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FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
DIREITO CONSTITUCIONAL
RENATO AMARAL RUAS
AS GARANTIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Almenara/ MG
 2021
AS GARANTIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.
RESUMO - Este trabalho tem como objetivo apresentar os remédios constitucionais e suas formas que possibilitam garantias fundamentais asseguradas aos cidadãos que deles necessitarem. Para desenvolve-lo, foram realizadas pesquisas bibliográficas a respeito de autores renomados que discordam sobre tema aqui discutido. Os remédios constitucionais são encontrados na Constituição Federal de 1988 e na legislação ordinária, onde demostram a possibilidade de impetração correta, com propósito de êxito e eficácia, em juízo ou nas vias administrativas. Contudo, ao longo do texto foi discutido desde conceitos das garantias de direitos fundamentais, como também a funcionalidade dos remédios constitucionais. 
Palavras-Chave- Garantias. Direitos. Remédios Constitucionais. Legislação.
	
INTRODUÇÃO
Sabemos que direitos fundamentais são assegurados aos cidadãos os quais são encontrados dentro da Constituição Federal de 1988, sendo necessário que as políticas que os disponham garanta que esses direitos dos sejam resguardados e consolidados de forma igualitária a todos.
Os remédios constitucionais também são encontrados dentro da Constituição Federal Brasileira de 1988, remetidos em ferramentas previstas no ordenamento jurídico brasileiro, as quais se tornam mecanismos que garantem aos cidadãos direitos fundamentais.
Desse modo no enfoque de movimentar o poder judiciário e ter eficácia no que se espera entre às diversas espécies de remédios constitucionais, é importante saber a via adequada para impetrar cada tipo de espécie, nesse ponto deve-se apresentar o caminho que se deve utilizar, podendo ser em alguns casos por meio administrativo ou judicial. 
Nesse sentido considerando a temática, a pesquisa apresentada tem como objetivo verificar as garantias dos direitos fundamentais e a importância e desenvolvimento dos remédios constitucionais no ordenamento brasileiro, como garantias aos cidadãos que necessitam.
 Para desenvolvimento dessa pesquisa foi utilizada uma metodologia com abordagem qualitativa, através de estudo bibliográfico que traz consigo autores que demostram o tema abordado, e ao final uma conclusão de todo o texto.
	
	
DESENVOLVIMENTO
	
No decorrer de todo o texto apresentaremos informações inerentes aos Remédios Constitucionais, como as garantias dos direitos fundamentais, as definições dos remédios e a sua importância. 
1.1 Garantias e Direitos Fundamentais. 
O estudo referente aos Direitos Fundamentais volta-se para a necessidade da relação entre direito e sociedade, a qual viabiliza o surgimento e a definição dos novos direitos, bem como dos direitos historicamente reconhecidos. 
Desse modo, é possível dizer que os direitos fundamentais são garantias de proteção contra determinadas ações, organizações e matérias, sejam individuais ou sociais, ganhando força através de sua normatização, seu reconhecimento constitucional.
Sobre a sua classificação, verificamos que os direitos fundamentais foram classificados em gerações, por meio da ordem histórica cronológica que passou a ser constitucionalmente reconhecida. Onde Bulos (2008), demostra que:
Os direitos fundamentais de primeira geração – a primeira geração, séculos XVII a XIX, inaugura-se com o florescimento dos direitos e garantias individuais clássicos, os quais encontravam na limitação do poder estatal ou embasamento. Abrange os direitos referidos nas Revoluções americana e francesa. Nessa fase, prestigiavam-se as cognominadas prestações negativas, as quais geravam um dever de não fazer por parte do estado, com vistas à preservação do direito à vida, à liberdade de locomoção, à expressão, à religião, à associação etc.– a segunda geração, advinda logo após a Primeira Grande Guerra, compreende os direitos sociais, econômicos e culturais, os quais visam assegurar o bem-estar e a igualdade, impondo ao Estado uma prestação positiva, no sentido de fazer algo de natureza social em favor do homem. Aqui encontramos os direitos relacionados ao trabalho, ao seguro social, à subsistência digna do homem, ao amparo à doença e à velhice; - direitos fundamentais de terceira geração (ou novíssima dimensão) – a terceira geração engloba os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade. Tais direitos têm sido incorporados nos ordenamentos constitucionais positivos e vigentes de todo o mundo, como nas Constituições do Chile (art. 19, §8º) da Coréia (art. 35, 1) e do Brasil (art. 225). (BULOS.2008, p. 230-231).
Com base no exposto pelo autor, os direitos fundamentais são aqueles previstos, e que diante da classificação especificada demostram que são importantes em todos os campos de ação da vida humana, assim é necessário que sejam respeitados contra todo e qualquer ato de violação.
Nos dias atuais, se fala muito em direitos de 4ª e 5ª gerações ou dimensões, no entanto o que conhecemos já se torna suficiente para que o indivíduo possa se posicionar como ser humano digno perante o Estado, cumprindo e agindo conforme os seus direitos e deveres.
Nesse sentido a respeito dos direitos e deveres do cidadão, a Constituição Federal de 1988, que, no Título II, artigo 5° nos mostra que:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos dessa lei. (BRASIL.1988.art.5°).
O artigo dispõe que todos são iguais possuem direitos e deveres iguais, sendo assim é necessário que possamos conhece-los e fazer valer o que propõe a lei, só assim teremos resultados positivos.
Contudo afirmamos que a eficácia dos direitos fundamentais tem como requisito, a condição das estruturas e formas do poder. Com isso podemos dizer que o direito é efetivo, pois a norma é efetiva quando válida, mas nem por isso se torna eficaz.
Seguindo os conhecimentos adquiridos por meio das garantias dos direitos fundamentais, apresentaremos a seguir informações a respeito dos remédios constitucionais.
1.2. Remédios Constitucionais.	
Os Remédios Constitucionais, referem-se a instrumentos que estão à disposição dos cidadãos para provocar intervenção de autoridades, com o objetivo de impedir ilegalidades ou até mesmo abuso de poder que prejudicam direitos e interesses individuais. Assim eles são definidos em: Habeas Corpus; Habeas Data; Mandado de Segurança; Ação Popular e Mandado de Injunção.
O Habeas Corpus, pode ser encontrado no artigo 5°, inciso LVIIII da Constituição Federal: “ Conceder-se habeas corpus sempre que alguém sofrer ou achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidades ou abuso de poder”. (BRASIL.1988).
Conforme o artigo, o habeas corpus é garantido como uma proteção para a pessoa que se sinta de alguma forma ameaçado, assim recorre a medida protetiva.
Já o Código de Processo Penal no Livro III, artigo 647, onde é apresentado as nulidades e recursos em geral. No que refere ao pedido de habeas corpus, a petição precisa dispor dos requisitos presentes no artigo 645, inciso 1° do Código de Processo Penal:
Artig.645. 1- O nome da pessoa que sofre ou estásendo ameaçada de sofrer violência ou coação, chamado de paciente; 2- nome de quem exerce a coação ou ameaça denominado coator; 3- declaração da espécie de constrangimento, ou em caso de simples ameaça de coação, as razões que funda seu temor. (CONDIGO DE PROCESSO PENAL. Art. 645).
Dessa forma para que o pedido de habeas corpus seja realizado é importante que essas informações estejam constando corretamente, pois além desses requisitos que artigo traz é necessário que contenha também a assinatura do requerente ou alguém a seu rogo, quando o mesmo não souber ou não puder escrever.
O mesmo também se divide em duas espécies, a primeira espécie é ser preventivo, visando evitar uma violação à liberdade do paciente, onde nesse caso o magistrado expedir um salvo conduto, impedindo a prisão pelo motivo alegado. A segunda espécie é o repressivo, que possui a intenção de fazer cessar o direito adquirido pelo estado de ir e vir do paciente, devendo para essa espécie o juiz expedir alvará de soltura. 
O Habeas Data, consiste em um remédio constitucional presente na Constituição Federal, que trata de uma tutela jurisdicional e uma garantia dada pela Lei Máxima. 
De acordo com Bulos (2014):
O habeas data possui natureza jurídica mista ou ambivalente. Ao mesmo tempo que apresenta a face de uma autêntica ação mandamental (concede ao impetrante o direito líquido e certo de obter informações), logra a índole constitutiva (possibilita a retificação de dados). Em decorrência da sua natureza jurídica, o habeas data qualifica-se como ação constitucional, de conteúdo cível destinada a defender: (i) o direito de obter informações relativas ao impetrante, inseridas em repartições públicas ou privadas; (ii) o direito de reconhecer os responsáveis pelos registros armazenados; (iii) o direito de contestar dados inverídicos e eliminá-los, tomando as providências judiciais cabíveis; e (iv) o direito de atualizar os dados ultrapassados (BULOS, 2014, p. 794)
Por meio da fala do autor, entendemos que o habeas data trata-se de uma ação de caráter civil colocada à disposição de pessoas físicas ou jurídicas, para que tenham acesso, retifiquem ou façam anotações nas informações relativas à sua pessoa. 
O Mandado de Segurança, é o meio constitucional colocado à disposição de toda pessoa física e jurídica, sendo um órgão com capacidade processual, ou universidade reconhecida por lei que oferece a proteção individual e coletiva.
O mandado de segurança é uma garantia constitucional. Proposto no art.5, LXIX da Constituição Federal de 1988, em seu art.113, parágrafo 33, para os cidadãos brasileiros. O qual surge com o intuito de efetivar a proteção dos direitos humanos e limitar o poder estatal, evitando abusos, em uma época em que não havia no Brasil outro meio de proteção contra atos da Administração.
Art.133, parágrafo 33- Dar-se-á mandado de segurança para defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o mesmo do habeas corpus devendo ser sempre ouvida a pessoa de direito público interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias competentes. (BRASIL.1988.art.133).
 
Compreendemos a partir do artigo, que o mandado de segurança é garantido a quem se sinta ameaçado, destinado por meio de ações que levam a ouvir a pessoa, antes de qualquer decisão. 
Em outras palavras, afirmamos que o mandado de segurança é um remédio constitucional que visa proteger um direito líquido e certo, adquirido a partir de uma prova pré-constituída, onde o mandado de segurança deve ser impetrado com a prova já concreta, de forma a garantir uma certa segurança jurídica, estabelecendo com isso o direito líquido e certo.
A Ação Popular, é um remédio constitucional de grande importância, pois é essencial para que o indivíduo não só participe efetivamente do Estado, e tenha como proteger seus direitos que cabem a ele e a terceiros. De acordo Silva (2014):
Trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido de legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política, e constitui manifestação direta da soberania popular consubstanciada no art. 1º, parágrafo único, da Constituição: todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Sob esse aspecto é uma garantia constitucional política (SILVA, 2014, p. 466).
Desse modo, a ação popular é um dos instrumentos que o cidadão pode utilizar para desenvolver ações da coisa pública, agindo como um fiscal do patrimônio público, dependendo do caso concreto podendo mover o poder judiciário para agir e tomar as providências necessárias dentro dos ditames da lei.
Contudo a ação popular constitucional, como qualquer outra ação judicial, é um direito público subjetivo, a qual possui a peculiaridade de tutelar interesses coletivos e não apenas interesses pessoais do autor. 
O Mandado de Injunção, está previsto no artigo 5º, inciso LXXI, o qual nos diz que: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”. (BRASIL.1988.).
Sobre a finalidade do mandado de injunção, afirmamos que não se trata de uma criação da norma reguladora, já que esta é matéria privativa do poder legislativo, mas também não é apenas a solicitação da expedição de norma reguladora, a qual é cabível por meio de ação de inconstitucionalidade por omissão. 
Nesse sentido, pontuamos que o mandado de injunção é meio constitucional mais adequado quando se considera prejudicado por omissão do legislador em elaborar uma norma regulamentadora.
Entretanto, podemos dizer que os remédios constitucionais assim como qualquer outro tipo de ação dependem que ocorra algum evento ou sua ameaça em acontecer para que se ampare ou assegure a sua impetração. 
	
CONCLUSÃO
Os remédios constitucionais desenvolvem uma notória relevância em nosso ordenamento jurídico brasileiro, pois os mesmos estão fundamentados na Constituição Federal Brasileira de 1988, e assim são apontados como direitos e garantias fundamentais assegurados pelo legislador constituinte.
Diante dessa afirmação, o texto aqui abordado buscou a todo momento enfatizar as garantias dos direitos fundamentais, como os conceitos dos remédios constitucionais e como este podem ser obtidos e o seu funcionamento em meio jurídico. 
Assim, afirmamos que as espécies de remédios constitucionais de uma forma ampliada, demostra diretamente sua fundamentação legal na Constituição Federal de 1988, com o propósito de considerar que tais espécies são garantias fundamentais asseguradas pelo legislador constituinte originário, onde natureza jurídica dos remédios constitucionais existentes no ordenamento jurídico pátrio.
Contudo, para se impetrar o remédio constitucional adequado ao caso concreto, é importante que primeiramente seja realizada uma análise do fato ocorrido, não podendo esquecer de ressaltar a jurisprudência de acordo com os casos em relação aos remédios.
Portanto, concluímos que os remédios constitucionais são garantias fundamentais asseguradas pelo legislador constituinte, que possui um papel de suma importância no ordenamento jurídico brasileiro, dependendo apenas de uma análise das circunstâncias ocorridas, para que se possa impetrar a espécie adequada para garantir o direito assegurado a quem necessitar o uso dos remédios.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988
BULOS, Uadi Lammêgo, Direito constitucional. 4 ed. São Paulo: Saraiva.2008
BULOS, Uadi Lammêgo, Curso de direito constitucional. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Código de Processo Penal. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-lei/Del2848compilado.html. 
SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das normas constitucionais, 3ªedição, São PauloSP, Malheiros Editores, 2014.
SILVA, JoséAfonso. Curso de direito constitucional positivo. 37 ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2014.

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