e explorados na discussão (Figura 1). Quadro 1. Tabela de resultados de busca bibliografia RESULTADO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Tópicos: Triagem: Pré Seleção: Excluídos Por duplicidades: Seleção apos critérios de inclusão e exclusão: Excluídos total: Seleção final: Quantidade de documentos: 143 17 10 111 138 5 Fonte: Autoria própria, 2025. DISCUSSÃO A persistência da sífilis congênita no Brasil evidencia falhas estruturais e operacionais no sistema de saúde, especialmente no atendimento pré-natal. Apesar de protocolos definidos para a triagem e tratamento das gestantes, observa-se uma série de barreiras na aplicação efetiva das medidas recomendadas. A ausência de testagem adequada, o diagnóstico tardio e o tratamento incompleto são fatores recorrentes que impedem a interrupção da cadeia de transmissão vertical. Um dos aspectos mais críticos está relacionado ao não tratamento dos parceiros sexuais, o que favorece a reinfecção da gestante mesmo após o diagnóstico. Essa lacuna reflete tanto a desinformação quanto a fragilidade das ações de educação em saúde e acolhimento no contexto familiar. Outro fator importante é a escassez ou má gestão da penicilina benzatina, medicamento essencial para o tratamento da sífilis. A dificuldade de acesso à medicação em algumas unidades básicas de saúde compromete a resolução de casos identificados, especialmente em regiões mais vulneráveis. Além das barreiras clínicas e logísticas, as desigualdades sociais agravam o cenário. Mulheres em situação de vulnerabilidade, com baixa escolaridade ou moradoras de áreas remotas, enfrentam mais dificuldades para acessar os serviços de saúde de maneira oportuna. Essas disparidades se refletem diretamente nos indicadores de morbidade e mortalidade neonatal. A análise dos dados do DataSUS entre 2000 e 2023² confirma a tendência crescente da doença em diversas regiões, o que demonstra a necessidade de intervenções mais eficazes e integradas. Para reverter esse cenário, é imprescindível fortalecer o pré-natal com ações educativas, testagem precoce, tratamento oportuno e garantia do acesso à penicilina. Também é fundamental o envolvimento das equipes multiprofissionais, além do aprimoramento da vigilância epidemiológica e da responsabilização dos gestores públicos. Somente com ações conjuntas e articuladas será possível avançar no controle e eliminação da sífilis congênita como problema de saúde pública. Outro fator que contribui para a persistência da sífilis congênita no Brasil é a fragilidade das ações de vigilância epidemiológica. Mesmo com a notificação compulsória da sífilis gestacional e congênita, ainda há subnotificações e demora na alimentação dos sistemas de informação, o que dificulta o monitoramento em tempo real e a implementação de medidas rápidas e eficazes.⁴ Além disso, os dados históricos do DataSUS entre 2000 e 2023 demonstram um crescimento progressivo no número de casos, especialmente após 2010. Esse aumento pode ser interpretado tanto como uma maior sensibilidade dos sistemas de vigilância quanto como um indicativo de falhas na cobertura e efetividade das estratégias de prevenção.² A discrepância entre regiões também é evidente. Enquanto algumas capitais apresentam cobertura satisfatória de pré-natal e maior disponibilidade de penicilina, em municípios do interior,principalmente nas regiões Norte e Nordeste, a escassez de recursos humanos e insumos prejudica o controle da doença.⁵ Essa desigualdade regional reforça a importância da descentralização das políticas públicas e da capacitação continuada dos profissionais de saúde. Por fim, é importante destacar que as ações educativas e de comunicação em saúde ainda são insuficientes para garantir a adesão ao tratamento completo, especialmente nos casos em que o parceiro sexual não é incluído nas estratégias de abordagem. A responsabilização do cuidado exclusivamente à mulher agrava a situação e perpetua o ciclo de reinfecção.³ CONSIDERAÇÕES FINAIS A sífilis congênita ainda é um problema persistente de saúde pública no Brasil, apesar de ser uma condição evitável. As barreiras no acesso ao diagnóstico precoce, tratamento oportuno e à prevenção da reinfecção são fatores determinantes para a manutenção do quadro atual. A análise dos dados e dos estudos utilizados demonstra a importância de um pré-natal de qualidade, com testagem eficaz e abordagem ampliada dos determinantes sociais da saúde. É essencial ampliar as políticas públicas voltadas para o rastreio da sífilis, garantir a distribuição e administração da penicilina, capacitar as equipes de saúde e assegurar o tratamento do parceiro. A atuação conjunta entre gestores, profissionais e comunidade é o caminho para a eliminação da transmissão vertical e a melhoria dos indicadores de saúde neonatal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Cooper JM, Sánchez PJ. Congenital syphilis. Semin Perinatol. 2018;42(3):176-84. doi:10.1053/j.semperi.2018.03.007 2. Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à sífilis na gestação. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(1):44–56. doi:10.1590/1980-5497201600010005 3. Araújo CL, Shimizu HE, Sousa AIA. Sífilis congênita: fragilidades na assistência pré-natal para o controle da transmissão vertical. Ciênc Saúde Coletiva. 2019;24(9):3271–80. doi:10.1590/1413-81232018249.28242017 4. Araújo MAL, Oliveira FA, Andrade RFV, Miranda AE. Acesso e uso da penicilina benzatina na atenção primária à saúde para o controle da sífilis: uma revisão integrativa. Saúde debate. 2020;44(126):378–93. doi:10.1590/0103-1104202012603 5. Domingues RMSM, Szwarcwald CL, Leal MC. Prevalência de sífilis e cobertura de testagem em gestantes no Brasil: estudo nacional de base populacional. Rev Saúde Pública. 2021;55:1–13. doi:10.11606/s1518-8787.2021055003203. image1.png